O Que Tiver de Ser Será

Escrito por Bekah Malta | Revisado por Isabelle Castro

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  10 de julho 2000

  Não é nada fácil você ver sua mãe em uma cama de hospital. Ver que a pessoa mais importante da sua vida está prestes a te deixar sozinha no mundo e você ainda sendo tão dependente dela.
  Eu não estava nada preparada par ver minha mãe partir, eu tinha apenas 13 anos, tinha minha vida toda pela frente e eu iria precisar muito da minha mãe ao meu lado, para me dar conselhos, me amparar em seus braços e me emprestar seu ombro para que eu chorasse quando eu tivesse meu coração partido por alguém.
  Mas Deus simplesmente decidiu ter mamãe ao seu lado antes da hora, para mim era muito antes da hora, mamãe ainda tinha muito para viver também, como futuramente entrar comigo na igreja no dia do meu casamento, me estender a sua mão quando estivesse na maternidade prestes a dar a luz aos meus filhos, ela vê-los crescer e como sua obrigação estragar eles, os mimando. E então anos depois ela iria acalmar meu choro e coração dizendo que meus filhos irem para uma faculdade distante era uma ordem natural da vida, mas que eles iriam voltar, que eles apenas estavam indo atrás de seus sonhos e que eles jamais iriam me esquecer.
  Tempo depois meus filhos iriam apresentar namorada/namorado na presença da avó, que junto comigo e meu marido avaliaria se eles eram felizes ou não no relacionamento. E então o dia do casamento dos meus filhos, ela estaria ali ao meu lado naquele dia tão importante para todos.
  Mas os planos forão todos mudados, eu não teria mais a compainha de minha mãe e isso me deixava revoltada, eu não conseguia aceitar o fato de que minha rainha estava partindo, ela continuaria cuidando de mim, só que no céu. Mas para mim aquilo ainda continuava sendo uma injustiça, ela era tão nova, tão cheia de vida, em um dia ela estava me colocando para dormir contando uma historia inventada com sua imaginação tão fértil e no outro dia ela já não estava mais aqui.

  E essa realidade me atingiu com força quando eu vi o caixão descendo para aquele buraco, eu era tão pequena ainda, eu precisava tanto da minha mãe ao meu lado. O choro me atingiu com ainda mais força, que respirar era difícil, e quem me amparou foi minha tia, irmã da minha mãe. Eu queria ir junto com ela, e só tinha ela no mundo, e viver já não fazia mais sentido, todos esses planos que eu fazia desde pequena com o apoio de mamãe já não me deixava mais tão anciosa para o futuro, não, não a não tendo mais ao meu lado.
  Tia Lisa prometeu cuidar de mim, me apoiar, me aconselhar no que eu precisasse, que ela iria me ajudar a dar muito orgulho para a mamãe.

  Quando a única coisa que víamos era a terra e sua lápide todos me abraçaram me desejando forças para continuar meu caminho, eu apenas dizia um obrigado, mas por dentro eu gritava para que ela voltasse, que ainda dava tempo mesmo eu sabendo que aquilo não aconteceria, eu não sabia como eu ainda estava em pé ali, como eu consegui ve-la sendo enterrada sendo sobre os joelhos pedindo para que não fizessem aquilo ou que pelo menos me deixassem ir ali com ela.
  Assim que todos foram para suas casas tristes por terem perdido uma amiga, uma colega, uma prima, uma sobrinha eu fiquei ali triste por ter pedido minha mãe, observando sua lápide, aos pedaços por dentro, desejando a morte na mente e não conseguindo aceitar sua partida.
  - Eu não vou conseguir, mamãe, não sem você aqui. Não terei forças e na primeira irei fraquejar. – Eu sussurrava acreditando que ela estava me ouvindo, enquanto lágrimas escorriam por minhas bochechas sem parar. – Por que, mamãe, por que você teve que ir? Eu preciso tanto de você, o que farei sem seus conselhos, sei que terei a tia Lisa, mas ela não será você. Meus planos e minha vida já não faz mais sentido, mamãe. Volta por favor. Eu preciso de você.
  Senti um par de braços me envolverem e cai no choro mais uma vez.
  - Chore, minha querida, jogue para fora toda sua raiva, frustração e medo, não podemos ser forte o tempo todo. – Tia Lisa sussurrou enquanto depositava um beijo no topo da minha cabeça.
  - Eu quero minha mãe de volta, eu não vou aguentar sem ela.
  - Eu também a quero de volta querida, mas eu prometo que estarei aqui sempre que precisar, seja o dia ou o horário que for. Sei que não sera a mesma coisa que ter sua mãe, mas eu prometo me esforçar para te ajudar. – ela falou olhando em meus olhos e sorriu triste enquanto lágrimas desciam de seus olhos. – Te darei todo o amparo, todo o amor e carinho.
  Apenas assenti com a cabeça e ela voltou a me abraçar fortemente, em seguida me tirando dali.

