Remembering Her Devilish Grin

Escrito por Lily Stan | Revisado por Laura Weiller

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  Terça-feira 2/07 – 2:03 a.m.

  Uma luz vinda da fresta da porta que estava aberta batia em seu rosto, iluminando seus olhos o fazendo acordar. Ele pegou seu celular e checou as horas. Duas da manhã. Ele se levantou, mas ao fazê-lo se sentiu tonto e logo levou as mãos à cabeça, que estava é claro doendo.
  De novo tinha bebido a noite inteira e desmaiado na cama. Ele sempre bebia. Às vezes em casa mesmo, sentado na poltrona que se encontrava de frente para uma estante, outras em festas ou com amigos.
  Mas nunca era suficiente. Nunca foi. Porém demorou pra ele perceber isso.
  Como tinha noção do que aconteceria novamente ao acordar, ele já se adiantou em deixar uma cartela de remédio pra dor de cabeça e um copo d’agua no criado mudo. Cartela essa que já estava terminando, consequente da frequência com que ficava bêbado. Na verdade ele já não estava sóbrio há dias, uma bebedeira curava a ressaca da outra e por ai vai.
  Ele foi em direção à varanda e sentiu a brisa bater em seu rosto. Sentiu também aquele cheiro de noite de que tanto gostava.
  Ele também conhecido como . Já tinha idade suficiente para ter experimentado tudo de bom e de ruim na vida. E nos últimos dias o ruim prevalecera.
  Ele tinha sonhos, talvez pesadelos, em que um sorriso diabólico dominara. O sorriso dela. Ele ainda se lembrava desse último sonho. Como não se lembrar, depois de várias noites mal dormidas por causa daquele sonho, e sempre acabava do mesmo jeito. Na varanda pensando nela e se lembrando daquele domingo.

  Sábado 15/06 - 7:30 p.m.

  - você está atrasado - gritava ao telefone – É melhor você vir ou eu te deixo ai.
  - Calma porra! Eu tenho que ficar no mínimo bonito, e você sabe o por que. — Ia dizendo enquanto colocava um pouco de perfume e bagunçava o cabelo.
  - Não sei por que você insiste em encontrá-la de novo, você nem ao menos sabe seu nome! — depois de dito isso encerrou a ligação e começou a descer as escadas.
  Já estava saindo de sua casa quando saiu bravo de dentro do carro.
  - Se você quebrar seu carro de novo nem pense em me pedir carona. - dizia com raiva e impaciente por ter esperado uns 30 minutos pelo melhor amigo. — Desse jeito vai sobrar nenhuma gatinha pra mim. – falou com uma expressão de coitado.
  - Ah faça-me o favor, você sempre arranja alguém! – disse já sabendo como terminaria a noite pra seu melhor amigo.
  Já passava das oito da noite quando os dois amigos entraram na boate. Logo já se encaminhava para o bar pra inaugurar sua noite. Enquanto ele pedia sua bebida passava seus olhos em todas as garotas presentes naquele local. Já havia prometido a si mesmo não sair daquele local sem falar com ela.
  - Hey, vamos até a bancada tá cheio de mulher gostosa dançando – disse apontando para o local comentado – Vai que você a encontra...
   nem ouviu uma resposta do amigo, que já andava a passos largos em direção à bancada, foi seguindo-o até chegar perto dela. Essa boate tinha uma bancada em uma das pontas onde mulheres dançavam sensualmente fazendo os homens irem à loucura.
  Foi em uma noite vendo essas mulheres dançando que a viu pela primeira vez. Não soube explicar, mas seu olhar lhe dizia algo. Ele nutria um sentimento por ela que ficou mais forte ao passar a noite com ela. Foi inesquecível e ele sempre queria mais, porém naquele dia ao acordar encontrou apenas um bilhete que estava escrito:

“Tive que ir, me encontre semana que vem no mesmo lugar .”

