Promete Ficar?
Escrito por Maria Eduarda | Revisado por Mah
Capítulo 01
Narrado por
- Ai meu Deus, me desculpe, não era minha intenção! – falei, sem nem mesmo olhar pra cima.
Estava no show há apenas 40 minutos e já tinha derrubado meu Martini em alguém. Minha “querida” irmã, , ria mais do que nas outras vezes em que derrubara Martini em alguém, só não sei por quê.
- Desculpas aceitas! - o menino em quem eu derrubei a bebida falou, compreensivo.
Olhei para cima para descobrir quem era a minha mais nova vítima da balada.
- AI MEU DEUS! V-você é L-Logan Lerman! Eu não acredito que derrubei Martini em LOGAN LERMAN! - me senti ficar vermelha de vergonha.
Ele abriu o sorriso meia-boca mais encantador que eu já vi.
- E aí, Logan! – começou a falar, na maior tranquilidade.
- Oi, ! Quanto tempo! - falou ele, enquanto ia abraçá-la.
Espera aí! A CONHECIA o Logan e nunca tinha me falado nada?
- Espera um minutinho! - falei indignada, logo eles pararam de se abraçar e olharam pra mim. - , você conhecia LOGAN LERMAN, o lindo, e nunca me falou absolutamente NADA?!
- Cala a boca, ! Vai chamar o guri de lindo na frente dele! – ela falou, tentando fugir da explicação que ela me devia e ao mesmo tempo com uma voz repreensiva.
Logan tentava não rir.
- Eu falo, uai! Não tô mentindo! O pior é se a mamãe souber que você anda com o , você sabe que ela não gosta nada da família ...
- Você não faria isso, ! – ela me olhou com raiva.
- Hey girls! Podem parando de discutir! - ele falou, em uma tentativa de parar o início de discussão.
- Primeiro: Não estamos nem começando, e segundo: É muito ridículo misturar inglês com português! – falei, já perdendo a paciência, e podemos dizer que ela não era muita.
- Nossa, já notei que você é bem estressada!
- HÁ HA! Tô morrendo de rir – Falei, sarcasticamente.
- Eu quero um pouco de paz! – disse , levantando as mãos.
- Que tal começarmos de novo? – propôs Logan.
- Ok, Lerman... De novo!
- Olá senhorita, eu sou Logan Lerman, nomeado “o lindo” e tenho 18 anos! – ele riu.
- Olá Lerman, eu sou , nomeada a “desastrada estressadinha” e tenho 17 anos! – Nós rimos.
- Tudo muito bom, tudo muito bem... Mas eu vou procurar o ! – disse , se retirando da área VIP.
- E a minha explicação, dona ? – gritei, numa tentativa frustrada de ela ainda me ouvir e não me deixar em uma situação um tanto... Constrangedora, podemos dizer.
- Pelo visto, agora é só a gente... – ele falou, meio timidamente.
- Pelo visto... – fitei o chão.
Começou a tocar Touch The Sky, do Sean Paul, e ele me chamou para dançar. Dançamos mais algum tempo antes de iniciar uma conversa.
- Cansei de dançar! – falei.
- Eu também, preciso beber alguma coisa!
Logan pegou um copo de champanhe que o garçom oferecia às pessoas da área VIP. Sentei-me em um sofá próximo e peguei meu celular, que estava dentro da bolsa, para ver que horas eram.
- MEU DEUS, já são três horas da manhã! Eu preciso ligar pra me levar pra casa!
- ? – ele perguntou, levantando uma sobrancelha, o que deixava ele ainda mais lindo.
- Sim, é uma prima nossa, ela vai passar um tempo na cidade e quis vir aqui, pois sempre ouvia falar lá no Canadá.
Disquei seu número e esperei atender. Nenhuma tentativa deu certo, sempre caía na caixa postal. Virei-me para Logan com uma expressão meio frustrada.
- E aí? Ela ainda está aqui?
- Pelo que o “Tu Tu Tu” no final da ligação falou, ela não atende o celular.
- Hum, só uma pergunta, você sempre faz essas piadinhas sem graça? – ele perguntou, rindo.
- Muito engraçado, e respondendo a sua pergunta, sim, eu faço essas piadas sem graça o tempo inteiro. – falei, com uma expressão de ignorância - Tá, mas e agora? Como eu vou para casa? – falei, colocando minhas mãos no queixo e desabando sobre elas.
- Eu posso te levar... – ele coçou a nuca disfarçadamente, sendo mais fofo impossível. – Se você quiser, claro!
- Por mim tudo bem, não espero ficar aqui até amanhã! – falei, com um sorriso no rosto.
Ele pegou minha mão e me dirigiu até o seu carro, que era uma BMW X6 prata.
- Primeiro as damas – disse, enquanto abria a porta do carro para mim.
Logo depois ele entrou no carro e deu a partida.
- Então, Senhorita Virei Martini no Lerman, onde fica sua casa?
- Você não vai gostar...
- Não deve ser tão longe assim! – ele insistiu.
- Perto do café Crumbs, a única casa que tem por lá, sabe...?
- Nada mal morar na casa do Prefeito, hein?! – Ele riu – É longe, mas vamos lá, a vida continua!
- Qual é! Não consegue ficar no mesmo carro que eu por uma mísera hora?
- MÍSERA? Tu é tão pirada que é capaz de me espancar!
- Olha, se eu ARRANHAR o rostinho lindo de Logan Lerman... Amanhã minha rua vai estar cheia de Lermanzetes piradas querendo me arrancar a cabeça!
- Lermanzetes? – ele me olhou com uma cara de dúvida, mas, logo depois, ele caiu na risada, assim como eu.
- Entregue, mocinha!
- Valeu pela carona, Lerman!
- Às ordens! Sabe... Acho que a gente podia fazer isso de novo um dia desses... sair, sabe?
- Sei, e acho que podemos sim... E sabe outra coisa que eu sei?
- O quê?
- Que você realmente não sabe convidar uma garota pra sair! – falei, já morrendo de rir. Meu Deus, eu realmente ria de tudo quando estava com sono.
Saímos do carro, indo em direção à porta de minha casa.
- Mas eu sei fazer outras coisas também... – ele disse misteriosamente.
- Me engana que eu gosto...
- Eu posso provar, sabia?
- Então prova! Tá esperando o quê?
Ele se aproximou, nossos olhos se encontraram.
Capítulo 02
Narrado por Logan
Quando nossos corpos e olhares se aproximaram, vi que ela era a garota por quem eu esperei minha vida toda.
- Merda! – falei para , quando avistei os paparazzi, como eles me acharam? – Se abaixa.
