Ready For It?



Escrito por Stephanie Pacheco | Instagram | Twitter
Revisado por Natashia Kitamura

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Prólogo

  Antes de , havia apenas o vazio e a dor.
  As paredes frias ecoavam o silêncio, que era interrompido vez ou outra por grunhidos baixos, sôfregos. O medo paralisava, por mais que não se soubesse exatamente o que temer. A desesperança estava impregnada como um veneno, matando pouco a pouco, destruindo lentamente.
  Seus passos foram discretos, tão sutis quanto as patas de um felino tocando o chão, no entanto, seu primeiro ataque foi tão certeiro quanto o bote de uma serpente.
  Um golpe perfeitamente executado, acertando a têmpora do primeiro guarda, que mal teve tempo para assimilar o que estava acontecendo.
  Com a sombra de um sorriso ameaçando aparecer, ela seguiu seu caminho, sabendo exatamente onde estaria o próximo homem que precisava nocautear.
  Aquele trajeto estava perfeitamente gravado em sua mente. Cada corredor, cada sala e depósito da base haviam sido minuciosamente estudados, principalmente certos pontos estratégicos.
  Apressando mais seus passos, tomou impulso para acertar um chute logo abaixo do queixo de sua vítima e segurou o corpo antes que tombasse fazendo algum estrondo. Então observou atentamente suas feições, assimilando cada uma delas e respirando fundo.
  Um formigamento já bem conhecido por ela tomou conta de seu corpo e, no instante seguinte, qualquer pessoa que a olhasse não diria que aquela era . Ganhando alguns centímetros de altura, mais massa muscular e costeletas horríveis junto a um corte de cabelo duvidoso, sua aparência era exatamente a mesma do guarda desacordado em suas mãos.
  Com uma careta, o largou e retornou ao seu objetivo. Não tinha muito tempo, cada um de seus movimentos havia sido calculado e erros não poderiam acontecer.
  Em poucos minutos, mais uma base da Hydra estaria fora de circulação.
  Quando encontrou os três próximos guardas, não precisou lutar contra eles, não quando todos achavam estar vendo ali apenas mais um colega de trabalho. E aquilo se repetiu nos próximos corredores por onde passou, fazendo todas as paradas necessárias até o momento em que se viu diante do ponto crucial de sua missão.
  Como se fizesse aquilo todos os dias, ela seguiu em direção às portas do que claramente era um laboratório, já que havia uma placa de alto risco, porém foi barrada antes que prosseguisse.
  — O que pensa que está fazendo? — o homem rosnou, empurrando uma mão em seu peito.
   se empertigou, fingindo indignação.
  — Preciso entrar. Tem uma papelada que o Doutor precisa assinar. — Enquanto mentia, seus olhos percorreram o guarda, registrando que se apoiava mais na perna esquerda e que ele demoraria pelo menos mais dois segundos para conseguir atirar nela, já que sua arma estava travada.
  — Qual é o seu nome mesmo? — Aquela pergunta deixou claro que o homem não havia comprado a mentira e tombou a cabeça de lado, deixando um sorriso sarcástico se formar.
  — Eu não me preocuparia com o meu nome se fosse você, querido.
  O próximo barulho foi o do joelho dela acertando o estômago do guarda, que ofegou, buscando por ar e tombou para frente apenas para levar um soco no nariz. não era muito fã do estalo que os ossos faziam quando partiam, mas era um tanto satisfatório quando a pessoa atingida era mais um dos porcos da Hydra.
  Como imaginava, logo mais dois guardas vieram correndo, ficando momentaneamente assustados porque aparentemente ela era um deles e a hesitação era perfeita para serem pegos desprevenidos.
  Acertando um chute na lateral do rosto de um e uma cotovelada no queixo do outro, soltou o ar sonoramente.
  — Vocês nem se esforçam para lutar comigo. Não tem graça.
  Então, antes que perdesse mais tempo, ela finalmente empurrou as portas do laboratório.
  O cientista que estava ali dentro não era exatamente o esperado por , muito menos a cobaia que encontrou.
Aquelas informações haviam sido trocadas por algum motivo, porém não era o momento de questionar isso.
  — Eu poderia dizer que não é nada pessoal, mas, na verdade, é. — estalou a língua enquanto olhava o cientista à sua frente, que tremia completamente incapaz de se mover.
  O acertou com um soco na mandíbula e não fez nem questão de parar para ver o resultado.
  De repente, toda a sua atenção estava voltada para a cobaia.
  Aprisionada em uma espécie de caixa de vidro, a mulher estava nua, encolhida feito uma bola, tremendo tanto que parecia prestes a entrar em colapso. Um arco estranho pressionava suas têmporas, seus olhos estavam vidrados em um ponto só e quando ela soltou algumas palavras desconexas, em um lamento, percebeu que eram dela os grunhidos que ouviu antes.
  Dando alguns passos para mais perto da caixa, procurou qualquer vão ou porta por onde a mulher poderia sair, mas sem sucesso.
  Aquilo a fez franzir o cenho. Como estavam a mantendo naquelas condições?
  Desviando o olhar para o seu redor, viu o monitor que certamente registrava todos os dados sobre aquele experimento e no exato momento em que focou seus olhos nele, um estalo pôde ser ouvido e a tela se apagou em questão de segundos.
  — Não.
   rapidamente voltou a encarar a mulher dentro da caixa de vidro e ela permanecia da mesma forma, mas sabia que o som havia saído dela. Não havia mais ninguém consciente naquele lugar.