  10 de setembro de 2000

  Quem pensou que durante esse tempo que tinha se passado, desdo dia que mamãe partiu eu havia tentado me matar cortando meus pulsos, tomando remédios de um só vez, tentando me enforcar, está errado. Eu havia pensado sim muitas vezes na morte, mas eu simplesmente não conseguia executa-las, eu não conseguia pegar uma lamina e cortar meu pulsos.
  Estava sendo difícil sem ela, estava e muito, mas eu ainda tinha o amparo da minha tia Lisa e do tio Daniel, que sempre me davam seu amor e carinho, me ajudam no que eu precisava, estavam sempre ao meu lado nos momentos mais difíceis, nas crises de choro eles me consolavam. Mas isso não significa que eu tinha aceitado a morta da minha mãe, porque eu não tinha, eu poderia superar um pouco da sua perda, aprender a conviver com essa dor, mas eu sempre me perguntaria do porque ela tinha ido tão cedo, eu nunca iria aceitar de fato ela ter partido.

  24 de dezembro de 2000

  Primeiro Natal que eu passava sem a mamãe e o difícil daquela data era o fato de que ela adorava o Natal, mal tinha se passado o natal ela já começava a planejar o próximo, planejava a decoração e o cardápio. Eu achava graça do seu jeitinho empolgado quando ela começava a montar a árvore de Natal, sempre dançando pela casa enquanto cantava músicas natalinas, ela sempre pegava minhas mãos e me fazia dançar com ela, eu ria enquanto ela cantava sorrindo. Ela espalhava muitas luzinhas pela casa, pois ela dizia que naquela casa nunca tinha espaço para a escuridão. Mamãe era feliz, era aproveitava cada momento da vida, mesmo papai não estando ao seu lado. Papai tinha nos abandonado quando eu era muito pequena, mas minha mãe dizia que ela não deixou aquilo a afetar muito, porque ela ainda me tinha, que eu precisava muito dela, que era eu quem lhe dava forças para acordar e seguir a vida, que eu era a sua luz.
  Essa data estava me dando muitas saudades dela, mas por ela eu me animei um pouco mais, não fiquei apenas quieta ou trancada no meu quarto deprimida. Eu ajudei na decoração natalina, ajudei tia Lisa na ceia e tudo mais que precisassem de mim.
  E essa data e a data de aniversario dela me trazia lembranças, muitas saudades, e isso se seguiu pelo resto dos anos seguintes.

