Roller Coaster
Escrito por Raphaela | Revisado por Angel
Capítulo Único
Seis meses atrás.
Era segunda-feira, primeiro dia de aula do ano letivo na Young Singer Australian. respirou fundo e entrou naquele prédio imenso, os corredores pareciam nunca acabar, finalmente achou a sala da diretora, bateu na porta e em seguida entrou. entregou sua ficha para a diretora – mais conhecida como senhora Irving – assinar. Ao terminar, saiu da sala e seguiu para a primeira sala, que era a sua. Entrou calada, de cabeça baixa. Logo sentiu olhares sobre ela.
“São essas roupas, é óbvio.” – pensou .
Cochichos, risadinhas maldosas podia-se ouvir na sala, chegou a ouvir “duvido que a voz dela seja mais bonita que a minha” de algumas meninas. não percebeu que havia sentado ao lado de um casal que estava quase se engolindo ali no meio da sala. Ela não teve ação ao ver aquilo, era tão novo para ela, ela nunca havia visto um beijo de perto ainda mais daquele jeito que deixara assustada.
O casal se chama e , o casal havia acabado de chegar na escola – assim como – e já eram “populares”. – como ela prefere ser chamada – era capitã das líderes de torcida da sua antiga escola enquanto seu namorado ficou “famoso” por andar com Andy e Lucas que jogaram no time de futebol. Foi aí que conheceu , eles realmente se apaixonaram, mas não quiseram assumir compromisso nenhum, era apenas um “fica”. Eles eram diferentes dos outros populares por serem mais simples e humildes.
- É... Oi? – disse para assim que a olhou e percebeu que ela estava olhando para o beijo deles.
- Oi. – sussurrou trêmula, suas bochechas estavam vermelhas, ela estava assustada, mas não sabia com o que era: o beijo que acabara de ver ou a vermelhidão nos lábios de ambos.
- Por que está vermelha? – perguntou . preferiu não responder e se encolheu mais em sua carteira – Ela é tímida. – sussurrou para a ficante que estava em seu colo.
- E aí meu casal preferido? – disse , acompanhado de Sykes e . era melhor amiga de e era apenas amiga de e namorada de , seu melhor amigo. Ela não gostava de por motivos que ninguém sabia.
- Hey, judes! – exclamou . – Como estão?
- Estamos bem. – respondeu e sentou-se em seu lugar. Cada um acomodou-se um lugar, foi a que sentou mais afastada – ou nem tanto – sentou-se ao lado de .
- Oi, qual seu nome? – perguntou num tom meigo deixando acuada.
- . E o seu? – respondeu depois de um longo silêncio que deixou desconfortável.
- , mas pode me chamar de . – sorriu. – Você é tão quieta, isso chamou a minha atenção.
- Eu sou muito tímida, é que eu mal entrei na sala e começaram a rir de mim. – respondeu , num tom baixo.
- Não liga . – chamou-a pelo apelido. Ninguém a chamava pelo apelido a não ser seu “irmão” e sua mãe. – Ops, posso te chamar assim? – assentiu.
e passaram alguns minutos conversando até o professor entrar na sala, e para a surpresa de , o professor era Henrique ou mais conhecido como Rick, ex vizinho de .
- Oh... , você aqui? – o professor disse, sorrindo para a vizinha e foi a abraçar. Rick estava longe de ser aquele velho, barrigudo e porco. Rick era mediano, pele bronzeada, olhos verdes azulados, lábios carnudos e vermelhos, afinal... Rick tinha apenas vinte e dois anos e conforme ele: sempre foi e sempre será sua irmã mais nova, ou em alguns momentos, filha, apesar da garota ser quatro anos mais nova que ele. – Nunca mais a vi desde que me mudei. – foi até a amiga e a abraçou.
- Pois é. – disse meio acanhada, respondendo ao abraço do amigo. Assim que se soltaram, todos à volta olhavam curiosos ou as garotas simplesmente olhavam “como esse lindo conheceu ela?” ou até mesmo “como esse professor maravilhoso tem um caso com ela?” – Senti sua falta.
