Perfeita

Escrito por Raphaela | Revisado por Angel

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  London – June, 21, 2009

  Andava pelos corredores movimentados da escola com certa pressa, pela segunda vez nessa semana eu estava atrasada, saí duas da manhã do restaurante que eu trabalhava e acabei perdendo a hora. Peguei meus livros de História e assim que fechei meu armário, uma pessoa estava ali, parado. Na hora que vi o rapaz quis gritar mas segurei-me e a única reação que tive foi derrubar meus livros, os olhos verdes encararam-me intensamente com um sentimento de culpa, o rapaz abaixou-se e pegou meus livros entregando-me quando levantou.
  - Desculpe-me. – o rapaz disse, enquanto coçava a nuca
  - Sem problemas. – respondi rapidamente e o rapaz ficou encarando-me em silêncio, franzi o cenho confusa e pronunciei-me – É... desculpa mas eu estou atrasada, você quer dizer algo?
  - Ah sim, claro. – disse disperso – É que eu sou novato e eu estou meio perdido, acho que me atrasei e não sei onde fica a diretoria.
  - Oh sim. – falei mordendo o lábio inferior – Você vira o terceiro corredor a esquerda, segue direto, a ultima porta. – respondi apontando para o corredor
  - É, obrigado...
  - , . – respondi sorrindo de lábios fechados – E você é...?
  - , . – respondeu-me estendendo a mão, segurei cumprimentando-o
  - Então, , se não for incomodar eu realmente preciso ir, é que eu estou atrasada e você sabe...
  - Ah sim, claro, é... boa aula. – desejou e eu acenei com a cabeça
  Como eu não esperava, eu entrei para assistir a aula. Jasmine contou-me que senhora Jones havia atrasado e por esse motivo deixou-me entrar para sua aula; , por sua vez, estava dormindo – como sempre – ele nem me viu chegar então deixei-o dormir. Já estávamos no meio da aula quando o diretor Pilsbury interrompeu alegando que teria um comunicado.
  - Este é o senhor , ele será o mais novo colega de classe de vocês.
  - Ele é um gato. – Jasmine sussurrou e eu ri baixo
  - Senhor , apresente-se por favor.
  - É... eu sou , tenho quinze anos e vim do Sul de Manchester.
  - É um prazer senhor , pode sentar-se, seja bem vindo. – a professora desejou
  Havia uma cadeira ao meu lado e foi lá que se sentou, olhei para Jasmine que estava afoita e não parava de encarar o menino ao meu lado, o rapaz sorriu de lábios para Jas em seguida olhou para mim ainda sorrindo.
  - Olá garota do susto. – disse o rapaz e eu ri abafado
  - Oi . – falei
  - Parece que nós vamos ser colegas de classe.
  - É... – foi a única coisa que consegui dizer antes de ouvir a voz da professora retomando a explicação

