Princess Of Hell

Escrito por Giulia e Mariana Krein | Revisado por Angel

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Prólogo

  - Você tem que dar um jeito na sua filha, Abaddon. – cruzei os braços para observar o trabalho que estava fazendo ao lado de sua irmã, . – já tem quatro anos e não matou metade das pessoas que sua irmã.
  - A filha não é só minha Crowley. E se matou dez por cento mais do que matou já é grande coisa. Não a trate como você tratou o Gavin.
  - Eu trato ela como ela merece, querida. – minha esposa cruzou os braços, revirou os olhos e saiu do cômodo.
  Caminhei até as minhas filhas e estalei os dedos, fazendo com que o homem que as duas torturavam, morresse de imediato.
  - Papai! – protestou. – Você estragou toda a diversão!
  - Precisamos conversar. – falei, acariciando os cabelos de .
  - Tudo bem... – ela respondeu, meio triste por ter que parar. Olhei para , que parecia estar nervosa.
  - Obrigado, papai. Eu estou com medo. – a minha filha mais velha veio me abraçar.
  - Você precisa dar exemplo para a sua irmã, . – falei entredentes. - E com isso eu digo que você deve torturar, matar e depois rir disso, porque é assim que as princesas do inferno devem agir, está entendendo?
  - Mas papai, eu não gosto. Eu não consigo rir depois de matar um homem inocente, que não fez nada para merecer isso. – ela fez bico, e eu senti que iria começar a chorar.
  - Eles estão no inferno, certamente foram os responsáveis pelo seu destino. - falei, virando de costas para elas. – Estão liberadas.
  Fui ao encontro de Abaddon, que se encontrava em nosso quarto.
  - E então? – ela perguntou. – Espero que tenha adiantado em alguma coisa.
  - Como se adiantasse conversar com ela. – Sentei-me na cama ao seu lado. – Vou começar um treinamento mais pesado na menina, assim talvez ela consiga seguir nosso plano e dar um jeito nos Winchesters.
  - E você acha que isso vai adiantar? Você é o Rei do Inferno, deveria saber. – ela bufou.
  - Eu acredito no meu potencial, Ruiva.

Capítulo 1

  POV DEAN

  - Ei, Dean, veja isso. – Sam me chamou, enquanto assistia televisão, com os pés em cima da mesa. Ele os empurrou e posicionou seu notebook na minha frente.
  - Você acha que é um dos nossos casos? – Perguntei, lendo por cima a reportagem de três mortes seguidas em Atlanta.
  - “Meninas tem corações arrancado por animal em Atlanta.”. Que tipo de animal arranca somente o coração? E por que nós não começamos a semana com um lobisomem, só para variar um pouco? Atlanta é a poucos quilômetros daqui.
  Dei de ombros.
  - Você quem manda Sammy.
  Arrumei uma mochila rapidamente e logo já estávamos dentro do Impala a caminho de Atlanta.
  - Você não acha que tudo está quieto demais? – Perguntei, cuidando a estrada. – Digo, Crowley, Castiel, não dão notícias há dias.
  - Você sabe como o Cas é. Vai ver ele está com problemas lá no céu. E Crowley deve estar organizando coisas no Inferno, vai saber.
  - Este é o problema. Nunca acaba bem quando Cas passa tempo demais no céu.
  - Por que não focamos no lobisomem e esperamos o Cas dar notícias?
  Dei de ombros, continuando a dirigir.
  - Próxima parada, lanchonete de Atlanta. Eu estou morrendo de fome.
  Paramos em frente à lanchonete mais próxima que achei e entramos. Sentamos em uma das mesas e eu pedi meu típico cheeseburguer de bacon e Sam uma salada.
  Enquanto esperávamos Sam pegou seu notebook.
  - Alguma semelhança entre as vítimas? – perguntei.
  - Hum... Aqui diz que elas estudavam na mesma escola... Os corpos foram encontrados atrás de um bar que elas passaram a noite.
  - Quantos anos elas tinham?
  - Duas tinham dezesseis e a outra dezessete.
  - Você confere as famílias das vítimas e eu cuido do bar, certo? – Sam falou.
  - Certo. – a garçonete chegou com os nossos pedidos. – Mas primeiro... – eu peguei meu cheeseburguer e dei uma mordida. – A nossa comida.
  Sam revirou os olhou e dez minutos depois nós havíamos terminado de comer. Realmente deveríamos passar por Atlanta mais vezes, pela qualidade da comida. Entramos no Impala e fomos direto até o motel vestir nossos ternos.
  - Documentos? – pedi, enquanto arrumava a minha gravata.
  - Olá, Dean Harris. – Sam me jogou a credencial e nós voltamos para o carro.
  - Eu te deixo no bar. – falei.
  - Certo. – Sam respondeu e eu comecei a dirigir.

  POV SAM

  Dean parou em frente ao bar Blue Rose e eu desci.
  - Sammy? – ele me chamou. – Não volte bêbado. – ele riu e depois foi embora.
  Balancei a cabeça negativamente e entrei.
  - Estamos fechados. – o homem que limpava as mesas falou.
  Peguei a minha credencial do bolso de meu casaco e lhe mostrei.
  - Sam Hudson, FBI. Tenho algumas perguntas sobre a morte das três meninas que foram encontradas atrás desse bar.
  - Eu já respondi uma porção de perguntas para a sua parceira. – Ele parou de passar o pano nas mesas e se virou para mim.
  - Parceira? – Franzi a testa.
  - Sim. – o homem respondeu. - Ruiva, alta, acompanhada de outra garota parecida, acho que era sua irmã.
  - Você sabe me informar qual eram suas perguntas? – Pedi. – O FBI está contratando algumas novas pessoas e acabaram fazendo bagunça. – Tentei achar uma desculpa.
  Ele hesitou, mas começou a falar.
  - Se havia alguém aqui de olho nelas, quem havia falado com elas, se tinham algum tipo de amizade...
  - Então? – Pressionei.
  - Eu já falei que não sei de nada! – Ele parecia nervoso. – Eu sou um suspeito?
  - Não por enquanto. – dei o meu melhor olhar ameaçador possível. – Mas... Essas garotas lhe deram algum cartão, informação, telefone?
  Ele tirou do bolso de seu avental um cartão de visitas. Nele havia um número de telefone, junto a um endereço.
  Agradeci e saí dali, imediatamente ligando para Dean.
  - Sammy? – Ele atendeu.
  - Dean, falei com o dono do bar e ele disse que duas garotas ruivas já foram falar com ele, dizendo que eram do FBI. Caçadoras na cidade?
  - Parece que passaram por aqui também. – Ele bufou. – Alguma pista?
  - O homem me deu um cartão que as meninas deram para ele, com número e endereço, e você?
  - Adivinhe, a garota era odiada pela escola toda e as duas falecidas eram suas melhores amigas.
  - O lobisomem pode estar na escola ou até na família.
  - Eu passo aí em cinco minutos. – Ele falou e depois desligou.
  Como prometido, cinco minutos depois eu ouvi o barulho do Impala chegando. Dean parou o carro na minha frente e eu entrei, lhe entregando o cartão. Ele ficou o analisando por um tempo.
  - Devíamos ligar para o número ou ir primeiro para o endereço?
  - Vamos para o endereço. Não deve ser muito longe daqui. – sugeriu Dean, dando partida no carro.
  Levou um pouco mais de dez minutos para chegarmos até lá.
  - Tem certeza de que é aqui? – perguntou Dean, ao nos depararmos com uma enorme empresa, com no máximo cinco andares. Conferi o endereço.
  - É o que diz no cartão. – respondi. – Não custa entrar e dar uma olhada.
  Descemos do carro e fomos até o porta-malas, enchendo nossos cantis de água benta, colocando uma arma na parte de trás da cintura e eu peguei a faca que mata demônios e Dean a espada de arcanjos.
  Ao entrarmos, fomos até a secretária que parecia surpresa ao nos ver.
  - Posso ajudar? – ela perguntou.
  - Existe alguém aqui que está cuidando do caso das garotas desaparecidas?
  - Só um minuto. – ela pediu, e pressionou o botão do microfone. – Winchesters no setor um. – imediatamente os olhos da mulher ficaram negros e sua voz invadiu os corredores da empresa.
  Olhei para os lados. Demônios estavam se aproximando de nós. Peguei a faca que mata demônios e fui até o demônio mais próximo, o esfaqueando. Olhei para Dean, que estava com sua espada de arcanjos, com três demônios perto dele.
  Vi que chegavam cada vez mais demônios e então esfaqueei a secretária.
  Apertei o botão e reproduzi no microfone o exorcismo, enquanto Dean afastava os demônios.
  Todos os demônios foram exorcizados, deixando a sala inteira com fumaça preta por alguns segundos.
  - Wow, essa foi demais, Sam. – Dean me elogiou.
  - Tento dar o meu melhor. – brinquei. – Agora vamos ver quem está por trás disso, mesmo já tendo uma breve noção. – chamei o elevador e, antes de ele chegar, tive uma surpresa que eu realmente não esperava.
  - Olá, garotos. – ouvi o sotaque britânico de Crowley atrás de mim. Eu e Dean nos viramos quase ao mesmo tempo, e tivemos uma surpresa ainda mais desagradável.
  - Bom dia, Winchesters. – a mulher ruiva ao lado de Crowley sorria.
  - Abaddon? – perguntei surpreso.
  - Pensei que havia acabado com você. – Dean disse entre dentes.
  - Pois é, você sabe como Crowley tem coração mole. – ela deu uma risada sarcástica e abraçou Crowley.
  Os dois se beijaram e eu e Dean nos olhamos com a mesma reação. Surpresa? Talvez medo e até um pouco de repugnância. Impossível descrever o tamanho da confusão que se instalava em nossas cabeças.
  - Vocês... – foi a única coisa que consegui dizer.
  - Parece que os Winchesters não conseguem parar de arrumar confusão. – Crowley falou.
  - Garotas? – Abaddon gritou. Senti alguém atrás de mim, e, logo depois, eu e Dean levamos uma pancada forte na cabeça, nos fazendo cair desacordados no chão.

  POV

  Amarrei os irmãos Winchester em salas separadas e mamãe e papai fizeram com que eu e os interrogassem.
  Entrei na sala onde Sam estava e tranquei a porta. No canto da sala havia uma mesa que papai havia preparado para mim, com vários tipos de facas.
  - Então... – eu me agachei em frente a Sam. – O que você sabe sobre o lobisomem de Atlanta?
  Ele me ignorou e franziu a testa.
  - Quem é você? – ele perguntou. - Você não é um demônio qualquer.
  - E como você pode ter tanta certeza? – eu falei, com um pouco de sarcasmo na voz.
  - Você não foi afetada pelo exorcismo.
  - Surpresa. – eu forcei um sorriso. – Não se esqueça de que sou eu quem faz as perguntas por aqui. Fale tudo o que sabe Winchester.
  - E se eu não falar? – ele me desafiou, me deixando um pouco irritada.
  - Aí... – fui em direção aos instrumentos de tortura e peguei uma das facas mais afiadas que possuía ali. – Eu terei que obrigar você.
  Passei a faca pela sua face e o vi se arrepiar. Sorri com o resultado. Mortais, criaturas tão fáceis de serem derrotadas.
  - Não me convenceu ainda. – ele sorriu, orgulhoso e sarcástico.
  Deixei a faca cair no chão propositalmente e um barulho intenso foi ouvido em toda a sala.
  - Não sei se você sabe, - ergui a mão e a girei para o lado. – mas Abaddon e Crowley me deram poderes.
  Percebi que ele tinha dificuldade em respirar, e fui girando a minha mão cada vez mais rápido.
  - Se você me matar... – ele também tinha dificuldades em falar. – Não saberá nada... Sobre o lobisomem.
  - Eu ainda tenho o Dean. – parei com a minha mão.
  - Acredite, ele é mais persistente do que eu. – ele fez uma pausa. – O que você quis dizer com “Abaddon e Crowley me deram poderes”?
  - Eu que faço as perguntas por aqui! – falei em um tom mais elevado. – Agora responda as minhas perguntas se quiser sair com vida daqui.
  - Só respondo a sua se você responder a minha. – ele riu ironicamente.
  Cerrei meus olhos, irritada.
  - Garoto petulante. – bufei e saí da sala batendo a porta e indo ao encontro de meus pais. – Nunca mais me mande ir falar com qualquer um desses irmãos.
  Quando fui sair, mamãe segurou meu braço.
  - Nada disso, . Você vai voltar para aquela sala e fazer com que ele fale. Se for preciso, mate-o. – ela falou entre dentes.
  - Mas nós precisamos de respostas. – eu falei ainda irritada.
  - Nós temos o Dean. – ela repetiu o que eu havia falado minutos atrás.
  - Me dê alguns minutos para me recuperar. – sem esperar por resposta, saí da empresa e sentei em um dos bancos dali.
  Comecei a pensar em Sam. Se ele soubesse que eu ou éramos filhas da Abaddon e do Crowley, iria nos caçar pelo resto da vida, junto com seu irmão. Se bem que os dois eram bem sexy.
  Desfiz meus pensamentos rapidamente e voltei para dentro, pensando ter ouvido um barulho.
  - Mãe? Pai? – chamei, mas ninguém respondeu.
  Alguns segundos depois, ouvi um berro e um trovão retumbar no céu. Percebi que o berro foi de minha mãe e saí correndo em direção ao som.
  Ao chegar, meus pais estavam no chão, inconscientes, e lembrei que esse era um dos feitiços que mamãe e papai haviam ensinado a mim e a .
  Imediatamente fui até a sala de Sam e vi que estava vazia. Assim como a de Dean, onde estava. Eu mato a minha irmãzinha.
  - ! - berrei, com raiva.

  POV

  - Eu preciso de sua ajuda. – supliquei a Dean assim que fechei a porta da sala onde o Winchester estava amarrado.
  - Por que alguém que me deixa inconsciente, me amarra em uma cadeira e é um demônio pediria a minha ajuda? – ele perguntou, indignado.
  - Por favor. – eu tinha minha voz falha, temendo que meu plano de fuga desse errado. Caminhei até ele e o desamarrei, ainda tremendo.
  Ele começou a massagear seus pulsos e me olhar desconfiado.
  - E como eu sei que posso confiar em você?
  - Não confie. Eu aprendi com o meu pai que nunca podemos confiar em ninguém. Mas, sendo você o único que eu posso recorrer, eu preciso de ajuda para fugir. E acredite, se eu quisesse, eu já teria te matado, Winchester. – minhas mãos suavam frio enquanto eu falava.
  Ele engoliu seco.
  - Com o que você precisa de ajuda? Algo que não tenha nada a ver com aquela mulher. – ele se referiu a Abaddon, e eu percebi uma leve preocupação em sua voz.
  - Nós precisamos de um feitiço. – eu falei rapidamente. – E aí podemos desacordar Crowley e Abaddon, mas está imune, é preciso que ela esteja longe.
  - Contanto que você conheça o feitiço e tenha todos os ingredientes, tudo bem.
  - Eu volto em um minuto. – estalei meus dedos, fui para casa onde tinha separado o feitiço e voltei em seguida. – Aqui está tudo o que precisamos. Vá salvar Sam, eu cuido da minha família. – abri a porta e Dean veio atrás de mim. Tive a sorte de estar longe e, antes que papai ou mamãe me vissem, recitei o feitiço e atirei o pó produzido.
  - , o que... – mamãe disse, mas antes viu o pó que estava em minhas mãos. – NÃO! – ela berrou, provavelmente atraindo a atenção de , pelo trovão que retumbou no céu, e caiu no chão, desacordada. Papai fez o mesmo.
  No tempo em que eu fiz o feitiço, Dean já havia resgatado seu irmão, então estalei os dedos e nos tirei daqui.
  - Onde nós estamos? – Sam perguntou.
  - No Inferno. – eu respondi e ri de suas caras. – Só que a parte boa dele. Bem vindos à minha doce casa.
  - Existe parte boa no Inferno? – Dean resmungou, infeliz.
  Andamos um pouco até chegarmos á minha casa, digo, minha mansão.
  - Você mora aqui? – Sam se deslumbrou.
  - Sim, eu e minha família.
  - Você e a sua... Espera. Você é filha da Abaddon e do Crowley? – Sam perguntou, assustado, e se afastou de mim.
  - Só você que não percebeu Sammy. – Dean zombou.
  - Okay, nós precisamos sair daqui antes que minha querida família nos ache. – falei meio nervosa.
  - Sua “querida família” já te achou, . – ouvi a voz de atrás de mim e me virei, encontrando-a de braços cruzados. - O que você está fazendo com os Winchesters? Por que diabos você lançou um feitiço de sono na mamãe e no papai? Eu quero explicações. Agora.

Capítulo 2

  POV DEAN

  E como se aquele dia não pudesse piorar, eu estava no Inferno, num confronto entre duas supostas princesas do inferno e completamente desarmado.
  -... Eu quero explicações. Agora. – a garota que estava atrás de nós falou, de braços cruzados, olhando para a outra.
  - Como você me achou aqui? – a garota que havia me salvado foi para frente de mim e do Sam, como se quisesse nos proteger de sua irmã.
  - Você sempre vem aqui quando quer se esconder da mamãe e do papai.
  - Não é verdade! – ela protestou.
  - Eu sou sua irmã, , eu sei cada coisa que você faz ou deixa de fazer. – então esse era o seu nome.
  - Agora vocês vão discutir? – Sam se meteu no meio da conversa. Admirei sua coragem. – A pediu ajuda, então vamos ajudar.
  - O quê? – a ruiva se indignou.
  - Não os machuque, , eu vou te dar as explicações que você quer.
  - Espero que sejam aceitáveis.
  - Podemos ao menos nos sentar? – pediu.
   estalou os dedos e dois segundos depois, estávamos em uma sala de estar, provavelmente dentro da “mansão do inferno”.
  - Sem enrolar, , por favor. – se sentou em uma poltrona e cruzou as pernas.
  - Eu não posso mais continuar fazendo isso, . Eu não quero torturar ou matar mais pessoas. Eu apenas quero viver sem ser mandada pelo Crowley ou pela Abaddon. Eu só não os deixei há muito tempo por sua causa. Eu a amo demais, , você é a única pessoa em que posso confiar, mas eu estou cansada dessa vida. – olhou para a irmã, esperando por uma resposta.
  - Você é um demônio, , um DEMÔNIO! – ela gritou a última palavra, com raiva do que disse. – Torturar ou matar não é uma opção, você nasceu para isso! Vamos supor que você tenha fugido, a mamãe e o papai tenham morrido. O que você vai fazer? Ter uma vida normal? – ela riu sarcasticamente, e eu me lembrei de Abaddon, a semelhança que havia entre as duas. – Você não vai aguentar. Sendo demônio, você não vai conseguir se controlar e vai ter que matar pessoas. Está no seu sangue, não tem como negar.
  - Só se você acreditar nisso, . – sua voz estava falha. – Sim, eu consigo viver sem matar ninguém. Eu sou diferente de você e do que nossos pais querem que eu seja. E se você quiser vir comigo, seria uma honra, caso contrário, adeus , eu sentirei imensamente a sua falta.    levou um tempo para pensar. Bufou diversas vezes e começou a andar pelo cômodo, inquieta.
  - Com uma condição. – ela disse, finalmente.
  - Até duas.
  - Depois que isso acabar, você vai fazer o que eu quiser. Isso inclui torturar, matar até não poder mais. E você tem que ficar longe dos Winchesters, ou qualquer outro caçador. Digo... não estabelecer relações.
  A garota ruiva parou por um tempo, assim como a irmã, para pensar um pouco.
  - E se eu te provar que tudo isso vale a pena? – perguntou.
  - Não irá. – saiu sem deixar protestar.
  A garota bufou e voltou a atenção para nós.
  - Desculpem por isso. – ela falou. – Minha irmã não é muito sociável.
  - Sério? – brinquei, mas Sam me bateu.
  - Eu preciso de um último favor. – ela pediu.
  - Qualquer coisa, princesa. – eu disse.
  - Vocês me dariam uma carona até qualquer lugar por aí? – ela pediu, sem jeito. – É que eu não tenho a menor noção de para onde ir.
  - Desde que você me leve até o meu carro, tudo bem. – pedi, ansioso para ver minha Baby novamente.
   coçou a nuca.
  - O carro de vocês está na frente da empresa. E na empresa está a mamãe e o papai, sabe? – ela mordeu o lábio. Ótimo, agora eu ia ficar sem o meu Impala. Tem como piorar?
  - Então pelo menos podemos sair daqui? – Sam pediu, se levantando.
  - O mais rápido possível. – eu concordei com ele. estalou os dedos e no segundo seguinte estávamos em alguma rua de Atlanta.
  - Ótimo. – falei, impressionado com a rapidez. – Vamos ter que parar em algum motel seguro.
  - E vocês sabem se tem algum por perto? – ela perguntou.
  - Nós contamos com a sorte. – eu pisquei para ela.
  - E com sigilo. – Sam me olhou em desaprovação. Ele apontou para um prédio de tijolos. – Vamos ficar naquele motel.
  Começamos a andar na direção do prédio.
  - Vocês têm armas?
  - No Impala. – respondi, irritado com a falta da minha Baby.
  - Você não vai começar com chilique, não é, Dean? – Sam perguntou.
  Balancei negativamente a minha cabeça, ainda inconformado e chegamos ao motel.
  - Eu vou fazer check-in. – Sam falou.
  - E nós dois podemos comprar comida, porque eu estou faminto.
  - Fechado. – Sam se dirigiu para o balcão de assistência.
  - Deve haver alguma lanchonete aqui por perto. – eu disse, saindo do hotel junto a .
  - Tinha uma a duas quadras daqui. – me assustei ao perceber a presença de atrás de . – Se não se importa, já comprei alguns hambúrgueres. – ela ergueu as sacolas que carregava.
  - Você tem que aparecer assim? – reclamei, por causa do susto. Ela me fuzilou com o olhar.
  - Espero que tenha comprado cervejas. – falou, depois riu.
  - Como esquecer.
  - Er... Obrigado. – agradeci, deixando as duas sozinhas e indo para dentro do quarto do motel com Sam. – A apareceu com comida. Devemos suspeitar?
  - Vai saber. Ela é filha do Crowley e da Abaddon, mais está do nosso lado. – ele deu de ombros e eu fiz o mesmo.
  - Então... Comprar mais comida?
  - Elas podem se ofender. Espere elas darem a primeira mordida.
  No momento em que eu terminei a frase, as duas irmãs entraram no quarto, com algumas sacolas nas mãos.
  – , quer dar a notícia?
   sorriu e eu percebi o quão lindo era o seu sorriso.
  - Abaddon e Crowley já esvaziaram a empresa. Dean, você já pode ter o seu carro de volta.
  Eu imediatamente levei minhas mãos ao rosto, sem acreditar.
  - Não acredito. – falei, me sentando na cama.
  - Dean, você está bem? – Sam perguntou.
  - Eu quero o meu carro agora. Qual das duas vai me levar até lá? – eu sorri alegre, me levantando da cama e pegando as chaves do carro que estavam queimando em meu bolso.
   virou os olhos.
  - Voltamos em dez minutos.

  POV SAM

  - Então... – tentei quebrar o gelo que estava entre mim e . – Princesa do Inferno, huh?
  Ela forçou um sorriso.
  - Homem das Letras, então?
  - Filha da Abaddon e do Crowley, então?
  Ela por fim riu.
  - Culpada. – se sentou na cama. – E tenho orgulho disso, viu?
  - E eu tenho muito orgulho de ser um Homem das Letras, okay? Eu e Dean somos um legado.
  Ela riu alto.
  - Me soa como nerd.
  - Nada a ver.
  - Tudo a ver.
  Foi a minha vez de rir.
  - Okay, eu me rendo. – sentei na cama ao seu lado. – Muito difícil ser princesa do inferno?
  - Acredite, quem faz todo o trabalho é a mamãe e o papai. Às vezes eles trazem alguém para mim e para a torturar, mas ela não consegue. É meio irritante.
  - Ela é irmã mais nova?
  - Mais velha. – virou os olhos.
  Arqueei a sobrancelha.
  - E há algum motivo para ela não os torturar?
  - Frescura.
  - Acha que ser boa é frescura? Talvez haja alguma coisa inocente dentro dela.
  - E você acha que não? – ela abriu uma garrafa de cerveja e tomou um gole.
  - Ser boa não é problema algum.
  - Sendo princesa do Inferno, é. E um dos bem graves.
  - Ela não tem culpa do destino dela.
  - Cada um traça o seu destino do jeito que quer.
  - Não quando se nasce no Inferno.
  - Especialmente quando se nasce no Inferno.
  - Tá bem, não vou me meter em briga de família. – levantei os braços, me rendendo.
  Ficamos em silêncio por um tempo, mais uma dúvida ainda pairava sobre a minha cabeça.
  - Por que você escolheu esse sobrenome, ?
  - Digamos que é algo para negócios. Lá embaixo não costumamos ter sobrenomes.
  - E quantos anos você tem? – falei, e ela corou.
  - Passo. – ela abaixou a cabeça.
  - Vamos lá, não tenha vergonha da sua idade. - eu a encorajei.
  - Sim, eu tenho.
  - Não pode ser assim tão ruim. – eu insisti, já curioso. – Tudo bem, eu começo. Tenho 36 anos.
  - Surpresa, eu tenho quatrocentos anos no Inferno, aqui na terra apenas quatro. Feliz? – ela parecia irritada.
  - Wow. Desculpe-me.
  - Minha vez. – ela pareceu ignorar. – Nunca pensou em ter uma vida normal?
  - Muitas vezes, mais nenhuma delas deu certo. Vida de caçador não é fácil. E você, nunca tentou se afastar da Abaddon ou do Crowley?
  - Nunca se abandona a família.
  - É aí que descobrimos que tem um lado bom! – eu falei, fazendo-a rir.
  - Cala a boca. – ela disse, sorrindo. – É que, sei lá, eu devo tudo a eles. E eu não faço a mínima ideia do por que lhe contei isso.
  - Por que... Você confia em mim.
  - Por que confiaria em um caçador?
  Eu dei de ombros.
  - Por que eu devo a vida a sua irmã?
  - Isso significa que ela confia em você, não eu.
  - Tanto faz. – eu ri. – Eles devem estar chegando. – me levantei e fui até os hambúrgueres. – Só não me diga que você os envenenou.
  - A ainda precisa da ajuda de vocês, não? E acredite, se eu quisesse matar vocês, já estariam mortos há muito tempo.
  - Nunca se sabe. – desembrulhei um dos hambúrgueres. – Não tinha algo mais saudável? – virou os olhos.
  - Eu não tenho ideia do que você e o Dean comem diariamente, você quer o quê?
  - Okay. – eu falei, deixando a comida de lado. – Vamos para a lanchonete.