  09 de maio de 2009

  Nove anos já havia se passado, eu já estava com 22 anos. Tinha acabado de chagar do trabalho a tia Lisa e o tio Daniel não estavam em casa provavelmente estavam no trabalho ou em uma reunião com o advogado da família, enquanto a Bruna minha prima devia estar em casa.
  Eu estava tão cansada naquele dia, o café teve bastante movimento resultando em uma o tempo todo em pé, eu ia e vinha e mesmo com um monte de gente me ajudando um monte de clientes ainda reclamavam da demora em atender seu pedido e eu já estava começando a ficar maluca. Eu só tinha 22 anos, mas muitos me diziam que minha disposição estava pior que a de uma pessoa com mais 80 anos e eu concordava, olha um exemplo: a minha prima Bruna ela tem a mesma idade que eu e sua disposição e bem melhor que a minha, mas um detalhe eu trabalho (porque quero) e meu emprego é um pouco estressante, já a Bruna ela só estuda e não trabalha.
  Me direcionei até a cozinha da casa dos meus tios e me sentei em um dos bancos da bancada, fechei os olhos e massagiei meu pescoço a fim de relaxar um pouco que fosse, mas logo escutei uma correria nas escadas e constatei que era Bruna, pois a mesma começou a me chamar.
  - É VOCÊ?
  - SOU, ESTOU NA COZINHA.
  Logo uma Bruna toda empolgada apareceu em minha frente.
  - Graças a Deus você chegou, eu não iria aguentar esperar mais para te dizer isso.
  - Dizer que me odeia?
  - Engraçadinha. Não eu tenho uma proposta irrecusável para você. – a olhei meio desconfiada Bruna era maluca o suficiente.
  - E que proposta seria essa?
  - Para você vim morar comigo.
  - O quê? – Bruna morando sozinha não iria dar muito certo, ela não era do tipo de mulher que fazia muitas coisas em casa, como faxina, e olha que tia Lisa tentou ensinar ela, mas a mesma nunca deu bola pra isso.
  - Sim, vai ser legal, , só nós duas em uma casa, sem o papai e a mamãe para intervir no que fazemos o tempo todo. – ela estava bem animada.
  - Eles não são tão ruins assim, Bruna.
  - Eu sei, mas eu quero ser mais independente aposto que você quer o mesmo. , não podemos viver pra sempre em baixo das asas do papai e da mamãe.
  - Sim, eu concordo, Bruna, mas temos apenas 22 anos, não sei eles iriam aceitar de irmos morar sozinhas com apenas 22 anos.
  - , idade não define a maturidade de ninguém, eu posso ser meio imatura de vez em quando, mas todos dizem que você é madura demais pra sua idade. Vai dar certo, .
  - Não sei não, Bruna, eu mal sei cuidar das minhas roupas intimas, imagina tocar uma casa.
  - , pelo amor de Deus, a gente não vai casar só vamos morar sozinhas, em uma casa só nossa, com nossas próprias regras.
  - Mas as suas regras são meio diferentes das minhas, você não concorda, Bruna?! – Me levantei pegando um copo no armário e a jarra de suco de laranja na geladeira, e voltei a me sentar no banco da bancada.
  - Sim, concordo, mas podemos fazer isso funcionar, .
  Olhei pra ela meio pensativa e ela tinha esperanças de que eu dissese sim, mas eu ainda estava processando aquela ideia.
  - Vou pensar no seu caso, Bruna.
  - Vai ser legal, .
  - Certo, me de um tempo para pensar.
  - Tudo bem, assim que papai e mamãe chegar nós conversamos com ele.
  E antes que eu pudesse protestar, Bruna saiu da cozinha toda animada.
  Ir morar sozinha com Bruna poderia ser legal em um aspecto como eu conseguir minha tão sonhada independência, eu gostava de morar com a tia Lisa e com o tio Daniel, mas eu queria ter o meu próprio cantinho. E o aspecto ruim de ir morar sozinha com Bruna era que tinha 90% de chances de eu acabar virando sua empregada, porque ela não iria fazer praticamente nada de faxina na casa, e como eu detesto coisas fora do lugar e a casa suja eu não iria aguentar e iria arrumar, tudo sozinha. Eu teria que ser muito firme com Bruna nesse quesito de faxinar a casa.

  Quando já estava de noite eu larguei o livro que lia e comecei a criar umas ideias malucas para uma nova história e então peguei meu computador e comecei a colocar as ideias em prática. Eu estava na área de lazer da casa da minha tia e do meu tio e a piscina iluminada e as pequenas ondas formadas na água pelo vento fazia minha mente viajar, me ajudando a formar mais ideias.
  Mas não demorou muito fui arrancada do meu mundo da imaginação com uma Bruna toda agitada me chamando e me puxando para dentro da casa ela falava algo mas eu mal conseguia entender o que ela dizia, pois eu ainda estava meio que viajando em meu próprio mundo.
  Bruna só soltou meu braço e parou de me puxar quando estávamos na sala de estar de frente para a tia Lisa e o tio Daniel.
  - Mamãe, papai, eu andei pensando e com o consentimento da sobre isso, decidimos que queremos morar sozinhas. – Mas 'pera ai, eu ainda não tinha confirmado nada para Bruna e ela ainda diz que eu havia aprovado, que menina maluca.
  - 'Pera ai, deixa eu ver se eu entendi. Vocês duas querem morar sozinhas, querem tocar uma casa sozinhas?!
  - Eu te disse que era loucura. – Sussurrei para Bruna e recebi uma cutuvelada de sua parte.
  - Não sei não, vocês só têm 22 anos, são novas para morar sozinhas.
  - Papai, fique tranquilo quanto a isso, não iremos nos mudar para muito longe de vocês e ainda por cima como vocês mesmo dizem a é bem madura para a idade dela. – O tio e a tia se entreolharam pensativos. – E também se não der certo nós podemos voltar para cá, só queremos uma chance de amadurecer mais um pouco.
  - É, e com mais responsabilidades como cuidarem de uma casa sozinha ira ajudar muito nesse processo. – Tia Lisa olhou para o marido, esperando apenas ele concordar.
  - Certo, mas se eu ver que não está dando certo isso, vocês vão voltar para cá imediatamente.
  - Feito, papai. – Bruna pulou e bateu palmas.
  - E você, , o que acha de tudo isso? – Tia Lisa perguntou.
  - Tia Lisa, eu não disse sim, mas também não disse não. Pra mim tanto faz.
  - Tudo bem, quando pretendem se mudar? – Tio Daniel perguntou.