Capítulo Único

  Hoje, 21 de Junho de 2016, completa sete anos que nos conhecemos e por incrível que pareça, hoje também completa cinco anos desde que começamos a namorar. Há quase seis anos atrás, entrou para uma banda – que hoje é sucesso mundial e que também é um dos membros –, no final do mesmo ano que nos conhecemos, ele se inscreveu para um reality show e deu certo para ele, hoje ele é um dos garotos mais desejados pelas adolescentes e eu uma das atrizes mais odiadas pelo simples fato de namorá-lo. Sim, atriz.
  Após ele ter entrado para o X-Factor, eu comecei a fazer aula de teatro e eu consegui realizar meu sonho de infância e virei atriz, meu primeiro trabalho foi em um filme chamado Hidden e Jasmine – minha melhor amiga – estava comigo, ela interpretou minha irmã, foi algo muito rápido, Jas, assim como eu, não imaginava o tamanho do sucesso que seria esse filme, do dia para a noite nós tinhamos fãs, pessoas que nos amavam sem nós ao menos conhecer e isso é algo surreal.
  Mas voltando ao , ele não é o mesmo, quando diz meu nome não é igual a antes, seu beijo não é o mesmo, eu já pensei que eu estivesse enlouquecendo mas não, ele realmente está diferente e eu desconfio o motivo disso. Eu não sei ao certo se realmente é isso mas o jeito que ele fala dela enquanto dorme, me incomoda, ele nunca falou o nome dela mas sim como ele a trata, como ele se sente perto dela, eu me sinto inferior a ela sabendo que ele está mais feliz com ela do que comigo, que ela dá mais carinho e amor a ele do que eu dei em cinco anos, que ela é mais bonita que eu e melhor que eu.
  Quando eu o beijo, sinto o gosto do batom dela – que por sinal é muito conhecido pra mim –, todas as vezes que consigo dormir, vem a imagem dela deitada em seu peito enquanto passeia com as pontas dos dedos em seu peito, contornando sua tatuagem. Eu já tentei parecer com ela mas ele continua o mesmo comigo, passa noite fora, não me dá mais nenhum tipo de carinho.
  Quem é ela? Eu tenho minhas desconfianças e a primeira da lista é Jasmine, eu não quero acreditar, nem pensar na possibilidade de que seja ela mas o jeito que eles se olham quando se veem, o jeito que se tratam, que falam um com o outro na minha presença é imperceptível. Eu já devia ter jogado tudo para o ar, já devia ter ouvido o conselho de há muito tempo mas eu não consigo, eu preciso de uma certeza e eu não tenho mas isso não passa de hoje.
  - Bom dia, amor. – tentei dar-lhe um selinho mas ele desviou fingindo pegar outra xícara de café, suspirei pesado. Por que eu não dou um basta nisso?
  - Bom dia. – disse sem me encarar
  - Eu irei passar o dia hoje com a banda e provavelmente chegarei tarde, peço-lhe que não me espere para o jantar. – explicou-se e eu assenti
  - Eu irei...
  E saiu sem deixar-me responder, sem dar-me um beijo, um abraço ou sem dizer um “eu te amo” como ele costumava fazer. Eu quis chorar por ele ter feito isso, na noite passada ele havia feito como todas as vezes que – provavelmente – briga com ela: veio atrás de mim para ter consolo. E eu de burra ainda caio na dele e vou pra cama com ele, eu até pensei que hoje pudesse mudar, ele fosse voltar a ser o que me amava mas vejo que foi tudo em vão.
  Como essa semana não tinha gravação do meu novo filme – que por sinal é a banda que está gravando a trilha sonora – decidi dormir mais um pouco mas isso não durou muito já que eu senti uma ânsia de vômito muito forte, algo que já vem acontecendo há duas semanas.
  Eram quatro e meia quando meu celular tocou, no identificador estava o nome de com uma foto nossa ainda no colegial. Mil coisas passou pela minha cabeça, poderia ter acontecido algo com um dos meninos, principalmente com , franzi o cenho e atendi.
  - falando. – falei e riu
  - Oi , está ocupada? – perguntou-me meio risonho
  - Não, por que? – perguntei mexendo no vaso que estava em cima da mesa
  - Não quer vir pra cá pra casa? e estão aqui, chama o também. – franzi o cenho. Mas o não está com eles? Será que já acabou o ensaio? Ou melhor, será que ele mentiu pra mim?
  - Ahn... não está em casa, saiu logo cedo e até agora não voltou. – suspirei – Mas eu irei. – falei
  Quando finalizei a ligação mandei uma mensagem para .