  — Ei, eu só estou tentando… — Mais uma vez, se aproximou.
  — Não! — Dessa vez, a mulher disse com mais intensidade e se virou para encará-la.
  Seus olhos eram castanhos, mas havia algo neles, um brilho azulado diferente de qualquer coisa que havia visto.
  — Eu não vou ser apagada de novo. — O tom agora era de ameaça.
  — Não vim aqui para te apagar. — tentou usar seu tom mais gentil, sentindo que seu coração se apertava por ver a forma defensiva como a mulher agia.
  — Foi isso que ele também disse. Não confio em você. — Indicou o cientista caído, arrancando uma careta de .
  — Mas eu não sou como ele. Eu vim aqui te ajudar. — E percebendo uma leve hesitação, prosseguiu. — Nós não temos muito tempo. Logo mais guardas da Hydra vão entrar por aquela porta. Então você precisa me dizer como abrir essa caixa de vidro onde você está.
  — Você não é um deles mesmo? — Ainda havia dúvida e, pelo olhar que ela lhe lançou, se deu conta de que ainda estava parecendo um guarda da Hydra.
  — Não. Não sou. — E abrindo um pequeno sorriso, voltou à sua forma normal, vendo a mulher ficar um tanto impressionada. — Agora me diz como abrir essa coisa.
  — Vira aquela chave. — Indicou um painel logo atrás de , que imediatamente correu até lá e obedeceu.
  Nada aconteceu.
  — E agora? — Olhou da chave para ela, em dúvida.
  — Agora deixe comigo.
  Então a mulher arrancou o arco estranho de suas têmporas, se levantou e poderia até ter reparado mais uma vez no fato de que ela estava nua, porém de repente o brilho nos olhos dela se intensificou, parecendo até mesmo ir além das íris.
  Levou meio segundo para entender que realmente o brilho havia passado e o feixe azulado foi tomando conta de todo o corpo da mulher, seus dois braços se ergueram para os lados e ela se elevou alguns metros do chão.
  Foi naquele momento que se deu conta também de que o feixe azulado era eletricidade.
  A mulher estava controlando a eletricidade.
  Com um sorriso se formando nos lábios, como se estivesse experimentando algo do qual sentia muita falta, ela irradiou correntes de suas mãos, acertando as paredes de vidro até que estourassem, jogando cacos para todos os lados, mas milagrosamente não acertando em .
   precisou de alguns segundos para assimilar o que acontecia, mesmo sabendo que o tempo era precioso. Com certeza os guardas entrariam ali a qualquer momento.
  — E agora? Para onde vamos? — a mulher disse, vindo em direção a ela, voltando ao seu normal, sem raios em seu corpo.
  — Primeiro vamos te arrumar alguma roupa. Não que eu não goste da visão, mas ela desconcentra. — achou um jaleco e entregou a ela, que o vestiu, abrindo um sorriso de canto.
  — Bom saber disso. — Seu tom era bem baixo, mas ainda assim a ouviu. E teria respondido se elas não precisassem mesmo correr dali.
  — Precisamos chegar até a ala leste.
  Nos minutos seguintes, as duas corriam determinadas. O barulho do alerta ecoou, fazendo todos se concentrarem em tentar impedi-las. Não podiam deixar que aquela prisioneira fugisse, mas qualquer um que se aproximasse era recebido com chutes e socos de ou descargas elétricas capazes de fritar o cérebro.
   acertou o joelho de um guarda bem a tempo de impedi-lo de acertar a mulher, que sorriu em agradecimento.
  — Não é que somos uma boa dupla? — O comentário a fez sorrir.
  Quando finalmente chegaram à ala leste, empurrou a porta pesada e correu ainda mais rápido até as árvores que compunham a floresta ao redor, puxando a mulher pela mão e só parando ao ter certeza de que estavam em uma distância segura.
  — O que…
  — Não acha mesmo que eu vou deixar essa base ficar bonitinha daquele jeito, certo? — Um sorriso maldoso se formou nos lábios de quando mostrou seu celular, preparado para acionar um detonador.
  Ela havia espalhado bombas por toda a base enquanto fazia seu caminho até o laboratório.
  A mulher à sua frente retribuiu o sorriso de imediato.
  E com um simples toque, o som da explosão pôde ser ouvido.
  De onde estavam, as duas conseguiam assistir aquela base da Hydra ruindo e a satisfação brilhava em seus olhos.
  — Definitivamente fazemos uma boa dupla. — se virou para a mulher e estendeu uma mão para ela. — .
  — . — Elas apertaram as mãos rapidamente.
  — É um prazer, . Melhor sairmos logo daqui. Explodir essas bases da Hydra sempre me deixa morrendo de fome.

CAPÍTULO UM

  Três anos depois

   tinha certeza de que seus batimentos cardíacos poderiam ser ouvidos por , já que estavam sozinhas naquela sala. Havia computadores à sua volta e ela conseguia sentir as correntes elétricas e suas inúmeras conexões, porém seu foco permanecia todo em . A ansiedade por uma resposta positiva sendo a responsável por várias noites mal dormidas.
  Ao contrário do que pensava, não conseguia escutar seus batimentos, mas nem precisava. Com apenas uma olhada de soslaio na expressão da mulher e em como ficava estalando os dedos, deixando pequenas faíscas saírem da ponta deles, e percebeu o quanto estava inquieta.