- Eu também, baixinha. – Rick disse voltando para seu lugar, sorrindo. sentou-se novamente em sua carteira.
a olhou curiosa e pareceu entender o que a nova “amiga” estava querendo saber, afinal era o que todos queriam saber.
- Bom... Sou Henrique, mas prefiro que me chamem de Rick, sem professor ou essas coisas formais. Tenho vinte anos e não tolero gracinhas com nenhum dos meus alunos. – parecia que o rapaz já sabia que estavam implicando com sem ao menos a conhecerem. – Agora me digam o nome de vocês.
Começou por uma tal de Jeniffer e seguiu até chegar em , mas a mesma não falou pois ele já conhecia e já havia dito seu nome em voz alta. Então seguiu para , , , ... A aula passou-se naturalmente, eles não precisariam fazer nada de especial no primeiro dia, apenas no segundo, pois seria o dia em que iriam saber quem “comandaria” o coral do primeiro ano. Eles precisam de um líder – ou melhor, dois, pois era um casal – para a voz principal e os outros cantariam na segunda voz.
estava vivendo a vida de sua personagem de sua série musical preferida, New Directions ou mais conhecido como Glee, só de pensar que sua nova escola era algo inspirado nisso. Já estava fazendo isso por sua ficante, ele queria ser professor de inglês, mas não podia negar que adorava e admirava o canto.
A partir de agora será narrado pela personagem principal, ou seja, você.
- ! – gritei antes mesmo de abrir a porta e me deparar com e aos beijos no sofá do quarto dela. – Ops, desculpa. – corei violentamente. – E-eu volto outra hora.
- Não... fala. – ela pediu ainda abraçada a . Olhei envergonhada para .
antes de tudo era melhor amigo do cara que eu acidentalmente era apaixonada, ... Desde que ele se aproximou de mim há exatos seis meses. Mesmo que eu tenha trocado poucas palavras com ele naquele mesmo dia, o primeiro dia de aula, ele insistiu em se aproximar de mim e fazer com que eu me tornasse sua melhor amiga em tão pouco tempo. O pior de tudo não era ele me chamar de “irmãzinha” ou declarar seu amor de melhor amigo pra mim, e sim que eu havia me tornado amiga de sua namorada mesmo não aceitando isso muito bem, afinal das contas, passa praticamente vinte e quatro horas comigo – não necessariamente vinte e quatro horas, mas umas dezoito horas por dia sim –, desde que nos conhecemos ela dormiu umas cinco vezes em minha casa e eu umas três na dela, mas isso não vem ao caso agora.
- É... é algo particular. – insisti sem graça.
- É sobre o ? – perguntou, eu e olhamos incrédulas pra ele.
- Como... co-como você... ? – gaguejei nervosa franzindo o cenho, confusa. – Como você sabe? – fiquei feliz pela frase ter saído completa.
- Só bobo não percebe isso porque você está caidinha por ele e não precisou me dizer isso ou dar dicas, eu mesmo vi. – explicou. Suspirei, cansada.
- É, você não é bobo. – disse com a mão no queixo, pensativa.
- Mas convenhamos que assim como , também não é boba e ela está desconfiando e foi isso que vim conversar com você, . – falei rapidamente. – Eu estou com medo... – suspirei nervosa.
- O que ela fez? – perguntou .
“Eu andava pela rua da casa de lentamente, porque para chegar à casa de eu teria que passar pela casa dele pois , e eram quase vizinhos. Eu estava de cabeça baixa, portanto não vi quem havia segurado meu braço, me fazendo pular de susto e levantar a cabeça para encarar.
- O que foi? Está com medo de ver saindo da casa de aos beijos com ele? – perguntou num tom debochado.
- Quê? Claro que não, por que eu teria que ter medo disso? Já vi eles fazerem isso tanto, quase todos os dias desde que nos conhecemos. – respondi cinicamente.
- , eu sei que você é louca por ele. Sabia que cobiçar algo, ou melhor, alguém e ainda mais de uma amiga sua, é pecado? – disse com um sorriso perverso nos lábios. – Não adianta se fazer de sonsa, tola, boba, eu sei que está apaixonada por e não é de hoje.
