Save The Last Dance For Me

Escrito por Beatriz Lobato | Revisado por Beezus

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Eu sei que você não quer ouvir falar de mim, mas eu pensei em tentar uma
ultima vez. Desculpe-me por não ter dito para você sobre o Toph. Eu estava com
medo, porque eu sabia o quanto você gostava dele. Eu espero que um dia você
entenda que eu não queria machucá-la. Eu espero que o seu segundo semestre na
França esteja indo bem. Eu estou animada porque há apenas dois meses para a
formatura, e eu não posso esperar para o baile! O SOAP tem um baile? Você vai
com alguém? O que aconteceu com aquele cara Inglês? Isso soou como uma
situação mais-que-amigos para mim. Enfim. Eu sinto muito, e eu espero que você
esteja bem. E eu não vou incomodá-la novamente. E eu não usei palavras grandes
porque eu sei que você odeia isso.

  Li o e-mail de Bridgette com lágrimas nos olhos. Bridgette, que até pouco tempo atrás era minha melhor amiga, minha irmã; quando eu iria pensar que as coisas entre nós terminariam desse jeito? Eu já não sentia tanta raiva dela por ter ficado com o Toph, mas depois de receber esse e-mail, sinto raiva de Bridgette porque ela vai ao baile com Toph. Ela vai ao baile, enquanto eu, presa aqui na SOAP nem terei um.
  Não que eu ainda me visse presa aqui na França, pelo menos não mais. Tenho amigos, o cinema, meus filmes, e até estou melhorando nas aulas, mas nesse momento eu sentia inveja de Bridgette. E daí que eu estou na França, na cidade luz e do amor, blá e blá? Ela vai ter que o que toda garota sempre quer... Um baile!
  Ela vai sem convidada, vai sair pra comprar um vestido, vai receber um buquê, e vai dançar uma música lenta com seu acompanhante. E o que eu terei? Uma noite sozinha no meu quarto. Dá para se sentir pior do que isso?