  Não a julgava por isso, ela mesma estava. Haviam esperado tempo demais por aquilo. Se frustraram com diversas buscas em vão, mas sentiam de alguma forma que aquele seria o seu momento. Tinha que ser.
  Dois anos depois da queda da Hydra, aquela era a primeira pista concreta e que as aproximaria mais um passo de seus objetivos.
  A cada fracasso, o desejo recorrente de desistir aflorava, mas então buscavam forças para seguirem naquela busca, e sabiam que o fariam até encontrarem o que desejavam.
  Desviando seu olhar de , começou a andar de um lado para o outro. Cada segundo parecia demorar uma eternidade, o que aumentava a sua ansiedade, deixando-a impaciente.
  — Afundar o chão não vai ajudar em nada, soltou, carinhosa, sem sequer desviar seus olhos da tela do computador.
   até teria lhe devolvido uma resposta atravessada, mas aquele tom de voz sempre a quebrava e a mulher soltou um suspiro. usava aquela tática justamente porque conhecia bem as reações dela. Aquele era o resultado de três anos de convivência constante.
  — Suponho que fritar essa maldita máquina também não, né? — resmungou, mesmo já sabendo da resposta.
  — Preciso responder essa pergunta? — Arqueou uma sobrancelha, recebendo uma revirada de olhos. — Mas imagino que haja, sim, alguma maneira de você apressar a transmissão de dados. — Sua expressão ficou pensativa.
  — Deixa eu adivinhar: hoje não, mas essa é a minha lição de casa? — retrucou em tom esperto, o que arrancou um pequeno sorriso de .
  — Por isso que te amo. Às vezes é como se você pudesse ouvir meus pensamentos, .
  — Isso e o fato de eu ter aceitado lavar a louça sempre, porque você odeia. — Mais sorrisos foram trocados, então, quando uma nova aba surgiu na tela do computador, as duas a olharam imediatamente.
  Os batimentos de aumentaram ainda mais, a ansiedade era tanta que a mulher até sentiu seu rosto esquentar. Queria acabar com aquilo logo. Que a outra parasse com o mistério e contasse logo o que aquilo significava.
  Antes de dizer qualquer coisa, a expressão de se iluminou. A dose de esperança foi capaz de aumentar o sentimento de que daquela vez tudo daria certo e elas não colecionariam mais uma frustração.
  — E aí? — insistiu, incapaz de se conter, enquanto enrolava uma mecha de seus cabelos no dedo. Era mais uma de suas manias de quando estava nervosa.
  Um sorriso de canto foi moldando as feições de e ela tornou a olhar para .
  — Consegui a localização, mas precisamos ser rápidas. Eles vão agir em cerca de — olhou para o relógio em seu pulso — três horas e quarenta e sete minutos.
   se aproximou, vendo o ponto marcado no mapa.
  — Acha que conseguimos chegar a tempo?
  — Eu sei que conseguimos. Se sairmos daqui agora. — estava convicta e a amiga imediatamente assentiu.
  — Vamos matar o que sobrou daqueles desgraçados. — exibiu um sorriso diabólico nos lábios.
  — E esse é o terceiro motivo pelo qual eu te amo. — retribuiu o gesto.
  — Tá fazendo uma lista, é? Gostei, pode continuar. — Sem mais tempo a perder, as duas saíram da sala e seguiram pelo pequeno corredor que as levaria até o depósito de suprimentos.
  O número de pessoas que conheciam aquele lugar, ou o que realmente havia ali, estava limitado apenas às duas. Não podiam arriscar um ambiente com agentes duplos infiltrados.
  — Você é mesmo muito boba, acabou rindo e negando com a cabeça, o que arrancou mais sorrisos de .
  No entanto, o breve clima amistoso cedeu seu lugar à seriedade que precisavam. e estavam prestes a entrar em missão, a missão de suas vidas.
  E dessa vez se recusavam a aceitar falhas.

💥

Lagos

  Steve Rogers tinha consciência do quanto aquela missão era importante. Além de arriscar seu próprio pescoço, levaria consigo outros três colegas de equipe se alguma coisa desse errado, e ele tinha certeza de que não pegariam leve com eles justamente por terem saído na surdina, agindo por conta própria.
  No entanto, Steve não conseguiria ficar de braços cruzados, apenas assistindo as injustiças e os absurdos que aconteciam. Ele precisava fazer alguma coisa.
  E Natasha, Sam e Wanda não hesitaram em aceitar seu pedido por auxílio. Rogers não era orgulhoso, sabia que não seria capaz de agir sozinho, ou ao menos não da forma que planejava.
  Afastando a cortina do pequeno apartamento onde se encontrava, o Capitão observou o movimento das ruas e levou a mão ao ponto eletrônico.
  — Muito bem. O que você vê? — A seriedade em sua voz na verdade entregava que estava mais nervoso do que o normal para aquela missão, algo que não foi questionado por nenhum dos outros três. Eles sabiam bem qual era o motivo.
  — Vejo policiais — Maximoff respondeu prontamente, enquanto levava uma xícara de café à boca.
  Os quatro estavam em pontos diferentes, cada um responsável por um local a ser observado.
  Wanda se inclinou levemente, dando uma olhada ao seu redor e voltando a responder.
  — Um posto policial e uma rua tranquila. É um ótimo alvo.
  Steve conseguia vê-la de onde estava e localizou facilmente cada ponto observado.
  — Há um caixa eletrônico também, o que quer dizer…?
  — Que há câmeras — Wanda prontamente completou.