  POV

  Levei Dean até seu tão precioso carro e ele deu um enorme sorriso. Destrancou-o e abriu o porta-malas.
  - Está tudo aqui. – ele parecia emocionado e, de repente, veio me abraçar.
  - Não é para tanto, Dean. – eu me afastei dele, mais antes que eu pudesse reagir, Dean me prendeu com uma algema cheia de sigils gravados.
  - Você só pode estar brincando. – falei. – Pensei que você confiasse em mim.
  - Precaução. – ele piscou para mim.
  -Se souber, ela vai te matar. Literalmente.
  - Eu já enfrentei mulheres muito mais bravas do que ela, acredite. – entramos no carro e eu cruzei meus braços, com um pouco de dificuldade.
  Dean dirigiu até a frente do motel e ligou para Sam.
  - Onde você está, Sammy? – ele fez uma pausa. – Em uma lanchonete?... Com a ?... Sim, nós já chegamos. – ele parecia irritado.
  Após ele desligar o telefone, Dean guardou o celular no bolso e dirigiu até a lanchonete.
  Chegamos e avistamos e Sam sentados em uma mesa, rindo. Ela estava tomando uma cerveja e ele comendo uma salada, então nos sentamos junto a eles.
  - O que diabos vocês estão fazendo aqui? – perguntei. Os dois pareciam assustados ao nos ver.
  - Ahn... – Sam tentou se explicar. – Comendo?
  - Qual é o problema de comer o que a trouxe?
  - O Sam disse que aquilo não era saudável e me convenceu a vir até a lanchonete. – se meteu. – Ele é uma das únicas pessoas do mundo que prefere salada a bacon.
  - Virou íntima, agora? – reclamei.
  - Engraçada você, maninha. É mais fácil você virar íntima de um caçador do que eu.
  - Do jeito que você está rindo com ele, não acho muito provável.
  - Não esqueça que a culpa disso tudo é toda e inteiramente sua querida.
  - Okay, garotas. – Dean interrompeu.
  - Nunca me interrompa novamente, Winchester. – falou, com uma voz autoritária.
  - Vocês tem que parar de discutir sobre coisas bobas! Nós temos que focar no lobisomem, não na e no Sam. – Dean se defendeu.
  - É verdade. – Sam disse. – , por que você queria tanto saber sobre aquele lobisomem?
  - Assunto de família. Eu não posso dizer. – ela cruzou os braços e olhou, um pouco nervosa, para .
  - , nós estamos caçando. Nós temos que saber tudo sobre o lobisomem, nos mínimos detalhes.
  - Ui, . – eu ri alto. – Desculpa, não consegui me conter. Continuem.
  - Não me chame assim, Sam, não te dei permissão. – percebi Sam corar, mas dessa vez segurei a risada. - E não importa, eu não vou e nem posso falar.
  - Eu pensei que estávamos no mesmo time. – Dean fixou o olhar em mim. – Mas não precisamos de ajuda, nós já temos pistas o suficiente que nos levam ao possível culpado. –consegui ver que ele estava mentindo. Eu possuía aquele poder de algum modo, e o adorava. Os Winchesters estavam ainda muito longe de achar o culpado.
  - Eu estou do lado de vocês, mas esse é um assunto entre mim, a mamãe, o papai e a . Se quiserem respostas, pressionem ela, não eu.
  Dean e Sam se levantaram, deixando uma nota de vinte dólares em cima da mesa.
  - Muito obrigado pela sua ajuda. – Sam resmungou.
  - Por nada. - ela respondeu ironicamente, e, depois que os irmãos saíram da lanchonete, ela olhou para mim. – Eles não podem saber de jeito nenhum, ouviu ?
  - Eles vão descobrir de uma maneira ou de outra, eu não entendo por que você teme os Winchesters, eles são inofensivos. – eu dei de ombros, mesmo lembrando que Dean me algemou dez minutos atrás.
  - Se eles souberem por que alguma de nós duas contou, eu realmente não sei o que a mamãe iria fazer com nós duas.
  - Ela tem medo que os Winchesters possam atrapalhar o plano dela.
  - Você não teria? – ela tomou um último gole de sua cerveja e se levantou, saindo da lanchonete.
  Tentei segui-la, mas ela não estava mais lá. Voltei para o hotel antes mesmo que Dean e Sam chegassem. Sentei-me em uma das cadeiras e fiquei lá, esperando que alguém chegasse.
  Após alguns minutos, Sam e Dean chegaram, mas não estava junto com eles.
  - Por que vocês demoraram tanto? – perguntei, meio indignada. – Não pode ser possível.
  - Ahn... Acabou a gasolina do carro, tivemos que parar no posto para reabastecer. – Sam mentiu, mas decidi deixar para lá.
  - Onde está a ? – Dean disse, e eu dei de ombros. – Só não me diga que vocês brigaram.
  - Não, na verdade eu estava pensando em ir procurar ela. Mas vai saber, daqui a pouco ela volta.
  Os irmãos se entreolharam, nervosos.
  - Então, ... – Dean se sentou ao meu lado, em uma das cadeiras. – O que a estava falando na lanchonete sobre aquele... Assunto de família?
  - Segredo, ué. – eu cruzei os braços. – Existem nas melhores famílias. Inclusive na minha.
  - Disso eu não duvido. Mas... Você precisa nos dizer, . Nós ainda estamos caçando, precisamos de todas as informações que nos ajudem no caso.
  - É sério, garotos, minha família nunca me perdoaria. – eu falei.
  - Pessoas inocentes estão morrendo, . – Sam falou.
  - Eu sei, é que... – eu pensei no que Abaddon faria comigo se eu contasse a eles. – Eu juro que me importo, mas... Isso realmente é um assunto muito delicado.
  - Mais delicado do que vida de pessoas inocentes?
  Bufei.
  - Okay, eu falo. Mas em um lugar reservado, sem que ninguém possa ouvir. Nem mesmo o Crowley e a Abaddon, porque eu sei que eles podem estar escutando.
  - Dean, pegue o spray e vamos cobrir o quarto com sigils. – Sam ordenou.
  Eu observei eles pegarem o spray de tinta vermelha e começarem a fazer símbolos enoquianos na parede.
  - Agora você já pode falar. – eles pareciam ansiosos.
  Eu sabia que não devia fazer isso, mas eu preferia arriscar a minha vida a deixar pessoas inocentes morrerem. Além do mais, meus pais precisam de mim para o plano egoísta deles.
  - Então... – Sam pressionou.
  Respirei fundo e fechei os olhos. nunca irá me perdoar.
  - O que vocês querem fazer? – Perguntei, pensando em um jeito de não precisar contar tudo.
  - Primeiramente, por que o Crowley ressuscitou a vad... a Abaddon?
  - Para iniciar seu plano maligno de dominar o mundo. – brinquei, mesmo sabendo que de um jeito ou de outro eu teria que contar tudo para os Winchesters.
  Eles não riram, apenas continuaram me fitando, sérios.
  - Nossa, gente, que mal humor. Mas enfim, ele ressuscitou ela para... Você sabe, ter filhas. E aí... Eles acabaram se apaixonando.
  - Isso explica algumas coisas. – Dean falou. – Mas eu ainda não entendi o porquê dos lobisomens. Eles estão caçando?
  - Vocês não investigaram muito esse caso, não é? – eles balançaram a cabeça negativamente. – Bom, se tivessem investigado, saberiam que ele é um alfa. – eles se entreolharam surpresos.
  - Crowley e Abaddon estão atrás de um alfa? – Sam perguntou, o que soou mais como uma afirmação. - Mas para quê?
  - Para... Roubar seu sangue. Literalmente. É apenas mais um dos ingredientes para o seu plano final.
  - Qual o objetivo desse plano? – eles perguntaram.
  - Libertar Astaroth, o duque do Inferno. – eu falei, virando os olhos, cansada de ouvir falar esse nome. – Caso eles consigam a terra onde hoje vivem os mortais, a mesma será invadida por demônios em questão de dias.
  - Duque do Inferno? – Sam parecia nervoso e preocupado. – Como fazemos para evitar isso?
  - Crowley e Abaddon precisam de um número de coisas para conseguir libertá-lo. Tais como o sangue de dois alfas.
  Dean se levantou de sua cadeira e começou a andar pelo quarto.
  - Eles já descobriram a localização dele? – ele se manifestou.
  - Sim, vão atacá-lo essa noite. – suspirei, olhando para baixo.
  - E você sabe onde é?
  - Sim, mas vocês não estão pensando em atacá-lo também, não é? A Abaddon e o Crowley vão matar vocês!
  - Se eles pudessem, acredite, já teriam feito isso há algum tempo. – Sam sorriu.
  - Não se iluda Sam, eles só te pouparam naquela hora para conseguir informações, o que agora não é mais necessário.
  - Digamos que tenhamos um passado juntos. – Dean falou.
  - Sam, você não entende. O Crowley não está do jeito que você pensa que ele está. É a Abaddon que manda nele agora. Se ela mandar ele matar os Winchesters, ele mata. Por favor, Dean, eu me preocupo com você. – implorei, mesmo sabendo que eles iriam do mesmo jeito. A esperança é a última que morre.
  - Não tem com o que se preocupar. – eu o vi mais uma vez mentindo. – Nós sempre ficamos bem. E se você quiser, poderá vir conosco.
  - Só se vocês acharem a até às oito horas. – eu me lembrei de minha irmã.
  - Ótimo. – Dean falou, quebrando um sigil com uma faca que ele havia tirado de seu bolso, logo depois a colocando-a de volta.
  Sam foi até sua mochila, pegou uma arma e colocou-a em sua cintura fazendo o mesmo com uma faca, com a lâmina cheia de símbolos enoquianos.
  Após alguns segundos, estávamos prontos para achar .
  - Ela já não deveria ter chegado? Acho que ela não confia o suficiente em nós para te deixar sozinho com nós. – Dean falou e então se materializou em nossa frente. Ri com o pulo que Dean deu e fui até .
  - Por que a demora, Ruiva? – eu perguntei.
  - Estava resolvendo umas coisas. Comprei uma coisa que você vai adorar. Vem aqui. – ela pegou a minha mão e nós descemos as escadas rapidamente.
  Quando chegamos na frente do motel havia uma moto preta estacionada.
  - Ela não é perfeita? – perguntou, e então eu percebi que ela havia comprado aquele veículo.
  -Sério?! – eu ri. – Você esqueceu que temos poderes que nos possibilitam o teletransporte? Nós não precisamos disso, maninha.
  - É, só que eu tenho certeza que o Dean vai querer complicar tudo e querer ficar com o carro dele, então por que não o acompanhamos?
  - Talvez seja uma boa ideia acompanhar o ritmo daqueles dois patetas. Assim não precisaremos esperar eles chegarem ao local marcado durante meia hora. Apesar de podermos transportá-los conosco.
  - É, mas eles vão surtar se nós não levarmos a lata-velha deles junto. – Quando terminou de falar, Dean e Sam saíram do motel.
  - Não fale assim da minha Baby, não te dei permissão. – Dean brincou, mais mesmo assim o respondeu com raiva.
  - Eu não preciso de permissão para te dar um soco no meio da sua cara, muito menos para falar mal de lixo.
  - Eu acho que ela não gosta de você. – sussurrei no ouvido de Dean.
  - Você acha? Eu tenho certeza. – ele sussurrou no meu. – Então gente, para onde vamos? – ele, dessa vez, falou em voz alta.
  - Precisamos chegar antes do Crowley e a Abaddon no esconderijo dos lobisomens. – Sam sugeriu. – Conversamos com eles e os alertamos.
  - Como vocês... ! – ela gritou. – VOCÊ CONTOU PARA ELES?

Capítulo 3

  POV SAM

  - Nós estamos sem tempo, , podemos adiar essa briga? – alertei-a, pensando que Abaddon e Crowley pudessem estar chegando ao esconderijo do lobisomem antes de nós.
  - Não, nós não podemos. Não até a me dizer o porquê que ela falou. – ela olhou para a irmã. – Você sabe o que os nossos pais irão fazer com você quando descobrirem.
  - Eles só descobrirão se você abrir a boca. Eu não tenho mais medo deles, okay? – se defendeu.
  - Eu duvido que não tenha. Mas enfim... – ela pareceu dar o assunto por encerrado. - Você vai no lixo ou na minha moto?
  Percebi bufar.
  - Eu que não vou deixar você aproveitar dessa moto sozinha. – Ela por fim, sorriu. – E além do mais, aposto que a nossa moto vence desse carrinho.
   sorriu e as duas subiram na moto.
  - É uma corrida, então? Com certeza a minha Baby vence. – Dean parecia bravo.
  Quando nós entramos no carro, ligou o motor da moto e saiu em disparada.
  - Acho que as princesas ali vencem. – brinquei, irritando-o e fazendo-o pisar mais fundo no acelerador. – Só não nos mate, não desse jeito.
  Ele me ignorou e continuou a acelerar.
  - Elas... Não... Vão... – ele acelerava mais a cada palavra. Mas, como todos os outros carros, o Impala tinha um limite de velocidade, que não era muito alto. – Vencer.
  Eu tive que rir ao ver sua reação. Bem, ao menos assim chegaremos mais rápido.
  - Moto tem mais velocidade do que um carro. – Falei rapidamente, como se imitando uma tosse.
  - Não perguntei Sammy. Ah, droga! – ele gritou a última parte, ao ver que as garotas haviam parado em frente a um edifício abandonado.
  Balancei a cabeça negativamente e assim que Dean estacionou o carro eu desci, me escorando no veículo.
  - Parece que temos vencedoras. – falei.
  - Eu sempre estou certa. – sorriu orgulhosa, enquanto ajudava a descer da moto.
  Dean também desceu, batendo a porta do carro.
  - Vocês saíram na frente. – Dean apontou para elas, demonstrando raiva.
  - Qualquer outro dia que o mundo não esteja acabando eu aposto outra corrida com você, Dean. – disse, piscando para ele.
  - Vamos entrar logo. – falei, me desencostando do carro. – Tomem cuidado.
  - Nós vamos na frente e vocês pegam as suas armas, okay? – perguntou. Assenti com a cabeça, me dirigindo ao porta-malas do carro.
  - Não, espere. – Dean disse, rapidamente, antes que elas pudessem entrar no edifício. As meninas se viraram para ele. – O que me garante que quando vocês chegarem até o Alfa não o entregarão para a Abaddon e o Crowley?
   bufou, virando os olhos.
  - Você tem a minha palavra. – falou, lançando um sorriso sincero que fez parecer que Dean havia acreditado. – Além do mais, eu estou devendo essa a vocês. Não sou a única que não quer que o mundo acabe.
  - Então... – Dean foi até o porta-malas, pegou uma das armas e a carregou com balas de prata. – Aqui. – Ele estendeu a arma para . – Mire no coração, é o único jeito de matá-lo.
   sorriu e pegou a arma.
  - Valeu Dean, mas eu não lido muito bem com armas. – ela disse e entregou a arma para .
  - Vamos lá. – peguei uma das armas carregadas com prata e a destravei, colocando-a na parte de trás da minha calça.
  Entramos silenciosamente pela porta de trás do edifício abandonado. Olhei rapidamente para trás, me certificando que todos seguiam os meus passos.
  O edifício tinha no máximo uns quatro andares, então nos dividimos.
  - Eu não vou ficar com o Sam! – reclamou.
  - , não começa. Vamos nos dividir assim porque temos poderes, e, se ficarmos juntas, deixaremos eles em desvantagem.
  - Nós já lutamos com lobisomens antes, okay? – Dean protestou. – Em desvantagem ficarão vocês se alguma sala for coberta de sigils ou ferro.
  - Não se preocupem, nós somos boas em lutar.
  - Estamos perdendo tempo. – Dean alertou. – Nos encontramos lá em cima em alguns minutos.

  POV

  - Fique atrás de mim. – Sam pediu, enquanto procurávamos por lobisomens no terceiro andar, pois Dean e ficaram com o primeiro e o segundo.
  - Fique você atrás de mim. – eu o empurrei e fiquei em sua frente, abrindo uma das portas.
  - Eu estou com a arma. – ele reclamou. Olhei para ele e arranquei a arma de sua mão.
  - O quê? – ironizei e depois ri. Sam bufou.
  - Vamos subir as escadas, esse andar está limpo. – ele mandou e eu cruzei os braços em protesto.
  - Quem você acha que é para me mandar fazer alguma coisa, Winchester? – perguntei.
  Antes que ele pudesse responder, ouvi uma porta abrindo e em seguida Sam caiu no chão.
  Sim, eu deveria ir ajudá-lo e lutar com a coisa que o derrubou no chão, devia ao menos me preocupar com ele, mas eu fiquei parada, imóvel, vendo Sam perder os sentidos, não porque eu estava com medo de que algo pudesse me ferir, mas porque fui treinada para não sentir pena ou medo, já estava acostumada a ver pessoas perdendo os sentidos diante de meus olhos e me sentia grata aos meus pais por isso.
  Assim que Sam desmaiou, um lobisomem virou-se para mim, pronto para atacar e, como meus instintos mandaram, apontei a arma para o seu coração.
  - Mais um passo e eu atiro. – falei.
  - O chefe quer falar com você. – ele não se moveu. – E não se preocupe, seu amigo ainda está vivo.
  Abaixei a arma devagar pensando se deveria ou não confiar nele.
  - Leve-o para outro quarto, então. O assunto que seu chefe tem a tratar comigo é particular.
  - É a segunda porta à direita. Do andar de cima, suba pelas escadas. – ele apontou para as escadas onde Sam havia indicado.
  Assenti com a cabeça e, ainda com a arma em punho, subi as escadas calmamente. Segunda porta à direita, exatamente como foi dito, segui o caminho e encontrei um escritório escuro e vazio.
  - , ao seu dispor. – me apresentei e a porta atrás de mim fora fechada brutalmente.
  Me virei rapidamente e percebi que atrás de mim havia um homem, alguns centímetros mais alto do que eu, parado em minha frente, me fitando.
  - David Chawdrik, ansioso por respostas. – o homem estendeu a mão para que eu a apertasse.
  - Podemos sentar? – pedi, retribuindo o gesto e apertando a sua mão.
  Ele ligou um interruptor e o ambiente foi iluminado. Era uma típica sala de escritório, a única diferença era que ao invés de livros na estante, havia potes de vidro com corações humanos.
  - Bela decoração. – comentei, me sentando em uma das cadeiras. Drew se sentou em uma de frente para mim.
  - Para vir aqui acompanhada dos Winchesters, você não veio aqui para falar de decoração. – ele mantia o tom sério. – O que vocês vieram fazer aqui?
  Engoli seco. “Não seja fraca. Em nenhum momento de sua vida demonstre fraqueza em frente de seu inimigo”, minha mãe me ensinava quando eu era pequena.
  - Vim aqui te propor um acordo. – falei, cruzando as minhas pernas.
  - À vontade. – ele fez um gesto com a mão para que eu continuasse.
  - Digamos que eu venha atrás de seu sangue. – Assim que terminei a frase, David deu uma risada sarcástica.
  - E por que diabos eu lhe daria o meu sangue?
  - Acredite, eu estou lhe fazendo um favor. – falei. – Meus pais estão vindo atrás de vocês para matá-lo. Estou apenas tentando ser legal com você.
  - E quem seriam os seus pais? Como eles poderiam ser mais poderosos do que um Alfa?
  Foi a minha vez de rir sarcasticamente.
  - Ninguém menos do que Abaddon e Crowley, rei e rainha do Inferno. – ele, do nada, adquiriu uma expressão séria.
  - E por que eles iriam querer meu sangue? – David parecia nervoso.
  - Eles pretendem invocar um demônio. E acredite, estão dispostos a matar você.
  - Meu sangue não funciona depois que eu morro, seus pais estão cientes disso, não?
  - Eles darão um jeito. Você prefere arriscar? – eu ergui as sobrancelhas e sorri. Ele colocou as mãos no rosto e começou a pensar.
  - O que me garante que depois que você pegar meu sangue eu posso confiar em você?
  - Quais são as suas opções?
  - Matá-la nesse exato momento.
  - Como você sabe, estou acompanhada. – disse, irritada com a sua resposta. – Suas chances de acabar comigo são quase zero.
  - Está bem, apenas garanta que seus pais irão usar o meu sangue pelo motivo certo. – sorri e tirei uma seringa de meu bolso, a entregando para David.
  Observei atenciosamente o sangue entrando na seringa, e senti-me orgulhosa. Assim que David terminou, ele a entregou para mim. Guardei-a no bolso interno do meu casaco e estendi a minha mão para ele.
  - Foi bom fazer negócios com... – fui interrompida por um estrondo vindo da porta. Um tiro?
  Me virei rapidamente e a porta foi arrombada.
  - , abaixe-se! – percebi que a pessoa que havia arrombado a porta era Dean. Ele estava sozinho, apenas com uma arma em mãos.
  Eu me abaixei e Dean apertou o gatilho, dando um tiro no coração de David.
  - Filho da mãe. – murmurei, saindo dali rapidamente.
  Corri na direção de Dean e vi que carregava Sam nos ombros com facilidade.
  - Ele te machucou, ? – parecia preocupada.
  - Você acha que um simples lobisomem poderia me machucar? – perguntei, apertando o meu casaco sobre o meu corpo, tanto para esconder quanto para proteger a seringa.
  - Vamos dar o fora daqui. – sorriu.
  - Com prazer.

  ***

  Chegamos ao motel cerca de dez minutos depois, dessa vez sem apostar corrida.
  - Então o caso de vocês está resolvido? – perguntou, se sentando na cama.
  - É o que parece, felizmente. – Sam sorriu para mim e Dean colocou as chaves do Impala em cima da mesa.
  - Eu busco comida para comemorar. – sorri, me levantando.
  - Eu quero um cheeseburguer duplo. – Dean falou, se sentando em uma cadeira, cansado.
  - Escolha por mim. – Sam piscou para mim e eu virei os olhos.
  - Volto em meia hora. – falei, estalando os dedos e saindo daquele lugar.
  Fui parar em um armazém abandonado. Depois de alguns segundos, ouvi o som de passos atrás de mim. Me virei rapidamente e a encontrei olhando para mim, de braços cruzados.
  - Até que foi rápido. – minha mãe sorriu e estendeu a mão para pegar a seringa.
  - Não brinco em serviço, mãe. – sorri, tirando do bolso de minha jaqueta o sangue. – Mas os Winchesters já estão dando problemas.
  - Não me diga que eles já descobriram. Eu mato a sua irmã. – Abaddon pegou a seringa de minha mão com raiva.
  - Eles mataram o lobisomem. E sim, já contou de seu plano.
  Minha mãe bufou.
  - Sempre soube que iria trazer problemas.
  - Temos que dar um jeito de trazê-la de volta. – cruzei os braços.
  - Essa é a parte difícil, mas... – ela mudou de assunto. – Você já sabe onde está o outro alfa?
  - Estou tentando rastrear o vetala. Mas tudo indica que ele está em Las Vegas.

Capítulo 4

  POV DEAN

  - Para a felicidade de vocês, eu voltei. Com comida. – disse quando chegou ao quarto, segurando sacolas na mão.
  - Espero que dessa vez seja algo saudável. – Sam falou, rindo.
  - Claro. – ela jogou os lanches em cima da cama. – A fila estava enorme.
  - E desde quando uma Princesa do Inferno precisa de fila? – brincou.
  - Quer que eu roube maninha? – Sam foi até as sacolas e jogou um sanduíche para mim.
  - O que vamos fazer agora? Digo, quais são os próximos alvos de seus pais? – perguntei, com um pouco de medo da resposta.
  - Eles estão atrás do sangue de dois alfas. – respondeu. – Precisamos achar o próximo alfa antes deles.
  - E onde estaria ele? E quais dos milhares de alfas que existem eles escolheriam? – dei uma mordida em meu cheeseburguer duplo de bacon.
  - Eles estão atrás de um vetala em Las Vegas. – falou, indiferente. Olhei para a ruiva surpreso e todos fizeram o mesmo.
  - Como você sabe? – perguntou, e ela notou que todos nós olhávamos para ela.
  - Eu cuidava do plano deles antes de ser obrigada a partir. – ela deu de ombros e Sam fez o mesmo.
  - Então vamos à Las Vegas? Legal. – ele comentou. Comecei a rir alto.
  - Sério Sam? – perguntei em meio às minhas risadas.
  - Vocês precisam de alguma coisa antes de começar a viagem? – falou. – Porque nós não podemos perder tempo.
  - Um padre. – eu disse, continuando a rir.
  - Por que o idiota está rindo? – perguntou irritada.
  - Porque... – tentei me recompor. – O Sam se casou em Las Vegas. – voltei a rir desesperadamente, me lembrando de Becky.
  - O Sam o quê? – e falaram ao mesmo tempo.
  - Parem, eu me sinto desconfortável. – Sam brincou. – Aquela mulher era doente.
  - Ele é divorciado. – falei, recuperando o fôlego. – Com a Becky!
  - Becky? – comentou. – Nome de vadia.
  - Ciúmes. – falou rapidamente, imitando uma tosse.
  - Foi só um comentário. – protestou. – E Sam, nós vamos com ou sem você.
  - Eu não me importo em ir. Contanto que aquela mulher não esteja lá.
  - Acredite, se ela estiver lá, eu dou um jeito nela. – a ruiva sorriu e pegou as chaves da moto em seu bolso.
  - Calem a boca e vamos. – falou.