  09 de julho de 2009

  Só as coisas mais necessárias minhas e de Bruna derão muitas caixas, por enquanto iriamos levar apenas o necessário para o apartamento, iriamos arrumar essas coisas para então buscar o resto. Porque se fossemos levar tudo de uma só vez iria ficar uma baderna o apartamento, ainda mais que não era tão grande, tinha 2 quartos, um banheiro, sala e cozinha, estava de bom tamanho para nós duas, eu trabalhava e o apartamento sendo pequeno não daria muito trabalho para faxinar.
  Coloquei a última caixa de papelão em meu quarto e me levantei esticando minha coluna, eu realmente não estava em boa forma, só para levar umas caixas da sala para o meu quarto me deixou um caco.
  Fui para a sala novamente, onde tia Lisa e tio Daniel estavam, eles haviam nos ajudado muito nesse passo em nossas vidas, eles nos ajudaram a procurar o apartamento, que graças aos céus já vinha mobiliado, eles pagaram apenas o aluguel adiantado que a dona, uma senhora de idade muito simpática, pediu e nos ajudaram também levando nossas caixas até o apartamento.
  - Bom, meninas, vocês estão entregues, o resto é com vocês, boa sorte. – tia Lisa falou depositado um beijo na minha testa e na testa de Bruna.
  - Exatamente, meninas, não é fácil então muitas boa sorte para vocês duas. – tio Daniel repetiu a mesma coisa que tia Lisa.
  - Obrigada, papai e mamãe.
  - Obrigada, tia Lisa e tio Daniel.
  Eles se despediram mais uma vez e foram embora, olhei para Bruna que observava cada canto da sala do nosso mais novo lar.
  - Finalmente meu sonho está se realizando. – Bruna disse.
  - Pois é, não vai ser fácil, então teremos que colaborar uma com a outra.
  - Certo, nós vamos fazer isso dar certo, prima.
  - Eu espero, Bruna.
  Ela me abraçou e sentamos no sofá, terminando de fazer os planos para a decoração do apartamento e dividindo as tarefas.

  10 de março de 2010.

  Aquele tempo que eu estava morando com Bruna estava dando certo, estávamos dividindo as tarefas da casa e cada uma estava colaborando para continuar dando certo. Tio Daniel e tia Lisa ficaram até surpresos ao verem que nós duas morando sozinhas estava tudo andando nos trilhos, tudo tranquilamente, podíamos ser novas, mas eramos maduras para aquilo.
  Atualmente estávamos com 23 anos, eu fiz aniversário em Fevereiro e Bruna no começo de Março, fizemos uma pequena comemoração de nosso aniversário em nosso apartamento e tudo ocorreu bem, nenhum contratempo ou coisas quebradas depois da pequena festa. Bruna e eu permitimos bebidas na festa, mas não em excesso.
  Eu estava limpando o fogão, quando Bruna chegou em casa, ela tinha saído para pagar as contas, principalmente o aluguel.
  - , daqui a pouco teremos que sair, vou só tomar um banho e recomendo que você tome um também.
  - Mas a onde vamos? – perguntei olhando para ela e passando o braço na testa, tirando um pouco do suor.
  - Na casa dos meus pais, iremos jantar lá essa noite.
  - Tudo bem, estou quase acabando aqui e já irei tomar um banho.

  Assim que terminei de limpar o fogão, tomei um banho enquanto Bruna terminava de se arrumar, assim que tomei um banho relaxante, me arrumei meio que as pressas pois Bruna ficava me gritando, para que eu me apressasse.
  Assim que apareci na sala Bruna se levantou do sofá e abriu a posta da sala e esperou ao lado, me olhando para que eu passe primeiro o fiz e ela trancou a porta. O táxi já nos esperava lá fora e então rumamos até a casa dos pais de Bruna.