  — As duas ruas são de mão dupla — Rogers observou.
  — Não são rotas de fuga seguras. — Se estivessem em treinamento no complexo, provavelmente o Capitão a encararia orgulhoso naquele momento.
  — Dez pontos para a Sonserina — Sam murmurou, fazendo graça e recebendo um resmungo impaciente de Natasha, antes de voltarem a se concentrar na conversa dos outros dois.
  — Consegue ver o furgão no meio do quarteirão? — Steve indagou, sem desviar sua atenção. O nervosismo o deixava ainda mais focado em seu objetivo.
  — O vermelho? É uma graça.
  — Ele também é blindado, então se trata de uma escolta privada, o que significa mais armas e mais dor de cabeça para nós. — Natasha, que estava a poucos metros de Maximoff, se intrometeu.
  — Vocês sabem que eu posso mover as coisas com a minha mente, não sabem? — Wanda ergueu uma sobrancelha.
  — Reconhecimento de área tem que ser algo instintivo — Romanoff atalhou, como se já estivesse esperando aquele comentário da outra.
  — Já te disseram que você é paranoica? — Foi a vez de Samuel se meter na conversa, caminhando ansioso para entrar logo em ação.
  — Não na minha cara. Por quê? Ficou sabendo de alguma coisa? — Nat contestou, erguendo uma sobrancelha.
  Antes que continuassem aquela discussão, no entanto, Steve interferiu.
  — Olhos no alvo, pessoal. — Não podia deixar que aquilo comprometesse a missão. — É a melhor pista do Rumlow que conseguimos em seis meses. Não quero perdê-lo. — Foi sincero.
  Sam soltou uma breve risada.
  — Acho que, se nos verem, não será um problema. O cara nos odeia.
  Então algo atraiu a atenção do Capitão. Um veículo que circulava de maneira um tanto suspeita em uma rua, com pressa e batendo no que estava em seu caminho.
  — Sam, está vendo aquele caminhão de lixo? Rastreie-o — comandou, ouvindo Wilson concordar de imediato.
  Não demorou muito para que descobrissem que, diferente do que imaginavam, o alvo de Rumlow não era o posto policial.
  Com um enorme estrondo, o caminhão de lixo tombou na entrada do Hospital de Doenças Infecciosas, abrindo passagem para outros caminhões repletos de agentes do que restou da Hydra.
  Preparados para entrar em ação, imediatamente os homens desceram e começaram a atirar bombas de gás nos andares superiores, com Rumlow em seu comando, que, aproveitando a distração, adentrou o prédio em busca do seu alvo.
  — Como eu digo, não é uma festa se os desgraçados não aparecerem — Sam resmungou pelo comunicador, enquanto voava entre os prédios, tentando chegar ao local o mais rápido possível.
  Wanda e Natasha se entreolharam e imediatamente se levantaram de seus lugares ao ouvirem o comando do Capitão, deixando de se preocuparem com disfarces. Maximoff usou a levitação ao seu favor, enquanto Romanoff corria, desviando do máximo de pessoas e objetos que apareciam em seu caminho.
  Rogers se aproveitou de suas habilidades de super soldado para saltar de um prédio para outro, se desculpando ao assustar algumas pessoas no processo.
  Conseguiu ver o momento exato em que o grupo de Rumlow entrou no hospital e, sem pensar duas vezes, se atirou da cobertura de mais um prédio, usando seu escudo para aterrissar próximo aos caminhões e escombros que já eram resultado da destruição feita pela Hydra.
  Se havia alguém que Steve Rogers odiava, eram as pessoas que trabalhavam para aquela organização.
  Nenhum deles podia sair impune, ele se certificaria daquilo.
  E chegar a Rumlow era essencial.
  Pulando para cima de uma caminhonete, acertou um agente com os dois pés em seu peito, derrubando-o e tomando seu lugar para poder checar a situação ao seu redor.
  — Armadura. AR-15. — Tocou o ponto eletrônico, ouvindo um farfalhar no ar, mesmo em meio aos sons de tiros, que só podia significar que Sam estava próximo. — Contei sete agentes.
  Os tiros se intensificaram e, em questão de segundos, a resposta de Wilson veio.
  — Agora são cinco.
  Rogers viu o exato momento em que Maximoff surgiu, atingindo agentes com ondas de energia e, em um trabalho em conjunto, ela e Sam derrubaram mais um.
  — Quatro — o Falcão informou, mesmo que não fosse preciso, enquanto passava pelo Capitão.
  Usando o Asa Vermelha, Wilson fez uma varredura pelo prédio, em busca de Rumlow, localizando-o segundos depois.
  — Ele está no terceiro andar.
  — Wanda, do jeito que praticamos. — Steve a encarou, já tomando impulso para saltar.
  — E o gás? — A voz da mulher soou um tanto alarmada.
  — Dá um jeito nele. — E sem dar mais tempo para questionamentos, pulou.
  Maximoff lançou ondas de energia na direção do Capitão, o impulsionando até o terceiro andar.
  Rogers atravessou a janela sem muita dificuldade e assim que se levantou para correr atrás de Rumlow, ouviu mais uma vez a voz de Sam pelo comunicador.
  — Ei, Cap. Acho que temos mais um problema.
  Franzindo o cenho, Steve não se deteve e avançou, tendo que derrubar agentes da Hydra que cruzavam seu caminho.
  — Tem outra figura suspeita no mesmo andar — Wilson continuou.
