Seven Days

Escrito por Amanda Borges | Revisado por Lelen

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Day one.

  – James, acorda! – Matt bateu com força em meu rosto, me fazendo resmungar. – Você esqueceu que dia é hoje?
  Abri um olho só, devagar, tentando me acostumar com a claridade.
  – É seu aniversário? – esfreguei os olhos, me sentando na cama.
  – Não, seu merda! – ele deu um tapa na própria testa. – Esteja pronto em dez minutos, não quero me atrasar. – Ele se levantou, me deixando sozinho na bagunça que era meu quarto.


  – Golfe? – o encarei, vendo ele sorrir daquele jeito meio psicopata que só ele sabia. – Sério? – ergui uma sobrancelha.
  – Vem, vamos alugar uns tacos! – começou a andar, me ignorando completamente.
  Depois de algum tempo estávamos em um grande campo, quase vazio, provavelmente pelo fato de ser terça-feira.
  – Dude, você é horrível nisso! – comentei, rindo.
  – Quem liga? – ele fazia uma cara séria, concentrada, como se soubesse o que fazia. – Não tem lógica esse jogo, você só manda a bolinha pra longe, faz cara de sério e bebe champanhe. – Deu de ombros, virando o rosto pra mim. Nos encaramos por alguns segundos, até eu soltar a única palavra que o descreveria:
  – Genius! – sorri, balançando a cabeça negativamente.
  – Não, falando sério agora, eu te trouxe aqui porque queria que você saísse daquele seu casulo. Qual é, dude, parece que você perdeu a vontade de viver!
  – É como se fosse. – Fechei a cara, encarando o horizonte. – Falta algo, eu não sei, eu...
  – Música. – Disse após lançar mais uma bolinha e eu o encarei, confuso. – Música é o que te move, e você nunca mais escreveu nada...
  – Aí é que tá, eu não consigo escrever mais nada! – cocei a cabeça.
  – Então é mulher. – Revirei os olhos, e ele largou o taco subitamente, encarando o relógio. – Por falar nisso, eu preciso ir! Você tem um almoço agora, no restaurante aqui do clube, é o nome dela.
  – Que?! – indaguei, incrédulo.
  – Não seja uma bichinha! – Matt guardou os tacos, entrando no carrinho. Fiz o mesmo. – Ela é compositora, irá te ajudar! Quem sabe assim você não pense em algum novo projeto ou sei lá!
  – Eu não preciso de compositora nenhuma! EU escrevo minhas próprias músicas! - indaguei, irritado.
  – Ah, é? Então escreve uma hoje, de noite passarei na sua casa para ouvir. – Ele parou o carrinho em frente ao restaurante, me encarando. Bufei, saindo do mesmo. – Ah, e mais uma coisa: – me virei – você tem sete dias pra me mostrar algo novo, senão eu tomarei medidas drásticas. – E então se foi.
  Encarei o nada por alguns segundos, me perguntando o porquê daquilo, e que medidas seriam essas, mas uma coisa era certa: Matt estava levando as coisas a sério demais, e eu não cutucaria a fera com vara curta.
  Me virei novamente, entrando no restaurante onde uma mesa já havia sido reservada para mim e me sentei, pedindo um suco de laranja. Não queria beber e me envergonhar na frente de tanta gente, preferia fazer o mesmo quando chegasse em casa, sozinho com meu cachorro.
  – James? – uma voz me despertou, e ao erguer a cabeça, pude presenciar uma das cenas mais gays de toda a minha vida, um James congelado encarando uma garota ridiculamente bonita. – Você está bem?
  – Estou... – Falei vagamente, estranhando minha reação. – Pode sentar, eu... Ahn, senta.
  – Sou , compositora. – Se apresentou, sentando. – E pontualidade britânica não está na minha genética, então, sorry not sorry. – Deu de ombros, e eu ergui a sobrancelha, eu sabia que teria algo de errado nela, era bonita demais pra ser normal.
  – Você é esquisita. – Comentei, casualmente. Eu tinha uma necessidade de afastar as pessoas.
  – Você não fica pra trás, parece um zumbi. – Revidou, em uma normalidade que era assustadora. Ela não havia se ofendido?
  – Gostei de você. – Abri um sorriso maroto, vendo-a fazer o mesmo. – Acho que vamos nos dar bem.
  – Esse lugar fede a leite. – Ela continuava me encarando.
  – Você é a pessoa mais esquisita que eu já conheci. – Disse, não desviando o olhar do dela.
  – Eu estou te chamando pra ir comer pizza, ou só sair daqui, mongol.

Day two.

