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#001 Temporada

Talking body
Tove Lo



Secrets Overloaded

Escrita por Ceci M | Revisada por Songfics

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Capítulo 1 – O Pub

   se olhou uma última vez antes de sair de casa. Estava perfeita, cabelos escovados, unhas feitas e maquiagem digna de uma Kardashian. Deu graças a Deus pelos inúmeros tutoriais que existiam na internet, não seria nada sem eles.
  Olhou uma última vez a mensagem com o endereço e subiu no táxi que a esperava na porta do seu prédio, mentalizando que tudo sairia exatamente como planejado. Ter quase 28 anos e ir a um bar sozinha não era dos seus programas preferidos, mas precisava encarar a realidade.
  Chegar lá foi tão rápido quando calçar o seu sneaker preto com detalhes em corino, mas seu coração parecia acelerado. Estava nervosa por qualquer motivo que fosse. Talvez ter tirado algumas das milhares de pulseiras teria sido melhor, para chamar menos atenção.
  Agora também já era tarde, já estava lá e não tinha onde guardá-las.
  Andou incerta até o fim da fila que se formava para entrar no lugar que tinha uma fachada com o nome ‘The Pub’ iluminado numa luz amarela, bem clichê. Sabia que o lugar ia estar cheio, pois um DJ famoso pelas redondezas tocaria naquela noite. Ao contrário do que o nome dava a entender, ali não havia somente algumas mesas e o bar em que as pessoas levantavam para pedir suas cervejas, era também era uma boate com um bom espaço para as pessoas dançarem. Havia lugar para todos naquela democracia.
  Assim que saiu do táxi e parou, observando as pessoas na fila, o segurança a chamou para frente.
  - A senhorita pode passar. – ele informou, levantando a corrente de contenção.
  Foi impossível não ouvir os muchochos ou não sentir os olhares de repreensão quando passou na frente de todos, fazendo-a se sentir um pouco importante.
  “Acho que tem suas vantagens se arrumar de vez em quando, né, ” a voz da sua consciência soprou no ouvido, não tendo como conter o sorriso com aquele comentário. Deu uma boa olhada em volta, à procura de um rosto conhecido.
  Não sabia, com certeza, quem estava procurando, pois assim como tinha ido sozinha, não tinha planejado com nenhuma amiga estar ali, era uma oportunidade de experimentar como se saia quando ninguém estava por perto para lhe dar cobertura.
  Foi quando duas palavras deram convicção aos seus sentidos.
  “É ele.”
  Era ele. Como chamava atenção aquele homem alto.
  Seus olhos cruzaram a pista de dança até o bar, onde esse cara extremamente charmoso se escorava enquanto bebia sua cerveja. Parecia um modelo, saído diretamente de um ensaio de uma revista de moda, com um estilo bad boy, tatuagens nos braços. Seu olhar era misterioso e discreto, como se estivesse sempre observando por todos os lados. Não dava para ver a cor do seu olho de longe, mas apostava que eles eram lindos de qualquer forma.
  Os cabelos estavam penteados para trás, brilhando por conta da pomada para deixá-lo num topete moderno. Ele era a própria reencarnação do James Dean e podia dizer isso apenas por olhá-lo desta distância. Deveria ter a idade de .
  Imaginou o abdômen dele embaixo daquela blusa social, com dois botões aberto, dando uma prévia do peito que parecia muito bem trabalhado.
  - Caralho, ele é muito gostoso. – comentou alto.
  “Eu não esperava isso, mas vai até o bar e disfarça pedindo uma bebida”.
   acordou dos seus devaneios e a pequenos passos seguiu provocante em direção àquele cara lindo, torcendo para chamar sua atenção.
  - Me vê uma cerveja. - ela pediu ao barman.
  Quando o homem trouxe, olhou por cima do ombro e BINGO! Seus olhares se chocaram, causando um encontro de energias fora do comum. sorriu satisfeita, sem deixar de encará-lo e seguiu para a pista de dança.
  Entendendo como um convite, ele a seguiu um pouco confuso com o que estava acontecendo ali, naquele exato momento.
  Não precisou nenhuma palavra, os olhares falaram mais do que qualquer outro meio de comunicação que existisse. As luzes piscando, a batida da música envolveu os dois numa dança única, em que nada poderia ser feito para que o desfecho fosse diferente.
  As bocas se encostaram causando um novo sentimento: necessidade.
  Pararam de balançar seus corpos para se concentrarem nos movimentos das suas línguas explorando a boca do outro. sentia uma mão daquele cara no meio das costas, dando apoio para se encaixarem de modo único, enquanto a outra segurava sua nuca, impedindo que ela pensasse em fazer qualquer outra coisa que não beijar aquele individuo mágico que ali estava. Para não perder a oportunidade, o abraçou passando a mão por suas costas, constatando uma verdade muito bem-vinda: na hora da malhação, ele não deixava as costas de lado.
  Ela se arrepiou com o pensamento, tinha uma tara por costas malhadas. Adorava ver o cara se espreguiçando, definindo as costas, ombros e braços. Era visível a diferença de uma pessoa que malhava as costas para quem não. Bom, pelo menos para ela era e não podia fugir desse gosto ali, ainda mais depois de sentir toda essa conexão. Seria um enorme balde de água fria se fosse o contrário.
  As bocas já estavam roxas com tanta pressão quando se separou.
  - Depois de quanto tempo beijando uma pessoa que você não conhece é possível dizer que você sabe o que é basorexia? – sorriu vendo que seu batom tinha ficado todo no rosto dele.
  “É SÉRIO, ? A PRIMEIRA COISA QUE VOCÊ FALA PARA O CARA É UM TERMO MEGA DESCONHECIDO PARA A VONTADE INCONTROLÁVEL DE BEIJAR OUTRA PESSOA? EU VOU EMBORA”.
  - Não sei, a gente pode descobrir agora. – ele devolveu o sorriso, envolvendo ela em mais um beijo rápido. – Meu nome é , por sinal. E o seu?
  - .
  - Acho que o prazer será tanto meu quanto seu. – ele piscou o olho, deixando bem claro que aquilo não pararia por ali.
  A puxou para um canto mais tranquilo, de volta perto do bar e fez o sinal para o garçom trazer mais duas cervejas.
  - Você vem sempre aqui?
  “Sério, , você precisa mesmo sair mais. Olha as cantadas que você está usando.”
  - Não, é sério. Não é cantada, não me leva a mal. – ela tentou se explicar depois de perceber que realmente a frase tinha saído como uma cantada barata que alguém sem criatividade falaria. – É curiosidade mesmo.
  “Ta muito ridícula”.
  - Parei. – fez um zíper fechando na boca.
   riu, achando-a divertida.
  - Quase minha segunda casa. – ele respondeu entregando a garrafa – Você que eu nunca vi aqui.
  - Primeira vez. – ela brindou sua cerveja na dele – E tive a sorte de vir ao lugar certo, no dia certo.
  “Quanta sorte!”
  - O destino nos traz surpresas boas de vez em quando. – sussurrou no ouvido de , arrepiando todos os seus pelos do corpo.
  Entre garrafas vazias de cerveja, conversas aleatórias sobre o lugar, sobre eles, sobre o vazio existencial da humanidade e beijos desesperados, viram a festa passar num piscar de olhos. Olharam para a pista com apenas alguns gatos pingados (e bêbados) se balançando sem mais nenhuma força, lutando contra a gravidade.
  - Você sabe que a festa não precisa acabar aqui, não é? - passou os braços pelo pescoço de , colocando um pouco do seu peso sobre ela – Eu tenho uma maneira muito melhor de terminar a noite e posso te mostrar se você quiser.
   não estava tão bêbada assim, mas sabia que a sua voz da consciência já havia ido embora lá pela quinta cerveja. E era extremamente atraente, com suas mãos enormes. Só de pegá-lo a noite inteira tinha certeza que não ia se arrepender do que pudesse acontecer dali para frente. Não havia contras naquela equação, apenas prós.
  Sentiu seu coração palpitar ao se dar conta que iria para a casa dele, não era uma oportunidade que poderia perder.
  - Cobro promessas com juros e correções hein? - mordeu o lóbulo da orelha de , o provocando.
  Subiram na moto dele, saindo com destino certo.

Capítulo 2 – Cama, fica na cama

  - Fica aqui na cama! - puxou que estava sentado na beira da cama, prestes a levantar.
  Aquela tinha sido as duas semanas espetaculares da sua vida, desde que se conheceram. Ela dormira na casa que ela logo descobriu que não era dele, mas de um amigo, onde ele estava passando um tempo. E ali era onde vinha acordando com frequência.
  - Eu preciso ir num lugar agora. - deu vários beijos no colo de – E você também precisa ir trabalhar, não?
  Olhou o relógio marcando 8 da manhã. Bufou. Horário é para os fracos.
  - Quinze minutinhos não vão me tirar o emprego. - ela disse com um ar sapeca.
   gargalhou alto se colocando por cima, beijando o pescoço dela.
  - Seu chefe não vai ficar chateado se você não aparecer para uma reunião super importante qualquer de uma marca famosa qualquer? – insistiu, falando entre os beijos.
   era publicitária e trabalhava numa das agências mais conhecidas do país.
  - Ele vai ter que superar. – respondeu o fazendo ficar por baixo, enquanto trocavam carícias.
  
  Depois que os dois conseguiram ultrapassar o obstáculo chamado cama, estavam prontos para saírem de casa.
  - Quer uma carona? - perguntou.
  - Não precisa, vou encontrar um amigo aqui perto.
  - Pode-se saber para o quê?
  - Nada de importante. Besteira.
   sempre desconversava sobre o que coisas pessoais. Agia como se fosse normal não ter uma casa, pais ou amigos. Pelo tempo que passaram juntos ele sempre recebia ligações misteriosas, na qual sempre tentava descobrir alguma coisa, mas conseguia ser muito discreto.
  Apesar disso, confiava nele. Não parecia ser alguém perigoso. A ligação que haviam criado era intensa demais para deixar qualquer coisa pequena como essa atrapalhar.
  - Mais tarde a gente se fala. - Deu um beijo nela, seguindo para o lado contrário.
   seguiu para casa, não precisava necessariamente estar no trabalho hoje.