  — Mais um agente da Hydra? — Rogers indagou, mas algo lhe dizia que não era o caso.
  — Não parece. Não estou vendo armamento nenhum e… Espera, tenho certeza de que é uma mulher.
  — O que ela está fazendo aqui? — Steve estava extremamente confuso.
  — Não faço a menor ideia, mas se ela está de pé e sem máscara depois de todas essas bombas de gás, te desejo boa sorte, meu amigo.
  — Estou vendo-a daqui também. E ela é gostosa — Natasha se pronunciou, precisando desviar sua atenção para derrubar mais agentes. Ela havia chegado ao prédio e ajudava Sam a impedir a entrada de mais deles no hospital.
  — Uou, boa sorte mesmo! — Sam soltou uma risadinha.
  — Não é hora pra isso, pessoal — Rogers ralhou, mais por desconforto diante daquilo.
  Acertando outro agente com um chute no peito, o Capitão lançou seu escudo com precisão para que conseguisse derrubar outros homens e aproveitou o caminho livre para seguir pelo corredor, procurando por qualquer sinal de Rumlow ou da suspeita.
  E em meio à névoa causada pelo gás, Steve a localizou no meio do corredor, virada de costas para ele.
  — Encontrei a suspeita — anunciou, enquanto seguia sorrateiro na direção dela, tentando decifrar se era mesmo uma inimiga ou não.
  — E como ela é? É gostosa mesmo? — Wilson questionou, interessado, mas ao mesmo tempo querendo atormentá-lo porque era engraçado vê-lo constrangido.
  — Não é hora! — o Capitão apenas repetiu, impaciente.
  A mulher parecia não se dar conta de que estava sendo seguida, ou, se sabia, não dava importância. Mesmo que tivesse pressa em chegar ao seu destino, ela caminhava de uma forma um tanto graciosa. Por alguns segundos, o olhar de Rogers ficou preso ali e ele precisou sacudir a cabeça levemente para retomar o foco.
  O que ela queria? Seria o mesmo que Rumlow?
  Steve não demorou muito para concluir que o homem estava ali em busca de alguma arma biológica, o que fazia total sentido para os planos da Hydra, mas e ela?
  Estaria aquela mulher também trabalhando pela Hydra?
  Ele continuou a acompanhar os passos dela, ficando o mais próximo possível sem que levantasse suspeitas, apenas para tentar entendê-la antes de qualquer coisa.
  No entanto, quando estava próxima de seu destino, a mulher simplesmente inclinou a cabeça por sobre os ombros e o encarou.
  — Vai ficar aí desse jeito mesmo? Pode vir olhar mais de perto, bonitinho. Mas só se eu puder fazer o mesmo com você. — E sorriu maliciosa.
  Steve arqueou uma sobrancelha, sem acreditar no que havia acabado de ouvir. Tinha certeza de que Nat e Sam reagiriam se escutassem aquilo, mas não podia dar atenção àquele tipo de coisa. Rumlow estava dentro do laboratório e se conseguisse fugir, eles perderiam uma chance que não tinham há seis meses.
   continuava encarando o homem que nunca havia visto pessoalmente, mas sabia muito bem quem era. Steve Rogers definitivamente não era alguém que passava despercebido e não apenas por ser o Capitão América, mas porque era deliciosamente atraente.
  Rindo discretamente de seus próprios pensamentos, esperava para ver qual seria a reação dele, porém o homem parecia embasbacado demais para encontrar as próprias palavras. Ela então lambeu o lábio inferior, passando seus olhos rapidamente por ele, e Steve despertou do transe momentâneo, voltando a avançar na direção dela.
  — Quem é você? Trabalha para Rumlow? — indagou, estudando cada pequeno movimento dela, mas sequer mudou a posição, parecia perfeitamente confortável como estava.
  Sem respondê-lo, ela simplesmente soltou uma risadinha, o que deixou Rogers agoniado por não saber se aquela era uma inimiga ou não.
  — Me responde! — insistiu, apressando os passos, ficando cada vez mais próximo de .
  — Vai ter que arrancar de mim, bonitinho.
  Steve não tinha tempo a perder. Não podia ficar ali discutindo com ela e talvez fosse exatamente aquilo que a mulher queria.
  Ela era uma distração.
  Bufando impaciente consigo mesmo, Rogers se aproximou o bastante para jogar seu peso contra ela, acertando-a com seu escudo e a atirando longe. Sem lhe dar margem para escapar, o Capitão voltou a correr até .
  — Que assim seja então. Não sou de fugir de nenhum desafio. — Sua voz estava ofegante, mas carregava toda a determinação que possuía.
  Em questão de segundos, a mulher jogou suas pernas no ar, se levantando em um salto, avançando na direção dele sem se intimidar. Rogers mal teve tempo para processar aquilo porque logo em seguida um chute o acertou no peito, fazendo-o recuar um pouco para trás. Ele se manteve em pé, mas se surpreendeu com a força e a agilidade de .
  — Ótimo, meu bem. Os que não fogem são os meus favoritos. — Ela jogou os cabelos para trás e não esperou para atingi-lo com uma série de socos.
  Steve se defendia dela, processando o fato de que realmente era mais forte do que aparentava e cada um de seus golpes era preciso, o que deixava claro que era bem treinada e sabia o que estava fazendo. Era como se tivessem a ensinado a lutar contra alguém com reflexos como os dele.
  Quem era ela?