  “Se você chegar e eu não estiver em casa é porquê eu fui dar uma volta. Não sei que horas volto.”
  Estou decidida, irei seguir o conselho de e terminarei com ele, eu cansei de ser um brinquedo pra ele, um consolo pra ele, quando assumi um compromisso com ele não era isso que eu esperava que fosse acontecer um dia, se ele quer me trocar beleza, mas faça isso depois que terminarmos.
  Peguei minha bolsa, meu celular, chequei as mensagens e tinha um “Ok” curto, seco e grosso de , ignorei a mensagem e segui meu caminho até a casa de . A tarde foi mais agradável do que eu esperava, eu comentei sobre o sumiço e a desculpa que me dera antes de sair de casa, contei sobre o termino e por incrível que pareça – ou não – todos eles estão do meu lado – nesse caso –, nenhum deles disseram nada – apesar que eu sei que eles sabem de algo – mas declararam total apoio para mim.
  - , isso é meu! – exclamou ao ver segurando uma de suas barras de chocolate
  - Perdeu, agora é meu. – zombou e mordeu um pedaço. Senti um amargo na boca e uma reviravolta no estomago
  - Vocês parecem criança. – disse e nós quatro rimos
  - Ou até pior que criança. – completei – Os dois com estomago de lobo.
  - Estamos em fase de crescimento. – disse, fingindo-se ofendido
  - , você e tem vinte e dois e vinte e quatro anos, respectivamente. – falei rindo
  - Com mente de oito. – disse
  - Somos muito maduros. – disse e eu não aguentei e gargalhei
  - Certo. – falei entre risadas
  Eram dez e meia da noite quando cheguei em casa, estava tudo em silêncio na sala, subi para o quarto e ouvi um barulho do chuveiro, fui em direção a porta e assim que entrei dei de cara com e Jasmine nus, aos beijos. Ele a beijava com carinho, com amor e ao mesmo tempo selvagem, eu já podia sentir as lágrimas escorrerem pela minha face e a ânsia crescer cada vez mais, eu quis vomitar todo o meu desgosto, todo o nojo que senti deles por estarem fazendo isso comigo.
  Eu sabia! Eu sabia!
  - Eu sabia! – exclamei. e Jasmine pararam o beijo e me encararam assustados – Eu só não queria acreditar. – eu estava tremendo
  - ... Raph... – Jasmine tentou falar
  - Cala a boca. – mandei – Como eu fui burra em achar que vocês não tinham um caso, esse caso deve ser de anos, não é mesmo? Eu lembro quando entrou na sala, Jasmine o quis, ela sempre o quis.
  - , eu... – tentou mas eu o impedi
  - , você não, eu! Eu te amei, eu te amo e você fez isso comigo, e agora? O que eu faço com esse amor dentro de mim? – solucei – Como ela te toca? Eu não sei fazer o mesmo, não é? Eu acho que não sei fazer um homem perder a cabeça como ela faz. Você – apontei para – não sabe o quanto eu tentei ser perfeita igual a ela, tentei ser igual a ela pra você me amar de novo mas pelo visto não adiantou.
  - , eu amei você mas... ela me deixa louco. – disse
  - Desculpa, eu não quis...
  - MENTIRA, É MENTIRA! – gritei – VOCÊ QUIS, VOCÊ SEMPRE O QUIS! – coloquei minhas mãos entre meus cabelos – Eu confiei minha vida em vocês e vocês fizeram isso comigo. – limpei as lágrimas
  - Desculpa. – pediu
  - Pode ficar com suas desculpas, eu não preciso delas. – falei com nojo – Quem vai precisar é você quando ela fizer você sentir o que eu estou sentindo, porque você não conhece essa vadia que está ao seu lado como eu conheço.
  - , eu não sou vadia. – Jasmine disse entredentes
  - Ah não? Tem certeza? Você é uma vadia de primeira roubando meu namorado, o cara que amei mais do que a mim mesma mas quer saber? Pode ficar, eu iria terminar com ele hoje e isso só fez adiantar meu trabalho. – funguei – Só espero que um dia não se arrependa de tudo isso, . – dei uma pausa – Na verdade, eu quero que você se arrependa e pague por tudo isso que você me fez passar.
  - Eu não vou me arrepender. – havia frieza no tom de
  - Tudo bem. – sussurrei – Pode ficar com esse apartamento, eu não preciso dele e não quero, não sabendo que essa vadia e você seu bastardo fizeram a festa aqui. – enxuguei as lagrimas – Amanhã alguém vem aqui pegar minhas coisas. – e saí sem olhar pra trás enquanto sentia meu rosto molhar cada vez mais pelas lágrimas – , vem me buscar? Por favor.
  - Estou aí em cinco minutos.