   Os dias foram passando na mais perfeita paz, com e se envolvendo mais e mais. Ela estava claramente apaixonada por ele e ele, apesar de aparentar ser um pouco mais distante não ficava tão atrás. Tinha um cuidado especial com essa mulher.
   estava o esperando em sua casa aquela noite, era a primeira vez que ele iria lá. E sentia que precisava fazer alguma coisa especial, mas estava nervosa com o pensamento de que poderia não gostar. Porém, não custava tentar.
  Ouviu batidas na porta, e correu dando pulinhos animados, já imaginando quem seria.
  - Oi! - Ela disse rápido puxando um confuso para dentro de casa – Essa é minha humilde residência, sinta-se a vontade.
  Ele não parecia estar nem um pouco interessado naquele quarto e sala, com cozinha americana. O que estava chamando toda atenção era os shorts curtos de e a blusa cavada, mostrando todo o sutiã roxo com rendas pretas e algumas pedrinhas brilhantes nele.
  - Uau. Acho que preciso mesmo frequentar mais essa casa.
   não se intimidou, deu uma mordiscada no lóbulo da orelha dela, seguido de um aperto demorado na bunda. Eles se olharam sabendo exatamente o que queriam fazer.
  - Senta ali. - apontou para uma cadeira no meio da sala/cozinha. Desconfiado com o que ela estava aprontando, ele obedeceu. - Ótimo, agora você é meu.
  O encarou sentado, ansioso pelo que poderia acontecer em seguida.
  - Eu tenho um presente.
   suspendeu a sobrancelha, curioso.
  - Não é nada demais. – explicou – mas estava passando na rua e lembrei de você.
  - E o que seria? – perguntou sorrindo. Achou legal da parte de lembrar dessa forma carinhosa. – Estou curioso.
  - Não é nada demais, mas espero que você use com carinho.
   mostrou uma caixinha, abrindo-a delicadamente.
  - É um escapulário. Não sei se você é religioso, mas eles trazem proteção.
  Ele esticou o braço retirando o colar e imediatamente colocou em seu pescoço.
  - Muito obrigada. – sorriu sincero – Proteção extra nunca é demais.
  Puxou pelo braço, fazendo suas bocas se encontrarem.
  - Já disse que você fica ótima nesses shorts? - Ele comentou dando uma olhada nas coxas dela.
  - Já disse que essa camisa fica ótima no chão da minha sala? - disse sentando de pernas abertas no colo, de frente para .
  Sem nenhuma resistência, ela tirou a camiseta que atrapalhava a visão do tanquinho de . Um abdômen definido era o que tinha a sua espera. Mordeu os lábios com aquela visão.
  - Que delícia! - Ele sussurrou fechando os olhos, quando sentiu os lábios dela encostarem no seu pescoço. Era uma sensação muito boa para ser reprimida.
   espalmou a bunda de , que fez um caminho de beijos e mordidas até seus lábios se encontrarem. Beijaram-se ardentemente, sentindo a excitação crescer, as línguas se tocando tinha o poder de transformar aqueles dois em duas poderosas armas sexuais. Era possível se atrever a dizer que o desejo recíproco formava o encaixe perfeito de energias, os dois tinham sido feitos para transarem um com o outro.
  Ela rebolava provocando .
  As mãos de percorreram todo o corpo dele, até parar no que estava procurando: O volume intenso que surgiu nas bermudas do cara.
  Suas mãos massageavam com vigor o membro de , por cima da bermuda, enquanto o viu gemer entre os beijos que trocavam.
  Sem se separar, com habilidade, abriu a bermuda e liberou o pacote da cueca, conseguindo finalmente massagear adequadamente o pênis. não se segurou, gemeu jogando a cabeça para trás. O movimento de subir e descer que fazia com as mãos, alcançando todo o cumprimento do membro dele, liberando a glande, conseguindo mexer com as terminações nervosas certas era enlouquecedor.
   fez menção em tirar a camisa de , mas ela o impediu.
  - Calma aí, baby.
  Disse escorregando, tirando de vez a parte de baixo dele, para ficar frente a frente ao que interessava.
  Vendo as intenções ardilosas, sorriu com o canto da boca.
  - Sem pressa.
  Antes que pudesse terminar a frase, sentiu a umidade o fazer arrepiar e a língua de lamber toda a sua extensão. Os movimentos de vai e vem eram precisos e alternados, aumentando e diminuindo o ritmo. apoiava a mão na cabeça de , pressionando em alguns momentos para sentir o seu membro encher a boca da mulher.
  Quando soube que não conseguiria se segurar por muito mais tempo, segurou os cabelos grandes de , a puxando para cima. Ela passou as pernas pela cintura dele, que levantou, a carregando daquele jeito para o quarto.
   - Agora é a minha vez. – disse dando chupões nos seios de .
  - Eu não me importo, eu topo o que você quiser.

  A sensação inebriante de acariciar a pele de estava presa na cabeça de . E ela se pegava pensando nele de vez em quando. Se sentia feliz vivendo aquele momento e toda a liberdade de poder demonstrar o que sentia era muito prazerosa, liberdade essa que ele nunca foi contra ou se sentiu sufocado.
  Estava sendo muito engraçado a evolução das coisas entre eles, se sentia muito confortável em falar sobre coisas que não estava acostumada e a cama UAU! O que era aquele homem quando puxava seus cabelos beijando seu colo, era arrepio na certa.
  Abraçou-o por trás, mordendo o lóbulo da sua orelha, enquanto assistia ele fumar o cigarro, sentado o mais perto possível da janela do seu apartamento. Uma cena que estava se tornando comum com o passar dos dias.
  - Pensando no quê? – Perguntou vendo o semblante distante dele.
  - Nada demais. – bateu o cigarro no cinzeiro, tirando o excesso de cinzas – Você e eu, como a gente se encontrou.
  - Alguma coisa errada? – se afastou.
  - Errada? Certíssima! – ela respirou aliviada com a resposta – Apesar de que eu nunca encontrei ninguém tão interessante naquele lugar.
  - E você continua frequentando por quê?
  Ele sorriu de lado.
  - Deixa para lá.
   achou a resposta muito vaga, mas não queria pressionar.
  - Vou fazer um sanduíche, você quer? – Perguntou indo em direção ao balcão.
  Ouviu um sonoro ‘com certeza’, que a fez sorrir.
  Preparava o lanche sem pressa quando ouviu o telefone de tocar. O observou fitar a tela do celular, mudando o semblante e ficando sério imediatamente. Atendeu pedindo para a pessoa do outro lado da linha aguardar um instante e passou para o quarto de sorrindo para ela, fechando a porta atrás de si.
  Quem ligaria para ele quase meia noite de uma quinta-feira?
   o seguiu, ficou alguns segundos tentando ouvir atrás da porta, mas parecia controlar bastante seu tom de voz, pois nada passava por entre as paredes. Voltou para o que estava fazendo, sendo consumida pela curiosidade.
  Pegou seu celular e enviou uma mensagem rapidamente, quando abriu a porta novamente, já arrumado para sair.
  - Onde você vai uma hora dessa? – perguntou, colocando os pratos em cima do balcão da cozinha.
  - Vou ali. – ele disse vago, indo em direção a saída.
  - E vai fazer o que?
  Ele bateu a porta antes de responder, deixando extremamente irritada. Se sentindo ultrajada com aquela atitude, abriu a porta, vendo-o ir em direção as escadas e gritou:
  - NÃO SE DÊ O TRABALHO DE VOLTAR!