  - Está tudo bem, Anna? – Étienne, meu “melhor amigo sem benefícios”, perguntou.
  - Ah, mas é claro! Por que não estariam? – Respondi rudemente.
  - Bom, é que sua cara não me parece das melhores...
  - Será que é porque Birdgette e Toph vão ao baile juntos, enquanto eu e minha cara “nada das melhores” estamos presos aqui? – Continuei.
  - Anna, você ainda se vê presa aqui na França? Na SOAP? – Perguntou Meredith.
  - Ah... Não... Me desculpe Mer, não foi o que eu quis dizer... Quer dizer, eu disse isso sim, mas não do jeito que você está pensando. – Tentei sorrir para ela. – É só que... Eu realmente acreditava que o Toph gostava de mim, e que ele estivesse me esperando. Saber que ele e Bridgette estiveram juntos durante esse tempo me fez sentir mal, não tão mal porque, eu percebi que não estava apaixonada por ele. Mas eles vão ao baile, eles terão juntos outra coisa que eu não vou poder ter.
  - Anna, sentimos muito por você. Mas quero que saiba que, somos seus amigos, e estaremos aqui com você. – Disse Rashmi.
  - É, e quem foi que disse que não teremos um baile? – Se manifestou Josh, namorado de Rashmi.
  - Pensei que na SOAP não tivessem bailes de formatura. – Eu disse.
  - E não tem!
  Tudo bem, nesse momento eu estava bem confusa.
  - Termine seu raciocínio, Josh. – Berrou Rashmi.
  - Ora, quem são eles para nos dizerem o que teremos ou não? Nós podemos fazer nosso próprio baile!
  - Nosso próprio baile? – Perguntou Meredith. – E como vamos fazer isso, gênio?
  - Alugamos um salão por uma noite. Trazemos nossas próprias músicas e comida. Eu posso providenciar o local e decoração! Conheço um estúdio de artes de um amigo meu. Tenho certeza que ele não se importaria de nos emprestar por uma noite... Ele me deve alguns favores. – Foi dizendo Josh. – Étienne pode arrumar as bebidas, já que ele é o mais velho. E vocês, garotas, podem ir tomar conta de seus vestidos.
  - Isso é idiotice. – Foi à vez de Étienne se manifestar.
  - Não, não, não! Isso pode dar certo! – Falou Meredith. – Pessoal, eu sei que parece loucura. Até porque na maioria das vezes, o Josh só fala besteira, mas pode dar certo! Não tem nenhuma regra que nos impeça de dar uma festa fora da escola.
  - Meredith, por favor, geralmente você costuma ser a mais racional de nós. – Zombou Étienne.
  - Olha, Étienne, pela primeira vez na vida, acho que vou ter que discordar de você. Também acho que isso pode dar certo. – Disse Rashmi.
  - Vocês acham? Realmente fariam tudo isso por minha causa? – Perguntei.
  - Anna, estou cansada das normas e regas da escola. Apenas por uma noite, eu quero ser uma garota americana normal. Quero ter uma festa, sair e dançar, ouvir música tão alto que Paris inteira não consiga dormir! - Eu realmente não conhecia esse lado “selvagem” de Meredith. – E além do mais, para que servem os amigos?
  Naquela mesma tarde, Meredith, Rashmi, e eu, fomos à procura de vestidos para o baile. Josh foi à procura de seu amigo que cederia o local. Étienne foi o único que se opôs a ideia maluca de Josh, e mesmo assim, a contragosto, nos levou para comprar os vestidos. Tudo deveria ser feito o mais depressa possível, era sexta feira, e nosso dia marcado para o baile seria no domingo.
  - Azul celeste, com certeza é muito mais a minha cara. – Disse Meredith.
  - É claro, com o seu cabelo curto e estilo punk, eu não recomendaria rosa. – Zombou Rashmi.
  - O quê? Como assim, Rashmi? Você é asiática, por acaso eu disse pra você pegar um vestido amarelo mostarda?
  - E o que a minha nacionalidade tem a ver com isso?
  - E o que o meu estilo tem a ver com isso? Anna, quer dizer o quanto a Rashmi está sendo estúpida? Anna?
  - O quê? – Perguntei desnorteada.
  - Você nem escolheu seu vestido, está tudo bem? Pensei que estivesse animada com a ideia do baile, mas parece que você nem está aqui.
  - Ah, desculpa meninas, eu sinto muito! É que eu só estava pensando, por que o Étienne não gostou da ideia do baile? Eu sei que ele terminou com a Ellie recentemente, mas esse seria um dia para a gente se divertir, entre amigos sabe. Ninguém precisa ir acompanhado! A Rashmi e o Josh namoram, mas ainda temos você e eu, certo Meredith?
  - Ah, é... Sim, Anna. É um dia para nos divertimos, mas...
  - Mas? – Eu a incentivei.
  - Depois que concordamos em fazer o baile, eu meio que liguei pro Dave e convidei ele pra ir comigo...
  - Você o quê? - Rashmi e eu, perguntamos espantadas. – O Dave, Meredith? Não tinha ninguém melhor pra convidar não?
  - Ah, gente, não falem assim. Ele é um cara legal depois que se conhece.
  - Pensei que tínhamos combinado de não convidar ninguém! – Disse eu emburrada.
  - Não combinamos não, Anna.
  - Tá bem, mas devíamos ter combinado. E agora é como se nada tivesse mudado. Bridgette vai ao baile com Toph, eu vou ter um baile, mas vou sozinha! – Chorei.
  - Ei, ei, calma, Anna! Você e Étienne podem ir juntos.
  - Étienne nem quer ir à esse baile, quem dirá então comigo!
  - Sabe, Anna... – Começou Meredith. – Ouvi dizer, que Étienne não sabe dançar!