  ***

  POV

  Descemos as escadas do motel juntos.
  - Dessa vez vai de carro ou de moto? - perguntou para mim. Lembrei da vez em que Dean me algemou por “segurança” e pensei melhor.
  - Claro que vou com você, .
  - Ótimo. – ela sorriu e subiu na moto, e eu fiz o mesmo. – Próxima parada... Las Vegas.

  ***

  Durante a viagem, fizemos apenas duas paradas, uma para Sam e Dean irem ao banheiro e outra para eles comerem.
  - Eu odeio usar veículos. – reclamei. – Estalar os dedos é tão rápido, fácil e eficiente.
  - Concordo plenamente. Humanos são tão lerdos.
  - Fazer o quê, não é? – ela desceu da moto. – Às vezes eu queria ser como eles, sabe?
   olhou com raiva para mim.
  - Por que diabos você iria querer ser lerda, fraca e vulnerável? – ela perguntou e eu dei de ombros.
  - Os humanos têm um motivo na vida e eles sabem que ela pode acabar, que é frágil. Eles dão valor a coisas insignificantes e dependem de várias coisas para viver. Eles são livres, .
  - Nós somos livres também, e não precisamos de coisas para viver. Nós podemos fazer o que quisermos. E também não precisamos de um objetivo para viver.
  - E isso não é bom, . – falei assim que os meninos chegaram até nós.
  - Eu não vou discutir isso. – ela bufou. – Podemos seguir viagem ou vocês precisam de mais alguma coisa?
  - Nada. – Sam respondeu. – Vocês sabem o endereço?
  - Calma, Sam, eu não sou mapa. Primeiro vamos chegar lá e fazer check-in no hotel.
  - Certo. – Dean falou. – Aí podemos começar a caçada.
  - Em qual hotel iremos parar? – perguntei, olhando para e subindo novamente na moto.
  - O mais barato possível. – Dean respondeu. – Dinheiro não é muito fácil de ganhar.
   sorriu.
  - Okay, gente. Apenas me sigam. – ela deu partida na moto e os Winchesters entraram no carro.
  Seguimos até um hotel grandioso e percebi o quanto aquela cidade era linda e iluminada, e, já que havia anoitecido, as luzes de cada lugar piscavam em colorido, exibindo suas diversas cores.
   parou a moto em frente ao hotel e entregou a chave a um manobrista. Sam e Dean fizeram o mesmo, e nos encontramos no hall de entrada.
  - O que eu falei sobre hotéis? – Dean reclamou.
  - Olhe e aprenda querido. – estalou os dedos e sumiu.
  - Mas o que... – apareceu antes que Dean pudesse terminar a frase, segurando uma bolsa.
  - Estou carregando algumas notas de cem, querido. – piscou. Ela estalou os dedos novamente e de repente Sam e Dean usavam ternos. Eu estava com uma roupa muito bonita, mas estava com uma tão linda quanto a minha.
  - É fada madrinha agora? – Dean brincou, olhando para mim e sorrindo.
  - Muito melhor. Agora vamos.
  Dirigimo-nos até a recepcionista do hotel e pegou um maço de notas de cem da bolsa.
  - Suíte presidencial, por favor. – ela disse educadamente e entregou as notas de cem para a moça.
  - Claro, vocês podem deixar as suas malas conosco que logo estarão em sua suíte. – a mulher sorriu simpática. – Vocês só precisam preenches o cadastro de hospedagem.
  - Sam, você preenche, por favor, que eu irei pegar as malas no carro. – pediu.
  - Malas, que... – não deixou Sam terminar de falar e começou a andar em direção à saída do hotel.
  - Eu e Dean vamos subindo. – falei, pegando as chaves do quarto.
  - Só não façam besteira. – Sam disse e eu e Dean fomos para o elevador, que, por um milagre, estava vazio.
  - Comecei a gostar mais da . – brincou Dean.
  - É, quando você a conhece melhor começa a gostar mais dela. – sorri fraco.
  - Mas eu ainda prefiro você. – admito que seu comentário me pegou de surpresa. Eu corei.
  - Obrigada. – agradeci e Dean se aproximou de mim, colocando as mãos em minha cintura.
  - Dean... – eu segurei as suas mãos. – Eu...
  Não consegui terminar a frase e ele me beijou. Parecia tão fácil e tão errado. Foi um beijo longo, mas eu queria que durasse a eternidade. Nossas respirações se misturavam como se formando uma só. Era como se eu precisasse dele para viver e ele de mim, eu me sentia bem fazendo o errado.
  Fomos interrompidos pelo som do elevador avisando que estava abrindo. Rapidamente saí de perto dele e caminhei em direção à porta do quarto, sem olhar para ele.
  - O que foi isso? – perguntei.
  - Eu não sei. Só sei que foi bom. – ele sorriu para mim.
  - Foi errado, você deveria saber disso. – eu esperei ele abrir a porta.
  - Me diga que você não gostou e nós dois podemos fingir que isso nunca aconteceu. – ele falou.
  - Eu prefiro dizer que a vai matá-lo quando descobrir. – entrei no quarto junto a ele.
  - E quem disse que... – ele parou de falar quando entrou no quarto.
  - Nossa. – Dean falou e se sentou em uma das camas. – Esse quarto é incrível.
  - O que um pouco de dinheiro não traz. – brinquei, tentando fugir do assusto anterior. Escutei um som vindo da porta atrás de mim e me virei automaticamente.
  - Perdemos alguma coisa?- disse, entrando no quarto junto a Sam.
  - A beleza daqui. – respondi. – Tudo certo lá embaixo? Digo, onde estão as malas?
  - Tem uma mulher trazendo, não se preocupem. – ela disse.
  - E o que tem dentro delas? – Sam olhou para . – Porque nós não trouxemos nenhuma.
  - Roupas e itens necessários. – ela sorriu. – E com “necessários” quero dizer armas.
  - Onde você arranjou... Quer saber, deixa para lá. Eu estou com fome, quem quer ir a uma lanchonete? – Dean convidou, tirando seu paletó.
  - Caramba, Dean. – xinguei. – Você está em um hotel cinco estrelas e quer ir a uma lanchonete?
  Ele deu de ombros.
  - Tanto faz para mim, contanto que tenha um cheeseburguer de bacon. – Dean sorriu.
  - Irei mostrar para vocês o que é comida de verdade. – ela deu um sorriso malicioso, e, como eu bem a conheço, aquele sorriso indicava que ela sabia o lugar ideal para levá-los.
  - Você me dá medo às vezes, . – Sam comentou.
  - Às vezes? – Dean retrucou, colocando o paletó novamente.
  - Ótimo. – respondeu. – Isso é muito bom. Mas de qualquer jeito, o restaurante é aqui no hotel, e parece ser muito bom.
  - Que bom, não irei gastar gasolina com a Baby.
  - Dean. – eu o repreendi. – Pare de chamar um carro de “Baby”. Isso é muito gay.
  - A culpa não é minha se você não sabe amar. – Dean reclamou.
  - Eu sei amar muito bem, okay? Só que não um carro.
  - Tudo bem, crianças, podemos ir? – Sam nos interrompeu. Dean balançou a cabeça negativamente e foi até a porta.
  - Vamos logo antes que eu desista.
  Finalmente, saímos do quarto e fomos até o andar do restaurante. Ficar dentro do elevador novamente com Dean foi um pouco constrangedor, mas ele pareceu não notar o meu nervosismo.
  Assim que chegamos ao restaurante, a recepcionista veio até nós, sorrindo.
  - Mesa para quantos? – ela perguntou e sorriu para Dean.
  - Mesa para quatro. – respondeu ele, retribuindo o sorriso da mulher. Por um momento, senti vontade de dar um soco nele, mas depois me senti um pouco culpada. Eu estava com ciúmes dele?
  - Acompanhe-me. – ela nos levou até uma mesa no meio do restaurante. – Fiquem á vontade. – ela nos entregou o cardápio.
  - Alguma sugestão? – Dean perguntou, olhando para o cardápio confuso. – O que diabos é um profiteroles?
  Balancei a cabeça negativamente, inconformada.
  - Como assim vocês não sabem o que é um profiteroles? – perguntou indignada. – Vocês irão saber agora. – ela chamou o garçom. – Por favor, queremos quatro pratos de profiteroles.
  Eu ri quando o garçom foi embora.
  - Só falta vocês não saberem o que são escargots. – falei brincando, mas eles pareceram não entender.
  - Não acredito. – chamou o garçom de volta rapidamente. – E uma bandeja de escargots.
  O garçom assentiu e se retirou mais uma vez.
  - Garanto que vocês nunca comeram algo tão bom. – falei.
  - Não existe nada melhor do que um cheeseburguer, okay? Garanto que você nunca comeu algo tão bom. – Dean protestou.
  - Oh, você pode apostar que já. – o respondeu, irritada, me fazendo rir da briga dos dois.
  Alguns minutos depois, enquanto , Sam e Dean ainda discutiam sobre o mesmo assunto, o garçom chegou com os pratos de comida. Agradeci e sorriu para os garotos.
  - Prontos?
  - Nós nascemos prontos, princesa. – Sam sorriu para , que levantou a tampa da bandeja de escargots.
  - Ótimo. – ela pegou um dos caracóis com a mão, fazendo com que os garotos a acompanhassem.
  - Isso é... – Sam começou a falar, umedecendo a boca como havia feito. – A pior coisa que eu já comi na vida.
  - Isso é sério? – gritou, chamando atenção das pessoas por perto.
  - , por favor. – eu a repreendi, envergonhada.
  - Por favor, nada, ! Provem os profiteroles. Agora. – ela se irritou.
  - Eu não como mais nada vindo desse lugar. – Dean disse, se levantando.
  - E aí vamos nós. – resmunguei, vendo bufar.
  - Malditos Winchesters. – ri da cara que ela fez e foi pagar a conta com Sam, me deixando sozinha com Dean.
  - Então... – comecei a falar. Dean ficou de frente para mim. Notei como ele estava bonito com aquele terno e a barba por fazer. – Nós vamos falar sobre o que ocorreu no elevador?
  - Eu... – ele abaixou a cabeça, envergonhado. – Acho que você é a primeira demônia que eu beijo e não senti culpa nenhuma, me pareceu bom. Isso é uma grande coisa, não é?

  POV

  - Eu não consigo acreditar que vocês têm um gosto tão ruim. – comentei ainda indignada com o caso dos escargots.
  - Não, é você que não tem bom gosto, é diferente. – Sam respondeu, abrindo a porta do quarto onde trocaríamos de roupa, já que segundo a sabedoria Winchester, não se vai de roupa chique para uma lanchonete. Idiotas.
  - Eu? Eu que escolhi dirigir um lixo como o Impala 67 e comer em uma lanchonete ao invés de um restaurante cinco estrelas? Poupe-me, Sammy.
  - É Sam, okay? – ele pareceu se incomodar com o apelido. – E qual o problema do Impala? Lembrando que a lanchonete foi ideia do Dean.
  - Quer saber, Sam? Esquece. Eu tentei dar um pouco de classe a vocês dois, mas notei que é impossível.
  - Prefiro ter bom gosto à classe. – dei de ombros. – E sempre vivi muito bem.
  Virei os olhos e vi e Dean entrarem no quarto, abraçados e rindo.
  - Que palhaçada é essa? – perguntei, gritando, ao ver aquela cena.
  - Calma . – disse, tirando o braço de Dean de seus ombros.
  - Como assim, calma?! – eu exclamei.
  - Só porque você é filha da Abaddon e do Crowley não quer dizer que você não possa se divertir. – ela tirou os saltos assim que chegou.
  - E quem disse que eu não posso me divertir? –falei, mas depois pensei melhor. – Só que não com caçadores.
  - Não, você não entende o que é se divertir. Você vive para seguir regras e nada mais. Isso, , não é viver. – , em um impulso, puxou Dean pela gravata e o beijou por um longo tempo. – Isso, maninha, se chama viver, se divertir.
  - Eu. Não. Acredito. – eu disse, pausadamente. Senti meus olhos ficarem negros de raiva e, com um gesto, fiz Dean ser empurrado violentamente contra a parede.
  - Quer ver a minha definição de diversão, Ruiva? – comecei a girar a minha mão devagar, fazendo com que Dean ficasse sem ar.
  - , pare! – gritou.
  - Me obrigue - girei minha mão mais forte ainda e permiti que Dean caísse no chão, quase sufocado. Sorri com o resultado.
  - Ele não tem culpa! – percebi que uma lágrima havia escorrido pelo seu rosto, algo que há anos eu não via. –Se você quer descontar em alguém, desconte em mim!
  Senti um peso no estômago. Abaixei a minha mão e deixei que Dean respirasse, e Sam foi correndo para o seu lado.
  - Você sabe que eu não consigo.
  - Então deixe de birra. Permita-se divertir, faça algo errado pelo menos uma vez na vida. Eu prometo, você não irá se arrepender. – ela limpou mais uma lágrima que havia escorrido e foi até Dean. – E vá se arrumar que daqui a alguns minutos estamos saindo.
  Eu não a respondi, apenas virei às costas para ela. Eu precisava urgentemente falar com a minha mãe.

Capítulo 5

  POV DEAN

  Depois de tudo o que havia acontecido àquela noite, a única coisa que podíamos fazer era aproveitar o resto dela.
  Havíamos chegado à lanchonete mais próxima ao hotel, na qual estava lotada de gente e todos os olhares dali se dirigiam a e . Não por elas serem suficientemente lindas, mas pelas roupas que elas usavam.
   estava com um short minúsculo, o qual realçava suas coxas e sua bunda. Sua blusa era branca com uma bandeira dos Estados Unidos estampada, e deixava um ombro de fora, aparecendo apenas a alça de seu sutiã.
   não estava muito diferente, apesar de estar sempre puxando seu short um pouco mais para baixo, não o permitindo subir. Em sua blusa, havia um decote grande, na mesma aparecia um pouco de sua barriga, e, enquanto andava com seus saltos, tentava esconder-se atrás de sua irmã.
  - Então... – tentei quebrar o silêncio que estava entre nós no hotel até aqui, talvez pelo fato de ter quase me matado – Vamos nos sentar?
  - Como se tivesse lugar para se sentar aqui. – reclamou, se escorando em uma parede. – Mas enfim, vocês ainda não deram a opinião de vocês sobre a nossa roupa.
  - Ahn... – Sam gaguejou, olhando de relance para os seios de . – Vocês estão maravilhosas. – ela, ao perceber o gesto de Sam, corou e puxou a blusa para cima.
  - Vocês estão incríveis. – falei, sorrindo para , que, como a irmã, corou.
  - Obrigada, gente. Não tem nenhum garçom para nos atender aqui, não?
  - Somente garçonetes. – dei um sorriso malicioso e senti me chutando na canela. Como a sua força era anormal, o chute doeu. Bastante.
  Chamei uma das garotas que passavam por ali.
  - Iremos pedir quatro cheeseburguers de bacon e quatro cervejas para acompanhar. – pedi e a garçonete assentiu, anotando o pedido e se retirando.
  - Eu também vou ter que comer toda essa gordura? – Sam perguntou.
  - Não começa com as suas dietas malucas, Sammy. – brinquei.
  - Não é... – ele bufou. – Okay, eu faço esse esforço.
  Eu ri e em seguida começamos a conversar sobre assuntos aleatórios, até que nossos pedidos chegaram.
  - Aqui estão. – a garçonete colocou os pedidos em cima da mesa, entregou um papel para mim e sorriu. Olhei para ele e vi que ela anotou o seu número de telefone ao lado do nome “Lynn”. A garçonete piscou para mim e foi embora.
  Percebi que havia se irritado, já que ela não olhava mais para mim, me fazendo rir. Ela estava com ciúmes?
  - Eu não consigo acreditar que estou em Las Vegas comendo um cheeseburguer de bacon. – comentou, enquanto eu guardava o número de Lynn no bolso.
  - Sinta-se a vontade para sair. – respondi, brincando, e dando uma mordida em meu cheeseburguer.
  - Eu cumpro com a minha palavra. – ela disse, enquanto Sam e pegavam um dos hambúrgueres que vieram enrolados no papel manteiga.
  - Se for ruim eu juro que mato vocês. – ela pegou o último da bandeja.
  Todos ficaram a olhando enquanto ela mastigava o hambúrguer devagar.
  - Não me olhem como se eu fosse uma criança de quatro anos. Quer dizer... – ela falou e e Sam começaram a rir. – Ah, calem a boca.
  - Tá, criança, o que você achou? – perguntei curioso.
  - Está um pouco gorduroso demais, mas está bom. – ela deu mais uma mordida.
  - Concordo plenamente. Eu não sei como o Dean não engorda. - Sam reclamou.
  - Então nós vencemos Sam. Nós temos muito mais gosto para comida do que elas. – sorri vitorioso.
  - Na verdade, não. Vocês já chegaram a provar...
  - Okay, deu de falar de comida. – interrompeu a irmã. – Vamos focar no que realmente importa: os casos.
  - Vamos esquecer os casos hoje e aproveitar a única noite livre que teremos em meses. – eu peguei uma das cervejas que a garçonete havia trazido. – E além do mais, amanhã nós podemos pedir a ajuda do Castiel.
  - Ele não responde há dias. Ele está muito ocupado no céu, por que responderia? – perguntou Sam, levemente irritado.
  - Esperem. Vocês conhecem anjos? – parecia assustada.
  - Nossa, achei que os seus pais haviam contado tudo o que eles sabem sobre nós a vocês duas.
  - A grande parte – falou.
  - Sim, nós conhecemos anjos. – Sam respondeu. – Que não dão sinal há semanas.
  - Isso deve ser porque está tudo bem no céu e não estão sabendo do possível fim do mundo.
  - O Cas teria nos avisado. Ele não é de sumir tanto tempo assim. Ainda mais se ele estiver sabendo das princesas do inferno.
  - Enfim, amanhã resolvemos esse trabalho. - Tomei mais um gole de minha cerveja. – Quem está a fim de ir a um cassino?

  POV SAM

  Na manhã seguinte, acordei com o som de um carro passando em volume alto. Minha cabeça doía muito. Por incrível que pareça, e estavam deitadas no chão, dormindo ou possivelmente desmaiadas.
  E ainda mais estranho foi ver Dean já acordado, com uma xícara de café na mão, pesquisando o nosso caso.
  - Bom dia, Sammy – Dean cumprimentou. – Tem café preto naquela bandeja. – Ele apontou para cima do balcão onde havia mais três xícaras.
  - O que deu em você? – Ele parou de pesquisar e olhou para mim. – Acordando cedo, preparando café, pesquisando sobre casos... É para impressionar a ?
  - Parece que eu sou o único aqui acostumado com ressacas. – Ele respondeu. – E procure não falar muito alto.
  Dei de ombros e tomei um gole de meu café.
  - O que aconteceu ontem à noite? A última coisa de que eu me lembro é de entrar no cassino e tomar uma bebida. – Falei, olhando para as duas deitadas no chão.
  - Nós estamos em Las Vegas, dane-se o resto. – Dean me respondeu, logo mudando de assunto. – Mas mesmo em Las Vegas acontecem casos. Uma mulher foi sequestrada e encontrada morta dias depois sem sangue no corpo.
  - Vetala? – Perguntei.
  - Exatamente. Devemos acordar as garotas? – Tomei mais um gole de minha bebida.
  - Sim – ele olhou para as duas. – Ainda não consegui entender como elas conseguiram dormir.
  - Eu nem sabia que demônios dormiam, mas elas parecem... Diferentes do que costumamos enfrentar. – Respondi, deixando a xícara de café de lado.
  Agachei-me ao lado de , que estava mais perto de mim, e comecei a balançá-la. Aos poucos, ela foi recuperando os sentidos.
  - Onde eu estou? – ela resmungou, mas logo pareceu reconhecer. – Ah, bom dia, Sam. Cadê a minha Ruiva?
  - Ao seu lado. – apontei com a cabeça para e sorriu, dando um chute na perna da irmã.
  - Só não me digam que mataram ela enquanto dormia ou desmaiava, ainda não descobri. – ela fez esforços para se sentar.
  - Fique tranquila, . – notei que ele a chamou pelo o apelido. – Tem café em cima do balcão, se você quiser.
  Ela sorriu e se levantou, dando mais um chute em , que resmungou.
  - Me deixem dormir. – ela esbravejou.
  - , nós temos trabalho a fazer. Vamos, levanta que você sabe que demônios não dormem. – insistiu.
  - Se isso não é dormir, então eu não sei o que é. – espreguiçou-se.
  - Devia ter alguma coisa naquelas bebidas ontem, mas enfim, os Winchesters acharam alguma coisa interessante? – falou, enquanto pegava uma caneca de café e tomava um gole.
  - Há indícios de vetala na cidade, mas não tem necessidade de irmos todos. – Dean respondeu. – Eu poderia ir com a enquanto vocês vão pesquisando.
  Dean parecia útil demais naquela manhã, algo não estava certo.
  - Ahn... Tem certeza, Dean? Você não quer que eu vá com você? – perguntei, estranhando a situação.
  - Qual é Sam. – disse. – Ele não pode ficar nem um pouco longe de você que já reclama? Desculpe interromper o namoro.
  Dean riu.
  - Não é nada disso, só acho que alguma coisa está acontecendo entre vocês. – me defendi.
  - Claro que está. – respondeu. – Ou você se esqueceu da declaração de noite passada?
  -Ah, sim, você quase matou meu irmão. Mas tudo bem, mas que fique bem claro que não sou eu aqui que estou namorando.
  - Nossa, Sam, que gay. – riu.
  - Nós não estamos namorando! – se defendeu. – Nós apenas nos beijamos... Acidentalmente.
  - Uhum. – reclamou. – Vou fingir que acredito para não discutir com você, Ruiva.
  - Em qualquer caso, estou com dor de cabeça demais para discutir. Eu vou ir me arrumar para podermos sair cedo. – parecia animada.
  - Cedo? – eu olhei no relógio. – Já são uma e meia da tarde.
  - O quê? Oh, Lúcifer. Para a sorte de vocês, eu me arrumo rápido. – ela falou e correu para o banheiro.
  - Por que ela simplesmente não usa seus poderes para ficar pronta rapidamente? – Dean perguntou.
  - Porque a gosta de se sentir “normal” de vez em quando. – respondeu. – E com normal eu quero dizer humana.
  - Ainda não entendi o que você vê de errado nisso, mas deixa para lá. – falei.
  Sentei-me na cama e abri o notebook para ver se achava alguma notícia.
  Alguns minutos, depois, saiu do banheiro, vestindo uma roupa para sair.
  - , o que você está vestindo? – estranhou.
  - Roupas. A gente não vai sair? Vetalas, lembra? – ela deu de ombros.
  - Porque você está parecendo uma...
  - Ela está linda. – Dean interrompeu .
  - Vá com calma, Dean. Ainda não me recuperei do beijo. – disse e riu. – Não é brincadeira.
  - Okay, vamos logo. – Dean pegou suas chaves.

  POV

  Toquei a campainha da casa de Justin, amigo da vítima, último lugar onde ela foi vista.
  - Você não parece ser de um jornal de Las Vegas. – Dean disse. – Já sei, tira a jaqueta.
  - Eu não vou tirar a minha jaqueta. Por que você não tira essa camiseta xadrez e fica só com a blusa branca? Você fica mais bonito. – sorri para ele.
  Antes que ele pudesse responder, a porta foi aberta.
  - Posso ajudar? – um homem alto, que aparentava ter uns quarenta anos, perguntou.
  - Olá senhor...? – Dean falou.
  - Prior. Justin Prior.
  - Obrigado. – continuei. – Bom, senhor Prior, eu e meu colega Dean somos do jornal de Las Vegas. Nós estamos fazendo uma reportagem sobre o sequestro de Regina Perry, esposa de Caleb Perry. Ela foi vista pela última vez em sua casa.
  - Eu não quero falar sobre isso. Agora saiam daqui antes que eu chame a polícia. – ele parecia irritado.
  - Por favor, senhor Prior. Nosso trabalho depende disso. – Dean implorou.
  - Vão atrás de outra pessoa para importunar. – ele bateu a porta e percebi Dean bufando.
  - Então é assim que os Winchesters resolvem um caso? – eu ri.
  - Geralmente eles respondem, sabe? – saímos da frente da casa de Justin e começamos a andar até o lugar onde eu havia estacionado o carro.
  - O que vamos fazer agora? – perguntei.
  - Ir até a polícia e tentar achar alguma pista? – sugeriu ele.
  - Ou nós podemos ir até a delegacia e... – fui interrompida por um homem que vestia um sobretudo. – Espera, de onde ele surgiu?
  - Um demônio. – o homem falou, fazendo com que eu arregalasse os olhos. – Dean, corra.
  - Cas? Espera, eu...
  - Exorcizamus te, omnis immundus spiritus...
  - Dean, o que diabos ele está fazendo e quem é ele? – perguntei, rindo de sua tentativa inútil de me exorcizar.
  - Cas. – Dean falou mais alto, fazendo o homem parar.
  - Mas o que está acontecendo?
  Percebi que em torno do homem de sobretudo havia uma luz branca. Ele era um anjo.