   Sábado. Dia de extravasar, ainda mais depois daquela saída dramática que fez ao deixar a casa. Ainda mais depois que ela perdeu a ligação dele no outro dia. Ainda mais que ele não respondeu a mensagem que ela enviou. Se tinha uma certeza naquela noite, é que precisava de uma boa dose de uísque.
  - Eu sei que eu não deveria ficar assim, mas é um saco isso.
  - Já passa. Não vai durar muito mesmo essa briguinha mesmo.
   era uma das grandes amigas de , trabalhavam junto, uma sempre protegendo a outra. E era a única pessoa com quem podia reclamar da vida naquele momento. O jeito despojado de ajudava a amenizar o clima.
   virou outra dose. Não sabia ao certo que horas havia começado a beber, mas não tinha planos de parar por ali.
  - Você precisa controlar essa ansiedade, . – colocou seu olhos castanhos, levemente amendoados em cima da amiga, demonstrando um pouco de preocupação.
  - Também sei disso, mas não posso evitar. Como que eu vou fazer para ele voltar, se não me responde?!
  - A gente vai dar um jeito, né. Nessas horas é só dar um tempo, que tudo se ajeita. Homens não são tão complexos assim.
  O celular das duas apitaram, notificando o recebimento de mensagens. Se entreolharam, achando estranho aquilo acontecer.
  - Não acredito que esses idiotas fizeram isso. – bufou mexendo impaciente nos longos cabelos pretos cacheados, sem acreditar no que lia.
  Antes que pudesse expressar qualquer reação de desprezo pela mensagem que também recebera, seu celular tocou.
  - Nem tudo está perdido. – Sorriu, mostrando o visor para a amiga e atendeu. – Oi?! O que aconteceu?... Meu Deus! Calma, calma... Eu to com uma amiga na rua, mas já to indo para casa. Te encontro lá, então?!...Ok, beijos. - desligou – O dever me chama!
   levantou-se, batendo as mãos com a amiga, num high five da vitória.
  - Eu vou consertar a bagunça, é o que me sobra! - deu um longo gole na cerveja.
  Não demorou muito para que o táxi parasse na porta do prédio antigo, que precisava de uma reforma na fachada, saindo uma meio cambaleante devido ao efeito do álcool depois de incontáveis doses.
  Tirou a chave do bolso para abrir o portão e quando conseguiu, alguém a segurou pelo braço, empurrando-a para dentro. O coração de acelerou, porém quando fez menção de gritar ou ter qualquer reação sensata, a pessoa sussurrou no ouvido.
  - Sou eu. Só anda, vai.
  Reconheceu aquela voz desesperada. Era . Vestido todo de preto, inclusive o casaco com capuz no meio da noite.
  Subiram as escadas até o segundo andar calados. Ele com uma cara suspeita, verificando a todo momento senão havia ninguém seguindo e ela com uma cara assustada, tentando entender o que estava acontecendo.
  - Qual foi a do cosplay de ‘The Black Parade’, Gerard Way?! – ironizou no momento em que fechou a porta do seu apartamento, assim que o viu toda a raiva que passou nos últimos dias veio a tona. – E eu te disse para não voltar mais aqui.
   ignorou os comentários, seguindo pelos cômodos minúsculos, mais uma vez, verificando se não havia mais ninguém por lá. Foi até a janela da sala, vendo a rua sem qualquer movimentação e puxou a cortina, tapando qualquer visão exterior.
  - Será que você pode me explicar o que está acontecendo, ? – franziu o cenho, sem entender aquelas atitudes.
  Ele sentou no sofá, colocando a mão na cabeça, parecendo um pouco preocupado.
  - Eu não sei o que aconteceu, nós fomos cuidadosos. E eu não tenho outra solução rápida.
  “Que dramático. Acho que ele vai contar que pegou alguma DST, olha aí com quem você ta saindo!”
   rolou os olhos disfarçadamente, com a frase. Claro que não era isso.
  - Como assim? - disse engolindo a raiva, vendo a preocupação genuína no rosto de .
  - Eu não posso mais ficar na casa do meu amigo.
  - Por quê?
  - A polícia invadiu a casa dele. Simplesmente não posso mais ficar lá.
  - E o que aconteceu?
  - Não sei, não sei.
   o olhou confusa. Era uma conversa muito estranha.
  “Por favor, pergunte mais alguma coisa. Ninguém normal aceita essa resposta! ”.
  Mas não sabia exatamente o que perguntar a ele. Era uma mentira deslavada o que estava dizendo e, no entanto, não podia confrontá-lo. Não com num estado catastrófico como aquele.
  - Era alguma coisa perigosa?
  - Um pouco.
  Era possível sentir no seu tom a tentativa de amenizar a situação.
  - Mas você não está envolvido com o que seu amigo fazia, está?
   olhou sério, nos fundos dos olhos de . Estavam querendo passar alguma mensagem e ela entendeu o que queria dizer. Era melhor não saber de mais coisa.
  “Ei, presta atenção. Esta é uma ótima oportunidade para você. Agora pode ter ele perto todos os dias! ”
  - Tem razão. – respondeu de forma automática.
  - Sobre?
  “ Ah, sua louca. Para de falar sozinha.”
  - Ah, nada, minha consciência falando comigo. – disfarçou antes de respirar fundo e sentou ao lado dele, tirando o capuz e acariciando os seus cabelos – Você fica aqui, a gente dá um jeito nisso.
  - Obrigada. – a abraçou, beijando o topo da sua cabeça. - Eu não queria te envolver de nenhum jeito, mas de alguma forma, você foi a primeira pessoa que me passou pela cabeça. E de todos os lugares que eu quis estar, aqui é onde eu me sinto mais seguro agora.
  Foi uma verdadeira surpresa ouvir aquilo. Uma luz acendera em , transformando sua expressão preocupada em um sorriso singelo, envolvido em ternura. Entendia os riscos da situação. Estava embarcando numa verdadeira enrascada, mas estaria muito bem acompanhada pelo caminho. Talvez valesse a pena.
  “Ai meu Deus, o menino tá apaixonado!”
  - Estarei sempre de portas abertas para te receber. – disse com a cabeça afundada no peito dele. - Mas eu ainda to com raiva de você, viu? Nunca mais me deixe falando sozinha!
  - Eu prometo. – eles se separaram – Só a título de perdão, os pratos são meus enquanto eu estiver por aqui.
  - Obrigada, senhor! Por que não disse antes? Você já moraria aqui desde o primeiro dia que nos conhecemos!
  Eles sorriram, sentindo algo forte no peito dominar, como uma conexão nunca antes sentida por nenhum dos dois.
  Pareciam poder confiar um no outro e com esse sentimento bom, foram se ajeitar para dormir, enquanto o sol já ameaçava acordar.

Capítulo 3 – Como é para nós

   Viviam uma verdadeira vida de casal, dividiam as tarefas e até as contas, pois se recusou a ficar na casa sem ajudar. Os dois estavam numa sintonia quase perfeita, aproveitando a companhia do outro. Tinham uma personalidade muito parecida, apesar de todo o mistério que rondava , sua expressão fechada quando recebia uma ligação ainda mais misteriosa que a vida daquele cara. Viviam bebendo, se divertindo com pessoas aleatórias, curtindo todas as noites como se fosse a última.
  Mas apesar de parecidos, tinha uma curiosidade muito grande sobre os detalhes que ele teimava em omitir e esconder. E incomodava não saber o que estava realmente acontecendo.
  - Já vai sem tomar café? - perguntou quando o viu pegar o casaco e rumar para a porta.
  - Não posso me atrasar, tenho uma reunião importante. - respondeu voltando para dar um beijo na testa dela.
  - Com quem? - não conseguiu esconder a curiosidade. - Assunto importante?
  - Com um grande empresário, não posso deixar ele esperando, né?
  Sem dar muitos detalhes, pegava o seu caminho ao encontro de vários empresários que não possuíam nome ou atividade definida. Quando perguntava o que ele fazia, dizia que trabalhava como representante comercial, que hora lidava com vendas outras com intermediação entre empresários, mas nunca adentrava sobre o quê eram essas vendas.
   precisava saber o que estava acontecendo e naquele dia tomou uma decisão. Iria segui-lo para descobrir exatamente sobre o que ele falara.
  - Vai lá. Bom trabalho – o assistiu bater a porta atrás de si.
  Pegou o celular, deu dois toques e o guardou no bolso.
  “O que você vai fazer?”
  - Segui-lo, é agora que eu descubro.
  Decidida, pegou rápido sua bolsa e desceu as escadas o mais rápido que pode, ainda em tempo de vê-lo saindo em sua moto.
  Antes que saísse do prédio e corresse em direção ao seu carro, estacionado na porta do prédio, um veículo preto, com vidros escuros parou ao seu lado, revelando uma figura muito conhecida.
  - Você não pode fazer isso!
  - Cala a boca, . - disse grossa abrindo a porta do seu carro – Eu pre-ci-so.
  - Eu vou. - respondeu decidida – Você não pode se arriscar desse jeito.
   bufou, mas não tinha muito tempo para discutir, a cada instante estava mais e mais distante.
  - Vai logo, antes que você o perca!
  - Fica tranquila, tenho meus meios. - sorriu de lado.
  O carro acelerou e em poucos segundos sumiu de vista, deixando olhando o nada.
  Respirou fundo, se acalmando, afinal, não havia mais o que fazer além de esperar alguma notícia da amiga.
  Subiu novamente as escadas, se jogou no chão gelado, esfriando a temperatura do corpo e a mente. Mas logo se sentiu entediada, não existia nada mais chato que esperar. Levantou-se, andando de um lado para o outro, na esperança do tempo voar, por que correr ainda não era o suficiente.

   Quando o relógio bateu indicando que havia dado 11 horas da manhã, deu um pulo batendo palmas. Ela continuaria esperando, mas pelo menos, esperaria tomando uma boa taça de vinho, cozinhando o seu almoço.
  A garrafa já ia embora pela metade quando seu celular vibrou com a mensagem de .
  Acho que o príncipe é um sapo mesmo
  Logo depois, reccebera uma foto de em um dos parques mais movimentados da cidade abraçado a uma loira alta e sorrindo, do mesmo jeito que ele sorria para ela. A loira parecia ser alguns anos mais velha que ele, porém, na foto, ninguém parecia se importar com isso.
  Deu um longo gole da própria garrafa e sentou-se no sofá, se perguntando o que faria a seguir.
  
  Quando abriu a porta, se perguntou o que havia acontecido. Havia algumas garrafas em cima da mesinha de centro e uma jogada no sofá, aparentemente dormindo.
  Ele a pegou no colo e percebeu que quem bebera tudo aquilo só poderia ter sido ela. Enquanto caminhava, ouviu ela choramingar.
  - Tudo bem, tudo bem. – a ninou até coloca-la na cama.
  - Não é justo. – disse embolando as palavras enquanto se enrolava com seu edredom.
  - O que não é justo, baby? – disse, se colocando ao lado dela e fazendo carinho na sua cabeça.
  - Você ser você. Eu ser eu. – virou-se se enroscando no peito dele, agarrando-o com todas as forças que tinha naquele momento. – Eu preciso te odiar, mas como, se eu estou apaixonada?
  Ele sentiu algumas lágrimas molharem sua camisa.
  - Me odiar?
  - É, você não vale nada.
  - E você passou da conta hoje. - gargalhou alto, se desvencilhando dos braços com um beijo na testa, vendo-a retornar a mais uma etapa do sono.