- O que houve? – perguntou ela, preocupada.
- Paparazzi, rápido abra a porta! – sussurrei, gesticulando para que ela abrisse a porta.
Assim que ela abriu a porta, já a empurrei para dentro. Assim que entramos, ela tirou os sapatos e se sentou no sofá.
- O que foi isso? – perguntou ela, surpresa.
- Isso foi o que eu gosto de chamar de: “Os paparazzi me amam e não me deixam viver uma vida normal e tranquila”.
Ela riu do meu comentário sobre paparazzi.
- Isso é normal pra você?
- Sim... Eu gostava quando eu podia sair na rua sem ter carros me seguindo ou algo do tipo.
- Eu também gostava quando não tinha ninguém tentando tirar fotos para revistas de fofocas ou coisas do tipo, mas é o preço!
- Então me entende?! – Falei surpreso.
- Claro! Minha vida era quase totalmente normal antes do meu pai virar prefeito, minha irmã fazia alguns filmes, acho que ela participou de um em que você era o personagem principal, era algo sobre monstros e raios... – sorri.
- Sim, Percy Jackson e o Ladrão de Raios, ela fazia Annabeth. Éerr... não quero mudar de assunto, mas... Eu posso passar a noite aqui? Ou pelo menos ficar aqui até os paparazzi irem embora...
- Não sei se minha meus pais vão gostar da ideia, mas quem disse que eles precisam saber? Claro que pode! Fique à vontade, só vou pegar um travesseiro e um cobertor pra você – ela disse sorrindo, e que sorriso, subindo as escadas.
Capítulo 03
Narrado por
- Logan, Logan! – sussurrei, em uma tentativa de acordá-lo.
- Hum... – ele falou, ainda meio sonolento.
- Você precisa sair daqui! Meus pais vão descer daqui a pouco!
- Que horas são? – perguntou
- Hora de levantar, agora vai, levanta!
- Só me deixa dormir mais um pouquinho – disse ele, com uma carinha de cachorro que caiu da mudança – Pooor Favooor...
- Nem mais um segundo! Levanta logo, chamei um táxi pra te levar para casa. Se arrume, hoje às 20 horas eu passo na sua casa.
- Como assim? – perguntou ele, surpreso.
- Você não é bom em chamar garotas para sair, e eu quero sair com você antes de morrer, então, já que eu vou desfilar hoje às 20h e 30min, você vai comigo e depois a gente pode ficar na área social do evento, e também não pega muito bem a filha do prefeito ir sem uma companhia, né?
- Tem razão... em tudo.
- Logan, rápido, meus pais devem estar descendo para tomar café, se eles te virem aqui... – falei, entregando a ele seus pertences.
- Eu sei, te matam e blá blá blá, obrigado por me deixar ficar aqui essa noite, tchau. – ele me abraçou e foi embora.
Assim que Logan pisou fora da mansão, minha mãe entrou na cozinha, e eu a segui, ela já estava dando o seu famoso chilique da manhã.
- ! – gritou ela – Quem era essa pessoa saindo de minha casa a essa hora da manhã?
- Hã? Acho que você está louca, mamãe!
- Posso até ser louca, mas não sou surda, dona ... Tenho certeza absoluta de que ouvi uma porta bater! – disse ela.
- Ah mãe! Aquilo foi o motorista, só Deus sabe onde ele foi buscar a hoje!
- Alguém tem que botar limites nessa garota, ela sai a hora que quer e volta a hora que quer, já estão começando a falar dela na cidade, não quero nem saber onde ela vai estar daqui a alguns anos, ou melhor, eu já sei, ela vai estar na rua dando pra cada um que passa!
Olhei para ela com uma expressão assustada, nunca pensei que minha mãe, tão centrada e certinha do jeito que é, pudesse falar isso, muito menos da minha irmã! Certo, o chilique estava meio estranho essa manhã, onde estava o papai numa hora dessas?
- , ela é sua filha, não pode falar isso dela! – essas foram as únicas palavras que consegui dizer à minha mãe sobre o assunto. – Mas, trocando de assunto, para não brigar logo pela manhã, onde o papai está? – peguei uma xícara de café e a enchi com o mesmo, assim como a mamãe fez.
- Seu pai, pra variar, saiu hoje cedo para uma reunião de campanha. – quase cuspi o café.
Como assim, papai tinha saído? E se ele viu o Logan dormindo no sofá quando saiu? Isso não era boa coisa, meu pai saindo de casa mais cedo NUNCA é boa coisa... Precisava falar com o Zé, ele, como um bom funcionário, deveria ter visto por onde meu pai saiu.
Já eram 20h, meu “primeiro” encontro com Logan Lerman, se posso chamar isso de encontro, estava prestes a acontecer. Entrei no Audi A8L W12 preto e que me esperava em frente de casa e me acomodei no banco de couro.
- Então, Srta. , para onde posso levá-la hoje à noite? – perguntou o motorista, que não pude reconhecer por causa do quepe que o mesmo usava.
- Rua Dr. Rexford, por favor – sorri – E pode parando com essa de Srta. , é e ponto final.
- Tudo bem então... – o motorista abaixou o quepe, eu pude ver seu rosto, só faltava essa, era . Poderia ser qualquer motorista do papai, menos ele, eu havia saído com ele há algum tempo, mas não deu certo, e ele não conseguiu me esquecer. Desde então ele não consegue me ver com outro que começa com seus jogos baixos, ele é o que eu realmente eu posso chamar de erro. – . – ele abriu um sorriso maldoso, que realmente me deixa muito irritada, talvez até irritada demais. – Qual celebridade vai ser o novo affair de ?
- Do que você esta falando, ? – falei inocentemente.
- Ué, só moram duas celebridades naquela rua, Josh Hutcherson e o mesquinho do Logan Lerman – ri baixo quando ele mencionou o nome do Lerman – A não, ?! Você não está saindo com Logan Lerman, ou está? – fitei o chão numa tentativa inútil de não rir da situação – O que ele tem que eu não tenho?
- Não quero falar sobre isso, está bem?! Não é da sua conta com quem eu saio ou deixo de sair! – falei, já sem paciência.
- Tudo bem, estressadinha. – disse ele, levantando as mãos como se estivesse se rendendo. – Mas não fique achando que eu desisti de nós dois, , eu ainda te amo e farei de tudo para te ter novamente.
Por que todo mundo diz que eu sou estressada? Admito que eu seja estressada, mas será que é pra tanto? Esse papo do me assustava, não por ele me querer de volta, mas pelo o que ele poderia fazer para me ter de volta. Vamos dizer que não era uma pessoa muito “do bem”. Mas isso não importava, ele não faria nada contra mim, muito menos contra o Logan, acho que ele não gostaria de ser preso novamente.