xxx

  A notícia do termino correu tão rápido quanto a notícia do novo relacionamento de com Jasmine Petterson. Nos primeiros dias e noites eu chorava feito louca, todas as vezes que um dos meninos me viam eu estava chorando, por sorte – ou não – eu consegui um apartamento mais afastado mais rápido do que eu pensei, no inicio eu pensava que poderia chorar em paz ali no meu canto mas não, os meninos iam me visitar todos os dias. Eu tentava evitar as perguntas sobre mas era inevitável e todas as vezes que eles respondiam “ele está bem” com um gosto de “ele está bem e feliz, feliz até demais”. Mas com o tempo eu aprendi a não falar mais nele e também a chorar menos por ele que não está nem ai pra mim.
  Estávamos gravando uma cena que Blake – eu – e John – Tyler Young, meu par romântico – iriam dar o primeiro beijo, que seria no London Eye. Já fazia algum tempo que eu e tínhamos nos separado, eu ainda morava com mas no mês seguinte estarei em meu novo apartamento.
  - Cena seis, tomada dois e ação! – a diretora disse
   - Sabe... eu sempre quis vir ao London Eye. – falei rindo – Sonho de toda turista.
  - Claro, nós britânicos estamos um tanto acostumados mas eu entendo vocês turistas que nunca viram uma roda gigante na vida. – John fez graça e nós rimos
  - Haha, muito engraçado! – revirei os olhos
  - Para os românticos, aqui é o lugar perfeito para que tudo comece bem... você sabe... primeiro encontro, primeiro beijo. – John disse, coçando a nuca
  - Eu já vi várias fotos no Instagram de casais que começaram o relacionamento no London Eye. – falei sorrindo bobamente
  - Podia ser nós dois. – ele soltou e eu o encarei, assustada
  - O... o que? Jo-John, eu... – senti seu dedo indicador encostar em meus lábios fazendo me silenciar
  - Deixa acontecer. – sussurrou e eu fechei os olhos, não demorei muito para sentir os lábios de John grudados nos meus