  Acordei bem cedo no sábado. Meredith e eu, iríamos decorar o tal estúdio do amigo de Josh. Ele havia conseguido emprestado, já que o tal garoto devia alguns favores a ele. Rashmi, Josh, e Étienne, iriam sair para comprar comida e bebidas. Étienne nos daria uma carona até o estúdio antes, pois estávamos cheias de seda, fitas, balões, luzes coloridas, e um aparelho de som muito pesadinho.
  - É esse o tal estúdio? – Perguntou Meredith.
  - É bem grande! – Também exclamei.
  - E eu disse que iria arrumar pouca coisa? – Disse Josh. – Ajuda a levar as coisas pra dentro, St. Clair. – Étienne revirou os olhos. Pegando o som a contragosto.
  - Eu te ajudo! – Me pus á seu lado, pegando as caixas menores. – E então, Étienne, você vai vir pro baile?
  - Eu ainda não acredito que você topou essa ideia, Anna! Bailes são tão superficiais. Eu não sabia que você gostava de coisas desse tipo.
  - Tem muita coisa que você não sabe sobre mim, St. Clair! – Enfatizei seu sobrenome. - E que tipo de coisa você imaginava que eu gostasse? Não gosto de só ficar trancada no meu quarto em um colégio internato, e ir ao cinema de vez enquanto. Gosto de sair, ouvir música, e talvez eu até dance! Sou uma garota! – Minha voz afinou mais do que o esperado.
  - Eu sei que você é uma garota, Anna! – Ele aumentou a voz.
  - Às vezes não parece! – Eu já começava a ficar nervosa.
  - Você quer ser minha acompanhante nesse baile?
  - Pode ser!
  - Tá ótimo então!
  - Tá!
  - Tá todo mundo bem aqui dentro? – Perguntou Meredith, aparecendo de repente.
  - O correto seria perguntar, tá todo mundo vivo ai dentro? – Zombou Josh.
  Rashmi também estava ali, segurando uma caixa de fitas decorativas. Há quanto tempo eles estariam assistindo aquele cena?
  Étienne St. Clair, havia me convidado para o baile. Não foi o tipo de convite que eu sempre havia sonhado, mas foi um convite do garoto que eu estava sonhando já há 9 meses.
  Quem sabe naquela noite de domingo, as coisas finalmente poderiam começar a acontecer entre Étienne e eu?

  - Você está incrível, Anna! – Disse Meredith, elogiando meu vestido cor de cereja.
  - Você acha? Tem certeza que esse vestido não é muito escandaloso?
  - De jeito nenhum, ele é perfeito!
  - Sim, St. Clair vai babar! – Falou Rashmi, com seu vestido cinza cintilante, nos fazendo rir.
  - Anna, você vai ficar bem aqui sozinha? – Perguntou Meredith. – Você sabe, né, que Dave é o único com permissão para dirigir. Sabe que iríamos com você se coubesse!
  - Não se preocupem, vou ficar bem. St Clair já deve estar chegando.
  - Tudo bem então, arrase essa noite!
  Eu estava nervosa, era a primeira vez, desde a nossa briga, que St. Clair e eu ficaríamos sozinhos. E não sozinhos de um jeito bom, quer dizer, não literalmente sozinhos. Iríamos ao baile juntos, mas nossos amigos estariam lá. Mas ele é o meu acompanhante, o que significava que deveríamos dançar alguma música lenta.
  Lembrei-me do que Meredith me disse na loja de vestidos: Étienne St. Clair não sabe dançar! Será que ele me convidaria para dançar? Obvio que não, já que ele não sabe, não iria pagar tal mico. Bem, espere, eu também não sei dançar! O que significa que Étienne e eu, ficaríamos sentados olhando pra cara um do outro a noite inteira.
  Pensando melhor agora, talvez essa ideia de baile fosse uma má ideia no final das contas!
  - Já vai! – Gritei, assim que percebi o barulho de batidas em minha porta.
  - Anna, anda logo ou iremos nos atrasar... – Um Étienne St. Clair, com smoking preto impecável. Eu não achava que aquele fosse um smoking comum, que se compra em qualquer loja de esquina. Aquele provavelmente deveria ter sido feita sobre medida para St. Clair, por ali, na frente da minha porta, sendo iluminado pela luz fraca do corredor, ele estava irresistível!
  - Você tá bonita...
  - Ah, o quê?
  - Han? Ah, disse que, você está muito bonita! – Corrigiu-se St. Clair, ajeitando sua postura.
  - AH, bem... Obrigada! Você também está muito elegante. – O elogiei. – Para alguém que não queria ir ao um baile superficial! – Tudo bem, admito, não resisti.
  - Ah é, é claro! – Tentou parecer natural ele, mas percebi que se sentiu incomodado com o meu comentário. – Trouxe isso pra você! – Em sua mão, Étienne segurava uma caixinha de vidro que dentro possuía um corsage.
  - Ah... Não precisava ter me trazido nada.
  - É, eu sei! Mas é uma tradição! Como eu disse, bailes: monótonos e superficiais. Deixa eu colocar em você.
  - Não precisa...
  - Eu insisto!
  Rapidamente, porém de um jeito delicado, Étienne me puxou pelo braço colocando o corsage em meu pulso.
  - Podemos ir agora?
  - Sim claro!
  Tranquei a porta do meu quarto, e pus minha chave que eu havia transformado em colar, para não perder, dentro do meu vestido. St. Clair havia notado que eu usava a chave, que não combinava nada com o vestido de festa, e riu do jeito atrapalhado que eu tentava esconder a chave.
  Ia seguir o mesmo caminho de sempre, até as garagens da SOAP, onde Étienne costumava guardar seu carro; juntamente com os outros estudantes. Porém, ele me assobiou de longe, acenando e apontando para o outro lado. Não entendi muito bem, mas o segui; St. Clair estaria pensando em ir à pé?
  Eu estava errada! Ao sair dos prédios da SOAP, pude notar, mesmo no escuro, que um carro grande e preto estava parado do outro lado da rua. De inicio não pensei que esse seria o carro que iríamos até o estúdio do amigo de Josh, onde aconteceria o baile. Mas me surpreendi quando St. Clair atravessou a rua, se pôs ao lado da porta traseira do veiculo, e a abriu, me indicando para entrar. Oh ma dame, Étienne St. Clair havia alugado um limousine para nos levar!