- Sabe? Pois está sabendo errado, alguém está te passando a informação errada. Você nem me conhece pra sair falando coisas ao meu respeito! É por isso que tem apenas como amiga e que às vezes ou quase sempre te troca para ficar com o namorado. – despejei as palavras fazendo sua expressão mudar repentinamente. – Você odeia pelo simples fato de amar o namorado dela, pois é o que você disse sobre a cobiça pra mim está servindo pra você direitinho. Eu sei que eram amigas há alguns anos, sempre estudaram juntas, mas quando você conheceu de cara se apaixonou. Logo depois ele conheceu sua melhor amiga, que no tempo era , e se apaixonou por ela. Vocês brigaram e depois você se aproximou mais de , apesar de você, e serem muito amigas desde pequenas.
- Como sabe disso? – perguntou ela, tentando controlar a voz.
- Um certo alguém, mas não vou perder meu tempo te contando tudo o que eu sei. Mas não se preocupa que eu não irei contar para ninguém. – ela me encarou com os olhos com uma mistura de raiva e tristeza. – Preciso ir na casa da minha amiga.
Claro que ocultei deles a parte de que era barra ainda é apaixonada por e odeia , mas o resto eu contei tudo. e ouviam tudo cuidadosamente e atentamente, no final de tudo suspirei cansada.
- Sabe... ele me contou que o affair dele com não é como antes, ele ainda gosta dela mas não tanto como antes. Ela está possessiva, grudenta, ele nem pode mais sair de casa que ela vai atrás dele aonde quer que ele esteja para trazê-lo para casa. – disse apreensivo.
- Ele me contou que o que ele e tem não é como antes e que ela estava possessiva, mas não que ela faz isso... mas, o que isso tem a ver comigo ? Ele nunca terá algo comigo. Olha pra mim, ele nunca vai olhar pra mim como ele sempre olhou para . Ela é linda, tem o corpo perfeito, está sempre na moda, já eu... Uma fora de moda, virgem de tudo, feia...
- Ei, ei, ei! – me interrompeu. – Você não é feia, está bem que você pode se xingar por usar suas roupas mas eu acho elas legais. Só acho que precisa se soltar mais, usar roupas mais atuais... não que essas não sejam, eu vejo gente que usa ainda. – disse tentando me confortar.
- Obrigada pelo conforto, , me ajudou bastante. – minha voz saiu num tom irônico.
Silêncio.
- Vocês me ajudam? – perguntei em voz baixa. e abriram o maior sorriso que eu já vi.
- É sério, ? Não... Espera, eu estou sonhando? – perguntou meio chorosa.
- Claro que é sério né amor? – disse em voz de tédio. levantou o molho de chaves e mostrou a do carro indicando que iria nos levar. segurou minha mão e me puxou para o carro.
nos levou até um prédio grande escrito “Australia Shopping Center”, o melhor da região. Eu nunca havia entrado ali. Cabelo cortado e com mexas azuis, que é minha cor preferida, unhas pintadas de vermelho sangue, eu olhava meu reflexo no espelho e enxergava alguém muito diferente de mim, alguém que eu não imaginava que existia dentro de mim. Olhei para que estava quase chorando de felicidade e sorrindo alegremente.
- Filha você chegou... oh meu Deus. – mamãe disse, sorrindo e vindo me abraçar. e vieram logo atrás. – Vocês ajudaram ela a levantar a autoestima.
- Vamos com calma, mãe! Estou em processo de transformação ainda, preciso de um tempo para engolir tudo isso. – falei divertida.
- Quero só ver se alguém irá falar algo de você, está “pisando na cara das invejosas”. – disse e todos nós rimos. Armadas de .
xxx
Acordei já sabendo que estava atrasada, pois assim que abri os olhos vi seis e meia no relógio digital do lado da minha cama. Dirigi-me rapidamente até o banheiro tomando um banho rápido, eu não sabia que roupa vestir apesar de ter comprado centenas de roupa ontem então pensei: qual seria a roupa que usaria hoje no caso “uma terça-feira quase feliz”?