  A mesma coisa aconteceu por uns meses, ela sempre saia cedo antes dele acordar, sem dizer nada sobre ela e deixando um bilhetinho com a mesma frase escrita.
   necessitava da presença dela, ela agora fazia parte da vida dele, fazia parte dele. E esse foi o motivo dele sempre voltar para vê-la.
  Dessa vez ao chegar à bancada ele não conseguia avistá-la e logo começou a ficar decepcionado, sabia que não devia ter acreditado nisso por tanto tempo, nem ao menos o nome dela ele sabia. Talvez algo com ‘’ já que ela sempre assinou assim, mas essas mulheres que dançavam na maioria das vezes criavam um nome, uma identidade.
  Já estava quase desistindo quando sentiu seu amigo lhe cutucar e indicar com a cabeça outro grupo de mulheres chegando, dessa vez todas mascaradas. Quando elas se posicionaram as outras mulheres — sem máscaras — rumaram em direção à coxia.
  Passou os olhos por todas as mulheres e somente quando a luz bateu no rosto mascarado de uma delas em especial é que ele parou. Tudo a sua volta parou. Era ela, a ruiva que ele não conseguia tirar da cabeça dele.
  Ele tentou chamar a atenção dela, mas ela parecia procurar por alguém. tentou por uns 10 minutos chamar sua atenção e nada. Por vezes ela passava os olhos por ele e ele sentia que ela já havia percebido sua presença, mas duravam apenas alguns segundos.
  Até que ela parou os olhos em um homem. Não era e estava todo de preto pelo que ele conseguiu ver. Seu mundo desmoronou, sabia que deveria tê-la esquecido. percebeu o desapontamento do amigo e tentou ajudá-lo.
  - Relaxa dude! Vai que é um conhecido dela... Vamos para o bar para esfriar a cabeça ok?
  - Tá eu nem sei o falar, vai ser bom esfriar a cabeça.
   andava automaticamente não sabia em que pensar. Ele se sentou no banco e pediu um whisky.
  - Quem você acha que é aquele cara? — perguntou esperando uma resposta e se levantando.
  - A gente veio aqui pro bar pra esquecer isso dude, senta aí e aproveita seu whisky. – disse já começando a achar que o amigo tinha que desencanar. — Vocês não têm nada sério, sem contar que essa garota é louca.
  - Ela não é louca, só tem seus próprios motivos pra ir embora — dizia não acreditando muito no que proferia —Vai que ela tem problemas familiares...
  - Não , problemas familiares até eu tenho e não, eu não deixo sua casa antes de você acordar — falou rindo do que acabara de dizer— E você sabe meu nome!
  - Cala boca ! Você é ou não meu amigo? — já estava perdendo a paciência — Vou sair ok? Vir para o bar só piorou. — disse já derrotado.
  - Tá cara você decide o que faz, a vida é sua mesmo... — dizia não entendendo o que se passava com o amigo, desde que a garota ruiva aparecera ele havia mudado.
   saiu bravo, aquilo nunca acontecera antes. Tanto a ruiva não perceber sua presença quanto seu amigo não apoiá-lo.
  Já era quase onze horas quando ele se sentou em um banco do lado de fora e puxou um cigarro. Não gostava de fumar, mas o nervosismo e a tristeza o faziam fazer aquilo.
  Até que um homem parou ao seu lado. Ele estava todo de preto.
  - Você é o certo? — perguntou o homem de preto.
  Na hora se deu conta de quem se tratava. Era o homem para quem sua ruiva havia olhado. E percebeu também que estava parado olhando para o homem. Ele não conseguia pensar em nada pra dizer, não sabia de quem se tratava e o que queria.
  - Hum, de-de-desculpe-me eu estava hã, distraído. — disse todo atrapalhado — Você precisa de algo, ou eu fiz algo de errado?
  - Ah não só vim em nome de uma das dançarinas, a — não deixou o homem terminar e já foi interrompendo.
  - A garota ruiva?
  - Sim, ah ela já falou com você? — disse o homem.
  - Não, hã ela está me procurando? — perguntou esperançoso.
  - Sim, ela pediu que eu o mandasse esperá-la em seu carro.
  - Mas eu não estou com o meu carro eu vim com meu amigo e...
  - Ela sabe com qual carro você estará. —respondeu sem nem mesmo ouvir o resto da frase.
  - Então é isso? — questionou confuso.
  - Sim. Somente – o homem afirmou e já foi se retirando.
  Na mesma hora entrou correndo para falar com . Quando o encontrou pediu a chave do carro explicando mais ou menos o que tinha acontecido e se desculpando. Prometeu também devolver o carro no dia seguinte.
  Chegou ao estacionamento e localizou o carro de seu amigo. Entrou no carro e suspirou. Aquilo era uma loucura e ele sabia disso. Esperou uns 15 minutos quando ouviu o barulho de alguém batendo no vidro. Era ela. Ele abriu a porta e a convidou para entrar.
  - Entra, está frio aí fora.
  - Vejo que você recebeu meu recado. — disse com um sorriso no rosto.
  - Ah sim, não estava esperando. — respondeu sem saber o que fazer.
  Após esse momento embaraçoso ligou o carro e por um tempo o motor do carro foi o único barulho.