Assim que paramos em frente da casa do Logan, já o avistei sentado em um banco em frente à mesma. Abri a janela e abanei para ele.
- Entra logo Lerman, vamos nos atrasar! – falei pra ele, fazendo sinal para ele entrar no carro.
Ele veio correndo em direção ao carro. Ele estava vestindo uma calça jeans, camiseta V azul desbotado, jaqueta preta de couro e um all star estampado com a bandeira dos Estados Unidos. Caía uma chuva fraca que molhava seus cabelos levemente bagunçados, o que o deixava mais irresistível impossível.
- Oi. – disse ele, me dando um beijo na bochecha.
- Oi.
- Pronta para a grande noite?
- Pra falar a verdade, estou um pouco nervosa...
Eu e Logan conversamos o caminho inteiro, e cada vez que Logan falava alguma coisa, pestanejava. Mas agora já estávamos livres de , o evento era grande, imagine o Rock in Rio da moda, o evento estava cheio de pessoas da alta sociedade, como Britney Spears, Brad Pitt, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tom Cruise, Madonna, Taio Cruz, Johny Depp, entre outros. Logo que entrei, já avistei conversando com nossa amiga Paris, que também iria desfilar. Nos dirigimos à elas.
- Oi! – falei animadamente, enquanto cumprimentava a todos. – Ah! Paris, esse é meu amigo Logan Lerman, Logan, essa é a Paris Hilton, minha amiga desde a infância!
- Sei, . Amigo... – ela, e Logan riram. Me senti ficar vermelha. – Ei, , acho melhor a gente ir se arrumar, o desfile começa em 15 minutos...
- Então vamos, Paris. – falei, dando um beijo na bochecha do Lerman e um abraço em minha irmã, que já acompanhou Lerman até o seu devido lugar, que era ao lado do dela na primeira fileira das vinte que ali estavam montadas.
Já estava pronta quando ouvi chamarem meu nome. Me virei e vi Paris gesticulando com as mãos para eu ir até ela, e assim foi feito.
- O que foi, Paris? – ela parecia muito nervosa, mas animada.
- Você é a próxima!
- Ai meu Deus, eu vou morrer! – falei sarcasticamente para ela.
- Nossa, , só achei que você ia gostar de saber! – ela falou, intrigada.
- Ai, desculpa Paris, é que...
- É o quê? – Ela perguntou, curiosa.
Ouvi a editora-chefe me mandando subir na passarela e assim fiz. Subi naquela passarela e senti como se eu fosse a atração da noite, eu meio que era. Desfilei ao som de um remix da música Pound The Alarm da Nicki Minaj, que por acaso também estava presente no evento. As únicas coisas que eu enxergava naquela passarela eram flashes e luzes coloridas por todos os lugares. Até que uma pessoa me chamou a atenção, era Logan me olhando abobado, como ninguém nunca havia me olhado, com um brilho nos olhos, mas não aquele brilho normal, um brilho diferente... sabe?
Voltei aos camarins, me arrumei e fiquei lá, jogando conversa fora com as outras modelos até o final do desfile.
Quando o desfile acabou, eu e Paris fomos até a área social onde Logan e estavam. Andamos até o sofá onde eles se encontravam e ficamos bebendo e conversando, até que ouvi uma voz feminina chamar meu nome. Virei-me para ver quem era...
- Ai meu Deus!
Capítulo 04
Narrado por Logan
Estava conversando com em um sofá qualquer da área social, quando e Paris chegaram e se juntaram a nós. O desfile havia sido incrível, fiquei babando enquanto desfilava, ela estava realmente linda, acho que eu estou gostando dela de verdade. Estávamos todos conversando sobre o desfile, viagens, micos e muitos outros assuntos, uns até meio constrangedores, quando uma mulher que devia ser muito importante pela expressão das meninas, chamou .
- Ai meu Deus – Ela disse, sem parecer acreditar no que estava vendo – Você é ANNA WINTOUR! – Ela gritou, e eu fiquei surdo do ouvido direito.
As meninas ainda estavam sem reação, o queixo delas deviam estar encostados no chão quando a tal Anna convidou para fotografar na revista Vogue. Ela deveria ser a editora-chefe ou algo do tipo. aceitou sem pensar duas vezes. Eu já havia fotografado para Vogue antes, e vou dizer que não tem nada demais em tirar fotos para uma revista, e é até extremamente chato ter que ficar trocando de roupa, passando uma base para esconder possíveis tatuagens e também retocando maquiagem, eu nem sabia que homem passava maquiagem até então. Pelo menos eu ganhei um bom cachê e mais fama, essa parte da fama que me trouxe as “Lermanzetes”, como diria .
Algumas horas se passaram e as meninas continuavam falando sobre a Vogue, Anna Wintour e moda, e eu estava quase dormindo quando disse a frase que me acordou do transe.
- Logan, já está ficando tarde, vamos embora?
- Opa, demorou! – Elas riram, se despediram e deram os últimos gritinhos de felicidade pela revista, o que eu, particularmente, achava extremamente desnecessário.
Fomos em direção ao estacionamento. Eu estava abraçando-a, ela ria de algumas coisas que eu falava e eu ria da risada dela. Meu carro já estava lá, graças ao meu irmão Lucas, que havia levado o carro até lá para mim. Santo Lucas, era tão bom ter o Lucas na minha vida nessas horas... Abri a porta do carro para ela e logo após entrei no mesmo. Dei a partida e ajustei o GPS para a casa dela.
- Posso escolher um CD? – Ela perguntou, com uma voz de sono.
- Claro que pode, ! Estão no porta-luvas.
- Isso é estranho... – Ela disse, quando abriu o porta-luvas.
- O quê? – Será que ela tinha visto algo que não devia? Eu espero que não, nem sei o que havia naquele porta-luvas.
- Você tem o CD Born To Die da Lana Del Rey! – Sorri aliviado – Claro! Eu adoro ela!
Ela colocou o CD e começou a tocar Summertime Sadness. Ela cantava a música e eu a acompanhava cantando alguns trechos. Chegamos a sua casa exatamente à meia-noite.
- Melhor a princesa entrar logo, senão o lobo mau vai te pegar. – Disse, brincando, enquanto levava ela à porta.
- Mas antes disso, a princesa precisa ver se o sapo se transforma em príncipe. – Nesse exato momento, ela me beijou. Dava para ouvir a música Videogames que vinha do carro. A porta se abriu e nós nos desvencilhamos rapidamente.