Fácil! O short-saia preto de renda com uma blusa bege solta, uma meia calça preta e uma sapatilha dourada. Passei um gloss rosa bebê, uma sombra da mesma cor, blush leve, uma camada fina de lápis no olho e uma camada fina de rímel. Eu estava pronta. Dei bom dia à mamãe e saí correndo. Andei uns vinte minutos até chegar à escola e, como era de se esperar, todos ficaram olhando pra mim com uma mistura de surpresa e alguns de... malícia. Andei rapidamente até que conversava com e animadamente, estranhei o fato de não estar lá.
- Bom dia. – falei chamando a atenção de todos.
- Bom dia senhorita falada em todos os corredores da escola. – disse, sorrindo e me abraçou. – Eu confesso que não acreditei de primeira e estou surpresa com a afirmação, está linda.
- Obrigada. – sorri tímida.
- Eu amei esse cabelo. – disse, mexendo nas mechas azuis do meu cabelo.
- E eu não acreditei quando me contou da sua transformação. – ouvi aquela voz irreconhecível de . Virei-me para ele e sorri de lábios fechados. – Está linda, pequena.
- Oh, assim eu fico com ciúmes. – disse e fez um micro bico, fazendo revirar os olhos e ir para o lado dela.
- O que vocês irão cantar hoje? – perguntou .
- Fall. – respondi.
- I found myself... – cantou no ritmo de Alice da Avril Lavigne. Sorri.
- E eu preciso ir. – falei vendo chegar, mas o motivo não era esse e sim aturar e no momento fofinho deles.
- Ué... pra onde ? – perguntou , em seguida sentiu-se abraçada.
- Pra qualquer lugar longe de vocês. – tentei fazer com que minha voz soasse brincalhona para não parecer grossa, mandei beijo no ar para eles e sai rumo à minha sala.
- Você é cega? Não percebe que ela está apaixonada por ele? – falava sussurrando, controlando a voz para não gritar com . Sim, eu estava escutando a conversa dentro da cabine do banheiro e eu sei que isso é muito feio.
- Quê...? é ingênua, mas não burra. Ela não cobiçaria algo que pertence à outra, principalmente uma das amigas dela. – disse.
- Você prefere acreditar numa mentira do que na sua melhor amiga? Então é assim? – pude perceber a mágoa na voz de . – Quando se decepcionar, não me procure para pedir conselhos em como conseguir reconquistar , pois não vou estar aqui quando precisar. – dito isso pude ouvir a porta bater. Passou-se uns dois minutos e a porta bateu novamente.
Esperei um pouco até ter certeza que não havia mais ninguém ali e saí da cabine, respirei fundo... isso é tão errado, eu nunca havia sentido algo parecido, nunca havia me apaixonado e quando isso acontece é algo proibido, desejo alguém que não posso ter e com esse pensamento sai do banheiro de cabeça baixa, frustrada e com algo na mente: oh como eu queria que fosse eu no lugar de .
- , ele pediu pra sair comigo. – falei baixo enquanto sentava ao lado de na mesa que iríamos lanchar.
- Ele quem? – perguntou .
- David. O que eu faço? – sorriu. – Não ri, estou desesperada.
- Aceita, ué. – respondeu. – Amiga, eu quero ver sua felicidade e só sofrerá esperando por ele.
- Eu sei... – abaixei a cabeça. – Ok, ok eu vou aceitar.
- Aceitar o quê? – MANIA DE ESSES GAROTOS CHEGAREM DO NADA.
- Ahn... David pediu para sair comigo. – respondi à .
- David? eu não acho uma boa você ir. – disse com a cara fechada.
- Por que não? – perguntou.
- É, , por que não? – repetiu a pergunta.
- Porque... ele usa as meninas. Jeniffer já foi uma delas. – respondeu.
- Eu não sou a Jeniffer, sei me defender sozinha. – dito isso, me levantei e sai da cantina.
