Please Don't Let Me Go
Escrito por Lorena Brito | Revisado por Natashia Kitamura
Parte do Projeto Songfics - 4ª Temporada // Música: Please Don’t Let Me Go, por Olly Murs
Meus olhos ardem. Nunca chorara tanto na minha vida. Como pude ser tão idiota a esse ponto? A culpa estava me corroendo por dentro, me sentia como uma pequena peça de cristal, que a qualquer momento iria estilhaçar no chão. Qual meu problema, afinal? Traí a pessoa que mais amo por causa do álcool.
~FLASHBACK~
- Me desculpa, , por favor – lagrimas rolavam livremente por minha face.
- Como, ? Na minha formatura. Você sabe o quanto aquele dia era importante para mim? – sua voz estava embargada.
- Eu estava bêbado! Nunca faria isso com você. – falei tentando lutar contra minhas lagrimas, em vão.
- Mas fez.
- ...
- Eu to cansada de dar muito de mim e receber pouco em troca, estou cansada de criar esperanças e me desapontar novamente.
- Mas...
- Me esquece.
- Eu te amo.
Ela desligou.
~FLASHBACK OFF~
Acordei de meus devaneios, quando percebi que era madrugada. Não posso ficar aqui, sem fazer nada, enquanto deixo o amor da minha vida ir embora.
Peguei a carteira e as chaves, fui rapidamente até a garagem e arranquei com minha Pajero Dakar.
Parei na floricultura mais próxima, que era aberta 24 horas.
- Olá, posso te ajudar?
- Ahn, sim. Eu quero um buque de Gardênias, por favor.
- Claro, claro. Boa escolha. É para alguém especial?
- Sim, são as preferidas da minha namorada. – ela não era mais minha namorada, mas isso não vem ao caso.
- Ela tem um ótimo gosto – o senhor que aparentava ter uns 60 anos me entregou o buque, com um sorriso estampando.
- Tem mesmo. Quanto ficou? – falei sacando a carteira
- Para você meu jovem, é de graça. Surpreenda sua namorada. – falou piscando um de seus olhos.
- Muito obrigada – disse antes de correr de volta ao carro.
Em poucos minutos chego em sua casa. Esta toda apagada, menos seu quarto, que emanava uma luz amarelada pela janela.
Bati na porta. Uma, Duas, Três vezes, nada. Bati de novo, dessa vez ouvi passos no interior da mesma.
- Certo, você venceu. Quem é? – Ela disse chegando perto da porta, mas sem abri-la.
- , por favor – falei, esperançoso.
- Vai embora – falou fria.
- Preciso falar com você.
- Não temos o que conversar – curta e grossa.
- Vou arrombar a porta – disse sem pensar.
- E eu vou chamar a policia.
- Por favor, me deixa explicar – falei já com a vista embaçada.
- Eu vi, . Com meus próprios olhos, você não precisa explicar nada.
- Eu te amo – disse dando um murro na porta, e me arrependi no segundo seguinte.
- Prove.
Até agora isso foi o nosso último diálogo. Ainda estou sentado na calçada dela, pensando em como reconquistar meu amor. Suas palavras não saiam de minha mente: “Prove”; “prove”.
Então eu lembrei.
Abri a carteira, e peguei o papel de seda, que eu guardava a quanto tempo? 5, 6 anos? As letras estavam um pouco embaçadas, e o papel prestes a rasgar por inteiro. Nele, tinha a musica que eu compus, aos 15 anos. Minha primeira música.
Peguei meu violão, que eu não tirava da traseira do carro, ele sempre andava comigo. E treinei a melodia. Muito tempo se passara desde que eu tinha tocado aquela musica, mas ainda se encaixava perfeitamente.
Peguei algumas pedrinhas e atirei na janela dela, no primeiro andar. Liguei o violão ao amplificador, mas não tão alto. Então comecei:
Where do I begin?
Should I tell you
How bad I need you now
Comecei baixo, minha voz se perdia em meio aos acordes do violão. Então aumentei o volume da mesma, tentando ver se conseguia afiná-la mais.
You're underneath my skin
But I'm confused
My head is spinning all around
As casas agora começaram a acender. Devem estar pensando “Que diabos um moleque está fazendo cantando na rua, uma hora dessas” Esse pensamento não me fez parar e sim, continuar cada vez mais alto:
I waited so long
I need to know, darling
What is on your mind
Ela apareceu na janela, tão linda. Só de olhá-la meu coração palpitava mais rápido, e eu tentava ao Maximo fazer contato visual. Não só ela como todos os vizinhos mais próximos saíram de casa para ver.
Normally I try to run
And I might even want to hide
Cause I never knew what I wanted
Til I looked into your eyes
So am I in this alone?
What I'm looking for is a sign
That you feel how I feel for you
Baby please don't let me go
E bem, eles começaram a bater palmas no ritmo da música, sim, palmas. A reação contraria que eu estava imaginando. Isso me deu mais coragem, e eu até arrisquei um solo no violão.
Caught in the inquisition
Under these conditions
I need a definition
Is it love that we're sharing
Show me that you're caring
You see my fascination
Tell me I'm not mistaken
Give me the information I need
Ela estava rindo e batendo palmas, igual aos outros, eu estava perdido em seu sorriso, tão belo. Que nem notei a roda de pessoas á minha volta, dançando e cantando em pleno cinco da manhã.
Normally I try to run
And I might even want to hide
Cause I never knew what I wanted
Til I looked into your eyes
So am I in this alone?
What I'm looking for is a sign
That you feel how I feel for you
Baby please don't let me go (Don't let me go)
Terminei a música com tanta confiança que nem sabia de onde isso tudo estava saindo.
- , me escuta, por favor. Me desculpa pelo que eu fiz, se eu estivesse sóbrio eu não faria aquilo, sei que você sabe disso. Você é meu tudo, . Essas quatro noites que passei sem você foram as piores da minha vida, Acho que todos aqui estão vendo que está estampado na minha cara quanto eu te amo e te quero de volta. Se você for me dar mais uma chance desce aqui, mas se não for, fique onde está. É a minha ultima tentativa, já fiz tudo que eu podia.
5, 10 minutos, e nada. Eu já tinha sentado na calçada e quase perdi as esperanças. Algumas pessoas já tinham voltado para casa e tentaram me “consolar”. Eu estava em desespero. E então, a porta abriu.
Me levantei o mais rápido que consegui e corri em sua direção, que tinha um sorriso largo no rosto.
Então todos começaram a gritar e bater palmas.
- Muito obrigada, . Eu te amo tanto – ela me puxou para um abraço apertado, como eu sentia falta do cheiro dela. E selou nossos lábios. O beijo mais doce que recebi na minha vida, o melhor de todos.
- Eu também te amo, bobão.

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