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#034 Temporada

Deja vu
Tomorrow X Together



Say it louder

Escrito por Julia Nakamoto

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  Quando morreu pela primeira vez, ele não havia realmente sentido a morte, lembrava-se sutilmente da dor de ser mordido e apagar, mas a pior parte havia acontecido depois que ele já havia ido para o além, sonhar com sua festa de formatura e os beijos de Kristen McGee. Quando ele morreu pela segunda vez, não só sua alma, mas seu corpo inteiro foram parar no inferno, ao lado de Lucifer e do Arcanjo Miguel. Mas quando morreu pela terceira vez... havia sido um grande nada. Aquele era o resumo da vida – ou morte – de...
  A terceira vez que morreu, ele não sabia que estava morto. Na verdade, não sabia sequer o que ou quem era. Era uma pessoa? Um animal? Talvez um ser inanimado... Ele não tinha consciência quando, poderia se dizer, abriu os olhos pela primeira vez depois da terceira morte. Adam ouvia algo ao longe, um som harmonioso e constante, mas naquela época ele não sabia o que era. Ele não sabia de muitas coisas, aparentemente.
  Foi ouvindo aquele som que, aos poucos, sua mente foi ganhando consciência e ele foi compreendendo o que estava acontecendo, ou pelo menos começava a conseguir dar nomes ao que ouvia e sentia.
  Aos poucos foi entendendo que aquele som que ouvia de forma constante na sua existência era uma voz, uma voz que dizia repetidamente uma única palavra, mas tudo parecia muito distorcido para ele entender do que se tratava. Com o tempo também foi aprendendo a nomear os acontecimentos, e aparentemente, aquilo pelo que ele estava passando se chamava “amadurecer”.
  Ele havia se acostumado a ouvir aquela voz, e com o tempo ela passou a utilizar mais palavras, mas enquanto ele não entendia a primeira, o restante não parecia ter sentido algum, eram só barulhos feitos por uma voz que ele gostava de ouvir.
  Ele não fazia ideia de quanto tempo havia passado desde que havia criado consciência, parecia muito tempo quando não se tinha – ou se sabia – como contar o tempo, mas o fato era que finalmente ele entendeu a primeira palavra.
  Adam.
  O que aquilo significava?
  Ele se lembrava de ter ouvido A Voz proferir aquela palavra centenas de vezes em vários tons diferentes. Às vezes parecia dizer a palavra em tom neutro, às vezes em tom eufórico e animado, por vezes parecia zangado, mas das últimas vezes que ouvira a palavra sendo repetida várias vezes, ela parecia ser entonada em uma nota triste.
  Adam.
  Quando as outras palavras vieram para formar o que agora ele sabia serem frases, o tom daquela voz parecia... esperançoso. Mas o que aquela voz esperava?
  Depois de um tempo, vieram os cenários, ele não estava exatamente lá, mas ao mesmo tempo sentia que conhecia aqueles lugares. E também havia a garota. Ela surgiu em meio aos cenários, parecendo de alguma forma refletir a ele mesmo e sua evolução.
  Adam.
  Ela parecia mover os lábios em perfeita sincronia com a voz quando aquela palavra surgia. Estranhamente, a voz e a garota pareciam tão... certas.
  A garota o levou para outros cenários no qual ele havia se tornado um garoto. Naqueles cenários, todos tinham algo que chamavam de nome, exceto ele e ela. Mas nenhum dos dois precisava de algo como um nome para poderem se entender, estavam em sincronia, ligados de uma forma inexplicável.
  Aqueles momentos que passou com ela... ele sentia que já os tinha vivido de alguma forma, mas era a primeira vez que via tudo aquilo, então era impossível que aquela coisinha o cutucando na alma fosse saudade. Como é que se tinha saudade de algo que nunca tinha vivido?
  Adam.
  Quando morreu pela primeira vez, ele sabia que ela havia chorado. Quando ele morreu pela segunda vez, ela havia morrido junto dele. Quando morreu pela terceira vez... ela estava ali, dizendo uma única palavra...
  Adam.
  Quando tomou consciência de que havia aberto os olhos, seus olhos, Adam Milligan estava confuso, encarando a ela.
  — Adam? — A Voz.
  Em um milésimo de segundos uma vida – e mortes – inteira preencheu a mente dele de uma só vez, o deixando atordoado.
  — Adam... é mesmo você? — sussurrou ela com o olhar vasculhando seu rosto, como se procurasse algo.
  — — foi tudo o que ele conseguiu dizer, despertando ainda mais memórias de sua vida e de suas três mortes.
  Nenhum dos dois saberia, mas suas almas estavam conectadas de uma forma que nem mesmo Deus – ou Chucky – poderia explicar, já que não havia sido ele a forjar tal conexão. Muito antes da palavra, muito antes do começo conhecido, Adam e já eram o lar um do outro, o ponto de retorno, o porto seguro. Adam ser a casca do Arcanjo Miguel e abrigar a Centelha Divina do Arcanjo eram meros detalhes...


  Notinha da Julia: Eu estava planejando escrever uma história com TXT mesmo (oi, Yeonjun <3), mas acabou que Adam Milligan gritou mais alto e quis ser o principal disso aqui OASKAPSKAPS
  Essa história provavelmente vai ser parte de uma long, se deus quiser.