   A dor de cabeça acordou no meio da madrugada, tateou o espaço ao lado, se perguntando como teria ido parar ali, tocando na pele fria de , que dormia profundamente.
  Com dificuldade, sentou na beirada da cama e ligou o abajur do seu lado. Sorriu em reflexo ao ver que antes de ir dormir colocara um copo com água e um analgésico em cima, para quando acordasse com ressaca.
  Por que ele tinha que ter feito isso? Era a única pergunta que rodeava a o pensamento de , enquanto caminhava lentamente em direção ao banheiro.
  Por que nada podia ser simples e descomplicado? Por que tinha que ter se metido com ele? Logo com ele?
  Ainda estava bastante chateada com isso, quando retornou a cama e encostou seu corpo ao de , numa conchinha.
  A sensação da pele dele com a sua tinha ficado presa em sua cabeça e ela não conseguia evitar os arrepios quando o beijou repetidamente a nuca e ouviu um gemido de quem estava gostando do que acontecia. Suas mãos passeavam pelo abdômen definido, sentindo o movimento do diafragma a cada respiração. Logo suas mãos desceram delicadamente, alcançando a barra da cueca samba canção que ele usava para dormir.
  - Que ótima maneira de ser acordado. – ele comentou, se virando para ficar frente a frente com .
  Ela sorriu, enchendo a mão com uma das melhores partes de , enquanto trocavam beijos efervescentes. Ele puxou a perna dela, fazendo-a se enroscar na sua cintura e direcionou sua mão para entre as pernas de . Enfiou-se por dentro da calcinha, arrancando um gemido abafado.
   fechou os olhos, sentindo aqueles dedos massagearem delicadamente o ponto certo da sua intimidade com movimentos circulares. A umidade aumentava na mesma medida da intensidade dos movimentos. Desistiu do que estava fazendo, se concentrando apenas na mágica que estava fazendo acontecer ali.
  - Mais rápido. – pediu, tendo seu desejo atendido imediatamente.
   sentia o calor exalar pelos seus poros. Aumentando consideravelmente quando sentiu os dedos de invadirem o seu interior, gemeu alto demonstrando o quanto estava bom. Mais um pouco e chegaria ao ápice.
  Mas ele interrompeu o movimento, se colocando por cima dela. Rapidamente tirou a parte de baixo dos dois, encaixando-se a ela. sentiu a pressão, levando a um arrepio de satisfação, e como demonstração, agarrou os lábios de com os dentes, sem machuca-lo, mas com a intenção de tirar um pedaço. Aquele cara a deixava insana.
  Os movimentos mantinham a mesma frequência, com alguns aumentos de vez em quando. não conseguiria esperar mais, todos aqueles estímulos se converteram em um estremecimento que percorria dos pés a cabeça, seguido de uma sensação de relaxamento completo.
   gemeu mais alto ainda ao ver que a mulher havia alcançado a sua plenitude, intensificou os movimentos. As gostas de suor molhavam seu cabelo, até que numa última estocada viu os pelos eriçados do homem e ele praticamente desabar em cima dela.
  Ela o abraçou o mais forte possível.

  Depois do dia em que recebera as fatídicas fotos de com outra, todos os dias o assistia sair e voltar para casa e pegava-se confusa com o que sentia. Não podia estar realmente apaixonada, mas incomodava bastante saber que estava sendo traída.
  Não deixou transparecer qualquer desconfiança, levou tudo na melhor maneira, até por que precisava se manter calma diante dos acontecimentos. Não era ali, nem dessa forma que aquilo terminaria. Precisava apenas manter a calma e o foco.
  Deitou no sofá após um estressante dia de trabalho, querendo apenas relaxar ser transportada para um novo mundo. Exceto que seu celular vibrou no momento exato em que imergia, avisando que chegara uma mensagem.
  Bufou com aquela interrupção, pegando o celular.
  Voltarei tarde, não me espere. XX
  Rolou os olhos ao ler o que estava escrito. Claro que voltaria tarde. Já não bastava as inexplicáveis saídas no meio da noite, agora também começaria a chegar tarde em casa. Em pouco tempo, acreditava, nem estaria mais ali. Encontraria outro lugar e seguiria sua vida, enquanto ela ficaria o esperando. Porém viu uma boa oportunidade ali de tentar descobrir algo por trás do mistério que era . Deu dois toques no celular e o desligou.
  “Mas o que foi agora?”
  - Não posso ficar de braços cruzados esperando ele me contar alguma coisa! - falou alto sozinha. - Vou revirar as coisas dele, para saber se não deixei passar nada.
  “Ele nem tem tanta coisa assim, será que vai sair alguma coisa interessante dessa aventura?”
  - Bem, não custa tentar.
   rumou para a cômoda em que guardava suas coisas. É verdade que ele entrou lá com apenas uma mochila e uma caixa com coisas pequenas, de valor sentimental, porém não vira nada de substancial.
  Esperava encontrar respostas, mas não tinha tantas esperanças assim. O que quer que escondia, fazia muito bem, sem deixar rastros.
  Subiu em uma cadeira para alcançar o que tinha em cima do guarda-roupa, pegando uma caixa que lá estava. Colocou com delicadeza em cima da cama. Viu a mochila de guardada lá dentro.
  “O que temos?”
  - Nada de interessante. - comentou sem emoção, enquanto revirava a caixa quase vazia com apenas alguns carregadores de celular já corroídos, livros e alguns souvenires. - Só umas tranqueiras sem valor.
  “A mochila.”
   balançou a mochila, tentando descobrir se tinha mesmo alguma coisa antes de abri-la.
  - Parece vazia, mas eu ouço um mexido. E tem mesmo uma coisa grande e maciça por dentro.
  Abriu todos os zíperes, mas não encontrou nada. Sacudiu de cabeça para baixo, na tentativa de derrubar o que quer que estivesse lá dentro, mas fora alguns papéis, nada mais caiu.
  - Tem alguma coisa aqui, mas não consigo achar.
  “Olha no fundo, se não tem nenhuma abertura disfarçada”.
  Enfiou a mão e tateou por todas as paredes do objeto incansavelmente. Estava quase desistindo quando descobriu um outro zíper por dentro do revestimento, no encontro da costura, tão imperceptível que não acreditou quando o abriu e viu um envelope gordo lá dentro.
  Curiosa, abriu com pressa o envelope.
  - UAU! - abriu a boca espantada com o que vira – Eu nunca vi tantas notas de 100 juntas. Deve ter pelo menos 50 mil dólares aqui!
  Jogou todo o conteúdo no chão, espalhando os montes de dinheiro. O tilintar de metal atingindo em cheio o chão ecoou pelo quarto, fazendo duas chaves brilharem, refletindo a luz do quarto.
  - Duas chaves. – pegou-as, observando. - De onde serão?
  “Mais nada?”
  Deu uma última olhada no envelope, mas não havia mais nada. Só o dinheiro e as chaves.
  - Eu vou descobrir de onde elas são. - comentou decidida.
  Guardou o dinheiro e as chaves novamente, colocando a caixa do jeito que a encontrara. Se guardava tanto dinheiro assim em casa é por que o que quer que tenha se metido, era necessário ter essa quantia em mãos para qualquer eventualidade.
  - Será que ele planeja fugir em algum momento?
  “Talvez. Essa chave aí que precisa de uma explicação urgente!”
  Parou por um momento, refletindo sobre seus próximos passos. Uma onda de descontrole pairou sobre sua cabeça e seu olhar voltou-se direto para a cômoda de roupas.
  Estava certa de que havia alguma coisa lá, que explicaria o que acabara de encontrar.
  Começou a revirar as gavetas, à procura de alguma coisa que lhe fosse útil, que desse sentido para o que acabara de descobrir.
  - Nada! - dizia enquanto bagunçava as gavetas – Não tem nada aqui!
  De repente, sentiu o arrepio de alguém lhe observar, parando instantaneamente o que estava fazendo.
  - Que diabo está acontecendo? - cortou o silêncio com um grito estridente.
  Ela se virou devagar, o vendo sustentar uma expressão nada amigável, preenchida de uma raiva tão grande que conseguia ver exatamente o que os outros chamavam de cólera.
  - Você perdeu a cabeça? - ele caminhou até ela. - O que você está fazendo mexendo nas minhas coisas, ?
  - Você disse que ia chegar mais tarde! - ela tentou desconversar.
  - Eu fiz uma pergunta. - a agarrou pelos braços.
  - Na-da. - respondeu se encolhendo, com medo do que ele poderia fazer. - Me solta, você tá me machucando!
  Ele apertou ainda mais forte. contraiu os punhos o mais forte que pode.
  “Calma, respira. Ele não vai te machucar.”
  - Te machucando? Quem você pensa que é para mexer nas minhas coisas assim?
  - Eu só – não tinha certeza alguma no que falaria, estava concentrada em não sentir as dores que estava sentindo – estava procurando um colar que eu perdi.
   a soltou ainda cheio de fúria.
  - Você não parecia fazer isso. - disse entre os dentes, abrindo todas as gavetas. - O que você estava procurando?
  - Eu já disse, . - seus olhos encheram de lágrimas. - Meu colar.
   se jogou em cima da cama, fungando.
  - Você acha que eu vou acreditar nisso, ?
  - Mas é a verdade!
  - Que verdade?! Eu não sei o que você está procurando, mas não está aqui.
   abriu a única gaveta que não conseguira ver ainda, pegou um pequeno bloco de notas e colocou discretamente no bolso de trás.
  - Essa foi a última vez que você faz isso. - ele ameaçou batendo o pé para fora de casa.
  - Não, baby! - correu atrás dele, fazendo-o parar no meio do caminho. - Pára! Para onde você tá indo?
  - Não te interessa. Você foi louca o suficiente de revirar minhas coisas.
  - Por favor, . Não faz isso comigo. - forçou um abraço. - Eu não fiz por mal.
  - Não importa.
   deu as costas, deixando desolada com a cena da porta batendo.