  - E... CORTA! – Jenny gritou enquanto eu e Tyler nos afastávamos e sorriamos um para o outro dando um hi-five – Vocês são maravilhosos.
  - Realmente, a minha amiga é uma ótima atriz. – apareceu do nada
  - , o que faz aqui? – perguntei confusa – Você nem falou nada.
  - Ah, , vocês chegaram. – Jenny disse – Eu os convidei hoje logo cedo, nem deu tempo de avisar, nem a vocês e nem a eles.
  - Claro. – sorri sem graça
  - Adorei a cena, cara. – cumprimentou Tyler com um aperto de mão enquanto os outros se aproximavam
  - Valeu, eu adorei a musica tema do casal, ficou bem original, bem criativo, bem a nossa cara, na verdade, a cara do casal. – Tyler disse e ele e riram – é uma ótima atriz. – elogiou-me e eu sorri forçado
  - Disso eu já sabia. – respondi – Hm, eu tenho novidades. – dei uma pausa e olhei para e ignorando totalmente a presença de Jasmine e – E vocês dois, não irão falar comigo? – perguntei
  - A gente se viu não faz doze horas. – reclamou e eu revirei os olhos. abraçou-me e deu um beijo em minha testa, fez o mesmo – Satisfeita?
  - Muito! – sorri fraco e forçado. Apesar de eu ser uma ótima atriz, eu sou uma péssima mentirosa, nunca consigo esconder meus sentimentos assim como não consigo deixar de falar minha opinião – Eu estou com sono por ter dormido tarde e acordado muito cedo. – reclamei – Essas gravações poderiam ser depois das dez.
  - Credo, , você está um porre esses dias. – disse, com a voz afetada
  - Me deixa, . – resmunguei – Sempre fui chata e não é novidade.
  - Ok, chata, já tomou café? Eu vi a senhorita saindo sem comer nada. – disse e eu revirei os olhos
  - Não senti fome, estou enjoada. – reclamei
  - Enjoada você já é. – Tyler fez graça e todos riram
  - Eu vou te jogar nesse rio e te afogar subindo na sua cabeça. – ameacei entredentes – Eu tive isso há algum tempo atrás e agora voltou, acho que é algo que comi novamente e não me caiu bem.
  - Mas voltando ao assunto do café, eu irei comprar um café pra você. – disse
  - Não , só de pensar naquele cheiro insuportável de café já me dá vontade de jogar ele no rio junto com o que eu não comi hoje. – falei – Por favor, depois eu como. – supliquei. Analisei a feição de todos ali, uma delas me chamou a atenção, a de Jasmine, ela me olhava com o olhar distante, como fosse adivinhar o que eu tenho
  - Nada disso, está assim por estar sem comer. – disse sério
  - Eu vou comprar um café com ela, já voltamos. – disse – Aproveito e tomo café de novo. – puxou-me pelo pulso e eu acenei para os outros que ficaram – Está assim porque não come direito há dias, você viu como ele está, não o deixe te estragar, não pare de comer por causa dele, ele foi só mais um que não deu certo, você achará outro que fará tudo funcionar. – aconselhou
  - Ele está melhor do que eu imaginava. – falei triste – Sua feição suavizou, quando ele estava com ela escondido, ele vivia tenso e com a feição enraivada quando chegava perto de mim. – despejei. No mesmo instante que calei a boca senti a ânsia vir mais forte – ... – o chamei
  - O que? – ele olhou-me
  - Eu vou... – não deu tempo e a água sem cor e amarga saiu pela minha boca fazendo meu estomago. Arqueei meu corpo para jogar o liquido no chão enquanto segurava meus cabelos, respirei fundo levantando-me e com a vista escura – Eu não estou vendo nada. – foram as ultimas palavras antes que eu caísse na inconsciência
  Quando eu acordei não estava mais no London Eye, estava bem longe de ser o London Eye pra ser sincera, o tom branco e o cheiro forte de álcool impregnava o local fazendo com que minha cabeça latejasse. Olhei para o lado e vi um controle, apertei no botão e com poucos minutos um homem vestido com uma batina branca entrou no local.
  - Oh, a senhorita acordou. – o homem disse – A senhorita lembra de algo antes de desmaiar?
  - É... só que eu estava com e que iriamos comer mas eu estava enjoada. – coloquei a mão na cabeça, fazendo careta – Quem é você?
  - Doutor Wilson. – respondeu – Suponho que a senhorita vem sentindo tonturas, enjoos e algo do tipo, estou certo? – assenti – Temos um diagnostico, seu exame de sangue diz que a senhorita está grávida de sete semanas e...
  - G-grávida? – perguntei nervosa – N...não doutor, eu não posso ter filhos.
  - A senhorita teve endometriose. – o médico completou – Senhor Horan contou-me mas digo-lhe que é possível engravidar naturalmente, é difícil porém não impossível, será uma gravidez delicada e de risco, portanto peço-lhe que repouse e não faça muitos esforços.
  Um filho. Eu terei um filho de !
  - Eu não contei aos seus amigos sobre isso pois acredito que a senhorita mesma prefira contar. – o médico disse
  - Pode chamar , por favor? – pedi. O médico assentiu e saiu
  Eu não sabia o que fazia, se começava a rir ou se começava a chorar, ser mãe era uma das coisas que eu mais queria na vida, eu até estava pensando em adotar – mais pra frente – mas nunca imaginei que sairia um fruto meu. Coloquei a mão na barriga e sorri fraco, ali estava um pedaço meu e de , é como se o meu futuro filho ou filha estivesse vindo para curar todas as feridas que foram feitas em mim.
  - ? – a voz de me fez encará-lo, meus olhos lagrimejaram
  - Oi. – falei – Dei um belo susto, não? – perguntei e ele assentiu meio risonho
  - Não faça mais isso, mocinha! – repreendeu-me – O que o doutor disse? É muito grave?
  - Depende. – mordi meu lábio inferior – Ele só pediu para que eu não fizesse esforço e ficasse de repouso pelos próximos nove meses. – passei a língua nos lábios
  - Como... – parou por uns segundos – Foi por isso que ele me perguntou se você já teve algum problema lá e na hora do desespero eu respondi tão rápido que nem percebi.
  - Eu não sei o que fazer, eu me sinto perdida. – despejei – O que eu faço, ? Me ajuda, eu não quero tirar e não queria que ele soubesse mas essa hipótese eu descarto já que nossas vidas são expostas.
  - Calma, não adianta se estressar agora, você não pode. – disse e ficou calado por mais um tempo – Eu vou chamar os outros.
  - Os outros inclui aqueles dois traíras? – perguntei e ele olhou-me apreensivo – , eu não os quero aqui, manda eles irem embora, não quero vê-los pelos próximos cem anos.
  - , uma hora ou outra vocês iriam se encontrar, vocês passaram um tempo sem se ver, pode ter parecido que sarou mas sabemos que não, mas, também sabemos que você iria reencontrá-los mais cedo ou mais tarde. – alisou meu cabelo
  - , eu olho para eles e sinto nojo, eu lembro da cena que vi no meu banheiro, no banheiro que eu e ele compartilhamos momentos íntimos juntos. – minha voz estava embargada – Por favor, eu já tive que aguentar hoje logo cedo, foi mais fácil pois estávamos em ar livre mas agora nesse ambiente fechado é complicado. – supliquei
  - Tudo bem, eu farei o máximo para que eles vão embora. – e sumiu atrás da porta logo em seguida

