Perfect Christmas

Escrito por Cáa Pardine | Revisado por Cáa

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  Como conheci o garoto mais perfeito do mundo?
Fácil. Ele era alto, cabelos castanhos, olhos azuis, sotaque perfeito e estava na loja da Apple vendo o novo modelo do iPhone. Mas só aceitei o fato dele realmente ser o garoto mais perfeito do mundo ontem.
Lembro-me como se fosse hoje o dia em que nos conhecemos. Charlie. Charles McDonnell era o nome dele.

  ~ flashback - one year xx

  Lojas em época de pós-natal são sempre um caos. Um monte de gente querendo trocar esse ou aquele presente, mas não podia deixar essa oportunidade passar; ver o novo iPhone. Entrei na loja e logo fui para a parte dos iPhones. O único aparelho da loja inteira estava nas mãos de um garoto. Cheguei perto daquele lindo menino, mas logo sua atenção inteira se voltou para mim e corei.
- Oi? - Ele perguntou em dúvida, sorrindo. Ah, o sorriso.
- Hey! Eu ern, queria ver o iPhone também. - Falei apontando para a mão dele.
- Oh, claro. - Me entregou prontamente.
- Obrigada. - Redirecionei toda minha atenção para o aparelho.
- Então, quer tomar alguma coisa? - Ele perguntou sem graça e tirei meus olhos da tela do celular para encará-lo por alguns segundos.
- Eu... Eu não to com sede. - Fiz uma cara de desanimada, mas só depois reparei que ele queria sair comigo. - AH! Isso é meio que um convite?
- É, um convite que não deu muito certo. - Ele sorriu sem graça e mexeu nos cabelos sem jeito.
- Eu aceito. - Sorri, deixando o aparelho na mesa e fomos até a cafeteria próxima dali.

  ~ end of flashback - one year xx

  O porquê de toda a perfeição? Fácil demais de responder.

  ~ flashback - last night xx

  - ? - Estava na cozinha terminando de tirar o pavê da geladeira que tinha feito para o natal quando Charlie me chamou da porta de entrada. Estava lá para irmos juntos até a casa dele, já que sempre me perdia no caminho.
  - Aqui na cozinha! - Gritei e logo o vi. Camisa social branca com um suéter preto, calça jeans escura e um sapato preto. O cabelo estava bagunçado como sempre, mas lindo. Ele usava o relógio que havia comprado para ele, presente de natal que, para variar, não tinha aguentado e tinha dado antes da data.
  - Já falei que não precisava se preocupar com a sobremesa, minha mãe sempre faz um monte de coisa. - Ele repetiu a fala desde que eu decidi fazer uma sobremesa para contribuir para o natal da casa dele. Eu tinha sido convidada, mas mesmo assim não me sentia bem de ir com as mãos vazias. Aconteceu o contrário, não tinha mãos suficientes para carregar o pavê e os presentes.
  - Ah, mas eu não acho justo. Fora que eu sempre fazia a sobremesa lá em casa no Brasil, agora que me mudei pra Londres por causa da faculdade, fico aqui, sem fazer nada. - Fiz bico e ele me deu um selinho demorado. - Charlz, dá uma ajudinha? - Fiz sinal com a cabeça para os presentes no sofá da sala e ele foi até lá pegar todos. Trancamos a casa e fomos.

  - O jantar estava ótimo. - Falei feliz para a mãe de Charlie enquanto a ajudava com a louça e ela agradeceu minha presença. Ingleses e seu estilo educadíssimo.
  - , vem aqui. - Ouvi a voz de Charlie na sala de jantar e olhei para a mãe dele mordendo o lábio.
  - Pode ir, querida. Eu termino de colocar a louça na máquina. - Fiz que sim com a cabeça em agradecimento e fui até ele.
  - Diga. - Me sentei ao seu lado e nos beijamos.
  - Feliz Natal. - Ele sussurrou contra meus lábios e logo senti uma cesta grande em meu colo. Olhei para baixo abismada e encontrei um filhote de Schnauzer envolto em uma fita vermelha. A cesta, na verdade, era uma caminha e lá dentro tinha duas vasilhas para comida e água e uma coleira preta.
  - Charlie! - Sussurrei ainda abismada com a coisinha pequena que tinha agora entre os braços.
  - Ele ainda não tem nome. - Ele falou, fazendo um carinho gostoso em minha bochecha.
  - Então será Dostoievski. - Falei prontamente e ouvi a risada gostosa de meu namorado.
  - Só você para escolher esse nome. - Charlie sussurrou carinhoso e o beijei de verdade. Vi Dostoievski tentar latir e soltei um "own".
  - Ele é tão fofo, Charlz. - Disse acolhendo o pequeno filhote em meus braços novamente.
  - Você falou uma vez que estava sozinha demais em seu apartamento, estava com saudade de ter alguém pra conversar... - Ele falou tomando Dostoievski de mim e brincando com ele. - ... Ele pode te ouvir diariamente enquanto não estivermos juntos. - Nesse minuto Charlie pegou a patinha de Dodô - um novíssimo apelido para Dostoievski - e ficou mexendo ao lado de seu rosto de forma meiga.
  - Obrigada. - Abracei-o, tomando cuidado com o cachorrinho e logo parei em meu lugar assustada. - Charles Joseph McDonnell, a única vez que eu falei que estava sozinha foi quando nos conhecemos. - Estava boquiaberta com a memória desse menino.
  - Eu nunca esqueço um só momento que passamos, . - Ele falou copiando meu jeito de dizer o nome completo de uma forma estupefata e senti todo meu interior esquentar, um calor gostoso que só tinha um nome: amor.
  - Eu te amo, Charlie. - Prendi o fôlego, esperando a resposta dele. Em todo esse ano não tínhamos trocado um te amo.
  - Eu te amo demais. - Ele falou logo em seguida, aumentando seu sorriso. - Pensei que nunca fosse falar.
  - Você estava esperando eu falar? - Perguntei rapidamente.
  - Yep. - Disse, ficando vermelho.

  ~ end of flashback - last night xx

  É por isso que Charlie é o cara mais perfeito do mundo inteiro.
  E é por isso que esse foi o melhor natal de todos.

FIM