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David passou em minha casa as sete em ponto. Ele era um dos caras mais legais que eu já havia conhecido, fez-me esquecer por algumas horas, me levou para a praia que havia perto do restaurante holandês que ele havia me levado, e quando me dei conta, já eram dez e meia da noite. Pigarreei e falei:
- David, pode me levar para casa? Já são dez horas minha mãe deve estar louca. – falei, rindo, fazendo-o rir junto.
- Mas é claro. – ele disse, levantou-se e me ajudou a levantar.
Andávamos de mãos dadas até o carro dele. David entrelaçou nossos dedos, fazendo-me sorrir e desejar que naquele lugar fosse , pelo menos uma vez. Fomos cantando as músicas que passavam no rádio, ríamos, conversávamos sobre coisas aleatórias até que David estacionou em minha porta.
- Então... é aqui que fico. – falei sorrindo. David sorriu.
- Claro, te vejo amanhã? Digo... na escola. – perguntou atrapalhado, e eu gargalhei.
- Claro. – respondi. David foi se aproximando até que pudéssemos sentir a respiração um do outro, antes que seus lábios tocassem os meus, eu virei o rosto. Eu não me sentia pronta, não era pra ser com alguém que não sinto nada – Então... tchau. – saí do carro e entrei rapidamente. Fui até a sala com um belo sorriso no rosto de orelha a orelha. Quando entrei na sala dei de cara com .
- ? O que faz aqui? – perguntei confusa.
- veio falar com você, querida. – mamãe disse, sorrindo. – Eu vou lá pra cima. Qualquer coisa me chamem. – deu um beijo em minha testa e na de .
Silêncio...
- Sabe, há seis meses atrás eu estava perdidamente, loucamente apaixonado por ... Mas eu percebi a alguns dias que isso mudou radicalmente. Desde que vi você cantando Fall, minha vida se transformou num caos, brigas, traições eu confesso, mas isso é o de menos. Eu só te pergunto: por quê? Por que não me contou antes? – perguntou visivelmente magoado.
- Co... Contar o quê? – perguntei com a voz falha.
- Por que não me contou que estava apaixonada por mim? – era isso que eu temia.
- E-eu não sei... Eu não ia furar o olho da minha amiga, eu não sou assim, eu resolvi te esquecer mas deu errado eu... me desculpa. – eu queria chorar. – Me desculpa, eu sei que está com ela, eu sei que nã...
Não pude terminar a frase, seus lábios pareciam algodão de tão leve e suave que eram. Eu nunca havia sentido essa sensação antes em toda minha vida, algo tão bom, tão... inexplicável. Ali eu pude perceber que não tinha como tirá-lo de mim, pelo menos não agora. Passei meu braço por seu pescoço aprofundando o beijo. Pela primeira vez eu senti meu coração bater mais forte do que nunca, pela primeira vez eu tremi, pela primeira vez eu senti as tão faladas borboletas no estômago. Esse sim era o primeiro beijo dos meus sonhos. O beijo foi parando com vários selinhos sendo distribuídos por meus lábios e canto dos lábios.
- , eu... – eu permanecia com os olhos fechados enquanto sentia sua respiração quente bater em meu rosto pela proximidade dele.
- Shh, não fala nada. – sussurrou enquanto colocava as mãos em meu rosto. – Você não sabe o quão louco eu fiquei ao te ver com David. – abri os olhos.
- Me desculpa, eu... eu não sabia o que fazer, desculpa por não ter te falado. – falei e colou nossos lábios novamente.
- Valeu a pena a espera, não valeu? Digo... Fui seu primeiro beijo, não é? Você não beijou aquele... – colei nossos lábios fazendo-o calar a boca.
- Claro que não, seu idiota. – ri do desespero dele. – ... e ?
- Fui terminar com ela hoje à tarde e vi ela gemendo no colo de Brad na sala. – respondeu risonho. – Eu não consegui fazer nada a não ser rir e agradecer a ela.
- Safado. – dei um tapa no ombro de e ele me beijou novamente. Eu poderia fazer isso pelo resto da minha vida.