  O caminho até o estúdio do amigo de Josh foi silencioso. Vez ou outra, a perna de St. Clair tocava a minha, e como de costume, ele não parecia demonstrar efeito nenhum com isso. A viagem foi rápida, o lugar era perto da SOAP, quinze minutos, no máximo. Ao sair da limousine, Étienne estendeu o braço para mim. Não que isso era grande coisa, como ele mesmo disse, “é uma tradição”! Então deste modo, St. Clair estava sendo somente educado.
  Lá dentro, a música tocava e risadas altas podiam ser ouvidas até Notre-Dame. O lugar estava encantador, devo admitir, Meredith e eu tínhamos feito um bom trabalho com a decoração. Ao fundo, estava uma mesa enorme, cheia de aperitivos, guloseimas, doces, e ponche!
  Rashmi e Josh estavam dançando com mais quatro pessoas que agora eu não estava me recordando; “Quem as convidou?” Meredith e Dave estavam sentados conversando animadamente. Ops, já vi esse olhar em Meredith antes. Era o mesmo olhar que ele fazia quando ainda estava apaixonada por St. Clair. Fico feliz por ela... Quer dizer, por ela ter seguido em frente e ter encontrado alguém melhor. Não que eu não quisesse que ela não ficasse com St. Clair. Não que eu pense que St. Clair pertence à mim, na verdade, agora mais do que nunca, eu tinha certeza que os “sinais” que imaginei virem de St. Clair, eram somente frutos da minha imaginação apaixonada iludida.
  - Hey, Anna, aqui! – acenou alegremente Meredith, como se o lugar estivesse cheio de gente e eu não conseguisse encontra-la.
  - Oi, Meredith. Dave, bom te ver! – Ele sorriu, me cumprimentando.
  - Você está tãaaoo bonita!
  - Ah, é, obrigada, Meredith. Mas, eu já te vi hoje!
  - Eu sei, mas elogios nunca são de mais, não é mesmo St. Clair?
  - É claro, Meredith. Por falar, você está lidíssima.
  - Ah-há-há! – Ela soltou uma risadinha desgrenhada. – Para de bobagem, St. Clair, você não deveria estar elogiando a mim. Todo mundo sabe que você gosta é da Anna! – O quê?
  - Deixa eu adivinhar: O Josh batizou o ponche? – Perguntou St. Clair do modo mais educado de desviar o assunto.
  - Ah, ele só colocou algumas coisinhas! – Meredith estava bêbada? Eu nunca a vi bêbada! Por isso ela falou isso? Foi à bebida falando? Ou ela realmente estava nervosa por Étienne ter ido ao baile comigo? – Uou, essa é a minha música! Vem dança, Dave! Tchau pombinhos! – E ela saiu tropeçando e arrastando Dave pelo braço.
  - Ah... Isso foi estranho! – Eu disse tentando “brincar” com o ocorrido.
  - Meredith é meio fraca para bebidas. – Disse Étienne seriamente. – Você quer que eu vá buscar um copo para você?
  - Não, não. Obrigada! Prefiro não arriscar!
  - É, é isso então...
  - Sim, é isso...
  - Você quer dançar? – Perguntou Étienne, acordando-me do meu momento absorto, enquanto observava Rashmi e Josh e, Meredith e Dave.
  - Quê?
  - Dançar, Anna! Você quer dançar comigo?
  - Ah, é, não!
  - O quê? Por que não?
  - Porque você não sabe dançar! – Eu disse simplesmente, como se fosse a maior verdade do mundo.
  - O quê? Quem te disse isso?
  - Meredith! – Eu sei que não era certo dedurar uma amiga, mas queria que St. Clair soubesse que poderia confiar em mim com seus problemas de danças. – Não há do que se envergonhar, St. Clair! Muitas pessoas não sabem dançar.
  - É, eu sei! Muitas pessoas não sabem dançar, mas eu sei dançar!