Capítulo 4 – Se você me amar certo

  Passaram-se dias desde que saíra de casa e não dava mais notícia alguma. Ele sequer havia saído com suas roupas ou retornado para pegar qualquer coisa que fosse.
  Será que era assim que terminariam? Com ele simplesmente dando as costas e indo embora, sem pensar em um segundo pelo que viviam?
  Cansara de ser ignorada pelo telefone, precisava fazer alguma coisa. Não podia ficar sentada vendo o tempo passar e perder ele cada dia mais.
  Havia um lugar em que teria as respostas que procurava: 'The Pub'. O bar que conheceu e que ele frequentava assiduamente. Alguém por lá daria alguma informação relevante.
  Em pouco tempo, falara com os atendentes certos, que haviam visto os dois juntos e conseguiu convencê-los a contar onde poderia encontrar e se encontrou no caminho para o bairro nobre da cidade, onde só se existiam verdadeiras mansões pelo caminho.
  O grande número 41 em dourado ao lado de um portão imponente, não deixava qualquer pessoa perdida à procura da casa.
  - Gostaria de falar com . – informou ao segurança mau encarado que ficava na entrada.
  - Como é o nome da Sra?
  - .
  Em um idioma desconhecido, que acreditou se tratar de russo, o segurança trocou algumas frases pelo rádio, deixando-a passar logo em seguida.
  - Onde é que eu to? – foi se perguntando até chegar a uma porta de madeira clássica com detalhes em vidro.
  “Rapaz, se o grande segredo dele é que ele é rico a esse ponto, abre os braços e vai com fé”.
  Não conseguia imaginar atrás daquela porta. Aquele lugar era luxuoso além da imaginação, os jardins eram exuberantes e cada detalhe daquele lugar exalava riqueza.
  Fez menção de tocar a maçaneta, no entanto, outro segurança mau encarado, melhor armado que o primeiro, abriu a porta, fazendo gestos para que ela entrasse em casa. Dava para ver uma pistola de cada lado em sua cartucheira, que fez engolir seco ao vê-lo fechar a porta.
  Por dentro, a casa era ainda mais magnifica. Toda revestida em madeira, a porta ficava em frente a uma escada que se dividia em duas até o próximo nível. Era extremamente lindo. Uma luminária de tamanho desproporcional com milhares de cristais dava o toque final aquela parte da casa. Havia corredores para os dois lados, porém não era possível ver os outros cômodos.
  - A bolsa. – o segurança ordenou com sua voz grossa e um sotaque diferente.
  “Esse cara está muito armado para o meu gosto, isso é bem revelador”
  Obedeceu entregando o que havia sido solicitado.
  - Estou procurando por . – tomou coragem para perguntar – Você o conhece?
  Não houve resposta. O segurança continuou revirando a bolsa, abrindo a carteira e verificando a identidade da mulher. Colocou a bolsa no chão e se aproximou, abrindo os braços.
   entendeu a mensagem. Ele queria revista-la, mas por que diabos alguém quereria fazer isso numa casa como aquela? Imaginou as pessoas milionárias sendo muito mais educadas com as visitas.
  Incerta, abriu os braços. O segurança parecia não ser a pessoa certa a querer contrariar.
  Antes que ele colocasse as mãos em , alguém apareceu interrompendo a ação do cara.
  - Não precisa, Gleb. Ela está limpa.
  Era com seu semblante sério e altivo que descia a escada.
  - As ordens são de revistar qualquer pessoa que entre, .
  - A ordem agora, Gleb, é você deixar essa moça em paz. – disse pretencioso, pegando pelo pulso. – Eu me responsabilizo com Polina.
  Ela sorriu ao vê-lo usando o escapulário que havia dado de presente.
  “A GENTE TA NA CASA DA POLINA, ! HAHAHA Você merece todo os presentes do mundo!”
  - Polina? – se fingiu de desentendida. – Quem é essa?
  O guarda resmungou alguma coisa no que parecia ser russo, como o primeiro, no entanto, para a surpresa de , pareceu brigar com o cara usando o mesmo idioma.
  - Você fala russo? – perguntou assustada, se soltando.
  - Ucraniano.
  - UCRANIANO? – repetiu alto ainda mais surpresa – Quem no mundo fala Ucraniano?
  O segurança limpou a garganta alto, chamando atenção. Parecia ofendido com as palavras de .
  - Desculpe – disse sincera – Mas por que diabos você fala ucraniano?
   fechou os olhos, suspirando.
  - Quem é essa, bonitão? – uma mulher loira e alta perguntou, com o mesmo sotaque acentuado dos guardas, do alto da escada e desceu elegantemente com seu louboutin, seguida por dois homens de ternos que franziam o cenho com a cena.
   “É ELA?! Pensa rápido, !”
  Imediatamente colocou a mão no peito, como se tivesse sido atingida por alguma coisa. Não podia ser. Era a mesma loira alta que estava na foto que havia enviado.
  - O quê? – gritou e deu um tabefe na cara de – Eu te acolhi, . E você me retribui me traindo com essa vadia?
  Numa reação rápida, o segurança sacou a arma e apontou para uma que estava sendo contida por . Quando viu a arma apontada em sua direção, gritou de susto, fazendo a soltar, colocando as suas mãos no seu próprio rosto.
  - Ah, Gleb, não exagere. – A loira pegou o cano da arma e abaixou – Não está vendo que a garota está assustada?
  “Garota? Quem ela pensa que é?”
  - , se controla. – colocou as duas mãos no ombro dela para pedir e se virou para a loira. – Polina, me desculpe, eu resolvo isso.
  - Resolve? – a loira colocou seus braços ao redor do pescoço de , fazendo trincar os dentes imediatamente. – Tenho uma maneira mais fácil de ensinar quem é a vadia aqui.
  “Qualquer que seja a coisa que ela fará, saia correndo.”
  Polina o pegou pela nunca, beijando-o com intensidade, se separando logo depois.
  - Agora você entende quem está sendo traída aqui?
   prendeu o grito dentro de si, sentindo o ultraje de ter visto aquela cena, de estar ali naquele cômodo. Pegou a bolsa no reflexo e saiu correndo, sem olhar para trás.
  Agora era a vez de sentir o desespero de ver a porta batendo, levando para longe. Enquanto Polina gargalhou, sendo seguida por todos os outros homens na sala.
  - Você não facilita para o meu lado, hein? – a repreendeu.
  - Por favor, bonitão, em dois tempos você dá jeito nisso. Conserte essa bagunça e que isso não volte a acontecer.

  

  Mais uma vez, se via na companhia da sua garrafa preferida de vinho e sua melhor amiga, em seu apartamento.
  Contava a o que estava sentido depois de tudo o que havia acontecido no dia anterior, enquanto a amiga ria sem parar.
  - Bom, pelo menos sai viva daquela fortaleza. – também abriu o sorriso ao finalizar a história.
  - Que inveja! Queria ser você nessas horas. Adoraria ter finalmente conhecido Polina, a amante do meu namorado.
  - Você ri, bonita, por que não era você sob a mira daquela arma, indefesa.
  - Ai, . Não vá contar essas histórias para os seus netos.
  - Ah, para. Claro que eu vou contar, mas a versão editada!
  As duas gargalharam juntas, sendo atrapalhadas pelo celular de que apitava desesperadamente, chamando a sua atenção. Fitou a tela do celular, indo em direção a janela.
  - Uh, parece que as coisas são esquentar por aqui. – brincou.
   correu para saber o que a amiga estava olhando e observou aquele cara que conhecia muito bem entrando no prédio.
  - Opa! não achei que ele viesse tão cedo. – parou por um segundo atônita – E você está aqui!
  - Ai meu Deus, eu to aqui! – se desesperou – ! Eu to aqui!!! Eu não posso estar aqui!!!
  - Você não pode estar aqui!!!
  Correram juntas pelo apartamento, na esperança que um portal se abrisse e tirasse daquele lugar.
  - Ok, para. – agarrou a outra pelos ombros – Você não pode, mas está aqui. Vamos lidar com isso.
  - Ok. – a amiga respirou fundo – Como?
  - Não sei! – se emburrou, cruzando os braços.
   foi novamente para a janela, analisando.
  - Muito alto. Podiam ter te arranjado um apartamento num andar térreo.
  - Podiam, mas agora estamos aqui!
  As duas se entreolharam quando ouviram a chave no trinco e a porta travar com o pega-ladrão.
  - , sou eu, deixa eu entrar. – suplicou – Por favor.
  - Eu tive uma ideia. – cochichou. – Enrola ele.
  - O que você está fazendo aqui? – obedeceu e disse encostando na porta com uma cara desolada. – Eu não quero te ver.
  - Eu preciso te explicar o que aconteceu, baby.
   fez sinal para continuar enrolando, enquanto colocava a sua echarpe na cabeça, para imitar hijab, o véu islâmico que cobria o colo e a cabeça.
  - Não precisa, eu sei muito bem o que eu vi. E aquela sua desculpa de que eu estava mexendo nas suas coisas caiu direitinho com seus planos, não foi?
  - Não, . Deixa eu entrar. Vamos conversar.
  Viu levantar o dedão, avisando que estava pronta, o que fez rolar os olhos.
  - O que foi? – perguntou impaciente, tentando se enfiar pela porta para saber o que acontecia – Quem está aí?
  - Só um segundo. – sorriu forçado, batendo a porta na cara de .
  Ouvindo as batidas desesperadas na porta, correu até o seu guarda-roupa, pegou um casaco e deu para .
  - Ninguém vai acreditar nessa sua versão mulçumana com os braços de fora, besta.
  - Bem pensado! Pode abrir, pode abrir. – vestiu o casaco, cobriu a boca e o nariz com o lenço, deixando apenas seus olhos de fora.
   quase levou um murro, pois abriu a porta com preparado para batê-la.
  - Baby! – ele entrou com pressa segurando um buquê em uma mão e a abraçando com a outra – Promete que vai me ouvir?
   ofereceu o buquê de rosas para , vestindo o seu melhor olhar arrependido.
  - Bem, essa é minha deixa. – fingiu um sotaque que mais parecia de um indiano tentando falar francês. olhou desconfiado para ela. – Olha o preconceito, gato. Não é por que eu estou de véu que sou terrorista, ok?
   tentou esconder o sorriso, vendo um sem graça.
  - Essa é minha amiga - apresentou - Joana.
  - Amani.
  As duas falaram o nome ao mesmo tempo.
  - Joana Amani. – se apressou em explicar, não deixando abrir a boca. – Sabe comé, os pais libaneses sonhando com o ocidente, tem dessas coisas de querer homenagear tudo, né? Olha o preconceito.
  - Não sabia que tinha amiga mulçumana. – tentava não ofender.
  - Algum problema? Eu não sabia que saia com caras de fraternidade. Você não está um pouco velho para isso?
  - Mas eu n-
  - Ta certo, JOANA AMANI. – chamou a atenção – Não está na hora da sua oração?
  - Ah, sim! – pareceu se lembrar de que precisava ir embora correndo – Minha oração. Não posso perder, né? Beijos, até mais.
  A porta bateu, sobrando apenas um confuso e uma com uma cara nada boa segurando as rosas que ele havia lhe dado batendo o pé, esperando o que quer que ele tinha para falar.
  - Eu errei. – disse chegando perto e acariciando as bochechas de – Eu não deveria ter desconfiado. Você sempre foi boa para mim, sempre faz eu me sentir em casa. Eu reagi mal a cena, estou no meio de uma negociação importante.
  - E, no entanto, a primeira coisa que você fez foi correr para os braços daquela lambisgóia plastificada. – se afastou emburrada.
   sorriu por um momento, mas logo voltou a ficar sério.
  - Na verdade, para ficar mais simples, Polina está é minha chefe. Digamos que ela precisa dos meus serviços assim como eu preciso que ela os mantenha comigo.
  - Bem vi os serviços que você ofereceu.
  - Não são esses serviços que eu faço. – ele chegou perto da orelha de , arrepiando seus pelos – esse tipo de serviço eu só presto a você.
  - Você tem certeza que não tem nada com essa tal?
  - Certeza absoluta, são assuntos apenas profissionais. – ele enrolou os braços na cintura dela.
  - Ela me parece perigosa.
  - Nenhum pouco. – beijou o pescoço de , a desestabilizando. – é apenas por segurança.
  Ele parecia sincero com suas palavras, não havia por que desconfiar, precisava dar um voto de confiança, afinal também havia mentido sobre estar mexendo em suas coisas.
  - Eu só preciso saber mais uma coisa. – ela olhou sério no fundos dos olhos dele – Como assim você sabe falar ucraniano?!
  Ele gargalhou e roubou um beijo prolongado. Era bom sentir aqueles lábios novamente, estava com saudade.
  - A necessidade faz coisas incríveis com os seres humanos. – ele sussurrou, voltando a colar as bocas em um beijo sensual e ávido.
  Não dava mais para controlar aquela força que havia tomado conta. retribuiu com intensidade, passeando suas mãos pelas costas dele. desceu os beijos pelo pescoço dela, fazendo-a sentir um calor instantâneo.
  Com jeito, ele a virou de costas bruscamente, beijando a nuca e colocando as mãos sobre os seios da mulher. Apertou com vontade, arrancando um gemido de , que sentiu uma sensação gostosa invadir, a fazendo juntar ainda mais os corpos, sentindo aquele volume dentro das calças dele querendo ficar livre. Ele a mordeu enquanto ela experimentava as pontas dos seus dedos.
   tirou as alças do vestido de , deixando o seu colo nu e a virou, ficando frente a frente novamente. Os olhos denunciavam todo o desejo, eles queriam um ao outro. Então ela puxou a camisa de , deixando a mostra o peitoral tão definido e viril que adorava.
  Voltaram a se beijar ansiosos, dessa vez com ele agarrando a bunda daquela mulher linda e delicada que se transformava numa selvagem ávida por ele. aproveitou o ensejo e pulou nos seus braços, fechando as pernas ao redor de . Os desejos se encontraram por cima das roupas, enlouquecendo ainda mais os dois.
   a carregou até o balcão da cozinha e afastaram tudo o que estava em cima, sem se preocupar com a bagunça que faziam.
  Ele a deitou, beijando e lambendo os seios, que já estavam a mostra. fechou os olhos apenas pensando no momento em que teria ele dentro de si. O sugar suave de nos peitos dela a fazia sentir tantas coisas ao mesmo tempo que era difícil descrever o momento maravilhoso que estava vivendo.
  Foi quando demonstrou que o que estava bom podia melhorar ainda mais e desceu os beijos, enquanto tirava a calcinha da mulher. Ao tocar com a língua no clitóris, desejou que aquele momento jamais acabasse.
  O modo com que ele a lambia e usava a língua era extremamente prazeroso e a única coisa que podia fazer era pedir por mais e mais. Quando ele enfiou seu dedo pela intimidade dela, tudo o que se ouviu foi um gemido alto, indicando que ele não parasse e assim continuou massageando meu ponto enquanto investia seus dedos nela.
   não conseguiria se segurar, nem queria, em poucos momentos iria alcançar o seu êxtase.
  - Vem, gostosa!
  Não havia mais nada além de obedecer. enfiou a língua onde seus dedos estavam, enquanto as mãos tinham se voltado para os seus mamilos.
   sentiu aquela onda de relaxamento invadir, descontraindo todos os seus músculos.
  Segundos depois, subiu, juntando as bocas e encaixando os corpos, fazendo-os se movimentarem de forma sincronizada. A única coisa que eles tinham a certeza é que usariam os seus corpos para diversão até que cada pedacinho parecesse acabado e então, usariam novamente.