  - Desculpe-me pelo que vem acontecendo... Hã... Eu nem sei o que dizer — a ruiva interrompeu o silêncio que estava no carro. — Eu prometo que se eu conseguir um dia eu te conto, mas por enquanto para a sua segurança é melhor você não saber.
  - É algo sério? Por favor, deixe-me te ajudar. Eu não ligo para o perigo que isso me traga eu somente preciso de você. – respondeu suspirando.
  - Você já me ajuda. Não se preocupe. Esqueça isso já estamos quase chegando. — desistiu de tentar convencê-la a dizer o que se passa e passou a prestar atenção na rua.
  Ele avistou sua casa e já foi parando. Ele saiu do carro e abriu a porta dela. Eles entraram na casa dele e sem demora ela já foi agarrando-o. pediu passagem e o beijo que no começo estava em uma velocidade normal foi acelerando, ele então a encostou na parede. Ela colocou uma de suas pernas por volta da cintura dele e ele entendeu o que ela quis dizer. Ele deu impulso e ela abraçou ambas as pernas entorno de sua cintura e já sentiu o volume da calça dele aumentar.
   apartou o beijo apenas para tirar a blusa dela que foi parar no chão junto com o salto alto que ela havia tirado com seus próprios pés. Ela começou a desabotoar a camisa dele enquanto ele seguiu escada a cima em direção ao seu quarto. Estava escuro e não tinha noção do que estava fazendo, mas conseguiu chegar a seu quarto sem se machucar ou machucá-la.
  Ele abriu a porta de seu quarto e já foi tirando seu tênis, após ter feito isso ele a colocou na cama cuidadosamente e ficou sobre ela. Ele começou a beijá-la ferozmente e foi descendo seus beijos espalhando-os pelo colo dela que estava livre. Ela arqueou as costas e então ele desabotoou seu sutiã e parou para olhar a garota que estava a sua frente. Ela era linda e ele queria nunca mais deixá-la.
  E voltou a dar beijos no colo dela e logo chegou aos seios, alcançando seus mamilos. Ele chupou e sugou o mamilo direito enquanto com a outra mão ele acariciava e puxava o outro. A cada chupada ela gemia, o efeito que ele tinha sobre ela era único. Ele trocou de mamilo e enquanto sugava o esquerdo, sua mão desceu e começou a descer a saia dela. Ela tirou as mãos que estavam no cabelo dele e o ajudou a retirar a saia e com ela foi também a calcinha. Quando elas já estavam no chão ele aproveitou a mão livre para acariciá-la. Ele estava estimulando-a no clitóris quando a penetrou com um dedo. Nesse momento ela gemeu alto não se preocupando se os vizinhos ouviriam.
  Ele tirou a boca de seus seios e foi descendo dando beijos na barriga dela, principalmente em uma tatuagem de borboleta — que ele amava — que ela tinha um pouco ao lado na costela, até chegar à região em que sua mão se encontrava, ele agora estimulava seu clitóris com o dedo enquanto a penetrava com a língua. Ele sabia que ela não aguentaria por mais tempo e aprofundou mais sua língua mantendo o contato com os olhos. Após alguns segundos ela já gozava em sua boca, e o gosto dela era seu preferido. Ele então voltou a tomar sua boca de modo que ela também sentia seu próprio gosto.
  A ruiva colocou uma de suas pernas em cima do tronco dele trocando de posição ficando por cima dele. Ela beijava sua boca arranhando a barriga dele, suas mãos logo desceram e começaram a abrir a calça tendo a ajuda dele para retirá-la por completo. Sem mais delongas ela apertou o membro dele que pulsava em suas mãos, fazendo-o dar um gemido gutural. Ela passava a língua em volta da cintura dele e ameaçava arrancar a cueca com a boca, porém sempre voltava atrás. Ele dava gemidos de negação ao perceber que ela voltava. Ele não aguentando mais segurou na mão dela e desceu sua cueca. Ela deu uma risada e terminou de descê-la, ela tomou o membro com a mão e a boca e começou a masturbá-lo levando o a loucura, até que ela sentiu o gosto do pré-gozo parando de estimulá-lo. Ele tateou o criado mudo até achar um pacote de camisinha que ele deixava lá. Ele pegou e o entregou a ela que, o rasgou com a boca e colocou a camisinha em seu membro fazendo-o gemer com o toque em seu membro sensível.
  Ele inverteu as posições e sem demorar a penetrou que com a força deu um grito, ele começou então a dar estocadas mais fortes e rápidas, do jeito que ambos gostavam, de tal forma que alguns segundos depois nenhum deles aguentava mais.
  Os dois chegaram juntos ao ápice e ele caiu em cima dela com a respiração falha. Após um tempo ele já conseguia falar, e disse:
  - Eu não posso ficar mais longe de você, eu... Te amo e quero que você seja só minha. - A ruiva não podia acreditar no que estava ouvindo, mas nutria um sentimento muito parecido com o dele.
  - Eu... Me desculpa mas eu não posso fazer isso com nós dois eu tenho que ir.
  - NÃO! Por favor, não. Não faz isso comigo – implorava para que ela ficasse lá com ele. — Pelo menos durma aqui comigo, pelo menos.
  - Ok, eu durmo. - A ruiva respondeu.
   se levantou e jogou a camisinha no lixo logo voltando para a cama. Ele a abraçou por trás e assim eles dormiram.