  Assim que chegamos, minha prima abriu a porta da sala principal e foi andando até a sala, deixando que eu fechasse a porta, revirei os olhos e fechei, indo em direção a sala de estar também, mas no meio do caminho escutei uma voz diferente da do tio Daniel, mas dei de ombros poderia ser um de nossos primos ou tios.
  Eu estava meio distraída e quando eu ia entrar na sala esbarrei em Bruna.
  - Ai, Bruna, não fica no meio do caminho merda. – olhei para ela e a garota parecia estar em um transe, segui seu olhar e ual.
  Ali sentado no sofá conversando com tia Lisa e tio Daniel estava o dono da voz diferente, ele era muito bonito cabelos castanhos de tamanho médio meio bagunçados, olhos claros e um sorriso de tirar o folego. Ele vestia uma camisa social azul escura e uma calça jeans. Meu Deus, ele era muito bonito, se ele era alguém da família eu nunca tinha conhecido, pois eu conhecia muito bem cada um da minha família.
  - , Bruna?! – sai do transe quando tia Lisa nos chamou, olhei para Bruna e ela me olhava. Pigarriei e me aproximei de tia Lisa.
  - Oi, tia Lisa.
  - Oi, querida, como você está?
  - Cansada mas bem. – me sentei no braço da poltrona que tia Lisa estava sentada.
  - Filha, como você está?
  - Estou bem, mamãe. – Bruna se sentou na poltrona que tio Daniel estava sentado.
  - Meninas, esse é o , o advogado da nossa família. – Tio Daniel apresentou.
  Bruna foi a primeira a se levantar de onde estava sentada e com um sorriso idiota na cara ela apertou a mão dele que estava estendida, ele sorria lindamente de forma simpática. Em seguida foi minha vez que cumprimenta-lo, só que no meu caso eu não fiquei com um sorrisinho idiota na cara, eu estava com um sorriso pequeno. Foi impressão minha ou ele sorriu mais largamente quando eu o cumprimentei? Não, deve ter sido coisa da minha cabeça mesmo.
  Ficamos conversando e eu fiquei boquiaberta com a forma que ele conversava, o cara era muito inteligente, cativante, quase que o tempo todo sorria eu me perdia nos seus olhos claros, minha mente viajava para um mundo onde era só eu e ele, que se for julgar pela realidade séria uma idiotice minha pensar nisso.
  Bruna o olhava de forma idiota e com certeza ele já tinha percebido pois toda vez que ele olhava para ela, ele ficava meio sem jeito, se eu que era eu, que sou uma pessoa distraída demais eu tinha percebido imagina ele que parecia ser do tipo de pessoa que não deixava nada passar.

  - , querida você me ajuda a fazer um café? Enquanto o assado para o jantar fica pronto. – tia Lisa perguntou para mim minutos depois de conversa.
  - Claro, tia.
  - Otimo. – tia Lisa se levantou da poltrona e eu em seguida. – Já voltamos com o café.
  Segui tia Lisa para fora da sala de estar, e quando já estávamos fora do alcace dos olhar deles ela me abraçou e suspirou dizendo:
  - Ele é bonito não é, ?
  - É sim, tia Lisa. Muito inteligente também.
  - É sim, e o melhor ele não é tão velho quanto aparentar ser.
  - Quantos anos ele tem?
  - 21 anos, um advogado de sucesso, preferido por muita gente poderosa.
  - Puxa, e eu com meus míseros 23 anos, trabalhando ainda em um café. – tia Lisa soltou uma risada e me apertou em seu abraço.
  - Calma, querida, que eu garanto que você ainda chegara lá. Mas você e o formariam um ótimo casal. – ela me olhou maliciosa e foi para o armário atrás do pó de café.
  Peguei o jarro da cafeteira e enchi de água e coloquei no local certo da cafeteira, tia Lisa a ligou e despejou o pó de café no compartimento certo da cafeteira.
  - Não, tia, ele é um advogado e eu uma simples garota que trabalha por horas a fio em pé em um café.
  - Mas, minha querida, muitos homens preferem meninas simples como você. – ela sorriu doce e me deu uma cutuvelada fraca.
  - Não acho que seja o caso dele, tia Lisa.
  - Aposto que é, você acha que eu não percebi o sorrisão largo que ele lhe deu ao te cumprimentar, as muitas olhadas que ele lhe dava enquanto conversavamos. Eu não deixo passar nada querida.
  - Você deve estar enganada, tia Lisa. E e além do mais Bruna também gostou dele, e ela é mais bonita que eu.
  - Não diga uma coisa dessas, , você e Bruna são lindas, mas com belezas diferentes. E se gostar de você, Bruna não poderá falar ou fazer nada, porque ele tem o gosto dele, não será culpa sua se sua beleza chama a tenção de .
  - Tia, a Bruna o viu primeiro, eu não sou do tipo de pessoa que fura os olhos da prima.
  - Minha querida, você não irá furar os olhos de ninguém, que irá fazer a escolha que com quem ficar será , se for você Bruna terá aceitar e se for Bruna, você terá que aceitar.
  - Certo. Mas de qualquer forma ele não parece estar a procura de um novo amor.
  - Você quem sabe, querida. – tia Lisa disse e seguiu para o armário pegando uma bandeiga e o pote com bolachinhas. - Mas sei que o você adoraria o ter como namorado.
  Assim que o café ficou pronto tia Lisa foi colocando as xicaras na bandeiga e eu fui despejando o café ali dentro.
  - Eu vou continuar na minha, tia Lisa. – mas por dentro eu estava com certas expectativas.
  - Certa você. – tia Lisa piscou para mim.
  - O café sai hoje ou amanha? – tio Daniel entrou na cozinha brincando.
  - Já está tudo pronto, já estávamos levando. – eu disse e tia Lisa pegou a bandeja.

