Outra forma de amar
Escrito por Maraíza Santos | Revisado por Debbie
Parte do Projeto Sorteio Surpresa - 4ª Temporada // Tema: Por do Sol
Às vezes eu gosto de sentar na beira da praia e sentir o vento batendo em meus cabelos, enquanto não escuto nada além do barulho das ondas ou das gaivotas. Eu nunca fui muito fã de praia, posso até dizer que odeio, mas o pôr do sol aqui é incrível!
O fato de eu não vir muito aqui talvez seja o motivo de meus pais, todas as vezes que vou jantar lá na minha antiga casa, falam que estou muito branca e que estou virando um vampiro... Não. Isso é que meu irmão mais velho diz. Ele também diz que é pra eu arrumar um pai de verdade para minha filha. Acho que você já percebeu que eu não o escuto em nenhuma das sentenças.
Bem, sou uma mulher de 34 anos, mãe-solteira de uma garota de 5 anos e trabalho em uma padaria, a qual administro. O último contato com um relacionamento amoroso que eu estive foi há cinco anos.
Coincidência?
Sim, apenas coincidência.
Até porque eu havia me relacionado com uma mulher. Acho que foi uma das maiores burrices da minha vida. Cheguei ao ponto de tentar um relacionamento com uma garota sem ao menos sentir atração pelo mesmo sexo. Eu estava errada.
Adotei minha filha um ano seguinte. Ela foi o maior presente que Deus me deu, ela mudou minha vida.
Era um dia chuvoso, dia dos namorados, e eu havia programado o de sempre: ler um livro qualquer do Nicolas Sparks, me iludindo achando que aconteceria alguma vez algo como aquilo em minha vida; tomar um chocolate quente e assistir aquele filme sobre o natal que o Tyler James William fez quando era pequeno, que até hoje não me fiz o trabalho de decorar o nome. Enquanto eu ia colocar o DVD para rodar
olhei pela janela e lembrei que tinha deixado meu tênis lá fora. Abri a porta e encontrei meu tênis e um bebê ensopado dentro de uma cesta de quatro meses. O bebê chorava tão quieto por causa da febre, que uma hora tive a impressão de que estava morto. Levei-o logo pra um posto de pronto-socorro, já que eu mesmo não sabia nada sobre crianças. Deus sabe o quão desesperada fiquei em pensar na morte daquela criança. Sorte que não aconteceu nada com ela. Na cesta não havia nada que indicasse de quem era a criança ou que ela havia sido registrada, adotei-a e coloquei o seu nome de . Pequena dos olhos verdes e do sorriso com covinhas. Aquela garotinha mudou minha vida de um jeito que nenhum relacionamento poderia mudar. Todo aprendizado que eu tenho passado não tem sido em vão.
Observando o pôr do sol, ouvi uma voz doce e infantil gritar.
- Mamãe! - gritou abraçando-me.
- Oi, meu amor - a abracei de volta - Onde está o tio ?
- Ali ó - ela apontou com seu polegar para trás.
Lá estava o , meu melhor amigo e quase o pai de minha filha. Sei lá onde estaria se ele não segurasse meus braços e dito: "Acalme-se, mulher!". Ele sorriu enquanto seus cabelos batiam em seu rosto enquanto ele tentava arrumá-lo. Ele veio andando até nós e sentamos todos juntos para apreciar o pôr de sol. O tom alaranjado era tão esplêndido que até a parou para prestar atenção.
- Ei, garota do pão - Chamou enquanto o sol se cobria totalmente. - Aceita sair comigo essa noite?
- Eu posso ir, tio ? - perguntou a pequena .
- Claro - Ele apertou o nariz dela - Vamos todos juntos.
- Então, está combinado - Sorri pra ele que fez o mesmo.
Ok. Talvez eu esteja me apaixonando pelo , mas isso é outra história.
FIM!

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