- , não quero você chegando tarde assim em casa, principalmente com um garoto! Não vai ficar igual a sua irmã! – Ela falou, com um tom de irritação.
- Mãe! – falou, repreensiva – Não acredito que ainda está com essa história da na cabeça! Tchau Logan. – Ela disse, me abraçando. Durante o abraço, ela sussurrou um “mais tarde eu te ligo”.
Virei-me e fui andando até o carro. Só consegui ouvir a falar algo do tipo: “Valeu por estragar tudo, mãe!”. Depois do beijo, eu estava certo de que ela era a minha garota, a garota por quem eu esperei a vida toda.
Capítulo 05
Narrado por Logan
Hoje fazia um mês que eu estava saindo com a , e hoje, seria um dia muito especial para ambos. Estacionei em frente a sua casa e ela já estava lá me esperando. Ela entrou no carro, me dando um beijo, e coloquei o CD da Lana Del Rey na música “Videogames”, a música que tocava durante o nosso primeiro beijo.
- E então, aonde vamos hoje? - ela perguntou, animada.
Simplesmente não respondi, não iria responder nada, não iria falar nada, silêncio absoluto até chegarmos à praia. Em alguns minutos, já havíamos chegado à praia. Entrei de carro na mesma, estacionando a uns 10 metros da água, saí do carro e abri a porta para , que parecia não estar gostando da minha greve vocal, se é que posso chamar desse jeito a minha opção de não falar até certa hora do dia. Peguei a cesta de piquenique e a toalha de mesa, e estendi ao lado do carro. estava de braços cruzados, olhando fixamente para o horizonte. Seu cabelo estava preso em uma trança, antes arrumada, que estava sendo bagunçada pelo vento. Ela usava um short rasgado, uma bata colorida e uma sandália branca. Ela estava perfeita. Fui até ela e a abracei, logo depois nós nos sentamos em volta da cesta de piquenique, “montada” perto do carro.
- Você realmente não vai falar nada? – ela perguntou.
Fiz que não com a cabeça. Depois de almoçarmos, ela estava deitada no meu colo e eu estava fazendo carinho em seus cabelos, até que achei que fosse a hora. Me levantei e fui em direção ao carro.
- Nós já vamos? - ela perguntou triste, e se jogou no chão.
Peguei a caixinha preta de camurça que havia no banco do motorista e a entreguei. Quando ela abrisse a caixinha, teria um colar com um pingente de coração e um bilhete “colado” na parte interior, no bilhete estava escrito: “Seja minha namorada”. Quando ela abriu a caixinha, seus lindos olhos brilharam e lágrimas começaram a riscar sua face. Ela me beijou como se dissesse sim ao meu pedido. Peguei-a no colo e fui correndo para o mar.
- Para! Me larga, seu doido! - ela gritava e ria, enquanto batia nas minhas costas.
A joguei na água, me atirando logo depois. Eu ria dela, ela ficava tão fofa quando brava.
- Você é o namorado mais chato de todos! - ela falou, saindo da água, mas eu a puxei de volta. Ela caiu e nós nos beijamos.
- E então, Sr. Lerman, aonde vamos agora? – ela falou, imitando a voz do príncipe William e entrando no carro.
- Eu estava pensando que a gente poderia passar o final de semana na casa de campo, Lucas e Lindsey já estão lá, meus pais vão chegar no sábado. O que você acha?
- Eu acho ótimo! Só precisamos passar na minha casa para pegar uma muda de roupas!
- Eu acho que não... – falei, como a memória dessa garota era tão fraca?
- Como assim, Lerman? É óbvio que eu preciso de uma muda de roupas, não vou ficar com essa roupa molhada!
- Minha cara , esqueceu que a sua casa é há trinta minutos daqui e que minha irmã Lindsey é da sua idade e tem as mesmas medidas que você?
- Tinha me esquecido. – ela sorriu – Mas ela não vai se importar de emprestar suas roupas pra mim? – ela perguntou, com um tom de preocupação.
- Mas é claro que não, sua bobinha!
Liguei para o caseiro e avisei-o que eu chegaria lá em torno das seis horas, e que era para ele avisar Lindsey e Lucas que iria levar uma pessoa para lá. Logo que desliguei, já colocou o CD do Maroon 5 para tocar. Ficamos falando sobre faculdade, infância, escola, amigos, e sobre a vida durante a viagem. Essa conversa durou até quando começou a tocar a última faixa do CD, “One More Night”. começou a cantar e eu também, ela me xingava e ria, porque eu errava a letra da música. Estávamos cantando quando o carro atolou na lama da estrada de chão que levava à casa de campo.
- Essa não! – pestanejei. – , assume a direção que eu vou tentar desatolar o carro.
Fiquei um tempo tentando melhorar a situação, até que achei que finalmente tinha conseguido.
- Acelera, !
Quando ela acelerou, eu caí no chão lamacento, me sujando por inteiro. Ela saiu do carro e começou a rir do meu estado. E, como eu não podia deixar essa possibilidade passar...
- Então, você não vai me ajudar a levantar e vai ficar aí só olhando e rindo? – falei, fingindo estar bravo.
Ela rapidamente estendeu a mão para me ajudar a levantar, e puxei-a para a lama comigo.
- Eu não acredito que você fez isso! Logan Wade Lerman, eu vou te matar!
- Você não teria coragem! – falei, debochando.
- Ah se eu tenho! – ela sorriu maleficamente. Ela foi para cima de mim e começou a fingir que estava me batendo. – Viu como eu tenho coragem de te matar!
- Nossa, você também bate muito forte, sabia? – falei sarcasticamente, e nós rimos. Acabei com a nossa “briga” com um beijo.
- Melhor nós irmos embora, não quero chegar lá muito tarde!
Ela se levantou e entrou no carro. Tentamos desatolar o carro, agora totalmente sujo de lama, e, depois de algumas tentativas frustradas, finalmente conseguimos.
Capítulo 06
Narrado por
Assim que chegamos à casa de campo da família de Logan, o caseiro já veio nos receber. Ele era alto, grisalho, estava um pouco acima do peso e devia de ter uns cinquenta anos de idade.
- Logan, Srta., Lindsey e Lucas os aguardam para o jantar. – O caseiro, que estava mais para um mordomo, disse com uma voz séria.
- Obrigado, Alfredo. Já pode ir embora, nós nos viramos agora. – Logan falou, se despedindo do Alfredo.
Entramos na casa, que devo dizer, era magnífica. Tinha uma piscina linda, um jardim espetacular, e a casa era iluminada, cheia de janelas. Era muito bonita, tinha dois andares, um deles era o sótão. Lindsey e Lucas estavam na sala jogando videogame.