  POV

  Sem nada para fazer naquele quarto, comecei a andar de um lado para o outro, pensando em e Dean juntos e no que eu havia presenciado noite passada.
  - Você acha que eu não sei me divertir? – perguntei a Sam, que estava concentrado em suas pesquisas.
  - Não, você só... Se diverte do seu jeito, que, para , não é o jeito certo, sabe? – ele fechou seu laptop e se sentou em um cama. Me sentei em uma na sua frente.
  - Isso é por causa de meus pais, não é? A filha da Abaddon e do Crowley não quebra as regras.
  - Se você pensa assim. Sabe o que eu acho? Regras foram feitas para serem quebradas. – após terminar a frase, ele se levantou e se sentou ao meu lado.
  - Eu sei quebrar regras, okay? E mesmo que não pareça, eu tento me divertir.
  - Então prove. – Sam sorriu, se aproximando de mim, com que ficássemos perto o suficiente para eu beijá-lo. Fechei os olhos e quebrei o espaço que havia entre nossos lábios.
  Eu não acreditava que estava fazendo aquilo. Aquele momento, eu sabia que estava quebrando todas as regras possíveis, mas me sentia tão bem fazendo o errado.
  Em meio ao nosso beijo, que eu, de uma estranha maneira não queria que acabasse, percebi Sam sorrir.
  Afastei os nossos lábios ao sentir o peso das consequências que viriam a seguir. Mas o que diabos eu tinha feito?
  - Se descobrir, ela me mata. – foi a única coisa que eu consegui dizer.
  Sam balançou a cabeça negativamente.
  - Agora você não pode voltar atrás, apenas aproveite. – e dessa vez, foi ele que começou o beijo, mas eu não era idiota de interromper.
  - Sam... – eu falei, no meio do beijo, me lembrando de um detalhe importante. Sam finalizou o beijo com um leve selinho. – Eles podem chegar a qualquer hora.
  E nesse momento, escutamos a porta abrir. Imediatamente me levantei.
  - , Dean... – eu comecei a falar, quando notei um homem de sobretudo entrar no quarto. Em sua volta, havia um tipo de aura branca. – Um anjo. – eu me irritei. – Dean Winchester. O que diabos um anjo está fazendo aqui? – senti meu sangue esquentar e uma raiva crescer dentro de mim. Mas eu não podia me descontrolar. Não novamente. Dessa vez, não na frente de Sam.

Capítulo 6

  POV DEAN

  - Garotos, preciso falar com vocês. – Castiel falou, assim que entrou no quarto, olhando para e. – A sós, de preferência.
  - Espera. Vocês... Conhecem ele? – notei um pouco de nervosismo na voz de .
  - Mas é claro que eles me conhecem, a questão é o que eles estão fazendo com vocês. – Cas mantinha a mão sobre a sua Espada de Arcanjo.
  - Resolvendo casos, não brincando com anjos. – ela respondeu a Cas.
  - Bem, como vocês são as supostas princesas do Inferno, devem saber que os seus pais estão roubando graças e coletando almas de inocentes.
  - O quê? – foi a vez de protestar. Por incrível que pareça, ficou quieta. – Eu não acredito que chegou a esse ponto.
  - Elas estão contra os pais. – comentei. – Elas preferiram se juntar a nós.
  - Como assim, roubando graças e coletando almas? – insistiu, ignorando o meu comentário.
  - Mas não é sobre isso que eu vim falar. Por enquanto. – Castiel ignorou . – Meninos, por favor.
  - Nós voltamos em alguns minutos. – falei, então Cas estalou os dedos, nos levando para um lugar longe dali.
  - Okay, Cas, estamos seguros. O que você tem para nos falar que é tão importante? – perguntei.
  - Eu preciso da ajuda de vocês.
  - Nossa ajuda, você? – Sam perguntou, estranhando. – O que você fez Castiel? Tem algo a ver com os anjos?
  - Não. É uma coisa um pouco... pessoal. Como vocês sabem, eu passei um tempo no céu, e... Conheci uma anja. A .
  - Cas, se você está pedindo dicas de namoro, não precisa ter vergonha. – Sam disse. Eu também não entendi muito bem o porquê de ele ter nos falado isso, mas tudo bem.
  - Não, Sam, nós... Passamos uma noite juntos. – ele coçou a nuca. – E... Ela está grávida. Eu vou ser pai.

  POV

  - Eu não gosto de anjos. – reclamou, sentando-se na cama.
  - Eu não consigo acreditar que eles pediram ajuda de anjos. – cruzei os braços e comecei a andar de um lado para o outro.
  - Eles não pediram ajuda, esse tal de Castiel apareceu do nada. – explicou. – E que história é essa da Abaddon e do Crowley estarem roubando almas e graças?
  Eu também havia pensado nisso. Isso ainda não fazia parte do plano. Eles me excluíram da minha parte preferida. Almas.
  - Eu... Preciso tomar um ar sozinha e colocar os pensamentos no lugar. De qualquer modo, eu sei tanto quanto você, maninha.
  Estalei meus dedos, com pressa de sair daquele quarto. Eu precisava falar com a minha mãe.

  ***

  - Finalmente a filha ingrata resolveu dar sinal de vida. Até havia pensado que tinha se juntado a sua irmã. – Abaddon falou ao me ver.
  - Nunca, mãe. Desculpe-me se eu não me comunico, quase não tenho tempo para isso. – engoli seco, pensando que talvez ela saiba do beijo entre mim e Sam.
  - Então, e o sangue da vetala, a senhorita já conseguiu?
  - Não, mãe, eu ainda estou tentando localizá-lo. Ele se esconde bem. E que história é essa de você estar coletando almas? Nós deveríamos fazer isso juntas, esqueceu? – eu cruzei os braços, brava.
  - Foi você quem escolheu ficar ao lado de sua irmãzinha, esqueceu? – ela ironizou.
  - Isso não significa que... Quer saber? Eu não vou discutir com você. E voltando ao assunto... Os Winchesters têm companhia de um anjo agora, o Castiel. Isso está dificultando as coisas. – eu fiquei com raiva ao me lembrar de “Cas”.
  - Um anjo? – minha mãe perguntou irritada. – Esse Castiel deve saber que vocês duas são as minhas filhas e tentará machucá-las.
  -Exatamente. Ele já quis falar com os garotos “a sós” – fiz aspas com os dedos. – Provavelmente está falando alguma coisa sobre mim e . - Olhei para Abaddon e abri um sorriso. – Posso roubar a graça dele? Por favor.
  - Faça por merecer, não estou gostando de suas atitudes por esses dias. Nunca se esqueça de que tudo o que você e sua irmã fazem chegam aos meus ouvidos.
  Estremeci. Ela sabia do beijo.
  - Espera mãe... Você não está contratando demônios para nos espionar, não é?
  - Eu sou sua mãe. Tenho o direito de fazer o que eu quiser. Só não se assuste com as consequências que virão ao ficar do lado dos Winchesters.
  - Por que você acha que eu estou do lado deles? – gritei, irritada. – Estou fazendo isso por você e pelo papai, não pela . Eu poderia simplesmente sair andando sem me importar com nada. Você deveria me agradecer não me falar sobre consequências.
  - Não é sobre isso que eu estou falando. – Ela respondeu. – O nosso trabalho não incluí sair nos bares de Las Vegas com os Winchesters.
  - Eu preciso conseguir a confiança de todos para ganhar as informações que você quer.
  - Apenas cuide de sua irmã antes que ela se envolva com os Winchesters, eu irei dar um jeito de trazê-la de volta.
  - Mãe, espera... – antes que eu pudesse continuar, ela desapareceu. Bufei.
  Sem demorar muito, voltei para o quarto do hotel e percebi que os garotos havia chegado na minha frente.
  - Onde você foi? – Sam perguntou ao me ver.
  - Eu fui espairecer. – olhei para “Cas”. – Ir para qualquer lugar longe desse anjo.
  - Qual é o seu problema com ele? Cas é tão inofensivo quanto você. – falou. Olhei com raiva para ela.
  - Nenhum, só o fato que ele pode nos liquefazer e nos mandar de volta para o Inferno.
  - Você tem medo dele? – Dean riu.
  - Eu não vou o deixar machucar vocês. – Sam falou. – Até por que eu confio nele.
  Corei. Sam começou a me fitar e sorrir.
  - Muito menos eu. – se pronunciou, quebrando o clima entre mim e Sam. – , posso falar com você um pouquinho?
  Franzi a testa.
  - Pode falar. – eu não queria falar com ela a sós, ela poderia ter descoberto algo.
   e levantou da cama e foi até mim, segurando meu braço e me puxando até a porta.
  - Nós já voltamos meninos. – ela falou e nós duas saímos do quarto.
  - O que aconteceu entre vocês dois? – ela perguntou ansiosa.
  - Entre eu e o Castiel? Eu não confio muito nele, e você? – desviei o assunto que eu sabia que ela queria chegar.
  - Não se faça de idiota, . O que você e o Sam aprontaram? – ela sorria alegre e ansiosa ao mesmo tempo, como se esperasse por isso há muito tempo.
  - Não aconteceu nada. – foi inevitável conter um sorriso ao me lembrar do beijo.
  - Como assim, “não aconteceu nada”. O jeito que ele sorri quando te vê, o jeito que você está sorrindo agora...
  - Você está vendo coisas, maninha. Coisas que só você quer enxergar. Nunca irá acontecer nada entre eu e um caçador. É proibido, esqueceu? E mesmo que acontecesse, não iria durar e alguém iria sair machucado.
  - Qual é , eu sou sua irmã, pode me contar o que quiser. E como assim está ligando para o sentimento dos outros?
  Meu rosto começou a queimar. tinha razão. Eu precisava contar a ela.
  - Okay, ... Eu... – hesitei em lhe falar. – Eu beijei o Sam. Satisfeita?
  Minha irmã arregalou os olhos com a surpresa. A primeira coisa que ela fez foi me abraçar e eu virei os olhos.
  - Você aprendeu a se divertir, ! – ela brincou. – Por Lúcifer, eu esperei tanto por essa notícia!
  - Menos. Bem menos, . Se alguém ficar sabendo, eu juro que te mato. – eu a alertei. Se ela contasse a Dean...
  - Eu não posso prometer nada. – ela sorriu.
  - ...
  - Vocês já terminaram? – fui interrompida por Dean abrindo a porta do quarto.
  - Sim, Dean. – respondeu, entrando. Eu fiz o mesmo. Dean fechou a porta e se sentou na cama.
  - Garotas... Nós precisamos da ajuda de vocês.

  POV SAM

  - Eu não sabia que anjos podiam engravidar. – pareceu surpresa, como todos que ficaram sabendo da notícia que Cas iria ser pai.
  - Isso quer dizer que demônios também podem. – sorriu maliciosa para . Ela deve ter descoberto alguma coisa nessa conversa misteriosa.
  - Cala a boca, , como você acha que a mamãe engravidou de nós?
  - Não foi isso que eu quis dizer. – respondeu. – Mas enfim, ainda estou sem entender em que podemos ajudar.
  - Vocês são mulheres e entendem de gravidez.
  - Quem disse? Nós nunca engravidamos. – disse, dando de ombros.
  - Qualquer conselho é bem vindo. – Cas falou.
  - Vocês querem que nós façamos o quê, se nem conhecemos a garota? – perguntou.
  - Nem vem que eu não quero outro anjo na minha vida. – a ruiva se irritou.
  - Por favor, garotas, é só uma pequena ajuda. Afinal, um dia vocês vão querer ter filhos, certo? – Castiel implorou. - A tá precisando de uma ajuda.
  - Eu nunca irei ter filhos. – falou. Por algum motivo, eu não gostei de seu comentário. Depois de um tempo, ela bufou. – Okay, eu aceito, mais não pensem que iremos virar melhores amigas ou coisa do tipo.
  Cas sorriu.
  - Ótimo. – ele estalou os dedos e de repente sumiu.
  - Como vocês se sentem sendo os únicos do grupo que não podem se teletransportar? – brincou, se sentando na cama até que Castiel chegasse com a anja.
  - Pelo menos temos o Impala. – Dean respondeu, sorrindo para .
  - E o que o Impala tem a ver com teletransporte? – perguntou. – Você é mesmo doente por aquela lata velha.
  - Quer saber, . – ela apertou a mão de Dean e a minha, mas hesitou quando estendeu a mão para e . – Demônios – ela olhou para Cas. – Você não tinha me dito nada sobre isso, Cas.
  - Elas são confiáveis. – ele garantiu – Eu prometo a você, .
  - Então – disse – é você que está grávida. Meus pêsames.
   olhou com raiva para Castiel.
  - Por que mesmo eu estou aqui? – Ela perguntou para Cas.
  - Porque nós queremos ajudar. – respondeu.
  - Um demônio oferecendo ajuda? Essa é nova para mim. – bufou e cruzou os braços.
  - Ela não é qualquer demônio... – Dean a defendeu.
  - Não importa quem eu sou. – o interrompeu. – Mas você pode contar com a minha ajuda.
  - É, igualmente. – disse indiferente, deitando-se no sofá que havia ali.
  Cas sorriu.
  - Então , nós podemos contar sobre o que está nos incomodando? – Castiel se sentou em uma das camas.
  - Não – disse. – Não para elas. Meu... Nosso bebê pode ficar ainda mais em perigo, levando em conta essa crise de roubo de graças.
  Franzi as sobrancelhas.
  - Perigo? – Perguntei.
  - Bem... – Ela olhou desconfiada para e , mas acabou cedendo. – Os anjos não estão aceitando esse bebê. Eles dizem que a criança irá nascer muito poderosa, e... – ela abraçou Cas.
  - Nós precisamos de ajuda para esconder . – Cas por fim falou. – Os anjos estão atrás dela.
  - E todos os demônios também, inclusive o Crowley e a Abaddon. – murmurou.
   riu alto.
  - Ela não sabe? – A ruiva perguntou.
  - Elas são... – Dean começou.
  - Filhas dele. – pareceu ligar os pontos. – Agora tudo está explicado. Cas, meu amor, me tira daqui, vamos para um lugar bem longe, nós estamos em perigo.
  - Amor, eu já falei que elas são confiáveis. Acredite em mim. – Cas pediu com delicadeza.
  - Não, Cas. Elas são mais perigosas do que qualquer um. Se você não vier comigo, eu vou sozinha.
  - ... – Dean se meteu na conversa dos dois. – Se você não quer confiar no Cas, confie em nós. Mais do que qualquer um nós sabemos que podemos confiar nelas.
  - Vamos fazer assim. – Uma ideia surgiu em minha cabeça. – Dean e podem levar Cas e para o bunker, o local mais seguro que eles vão encontrar na terra enquanto eu e ficamos na cidade para fechar o caso do vetala.
  - Feito. – respondeu rapidamente, se levantando do sofá e sorrindo. – Tudo bem para você, ? – Ela ironizou no apelido da loira, que olhou com raiva para a ruiva.
  - Você tem certeza que confia nelas, amor? – perguntou.
  Cas hesitou e olhou para Sam e Dean.
  - Sim, , não se preocupe. – Ele sorriu.
  - Então por mim tudo bem. – Ela por fim falou.
  Um segundo depois, todos desapareceram.
  - Então, Sammy. – disse. – Qual é o plano?

  POV

  - Onde estamos? – Perguntei, olhando para uma estrada vazia.
  - No lugar mais seguro do mundo. – Dean falou quando chegamos em frente a um lugar que eu desconhecia.
  Ele tirou uma chave do bolso, que por alguma razão estava dentro de uma caixa, com um símbolo que eu conhecia em algum lugar. Mamãe já havia me ensinado sobre ele, eu só não conseguia lembrar.
  Ele tirou a chave da caixa e abriu a porta de metal. Quando entrei no local, percebi que não conseguia me mexer.
  - Dean, o que está acontecendo? – Perguntei desesperada.
  - Calma . – Dean riu de meu desespero. – É só uma armadilha do diabo.
  - Você diz só porque não é você que está imóvel. – Tentei sair dali em falhas tentativas.
  - , pare de se mexer. – Dean olhou para cima e eu fiz o mesmo, vendo uma armadilha do diabo desenhado no teto.
  - Eu vou pegar uma escada. Cas, você já conhece o local, pode apresentar para a sua... Namorada?
  - Claro. – Cas entrou no lugar, ligando as luzes do local e revelando um bunker cheio de livros.
  - Dean, não me deixe aqui sozinha. – Implorei.
  - É só dois segundos, princesa. – ele respondeu e depois saiu, voltando depois de alguns minutos com uma escada e uma faca.
  - Dean, eu to pirando. – Fechei os olhos com força.
  Ele posicionou a escada e, com a faca, desfez a armadilha do diabo. Eu senti-me livre outra vez, então saí daquele lugar.
  - Obrigado, Dean. – agradeci. – Só me diga que não tem outras dessas por aí.
  - Tem algumas, mas eu te falo quando você chegar perto. – sorri e continuei a andar, logo atrás de Dean.
  Então eu me lembrei do símbolo que estava naquela caixa e de onde eu estava.
  - Oh, minha nossa. – eu parei de repente. – Você não imagina o que Abaddon daria para estar aqui agora.
  - Tenho uma breve noção. Ela matou o meu avô por causa desse lugar. – ele fez uma pausa. – Vem, vamos arranjar um lugar para dormir.
  Imaginei o quão ruim minha mãe foi para pessoas como Dean e Sam. Matar, torturar, coisas tão horríveis que me faziam sentir culpada somente por ser filha dela.
  Abracei a cintura de Dean como um pedido de desculpas.
  - Sinto muito pelo que Abaddon te fez. – Falei.
  - Não tem problema, princesa. Nós já enfrentamos coisas um pouco piores do que ela. – ele retribuiu o abraço e me deu um selinho.
  Não pude deixar de sorrir com a resposta. Dean parecia ser tão forte.
  Encontramos Castiel e em um dos milhares de quartos que havia naquele bunker.
  - Então? – Dean perguntou. – Gostaram desse quarto?
  - Eu não estou me sentindo bem. – disse, se sentando na cama.
  - Devem ser os sigils espalhados por aqui, amor, não se preocupe. – Castiel respondeu.
  - Não, não é isso, deve ser... – a loira se levantou rapidamente e abriu uma porta, revelando ser o banheiro e vomitou dentro do vaso sanitário. – Me desculpem. – Ela falou, depois de se lavar. – É o bebê.
  - Está tudo bem. – Dean falou. – Cas, você já apresentou o bunker a ela? – O anjo assentiu com a cabeça. – Ótimo, então se sintam em casa... Ou no céu, como preferirem. Qualquer coisa chamem.
  - E quanto a você, Dean. – Castiel olhou para mim. – Tome cuidado e lembre-se de onde ela veio.
  Dean o ignorou da mesma maneira que eu fiz, e nós dois saímos do quarto.
  - Desculpa por isso. O Cas é muito receoso. – ele disse.
  - Não tem problema, Dean, eu sei que é difícil confiar em mim, levando em conta o lugar de onde eu vim.
  Dean sorriu para mim.
  - Então, você quer fazer um tour pelo bunker? Tenho certeza que irá adorar.
  Eu retribuí o sorriso.
  - Claro que sim. - Eu respondi e Dean entrelaçou nossos dedos.

  ***

  - E aqui... É o meu quarto. – terminamos o tour pelo bunker e fomos até o quarto de Dean, onde havia uma cama, dois criados mudos, uma mesa com várias coisas em cima e uma cadeira. Dean, ao invés de pintar o quarto, colocou armas de todos os tipos presas na parede.
  - Nossa. – eu sorri. – Esse quarto é muito a sua cara. – comecei a olhar os detalhes, como alguns CDs e fotos que havia pela estante. Eu havia gostado do quarto, era como se o apocalipse tivesse começado e tudo o que você precisasse estivesse ali.
  Dean riu.
  - Isso é um elogio? – ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
  - Isso quer dizer que o quarto é muito lindo. – brinquei.
  - Ah é? – ele colocou as mãos em minha cintura e foi me puxando até a sua cama. Nossos beijos começaram a ficar mais profundos, e ele me deitou, ficando em cima de mim. – Quer saber de uma coisa? – ele tirou a minha regata, me deixando apenas de sutiã. – Eu te amo, .

Capítulo 7

  POV SAM

  - Nós podemos ir na casa onde ela foi vista pela última vez novamente. – sugeri, olhando para , que estava deitada no sofá mexendo em alguns documentos. Estávamos tentando encontrar pistas para o caso do vetala.
  - Mas a e o Dean já tentaram, não deu certo. – falou, deixando de lado os papéis encontrados na delegacia, que não explicavam quase nada.
  - É, mas eles foram como jornalistas, não como FBI. Agora vai colocar uma roupa formal que eu vou colocar o meu terno.
  - Tudo bem. – Respondeu ela, largando os papéis em cima da cama, levantando e estalando os dedos. – Estou pronta, você demora? – escutei outro estalo então eu vestia um terno. Não? Ótimo.
  - Meu deus, , você não podia esperar um pouco? – ri.
  - Digamos que a paciência não seja uma de minhas virtudes. Vamos logo. – ela disse e foi até a porta. Rapidamente, peguei uma credencial que se encontrava na mochila em cima da cama e segui .
  - Só não me diga que teremos de ir com o Impala.
  - Dean me mataria se soubesse que eu deixei o seu carro sozinho. – respondi, a fazendo bufar. – Eu prometo que vai ser rápido.
  - Não, Sam. – ela adquiriu uma voz autoritária. – Eu não vou no Impala. Prefiro ir na minha moto mesmo. – depois de terminar frase, ela saiu andando na frente.
  - . – a chamei. – Não tem problema algum andar no Impala, o Dean não está junto.
  - É, mais eu prefiro a minha moto. – ela pegou as chaves do veículo e entrou no elevador, irritada.
  Franzi a testa. Eu fiz algo de errado?
  Entrei no elevador junto a ela.
  - , aconteceu alguma coisa? – eu tentei ser delicado.
  - Não, Sam, não aconteceu nada. – ela continuou com o mesmo tom de voz. – Eu só quero ir na minha moto, tem problema isso?
  - Claro que não, mas... Foi por causa do nosso beijo?
  - Eu... – colocou as mãos no rosto. – Me desculpe Sam.
  - Não precisa se desculpar. – respondi. – Aconteceu algo?
  - Não, é que... Eu estou meio estressada com o caso e acabo descontando em você. Desculpa.
  Eu a abracei e ela correspondeu.
  - Nós vamos impedir o Crowley e a Abaddon, não tem com que se preocupar. – tentei tranquilizá-la.
  - E-eu sei Sam. – o elevador chegou ao estacionamento. – Mas mesmo assim eu vou na minha moto, okay?
  - Tudo bem. – eu a soltei. – Se você prefere assim, nos encontramos lá.
  Saímos do elevador e fomos para nossos veículos. Em poucos minutos já estávamos na frente da casa de Justin.
  - Você tem a sua credencial? – perguntei, enquanto íamos até a porta da casa.
  - Sim. – ela tirou do bolso uma credencial. – A partir de agora eu sou Huffman. – ela sorriu para mim.
  - Huffman? Belo nome. Eu sou... – olhei em minha credencial. – Sam Sheppard.
  - Ótimo. – ela apertou a campainha, e segundos depois o homem que aparentava ser Justin abriu a porta. Eu e mostramos as nossas credenciais.
  - FBI. – o homem falou, antes que eu ou pudéssemos falar algo. – Eles disseram que vocês viriam.
  - Temos algumas perguntas. – falou e o homem deu passagem para que entrássemos na casa.
  Assim que entramos, notei que não conseguia se mover.
  - Mas o que... – antes que eu pudesse ouvir , senti uma pancada forte na cabeça, então tudo ficou preto.

  POV DEAN

  Então estávamos eu e deitados naquela cama, com os dedos entrelaçados, inevitavelmente com um sorriso no rosto. Eu sabia que aquilo iria acontecer uma hora, mas não me dei por conta que iria se tornar ainda mais especial. não é a garota que eu esbarrei em um bar ou que eu consegui o telefone entre um caso ou outro. Eu não poderia levantar daquela cama com a desculpa que eu estava apenas passando na cidade ou de que o que eu fazia era perigoso demais para nós, até porque eu não queria fazer isso, eu não queria deixá-la e não iria. se tornou especial a ponto de eu imaginar um futuro juntos, sabendo que nada iria nos separar. E eu a adorava por isso.
  - ...
  - Shh... – ela me interrompeu. – Não estraga o silêncio. – ela passou o braço pelo meu peito nu, me abraçando. deitou a cabeça em meu ombro e eu a vi fechando os olhos, aproveitando o momento.
  Fiquei acariciando o seu braço até perceber que Sam não havia ligado ainda para dar notícias.
  - – Chamei-a outra vez. – Nem o Sam nem a ligaram ainda. Você acha que está tudo bem?
  - Claro que sim. Eles devem estar na mesma situação que nós. – ela riu e eu franzi a testa, confuso. – O que? O Sam não te disse? – Balancei a cabeça negativamente. – Bem, a vai me odiar para sempre, mas os dois se beijaram.
  Arregalei os olhos, surpreso e sorri.
  - Esse é o meu irmão! – Brinquei. – Mas como assim ele não contou para mim?
  - Vai ver a pediu para ele não contar. – Ela deu de ombros. – E qual é, dê um desconto, não foi por você que o Sam descobriu de nós.
  Eu beijei sua testa e me sentei na ponta da cama, completamente nu.
  - Ah não, Dean, fica mais um pouco. – pediu.
  - Desculpa princesa, mas ainda tem um anjo a dois quartos ao lado. – Sorri para ela e peguei a minha cueca do chão, a vestindo.
  - Então espere por mim. – Falou ela, se enrolando em um lençol e indo atrás de suas roupas.
  Assim que terminamos de nos vestir, fomos até a cozinha comer alguma coisa.
  - Eu não acredito que você não tem nada para comer, Dean. – reclamou.
  - Mas você é um demônio, você não precisa comer. – Respondi.
  - Isso não quer dizer que eu não queira comer. Além do mais, eu quero fazer uma janta para você.
  - Uma janta? Tudo bem, eu aceito. – Sorri – Mas nós precisamos ir ao mercado primeiro.
  - Claro, vamos avisar os seus amigos antes. – Ela falou, indiferente.
  - Não precisa, o Cas se vira. – peguei na sua mão e a levei para a garagem do bunker.
  - Minha nossa, isso é demais! – ela exclamou, ao ver as motos. – Eu preciso andar em uma delas.
  - Claro, pode escolher. – eu ri com a felicidade dela, que subiu em uma moto preta com detalhes vermelhos.
  - Vamos fazer uma competição ou você prefere vir comigo? – perguntou.
  - Eu vou com você. Não lido muito bem com motos. – ela sorriu e subiu na moto.
  - Você não sabe dirigir uma moto, lindo? – ela falou, dando partida.
  - Eu nunca dirigi uma moto, okay? – subi na mesma e abracei a cintura de .
  Escutei sua risada e então ela colocou um capacete.
  - Se segura, Dean. – e então ela acelerou, saindo da garagem.