  - Ah, St. Clair! Eu sei que você está acostumado em “saber de tudo”, mas você deve reconhecer que você não é perfeito e, que, você não sabe dançar!
  - Não, Anna, me escuta! Eu sei dançar. Só falei isso para Meredith uma vez pra ela parar de me levar nas boates.
  - O quê? Então você mentiu para a sua amiga?
  - Não foi bem uma mentira!
  - Foi uma mentira, sim. E uma mentira feia!
  - Ah, tá bem! Eu menti, como todas as outras pessoas. Nossa, eu não sou perfeito! Que novidade! – St. Clair disse em tom de ironia. – Agora que sabemos da terrível verdade, quer dançar comigo?
  - Não!
  - Anna! Por que não, agora?
  - Porque... Eu não sei dançar! – Pronto. Simplesmente disse a minha terrível verdade. Estava me sentindo bem por St. Clair não saber dançar, pois assim eu não seria a única a não saber. E agora que eu contei, ele está rindo de mim. – Não ria de mim!
  - Então todo esse papo de “Não há do que se envergonhar”, “Muitas pessoas não sabem dançar”, é porque você não sabe dançar?
  - Ora eu sei dançar... Mas não o jeito certo! Para de rir de mim, St. Clair. Não tem graça!
  - Desculpa, não tem graça. Eu sei! É, Anna, não tem segredo... dançar, sabe? É só... deixar a música te levar! Você... fecha os olhos, e vai sentindo o movimento, e se deixa ser acompanhada por mim. Eu te ajudo!
  - St. Clair, não! Eu vu pagar mico.
  - Na frente de quem? Dos nossos amigos? Anda, Anna, para com isso.
  Estendi minha mão, e levantei, me deixando ser levada por Étienne St. Clair! Nossos amigos tinham saído da pista, estavam na mesa bebendo e conversando. Somente os dois casais que eu não conheço estavam dançando. Ótimo, agora eu seria zombada por não saber dançar. Étienne puxou-me para mais perto de seu peito. Pois sua mão envolta da minha cintura e outra segurou minha mão esquerda. Meu coração bateu em disparada, de nervoso, de chateação, de raiva, de amor, eu não sei dizer! No fundo tocava uma música romântica em francês. Não conseguia identificar a letra, mas sabemos quando uma música é romântica quando começa a puxar “mon amour” de mais. Será que estavam olhando para nós? Meu pescoço fervia, então alguma coisa me dizia que sim.
  - Anna, presta atenção em mim. Eu vou começar a te conduzir, e tudo que você tem que fazer é me acompanhar, ok?
  - Ok!
  Um passo para lá, outro passo para cá. Regra básica, isso eu sei! St. Clair era gracioso, tinha passos leves, e ao mesmo tempo conseguia me conduzir de maneira firme. E eu? Bom, eu tentava a todo custo não pisar em seus pés. O que o sapato de bico de pato de St. Clair, não ajudava muito.
  - Quer tentar girar? – Perguntou ele baixinho, próximo demais do meu ouvido.
  - St. Clair, eu acho melhor... – Tarde demais. Ele me puxou e girou, me segurando apenas pela mão esquerda. Foi tão rápido que me pegou desprevenida. Me assustei, e tropecei, pisando em seu sapato; fazendo St. Clair exclamar um pequeno “ai”. Bobeei e “caí” em seus braços. Sua respiração batia em meu rosto e meu penteado havia saído do lugar, deixando alguns fiozinhos soltos. St. Clair puxou alguns e os colocou atrás de minha orelha, facilitando nosso contato visual. Seus olhos não desgrudavam dos meus, enquanto os meus começaram a buscar incontrolavelmente por sua boca.
  - Você realmente não sabe dançar! – Disse ele por fim.
  - Eu tentei avisar...
  - Eu quis me arriscar. Me arrisco em tudo quando o assunto é você!