- Lindy, Luke, esta é a , ela é minha... namorada. – Logan falou, eu adoro quando ele me chama de namorada, é tão... fofo.
Eu estava feliz, até demais, mas eu sentia que essa felicidade não ia durar muito tempo.
- Oi! – Luke disse carinhosamente, será que posso chamá-lo assim?
- Oi. – Lindsey disse, tão baixo que quase não ouvi. Acho que eu teria de voltar e buscar roupas limpas, não acho que ela gostaria de emprestar as dela para mim.
Logan sentou no sofá branco de dois lugares, ao lado do irmão, e eu sentei em uma poltrona de couro preta, à frente de Lindsey.
A sala era grande e ampla, tinha um tapete cor creme e duas poltronas de couro preta posicionadas diagonalmente ao lado do sofá branco com dois lugares. Mais à frente do sofá, havia uma lareira que parecia dividir o ambiente, e acima dela uma televisão, onde Luke jogava Xbox. A sala era junto com a cozinha, que era grande e espaçosa, como todo o resto da casa. Uma longa mesa de carvalho envelhecido, as cadeiras vermelhas que faziam conjunto com a mesa de oito lugares, eram plásticas e giratórias, o que dava a casa um ar rústico, mas moderno. Os eletrodomésticos eram de inox, com alguns detalhes da cor das cadeiras. Atrás da mesa, havia uma grande porta de vidro com detalhes de madeira, que parecia levar para os quartos.
- Luke, me conta, o que você está jogando? – Logan falou, quebrando o silêncio que já durava alguns minutos.
- Um jogo novo que eu comprei, se chama Slender, dizem que é baseado em fatos reais, mas eu não acredito muito nisso não.
Lindsey suspirou e continuo a folhear sua revista, parecia ser alguma revista de moda, pois o pouco que eu conseguia enxergar eram de sapatos e cintos combinando.
- Slender! – eu disse animada, sempre gostei desse jogo. – Minha avó me contava histórias do Slender Man para mim quando eu era pequena! Eu devo admitir que morria de medo! – Lindsey rolou os olhos pela revista e a jogou num canto.
- Eu tenho uma ideia! – disse Logan. – E que tal se a gente fosse para a floresta que tem aqui perto e “brincasse” de Slender?
- Eu tô dentro! – Manifestou-se Luke, levando as mãos ao alto e desligando o videogame.
- Floresta... Noite... Você quer morrer, Logan? – falei, indo até ele e sentando em seu colo.
- Qual é, ! Vamos lá! Vai ser divertido, eu prometo! – ele me olhou com cara de cachorrinho perdido e eu não resisti.
- Está bem, Lerman, você venceu desta vez!
- Eu vou, mas primeiro precisamos jantar, estou morrendo de fome. – Lindsey resolveu se manifestar sobre o assunto.
- Só tem massa miojo... – disse Luke, já na cozinha, vasculhando os armários.
- Pra mim, tudo bem! – eu disse, indo até a cozinha.
- Pra mim também! E você Lindy?
- Se todos concordam, eu é que não vou discordar!
Agora estávamos todos na cozinha. Luke e Logan estavam arrumando a mesa, eu e Lindsey estávamos fazendo a tal massinha miojo.
- Vocês precisam de ajuda? – gritou Logan, alguns minutos depois de arrumar a mesa.
Luke já estava jogando videogame novamente. Lindsey pegava as coisas para fazer o molho, eu cuidava da panela com massa.
- Não! – gritei de volta. – Mas você podia ir escrevendo os bilhetes e pegando as lanternas para jogarmos depois. – Logan foi pegar as coisas para jogarmos e eu e Lindsey continuávamos cozinhando.
- , cuida do molho pra mim? Vou pegar as salsichas.
- Claro! – disse, já pegando a panela com o molho, que ela deixara em cima do balcão. A panela estava pesada e eu não consegui segurá-la direito. Senti meu celular tocar e o tirei do bolso para ver quem era. Era minha mãe. Quando fui colocá-lo no bolso novamente, me desequilibrei e deixei a panela cair no chão, ou melhor, cair na Lindsey, que não pareceu ter gostado muito.
- Ai meu Deus, olha o que você fez, garota! – ela estava mais brava do que eu imaginei.
- Desculpe, foi sem querer! – falei.
- Desculpe, foi sem querer! – ela disse, me imitando. – Você é louca, menina! – ela falou irritadamente, indo em direção ao seu quarto.
Luke seguiu ela.
- Viu Logan, eu sempre estrago tudo!
- Calma, meu amor. Ela é assim mesmo, daqui a pouco ela esquece... – Logan falou, me abraçando.
Senti meus olhos se encherem d'água. Abracei-o forte.
- Às vezes parece que a sua irmã não gosta de mim, ou melhor, que a sua família não gosta de mim. Lembra daquele final de semana, quando você me apresentou para os seus pais? Você lembra o jeito que a sua mãe me olhou? – eu chorava cada vez mais.
- Claro que eles gostam de você. O Luke te adora, minha mãe também! – ele acariciava meus cabelos.
- Pra sua mãe desprezar e adorar é a mesma coisa? Pois é o que parece!
- Meu amor, eu não me importo se minha mãe, meu pai, minha irmã, meu cachorro, meus tios ou qualquer outra pessoa não goste de você, o importante é que eu te amo, e isso ninguém vai mudar! – ele segurou meu rosto e me beijou.
Logan e eu acabamos voltando para a cidade na mesma hora, seria melhor assim.
Capítulo 07
Narrado por Logan
- , meu amor, acorde!
- Hum... Eu quero dormir. – ela reclamou e se virou.
- Meu amor, daqui a pouco minha família vai chegar, você quer receber eles na nossa casa nova, assim, de pijamas?
- Ai Logan, eu levanto então. – ela resmungou. Como ela gostava de resmungar pela manhã, meu Deus.
Sim, eu e estávamos morando juntos. Compramos um apartamento perto do prédio da Vogue, onde trabalhava como modelo. Eu não estava trabalhando em nenhum filme atualmente, então ficava mais em casa, perto da . Hoje minha família viria conhecer o apartamento novo. não tinha visto Lindsey desde o incidente de alguns meses atrás na casa de campo, que nem foi tão ruim assim, mas Lindsey acha isso o final do mundo, então eu não sabia como ia ser.
- Uau! – disse, quando desceu as escadas. Ela estava realmente linda, como sempre.
- Para, Logan! – ela disse, vindo em minha direção e me dando um beijo. – Bom dia!
- , você acha que...