  – O que te alegra? – perguntou, praticamente deitada no meu sofá e segurando um bloquinho de notas. A encarei por um segundo, me perdendo em seus olhos, era ridícula aquela atração que percorria meu corpo desde que coloquei meus olhos nela, eu estava encantado como há muito tempo não ficava por uma garota.
  – Tocar, eu acho. Estar com meus amigos... – Respondi depois de algum tempo, a encarando.
  – Você está sendo muito vago! – ela se endireitou no sofá. – Mas eu tenho uma ideia.
  – Qual?
  – Você poderia me passar o número de Tom Fletcher? – ela sorriu marota, e eu o fiz, mesmo confuso. Ela se afastou, voltando dez minutos depois com o mesmo sorriso. – Se arruma, nós temos um show pra você amanhã no Manchester Apollo, e só até lá é três horas de trem!

Day three.

  Minhas pernas tremiam, encarando aquela multidão de gente. Respirei fundo, me perguntando o porquê de estar abrindo o show do McFLY; o porquê de ter me colocado aqui.
  Encarei o violão, começando a tocar os primeiros acordes, mas levantei a cabeça ao ouvir os gritos; ao começar a cantar, algumas pessoas até cantaram junto e toda aquela emoção antes guardada pôde finalmente ser libertada, todo o êxtase de estar em um palco me fizeram cantar com toda emoção que eu tinha, e eu soube naquele momento por que estava ali, soube qual era a cura para o meu desânimo de viver e de levar algo adiante. Eu soube que quando você nasceu para fazer algo, somente aquilo lhe traria felicidade.

Day four.

  – Quando eu saí do palco você não estava mais lá. – Olhei para , que fazia carinho em Harry, meu cachorro, no tapete.
  – Eu assisti da plateia, depois que acabou fui embora. – Sorriu doce. – Achei que você gostaria de ter um momento com eles e o Matt.
  – Eles disseram que eu posso fazer isso mais vezes! – sorri feliz, deitando no sofá e encarando o teto.
  – Me chame, eu adorarei assistir.
  – Obrigado. – Eu virei meu rosto pra ela, encarando-a com um sorriso, observei seus olhos se voltarem pra mim, um olhar terno e cheio de carinho, que fez meu coração saltar.
  – Três anos atrás eu saí da casa dos meus pais. – Ela começou e eu voltei a encarar o teto, já preparado pra alguma coisa sem sentido. – Eu larguei toda a mordomia que eu tinha com eles e fui morar em um quartinho apertado, mas eu tinha um propósito. Eu queria mudar a vida de alguém, nunca soube por que, mas achava que precisava disso pra ser feliz, pra me sentir completa. Eu queria fazer algo bom pra alguém que merecesse. – Me sentei, prestando mais atenção, Harry repousava a cabeça em seu colo enquanto ela fazia um carinho lento no mesmo. – Eu acabei tendo que começar a trabalhar servindo champanhe para ricos que acham que sabem jogar golfe, caí na rotina, perdi a vontade de tudo. Até que eu conheci Matt. – Ela desviou seu olhar para mim. – Ele me disse que eu parecia um amigo dele, que sofria do mesmo mal.
  – Eu? – a interrompi, e ela riu, confirmando. – Então isso quer dizer que...
  – Que eu não sou compositora. – Ela me cortou, dando de ombros.
  – Então o Matt nos apresentou, mas como você acha que mudaria a minha vida? – ergui a sobrancelha, apoiando os cotovelos nos joelhos.
  – Te mostrando como se vive.

Day five.

  – , você não vai acreditar! – falei animado, assim que ela atendeu o telefone.
  – Eu não acredito que VOCÊ me acordou, James. – Respondeu mal-humorada, me fazendo rir. – Fala logo.
  – Eu vou tocar hoje de novo! O show vai ser aqui em Londres mesmo! E dessa vez o Matt vai também! Ah, e nós não iremos abrir, vai ser participação especial NO MEIO do show!
  – Minha nossa, James, isso é demais! – pude ouvir sua risada do outro lado da linha, sorri mais ainda. – Isso é demais!
  – Eu sei! Você vai me ver, né? – perguntei, indeciso. – Porque eu estava pensando... Se... Você não queria sair comigo depois do show...
  – Tipo um encontro? – ela soltou um risinho envergonhado, e eu murmurei um “sim”. – Ok, depois me mande o horário do show por mensagem.
  A ligação terminou e eu fiquei encarando o telefone, tentando absorver tudo aquilo. Desde quando eu havia ficado tão nervoso em sair com uma garota? Era só uma saída, não era?

Day six.