   e haviam tirado o fim de tarde para apreciar o pôr do sol na cidade. Caminhavam sem pressa, abraçados pelo calçadão da cidade, que seguia pela orla. O píer era o lugar mais frequentado para amantes do fim de tarde. Sentaram na bancada, observando as pessoas passarem.
  - Acho que nunca confiei em alguém assim. – comentou, parecendo mais pensar alto do que querendo falar. Mas virou-se para olhar nos olhos de . – Não sei por quê, mas eu sinto que eu posso contar com você para qualquer coisa.
  Ela enrubesceu com a declaração.
  - Eu estou aqui para isso. – deu um beijo na bochecha dele, observando o sorriso crescer em seu rosto.

Capítulo 5 - Juro que não vai levar muito tempo

  - Posso perguntar uma coisa? – criou coragem, enquanto voltava para casa com . – Não tente me enganar, ok? Está bem óbvio para mim que você não trabalha com nada legal, mas até hoje eu não entendo. Que produto é esse?
  - ... – ele balançou a cabeça – Fica fora disso, pelo seu bem.
  - Eu já estou nisso. – entonou a palavra ‘já’ demonstrando que já sabia mais do que devia.
  - Você acha que eu te colocaria em perigo? – disse a abraçando forte, sem atrapalhar a caminhada.
  - Não é isso. Mas eu vi a cara da sua chefe, quem trabalha com ela. Eu me sinto parte. – soou mais sincera do que esperava. Estar com ele desde a primeira vez era estar envolvida em toda essa história.
  - Qualquer pessoa pode conhecê-la ou me conhecer, sem saber com o que lidamos, baby.
  - Como você se meteu nessa? – continuou o questionamento, cheia de curiosidade.
  - Eu sou um bom gerente e agarrei a oportunidade que encontrei. – deu de ombros.
  - Então você é gerente das operações ilegais da Polina, certo? – ela quis se certificar.
  - Dessa maneira você me faz parecer o vilão. – ele sorriu. continuou o encarando, esperando por uma resposta. – Jesus, mulher! Eu sou o gerente de operações ilegais da Polina, satisfeita?!
   devolveu o abraço apertado, entendendo que ali era o fim daquela conversa.
  Agora que estava tudo um pouco mais claro para , entender as saídas repentinas no meio da noite e as ligações misteriosas ficara particularmente aceitável. Porém, ainda sentia a necessidade de saber o que aquelas duas chaves que encontrou representavam e sabia que não podia simplesmente perguntar como quem não quer nada.

  Observou à vontade no sofá da sala, enquanto assistia um jogo de futebol que passava no domingo a noite. Ele bufou ao ver seu telefone tocar com o recebimento de uma mensagem. Com pressa e atenção, assistiu ele correr até o quarto e retornar anotando algo num bloco de notas.
  Ela, então, acordou.
  Talvez a resposta para o que estava procurando estivesse bem ali, nas mãos de . Se lembrou de quando ele a pegou mexendo pelas suas coisas e aquele bendito bloco fora o único objeto que se importou de levar consigo quando desapareceu.
  Aquilo fazia sentido, não fazia?
  - ? – chamou, a fazendo acordar dos seus pensamentos. Ela apenas respondeu com “hm” – Vou tomar um banho, você pede a pizza?
  - Claro, pode deixar.
   entrou no banheiro e tudo o que conseguia ver era aquele bloco em cima da mesinha do centro e a grande oportunidade de descobrir o que estava escrito ali.
  Foi até a porta do banheiro, se certificar que estava lá. Teve a certeza quando ouvira o barulho do chuveiro.
  Correu de volta para a sala, não havia muito tempo para ela. Observou que cada página havia um nome e números que para ela eram aleatórios. No fundo do caderno havia uma mensagem diferente que dizia “1- MBC 328 2- GD 14” em uma linha, na outra metade do papel estava escrito “917 10/08 19”.
  Tirou foto de todas as folhas e colocou correndo de volta no lugar, antes que retornasse.
  Voltou para o seu lugar, tentando encontrar um sentido para aquela última mensagem que lera. Será que as siglas seriam de um comprador? Mas os números não faziam sentido. Nada ali fazia sentido.
  - Ei! – acordou com as mãos de balançando na sua frente.
  - Eu perguntei se você pediu a pizza.
  - Ai, esqueci!
  - O que foi que você entrou no mundo da lua?
  - Nada não. Coisa do trabalho. Pepperoni?
   assentiu. ligou ainda tentando encontrar uma resposta plausível.