Acordei suada, com um braço tatuado em volta da minha cintura, sentindo a respiração quente em minha nuca. Novamente eu havia sonhado com nosso passado – o que era muito estranho pra mim –, o lençol cobria meu rosto completamente enquanto o dele cobria apenas até a cintura, ele havia sido meu primeiro em tudo, primeiro amor, primeiro beijo, primeiro namorado, primeiro a me fazer sua.
- , o que houve? – acordou. Droga, ele deve ter me ouvido fungar.
- Nada, é que... eu sonhei com nosso passado. – respondi, rindo, e me olhou confuso, mas sorriu. – Lembra quando eu saí com David e quando cheguei em casa você estava lá ?
- Claro, ao invés de ser seu primeiro beijo com o cara que você se encontrou foi com o seu melhor amigo quando chegou em casa. – se gabou.
- Não me faça ter me arrependido de não ter beijado David. – falei rindo e fechou a cara.
- É assim? Vai lá atrás dele. – se virou emburrado e deitou-se de costas para mim.
- ... , amor, desculpa, eu estava brincando. – minha voz saiu manhosa. – ... – comecei a beijar seu ombro desnudo até a nuca, descendo para o pescoço. – Foi apenas uma brincadeira. – sussurrei em seu ouvido e mordi seu pescoço um pouco abaixo de sua orelha, vi sorrir e quando dei por mim já estava em baixo dele.
- Eu te amo. – colou nossos lábios.
- Eu também te amo, seu bobo. – murmurei contra seus lábios e aprofundei nosso beijo. Seu beijo continuava o mesmo de três anos atrás. estava com vinte e dois anos e eu com vinte e um, é... não tínhamos muita diferença de idade.
havia montado uma banda quando tinha ido para o X-Factor britânico, e mais três amigos estavam junto. e eu estamos morando juntos em Londres, pois o mesmo insistiu para que voltássemos para seu país natal, e no penúltimo show que fez da ultima turnê dele antes de partir para outro cd, eu descobri que estou grávida de apenas quatro semanas. Ainda não aparecia minha barriga, mas a idolatrava, ninguém o fazia tirar as mãos de minha barriga. Quando chega do estúdio, a primeira coisa que faz é beijar minha barriga e em seguida me beijar, pois é... fui trocada por minha futura filha ou filho.
- ... – sua respiração ainda estava ofegante, pois ele havia acabado de sair de cima de mim. – Eu preciso falar uma coisa... ou melhor, pedir uma coisa. – encarei-o.
- O quê? – perguntei tensa. levantou-se, vestiu a cueca que estava jogada em algum canto do quarto, saiu do quarto, mas logo voltou.
- Eu quero que saiba que eu te amo acima de tudo, estou tão feliz, tão animado com nosso filho ou filha que me dá vontade de gritar para o mundo inteiro isso. – ele disse e eu ri.
- Mas você já fez isso. – falei entre risadas. – Não gritando, mas sim completamente animado, quando foi dar a notícia para o mundo que seria pai, eu nunca havia visto um sorriso tão lindo como aquele. – sorriu e eu selei nossos lábios.
- Ok, continuando... Esses três anos foram suficiente para saber, ter a certeza que te quero ao meu lado pra sempre, quero para o resto da minha vida. Você me completa como ninguém nunca me completou. Eu sou louco, obcecado por você. Loucamente, exageradamente, perdidamente apaixonado por você e eu tenho mais certeza do que nunca... – deu uma pausa e abriu a caixinha, revelando dois anéis dentro. Coloquei a mão na boca cobrindo meus lábios que formavam um perfeito “O”. – Quer casar comigo?
- Eu... é claro que eu aceito. – eu estava quase chorando, minhas mãos estavam tremend. colocou o anel em meu dedo anelar e em seguida eu coloquei no dele. – Eu te amo. – beijei-o.
Apesar de nossas vidas serem como uma montanha russa, mas eu sempre soube que meu futuro era ao lado dele. Ele sempre seria o homem da minha vida, o homem certo pra mim. Somos um só com a esperança de viver até o último dia de nossas vidas.
Fim!