- Acho o quê, Logan?
- Ah, deixa pra lá! – disse, quando ouvi a campainha tocar.
Fui em direção à porta.
- Papai, mamãe! Que bom vê-los! – disse, entusiasmado.
- Oi querido! Seus irmãos já estão subindo! – Disse minha mãe.
Podia ouvir ela cumprimentando .
- E aí, filhão! – disse meu pai, me abraçando.
- Oi pai! Sinta-se em casa!
Alguns minutos depois, Lindy e Luke chegaram. Lindy não falava muito com . Para falar a verdade, elas mal se olhavam, eu não entendo o por quê disso! Não passava de uma briguinha boba!
Passamos a manhã conversando, até a hora do almoço. havia feito salmão ao champignon, e estava realmente delicioso, só não estava melhor que a sobremesa, pavê de bis. Mamãe e papai foram embora depois do almoço, ficando assim, apenas eu, , Lindy e Luke em casa. À tarde, fomos ao parque e depois à praia, até que, às 19h, chegamos em casa.
- Eu estou morrendo de fome! – disse Lindy.
- Eu também! – concordou Luke.
- Vamos ver o que tem para a janta. – disse , indo em direção à cozinha. Ao abrir o armário, me olhou com uma cara de: “Você fez isso, não?” e tirou do armário dois pacotes de massa miojo. – Pelo jeito, temos massa miojo. – ela me olhou, e admito, tive que me segurar para não rir da cara dela.
- Deixa que eu faço dessa vez, meu amor. – disse, indo em sua direção.
- Alguém sabe se está passando algum filme legal no Telecine, HBO, FX, qualquer canal? – disse Luke.
- Dúvida cruel... Por que você não procura? Preguiçoso! – brincou .
Luke começou a procurar filmes, eu fui fazer pipoca, e as meninas ficaram sentadas no sofá, uma bem longe da outra. Eu ainda não entendia isso entre elas. Luke achou um filme que ninguém havia assistido ainda, Garota Infernal, era com a Megan Fox, o filme era de terror, e parecia ser bem legal. Peguei a pipocas e os copos de refrigerante e fui para a sala onde todos estavam esperando o tal filme começar, sentei-me ao lado de , que parecia estar querendo me contar alguma coisa, ela andava meio quieta ultimamente.
- Está tudo bem, meu amor? Não quer me contar nada? – cochichei para ela, agora eu acariciava seu rosto.
- Não é nada não, deve ser sono, daqui a pouco passa. – ela disse.
- Tem certeza? – insisti.
- Tenho, meu amor! – beijei sua testa e voltamos a prestar atenção no filme que recém começara.
O filme começou, era sobre uma menina que, após um ritual fracassado, realizado por uma banda da cidade querendo fama, é possuída, causando muitas mortes na cidade, incluindo a própria morte.
O filme terminou às 22h. Luke já estava dormindo e Lindsey, bem, Lindsey estava dormindo igual uma pedra, nem se mexia. Me levantei e fui tentar acordá-la.
- Lindy, levanta! – gritei, a chacoalhando, coisa que ela odiava.
- Para seu doido, você sabe que eu odeio isso! – que humor que ela tinha...
- Acho melhor irmos andando, né Luke? – ela disse.
- Hã? – perguntou Luke, ainda meio dormindo.
- Vamos! Se levanta, cabeção! – eu disse, rindo da cara dele.
- , você pega a chave lá no quarto? – perguntei.
- Claro! – ela disse, já se levantando e indo em direção as escadas que levavam ao quarto.
- Eu ajudo a procurar! – disse Lindsey, só Deus sabia o que ela iria fazer.
Ouvi uma porta batendo logo depois, e a voz de gritar: “O que você quer?”
Luke e eu ficamos conversando, dez minutos depois, Lindsey desceu as escadas correndo com uma chave na mão, pegou Luke pelo braço, abriu a porta, e saiu correndo sem ao menos se despedir. O que tinha acontecido? Precisava ver se estava bem. Subi as escadas rapidamente, entrei no quarto e vi sentada na cama, chorando.
Capítulo 08
Narrado por Logan
- Não, Logan, não está tudo bem! – estávamos discutindo há algum tempo, e cada minuto parecia demorar uma hora para passar. Eu ainda não acredito que Lindsey havia dito aquilo para , que acreditou nas mentiras de minha irmã.
- Então me diz, ! O que tem de errado?
- Tudo, Logan, tudo! Eu não acredito que você realmente disse aquilo!
- Ela está mentindo! Eu nunca diria aquilo, você sabe, eu nunca falaria nada parecido!
- Mas... Mas... – ela chorava mais ainda.
- , o que tem com você?
- Eu tô gravida, Logan, é isso que tem comigo! – ela disse, saindo do quarto e batendo a porta.
- Espera, ! – ela não podia sair daquele jeito, não daria certo, ainda mais chovendo do jeito que estava. – !
Peguei as chaves do carro e fui atrás dela. A chuva não me deixava ter uma boa visão do carro dela, a rua estava quase vazia, ela não parecia saber para onde estava indo. Eu não acredito que vou ser pai, nem que ela me escondeu isso! O que ela pensou que eu diria?
Já estávamos nessa “perseguição” a uns 13 minutos. estava andando rápido demais, a rua estava deserta, pelo menos no último minuto, agora dois faróis iluminavam a escuridão da noite. Mas esses faróis se apagaram no minuto em que o carro de bateu neles. Desci do carro, já ligando para a ambulância, não podia deixar ali. O carro estava prestes a explodir quando a ambulância e a polícia chegaram, logo eles tiraram e o outro motorista do local. Segundos depois de estar na ambulância, os carros explodiram, iluminando o céu preto, por causa da forte chuva que caía. Me dirigi até a maca onde estava. estava em um estado crítico, tinha ferimentos graves na cabeça e no corpo, e parecia ter quebrado a perna. Eu já sentia as lágrimas riscarem meu rosto só de olhar para ela naquele estado. Segurei sua mão e a olhei nos olhos, ela apertou minha mão, podia ver que ela estava tentando falar alguma coisa.
- Lo... Logan...
- Sim, meu amor. – lágrimas escorriam por suas bochechas, e pelas minha também.
- Eu sei que eu não vou sair daqui, mas... – a cada palavra dita por ela, mais eu chorava.
- Não diga isso meu amor, você vai sair daqui sim!
- Não, Logan, eu não vou. E por isso eu quero que você me prometa uma coisa... – ela já falava com dificuldade.
- Qualquer coisa que você quiser, meu amor! – disse, acariciando seu cabelo.