  POV

  - Mas o que está acontecendo? – gritei, e percebi que um homem havia batido com força na cabeça de Sam, e ele estava caído no chão, inconsciente. Olhei para cima e descobri o motivo pelo qual eu não conseguia me mexer. Havia uma armadilha do diabo desenhada no teto. Merda.
  - É uma honra conhecer a tão famosa princesa do Inferno. – o homem que atendeu a porta disse, e eu percebi que ele estava acompanhado.
  - Eu preciso que você me solte. Eu não vim aqui para lhe machucar. – tentei me acalmar, mesmo sabendo que aquele homem não podia me ferir.
  Ele riu alto.
  - Querida, eu não tenho medo de você, pode ter certeza. – ele falou, olhando para a cadeira ao meu lado onde haviam amarrado Sam.
  - O que você quer de mim? – perguntei, e vi que o falso Justin havia tirado uma pequena garrafa com água do bolso, que eu identifiquei como água benta.
  - O que será que seus pais fariam se eu sequestrasse e torturasse a pequena filhinha deles? – ele perguntou, acariciando os meus cabelos.
  - Nada. – não pude deixar de dizer, mesmo sabendo que era verdade. Eles não dariam a mínima para isso.
  Sem responder, o homem abriu a garrafa e jogou a água benta em mim. Imediatamente, comecei a sentir uma dor horrível, como se o lugar atingido estivesse queimando.
  Soltei um grito então pude ver que Sam estava acordando. Droga, eu não queria que ele me visse nesse estado.
  - ! – ele exclamou ao me ver. Tentou levantar para vir me ajudar, mas percebeu que estava amarrado.
  - Veja quem acordou. – o homem foi até ele. – Sam Winchester.
  - Toque nela e eu juro que...
  - Você vai fazer o quê? Me matar? Tente se soltar primeiro, idiota. – o vetala disse, logo depois rindo sarcasticamente.
  - Você está contando muito com a sorte, Justin. – Sam falou, então percebi que ele tentava pegar algo de seu bolso.
  - A sorte sempre está ao meu lado, Winchester. – ele parecia muito convencido.
  - O que vocês – apontei para os capangas dele, tentando alertar Sam. – acham que meus pais lhe dariam?
  - Talvez algum cargo no Inferno. – ele tirou a atenção de Sam e a voltou para mim. Ótimo. – Eu sou um alfa, tenho certeza de que eles aceitariam na hora.
  Eu ri alto.
  - Tenho uma pena de você se esse é o seu sonho. – respondi. – Eu prefiro ter o próprio Lúcifer como meu chefe do que meus pais.
  - Você não sabe muito sobre negócios, não é querida? – olhei nervosa para Sam, que já havia conseguido pegar a faca e estava tentando não fazer movimentos bruscos.
  - O suficiente para saber o quão burro você é ao tentar me sequestrar. Você vai me soltar quando meu pai lhe der seu cargo dos sonhos e então... Ele te mata.
  Quando terminei a frase, Sam finalmente conseguiu se libertar. Com a faca de prata, esfaqueou o vetala mais próximo, fazendo com que o mesmo caísse no chão morto.
  A próxima coisa que ele fez, e certamente a mais inteligente, foi me libertar, dando assim a possibilidade de eu jogá-los contra a parede, técnica que eu havia herdado de meus pais.
  - Vá ver se não tem mais algum pela casa, Sam, eu cuido desses. – falei, enquanto ele esfaqueava um dos vetalas no coração.
  - Okay, só... Tome cuidado. – ele disse e subiu as escadas.
  Olhei para o vetala na minha frente. Como é bom poder se vingar.
  - Vamos falar sobre negócios? – eu estalei os dedos e então possuía a única arma que os machucava: uma faca de prata. – Estou trabalhando para os meus pais em busca do sangue de dois alfas. – me certifiquei de que Sam não estava escutando e continuei. – Você é o segundo. E quer uma dica? O primeiro está morto.
  Percebi o medo que havia em seus olhos e então sorri satisfeita.
  - Você pode pegar o meu sangue, mas não me mate, por favor. – ele implorou.
  - Deveria ter pensado antes de tentar me sequestrar, babaca. – com a faca, fiz um corte em seu braço, fazendo com que o seu sangue escorresse pelo mesmo. Estalei os dedos novamente e um pequeno potinho surgiu em minha mão.
  Tentei me apressar caso Sam chegasse, então coloquei um pouco do sangue dentro do pote.
  - Obrigado pela colaboração. – fechei o potinho e o guardei no bolso de meu casaco. Enfiei a faca rapidamente em seu coração e a girei. O vetala berrou e em alguns segundos, virou cinzas.
  Fiz o mesmo com capangas, então pude escutar Sam lutando no andar de cima. Subi correndo e percebi que Sam fincava a faca no coração de uma adolescente enquanto uma criança ia em sua direção.
  Rapidamente a atirei contra a parede e enfiei a faca em seu coração, logo depois girando.
  Fui ao encontro de Sammy e percebi que ele sangrava.
  - Você está bem? – perguntei, preocupada com ele.
  - Eram crianças vetalas. – ele respondeu. – Provavelmente filhas do tal Justin. Elas não tiveram culpa do destino.
  - Você verificou se tem algum sobrevivente? – perguntei.
  - Não. Mas percebi que aqui tem um porão. Pode ter alguém lá. – ele limpou o sangue que escorria de sua sobrancelha.
  O ajudei a se levantar e então fomos até o porão juntos.
  - Está trancado. – Sam disse e eu estalei os dedos.
  - Estava. – empurrei a porta com o pé, fazendo-a abrir violentamente.
  Descemos as escadas, Sam desceu na frente. Liguei a luz e percebi que o porão estava todo sujo de sangue.
  - , se acalma, eles vão sobreviver. A ambulância já está chegando. – dei o copo de água com cuidado para a mulher.
  - Ele desmaiou Sammy, ele vai morrer, faça alguma coisa! – eu gritei.
  - Calma princesa. – ele se levantou. – Cuide deles que eu vou buscar um pano molhado.
  Respirei fundo e fui ajudar a mulher.
  - Você está bem? – eu perguntei a ela.
  - Estou. Graças a você, muito obrigado. – a morena sorriu para mim.
  - Não precisa agradecer. – retribuí o sorriso, satisfeita. Naquele momento, percebi que eu me sentia melhor ajudando as pessoas, não as torturando. Claro que eu fora treinada para matá-las, mas a sensação de estar fazendo algo bom era muito melhor.
  Sam então chegou, passando o pano molhado no rosto do homem, na tentativa de acordá-lo.
  - Não está adiantando. Precisamos de ajuda médica. – Sam disse, então escutamos o som da ambulância.
  - Finalmente. Porque esses humanos inúteis demoram tanto? – reclamei, nervosa.
  Quando terminei a frase, ouvi a porta ser aberta e então quatro homens chegaram, carregando duas macas, onde colocaram o homem e a mulher.
  - Vocês estão machucados? – uma enfermeira perguntou, enquanto o casal era levado.
  - Estamos ótimos. – respondi, cuidando o casal entrar em segurança na ambulância.
  A enfermeira assentiu e se retirou. Em poucos segundos, escutamos o som de uma sirene policial.
  - Droga. – Sam murmurou.
  - O que vamos falar para as autoridades? – perguntei, preocupada ao ver pela janela da casa dois policiais descerem do carro.
  - Apenas relaxe. Eu falo com eles. – Sammy foi até o policial e mostrou a sua credencial rapidamente. – Sam Sheppard, FBI. Essa é a minha parceira Huffman. Passamos aqui para interrogar Justin, aqui fora o último lugar onde a vítima de um sequestro foi vista. Encontramos a casa vazia, apenas esse casal no porão.
  Os policiais anotaram as informações em um bloco de notas e eu olhei para o lugar onde eu havia matado os vetalas. No lugar de corpos, havia apenas cinzas.
  Eu e Sam fomos liberados e então caminhamos juntos para longe da casa, onde havíamos deixado nossos veículos.
  - Você fez um ótimo trabalho, salvou aquelas pessoas. – Sam me elogiou.
  - Obrigado. – agradeci. – Eu não sei como você e o Dean fazem isso todo o dia. É tão... Desesperador.
  - Sabe, até que você não é tão má como as pessoas pensam. Você tem um lado bom, e eu adorei poder conhecê-lo. – me encostei no Impala e Sam me abraçou pela cintura, fazendo-me sorrir involuntariamente.
  - Eu gostaria de ser boa mais vezes, sabe como é. – Sam começou a aproximar seu rosto do meu.
  - É muito melhor do que ser má, isso eu garanto a você. – respondeu ele, e então me beijou. Como eu adorava aquela sensação.
  - Sammy. – eu o afastei. Aquilo era proibido, e eu sabia disso. – Temos que ir para o bunker, não?
  - Oh, claro. – ele colocou as mãos no bolso e deu um passo para trás. – Nos encontramos lá.
  Sorri fraco para ele e subi em minha moto.

  POV

  - Se eu falar para você que nunca fui a um mercado você acreditaria? – eu perguntei, indo em direção a um estabelecimento com Dean.
  - É sério isso? – ele olhou para mim surpreso e eu ri. – Seus pais não te deixavam sair do Inferno?
  - Digamos que nós fomos treinadas desde o dia em que nascemos para vir a terra e causar o “apocalipse”. – fiz aspas com os dedos e virei os olhos ao me lembrar de meus pais.
  - Caramba. – ele murmurou e depois mudou de assunto. – O que você quer fazer para mim?
  - Surpresa. – respondi, sorrindo. – Eu deixo você escolher a sobremesa.
  - Torta. – ele sorriu. – De maçã.
  - Vai lá buscar então que eu me viro aqui. – falei, tentando pensar no que iria fazer para essa noite.
  Dean concordou e me entregou uma cesta.
  - Não, Dean, eu não quero comprar isso. – reclamei.
  Ele apenas riu de mim.
  - Não, princesa, isso serve para você colocar as compras dentro, para não ter que ficar carregando tudo na mão. – ele explicou.
  - Oh. – me senti um pouco idiota. – Inteligente.
  Peguei a cestinha e olhei para os setores do mercado. Entrei no que dizia “carne”. Acho que eu iria precisar de algo ali.
  Comecei a olhar os diversos tipos de carnes dali. Qual era a diferença entre uma e outra?
  Franzi a testa e parei um pouco. Percebi que havia alguns folhetos por cima do balcão e peguei um deles.
  - Quanto custa? – perguntei ao homem que estava atrás do balcão, que olhou com um olhar confuso para mim.
  - O folheto? – fiz que sim com a cabeça. – É de graça, moça.
  Sorri em agradecimento. Olhei mais uma vez o folheto. “Strogonoff de carne ao molho madeira”, e a receita logo abaixo.
  - Então eu quero... – li a receita. – Um pedaço de filé mignon.
  - Eu não consigo acreditar que você está fazendo isso, . – de repente, ouvi uma voz familiar e um calafrio percorreu o meu corpo. – Eu não treinei as minhas filhas para viverem assim.
  Virei-me e encontrei Crowley olhando com desgosto para mim.
  - O que você está fazendo aqui? – perguntei assustada.
  - Não posso visitar a minha filha, agora? – ele respondeu, sorriu sarcasticamente e começou a se aproximar de mim.
  - Como se você não tivesse motivo algum para isso. – falei. – O que você quer?
  - Bom, , eu estou aqui para lhe fazer um pedido.
  - Estou ouvindo. – peguei a carne que havia pedido e coloquei na “cestinha”.
  - Não vai ser muito simples. É o seguinte: Eu preciso de você no Inferno, querida.
  - Você precisando de mim? E pedindo gentilmente? Tem alguma coisa errada, Crowley.
  - Eu preciso de minhas filhas ao meu lado. – ele disse. – Nosso plano tem de estar completo.
  - Eu não irei te ajudar nesse plano, eu sou contra ele. E você não pode fazer nada para que eu mude de opinião.
  - Meça suas palavras, . Eu posso fazer você voltar por bem ou mal, pode escolher. – meu pai sorriu vitorioso.
  - Você não... – antes que eu pudesse terminar a frase, Crowley desapareceu. Droga.
  Pude sentir as lágrimas de preocupação se formando em meus olhos. Crowley é capaz de tudo para conseguir o que quer.
  Dean. Eu precisava protegê-lo.

Capítulo 8

  POV

  Finalmente chegamos ao tal bunker, que por algum motivo ficava no meio nada.
  Por Lúcifer, eu preciso ver a .
  Desci de minha moto, estacionando-a em frente a uma porta de metal.
  Sam havia estacionado logo em frente, e quando desceu foi em direção à porta de metal junto a mim. Ele bateu na porta seguidas vezes, como se fosse um código.
  Minutos depois, a porta foi aberta por Castiel, infelizmente.
  - Cas. – Sam cumprimentou e eu sorri falsamente para ele. – Onde está Dean?
  Ao entrar, percebi que havia uma escada encostada na parede. Olhei para cima e vi uma armadilha do diabo desfeita. Que lugar agradável.
  - ! – escutei a voz chorosa de . Olhei imediatamente para a ruiva que estava no colo de Dean e correu para me abraçar, chorando.
  - ? – eu a abracei, nervosa. Não gostava de ver a minha irmã chorando. – Calma, , o que aconteceu? – eu comecei a me preocupar. Fazia muito tempo que eu não via ela chorar daquele jeito.
  A levei para o sofá novamente e comecei a acariciar seus cabelos.
  - Dean Winchester, o que foi que você fez? – insisti, ao ver que não queria falar.
  - Não foi ele, . – minha irmã respirou fundo e continuou. – Eu fui ao mercado com Dean e o papai apareceu para mim. Ele quer que eu volte para o Inferno para completarmos os seus planos.
  - O quê? – gritei. Droga, não era para ele fazer isso. Nós não éramos mais parte do plano. A não ser que os dois tenham mentido para mim.
   me abraçou forte.
  O que Crowley quer com ? Eu já coletei os sangues, o resto ele poderia muito bem fazer sozinho.
  - ... Ele disse que iria me levar para o Inferno por bem ou por mal.
  - Eu não vou deixar okay? O nosso pai não vai chegar até você. Afinal, esse lugar é seguro, não é? – olhei para Sam, preocupada.
  - É, mas... Eu estou com medo de que ele faça algo a Dean ou a Sam. Nós não podemos ficar aqui para sempre.
  - Garotas, acho melhor vocês verem isso. – , que mexia no computador de Sam, estava com os olhos arregalados olhando para o mesmo.
  Corri para ver o que a anja havia achado.
  - Merda. – murmurei, olhando para a tela do computador, onde havia um site de notícias aberto. A primeira manchete era de uma mulher que havia morrido. A foto que aparecia era do lugar onde havia ocorrido o crime e mostrava que na parede acima do corpo da vítima estava escrito em letras legíveis VOLTE PARA O INFERNO.
  - Ou isso é uma indireta, ou foi um psicopata que matou a mulher. Vamos torcer para a segunda opção. – falei nervosa, mesmo tendo uma breve noção de quem havia matado a garota.
  , ao ler a notícia, deixou outra lágrima cair.
  - Eles estão matando inocentes para me levar de volta. – ela choramingou, limpando as lágrimas que haviam caído.
  - Hey, , olha para mim. – Dean chamou quando a mesma se sentou novamente ao seu lado. – Não é culpa sua, okay?
  - Eu desobedeci a uma ordem dele, Dean. Eu deveria ter aprendido que tenho um pai horrível. – cruzou os braços.
  - Não é só você, maninha. – eu saí de perto de e fui até , a abraçando mais uma vez.
  - , eu vou me entregar. – ela murmurou. – As pessoas não podem continuar morrendo por minha causa.
  - Você não pode se entregar . – Dean falou. – Nós vamos dar um jeito de impedi-la, certo?
  - Não tem jeito, Dean. Ela não vai parar até me ter de volta. – continuou a chorar.
  Ele a abraçou.
  - Eu prometo a você de que meus braços você não sai. Abaddon já deveria saber o que acontece quando mexe com os Winchesters.
  - Dean...
  - , eu já falei. – ele interrompeu a minha irmã e a abraçou forte. – Por que nós não vamos preparar o jantar? Assim podemos esquecer um pouco essa mulher.
   limpou as lágrimas do rosto.
  - Talvez você tenha razão. Mas se ela matar mais alguém em meu nome, eu juro que me entrego. – ela falou autoritária.
  Dean concordou com a cabeça e os dois foram para a cozinha, abraçados.

  POV

  Enquanto Dean me levava para a cozinha, eu tentava não deixar nenhuma lágrima cair, eu tentava parecer forte, pelo menos na frente de Dean. Minha mãe estava matando, e era tudo culpa minha, eu estava sendo egoísta a ponto de deixar alguém morrer por teimosia, e cada vez que eu pensava nisso eu sentia vontade de chorar, por isso tentei me concentrar naquele folheto que o gentil homem havia me dado no supermercado, tentei me concentrar no jantar de Dean.
  - Você está bem, princesa? – ele me chamou, colocando a mão em meu ombro.
  - Sim... – menti. Minha voz estava um pouco falha. – Onde você colocou as compras? – eu dei um sorriso fraco.
  - Em cima do balcão. – Dean foi as pegar para mim. Quando ele ia tirando os produtos de dentro das sacolas e colocando-os perto de mim, fez uma pausa. – Você quer conversar sobre o que está lhe incomodando?
  Balancei a cabeça negativamente.
  - Vamos conversar sobre o jantar, okay? – tentei desviar o assunto. Falar sobre aquilo só iria me fazer chorar ainda mais.
  Dean me abraçou pela cintura, deixando as compras de lado.
  - Saiba que estarei aqui sempre que precisar. – ele disse. – Agora vamos cozinhar juntos. – ele beijou a minha bochecha rapidamente e me soltou.
  - Certo. – eu lhe dei um selinho. – Mas vai ser meio difícil, eu nunca cozinhei na vida. – ri.
  - E digamos que eu não sou um dos melhores cozinheiros do mundo. – Dean brincou. – Mas ao menos eu te arranquei um sorriso.
  - Okay. – eu corei. - Por onde começamos?

  POV DEAN

  - Oh meu Deus, finalmente. – falei, enquanto colocava o strogonoff já pronto em um recipiente.
  - Nunca pensei que fosse tão difícil fazer um jantar. – comentou, olhando para sua roupa, suja de molho.
  - Nem eu. – falei, enquanto pegava algumas cervejas do congelador. – Eu só espero que tenha ficado bom.
  - Eu também. – peguei o prato com a comida e pegou a salada, então os levamos para a mesa principal do bunker.
  - Aproveitem, não terá outra dessas tão cedo. – falou, colocando as coisas na mesa.
  Sam e , que estavam no sofá conversando, riram e se sentaram, enquanto pegava os pratos e os distribuía pela mesa.
  Cas e se juntaram a nós, se sentando à mesa.
  - Grávidas primeiro. – sorriu falsamente para , que se sentava em sua frente.
  - Fique à vontade, querida. – ela retribuiu o sorriso.
  Fiquei esperando ansioso para ver o que eles tinham achado da comida.
  - Então? – perguntou, sorrindo, quando todos terminaram de se servir.
  -Ficou ótimo, gente. – elogiou, após a primeira garfada.
  - Sammy? – pedi ansioso, tanto quanto .
  - Concordo com a , está incrível. – Sam comentou, sorrindo para a ruiva ao seu lado, então me lembrei de que eles haviam se beijado.
   comemorou, me puxando pela blusa e me beijando.
  - Nossa, que casal lindo. – brincou.
  - E parece que nós não somos os únicos, não é, ? – perguntei. Ela imediatamente arregalou os olhos e dirigiu o olhar para .
  - Traidora! Você disse que não iria contar! – ela protestou.
  - Eu não prometi nada. – ela respondeu, rindo.
  - Então quer dizer que Sam e também estão juntos? – Cas parecia apavorado.
  - Falou o futuro papai. – Sam reclamou.
  - Nós não estamos “juntos”. – fez aspas com as mãos. – Foi só um beijo. Quer dizer, dois. Quer dizer... Dane-se. – ela corou.
  - Dois! – comemorou. – Mais um ponto para o casal do ano.
  - Cala a boca, !
  - Não acho que sejam a e o Sam o casal do ano, ou você e o Dean pensam que nós não escutamos os barulhos do quarto? – disse, rindo.
  Arregalei os olhos e percebi que estava mais vermelha do que o normal.
  - DEAN WINCHESTER! – gritou. – O QUE VOCÊS FIZERAM?
  - Nós... Você sabe... – comecei a sentir meu rosto queimar.
  - Eu não acredito nisso, ! Minha irmã... Por Lúcifer, eu acho que vou desmaiar.
  Ela abriu uma cerveja e tomou goles seguidamente.
  - Ela vai te matar e me matar depois, Dean. – riu nervosa.
  - Eu vou te matar, te trazer de volta do Inferno e te matar novamente.
   abaixou a cabeça, rindo.
  - Calma, . – falei, também rindo da situação.
  - Não fale para eu me acalmar, Winchester! – ela gritou. – Por Lúcifer, eu preciso tomar um ar.
   se levantou da cadeira e e foi em direção à porta, saindo do bunker.
  - Caramba, eu achei que ela iria aceitar bem. – comentei e olhei para Sam. – Por que você não vai lá falar com ela, Sam? Quem sabe você não acaba que nem eu e a . – ri e me deu um leve tapa.
  Sam riu e se levantou.
  - Eu volto em alguns minutos. – ele disse, saíndo da mesa.

  POV SAM

  Levantei da mesa com um sorriso no rosto, fui até à porta do bunker, por onde havia saído, e, antes de abrí-la, ajeitei minha camiseta.
  Tudo bem, ela não iria me matar, eu não havia feito nada. Respirei fundo e saí do bunker.
  - Espero que seja algo importante, eu estava ocupada.- escutei uma voz familiar, então me escondi em um dos cantos onde pude perceber que quem estava conversando com era Abaddon.
  Franzi a testa. Por que diabos estava falando com ela? Era esperta o suficiente para ficar o mais longe possível de sua mãe, então por que a havia invocado?
  - Eu não te chamaria se não fosse importante, mãe. – ela disse, tirando um pequeno frasco com um líquido vermelho dentro de seu bolso. – Aqui está o sangue do último alfa.
  - Muito bem. – Abaddon abriu um sorriso e pegou o objeto da mão de . – Amanhã bem cedo eu venho levar você de volta para o Inferno, se despeça de seus amigos. Ou você vai fazer como a sua irmã e se recusar a voltar?
  - Você pode esperar um pouco? Eu ainda tenho alguns assuntos para resolver. Não é tão fácil quanto parece. – percebi que a sua voz estava um pouco trêmula.
  - Querida. – ela começou a acariciar o rosto de . – O Inferno ainda precisa de suas princesas.
  - Daqui há uma semana você pode aparecer aqui, feito? Eu já lhe dei tudo o que você queria, me dê um desconto. – ela tentou implorar.
  - Uma semana? – ela se surpreendeu. – Para quê? Para você poder se despedir do Winchester? Ou você pensa que eu não sei que o beijou? Pensa que eu não sei que está apaixonada por ele?
  - Sim, mãe, eu o beijei! – ela gritou. – E qual é o problema disso, de se apaixonar? Não foi isso o que você fez com o papai?
  - Você se apaixonou por um caçador, !
  - Então só porque ele é um caçador ele não tem sentimentos? Fique sabendo que Sam é muito melhor do que você e o papai.
  Ela riu alto.
  - Você deveria ter pensado nisso antes de trair a todos. – ela sorriu sádica para . – O que você acha que eles vão fazer quando descobrirem a traição? Acariciar os seus cabelos e aceitar o pedido de desculpas? Graças a você, daqui a pouco Astaroth terá se erguido. E você irá voltar para o Inferno de um jeito ou de outro. – ao terminar a frase, Abaddon desapareceu.
   deixou uma lágrima cair e então eu saí de onde estava.
  - Sam? – ela parecia assustada.
  - O que você fez? Eu confiei em você, , pensei que você podia ser do bem, fiz Castiel acreditar nisso, coloquei a vida de seu bebê em risco. Você traiu aos seus... será que posso dizer amigos? Traiu sua irmã, quem sempre acreditou em você. Mas você apenas enganou a todos, você é igual a Crowley e a Abaddon. – não fiquei ali para escutar suas desculpas, apenas entrei para dentro, pois não aguentava mais olhar na cara de .