  Então era isso? St. Clair estava me beijando? Eu estava beijando St. Clair? Sim! E como St. Clair estava me beijando. Suas mãos fizeram mais pressão em minha cintura, enquanto as minhas voaram para sua nuca. Eu queria abraça-lo, aperta-lo, e nunca mais soltar. Queria dizer que ele era meu e que eu era sua. Dizer o quanto esperei por seu beijo, e que não beija-lo me deixava louca. Queria ir até sua ex e dizer que ela não o merecia, que Étienne St. Clair fora feita para mim. E a prova disso era esse beijo, que se encaixava e se moldava perfeitamente. Nossas bocas tinham uma sincronia incrível, e meu estomago já começou a dar sinais de vida.
  Era o melhor beijo da minha vida! Não que eu já tivesse beijado muito, mas se eu tivesse algum tipo de parâmetro, St. Clair com certeza estaria no topo da lista! Por que será que beijar quando se está apaixonado nos deixa assim? Românticos e bobos? “Ah, St. Clair! Esse é o tamanho do efeito que você tem sobre mim!”.
  - Finalmente! – Ele disse cessando o beijo e me abraçando.
  - Finalmente! – Repeti me aconchegando em seus braços.
  - Anna, desde que te vi pela primeira vez na SOAP... Eu meio que, comecei a gostar de você! Você é diferente. Carismática, alegre, o seu sorriso... Nossa, ver o seu sorriso é como ver o sol nascer! Ele ilumina o meu dia! Quando estamos brigados, eu simplesmente quero me ajoelhar aos seus pés e dizer: “Sou um idiota, mas, por favor, não me deixe ficar sem o seu sorriso!”.
  - Étienne...
  - Não, espera! Anna, eu gosto de você! Eu sei que eu estava com a Ellie, ela não merecia passar por isso, mas você também não. Eu magoei muitas pessoas, e tudo isso porque eu nãotive coragem de assumir o que eu sinto. E eu sinto muito se nunca dei valor para a pessoa que estava do meu lado. Você!
  - St. Clair...
  - Ainda tem mais! Anna, eu preciso de você. Preciso de você como nunca precisei de ninguém antes. Estar com você é estar completo! Anna, eu am...
  - St. Clair! Eu sinto o mesmo! Eu te perdoo por tudo. Te perdoo porque agora eu tenho você, e nada mais importa! Isso é o quanto eu amo você, Étienne St. Clair.   - Eu amo você, Anna Oliphant.
  Esse era o momento pelo qual eu esperei o ano inteiro. O que há de errado em dizer isso? Qual a garota que não está pela busca do “Grande Amor”. Não, eu não sei se St. Clair é o meu grande amor. Sei que eu o amo, e agora, sei que ele também me ama.
  Uma das coisas que aprendi estudando esse ano em Paris, é que nem tudo precisa de explicação. Na verdade, a maioria das coisas não tem explicação. E assim funciona o amor. É assim que me sinto com St. Clair. As coisas não precisam fazer sentidos, elas são como são, e são ótimas assim! O amor é irracional, e St. Clair é meu amor.

FIM



Comentários da autora

  Quem leu isso levanta a mão! _o_ _o_ _o_ \o/
  Tive que ler, eu que escrevi... Juro, só eu mesma pra rir de uma coisa dessas. Eu sei que não é uma das melhores coisas já escritas, mas foi o que deu pra fazer em 10 dias!
  PS: Rolou um momento “Ok? Ok!”, mas eu JURO que não foi por querer! Agora, betando a fanfic pra enviar pro site que eu percebi essa coincidência.
  Bom, espero que gostem. E se não gostarem, pelo menos deem uma ajudinha pra irmã aqui, não me xingando nos comentários. Pelas crianças! HAUHSUAHSUAHSUH s2

PS: Eu sou minha própria Beta, então qualquer erro nessa fiction é meu.