  Entramos na sala e eu não gostei muito do que eu vi, Bruna estava sentado ao lado de no sofá e eles pareciam ter uma conversa animada, Bruna era toda sorrisos. Tia Lisa me olhou e eu respondi com a cabeça dizendo que estava tudo bem, que não ha nada e sorri para ela.
  E estava tudo bem mesmo, eu mal conhecia , eu não sabia direito como era exatamente seu caráter, pela frente ele pode ser um e por tras ser bem diferente do que pensamos que ele é. Ele poderia ser só mais um rostinho bonito, sem muito conteúdo e eu detesto pessoas sem conteúdo (o que eu não posso ter eu estrago, ou tento estragar).

  Durante a nossa viajem de volta para nosso apartamento, Bruna ficava o tempo todo falando de ; do quanto ele era cheroso; do quão educado é o ; do quanto inteligente o é; do quão lindo é o ; isso, aquilo, eu estava começando a ficar irritada com Bruna.
  Quando o táxi parou na frente do nosso prédio, eu paguei o taquixista e desci do carro sem olhar ou falar com Bruna, porque se eu abrisse a boca eu ia gritar com ela.
  Nem no elevador ela não parava de tagarelar, encostei minha cabeça na parede do elevador e bati minha cabeça ali umas duas vezes, Bruna estava distraída falando sem parar.
  O elevador se abriu no nosso andar e eu corri para abrir a porta, joguei minha bolsa no sofá e coloquei meu celular na mesinha de centro, indo para a cozinha novamente com Bruna tagarelando na minha orelha. Tomei um pouco de água e me cansei daquilo.
  - Ta bom, Bruna, eu já entedi todas as qualidades e defeitos do . – meu tom de voz era meio de irritação.
  - Desculpa, , eu não queria dizer isso para você, eu fiquei meio chateado com o que disse. – ela fez uma cara de tristeza.
  - Do que você está falando? O que o disse?
  - Ele me fez prometer guardar segredo, mas como você é minha prima, que o mesmo sangue corre por nossas veias, eu senti que devo contar a você.
  - Bruna, só fala o que ele falou. – por dentro eu me remoía de curiosidade, mas ao mesmo tempo eu já sabia que coisa boa não era.
  - Ele disse que você é simpática, é uma mulher legal, mas em relação a aparência você é meio relaxada. Ele disse que você não faz o tipo dele, pronto falei. – ela respirou fundo e me olhou.
  - Ele disse isso mesmo? – por dentro eu acreditava e não acreditava, pois Bruna possa estar querendo trazer discordia para essa família.
  - Falou, prima, mas não liga para o que ele disse, você é linda e merece um cara muito especial. – ela sorriu para mim, eu apenas sorri de volta.