Capítulo 9

  POV

  Escutei os passos fortes de Sam ao voltar para o bunker, enquanto permanecia estática, sem saber o que fazer naquele momento. Sam havia descoberto sobre a traição, justo quando eu pensei desistir de tudo, de ser uma pessoa diferente, uma pessoa do bem, alguém que faria ter orgulho.
  . Sam iria contar tudo para ela, e eu não podia deixar aquilo acontecer. Imediatamente corri para o lugar onde Sam havia ido, descendo as escadas do bunker correndo e encontrando todos olhando espantados para mim.
  - . – veio ao meu encontro. – O que Sam quis dizer com “a enganou todos nós”?
  Eu arregalei os olhos e olhei para Sam, que mantinha uma expressão séria no rosto.
  - E-eu... – Eu não conseguia falar direito. Minha voz estava trêmula. – Me desculpe .
  Me aproximei de minha irmã, mas ela deu um passo para trás, recuando.
  Vendo que eu não iria falar mais nada - não conseguia falar mais nada - Sam respondeu por mim.
  - estava falando com a Abaddon, ajudando ela com o plano de acabar com o mundo. deu o sangue dos alfas aos pais, ela traiu a todos nós. - Sam já gritava, e eu queria sair correndo para qualquer lugar longe dali, mas não podia deixar sem uma explicação.
  - O quê? – gritou e olhou para mim com os olhos arregalados. – Como assim... , como você pôde?
  - , eu tive que fazer isso, tente entender meu lado, nossos pais me pediram isso, e eu os amo tanto como amo você, . Ou pelo menos amava.
  - Você... Você está apoiando eles? Você está apoiando a ideia de eles matarem todas aquelas pessoas, ? Você os apoiava quando eles mandavam nós matarmos todas aquelas pessoas inocentes? – Os olhos de se encheram de água. – Você está pondo em risco a vida de Dean e Sam, eu pensei realmente que você se importasse com eles.
  - Você pôs a vida de MEU filho em risco, você tem noção disso, noção do tamanho mal que causou a todos nós? – berrou, abraçando Castiel.
  Eu não respondi, apenas deixei que as lágrimas caíssem sobre o meu rosto.
  - Me desculpem. – murmurei, paralisada. – Por favor.
   riu sarcástica.
  - Cas, me tira daqui antes que eu a mate. – ela ordenou, olhando para o anjo.
  - Dean, Sam, eu volto depois. – Castiel falou, então ele e sumiram dali.
  Olhei para , que limpava algumas lágrimas de seu rosto.
  - Vamos sair daqui, Dean. – ela pegou em sua mão. – Eu não aguento mais olhar para a cara dela.
  - , espera. – implorei, segurando o seu braço. – Eu posso conversar com você?
  Ela se soltou de mim com raiva.
  - Conversar sobre o quê? Sobre o quão prazeroso é trair seus amigos? – ela não olhou em meus olhos.
  - Por favor, , eu preciso explicar para você o porquê de tudo isso.
  - Conversa com ela, . – Dean disse. – Eu vou estar lá no quarto quando você precisar.
  Minha irmã bufou, mas soltou a mão de Dean, que foi embora. se virou para mim e cruzou os braços.
  Esperei os garotos saírem para começar a falar.
  - , eu sei que o que fiz não merece perdão, mas eu quero que ao menos saiba que estou arrependida.
  - É o mínimo que deveria sentir.
  Respirei fundo e continuei.
  - Mas eu tive que fazer isso, tente entender, eles são nossos pais, acima de tudo, eu devo minha vida toda a eles. Eu não devia ter aceitado, mas eu não conhecia os... humanos. Você me ensinou que podemos amá-los e eu aprendi a amar. Eu amo o Sam, mesmo ele sendo um caçador e, bem... Eu não odeio o Dean. Aprendi que podemos conviver também com anjos, e tudo graças a você, eu não posso aguentar olhar para a minha irmã mais velha e ver que ela está magoada comigo. Me perdoa, , por favor.
  - Você devia ter pensado nisso quando deu o sangue dos alfas para eles, deveria ter pensado nisso antes de “amar” o Sam. – então ela se levantou e foi em direção onde Sam e Dean haviam saído.
  - ... – implorei e ela parou por um instante e olhou para trás.
  - Eu não consigo , não consigo perdoar você sabendo que você pode trair a todos outra vez. Eu confiei muito em você para isso. – então ela continuou a andar, me deixando sozinha naquela sala.
  Eu precisava fazer alguma coisa, não iria aguentar muito tempo sem .

  POV

  Entrei no quarto onde Sam e Dean estavam e fechei a porta. Senti meus olhos se encherem d’água novamente e me sentei no colo de Dean.
  - Vai ficar tudo bem, . – Dean falou, mesmo sabendo, assim como todos nós, que as coisas só iriam piorar daqui para frente.
  Deitei a cabeça em seu ombro.
  - Eu não consigo acreditar que ela foi capaz de fazer aquilo. – murmurei.
  - Nenhum de nós foi. – Sam comentou.
  - Eu... Sinto muito por meter vocês nisso, garotos. Eu devia ter levado a par bem longe daqui.
  - Não é sua culpa, princesa. – Dean me beijou. – Nós iremos resolver esse problema.
  Assenti.
  - Eu realmente achei que ela estava mudando, que ela podia ser do bem. – falou Sam. – Ela estava salvando aquelas pessoas em Las Vegas, e... – ele suspirou.
  - Salvando pessoas? – Dean perguntou.
  - Sim, no caso do vetala. estava se saindo tão bem.
  - salvou vidas? Você quer dizer, por conta própria? – mantinha uma certa esperança na voz.
  Sam balançou a cabeça positivamente.
  - Vai ver ela estava mesmo mudando. – ele olhou para baixo.
  - E talvez ela esteja mesmo arrependida. – Dean disse.
  - Eu não sei... – falei. – Mas ela falou para mim que estava apaixonada por você, Sam. – ele corou.
  - É, eu... Ouvi Abaddon dizer isso.
  - Então Abaddon já sabe de tudo. Garotos, vocês correm perigo.
  - Isso não é novidade para nós. Ainda mais vindo de Abaddon. – Dean disse. Eu sorri fraco.
  - Prometam que vão tomar cuidado. – pedi.
  - Nós sempre tomamos . – Sam respondeu.
  - Nós podemos ver onde está. – Dean sugeriu.
  - Ótimo. – respondi. – Eu preciso mesmo falar com ela.
  Me levantei do colo de Dean e caminhei até a porta. Ele me seguiu.
  Quando chegamos até a sala, não encontramos ninguém.
  - Ela deve ter ido até um dos quartos. – falei.
  - Não, olhem. – Sam foi até a mesa, onde percebi que havia um papel. – É um bilhete dela.
  Corri até ele e peguei o papel de sua mão.
  “Sinto muito pelo que fiz, talvez vocês nunca me perdoem, não precisaram conviver com a traidora que sou, mas realmente espero que algum dia possa me perdoar, assim como os melhores caçadores que eu vou conhecer.”

  POV DEAN

  - Nós precisamos achá-la. – disse, assim que terminou de ler o bilhete em voz alta.
  - Você tem alguma ideia de onde ela possa estar? – perguntei, preocupado com . Ela balançou a cabeça negativamente.
  - Não. Droga. – ela olhou para mim. – Ela não pode fugir desse jeito.
  - Nós vamos encontrá-la, , eu prometo a você. – falei. – Nós podemos nos separar e ir à procura dela.
  - Tudo bem. – Sam disse, rapidamente. – Você a vão juntos e eu vou sozinho.
  - Certo. – falei e entreguei as chaves do Impala a ele. – Nos encontramos daqui a duas horas.
  Sam concordou e foi até a garagem do bunker.
  - Por onde começamos? – perguntei a .
  - Eu não faço a mínima idéia. – ela respondeu, assustada.
  - Você acha que ela pode ter voltado para o Inferno?
  - Acho que não. Se ela voltasse para o Inferno, Abaddon nunca a deixaria voltar para a terra.
  - Acho que ela não quer voltar para a terra. – falei. estalou os dedos e de repente estávamos no centro de Las Vegas.
  - Ela deve ter voltado para Las Vegas, vamos checar o motel.
  Concordei com a cabeça e nós seguimos em direção ao hotel, que não era muito longe dali.
  - Por favor, que ela esteja aqui. – escutei sussurrar.
  Entramos no hotel e fomos até a recepcionista.
  - Com licença, moça. – disse, e mulher olhou para ela. – Você pode me dizer se uma garota ruiva, alta e de olhos verdes se hospedou aqui?
  - Desculpe querida, mas são inúmeras as pessoas que passam por aqui, seria impossível lembrar. E além do mais, meu turno começou agora.
   bateu com raiva no balcão.
  - Droga. – ela falou. – Vem Dean, vamos tentar achá-la em outro lugar.
  - Mas... – falei com a recepcionista. – Você pode me dizer se o quarto 216 está ocupado?
  A mulher digitou algo em seu computador.
  - Sim, senhor. Está ocupado. – ela respondeu, sorrindo.
  - Obrigado. – agradeci e acompanhei até o elevador.
  - Ela voltou para o hotel, Dean, mas por quê? – perguntou.
  Dei de ombros.
  - Vai ver foi o primeiro lugar que ela pensou para ficar. – respondi.
  Percebi sorrir.
  - Eu vou aceitar as desculpas dela, Dean. Porque eu a amo e porque sei que ela mudou depois que veio para a terra.
  - Você tem certeza? Você vai confiar nela depois de tudo que ela fez para nós?
  - Ela me disse que está arrependida, Dean. Ela sempre vai fazer o que nossos pais mandarem.
  - E é exatamente por isso que não deveríamos confiar nela. – o elevador chegou e nós saímos do mesmo.
  - Mas ela brigou com eles, quem sabe agora ela se dê conta que eles são os vilões.
  Não respondi, apenas fomos em direção ao quarto 216.
  Bati na porta e esperei abrir.
  - Ela não vai abrir. – falei.
  - Tem razão. – ela concordou, girando a maçaneta e abrindo a porta.
  Arregalei os olhos ao ver a cena que presenciei com .
  Um homem e uma mulher estavam deitados em cima da cama, um em cima do outro, completamente nus.
  - Ahn... – gaguejei. – Desculpem, eu estava procurando outra pessoa.
  As duas pessoas arregalaram os olhos e puxaram imediatamente o lençol, para cobrir o corpo, no mesmo instante em que fechei a porta, rindo.
  - Oh, Lúcifer, onde pode estar? – disse.
  Voltamos para a entrada do hotel em silêncio, pensando em onde iríamos a seguir.

  POV SAM

  Entrei no Impala preocupado com . Depois de trair a todos, depois de eu descobrir que ela estava apaixonada por mim, ela simplesmente desaparece deixando um bilhete.
  Eu estava - querendo ou não admitir -, gostando de verdade de , tinha esperanças de que ela se tornasse uma pessoa boa, e o caso tinha provado que ela havia mudado, assim como a sua briga com Abaddon. Talvez ela merecesse uma segunda chance.
  Não sabendo por onde procurar, estacionei o carro na estrada, desci e olhei para o seu escuro e estrelado, pensando se Cas me ouviria se eu tentasse chamá-lo.
  - Cas? Eu preciso de sua ajuda, por favor. – falei. – A sumiu, eu preciso achá-la. Você provavelmente não confia nela, está muito ocupado com a , mas...
  - Depois de todo o mal que aquela garota fez a nós e você ainda quer reencontrar ela? – Castiel apareceu ao meu lado, fazendo com que eu me assustasse.
  - Ela brigou com os pais, Cas, ela mudou depois que veio para a terra. – respondi.
  - Não é motivo. Quem garante que quando vocês a acharem ela não vai traí-los novamente? Colocar a vida de vocês em risco? – o anjo insistiu.
  - Por favor, Cas... – implorei. – Eu acredito que ela mereça uma segunda chance.
  Ele bufou.
  - Tudo bem, Sam. Mas se ela tentar alguma coisa, eu a mato. – ele disse, por fim.
  - Você sabe onde ela está?
  - Os anjos podem perceber quando as pessoas estão colocando sigils para se proteger.
  Concordei com a cabeça. Cas estalou os dedos e então estávamos em frente a uma cabana antiga, que ficava no meio de uma floresta.
  - Onde estamos? – perguntei.
  - está dentro dessa casa. Sam, eu estarei te cuidando. Se ela tentar algo, eu aparecerei.
  Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele sumiu.
  Respirei fundo e caminhei até a porta, encontrando-a aberta.
  Caminhei por dentro da casa, com o piso de madeira rangendo a cada passo que eu dava. As paredes estavam cobertas de sigils. Pensei como ela deveria se sentir fisicamente com eles a enfraquecendo.
  Assim que cheguei na cozinha, ouvi um barulho vindo de outro cômodo. Seria ?
  Peguei a minha arma e antes que eu pudesse reagir, saiu do cômodo e apontou a arma para mim.
  - Sam? – ela parecia espantada ao me ver. – O que você está fazendo aqui? Como você me achou?
  - Oh meu Deus, ! Como você some sem dar notícias? – ela abaixou a arma. – Você nos deixou preocupados.
  - Eu... – ela respirou fundo. – Pensei que não era mais bem vinda naquele bunker. Pensei que você não queria mais me ver, eu não aguentaria ver o homem que estou apaixonada magoado comigo, muito menos...
  Eu a interrompi com um beijo.
  Foi naquele momento que eu percebi: eu também estava apaixonado por . Nossos lábios se encaixavam perfeitamente. O gosto de sua boca era tão bom, bom demais que eu não queria parar de beijá-la.
  Mas eu precisava respirar. Separei nossos lábios e me abraçou.
  - Eu te amo, Sam Winchester. – ela sussurrou.
  - Eu te amo, . – repeti, então ela me deu um leve selinho.
  Em um impulso, tirei sua camiseta e deixei que o desejo tomasse conta de mim.
  Sorri e coloquei contra a parede, beijando o seu pescoço e dando um leve chupão no mesmo.
   sorriu e tirou a minha camiseta, logo depois começando a tirar o cinto de minha calça. Senti ela começar a me puxar até um cômodo, provavelmente seu quarto.
  Quando ela abriu a porta com pressa, eu a deitei na cama de casal que havia ali e tirei a sua calça. Eu finalmente tinha inteiramente minha.
  Eu realmente amava aquela garota.

Capítulo 10

  POV SAM

  Sentei na cama e percebi que sorria, e como eu adorava aquele sorriso que mostrava que tudo estava bem outra vez.
  Peguei meu celular e percebi que era meia noite, uma hora depois do que eu havia marcado com Dean e de chegar do bunker.
  Eles deveriam estar preocupados. Disquei o número de Dean e apertei o botão “CHAMAR”. Ele atendeu no mesmo instante.
  - Eu encontrei a . Nós estamos bem, estamos ótimos, já estamos a caminho. – respondi, acariciando os cabelos de , que estava com a cabeça deitada em meu ombro.
  - Ótimo. Vocês já se entenderam? – Dean perguntou.
  Sorri malicioso.
  - Já. Ela está arrependida. – falei, beijando a testa de . – Eu preciso desligar, nos encontramos daqui a alguns minutos.
  Desliguei o telefone e o coloquei na cômoda ao lado.
  - Tudo bem por lá? – perguntou, se sentando na cama ao meu lado.
  - Eles só estavam preocupados. Nós temos que... – fui interrompido por um estrondo vindo da porta.
  - Sammy, o que foi isso? – ela perguntou, preocupada, se levantando da cama e colocando suas roupas íntimas.
  Levantei em um pulo e vesti as minhas roupas.
  - Eu não sei. – respondi. – Fique aí que eu vou dar uma olhada.
  - Não, Sam, pode ser perigoso. – ela colocou rapidamente o seu short e sua camiseta que estavam jogados no chão e saiu do quarto.
  Coloquei minha calça e fui atrás dela.
  Peguei minha arma e fui silenciosamente até a sala, assim como .
  - Parece que você nunca vai encontrar um lugar tão bom quanto o Inferno, não é ? – escutei uma voz familiar vindo da sala, a qual havia chegado primeiro.
  - Quem precisa de um lugar bom quando se tem pessoas que a amam por perto. – ela respondeu, com raiva. – Como você entrou aqui?
  - Sigils não foi a sua melhor matéria no Inferno, querida. – ela riu sarcasticamente. – Por favor, Sammy. – ela ironizou o meu apelido. – Por que não se junta a nós? E largue essa arma, você sabe que não pode me matar com ela.
  Caminhei devagar até a sala. Quando me viu, Abaddon me desarmou com apenas um gesto e me jogou com violência contra a parede.
  - Abaddon, o que você quer? – perguntou, olhando para mim e entrando em desespero.
  - Eu quero você. – ela começou a girar a sua mão devagar, então comecei a sentir todo o ar de meus pulmões se esvaírem.
  - PARE! – gritou. Percebi que seus olhos estavam cheios da água.
  Abaddon imediatamente parou e eu fui jogado no chão.
  - Então você virá comigo, já que pareceu que você acertou-se com o Winchester. – ela falou.
  - Você não pode me obrigar. Eu já fiz o suficiente por você, não precisa mais de mim. – a voz de estava falha, como se ela estivesse com medo de sua mãe.
  - A escolha é sua, filha, ou o Winchester, por quem você está apaixonada, morrerá. – Abaddon, mais uma vez fez com que eu ficasse sem oxigênio.
   respirou fundo e uma lágrima escorreu por sua bochecha.
  - Por que você precisa de mim? – ela olhava para mim nervosa. – Eu já lhe dei tudo o que pediu.
  - Eu quero que você assuma o trono do Inferno enquanto eu e seu pai cuidamos de Astaroth. – ela respondeu. – Rápido, querida, seu amigo não vai aguentar por muito tempo.
  E ela estava certa. Eu sentia que meus pulmões iriam explodir no próximo segundo. Minha garganta doía, mas eu iria resistir, não poderia fazer se entregar.
  - Okay, eu aceito! – ela disse em um impulso, e então eu já podia sentir o ar entrando em meus pulmões rapidamente, me impedindo de falar qualquer coisa que salvasse de Abaddon. – Apenas prometa que não irá fazer nada com o Sam, o Dean ou a .
  - Eu não posso prometer algo que não irei cumprir querida. – a ruiva sorriu vitoriosa.
  - ... Não. – resmunguei, tarde demais, Abaddon já havia a tirado de lá.

  POV DEAN

  - Eles já deveriam ter chegado Dean. – disse, nervosa, andando de um lado para o outro no bunker. – Você acha que aconteceu alguma coisa?
  - Eu não sei . – falei, tentando não preocupá-la, mesmo certo de que algo estava errado, Sam nunca se atrasaria desse jeito sem dar notícias.
  - Dean... Eu estou preocupada. Eles já estão uma hora atrasados. – quando ela terminou a frase, escutamos a porta do bunker ser aberta.
  Cas, Sam e então entraram e desceram as escadas, vindo ao nosso encontro.
  - Sam Winchester, onde está a minha irmã? – perguntou.
  - Provavelmente no Inferno, mas tenho minhas dúvidas. – Sam respondeu, preocupado.
  - O QUÊ? – gritou.
  - Nós precisamos achar uma maneira de resgatá-la.
  Eu não estava entendendo nada. Sammy chegava ao bunker preocupado, dizendo que estava no Inferno e não dava nenhuma explicação sobre o assunto.
  - Talvez se você contasse o que aconteceu... – insistiu.
  Sam coçou a cabeça e se sentou, tentando se acalmar.
  - Quando eu achei a , nós... Bem, nós conversamos e então a Abaddon apareceu lá a obrigou a voltar para o Inferno. – ele falou tudo rapidamente.
  - E porque ela não... Desculpe a palavra, mas acabou com você? – perguntou.
  - se entregou para que a Abaddon me deixasse vivo. – Sam respondeu. – Eu não podia ter deixado.
  - Não é sua culpa, Sammy. – eu disse e olhei para , que estava com os olhos arregalados. – você está bem?
  - Eu... Preciso da minha irmã. – ela falou e então uma lágrima escorreu pelo seu rosto. – Nós estávamos tão perto, eu sei que você ainda não a perdoou, mas...
  Sua voz falhou e ela se virou, indo correndo para o quarto.
  Eu me levantei e tentei segui-la, mas Cas segurou o meu braço.
  - Dean, ela precisa de um tempo sozinha. Confie em mim. – ele disse.
  - Depois você conversa com ela. – disse e eu assenti, me sentando novamente.
  - Tudo bem. – falei e fechei os olhos com força, pensando em como iríamos salvar a .
  - Você está bem aqui, meu amor? – Cas perguntou a , indo até o sofá onde ela estava e se sentando ao seu lado, acariciando sua barriga, que já estava começando a crescer.
  A anja sorriu.
  - Sim, Cas. Eu... Eu me esqueci de agradecer aos meninos por me deixarem ficar. – deitou no colo de Castiel. – Mas mesmo assim eu estou com medo, Cas.
  - Está tudo bem com o bebê e os anjos? – perguntei, percebendo a preocupação no rosto de Castiel.
  - Esse bebê não será aceito facilmente. – Cas respondeu. – Estamos sendo seguido há dias. O céu não permite que eu e quebremos as regras e nos apaixone, esse filho é uma ameaça a ele.
  - Você pode ir lá e tentar fazer um acordo com eles. Afinal, é a vida de uma criança que está em jogo. – sugeri.
  - Mesmo que o céu desista, o Inferno inteiro está atrás dele, por tamanho poder. Inclusive Abaddon e Crowley. Eles não têm noção do que a junção de dois anjos em um só pode ser capaz. – a garota abraçou Cas mais forte.
  - Tem algum anjo no lado de vocês? – perguntou Sam.
  - Até tem um ou outro, mas Cas não deixa eu falar com eles. – virou os olhos.
  - É para sua própria segurança, . Muitos anjos já me traíram. Eu não quero que nada aconteça a você. – ele beijou a testa de .
  - Mas eles querem me ajudar, Castiel, e você sabe muito bem que eu consigo me cuidar sozinha.
  - Sem querer me meter, , mas o Cas tem razão. Anjos são muito indecisos. - falei.
   bufou.
  - Tudo bem, mas eu ainda acho que quanto mais ajuda, melhor. – ela deu de ombros.
  Pedi licença e me levantei, indo até o quarto onde havia se trancado, pensando em tudo o que havia acontecido à e tudo o que Abaddon poderia fazer com ela.

  POV

  Eu precisava achar um jeito de resgatar , eu só ainda não sabia como. Abaddon e Crowley eram fortes demais juntos para eu poder pensar em vencê-los.
  Entrei no quarto de Dean e me deitei em sua cama desarrumada. Tinha o seu perfume, que fazia eu me sentir protegida.
  Comecei a pensar no que eles poderiam fazer com . Involuntariamente, comecei a chorar. era minha irmã. Mesmo depois de tudo o que ela fez, eu continuava a amando e, consequentemente, sentindo a sua falta.
  Algum tempo se passou até eu escutar batidas na porta. Ah não, eu não queria ver Dean agora, eu só queria ficar sozinha, já causei problemas demais aos Winchesters, mas mesmo não querendo, Dean entrou, afinal o quarto era dele, eu era a intrusa ali.
  - , você está bem? – ele perguntou quando entrou no quarto, fechando a porta em seguida. Senti ele se sentar ao meu lado na cama.
  Balancei a cabeça positivamente, mesmo sabendo que Dean desconfiaria que era mentira.
  - Eu só preciso de um tempo para entender tudo o que está acontecendo e encontrar uma maneira de salvar .
  - Nós vamos achá-la, , não se preocupe. – ele se deitou ao meu lado e me abraçou. – Mas não podemos ficar parados, precisamos ir ao trabalho.
  - Você tem razão. – falei, me levantando. – Preciso saber tudo sobre os meus pais. Suas fraquezas, limites e poderes.
  - Então vamos para a biblioteca. Eu irei chamar os outros. Você sabe onde fica, não é?
  - Sim. – respondi. – Só não demore.
  Ele assentiu com a cabeça e saiu do quarto.
  Fui até o banheiro e passei uma água no rosto, esperando que ela levasse também os pensamentos sobre o que poderia estar acontecendo com nesse exato momento.
  Chegando na biblioteca do bunker, me surpreendi com a quantidade de livros que eles tinham.
  Não sabia muito bem por onde começar, precisava da ajuda de Dean para achar os livros e documentos necessários.
  Andei entre as prateleiras e li os nomes dos livros que havia ali. Djinns, lobisomens, metamorfos, vampiros, e criaturas que eu nem sequer sabia que existiam.
  - Perdida? – escutei Dean perguntar. Me virei e percebi que todos haviam chegado. Corei.
  - Vocês estavam aí há muito tempo? – ri. – Foi mal, Dean, é que aqui é... Incrível.
  - Também tive essa reação a primeira vez que vi esse tesouro. – Sam disse.
  - Okay, sem perder tempo. – falou. – Vamos ao que interessa.