- Você promete ficar comigo? – ela falou, chorando como eu nunca tinha visto antes, como eu não sabia que uma pessoa podia chorar.
- Para sempre, eu ficarei contigo pro resto da minha vida!
Ela sorriu e seus olhos se fecharam. Senti uma facada em meu coração.
Capítulo 09
Narrado por
Acordei desnorteada, olhei em volta, tudo branco, mas que merda era aquela? Tudo estava embaçado, pisquei algumas vezes. Um hospital? A última coisa de que me lembro era ter brigado com o Logan, e por falar nele, em que diabos de lugar ele estava se não ali comigo? Tentei me levantar, mas minhas pernas não se mexeram, bom, eu não estava as sentindo, mas como assim?
- ? – ouvi alguém entrar no meu quarto falando – Que bom! Você acordou antes do que o esperado!
- Como assim acordei? Desculpa, mas tu pode me explicar o que está acontecendo?
- Sim, você sofreu um acidente de carro há alguns meses atrás, e podemos dizer que foi grave o bastante pra você entrar em coma. Ao falar nisso, quem você quer que venha aqui no hospital para ficar de acompanhante?
- Logan, Logan Lerman, o núm...
- Já sabemos dele, bom, impossível esquecer, quando você chegou, ele deu o número do celular, do set, da casa, o endereço...
- Nossa... – eu ri, só o Logan pra fazer isso mesmo, a enfermeira, cujo eu acho que o nome é Mary pelo eu estava escrito no crachá, já estava abrindo a porta pra ir embora, quando eu me lembrei de outra coisa. – Espera... Mary!
- Sim? – ela se virou e abriu um sorriso doce.
- Bebê, como tá o meu bebê? – abri um sorriso que foi de orelha a orelha ao lembrar que daqui há uns meses eu teria um bebezinho no meu colo.
- Bebê? Que bebê? – Como assim, que bebê? Será que perdi? Não , você não perdeu seu filho, ele está aí dentro, bem bonitinho. – Eu vou chamar o Dr. Thredson (só não imaginem ele tão mau quanto na série haha).
Ai, como aquelas agulhas no meu braço estavam doendo, eu não ia sair de lá nunca?
- ... Aqui é o Dr. Thredson, Oliver Thredson, posso entrar? – ouvi uma voz masculina.
- Claro...
- , não precisa se assustar, seus bebês estão bem, só que a enfermeira Mary não sabia da sua gravidez.
- COMO ASSIM BEBÊS?
- Sim, Srta. , a senhorita está gravida de gêmeos, um casal, pra falar a verdade. – e assim, me deixando no vácuo, ele saiu do quarto, que mania desses médicos de me deixarem no vácuo!
Acordei com o Logan fazendo carinho nos meus cabelos.
- Finalmente, pequena! – ele falou me dando um selinho. – Já estava com saudades!
- Eu também! – ele me deu outro beijo, desta vez mais demorado, e depois passou a brincar com o meu cabelo.
- Então... eu estive pensando em alguns nomes pra menino, eu gostei de Théo, o que tu acha? – ele me falou arqueando o cenho de um jeito que dá vontade de morder.
- Eu amei, agora só falta o da menina... Que tal Alice?
- Perfeito. – disse ele me enchendo de beijinhos.
Algumas semanas depois...
- , tem certeza que você vai ficar bem?
- Logan, eu estou numa cadeira de rodas, não morta! E qualquer coisa, eu consigo andar um pouquinho se eu me apoiar em alguma coisa!
- Mas você não pode, a sua fisioterapeuta disse para não arriscar!
- Logan, vai logo no mercado me comprar negrinho, vai! Eu tô com desejo de negrinho, quer que o Theo tenha cara de negrinho?
- Mas e se você precisar de alguma coisa?
- Eu ligo pra , ela alugou o apartamento que fica a 3 andares do nosso, AGORA VAI QUE EU TÔ COM FOME!
Narrado por Logan
Depois de quase me expulsar de dentro de casa, chegamos a um acordo, ela ficaria no quarto e se ela precisasse de algo, ligaria para a . Fui ao mercado, comprei o maldito negrinho, uma nega maluca, um refri e alguns doces pra caso desse um piti docíssico nela de novo. Cheguei em casa mais tarde do que o esperado, subi rapidamente e já fui abrindo a porta.
- , DESCULPA, TINHA UM SHOW DO THE MAINE E TAVA TUDO TRANCADO! – gritei e não obtive uma responda.
- – chamei-a de novo.
Onde ela se meteu? Lógico, ela nunca ia me escutar do nosso quarto, deixei as compras na cozinha e dei uma geral lá também, fiz uma bandeja com o negrinho, refri, os doces, o bolo, e fui levar pra ela, sim eu sei que uma grávida não pode comer isso, mas ela merecia, subi as escadas com cuidado para não derrubar nada.
- ... – entrei no quarto e deixei a bandeja cair ao encontrá-lo vazio.
Capítulo 10
Ler com a música It Will Rain
- ?
- O que foi, Logan? - ela respondeu ainda com uma voz de sono.
- , por favor... – a essa altura já estava desesperado e lágrimas me caíam pelas bochechas - a ... Ela está aí?
- Não... Por quê?
- ... Ela não está em casa, eu só fui no mercado, mas... - soluçava.
- Calma Logan, ela deve ter ido ao banheiro! - BANHEIRO? Essa mulher tem problema? A minha namorada some e ela diz que ela está no BANHEIRO?
- Eu não quero ter calma, , eu quero é a , os meus bebês, ... Se fizerem algo com ela, eu n...
- Não vão fazer nada com ela, me encontra lá em baixo em cinco minutos e nós vamos procurá-la.
Esses foram mesmo definitivamente os cinco minutos mais agoniantes da minha vida. Ficamos mais de duas horas procurando por ela, nada.
- Chega disso. - disse limpando algumas lágrimas - Eu vou à polícia, alguém pegou ela, e quem quer que seja, vai se ver comigo.
- Logan, quem sabe tu espera, quem sabe ela volta, faz tão pouco tempo...
- "Quem sabe ela volta"? Não, pode virar que é pra polícia que nós vamos.
Dez minutos depois estávamos na frente da delegacia, e se ela não aparecesse até amanhã à noite, eu ia ir pra mídia, "Nossa Logan, que exagero" nunca é exagero ajudar a pessoa que ama e fim.
Me dirigi até o balcão.
- Eu quero noticiar o desaparecimento de .
- Há quanto tempo ela esta desaparecida, Sr. Lerman?