  20 de março de 2010

  Eu, assim que cheguei do trabalho, me joguei no sofá para dar uma descansada do dia longo e cansativo que eu havia tido no café. Eu não via a hora de tirar férias, se é que eu iria de fato tirar, pois o dono do café não havia conversado comigo sobre umas possíveis férias, e olha que eu dava muito duro ali.
  Mas minha paz e meu descanço não durou muito uns minutos depois a capainha tocou, eu quase chorei por ter que levantar dali, mas se fosse a dona Bruna porque tinha esquecido as chavez eu ia arrebentar ela na surra.
  Me levantei mesmo contrariada mas me levantei e assim que eu abri a porta fiquei surpresa com a visita.
  - ? O que faz aqui? A Bruna não está em casa. – perguntei curiosa e meio indiferente ao mesmo tempo, mas em um tom normal de voz, e me escorando na porta.
  - Bem, eu não vim exatamente por ela, mas é que eu preciso urgentemente que uns papeis chegue até as mãos da dona Lisa, mas não tem ninguém em casa, então pensei em deixar com você e a Bruna para que entreguem os papais por mim.
  - Você podia ter deixado na caixa de correio da casa deles.
  - Eu não confio muito, esses papeis não podem parar em mãos erradas.
  - Certo. Eu entrego a eles. – estendi minhas mãos em sua direção, pronta para receber os papeis.
  - Eu posso entrar para procurar os papeis dentro da pasta? – ele perguntou meio sem jeito.
  Analisei por uns segundos a ideia dele entrar no apartamento em que eu estava sozinha, se bem que ele não iria fazer nada (eu esperava muito), mas se Bruna soubesse ela não iria gostar muito, primeiro; pelo o que ele disse sobre mim. Segundo; ela iria sentir ciúmes (e sem razão). Mas decidi deixar o homem entrar, ele não demoraria muito para ir embora mesmo.
  Assim que ele se sentou no sofá e começou a vasculhar a pasta atrás dos benditos papeis, eu lhe disse:
  - Você aceita um café, um chá ou uma água? – eu poderia não estar mais tão simpática com ele (pelos meus motivos, como ele ter dito tudo aquilo para Bruna, não foi tão horrível, mas magoou um pouco), mas mal educada eu não era.
  - Uma água, por favor. – ele pediu e sorriu lindamente. Não posso fazer nada se ele ainda continuava tendo um sorriso bonito.
  - Certo, eu já trago sua água.
  Fui para a cozinha, enchi um copo com água, coloquei umas pedrinhas de gelo e voltei para a sala, ele já havia parado de procurar os papeis, e olhava as paredes da sala.
  - Aqui sua água. – lhe entreguei e me sentei em uma pequena poltrona ao lado do sofá.
  - Obrigado. – ele tomou a água, quando terminou colocou o copo na mesinha de centro e me olhou sorrindo pequeno. – Tenho uma curiosidade a seu respeito , que da primeira vez que nos vimos não tive oportunidade de perguntar.
  - E qual é sua curiosidade?
  - Você faz faculdade?
  - Não no memento, mas pretendo começar em breve
  - E pretende fazer do quê?
  - Estou com dúvidas ainda, mas talvez eu faça direito ou letras.
  - Direito? – ele perguntou parecendo estar meio surpreso.
  - Sim, por quê? – dei um sorriso perguntando curiosa.
  - Desculpe, mas é que você tem mais cara de estilista.
  - Jura? Que nada, eu não sou tão chegada em moda. Sou mais de pegar qualquer coisa no guarda roupa e vestir. – rimos.
  - Mas as roupas caem muito bem em você, você tem boa escolha. – me lembrei do que ele havia falado para Bruna.
  - Pena que eu sou relaxada demais. – o olhei meio de forma meio fria e ele pareceu ter percebido, pois franziu as sobrancelhas. - Eu queria pelo menos saber arruma um namorado mais descente . – ri meio amarga.
  - Mas aposto que ele é bom para você.
  - Ele quem? – frazi as sobrancelhas lhe perguntando.
  - Seu namorado.
  - Ah não. – ri. – Não tenho namorado. E os que tive eram todos uns cretinos.
  - Mas não ira demorar você encontrara um que é legal, ainda mais você sendo tão bonita como é. – ao ouvi-lo me elogiar não pude deixar de me lembrar novamente do que Bruna havia me contado, e na hora eu meio que fiquei seca com ele, mais uma vez.
  - É, mas eu não faço o tipo de muita gente.
  E mais uma vez ele pareceu ter percebido e ficou meios sem jeito, e nessa mesma hora graças aos céus (ou não) Bruna chegou em casa.
  - , você não vai acreditar no que me aconteceu, eu... – ela ia entrando e falando como sempre, mas parou assim que bateu os olhos em e um sorriso bobo já surgiu em seu rosto. Eu não pude evitar de revirar os olhos.
  - , que surpresa vê-lo aqui – ela falou toda boba, meu Deus ela podia ser mais discreta. Alguém fala pra ela, que ela estava fazendo papel de idiota? Eu é que não vou falar.
  - Olá, Bruna, eu só vim trazer uns papeis para que vocês entreguem para sua mãe, eu fui na casa dela, mas não tinha ninguém.
  - Claro, eu entrego sim com todo o prazer.
  - Obrigado... bom, eu vou indo e obrigado mais uma vez. – ela então pareceu acordar do transe.
  - Não, está cedo. Ahn, faça uma café para nós.
  A olhei meio que indignada, eu tinha virado a empregada agora?
  - Não é necessário, Bruna, eu já tomei um copo de água, eu preciso mesmo ir. – mas parecia que queria fugir de Bruna, e eu segurei a risada ao perceber aquilo.
  - Eu faço questão, . . – ela me olhou de forma que me apressando a ir fazer. Revirei os olhos de forma meio discreta e fui para a cozinha.
  Coloquei todo o necessário na cafeteira e a liguei, e enquanto o café era feito eu arrumava a bandeja.
  Assim que ficou pronto coloquei tudo na bandeja e fui para a cozinha, mas teria sido melhor eu ter ficado ali mesmo na cozinha, para poupar meus olhos de ver aquela cena. Bruna passava as mãos pelo ombro de enquanto ela sussurrava algo em seu ouvido e ela sorria, eu não pude ver a cara dele pois ele estava sentado de costas para a entrada da cozinha.
  Eu simplesmente bufei e decidi por acabar com aquela palhaçada, eu não era obrigada a ver aquilo. Pigarrei e se afastou imediatamente de Bruna e sorriu sem jeito para mim, e com o olhar ele parecia me pedir desculpas.
  - Desculpe atrapalhar vocês, mas vim trazer o café de vocês. – coloquei a bandeja em cima da mesinha de centro e voltei a me sentar na poltrona.
  Eu só observava tomar depressa seu café e má lema olhar para Bruna, enquanto a mesma observava atentamente cada gesto de , eu confesso que eu me divertia vendo tudo aquilo.