  ***

  Após ler por algumas horas e ainda assim saber muito pouco sobre meus pais, me sentia exausta por dentro, assim como todos ali.
  - Estou começando a achar que não vamos achar nada aqui. – Sam comentou.
  - E onde você sugere que procuremos? – Dean perguntou.
  - Vídeos, internet, bibliotecas antigas? – sugeri.
  - Essa é a biblioteca mais antiga do mundo. Não tem outro lugar.
  Bufei. Precisávamos agir rápido.
  - O que temos até agora? – Cas perguntou.
  - Nada além de uma lista de poderes do “demônio mais poderoso do submundo”, mas isso nós já sabemos. – respondi. – Eu preciso descansar um pouco.
  - Vão vocês dois também. – disse. – Eu e o Cas ficamos aqui.
  Dean concordou com a cabeça e se levantou. Sam continuou na mesma posição.
  - Eu vou ficar aqui, caso não se importem. Não estou cansado. – ele fitava um livro. Eu sabia que ele estava cansado, mas queria ficar o máximo de tempo ali para achar o mais rápido possível uma maneira de ver novamente. Eu não o culpava, estaria fazendo o mesmo se não precisasse de um tempo para absorver as informações.
  - Tudo bem. – Dean disse, se levantando e esticando os braços.
  Fomos até a cozinha e Dean pegou duas cervejas do congelador, me oferecendo uma.
  - Não é possível que não tenha nada sobre aqueles dois na biblioteca. Dean, eu preciso ver a minha irmã. – eu tomei um longo gole de minha bebida.
  - Eu sei que sim, , e eu vou te ajudar com qualquer coisa que eu possa fazer. – ele respondeu.
  Me aproximei de Dean e o beijei.
  - Posso te fazer uma pergunta?
  - Qualquer coisa, princesa. – ele retribuiu o beijo.
  - Você já perdoou a ? É claro que o que ela fez foi errado, muito errado, mas pelo que aconteceu agora temos que ajudá-la, não?
  - É claro que eu já perdoei a . Ela salvou a vida de Sammy em troca de sua liberdade, o mínimo que posso fazer é salvá-la. – ele me respondeu e eu sorri.
  Abracei Dean e lhe dei um longo beijo.
  - Eu te amo, Dean.

  POV

  - O rei e a rainha querem vê-la. – Mark, o demônio “ajudante” de meus pais veio me chamar, abrindo a cela onde eu havia sido presa há algumas horas atrás.
  No momento em que eu saí da mesma, a qual tirava de algum modo os meus poderes, Mark me algemou.
  - Me solte Mark, ou eu irei...
  - Irá fazer o quê? – ele apertou meu braço com mais força. – Você esqueceu que não tem mais poder nenhum no Inferno?
  - Você esqueceu de que quando Astaroth for libertado eu serei a nova rainha? – respondi, superior.
  Ele riu em desdém.
  - Então foi essa a desculpa que fez você vir parar aqui? Porque a “futura Rainha” estaria presa em uma cela rodeada de almas sem importância?
  Franzi a testa.
  - O que você quer dizer com isso? – perguntei, nervosa.
  Ele não me respondeu, apenas me puxou com força até a sala do trono.
  - Querida! – Crowley exclamou ao me ver. Ele e Abaddon, que eu recusava chamar de mãe, estavam sentados em seus respectivos tronos.
  - Mark, você já pode ir. – Abaddon ordenou e Mark assentiu, se retirando. A ruiva olhou para mim. – Filha, nós temos uma missão para você antes que possa virar rainha, nada que não esteja acostumada.
  - Eu não vou mais fazer nada por você nem por Crowley. – pensei no que Mark havia me falado alguns minutos atrás. – Se eu realmente fosse ser rainha, eu não estaria algemada, muito menos presa naquela cela.
  - Você não tem escolha, pequena. – Crowley me chamou pelo apelido que não usava a alguns anos. – Ou você faz o que mandamos ou os Winchesters, a sua irmã e tudo o que você diz amar, irá morrer.
  - Então eu não preciso me preocupar com vocês. – murmurei. Abaddon virou os olhos.
  - Você irá roubar a última graça que precisamos. – ela ignorou meu comentário. – E como você pediu, não pude negar isso a minha filhinha. – ela sorriu sádica. – Você roubará a graça de .
  Eu arregalei os olhos. Isso não poderia estar acontecendo. Qualquer coisa, menos isso.
  - Não, eu não irei fazer isso. Você pode me obrigar a qualquer coisa, menos a trair meus amigos novamente. – eu comecei a sentir meus olhos se encherem d’água.
  - MARK! - ela chamou, em um berro. O idiota logo apareceu.
  - O que a senhora deseja? – ele perguntou.
  - Traga os Winchesters aqui hoje à noite, mortos, junto com a graça da anja procurada. – ela ordenou.
  - Abaddon, você não irá fazer isso. – eu disse, em um tom autoritário. Tentei a todo custo me soltar daquelas malditas algemas, mas não consegui.
  - E você irá fazer o que a respeito? Pode até tentar me impedir, mas sabe que não irá conseguir. – ela já estava ficando com raiva.
  Mas estava certa. Apenas uma coisa poderia impedir ela de fazer aquilo com os meus amigos. Eu não tinha outra escolha.
  - Tudo bem. – lágrimas começaram a escorrer freneticamente sobre o meu rosto, e eu sabia que Abaddon sentia prazer em ver isso. – Eu pego a graça, mas deixe os Winchesters fora disso.
  - Essa é a minha garota. – Crowley disse. – Agora, Mark, leve-a de volta para a cela. – ele olhou para mim. – Nós lhe avisaremos quando chegar a hora.
  Não respondi e deixei que Mark me levasse de volta à maldita cela.
   vai ficar bem” eu dizia para mim mesma. “Ela conseguirá sobreviver como humana. Cas irá protegê-la. Sam e Dean irão protegê-la.”

Capítulo 11

  POV

  - Eu preciso de um tempo. – falei. Estava começando a ficar enjoada com tantos livros, documentos e informações, e sabia que parte disso era por causa do bebê que crescia dentro de mim.
  - Eu ficarei por aqui. – disse Cas. – Não saia do bunker, eu estarei aqui se precisar.
  Virei os olhos. Eu sei me cuidar sozinha querido.
  Saí da biblioteca e fui até o quarto onde eu e Cas havíamos nos “hospedado”. Deitei na cama e olhei para minha barriga, que já havia começado a crescer.
  Sorri ao perceber isso, mas eu tinha medo de que chegasse a hora de seu nascimento, sentia que meu filho estaria mais seguro dentro de mim do que vulnerável nesse mundo. Eu precisava acertar as coisas no céu, só assim ele estaria totalmente a salvo.
  Me levantei da cama rapidamente e saí do quarto, indo silenciosamente até a porta do bunker, e, querendo Castiel ou não, eu iria me acertar com os anjos.
  Abri a porta em silêncio e fui caminhando até um ponto distante do bunker.
  - James. – chamei, esperando que um dos únicos anjos que estavam do meu lado pudesse aparecer. – Eu preciso de você, agora.
  - Mudou de opinião sobre ficar na terra? – ouvi uma voz atrás de mim, e rapidamente me virei. Ele estava parado ali, olhando para mim.
  - Obrigada por vir. – falei. – Eu preciso de sua ajuda para estabelecer um acordo com o céu.
  - Não será fácil, e você sabe disso. Muitos anjos querem ver você morta. Será impossível convencê-los.
  - Peça a eles um acordo que possa salvar o meu bebê, por favor, qualquer acordo será pensado com muito carinho.
  - ...
  - James, por favor. – implorei. - É o futuro do meu filho que está em jogo.
  Ele bufou.
  - Eu vou tentar alguma coisa, mas não posso prometer nada.
  Sorri vitoriosa.
  - Agora eu... – antes que James pudesse terminar a frase, um demônio apareceu e colocou uma Espada de Arcanjos em sua garganta. – , corra.
  Franzi a testa. Eu deveria obedecer James, mas estava paralisada. De onde aqueles demônios haviam surgido?
  - Não se mexa ou você morrerá. – o demônio disse para James. – , agora.
  )?
  A ruiva então saiu de trás de mim com uma Espada de Arcanjo na mão. Seus olhos estavam vermelhos, como se ela tivesse chorado há pouco tempo atrás, e ela estava com a mesma roupa que eu a havia visto pela última vez. Por que ela simplesmente não estalava os dedos e saía daquele lugar? A não ser que...
  - Eu... – ela olhou para baixo. – Me desculpe . Eu não tenho outra escolha.
  - O quê... – então em um rápido movimento, fui impedida de continuar falando, sentindo um corte se formar em minha garganta e minha graça diminuir em meu receptáculo. Eu deveria estar preocupado com o que poderia acontecer comigo, mas as únicas coisas que eu conseguia pensar eram em Cas, que já estaria preocupado comigo, quem eu desobedeci e agora decepcionei, e é claro, em meu bebê, que tanto tentei proteger e acabei falhando. Eu sabia que ele estava morrendo e que tudo seria em vão se eu não fizesse nada.
  Então eu gritei, com medo, preocupação, e... Dor. Eu estava sentindo uma sensação horrível, indescritível e desagradável. Eu só queria proteger o meu bebê e não poderia falhar mais uma vez.
  Mas era mais forte do que eu podia aguentar. A última coisa que eu vi antes de tudo ficar escuro foi deixando uma lágrima cair, certamente arrependida do que fez.

  POV CASTIEL

  Saí da biblioteca alguns minutos depois de . Precisava ver a minha garota e o meu filho.
  Fui até o quarto que eu e havíamos escolhido e percebi que a cama estava desarrumada. Ela havia passado por ali.
  Me dirigi até a sala onde e Dean estavam tomando cervejas, com caras preocupadas.
  - Dean. – chamei. – Você viu a ?
  - Não, eu pensei que ela estivesse com você e Sam na biblioteca. – ele respondeu e eu passei as mãos pelo cabelo, preocupado.
  - Acalme-se, Cas. – disse. – Ela provavelmente está fazendo coisas que grávidas fazem. – ela deu de ombros.
  Decidi aceitar a sugestão de e me sentei no sofá, tentando me acalmar.
  Depois de alguns segundos eu já não conseguia ficar sentado, precisava ir atrás de .
  Quando me levantei, escutei algumas batidas na porta e fui imediatamente até lá. Claro, não me obedeceu mais uma vez e saiu do bunker.
  Abri a porta de metal e me deparei com uma cena desesperadora.
  - James, o que você fez com a ? – gritei, pegando minha garota de seus braços, que estava com um corte - não muito fundo - na garganta, e desacordada.
  - Demônios, eles roubaram sua graça, Cas. é uma humana agora. – ele disse enquanto eu rapidamente a levava para dentro.
  - O quê? – Dean disse. – Nós precisamos levá-la a um hospital, Castiel!
  Eu corri até o quarto e deitei na cama.
  - Vamos lá, meu amor, acorde. – falei, enquanto tentava curá-la, mas mesmo assim eu ainda não saberia se meu filho estaria bem.
   apareceu com um pano molhado e uma gaze, para fechar o ferimento.
  - Ela vai ficar bem? – perguntou.
  - Eu não sei. – Dean respondeu. – Nós não deveríamos levar ela a um hospital por causa do bebê?
  - Eu e James a levamos. – ele tinha razão, eu não podia deixar ali sem saber direito se ela estava bem. – Vocês fiquem aqui e tentem encontrar uma maneira de salvar a . Eu ligo se tiver notícias.
  Dean assentiu com a cabeça e eu novamente peguei no colo. James estalou os dedos e então fomos parar em frente a um hospital.
  Fomos rapidamente até a recepcionista.
  - Por favor, a minha mulher foi assaltada e ela está grávida, ela perdeu muito sangue e não sei se irá sobreviver. – eu arrumei uma desculpa qualquer.
  A recepcionista assentiu, preocupada, e rapidamente chamou alguns enfermeiros, que chegaram alguns segundos depois com uma maca.
  - Preencha essa ficha que faremos o possível para salvar a sua mulher. – ela me entregou uma prancheta, enquanto eu deitava na maca e deixava os enfermeiros a levarem.
  Mas eu não estava com paciência para preencher nada, então dei a prancheta a James.
  - Eu vou ir atrás dela, preencha a ficha para mim? – pedi, nervoso.
  - Claro, Cas... – não esperei ele terminar a frase e saí correndo na direção de onde levaram .
  Apenas rezava silenciosamente para que tudo estivesse bem.

  POV

  Acordei com uma dor horrível em minha garganta, o que era bem estranho.
  Eu precisava saber se o meu filho estava bem, mas não sabia onde estava.
  - Cas... – foi o único nome que eu conseguia chamar. Onde eu estava? No céu, no Inferno ou no bunker? Aquilo estava me deixando nervosa.
  Ouvi alguém entrar no lugar onde eu estava, aparentemente em um quarto, e virei a minha cabeça devagar, por causa da dor infernal em minha garganta.
  - ! – Cas exclamou ao me ver acordada e correu para me dar um beijo. – Eu estava preocupado.
  - Cas... Eu sinto muito. – foi a única coisa que eu consegui dizer.
  - Está tudo bem, meu amor. Só não faça mais isso, por favor. – ele segurou a minha mão e me olhou, preocupado. – , você é uma humana agora.
  Disso eu já sabia. Eu precisava contar pra Sam e Dean sobre , mas só consegui pensar em uma coisa.
  - E o nosso fil... – fui interrompida por algo vindo de minha garganta. Comecei a tossir e não conseguia me recuperar.
  - Meu Deus, , eu vou chamar um médico. – Castiel se desesperou e eu me sentei na cama. Médicos. Eu estava em um hospital.
  Peguei um copo d’água que havia ao lado da minha cama, em cima de um criado mudo, e tomei um gole, conseguindo me recuperar.
  - Cas, o nosso filho está bem?
  - Sim, , ele está bem, segundo os médicos. – ele sorriu para mim e eu coloquei a mão em minha barriga, sorrindo aliviada.
  - Eu irei ligar para os garotos avisando que está tudo bem. – ele acariciou minha bochecha e me beijou outra vez. – Eu já volto.
  Assim que Castiel terminou a ligação, voltou para o meu lado.
  - Você está bravo comigo? Digo... Se eu tivesse te escutado nada disso teria acontecido. – falei.
  - Não se preocupe com isso, , o importante é que o nosso bebê está bem. – eu sorri para ele.
  Alguns minutos depois, escutei a porta sendo aberta, então uma mulher, toda vestida de branco, entrou no quarto.
  - Olá, senhorita Collins, que bom que você já está acordada, assim poderemos fazer o ultrassom para ter certeza que o seu filho está saudável. – ela falou, sorrindo. Collins provavelmente seria o sobrenome que Cas ou James haviam preenchido na ficha hospitalar.
  Assenti com a cabeça e em seguida um homem chegou com uma cadeira de rodas. Cas me ajudou a me sentar na mesma e então saímos do quarto.
  Fomos levados até uma sala onde havia uma televisão, com vários equipamentos conectados a ela, e uma cama, parecida com a do outro quarto.
  - Pode se deitar, querida. – Cas me pegou no colo e me deitou com cuidado na cama. A moça tirou de um pequeno armário que havia ali um potinho com um tipo de gel, o qual colocou um pouco em minha barriga. Ele era gelado.
  Logo após, a médica pegou um instrumento ligado ao monitor e, com ele, distribuiu o gel pela minha barriga.
  - Veja só. – ela sorriu a olhou para o monitor. Eu fiz o mesmo.
  Sorri ao ver aquela cena. Eu estava vendo o meu filho. A imagem estava um pouco escurecida, mas eu conseguia distinguir o feto que crescia dentro de mim. Mas se o monitor não havia quebrado, se a imagem não estava alterada, isso significava que... Que o meu bebê havia virado humano, assim como eu.
  - Parabéns, senhorita Collins, seu bebê está perfeitamente saudável. – ela sorriu para mim e tirou o instrumento de minha barriga, depois pegando um pano e limpando o gel de minha barriga.
  Assim que terminou, Cas me levou de volta para o quarto.
  - Nosso filho, Cas. – eu o avisei enquanto ainda não chegávamos no quarto. – Ele é humano. Isso significa que ele está seguro. Que o céu não virá mais atrás dele. – sorri e olhei para ele, que também sorria.
  - Finalmente acabamos com os problemas no céu. – ele parecia pensar a mesma coisa que eu. Cas beijou a minha testa e então entramos no quarto. Percebi que todos já haviam chegado, e Sam e Dean estavam sentados no sofá, enquanto estava escorada na parede.
  - ! – a ruiva exclamou assim que me viu. – Você está bem?
  - Dentro do possível. – respondi. – Afinal, eu sou humana agora.
   arregalou os olhos.
  - O que aconteceu? – ela perguntou, preocupada. – O Castiel disse que você foi atacada por demônios, mas não deu para entender direito.
  Eu fiz uma pausa. Como eu iria falar para que sua irmã que roubou minha graça, ou pior, que ela foi obrigada a fazer isso?
  Respirei fundo e resolvi contar a verdade.
  - Bom, , eu... – suspirei. – Eu estava conversando com o James e então os demônios apareceram. – olhei para ela, que prestava atenção na história. – E... Um deles era a .
  - O quê? – Sam se meteu no meio, se levantando do sofá, enquanto me olhava como se não acreditasse em mim. – Como assim a está trabalhando com os pais outra vez?
  - Sam se acalma. – pedi. – Ela não está trabalhando para eles, okay? estava sendo obrigada a fazer aquilo.
  - Não pode ser. – murmurou. – Nós precisamos tirar a do Inferno ainda hoje. Eles devem estar... Eu não quero imaginar o que ela deve estar passando.
  - Nós precisamos de um plano para entrar no Inferno, . – Dean disse. – Não podemos nos precipitar.
  - Vamos para o bunker. – falei. – Eu só preciso que o médico me dê alta.
  - Eu irei falar com ele, tudo bem? – Cas disse e eu assenti.
  Poucos minutos depois, já estávamos fora do hospital, e eu me sentia horrível por não poder ir ao bunker sozinha, ter que depender do Cas.
  - Cas, você poderia fazer o favor? – Dean perguntou, se abraçando a , que estava abalada.
  Castiel estalou os dedos e no segundo seguinte estávamos no bunker.

  POV CASTIEL

  Deixei no quarto descansando e fui para a sala com todos armar o plano de resgate de .
  Sam lia um livro e parecia se interessar por ele. estava sentada em um canto, pensativa, e Dean procurava algo na internet.
  - O que temos até agora? – perguntei.
  - Acho que encontrei alguma coisa. – Sam falou, e em seguida leu um trecho do livro. – “A fonte de poder somente poderá ser derrotada se o descendente for o portador da arma de destruição.”
  - Isso quer dizer que... – foi até a mesa onde todos estavam.
  - e são as únicas que podem matá-los. – Dean completou.
  - Isso é perfeito. – falei. – Agora precisamos de um jeito de colocar Sam e Dean no Inferno.
  - E se... Nós entrássemos pelo Purgatório? – sugeriu. – Tem um portal aqui na terra que os teletransporta até o Purgatório, e nele tem outro que os leva ao Inferno.
  - Mas apenas humanos passam por ele. – eu disse. – Talvez eu tenha que ficar fora dessa.
  - Nós nos viramos. Você fica aqui cuidando de . – disse.
  - Então... Qual é o plano? – Sam perguntou, largando o livro.
  - Eu posso deixar vocês no Purgatório e então eu me entrego para eles. – parecia empolgada. – E então vocês chegam, matam os demônios, nos soltam, capturamos a Abaddon e o Crowley, trazemos eles pra cá e os matamos! É perfeito!
  Sam e Dean se entreolharam.
  - Não é tão simples assim, . – Dean disse. – Nós não sabemos a quantidade de demônios que tem por lá, onde a está, e, ainda por cima, será arriscado demais chegar perto da Abaddon e do Crowley para algemá-los.
  - Mas irei ajudar vocês. – ela insistiu. – Por favor, garotos, é uma oportunidade única, a única forma de acabar de vez com eles antes que eles acabem com nós.
  Dean suspirou.
  - Tudo bem, . Mas mesmo assim, precisamos nos preparar. Água benta, sal, ferro... – Dean começou a citar coisas necessárias para o plano.
  - Claro. Eu consigo providenciar o que vocês quiserem. – ela sorriu. – Eu acredito em vocês, garotos, de verdade.
  - Nós iremos fazer isso amanhã de manhã. Hoje precisamos descansar depois de tudo o que aconteceu. – Sam falou.
  - E aproveitar a nossa possível última noite na terra. – Dean completou, indo até . – Porque não sabemos o que pode acontecer amanhã.
   o beijou por um longo momento e sussurrou algo em seu ouvido. Eles imediatamente se levantaram, sorrindo.
  - Eu e a estamos indo... Dormir, okay? Nos vemos amanhã. – sendo assim, eles saíram e foram para o quarto.
  - Eu também vou ir para cama, Cas, boa noite. – Sam disse, com tristeza na voz, e se retirou.
  Então fui para o quarto cuidar de e de meu bebê, já que amanhã os garotos podem também decidir o destino dos dois.

Capítulo 12

  POV DEAN

  Acordei abraçado em . Ela estava deitada em mim, com os olhos fechados e sorrindo. Era a primeira vez que eu a via sorrindo em dias.
  - Bom dia, Dean. – ela me cumprimentou, quando eu me espreguicei.
  - Bom dia, princesa. – eu a cumprimentei de volta, acariciando os seus cabelos.
  - Você está ansioso? – ela perguntou, se levantando da cama e colocando sua camiseta.
  - Preocupado. – respondi. – Mas preparado.
   me jogou minha camiseta.
  - Eu quero ver a logo. – ela colocou o seu short. – Vamos preparar a água benta, certo?
  - Certo. – me levantei e fui atrás do resto de minhas roupas. – Eu posso fazer isso por você.
  - Não tem problema, Dean. É só você não jogar em mim. – ela riu. – Vamos logo.
  Fomos até a cozinha e eu peguei algumas garrafas e crucifixos.
  - Aqui, enche esses de água. – pedi para e lhe dei algumas garrafas. Ela me obedeceu. Sam logo apareceu na cozinha para nos ajudar.
  - Começaram cedo hoje. – ele comentou.
  - Não podemos perder tempo, Sammy. Vá ao mercado comprar sal grosso que eu e a damos conta de tudo aqui. – lhe joguei as chaves do Impala e ele as pegou no ar. – Cuide bem da Baby.
  Sam concordou e me obedeceu. Assim que terminou de encher as garrafas, coloquei um crucifixo em cima de cada uma e citei o feitiço.
  - Isso não é suficiente. – disse. – Precisamos de mais garrafas.
  Fiz o que ela pediu e repeti o mesmo procedimento.
  Algum tempo depois, quando Sammy já havia chegado, separamos as garrafas, armas, e sacos de sal grosso em mochilas diferentes.
  - Prontos? – Sam perguntou.
  - Eu acho que sim. – respondi. – Você está com a sua faca aí? – ele concordou e me mostrou a faca em seu bolso. Eu estava com a minha lâmina angelical presa em minha cintura.
  Cas e nos observavam enquanto nos ajeitávamos. Quando finalmente terminamos, eles vieram até nós.
  - Tenha cuidado, Dean. – Castiel falou. – Eu ficarei aqui em cima cuidando das coisas em seu lugar.
  - Isso não é um adeus, Cas. É um até logo. – falei, o abraçando.
  Ele sorriu para mim e então fui até , também a abraçando.
  - Boa sorte com o bebê. – eu disse. – Tenha cuidado, okay?
  - Você também, Dean. Eu sei que não tivemos muito tempo juntos, mas se você voltar será padrinho do meu filho. – ela disse.
  Eu ri.
  - Serei o melhor padrinho do mundo, . – baguncei os seus cabelos e fui até a porta, esperando Sam e se despedirem dos dois.
  - Está na hora. – disse, assim que saímos do bunker. Ela estalou os dedos e de repente estávamos em um beco escuro.
  - É aqui? – perguntei, e ela concordou com a cabeça. Peguei minha arma e a destravei. Nós iríamos entrar no Purgatório, e, por experiência própria, tínhamos de estar armados.
  Sam fez o mesmo, nós vamos enfrentar muita coisa dali para frente.
   fechou os olhos e segurou a minha mão e a de Sam, logo depois murmurando um feitiço.
  Alguns segundos depois, eu estava novamente no Purgatório, em meio a diversas árvores.
  - Façam silêncio. – sussurrou. – Que talvez não sejamos notados. Eu guiarei vocês até eu poder conversar com a Abaddon, certo?
  - Certo. – começamos a caminhar pelo Purgatório, com cada lembrança daquele tempo horrível que passei nesse lugar me assombrando a cada passo que eu dava.
  Com cuidado, chegamos até o portal, acidentalmente atraindo alguns monstros.
  - , vá depressa. – falei, ao ver que eles se aproximavam. – Nós vamos tentar aguentar o máximo possível.
  - Okay. Dean. – ela olhou para mim. – Eu te amo, tá? Caso algo aconteça comigo, eu só quero que você fique sabendo disso. – ela me beijou e entrou no portal antes que eu pudesse responder.
  - Dean. – Sam me avisou. – Acho que os vetalas vieram se vingar.