  Domingo 16/06 – 9:34 a.m.

  No dia seguinte ele acordou assustado e sozinho na cama.
  Ela tinha ido embora. Ele não podia acreditar, até que ele colocou uma bermuda e desceu correndo as escadas e ouviu uma voz doce cantarolando uma música, ele reconhecia aquela voz a distância e aquela música também, era Remebering Sunday do All Time Low, sua banda favorita. Na hora ele sentiu um alívio tão grande que chegava a ser indescritível.
  - Ai meu Deus eu não consigo acreditar! Você ainda está aqui. – falou feliz.
  - Sim eu decidi ficar, eu prometo nunca mais ir, você merece. E merece também esses ovos que eu fiz. — disse ela feliz. Ele queria que aqueles dois ovos durassem tempo o bastante.
  - Eu devo estar sonhando - ele sorria tanto que era visível que sua felicidade transbordava. Eles já estavam terminando o café até que ele disse:
  - Eu nem sei o que fazer agora que você está aqui!
  Ela foi se levantando quando disse com um sorriso malicioso:
  - Ah, pois eu sei o que fazer. — ela continuou dando aquele sorriso que agora era algo mais diabólico enquanto o puxava pelas mãos.
  Ela o guiou até o andar de cima entrando no quarto, e quando ela o jogou na cama o celular dela tocou. Ela correu para pegá-lo e o atendeu do lado de fora fechando a porta.
  - Alô — ela atendeu — Ok eu sei — não ligo e você sabe o porquê — Sim eu o amo! —ela terminou a chamada gritando isso.
   ouvia por trás da porta e não sabia o que dizer, não sabia se ficava preocupado ou se ficava feliz por ter ouvido aquilo. Mas no momento em que ele ouviu um silêncio e o barulho de alguém correndo nas escadas e em seguida da porta batendo, ele se sentiu preocupado e com um sentimento de perda, aquele que ele mais conhecia. Ele tentou alcançá-la, mas era tarde de mais.
  Ele foi até seu quarto e deitou na cama sentindo o cheiro dela no travesseiro, ele abraçou o travesseiro inalando todo cheiro possível até que ele percebeu um papel debaixo do travesseiro. Devia ser outro bilhete com a mesma escrita. Mas dessa vez não. Era um endereço. Ele não pensou duas vezes, ele saiu correndo pegando carteira e chave do carro e foi atrás dela.
  Chegando ao local ele tocou a campainha diversas vezes, mas ninguém atendeu. Ele começou a correr desesperado e pensou em bater na porta dos vizinhos. Ele bateu na porta da direita e um senhor atendeu.
  - Pois não?
  - Estou procurando por uma garota ruiva.
  - Qual o nome dela? – o senhor perguntou e na hora ele se deu conta de que ninguém acreditaria em um homem que nem sabe o nome de quem procura.
  - Eu também não sei, eu só sei que ela é ruiva e que morava ali do lado.
  - Desculpe-me, mas não tem nenhuma menina ruiva por essa vizinhança.
  - Não é possível, ela me deu o endereço e... Ah meu Deus porque? – ele não acreditava no que acontecia.
  - Eu moro aqui há 50 anos e te garanto que não tem nenhuma ruiva por aqui. Ela era importante pra você?
  - Importante? Ela era tudo para mim, eu ia me casar com ela meu senhor!
  - Minhas sinceras desculpas, mas se eu conhecesse lhe falaria.
  - AAAAAH! Obrigado do mesmo jeito e desculpa pelo incômodo. — ele disse após dar um berro.
  Assim ele foi embora arrasado. Gritando pelas ruas que iria se casar com ela, que ela era a mulher da vida dele.
  Naquele mesmo dia ele chegou em casa chorando, arrasado, não sabia o que fazer, o que seria da vida dele agora que ela se foi? Nem um bilhete dizendo para encontrá-lo na outra semana.
  Ele esperou um sinal dela, um bilhete e nada. No outro sábado ele foi até a boate e não a encontrou ninguém sabia dela somente que ela era conhecida como ‘’.
  Ele não estava fazendo mais nada da vida, ele não era mais nada, ele apenas bebia. E isso continuaria...

  Terça-feira 2/07 – 2:27 a.m.

   ainda estava lá na varanda agora ajoelhado no chão com as mãos na grade, pensando nela e no que aconteceu com ele nas últimas semanas. Por um bom tempo sua companhia foi aquela ruiva do sorriso diabólico, agora sua maior companhia era a bebida. E seria por um bom tempo.

FIM



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