  – Quem veio com essa ideia? – ela arqueou a sobrancelha enquanto bebíamos vinho no tapete da sala.
  – Harry. – Sorri feliz. – Mas acho que todos nós queríamos isso.
  – Eu não acredito que estou presenciando isso! – me olhava fascinada. – Isso é demais! Estou feliz que tenha finalmente se encontrado!
  – E tudo isso graças a seu empurrãozinho. – A olhei ternamente, a vendo corar. – Obrigado.
  – Acho que minha missão terminou aqui, né? – ela fez uma careta. – Mas foi fácil demais, preciso fazer outra coisa.
  – Acho que você não vai se livrar de mim tão cedo. – Passei o braço por seus ombros.
  – Quem disse que não? Combinei com o Matt de te ajudar durante sete dias, apenas.
  – E hoje é o sexto. – Falei perto de seu ouvido, vendo-a se arrepiar e voltar seu olhar para mim.

Day seven.

  Acordei sentindo um peso em cima de meu braço esquerdo, abri os olhos devagar, me acostumando com a claridade e encarando dormindo serenamente ao meu lado. Sorri abertamente, a trazendo mais pra perto de meu corpo e depositando minha mão em sua cintura.
  Não era apenas a música que me faltava, era alguém, uma estranha que entrasse do nada na minha vida e mexesse e bagunçasse com meus sentimentos, uma estranha que falasse coisas sem sentidos e fosse folgada e preguiçosa, uma pessoa que me trouxesse paz.
  Eu não sabia dizer o que sentia, mas me sentia aquecido por dentro por tê-la encontrado. Não era amor, talvez não ainda, mas era bom, me fazia bem. E eu, depois de muito tempo, não pretendia afastar aquele sentimento tão bom que era estar com .

Month seven.

  – A próxima música que iremos tocar eu escrevi faz pouco tempo, mas a cantava todo dia em minha cabeça, antes mesmo de saber que era uma música. – Minha voz se destacava em meio aos gritos. – E hoje, no sétimo show da McBUSTED, resolvemos tocá-la pela primeira vez! – finalizei, ouvindo os primeiros acordes de Love is on the radio serem iniciados.
  Encarei o lado do palco, onde uma me olhava sorrindo feliz, sorri de volta quando Matt começou a cantar e andei até ela.
  – Volta pro palco, idiota! – ela gargalhou e eu, como sempre, só consegui ficar paralisado admirando seu sorriso.
  – Sete meses atrás, depois da nossa primeira noite juntos eu senti uma coisa que só veio crescendo dentro de mim, e hoje, olhando pra você, eu tenho certeza do que é. – Falei em seu ouvido, fazendo-a me olhar curiosa.
  – E o que é?
  – Amor. – Finalizei, diminuindo qualquer distância que existisse entre nossos lábios, não me importando mais com nada, só com , a mulher que eu queria por todos os setes da minha vida.

Year seven.

  McBUSTED havia acabado, McFLY voltou para seus projetos, Matt voltou a atuar e eu segui em uma carreira como cantor. estava ocupada com projetos de caridade e tudo mais, mas aquela era uma noite especial. Eu não só havia lotado uma casa de shows, como era Natal, e ela estava lá, linda, me assistindo.
  – Eu queria trazer de volta uma música bem antiga que traz um significado bem especial pra mim. – Sorri para a plateia e comecei a tocar. Ao final da música encarei , que chorava olhando pra mim. “I feel” foi o que ela murmurou. Andei até ela, a puxando pro meio do palco
  – James, o que está fazendo? – ela olhava para os lados, envergonhada.
  – Eu pensei muito no que te dar de Natal, que é amanhã, e achei que precisava nos dar algo. Isso, claro, se você aceitar. – Então eu me ajoelhei, colocou as mãos sobre a boca, já prevendo o que viria. – Sete meses depois de te conhecer eu disse pela primeira vez que te amava. E nesse Natal eu te peço pra você me amar pra sempre. – Fiz uma pausa, tirando a caixinha do bolso. – , você aceita se casar comigo? – eu sorri, ouvindo gritos e mais gritos por todo lado, e uma pulando em mim.
  – I'll love you till the year 3000, idiota!
  E eu soube que tudo ficaria bem, porque eu tinha minha música, e a mulher que me fazia continuar, que me dava uma razão pra continuar.

Snow is fallin, all around me
Children playing, having fun
It's the season, love and understanding
Merry christmas everyone
time for parties and celebration
people dancing all night long
time for presents
and exchanging kisses
time for singing christmas songs
we're gonna have a party tonight
i'm gonna find that girl underneath the misteltoe,
we'll kissed by candlelight
Room is swaying, records playing
All the old songs, we love to hear
All I wish that everyday was christmas
What a nice way to spend the year
We're gonna have a party tonight
I'm gonna find that girl
Underneath the mistletoe, we'll kiss by candlelight
Snow is fallin, all around me
Children playing, having fun
It's the season, love and understanding



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