  Rogers passou a revidá-la à altura, usando seu escudo como auxílio e se surpreendendo mais uma vez quando conseguiu segurá-lo no ar, lançando-o contra uma viga, e sua força havia sido tanta que o objeto ficou fincado no concreto, mas o Capitão estava ocupado demais aparando e desferindo socos contra ela.
  Algo dentro dele até reclamava o fato de estar lutando contra uma mulher, mas o que poderia fazer num momento como aquele? Até onde sabia, ela também era uma inimiga e Steve não podia deixar que aquela arma caísse nas suas mãos, muito menos nas de Rumlow.
  Rumlow. Por alguns segundos, sua atenção havia se desfocado dele e Rogers olhou alarmado na direção de onde imaginava ser o laboratório.
  Sem o auxílio de seu escudo daquela vez, o Capitão empurrou seu próprio ombro contra a mulher, sabendo que teria força o suficiente para derrubá-la, mas estava preparada. Pegando impulso, ela deu um salto, usando uma das paredes como apoio para um de seus pés e a próxima coisa da qual Steve se deu conta, foi de que as pernas dela agora envolviam seu pescoço.
  — É uma pena que nós dois estamos em lados opostos, bonitinho. Se não fosse por isso, essa situação aqui poderia ser bem mais prazerosa. — Mais uma vez, a malícia estava bem nítida na voz da mulher, o que fez Rogers sentir seu rosto esquentar.
  Como ela dizia aquelas coisas com aquela naturalidade? Pior do que isso, ele deveria responder?
  No entanto, antes que ele pudesse de fato reagir ou revidar a mulher, um estrondo se fez ouvir e os dois viram que as portas do laboratório se abriram com violência. Uma figura bateu contra a parede e Steve levou alguns segundos para se dar conta de que era Rumlow.
  — Sabe, capitão, se você estivesse menos ocupado com os flertes e prestado atenção ao seu redor, teria percebido melhor as coisas. — A confusão tomou o rosto de Rogers porque em um segundo estava olhando para um dos agentes da Hydra e no outro o viu se transformar em uma segunda mulher. Então abriu um sorriso de canto, convencida.
  Se antes estava embasbacado, naquele momento seu cérebro simplesmente parou de funcionar. Não havia outra palavra que ele poderia usar para defini-la. Ela era estonteante.
  A risada animada da mulher em cima dele acabou o despertando um pouco e Steve se forçou a reagir, movimentando o corpo, na tentativa de se livrar de , que apertou ainda mais as pernas em seu pescoço.
  O objetivo dela por acaso era estrangulá-lo daquele jeito?
  — Todo seu, . Eu cuido disso aqui. — A voz de mais uma vez atraiu a atenção do Capitão, que franziu o cenho, sem entender a quem a mulher se referia, até notar algo em suas mãos. Era um frasco com um líquido amarelo.
  A arma biológica.
  Rogers se forçou ainda mais e apenas riu de seu esforço, virando de costas para ele e dobrando o corredor à direita, saindo de seu campo de visão.
  E agora, o que faria?
  Precisava alertar os outros para que detivessem aquela mulher.
  — É uma pena nos despedirmos. A gente podia se divertir muito mais, só que agora a minha brincadeira é com aquele desgraçado ali. — indicou Crossbones com um aceno e seus olhos faiscaram.
  Num movimento rápido, ela tomou impulso outra vez e se jogou para frente, levando Rogers junto. Os dois tombaram no chão e ele sentiu o impacto do chão na lateral de seu corpo, enquanto aterrissou de forma graciosa, se agachando brevemente e tirando uma mecha de cabelo de seu rosto.
  — Foi um prazer te conhecer, bonitinho. Quem sabe nos esbarramos de novo. — Piscou para ele e Steve notou um brilho azulado nos olhos escuros dela, mas provavelmente era reflexo de alguma coisa.
   se voltou para Rumlow e estava prestes a avançar para cima dele com toda sua gana, erguê-lo pelo colarinho e forçá-lo a dizer tudo que precisava saber.
  No entanto, Crossbones havia recobrado a consciência e, sacando sua arma, atirou contra , aproveitando a distração para seguir rumo ao seu objetivo. Os olhos da mulher se arregalaram e em meio segundo ela tentou desviar do tiro, porém, mesmo assim, acabou atingida na coxa direita.
  Urrando de dor, porque a bala imediatamente se alojou em sua carne, se curvou, segurando a região, e quando voltou a olhar na direção de Rumlow, ele já tinha saído de lá.
  Sem pensar direito, Steve se aproximou dela, preocupado, como se não estivessem lutando há pouquíssimos minutos. Porém lhe ocorreu que ela também estava atrás do Crossbones, então talvez não fossem inimigos.
  — Você está bem? — Aquela pergunta havia sido tremendamente estúpida e ele soube daquilo no segundo seguinte.
  — Eu pareço bem, bonitinho? — resmungou, sentindo seus olhos lacrimejaram de tanto que aquilo doía.
  Não conseguia acreditar que Rumlow havia acabado de escorregar por seus dedos.
  Fechou sua expressão, respirando fundo e ignorando toda dor que sentia.
  — Ei, o que está fazendo? — Steve percebeu ela se empertigar.
  — Não vou deixar aquele filho da puta fugir de novo — rosnou e se pôs a correr pela mesma direção em que o Crossbones havia seguido.
  Rogers respirou fundo, sem conseguir acreditar no que havia acabado de acontecer ali, tentando processar toda aquela loucura e o fato de que havia outras pessoas com objetivos semelhantes aos dele.