- Algumas horas, mas ela esta grávida, sofreu um acidente e não pode andar, eu só... - meus olhos mais uma vez se encheram d'água - só fui no mercado, e ela sumiu. - era minha culpa, eu deixei ela sozinha, não podia ter feito isso, não podia, e agora a minha família sumiu sem nenhuma pista.
- Desculpe Sr. Logan, não podemos fazer nada, volte em 48 horas e daí poderemos ajudar o senhor.
- COMO ASSIM VOCÊS NÃO PODEM FAZER NADA? MINHA NAMORADA, QUE ESTÁ GRÁVIDA, SOME E VOCÊS NÃO PODEM FAZER NADA?
- Desculpe Sr. Lerman, normas são normas. - ui, normas - Próximo!
Saí dali sem olhar pra trás, vinha atrás de mim com o telefone na mão ligando para os pais e amigos da .
Narrado por
- Alô, Sra. ?
- Sim, quem fala?
- Oi, ahm, aqui é a ...
- Ah, oi minha querida, o que houve?
- Tia... Eu não queria te falar isso assim, mas a ... - senti algumas lágrimas ameaçarem cair, olhei para cima e pisquei algumas vezes - A desapareceu.
Narrado por Logan
Já não via mais atrás de mim, peguei um táxi e pedi pra me deixar na praia, o taxista deve ter achado estranho, mas eu não me importo, só o que me importa agora é a , e sabia, que se eu fosse ali, eu teria alguma pista. Andei um pouco até chegar no lugar, a minha segunda parte preferida do mundo, o lugar em que pedi em namoro.
- Pensei que vindo aqui eu ia te achar. - falei olhando para o céu - Mas, acho que a única coisa que vou conseguir é chorar mais ainda e ser tachado de louco por quem estiver aqui e me ver falando com o nada, não que você seja nada, você sabe que é o mundo pra mim... Desculpa . - desabei em lágrimas - Foi tudo culpa minha, você está sofrendo por minha causa, eu não devia ter deixado você sozinha... - o vento bateu eu meu rosto, me fazendo, por alguns segundos, esquecer de tudo, adormeci ali mesmo.
Capítulo 11
Bote essa música para carregar.
Narrado por .
- Logan... - chamei, mas ele nem se mexia. – LOGAAN!
- O quê, quem, quando, onde e como? – ele falou se levantando rapidamente, já com os olhos bem abertos.
- Ahn? Logan, to achando que tu fuma umas erva quando acorda... Mas, chegando ao pont...
- Espera, como você sabia sobre esse lugar? – continuava acocada na minha frente. – E como sabia que eu estaria aqui?
- Find Your Friends, seu imbecil, o app mais útil para saber onde seu paquera está, ou nesse caso, o namorado da sua prima...
- ESPERA! ENTÃO, A TEM ISSO? – perguntei entusiasmado, afinal, podíamos encontrá-la com esse Find alguma Blá aí.
- Tem... E daí?
- E DAÍ?! – levantei peguei nos ombros dela e comecei a chacoalhá-la. – PODEMOS ENCONTRAR A COM ESSA COISA!
***
Narrado por Logan
- Tem certeza que é aqui?
- Bom, se eu consegui te achar na praia, deve ser!
Estávamos no meio do mato, numa área não muito confiável da cidade, na nossa frente havia um acampamento meio abandonado, como no filme 12 Horas com aquela atriz, Amanda Seyfried, que eu e assistimos na semana passada.
- Ali! – me puxou e foi correndo até um arbusto perto de uma cabana. Ela puxou o celular e ligou para a polícia, inventou toda uma história, mas o que importa é que eles estariam lá em alguns minutos.
- O meu plano é o seguinte, você fica aqui pro caso de tudo dar errado, eu entro, pego a e a gente espera policia perto daquela árvore, já que eles não devem demorar.
- Tá, mas e o cara que está com ela?
- Pedras, fique jogando pedras até ele sair, quando ele sair, me dê um sinal, como, ahm... uma piscada de olho e depois jogue as pedras pra longe pra que ele se afaste da cabana.
- Mas e se der errado?
- Não pode dar errado.
Me dirigi para trás da cabana e esperei o sinal de para que eu entrasse, ela piscou para mim com uma cara surpresa, talvez de ver quem era o cara, mas eu já tinha deduções, ela continuou o nosso plano, que não podia dar errado, e se desse, bem, nós estaríamos ferrados. Afastei umas madeiras, bem podres por sinal, da cabana para poder entrar, quando finalmente consegui, vi a , talvez esse pudesse ser o momento mais “aliviador” da minha vida, ela estava com as mãos amarradas e com uma fita na boca, sentada uma cama de madeira encostada na parede, na cabana não tinha muita coisa, um fogão, uma geladeira e aquela cama, ela estava suja, chorando, daria tudo para nunca mais vê-la naquele estado, desamarrei suas mãos, tirei a fita de sua boca e a beijei na testa, ela me abraçou forte.
- Como você me achou? – ela falou com algumas lágrimas nos olhos.
- Eu prometi que nunca ia te deixar sozinha, que ia estar sempre do teu lado, pra tudo, e, bem, eu estou aqui.
“Eu te amo”, ela sussurrou, “eu te amo mais”, sussurrei de volta.
***
(Agora pode dar play na música :3)
No final, o nosso sequestrador foi facilmente atraído por pedras, era o , que foi pego pela polícia.
estava na sala, cantando, horrivelmente, devo admitir, a música Break On Through, do The Doors.
- , vem cá. – chamei-a para vir até a sacada.
- O que foi, Logan?
se sentou na cadeira ao meu lado, me virei pra ela e ela fez o mesmo, nós entrelaçamos as mãos.
- Desde a primeira vez que eu te vi, quando você derramou bebida em mim naquela boate, eu senti alguma coisa, uma coisa que eu nunca tinha sentido antes... Quando você aceitou meu pedido de namoro, eu fui o cara mais feliz do mundo, e eu falo sério! Mas quando você se acidentou, naquela noite em que nós brigamos, eu chorei, chorei muito, por dias, queria te trazer de volta de qualquer jeito, e no dia que eu soube que você acordou, acho que até a China me ouviu gritar de felicidade, e também foi assim quando eu soube sobre sua gravidez, mas quando eu cheguei em casa e não vi você, meu mundo desabou, sei que parece muito exagerado tudo o que eu fiz, mas, , você é tudo pra mim, e ver você naquele estado, naquela cabana, me fez querer morrer, daria tudo, mas tudo para nunca mais ter que ver você daquele jeito, . Sem você meu mundo não tem sentindo, não sei se você já notou isso, mas você e essas crianças são minha vida! – me levantei e fui até ela. – , você aceita se casar comigo?
Capítulo betado por Mariana