   está grávida e o pai é... .
  As redes sociais bombaram nessa quarta-feira, anunciou que está grávida de três meses e o pai é ninguém mais ninguém menos que . disse que está muito feliz com a noticia e pretende ter seu filho em Manchester – onde nasceu e cresceu.
  A estrela do filme Hidden tem endometriose mas segundo seu médico, seu caso não era tão profundo portanto era possível sim ela engravidar.
  “Eu estou muito feliz, eu espero que vocês fiquem, eu quero compartilhar isso com vocês.” Disse . “Eu não sei bem o que sentiu quando contei-lhe sobre a gravidez mas eu não impedirei de vê-lo.” Disse sobre “É realmente algo intimo, não quero expor aqui sobre esse assunto que ainda é um pouco delicado e desconfortável pra mim.” Finalizou, sobre os últimos acontecimentos em sua vida.
  Segundo , descobriu a gravidez há pouco mais de um mês mas só resolveu revelar agora porque sentiu-se confortável e pronta para revelar ao mundo seu primeiro filho.
   tem vinte e dois anos e seu próximo longa metragem, 80 days with her, ao lado de Tyler será lançado em Dezembro.”

  Essa era a primeira noticia que apareceu na televisão assim que a liguei a televisão, suspirei, eram cinco e trinta e cinco da tarde, teria show hoje à noite portanto não poderia vir aqui hoje então fiquei repousando como o médico sempre diz, não que eu não esteja repousando mas eu estou me prevenindo depois que ele falou que eu poderia sofrer um aborto a qualquer momento e por isso que não posso viajar para Manchester.
  Mas isso tudo passou, bom, em partes, eu continuo em risco mas fui liberada para viagem desde que alguém viesse me buscar. Eu irei passar o resto da gravidez ao lado da minha família, lá eu, com certeza, terei toda a atenção e apoio – não que ou ou não me desse mas é que eles andam ocupados – então para evitar algo mais grave eu fui e a despedida com os meninos foi apenas uma mensagem para eles. Feio da minha parte? Sim, completamente, mas foi melhor assim.
  O tempo passou e nisso a minha barriga crescia cada vez mais com o passar do tempo, eu sentia muitas dores na barriga e na coluna, já sofri três ameaças de aborto desde que cheguei, quase toda semana estamos indo para o Hospital St. Rose com medo do que possa acontecer com meu filho. Sim, meu filho, no masculino e singular. veio em Manchester há duas semanas mas não se deu o trabalho de saber a situação do filho dele, quem sempre vem aqui é sua irmã ou sua mãe, inclusive elas saíram de casa por não suportar Jasmine. Katheryn e Lauren não aceitaram o que fez, bom, até eu mas não podemos fazer nada para mudar isso, ele a quis, ele fez sua escolha e infelizmente não escolheu a mim.
  Eu já estava no sétimo mês beirando o oitavo, entrei no banheiro e tirei a roupa para tomar banho, ao abrir o chuveiro senti algo escorrendo pelas minhas pernas sem eu ter feito ao menos força para fazer xixi, olhei para baixo e vi a água vermelha escorrendo para o ralo.
  - MÃE, PAI, JORDAN! – gritei, não demorou muito para que os três aparecessem – Uma água vermelha, a bolsa estourou e veio com sangue. – falei nervosa, foi quando senti uma dor forte na coluna
  - Mas não está na hora! – meu irmão exclamou, desesperado
  - Eu sei. – falei
  - Eu vou arrumar o carro. – meu pai disse e saiu correndo
  - E eu vou pegar a bolsa, Jordan leve-a para o carro. – minha mãe falou e saiu, Jordan vestiu o vestido que eu estava e me pegou no colo fazendo com que eu sentisse um desconforto em seguida uma dor forte no mesmo lugar da primeira contração.
  Como era previsto, eu tive complicações na hora do parto, a minha placenta descolou e eu não pude ter normal, além disso, a minha pressão subiu drasticamente e isso me fez ter eclampsia. Quando acordei, um dia e meio depois do parto, estava minha mãe, e Jordan no local, meu pai estava com , e Jasmine olhando meu filho que estava numa incubadora. Eu precisei implorar para vê-lo já que não queriam que eu saísse da cama e fizesse esforços mas isso não me fez desistir porém eu só pude vê-lo na manhã seguinte.
  Meu filho, tão pequenininho, sua mão segurava meu dedo indicador enquanto eu chorava por estar ali com ele, seus pequenos olhos pareciam com os de assim como seus lábios, já seu nariz era igual ao meu. Foi nesse momento que eu percebi que eu não tinha decidido o nome que eu iria colocar – já que eu estava em duvida entre dois nomes – e foi quem me ajudou a escolher, eu estava dividida entre Dylan e Enzo então quando finalmente resolvi, fiquei com Dylan.
   – por incrível que pareça – ajudou-me durante os dois meses que estive em Manchester, quando ele viu o pequeno bebê em meus braços, seus olhos encheu-se de lágrimas e quando o segurou, eu vi suas lágrimas descerem pelas bochechas. Dylan olhou para o pai como se já o conhecesse há muito tempo e aquilo mexeu comigo, eu desejei mais que tudo que ele estivesse ao meu lado e compartilhasse toda essa felicidade comigo. Enxuguei as lágrimas que insistiam em cair e sorri ao ver a conexão entre pai e filho.
  - Oi... – disse, apenas com a cabeça dentro do quarto
  - Oi . – falei baixo – Entra.
  Silêncio.
  - É... eu vim ver como vocês estavam, eu estive aqui e você estava dormindo e o bebê...
  - Dylan. – contei – O nome dele é Dylan.
  - Dylan. – sorriu, seus olhos brilhavam ao ver o pequeno ser, seus olhos estavam cheios de lágrimas – Eu gosto de Dylan. – pausou – Enfim... ele estava na incubadora e então eu fui embora, ai disse que você estava acordada então eu vim para ver como você está.
  - Ah... agora você está preocupado comigo, não lembro de você ter se preocupado comigo quando eu...
  - Me desculpe, eu... é... – abriu a boca várias vezes mas nada saiu – Eu sei que foi errado e eu fui covarde em não ter sido justo com você e um grande filho da puta em ter te traído com sua melhor amiga.
  - Ex melhor amiga, você quis dizer. – concertei – Realmente, , você foi covarde, você não pensou no que poderia acontecer comigo quando eu descobrisse. , eu já estava grávida quando eu vi aquela cena, você tem noção que essa criança não poderia estar aqui hoje e por sua culpa? – ele ficou calado – Eu me senti inútil em saber que ela é melhor que eu, que ela é mais perfeita que eu, você... – ri com sofrimento – Você não tem noção do que eu passei nos primeiros dias sem você, não tem noção de quantas vezes eu perguntei por você, de quantas vezes eu tinha pesadelo com aquela cena, de como eu me sentia todas as vezes que os meninos falavam “ele está bem” e que você sorria pelos cantos.
  Ele engoliu seco.
  - Eu... eu vou embora.
  - Não, você queria ver seu filho e eu não vou te privar disso, eu só quero que você mantenha a distancia de mim, o meu coração ainda está quebrado e eu peço-lhe que não tente deixa-lo pior do que já está.
  Silêncio.
  - Eu posso pega-lo? – perguntou inseguro, assenti. Ele sentou-se na poltrona ao meu lado e eu entreguei Dylan para ele
  E foi ali que eu o vi chorar pela segunda vez desde que nos conhecemos.