  Levando a mão até o ponto eletrônico, chamou por Nat, Sam e Wanda, informando que a arma biológica estava nas mãos de uma segunda desconhecida e que Crossbones havia acabado de fugir do prédio.
  Natasha se encarregou de contê-lo e Maximoff finalmente conseguiu se livrar do gás que foi lançado nos corredores. Wilson sobrevoava o local, tentando localizar a arma biológica enquanto o asa vermelha o auxiliava no processo.
  Steve puxou seu escudo da viga onde foi cravado e passou por vários corredores até chegar a uma varanda.
  Em uma fração de segundos, no entanto, ele precisou usar seu escudo para conter os tiros que Rumlow passou a disparar em sua direção. Ele havia conseguido se livrar de Nat e não deu descanso a Rogers até deixá-lo tonto, fazendo com que o Capitão despencasse da varanda.
  Se sentindo atordoado e processando a dor do impacto de seu corpo no chão, Steve precisou de alguns segundos para se recuperar, então se levantou em um salto, passando a correr porque, mais uma vez, Rumlow escapou.
  — Sam? — Rogers chamou, pelo comunicador.
  — Ele está em um veículo blindado. Estão perseguindo uma mulher em uma motocicleta e… Uou! A nossa amiga tá correndo atrás do carro como se fosse um super soldado. — Wilson não devia se demonstrar tão empolgado com aquilo, mas a verdade era que estava e a curiosidade em descobrir quem eram aquelas duas lhe aflorava cada vez mais.
  Steve não esperou mais nenhum segundo e pegou a primeira rua que viu, correndo o mais rápido que pôde e logo avistando a mesma silhueta que havia o prendido entre as pernas.
  Aquele não era um pensamento muito adequado, porém era de fato o que tinha acontecido.
  Rogers constatou que ela realmente parecia correr tão veloz quanto ele e isso levando em conta que sua perna estava machucada. Percebeu que parecia mancar um pouco enquanto corria e talvez fosse aquilo que a atrasava, porque ainda não conseguia alcançar o veículo blindado.
  Rumlow grunhiu irritado ao ver a mulher na motocicleta disparar em direção a um centro comercial e desaparecer em meio às tendas. Pararam bruscamente, sem poder avançar e logo ele disparou ordens.
  — Arranquem a arma biológica com as mãos dela junto se for preciso. Eu tenho outra coisa que preciso resolver aqui.
  Os agentes assentiram, saindo do carro e disparando na direção por onde havia ido, enquanto Rumlow preparou sua armadura de metal e desceu bem a tempo de e Steve pararem em sua frente.
  Os três se entreolharam em uma fração de segundos. Crossbones riu satisfeito ao ver que estava ferida, porém seu principal alvo naquele momento era o Capitão América, então disparou na direção dele com toda a sua fúria.
  Tentou acertá-lo com um gancho de direita, que Rogers aparou com seu escudo, fazendo um estrondo ecoar. Rumlow soltou um urro irritado, querendo arrancar aquele maldito objeto das mãos do Capitão para que pudesse fazer com o rosto dele o que Steve Rogers havia feito com o seu.
  Se afastou o suficiente para atirar uma granada contra o escudo e Rogers teve apenas segundos para jogá-lo longe, segundos esses que permitiram a Rumlow acertá-lo em cheio no rosto.
  Caído a poucos metros dele, o Capitão se levantou, vendo o homem avançar com ódio em sua direção.
  Steve se protegia como podia e se jogou para frente, impulsionando os pés para atingir Crossbones, o empurrando para longe e o fazendo cair de joelhos.
  A poucos metros dali, teve que pular da motocicleta e saltou por cima de algumas frutas, vendo que três homens e Natasha Romanoff a perseguiam.
  Revirando seus olhos, puxou a arma de seu coldre, revidando os tiros que os agentes lhe lançavam, porém com uma pontaria bem melhor que a deles, atingindo dois e os derrubando. O terceiro desviou e, acelerando os passos, conseguiu alcançá-la, atingindo a mulher com um chute, fazendo com que tropeçasse e derrubasse a arma de suas mãos.
  — Que mal educado! — ela rosnou, se jogando contra ele, desferindo uma série de socos para depois se afastar e pegá-lo desprevenido ao acertar um chute no meio de suas pernas. — Esse lugar é sempre infalível. — Riu, mas seu sorriso se desfez ao ver que Romanoff havia a alcançado.
  — Me entrega a arma e ninguém vai se machucar. — Nat estendeu uma mão para ela, que tombou a cabeça, estreitando os olhos.
  — E qual seria a graça disso?
  Romanoff revirou os olhos e avançou para cima de , percebendo um estilo familiar na forma como desviava e revidava seus golpes.
  — Você era da SHIELD? — Franziu o cenho, desviando segundos antes de receber um soco no rosto.
  — Você é esperta, Romanoff. — riu, atingindo a ruiva com um gancho bem no estômago e aproveitou os instantes em que a mulher ficou sem fôlego para mais uma vez sumir no meio da multidão.
  — A filha da mãe fugiu — Nat bufou, pelo ponto eletrônico, e aquilo distraiu Steve, que desviou seu olhar por poucos segundos para observar em volta, tentando localizá-la.
  Aquilo foi o suficiente para Rumlow atingi-lo com um soco no queixo, deixando-o atordoado pela segunda vez naquele dia. No entanto, nenhum dos dois teve tempo para qualquer reação.