  O sorriso que exibia era o mais bonito que vira. Ele parecia genuinamente feliz naquela sexta-feira.
  - Como você está bonito hoje! – ficou na ponta dos pés para beijá-lo. – E feliz. Aconteceu alguma coisa especial?
  - Hoje é sexta! – ele a levantou, dando um giro no ar. – Se arruma, hoje as bebidas são por minha conta.
  - Demorou!
  Em alguns minutos se arrumou e saíram. Não demorou muito a chegar no lugar onde acontecia uma festa cheia de brilho, luzes e animação. A galera era embalada pelos últimos hits de DJs famosos, contagiando a todos.
  - Vou pegar uma bebida. Fica aqui. – falou no ouvido de , num tom mais alto devido ao volume da música.
  O seguiu com o olhar até o bar, mas logo se perdeu nos inúmeros rostos que se encontravam por ali. Se permitiu dar uma olhada ao redor. Não sabia o que esperar da noite e pelo sim, pelo não, deu dois toques no celular.
  - Alguém ligou? – apareceu ao seu lado, dando um leve susto.
  - A operadora mandando mensagem.
   deu de ombros, mostrando as mãos em que equilibrava duas doses de tequila em uma e na outra, duas canecas de chopp. brilhou os olhos, mostrando todos os dentes.
  - Tequila bomb! – pegou um de cada, roubando um beijo. – Por isso que eu te amo.
  “Quando eu acho que você tem salvação! Não me faça isso...”
  - Só por isso? – disse levantando uma sobrancelha.
  - Não só por isso, até por que se nós falarmos de corpo – ela o olhou de cima a baixo – você tem um perfeito. Tá de parabéns.
  Ele riu alto.
  - Ta certo. Mas vamos ao que interessa? – colocou a mão mais a frente, segurando a tequila acima da caneca. – Pronta?
   imitou o movimento.
  - Só se for agora!
  “Que mundo injusto!”
  Os dois contaram até três e viram a caneca engolir o copinho com a dose de tequila. Antes que alcançasse o fundo, os dois levaram as canecas a boca bebendo todo o conteúdo o mais rápido que conseguiam. olhava para enquanto tentava beber mais rápido que ele, no entanto, não teve sucesso.
  - Não vale. Quero uma revanche! – reclamou sorrindo e limpando a boca com a mão – Você tem que me dar 2 segundos de vantagem!
  - Por quê?
  - Você tem uma boca maior! – ela disse como se fosse óbvio.
  - E a sua é o quê? Já vi conseguir colocar uma coisa que de pequena não tem nada.
  A cara de confusão de só durou 1 segundo.
  - Ridículo! – gargalhou dando um tampinha no ombro.
  “Olha, eu não vou ficar aqui ouvindo essa pouca vergonha! Além disso, tenho mais o que fazer.”
  - Ta certo. – disse alto, um pouco confusa.
  - O quê? – perguntou.
  - Quero uma revanche! – ela repetiu tentando desconversar.
  Sem demora foi ao bar comprar mais bebida.
  Os dois estavam se divertindo como há muito tempo não faziam. Se sentiam livres na presença um do outro, bebiam o quanto podiam, gargalhavam sem pudor. fazia se sentir muito confortável com sua presença. Era um alívio poder se sentir relaxado por alguns momentos tendo em vista a vida que levava.
   A bebida parecia fazer seu efeito mais e mais.
  - Eu preciso ir no banheiro. – avisou mordendo o lóbulo da orelha.
  - Isso foi um convite? – devolveu o carinho, dando um leve chupão no pescoço dela.
  - Não, é sério. – ela riu – Voltou em dois minutinhos.
  Ele piscou.
  - Tudo bem, eu vou ver se encontro alguns caras com quem tinha marcado hoje. - ele explicou.
  Afetada pelas luzes que piscavam, com dificuldade chegou ao banheiro. Molhou o rosto agradecendo ao inventor da máscara a prova d’água, tentando retomar os sentidos. Parou por alguns minutos se dando conta de onde estava, com quem estava.
  Por que não podia ser mais um cara normal, que trabalhava das 9 às 5, como qualquer outra pessoa? Valeria a pena pedir para que ele se afastasse de todo perigo?
  Enxugou o rosto, continuando a se olhar no espelho. Sentiria falta dele.
  “Sai daí agora!”
  Retocava o batom quando sentiu o arrepio lhe atingir.
  Sem terminar, guardou tudo correndo e antes que abrisse a porta, invadiu o banheiro, fazendo as mulheres que estavam lá reclamarem.
  - A gente precisa sair correndo. Deu errado!
  - O quê? – perguntou confusa enquanto era puxada pelo pulso.
  - Um dos compradores estava sendo monitorado, a polícia o prendeu, mas eu consegui fugir. – ele corrigiu a frase. – Quer dizer, conseguirei, quando sair desse lugar.
   o parou por um segundo, pedindo calma. Precisava parar para pensar em uma boa saída, por que não conseguiriam escapar pela porta de entrada.
  - Fica aqui. – o fincou no corredor de acesso aos banheiros.
  - Eu não posso ficar parado – ele cochichou com raiva.
  - Eu sei. A gente vai sair, me dá um segundo para olhar o lugar.
  Confiando nela, deixou-a ir até a entrada dos banheiros e olhou todo o salão da festa. Estava procurando o lugar por onde iriam sair despercebido. Viu os dois caras que pareciam policiais a paisana falando com um dos barmans e apontando para onde ela estava parada.
  No bar oposto aonde encontravam-se os policiais, viu uma garçonete saindo por uma porta que dava para o depósito.
  “O depósito dá para os fundos. Você só vai ter essa chance”.
  Segurou o salto e fez sinal para que se aproximasse correndo.
  - Aquela porta é a nossa saída. – Apontou – A gente precisa correr, os policiais estão vindo para cá.
  Em questão de segundos, e correram, chamando a atenção da festa, abrindo caminho para os policiais. Pularam por cima do balcão do bar, passando pela porta que queriam.
  “A direita”
   puxou , virando a direita, com os policiais logo atrás deles. derrubou algumas garrafas, tentando diminuir o ritmo deles. Dava para ver a pouca luz do beco no fundo do bar, pois a porta estava aberta. Quando a atravessaram, pisou num caco de vidro, caindo sem poder correr mais.
  Uma moça de cabelos pretos ondulados e olhos amendoado entrou no beco, se assustando com a cena inesperada.
  - , corre. - pediu vendo o pé sangrar. – Ta tudo bem se eles me pegarem. Você quem precisa sair daqui o mais rápido possível. A gente se encontra em casa!
   estava hesitante, mas os policiais chegaram, apontando a arma para que se rendeu, mesmo se contorcendo de dor. Viu um deles sair correndo atrás de si e não pensou duas vezes.
  Porém, antes sumir na rua, passou pela mulher.
  - Meu chefe vai me matar por isso. – a ouviu reclamar e sacar uma arma para o cara que o perseguia. Sem querer descobrir onde terminaria, correu até não aguentar mais.

  Horas depois, quando o dia já amanhecia, um táxi parou na porta daquele prédio antigo já tão conhecido e de lá saiu uma abalada com o pé direito enfaixado. Uma lágrima desceu ao ver correr ao seu encontro e coloca-la no colo.
  - Você tá bem? – ele distribuiu beijos pelo rosto dela – Eles fizeram alguma coisa?
  Ela apenas o abraçou, aliviada.
  - Eu só estou cansada.
  - O que aconteceu lá? – perguntou com uma mistura de curiosidade e preocupação. – Quem era aquela mulher que apareceu?
  O coração de deu uma leve acelerada.
  - Uma segurança do local. Ela achava que eu estava sendo roubada, por isso acabamos indo todos para a delegacia, mas eu não fazia ideia do que eles estavam falando. Quando souberam que seu nome era Daniel Thermopolis acharam que tinham se enganado e me deixaram no hospital.
  - Você mentiu para a polícia? – ele riu. – Essa é minha garota.
  - Acho que posso ser considerada uma criminosa agora também. – o segurou com mais força - Mas, por favor, não me deixe passar por isso novamente.
  Sorrindo, ele a beijou no topo da cabeça.
  - Não sei o que teria feito sem você.

  Alguns dias se passaram desde o acontecido, levando a dar mais atenção a do que antes.
  - Bom dia, pumpkim pie! – ouviu ele a acordar.
  Com a dificuldade natural de quem estava apenas acordando, o viu segurando uma bandeja com o café da manhã.
  - Nossa, acordar assim deixa a gente muito mais feliz. – ela deu um beijo na bochecha dele, se afastando para ele sentar ao seu lado, apoiando a bandeja em seu colo. – A que devo essa honra?
  - Achei que você merecia. – ele respondeu passando a mão por entre os cabelos dela, dando um leve puxão e beijando o pescoço dela.
  - Não faz assim que eu me apaixono. – disse se entregando aos carinhos.
  Ele riu por entre os dentes, chegando perto do ouvido da moça.
  - Algum plano para hoje a noite, baby?
  - Depende. Se você tiver alguma coisa mais interessante em mente, eu cancelo o que quer que eu tenha.
  - Prometo que não vai se arrepender. Então, hoje às 19 horas. Coloque o seu lingerie mais sexy. – lhe deu um beijo no olho e voou para fora da cama – Eu vou tomar banho.
  - Isso não se faz! – jogou um travesseiro na direção dele.
  Rindo, mandou uma mensagem para , cancelando os planos de logo mais a noite.
  Logo se aprontou e era vez de . Meia hora depois, ela estava terminando de colocar a casa em ordem antes de pedir seu táxi para ir para o trabalho. O seu pé já havia praticamente sarado, mas ela evitava andar de carro para evitar forçar os ferimentos e retardar a cicatrização.
  - Hoje eu vou no centro, se quiser uma carona. – ofereceu entre goladas na sua xícara de café.
  - Fazer o que por aqueles lados? – franziu o cenho.
  - Preciso dar uma passadinha no Metropolitan Bank Central.
   pareceu se dar conta de algo, mas sorriu logo em seguida.
  - Vamos nessa? – disse pegando as chaves e a bolsa, sendo seguida por .

Capítulo 6 – Até que cada pedacinho se tenha ido

  - Pronta? - entrou no quarto, vendo colocar seus acessórios.
  - Pronta.
   observou pegar a caixa em cima do guarda-roupa. Tirando a mochila de dentro.
  - Para onde você vai com essa mochila?
  - Lugar nenhum. - colocou a mão dentro, procurando por alguma coisa, retirando as duas chaves que já conhecia. - Só preciso disso!
   se animou ao vê-las. Para onde quer que estivessem indo, encontraria todas as respostas para as suas perguntas. No mesmo instante, recebeu uma mensagem e foi correndo olhá-la.
  Hoje é 10 de agosto. Não use os brincos.
  Um olhar de confusão tomou o rosto de , mas não questionou. Desolada, na mesma hora tirou os brincos que sempre usara. Estaria sozinha naquela noite.
  - O que foi?
  - Nada. - deu um beijo em , tentando disfarçar sua expressão. - Estou ansiosa. Podemos?
   deu um tapa na bunda dela antes de saírem do quarto. Em alguns passos estavam entrando no carro de e indo para o destino.
  - Você não me disse para onde estamos indo. - ela perguntou com um curioso receio.
  - Surpresa. - piscou.