  Eu precisei ficar uma semana no hospital e precisei esperar Dylan completar dois meses para poder viajar para Paris. Já estou aqui há sete meses, Dylan já está com nove meses; meus pais vem me visitar uma vez por semana já os meninos – inclusive – eu não vejo há cinco meses já que a turnê está tomando muito tempo deles.
  ... bom... terminou com Jasmine – o que eu já previa – segundo os sites de fofoca, ela teria feito a mesma coisa que ele fez comigo só que de forma mais exposta já que ela estava numa festa, bêbada e simplesmente beijou um cara na frente dos holofotes. Clichê, não? Mas pra mim, algo a mais aconteceu, eu só não sei o que e não quero saber sobre eles. Segundo , ela explicou para que “sentiu-se mal por ele estar longe e queria alguém desse atenção”; vou confessar, eu me senti mal por ver ele sofrer, eu o amava e ouvir descrevendo que ele estava fechado, não tinha expressão e não falava com eles.
  É... parece que ele está pagando por o que me fez sofrer.

xxx

  O tempo passou, Dylan estava prestes a completar um ano e meio quando fui chamada para fazer um novo filme mas dessa vez como coadjuvante. Eu iria fazer Bella e a única coisa que sei até agora sobre ela é que Bella será uma garota misteriosa e que esconde um segredo sobre o personagem principal; as gravações começarão em Outubro, nos estudos da Warner em Los Angeles, então terei muito tempo pra pensar, me preparar já que estamos em Fevereiro.
  Eu me mudei para Los Angeles, no dia que os meninos entraram em hiato por um ano então pôde me acompanhar pelo menos nos dois primeiros meses até eu encontrar uma pessoa que cuidasse de Dylan enquanto eu não estivesse em casa já que saía quase todos os dias para resolver os últimos detalhes da minha personagem. Nesse tempo que passou, eu não tive noticias sobre o estado de mas pelo o que eu via constantemente nos jornais e sites de fofoca ele não estava bem, nos shows ele tentava ao máximo disfarçar sua tristeza mas não conseguia, pelo menos de mim. Após eles terminarem a turnê, viera me visitar algumas vezes mas só para ver Dylan, enquanto eu ficava na cozinha com um dos meninos ou no meu quarto sozinha, ele ficava com Dylan na sala.
  Hoje todos eles viriam para cá passar a semana, inclusive , eles iriam ficar em um hotel mas eu insisti bastante e eles acabaram aceitando meu convite de ficar em meu apartamento, afinal ele tem quartos suficientes para eles, é só eles se dividirem uma dupla e um trio já que Dylan dorme comigo e eu não preparei um quarto especifico só para ele.
  Os meninos chegaram às três e meia da tarde, Dylan brincava na sala com seus variados brinquedos que ganhou dos tios mas assim que viu o pai largou tudo e saiu correndo em direção a que estava com um sorriso imenso ao vê-lo.
  - Papai, você demorou. – Dylan disse com a voz embolada e fez um micro bico
  - Eu sei, desculpe ficar tanto tempo sem vir te ver, é que o papai tem trabalhado bastante. – explicou e o garoto desmanchou o bico
  - Quer dizer que o senhor só sentiu falta do papai? E do Nano? – perguntou, ninguém nunca entendeu o motivo de Dylan chama-lo assim
  - Desculpe Nano. – foi para o colo de – Senti sua falta também.
  - Oi. – disse e sorriu minimamente
  - Oi . – respondi suave e retribui o sorriso – Como você está?
  - Eu estou bem e você? – perguntou-me – Dylan anda dando muito trabalho pra você?
  - Estou bem. – respondi – Quase nunca, ele só me dá trabalho para tomar banho mas acho que ele tem a quem puxar nesse lado.
  - Ei! Eu tomo banho, tá? – repreendeu e nós rimos
  - Agora porque antes você não tomava. – lembrei – Eu lembro que era a maior guerra com a tia Lauren, você não tinha nem vergonha de fazer isso, um rapaz já velho e não gostar de tomar banho.
  - Mas depois eu passei a tomar banho, eu tinha que impressionar você. – sorri sem graça pelo o que ele falou, coçou a nuca e limpou a garganta
  - Eu gostava de você sem tomar banho do mesmo jeito. – confessei sem pensar e ele encarou-me intensamente
  - Gostava? – fez uma pergunta retórica
  - É...
  - No passado? – novamente fez uma pergunta retórica mas dessa vez não tive tempo de responder já que atrapalhou – ou salvou.
  - O que tanto conversam? – perguntou , interessado
  - Ahn... em como Dylan cresceu desde que eu o vi. – deu uma desculpa