  Um vulto cruzou a visão de Rogers e, em questão de segundos, Crossbones estava caído no chão, com em cima dele, socando-o com tanta força que a máscara em seu rosto foi arrancada com brutalidade.
  Mais uma vez, Steve pensou ter visto algo azulado nos olhos de e ela pegou Rumlow pelo pescoço, encarando-o com todo o ódio que sentia.
  — Por que não prova um pouco do veneno da Hydra, seu merda! — sentiu a eletricidade fluir por seu corpo e se concentrar em sua mão, atingindo o homem que, em vez de agonizar, apenas gargalhou.
  — Achou mesmo que isso ia funcionar em mim? — Então voltou seu olhar para Rogers, que ainda não sabia se acreditava no que via.
  Era impressão sua ou a mulher tinha acabado de eletrocutar Rumlow com suas próprias mãos?
  — O que achou da minha nova aparência, Rogers? Agora sim eu tô lindão — ironizou e apenas naquele momento Steve e focaram sua atenção no rosto dele.
  Rumlow estava desfigurado de uma forma grotesca e o Capitão sabia bem o motivo.
   estava cansada de papo furado. Queria respostas e, agora que tinha o homem em suas mãos, arrancaria dele nem que fosse no soco. Ela ergueu o punho, pronta para golpeá-lo sem misericórdia, quando a fala seguinte do homem a interrompeu.
  — Ele te reconheceu, sabia? — Os olhos de Rumlow estavam em Steve. — O seu amigo, Bucky.
  Rogers se aproximou, enquanto paralisou, olhando para Crossbones em busca de qualquer sinal de que aquilo era mentira.
  — Como é que é? — Steve balbuciou, atordoado.
  — Ele te reconheceu. Na verdade, reconheceu você e lembrou da gostosinha aqui. Ficou choramingando até que fritaram o cérebro dele outra vez. — O homem se deliciava ao ver as expressões dos dois à sua frente.
  Rogers franziu o cenho, completamente perdido com aquelas informações. Olhou rapidamente para e os olhos da mulher estavam arregalados e… marejados?
  Ela conhecia Bucky? Como?
  — Ele deixou uma mensagem pra vocês antes, sabem? — Rumlow atraiu a atenção de Steve novamente. — Ele disse que quando chega a nossa hora, não tem como fugir. A minha chegou e eu vou levar vocês dois comigo. O que é até uma pena, porque você é bonita demais pra morrer. — Um sorriso maldoso tomou suas feições, então Crossbones revelou um dispositivo que Steve e não precisaram pensar para saberem o que era.
  E antes que pudessem fazer qualquer coisa, Rumlow apertou o botão.
  — Não!
  Ninguém soube ao certo de quem havia sido o grito, porém o corpo do homem rapidamente foi tomado pelas chamas, enquanto urrava de dor.
   saltou de cima dele, mas sabia que estava acabado. Morreria e só desejava que não doesse, que fosse rápido como um piscar de olhos.
  No entanto, as chamas não tocaram nela e muito menos em Steve.
  Surpresa, viu que uma espécie de energia continha o fogo e, ao olhar ao redor, viu que era Wanda Maximoff que a controlava. A mulher fazia um grande esforço e, sem conseguir conter a bomba por muito tempo, a atirou para o lado.
  Porém, as consequências daquele ato foram catastróficas quando as chamas atingiram um prédio, destruindo vários andares dele.
  Wanda sentiu todo o seu ser congelar com aquilo. Havia acabado de matar várias pessoas inocentes em segundos.
  Rapidamente, Steve levou sua mão ao comunicador, encontrando toda a força que tinha para falar com firmeza.
  — Sam, precisamos fazer alguma coisa. Acione a emergência, eu… — Ele viu o exato momento em que se levantou e correu na direção de , que havia vindo desesperada ao ouvir a explosão. — Eu vou atrás daquelas duas. Preciso saber o que queriam.
  Sem hesitar, Rogers as seguiu e, quando achou que havia as perdido de vista, sentiu as pernas de o acertarem com violência, quase o derrubando.
  — Qual é o seu problema, capitão? Por que continua vindo atrás da gente? — ela rosnou, incomodada com aquilo.
  — Quero saber quem são vocês e o que querem! Por que ele disse que Bucky se lembrou de você? — Desviou o olhar para , que de repente parecia extremamente exausta.
  — Não temos tempo para isso agora. Ela perdeu sangue demais, não tá vendo? — se aproximou de , apoiando-a em seus ombros.
  — Por que fizeram isso tudo? — Steve insistiu ainda assim.
  — Não somos suas inimigas, bonitinho. É tudo o que você precisa saber por hora — se pronunciou.
  — Fale por você — atalhou, irritada com o homem. — Agora vá, Rogers. Sua amiga derrubou um prédio — o lembrou e suas palavras fizeram o Capitão se virar momentaneamente para olhar a destruição causada por Wanda.
  — Boa sorte com isso. — Ouviu uma delas dizer, mas não identificou qual e, de uma maneira ainda mais atordoante, quando Steve voltou a olhar para as duas mulheres, elas haviam desaparecido.
  Rogers não sabia o que era mais louco naquela história toda. Se era o fato de que Bucky se lembrava dele, a mulher desconhecida conhecer seu amigo, Wanda ter jogado uma bomba em um prédio para protegê-lo, ou o fato de ele ter acabado de deixar duas suspeitas fugirem.

CONTINUA...



Comentários da autora

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  Ste