   segurou a reação quando observou a fachada do lugar. Nela gritava o número 917. Sua memória levou diretamente ao papel que havia visto e a mensagem que havia recebido mais cedo. 917 10/08 19. Lugar, data e hora. Mas não havia sentido ela estar ali, havia?
  Eles entraram, se deparando com um grande palco ao fundo e mesas espalhadas ao redor. O lugar era escuro, iluminado por luzes vermelha que a fazia lembrar um clube de stripper.
  - O que acontece aqui? - perguntou.
  - Essa é a maior casa de apresentação de Show Girls do estado.
   continuava sem entender, por que ele a levaria numa clube de stripper?
  - Você me trouxe para ver mulher pelada?
  - Não, baby – ele riu e explicou – Primeiro, não fale que Show Girls são strippers, principalmente na frente da Polina. Ela não gosta da confusão que fazem. Elas são dançarinas sensuais com pouca roupa, mas não significa que elas são vulgares. Segundo, a surpresa vem depois e a sós.
  - Polina está aqui?
  - Está. - confirmou de forma natural. - Ela é a dona.
  Eles atravessaram o lugar, entrando por uma porta escura quase secreta, dando para um novo cômodo, com uma música mais dançante. Era algo como o camarote do lugar, havia um grande sofá no canto, com um mesa baixa e era possível ver um pequeno corredor com algumas outras portas.
   reconheceu o segurança que tentou a revistar na casa de Polina vindo em sua direção, enquanto permitiu que ele passasse um detetor de metais pelo corpo, entregando o celular nas mãos dele. Logo após, voltou-se para .
  - Dessa vez você não me escapa. - ele sorriu de canto de boca com aquele sotaque estranho – Espero não encontrar nada suspeito. Seria um desperdício você trabalhar para os federais.
  Rolando os olhos, levantou os braços para que fosse revistada. O detetor apitou, fazendo o coração dela acelerar. Era o celular.
  - O celular fica comigo.
  - Mas- tentou argumentar.
  - Deixa, . Depois nós pegamos de volta. - a puxou.
  Caminharam em direção ao sofá. Ela pôde ver Polina e os outros mesmos dois caras que estavam em sua casa, bebendo, rindo felizes.
  - ! - Polina se levantou ao vê-la. - Fico feliz que tenha vindo, apesar da maneira como nos conhecemos. Sente-se.
  - Tudo bem, acontece. - disse sem certeza – eu acho.
  Polina gargalhou.
  - Não se preocupe. Ninguém lhe fara mal. É só uma questão de, como vamos dizer – tomou um gole da sua champagne – medida extra de segurança.
   pediu uma explicação pelo olhar a , mas Polina continuou.
  - Você não sabe o que eles estavam fazendo na minha casa – apontou para os homens – mas foi inteligente o suficiente para encontrá-la. E me conhecer. Acredita que o FBI não consegue fazer o que você, uma simples publicitária, fez? Então, não tivemos alternativa. Precisávamos de você aqui, na assinatura do contrato, para garantir que nada sairá dessa sua boquinha linda. - apertou com força as bochechas de . - Ou não levarei em conta meu querido e terei que dar um fim em você.
  Sem saída, tudo o que conseguia fazer era concordar, balançando a cabeça afirmativamente. apertou a mão que a segurava para tranquiliza-la.
  - Ótimo! Deixem as meninas entrarem. - ordenou.
  Um grupo de 3 mulheres entrou. Pareciam artistas burlescas com pouquíssima roupa, tapando apenas o bico dos peitos e usando a parte debaixo de um biquíni pequeno.
  Brilhavam e balançavam suas penas ao redor dos homens, colocando um sorriso estúpido em suas faces.
  Uma das dançarinas passou uma pena pelos braços de . Quando seus olhos se encontraram, a dançarina sorriu, a fazendo suspirar aliviada. Graciosamente, ofereceu a pena para ela, junto com uma algema, que exitou em pegar.
  - Alguém vai se divertir muito esta noite! - Polina meteu a mão nos objetos e jogou no colo dela.
  - Mal posso esperar para depois. - sussurrou sem seu ouvido.
  - Nem eu. - devolveu com uma mordida na boca dele.
  Os homens pareciam extremamente empolgados com as dançarinas, mas antes que o assunto principal perdesse o rumo, Polina mandou que as meninas parassem o que estavam fazendo, criando um clima de tensão no ar.
  - Depois vocês terminam os seus assuntos com as minhas lindas dançarinas. Agora vamos ao que interessa. Trouxeram o combinado?
  Imediatamente os homens se recompuseram. Um deles tirou um saquinho preto de veludo do bolso interno do paletó e colocou em cima da mesa.
  - Onde está o produto? - ele perguntou.
   colocou ao lado do saquinho uma das chaves.
  - Galpão das Docas número 14.
  Os dois trocaram os objetos. conferiu o conteúdo, fazendo uma pequena cachoeira de diamantes inundar sua mão.
   olhava tudo aquilo com atenção. Deveriam ter uns 50 diamantes ali, o suficiente para acabar com a fome na África, tinha certeza.
  - Foi um prazer fazer negócios! - Polina trocou aperto de mãos com os homens – Agora podem aproveitar as garotas.
  No mesmo instante, o clima de festa retornou e as três puxaram os dois para uma das portas do corredor, sumindo com eles depois que a porta bateu.
   guardou o pagamento da transação no bolso da frente da calça. Levantou-se junto a , fazendo um cumprimento com o queixo para Polina. A loira respondeu com o mesmo gesto e sentada assistiu guiar para uma das outras portas.
  Adentraram um quarto a meia luz, ornamentado com diversos tipos de diversão para casais, inclusive uma barra de ferro prateada para pole dance. sorriu de orelha a orelha, fazendo ficar animado com a sua reação.
  O beijou com vontade tirando sua camisa, conduzindo para onde estava a barra, fazendo-o gemer quando as suas costas quentes encontraram o gelado do ferro. Se separou, mostrando as algemas. entendeu o recado e colocou as mãos para trás.
  - Eu nunca vou esquecer isso. - Ele entoou com satisfação.
  - Tenho certeza.
  Assim que travou as algemas ao redor do pulso de , a porta se abriu, revelando uma das dançarinas com uma arma em punho.
   se assustou, tentando se livrar das algemas.
  - Dá próxima vez, eu quero ser a pessoa que vai seduzir o gato. Cansei de me fingir de muçulmana, segurança da boate, stripper. OK? - disse, se livrando do arranjo pesado em sua cabeça.
  - É Show Girl. Não pode confundir. - consertou com ironia a fala da amiga.
  - Que seja, não quero mais ter que lidar com esses policiais do distrito. Eles quase acabaram com a nossa operação. DUAS VEZES! A primeira quando invadiram a casa em que o nosso querido morava e segunda naquele lugar lá. Não foi você que teve que preencher um relatório do caralho para explicar que tava tentando salvar o bandido e a colega quando apontou a arma para um policial enxerido. Não quero mais ser a voz da consciência.
  - Que porra tá acontecendo? - chamou a atenção. - Me solta daqui, .
  Então ela se deu contar que faltava alguma coisa.
  - Oh, Desculpa, baby. Eu vou sentir muito a sua falta, mas eu te disse para não me deixar passar por isso novamente. - deu um beijo na bochecha dele.
  - Você não pode estar fazendo isso comigo! - ele dizia agoniado, se debatendo, claramente decepcionado com o que via. - Você não pode ser do FBI, eu confiei em você!
  As mulheres riram da cara confusa dele. passou a mão pela calça de retirando o pacote com os diamantes.
  - Ah, esqueci da parte em que eu tenho que deixar claro que nós somos do FBI e você está preso por tráfico internacional de drogas. Tudo que você disser pode e será usado contra você no tribunal. Você tem direito a um advogado e caso não tenha, será assistido pela defensoria pública.

Epílogo

  Relatório Oficial. Ação contra quadrilha de tráfico internacional de drogas. Comandada por Apollinariya Krwchevski, conhecida como Polina. Tendo como braço direito , tendo gravações autorizadas pela justiça em que ele informa ser o gerente de operações do referido grupo, confirmando ainda a chefia de Polina. A quadrilha fornecia drogas sintetizadas nos próprios laboratórios instalados na Ucrânia e vendiam para distribuidores aqui no país. Bem estruturada, a chefe Polina nunca estava presente nas vendas, por isso não era possível reconhecê-la. No entanto, um de nossos agentes se infiltrou, tendo acesso direto a casa de Polina e ao braço direito , assim foi possível armar uma emboscada em dia e hora determinado em que haveria uma das maiores vendas para uma outra quadrilha que atuava no norte do país distribuindo as drogas. Tem-se informação que por se tratar de uma grande transação, Polina quis pessoalmente tratar com os compradores, por isso foram todos presos no dia 10 de agosto do corrente ano, pela força tarefa designada para o caso. Sem direito a fiança, aguardarão julgamento no complexo penitenciário.
  Com os custodiados foram encontrados 32 diamantes, uma chave do cofre 328 do Metropolitan Bank Central, em que foi verificada o depósito de diamantes decorrentes das outras vendas dos produtos e uma chave do galpão das docas, número 4, onde foi encontrado 15 toneladas de drogas sintéticas que seriam distribuídas pelo país. Fora apreendido também 50 mil doláres.
  Gadgets devolvidos: um gps em forma de escapulário, pontos de comunicação em forma de brinco, 6 celulares e 1 carro, usados por nosso agente infiltrado.
  Equipe responsável: , , Thomas Dunn, Erick Schineider e Brooke Davis.

FIM.

  Nota: Primeiro, preciso contar uma coisa: eu entrei nessse desafio das songfics achando que seria bem fácil (sério), que música podia ser tão difícil assim de escrever uma história?! Aí vem no meu email que eu peguei Talking Body. EU NEM SABIA QUE A MÚSICA ERA DA TOVE LO! Eu já tinha ouvido, mas sem prestar atenção, tanto que fiquei bem surpresa. Aí veio meu próximo desafio: sobre o que eu ia escrever? Um casal que transa muito? Só isso? Não tinha enredo nenhum! Piorou por que eu não gosto de escrever fic restrita (por isso, me perdoem se não ficou como desejado), no entanto, eu parei para ver o clipe e me veio essa história maluca na cabeça. No fim, eu adorei tê-la escrito! Espero ter passado um pouco do sentimento de luxúria do qual trata a música. E ainda que não tenha conseguido, espero que você gostem do que leram! Comentem para eu saber o que acharam, é muito importante para mim. E se você chegou até aqui, muito obrigada!
  Mil beijos!