  POV

  Entrei no portal com os olhos cheios d’água. Tinha quase certeza que não iria voltar para a Terra, pelo menos não viva.
  Começei a andar, percebendo que todos os demônios se espantavam ao me ver.
  Ao chegar às portas da Sala do Trono, respirei fundo. Eu precisava pensar muito bem no que iria fazer e dizer.
  Arrumei minha roupa e finalmente entrei, em passos largos e barulhentos, para que Crowley e Abaddon percebessem a minha chegada.
  Parei na frente dos dois, que estavam sentados em seus respectivos tronos.
  - Finalmente. – Crowley suspirou, ao me ver.
  - Não me diga que foi idiota o suficiente para vir atrás de sua irmã. – Abaddon riu, sarcástica.
  - Não lhe interessa o motivo pelo qual eu vim aqui. – falei. – A questão é o que vocês querem comigo e com a ?
  Senti um demônio qualquer chegar por trás e rapidamente, me algemar.
  - Me solte! – gritei, mas percebi que por algum motivo eu não conseguia usar os meus poderes.
  - Devo admitir, os Winchesters até que tem boas idéias. – Crowley disse. – Como algemas com armadilhas do Diabo.
  Cerrei meus dentes de raiva, e ao lembrar dos garotos, senti uma pontada de preocupação.
  - Mark. – Abaddon chamou. – Coloque-a junto com os ingredientes, em seguida traga .
  - O que vocês querem com nós? – insisti, e o demônio a obedeceu, segurando meu braço e me levando até um canto do lado do trono e me ajoelhando no chão á força, logo depois saindo.
  - Isso você irá saber daqui a pouco, querida. – ela respondeu.
  - Vocês... – percebi que Abaddon havia começado a colocar os sangues dos alfas em um grande recipiente. – Irão nos sacrificar para concluir o feitiço.
  Se ela estava colocando os ingredientes para ascender Astaroth agora, isso significava que o meu plano iria dar todo errado. Sam e Dean precisavam chegar rápido.
  Tentei manter a calma, meus pais não podiam nem desconfiar do plano de resgate.
  Ouvi a porta ser aberta e então um demônio entrou junto com , que também estava algemada. O que mais me surpreendeu foi que Abaddon e Crowley tiveram a coragem de torturar a própria filha. O rosto de minha irmã estava repleto de cortes, havia também muito sangue escorrendo pelo seu rosto.
  - . – eu disse. – O que eles fizeram com você?
  - O que você está fazendo aqui, ? – ela arregalou os olhos ao me ver, assustada.
  - Eu vim te salvar. – respondi. – Mas as coisas deram um pouco errado. – o demônio jogou a minha irmã ao meu lado. - Você está bem, maninha?
  - Sobrevivendo. – ela suspirou. – Precisamos achar um jeito de dar o fora daqui.
  - Sam e Dean devem chegar a qualquer momento. – sussurrei em seu ouvido, e percebi que Abaddon havia começado a colocar algumas graças dentro do recipiente.
  - Então você obrigou a roubar a graça de . – eu tentei distraí-la para ganhar um pouco de tempo. – Como você pode ser tão baixa?
  - Ela mesma me pediu isso. – quando ela foi colocar a última graça, a mais reluzente de todas, que eu identifiquei como a de , parou e olhou para mim. – E eu não consegui negar isso á minha filha. – ela sorriu ironicamente.
  - Você o quê? – perguntei indignada, não acreditando no que havia escutado.
  - Foi antes. – disse. – Antes de eu ver o lado bom das coisas. Pare de tentar me jogar contra ela, Abaddon.
  - Antes de você, , fazer a cabeça de . – ela falou, destampando o frasco da graça.
  Mas antes que Abaddon pudesse colocar a graça de no recipiente, ouvi o grito de um demônio sendo morto do lado de fora da Sala do Trono.
  Sam e Dean haviam finalmente chegado.

  POV SAM

  Matei o último demônio que havia naquele corredor com a minha faca, o fazendo soltar um grito de dor.
  - Maravilha. – Dean falou, tampando a garrafa de água benta e colocando de volta na mochila. – Tudo pronto?
  Assenti com a cabeça e entramos juntos.
  - Droga. – murmurei ao ver aquela cena.
  - Então esse é o seu plano, ? – Crowley riu ao nos ver.
  As duas irmãs estavam sentadas no chão, algemadas, perto do trono, onde Abaddon estava iniciando o feitiço da ascensão de Astaroth.
  Notei que estava toda machucada, e isso me deixava com vontade de ir até ela correndo e ajudá-la, mas tínhamos um problema maior.
  - Chegaram a tempo de ver o espetáculo. – Abaddon falou, interrompendo seu feitiço ao me ver. – Presenciarão Astaroth ser libertado, suas queridas amigas sendo mortas e depois, quando o último fio de esperança ainda sobreviver, irei matar vocês dois, então tudo o que vocês viveram terá sido em vão. Sinto em informá-los, mais os Winchesters se meteram com as pessoas erradas desta vez.
  - Você não tem idéia de quantas vezes já ouvimos isso. – Dean falou e então avançou na direção de Abaddon que, com um gesto, jogou meu irmão contra a parede mais próxima.
  - E essa será a última, Winchester. – ela girou a sua mão e então Dean ficou sem ar.
  - Sammy. – ouvi me chamar, sua voz estava falhando. – Água benta.
  Sem pensar duas vezes, fiz o que ela pediu e peguei a garrafa em minha mochila rapidamente, jogando uma parte do conteúdo em Abaddon. Imediatamente, Dean caiu no chão, recuperando o fôlego.
  Corri até as meninas e tirei do bolso um grampo, dando-o primeiro para soltar-se das algemas.
  Crowley me jogou contra a parede, ordenando um demônio me prender e indo ajudar Abaddon.
  Assim que ele chegou perto de mim, joguei água benta em seu rosto e o esfaqueei.
  Ao ver que havia se soltado e estava ajudando a irmã, corri até Dean antes que Abaddon se recuperasse e entreguei a minha faca a ele.
  - Me dê a Espada de Arcanjo, eu irei ajudar as garotas. – pedi rapidamente.
  Dean me entregou a Espada e eu lhe dei a Faca que mata demônios, correndo até as meninas.
  Abaddon já havia se recuperado, e estava avançando com raiva em minha direção.
  Em um rápido movimento ela me desarmou e me jogou contra a parede, fazendo com que eu perdesse os sentidos.

  POV

  - SAM! – berrei, ao ver que Abaddon havia o feito perder os sentidos. Se algo acontecesse com ele, eu nunca iria me perdoar, era por minha culpa que eles estavam aqui.
  Abaddon pegou a espada que Sam estava na mão e veio até nós.
  - Vamos logo com isso. – ela falou, erguendo pelo pescoço.
  Por um momento, pensei que ela iria jogar a minha irmã longe, mas quando Abaddon atravessou a espada de Arcanjos em sua barriga, eu gritei. Gritei por que nada mais importava, apenas ela. Era tudo minha culpa. Eu não deveria ter traído a todos, não deveria ter fugido, ter roubado a graça de , ter atraído todos para cá. Era por minha causa que estava morrendo.
  - ! – ouvi o grito abafado de Dean ecoar pela sala, mas ele não podia se mexer, Crowley estava usando seus poderes para imobilizá-lo, enquanto olhava para Abaddon, vendo aquela cena. Eu precisava fazer alguma coisa, e rápido.
  Olhei para a mochila de Sam perto da porta. Deveria ter algo lá que poderia prejudicar meus pais.
  Corri na direção da mochila e escutei o corpo de cair no chão. Tentando não abandonar meu pequeno plano e ir até ela, começei a vasculhar a bolsa rapidamente, mas não encontrei nada que pudesse realmente feri-los.
  - Armadilhas do Diabo... – Dean murmurou para mim, ainda imóvel. – Nas balas... Atire neles.
  Rapidamente entendi o recado, pegando uma arma de dentro da mochila. Os Winchester eram bem inteligentes.
  Antes que Abaddon ou Crowley pudessem chegar até mim, disparei em direção a eles, os deixando imobilizados. Dean conseguia finalmente se movimentar, e correu até o seu irmão.
  Meus pais caíram no chão, em frente aos seus tronos. Nós havíamos vencido, eles estavam derrotados.
  Corri até a minha irmã, com muito medo de que Abaddon tenha a machucado mortalmente.
  - , você está bem? – perguntei. Ela estava com a mão pousada em seu ferimento, que sangrava, e me desesperava.
  Uma lágrima escorria em seu rosto, e ao escutar a minha pergunta, ela sorriu fraco.
  - Eu acho que não, . – ela conseguiu dizer. – Mas você está, é o que importa. Eu te perdôo, , porque eu amo você. Cuide do Dean pra mim, okay? Diga a ele que eu o amo. E por favor, . – ela fez uma pausa, e percebi que sentia muita dor. – Seja feliz com o Sammy, ele também ama você. Obrigado por tudo, , de verdade.
  - Não, . – implorei, deixando algumas lágrimas caírem. – Por favor, aguente firme. Eu preciso de você ao meu lado, maninha. – eu a peguei no colo.
  Ao ver que Sam acordava, Dean correu até eu e , a pegando de meu colo.
  - Princesa, me escuta, você vai ficar bem, okay? Nós vamos dar um jeito, aguente firme, por favor. – a voz de Dean já falhava, e assim como eu, ele chorava. Foi aí que eu percebi que ele estava realmente apaixonado por , e que por minha culpa ele estava a perdendo. Eu precisava fazer alguma coisa.
  - Vocês dois. – tentei melhorar a minha voz o máximo possível, tentando não me controlar para não ir até os braços de Sam, lhe pedir desculpas e dizer o quanto senti a sua falta. – Algemem eles o levem para o portal. – eu fui até a mesa que havia ali e peguei a graça de , a única que Abaddon não havia colocado no feitiço. Talvez ela aceite minhas desculpas, poderia virar um anjo novamente. – Eu levarei até o bunker. Volto em alguns minutos para pegar vocês.
  Peguei dos braços de Dean novamente, ela já estava desacordada. Me concentrei e recitei o feitiço que me levou de volta à terra.
  Bati na porta do bunker na esperança de que Castiel ou abrissem. Não demorou muito para ser aberta por um anjo que eu desconhecia. Não me importei em perguntar quem era, apenas desci as escadas depressa.
  - Cas, um demônio! – o homem berrou.
  - Está tudo bem, James. – ouvi a voz de Castiel, mas ignorando, passei reto por ele, levando até o quarto de Dean e a deitando na cama.
  Cas logo apareceu na porta do quarto.
  - O que aconteceu? , você está bem? – ele parecia preocupado.
  - Abaddon esfaqueou-a, Cas. Eu não sei se ela vai sobreviver. – eu falei rapidamente e pensei se Castiel, como anjo, podia curar a minha irmã. – Você pode curá-la, não é? Por favor. – implorei.
  - Eu posso tentar , mas não tenho certeza se será possível. – ele respondeu. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Eu sabia que seu caso era grave, mas sempre há esperança.
  -Por favor, Cas, não por mim, mas por Sam e Dean. – implorei mais uma vez e me lembrei que tinha de ir buscar eles. – Eu vou buscar eles enquanto isso.
  - Eu farei o possível. – respondeu ele e eu sorri em agradecimento.
  Cheguei perto de e beijei sua testa, sussurrando um “sinto muito” em seu ouvido, não sabendo ao certo se ela poderia me ouvir.

Capítulo 13

  POV DEAN

  Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo com . Eu me sentia mal por não poder ajudar a minha garota, mas iria fazer o possível, começando por Abaddon e Crowley.
  Assim que saímos do Purgatório, nos levou direto para o bunker. Crowley e Abaddon estavam feridos, e não podiam usar os seus poderes. Como eu estava adorando aquilo, eu faria de tudo para me vingar deles.
  - Como você se sente estando em um lugar que sempre quis estar, mas não podendo ver o quão incrível ele é, Abaddon? – disse com raiva, olhando para a sua mãe, que assim como Crowley, estava com uma venda nos olhos.
  - Você vai se arrepender disso, . – ela respondeu entredentes, irritada.
  - Não conte com isso. – falei, abrindo a porta do bunker.
  - Sammy, você pode levá-los? Eu acho que o Dean precisa ver a ... Uma última vez. - pediu e Abaddon deu uma risada irônica.
  - Agradeçam a mim. Eu fiz um favor a você. – Abaddon disse, e então, com raiva, a agarrei pelos cabelos e a empurrei para Sam.
  - Claro. – Sam respondeu, pegando Abaddon e Crowley pelo braço e os levando para outro cômodo.
  - Onde ela está? – perguntei, descendo as escadas.
  - No seu quarto. Espero que não se importe.
  Balancei a cabeça negativamente e corri na direção do local que havia indicado.
  Encontrei e Cas em volta de . Me apressei em chegar até ela, que ainda estava desacordada e me sentei ao seu lado, colocando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.
  - Ela vai ficar bem? – perguntei, segurando as lágrimas.
  Castiel olhou para .
  - Eu estou fazendo o meu melhor, Dean, mas... Não tenha esperanças.
  Fechei os olhos com força, eu não podia perdê-la, não agora que estava tão perto do final, que iria se tornar livre. Agora que eu a teria para mim para sempre.
  Ouvi alguém abrindo a porta e vi e Sam entrarem.
  - , eu preciso me desculpar pelo que eu fiz. – disse. – Eu não espero que você aceite minhas desculpas, mas...
  - Está tudo bem, . Eu acredito em você, e além do mais, eu e meu bebê estamos saudáveis e felizes. – ela sorriu.
  - Mas... – ela tirou do bolso um pequeno frasco com um líquido reluzente. – Você ainda vai querer isto, certo?
  A graça de , claro. a havia resgatado antes que Abaddon a jogasse no feitiço.
  - Como você... – pegou o frasco azul de sua mão e logo abriu um sorriso, olhando para . – Esta pode ser a salvação de !
  Com essas palavras, eu me enchi de esperança outra vez. daria a sua graça para salvar a minha princesa?
  - , você não precisa fazer isso. – falou, mas eu sabia que ela, assim como eu, queria ver a sua irmã outra vez, nem que fosse por um último minuto.
  - Eu não preciso mais de minha graça, . – ela disse. – Sem ela, meu bebê e eu estamos a salvo, não somos mais um perigo. Essa pode ser a única chance de .
   ficou paralisada por um minuto.
  - Obrigada, , muito obrigada. Mas, mesmo assim, a é um demônio, não sabemos o que poderia acontecer com ela se pegasse sua graça. – ela explicou.
  - Nunca saberemos se não tentarmos. – respondeu. – Dean, você tem uma seringa?
  Me levantei imediatamente e concordei com a cabeça, tratando de ir pegar a seringa. Voltei segundos depois com o objeto em mãos.
  - Rezem para que dê certo. – pegou a seringa e começou a enchê-la com a sua graça. Me afastei e fiquei observando o procedimento. Assim que a anja injetou o líquido em , pude ver a graça azul ser distribuída em suas veias.
  Me perguntei se demoraria muito tempo para acordar. Eu precisava vê-la acordada, eu precisava beijá-la mais uma vez e falar o quanto eu estava apaixonado por ela.
  - Eu... Eu acho que está funcionando. – Sam disse.

  POV

  Acordei com uma dor horrível em minha barriga. Eu me sentia diferente, como se estivesse mais frágil, ou algo do tipo. Sentia meu coração pulsando mais rápido, minha cabeça não pesava mais com tantos problemas, talvez porque eles de fato haviam acabado.
  Lembrei dos últimos momentos da luta, e sim, nós havíamos vencido. O que eu não entendia era como eu sobrevivi, havia levado uma facada de Abaddon.
  - ! – ouvi a voz de . Percebi que estava no quarto de Dean. Rapidamente senti a minha irmã me abraçar fortemente, deitando a cabeça em meu ombro e começando a chorar. – Me desculpe, . Foi tudo culpa minha, eu juro que nunca mais irei magoar você. Eu te amo, , você é a melhor irmã do mundo. – ela falava sem parar, se desculpando.
  - ... – eu a interrompi. – Eu não estou entendendo. Abaddon me esfaqueou, não tem como eu estar aqui. – notei que todos estavam ali, me olhando apavorados, assim como . – Está tudo bem?
  - Seus... Olhos. – respondeu por todos. Me levantei um pouco tonta e fui até o espelho mais próximo, vendo algo que jamais pensei ver. Um de meus olhos estava negro, como sempre acontecia quando eu sentia raiva, o que não era o caso. Mas o outro... Por alguma razão estava azul, claro e radiante, assim como eu via em todos os anjos que meus pais capturavam no Inferno.
  - O que... – murmurei. – O que está acontecendo comigo? – eu me virei, ficando de frente para todos.
  - lhe salvou. – me respondeu. – Ela deu a graça dela a você.
  - Mas o que importa é que você voltou para mim, princesa, voltou para nós. – Dean falou, vindo até mim e me abraçando. Foi então que eu percebi que sentia falta dele, de seu abraço, de seu cheiro, e, principalmente, de seu beijo. Eu o correspondi, o abraçando com força. – Nunca mais faça isso, , eu não vou suportar a ideia de te perder outra vez. Eu te amo, e só realmente me dei conta disso quando percebi que não conseguia ficar longe de você. Percebi que estou apaixonado por você.
  Eu sorri e o beijei. O que eu sentia por ele não poderia se resumir em palavras. Era forte, intenso, como o nosso beijo, tudo o que eu sentia estava expresso ali.
  - Obrigado por estar aqui, Dean. Eu te amo muito, mais do que eu poderia lhe dizer. Eu sempre soube que você era o caçador que faria tudo isso valer a pena.
  - Okay, casal. – Cas advertiu. – , nós capturamos Crowley e Abaddon. – meu sorriso de desfez ao ouvir aqueles dois nomes. Me separei de Dean e fui até , pois ela era a única que entendia o que eu estava passando naquele momento. Querendo ou não, Abaddon e Crowley eram nossos pais, os quais, por muito tempo, foram aqueles que nós respeitávamos e devíamos tudo. Que nós, por muito tempo, achávamos amar, e agora teríamos que matá-los. – E cabe a você e matá-los. É o único jeito.
  Concordei lentamente com a cabeça, absorvendo as informações.
  - Me levem até lá que eu os mato. A primeira coisa que eu quero fazer é matar aquela vadia.

  POV

  Eu, , Dean e Sam chegamos até a porta do lugar onde Crowley e Abaddon estavam.   - ? – Sam me chamou para um canto. Ele me entregou uma arma. – Tome cuidado lá, okay? Eu te amo. Qualquer coisa que eles falarem, não acredite.
  Concordei com a cabeça e o beijei. Porque só Sam conseguia me passar segurança em uma hora dessas. Eu sabia o quão sujo meus pais eram e o quão baixo eles poderiam jogar. Eu estava com raiva, ódio, por tudo que eles fizeram à , a mim, aos garotos e a todas as outras pessoas que morreram em suas mãos. Mas eu estava principalmente com medo de tudo que teria que aguentar nos próximos momentos.
  - Não se preocupe Sammy. Eu terei cuidado lá, protegerei e daqui a uns minutos voltarei para você. E sabe o que eu pensarei quando tudo isso acabar? Que poderei me aconchegar em seus braços, pela eternidade que eu quero passar ao seu lado, porque seu abraço me transmite tudo o que eu fui privada a minha vida inteira: amor, segurança e, o mais importante, alguém que eu possa confiar. Eu te amo, Winchester.
  Sam sorriu e me beijou outra vez.
  - Eu vou estar te esperando aqui, de braços abertos, para acolher a única pessoa que eu tenho certeza que amei durante todo esse tempo.
  Destravei a arma e sorri para ele, o abraçando pela cintura, indo até e Dean.
  - , você pode esperar aqui um pouco? Eu vou ver se está tudo seguro por lá e então você poderá entrar.
  Ela concordou e eu entrei no local onde meus pais estavam.
  Crowley e Abaddon estavam ambos acorrentados, incapacitados de usufruir de seus poderes.
  Dei uma risada sarcástica ao ver aquela cena.
  Fui até eles e arranquei as vendas de seus olhos.
  - Vejamos, - falei – o rei e a rainha do Inferno acorrentados juntos no bunker dos Winchesters? Belo jeito que vocês encontraram de acabarem com as suas vidas. Seria uma boa hora para colocar em prática tudo o que aprendi no Inferno, certo?
  - Você está feliz demais para quem acabou de perder a irmã, querida. – Crowley ironizou.
  - Então. – respondi. – Como você fez questão de lembrar, vocês mataram a minha irmã, quase mataram o cara por quem eu estou apaixonada, e sim, eu disse apaixonada, e um dos melhores caçadores que eu já conheci. Eu mereço a minha vingança, não é?
  - E o que você vai fazer? – Abaddon disse. – Nos matar?
  - Isso seria muito fácil. – percebi que na parede os garotos haviam deixado alguns instrumentos de tortura. Fui até eles e peguei uma espada de arcanjo, largando a minha arma.
  - Uma espada de arcanjo? – minha mãe riu. – Que ultrapassado.
  - Você sabe que não pode nos matar, . – Crowley disse, superior.
  Escutei se aproximar, nós precisávamos dar um fim naquilo logo.
  - Na verdade, sim, nós podemos. – minha irmã apareceu no local, olhando para os nossos pais.
  - Filha? – Abaddon tentou fingir indiferença, mas eu podia ver em seu rosto, assim como no de Crowley, que eles estavam surpresos e espantados por ver ali, viva, segurando aquela arma, enquanto eles estavam tão vulneráveis.
  - Não me chame de filha. – falou. – Porque fazer parte da família de vocês é a maior vergonha que alguém pode carregar. Então não me chame assim, Abaddon.
  - E quanto a você, ? – ela olhou para mim, ainda surpresa. – Você não era a filha que iria sempre ficar ao lado dos pais, não importa o que acontecesse?
  - Surpresa, eu menti. – com esse diálogo, eu estava começando a ficar com raiva. Queria acabar logo com isso e dar um tiro na cabeça daquela mulher.
  - Tão parecida com os pais. – Crowley falou. – Faríamos um reinado maravilhoso. Ou não, eu iria matar você e sua irmã antes disso.
  - Cale a boca, Crowley. – falei. – Vamos logo com isso, . Qual dos dois você quer matar?
  - E vocês acham que podem nos matar com essas simples armas? – Crowley riu. – Por favor, , eu achei que você fosse mais esperta.
  - Vocês deveriam pensar melhor antes de ter filhos. Ler as regras, tomar os devidos cuidados. – respondeu , destravando a sua arma. Eu não estava entendendo onde queria chegar, infelizmente os dois estavam certos, não havia nenhum jeito, nenhum modo de matá-los. – Porque se não... Os seus filhos podem ser a sua própria ruína. E, caso o rei e a rainha do Inferno não saibam, eu e somos as únicas que podem matar vocês. pegue a sua arma, vamos dar um fim nisso.
  Eu obedeci e se posicionou na frente de Abaddon, com a arma apontada para a sua cabeça. Eu me posicionei na frente de Crowley, trocando a minha espada de arcanjo pela arma que Sam havia me dado há alguns minutos. Antes de qualquer coisa, juntei o máximo de força que pude e desferi um soco no rosto dele.
  - Esse é pelo Sam.
  - E esse... – fez o mesmo em Abaddon. – É pelo Dean.
  Apontei finalmente a arma para sua cabeça.
  - No três, okay? – olhei para , que concordou com a cabeça. – Um... Dois... – fiz uma pausa. – Três.

  POV SAM

  Depois de tudo aquilo, estávamos vendo os corpos de Crowley e Abaddon queimarem. Tanto mal estava indo embora. Dessa vez, para sempre.
  Abracei , tentando adivinhar o que se passava pela sua cabeça naquele momento.
  - Eu estou livre, Sam. – ela falou para mim, me abraçando mais forte. – Estou apaixonada por um caçador e não podia estar mais feliz. Se me dissessem isso há um ano, juro que matava esse ser por apenas pensar nessa possibilidade.
  Eu ri.
  - Acho que ganho. Estou apaixonado pela nova Rainha do Inferno. – eu beijei a sua cabeça. – Vamos voltar para dentro, certo? – ela concordou.
  - Eu sou a rainha do Inferno. – ela repetiu, parecendo não ter pensado nisso ainda. – Isso então faz de você o Rei do Inferno?
  - Eu acho. – eu sorri e entramos no bunker, vendo e Dean abraçados no sofá. Aquilo era demais para , ver os corpos de seus pais queimando, mesmo eles tendo feito tão mal para ela.
  Nos sentamos no outro sofá, de frente para eles.
  - O que será daqui para frente? – perguntou Dean.
  - Eu acho que precisaremos de um quarto por um tempo. – respondeu, sorrindo. – Porque pretendemos ficar aqui, caso não se importem.
  - Claro que não. – falei. – Nós já pretendíamos pedir para que vocês ficassem.
  - Ótimo. – respondeu. – Não aceitaríamos um não como resposta.
  Passamos alguns minutos em silêncio, apenas processando tudo o que havia acontecido naqueles últimos meses, e como seria diferente daqui para frente.
  - E se nós namorássemos? – Dean perguntou de repente, quebrando o silêncio.
  - Sabe que não seria uma má ideia? – concordei e olhei para , que estava sorrindo involuntariamente, como cada um que estava presenciando aquele momento.
  - Parece que essa é a única coisa certa a fazer. – disse.
  - E a única coisa que eu tenho certeza que não me arrependeria de fazer. – completou.
  Eu e Dean nos levantamos, pegando nossas namoradas no colo.
  - Eu vou considerar isso como um sim. – Dean disse, beijando .
  - E eu como um para sempre. – eu fiz o mesmo com , certo de que tudo o que precisávamos estava ali, parado bem em nossa frente, ou literalmente, em nosso colo: a felicidade, o amor e a confiança para o resto de nossas vidas. Me sentia completo, e sabia que ninguém me faria tão feliz em toda a eternidade como estava fazendo. Eu tinha uma família perfeita, de sangue, coração e alma.

“- Continue, você sempre se lembrará. Continue, nada se iguala ao esplendor. Agora sua vida já não é mais vazia. Certamente o céu o espera.” - Carry on Wayward Son, Kansas.

FIM!



Comentários da autora


Hey pessoal, tudo bem? Parece que finalmente chegamos ao fim de Princess of Hell. Agradecemos principalmente à beta Angel, que nos ajudou na parte mais importante da fanfic: torná-la parte do site para que vocês pudessem lê-la. Agradecemos a todas as leitoras que acompanharam a trajetória das – quem diria – filhas do rei e da rainha do Inferno. Obrigado pelos comentários, incentivos e críticas construtivas que fizeram a fic chegar até aqui, o fim. Foi uma aventura e tanto ao escrever POH, choramos, nos divertimos e aproveitamos cada letra, cada espaço, cada frase e cada momento. Para nós, os Winchesters finalmente encontraram uma família de verdade,e, realmente gostaríamos que o fim da série fosse assim, porque, de hunter para hunter, sabemos que é isso que os Winchesters merecem. Obrigado mais uma vez, e até a próxima!