  - Eu... eu vou preparar algo para vocês comerem, devem estar com fome. – avisei – Tem alguma preferencia?
  - Não mas se puder fazer aqueles sanduíches que só você sabe fazer, nós aceitamos! – disse com Dylan no colo e eu revirei os olhos
  - Eu imaginei. – resmunguei
  Peguei os ingredientes para fazer o sanduíche, comecei a preparar os ingredientes e em seguida comecei a montar, eu já estava no segundo quando apareceu de repente na cozinha, dei um pulo para trás por conta do susto que levei e ele riu de leve.
  - Precisa de ajuda? – perguntou-me, agora eu pude reparar nele. tinha os três primeiros botões da camisa abertos, uma calça jeans skinny e eu não pude deixar de reparar também nas suas inseparáveis botas
  O estilo de sempre me fez rir pois ele era um britânico formal e ao mesmo tempo despojado, ele é totalmente sexy sem fazer nenhum esforço e não sou só eu que acho isso. Seus braços estavam para trás – uma velha mania que ele tem –, seu lábio inferior estava preso pelos dentes, esse ato me fez querer beijá-lo como eu sempre fazia quando ele fazia isso mas ai eu tenho o desgosto de lembrar de tudo o que ele fez comigo e no lugar da vontade vem a mágoa.
  - Ah.. não. – respondi, sorrindo forçado. – Eu já levarei para a sala, não demorarei. – falei forçando-me a prestar atenção no sanduiche.
  Silêncio.
  - Você tinha razão! – ele exclamou, engoli seco ainda sem olhá-lo. – Eu estou amargamente arrependido, me sentindo um completo idiota por ter feito isso com você, por ter feito sofrer.
  - Já passou. – forcei a voz para poder sair
  - Não passou, , eu ainda sinto que você sofre e tudo por minha culpa. – disse segurando meu rosto entre suas mãos fazendo-me olhar em suas íris verdes – Eu... eu te quero de volta.
  - Você acha que é fácil assim? – perguntei já sentindo meu nariz arder, desviei das suas mãos – , não faz isso comigo. – pedi – Você não imagina o quão idiota eu me senti, o quão inútil eu me senti por você ter preferido ela. – pausei – Ela era perfeita pra você e eu totalmente imperfeita pra você. – molhei os lábios – Eu me sinto mais idiota ainda por ter te perdoado. – confessei e ele sorriu – Mas eu não sei se estou pronta pra voltar pra você apesar de não ter deixado de sentir o que eu sentia mas não é a mesma coisa, alguma coisa em mim mudou e outra voltamos a nos falar novamente há pouco tempo e... – não pude terminar de falar pois senti seus lábios nos meus, tentei empurrá-lo ou até deixar meus lábios fechados mas foi inevitável quando senti ele pedir passagem.
  Seu beijo continuava o mesmo e as sensações que causavam em mim estavam um pouco mais intensas, talvez pela saudade. Passei meus braços em seu pescoço enquanto sentia suas mãos acariciando minha cintura um pouco descoberta, levantou-me e me colocou sentada na mesa, meu lábio inferior foi capturado pelos dentes de dando tempo de respirar brevemente, ele recomeçou o beijo mas não durou muito pois ouvimos passos, separei-me rapidamente de , desci da mesa, ajeitei meu cabelo e roupa, limpei ao redor dos lábios que possuía rastros de saliva, olhei para que me olhava esperançoso e com os lábios vermelhos.
  - Que demora! – apareceu na cozinha – O que estavam fazendo? – estreitou os olhos em nossa direção
  - Nada, ué! – exclamei – Ele estava me ajudando a montar os sanduiches.
  - Sei bem o tipo de ajuda. E por que os lábios de vocês estão vermelhos e tem um pouco de batom no canto dos lábios do ? – perguntou e eu mordi o lábio inferior sem graça
  - Cala a boca, ! – disse, contrariado
  - Eu sabia! – exclamou e riu
  - , vai pra lá, eu já levo. – pedi, apenas assentiu e foi para a sala. virou-se em minha direção para beijar-me novamente porém eu virei o rosto – , não.
  - Por que não? Estava ruim? – perguntou-me e eu suspirei
  - Não é isso, é que... – não consegui completar
  - O que? O que, ? Fala! – disse contrariado
  - Não podemos ficar juntos, pelo menos não agora. – falei
  - E por que não? – perguntou enquanto eu terminava o quinto sanduíche
  - Porque está tudo muito recente, ! Não podemos fazer isso assim de uma hora pra outra, não é assim, eu preciso de um tempo para pensar. – falei – Eu lhe peço que me deixe em paz até eu digerir tudo o que aconteceu.
  - ...
  - ... – suspirei
  - Eu não vou desistir. – disse
  - Não quero que desista.

Fim!



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