  Assim que terminou de tomar seu café ele se levantou do sofá.
  - Obrigado pelo café. – ele sorriu pequeno para Bruna e largamente para mim.
  - Foi um prazer, . – Bruna o acompanhou até a porta toda sorrisos.
  - Tchau, Bruna e até mais . – ele sorriu mais uma vez para mim e eu apenas acenei com a cabeça.
  Aquela diferença de palavras de uma com a outra fez com que Bruna percebesse e ficado com ciúmes, mas eu nem me importei com aquilo, para mim estava sendo tanto faz para praticamente tudo.

  03 de abril de 2010

  Distraidamente eu alimentava os patos da lagoa do meu parque preferido da cidade, eu pensava enquanto jogava os pedacinhos de comida na água, eu estava mergulhada em lembranças de quando eu era pequenina e mamãe e eu íamos até ali o parque e juntas alimentávamos os patos.
  - Eu daria cem dólares por seus pensamentos. – escutei a voz de e quando o olhei ele estava ao meu lado sorrindo.
  - De mais ai penso no seu caso. – eu disse e sorri. – Eu só estava lembrando da época em que eu e minha mãe minha vinhamos aqui quando eu era pequena. – soltei mais um sorriso de nostalgia.
  - Ela deve ser uma mulher incrível.
  - Ela era e muito, todos a adoravam, era uma mulher exemplar.
  - Eu imagino. Você teve para que puxar ainda mais no quesito da beleza, aposto que ela é linda também, como você.
  - Ela era muito linda, mesmo por tudo que ela havia passado ela não deixou sua vaidade de lado. Todas invejavam sua beleza.
  - Aposto que sim.
  - Mas mudando de assunto, o que você faz aqui? Anda me seguindo é? – perguntei divertida.
  - Te seguindo, não exatamente apesar de isso ser uma tentação. Mas eu estava mesmo é correndo pelo parque.
  - Ual, além de advogado você também é atleta?!
  - Não exatamente... - rimos. – Eu corro mais pra me distrair e me manter um pouco a forma.
  - A Bruna que vai gostar de saber disso.
  - Por quê?
  - Ela ama manter a forma, se deixar, ela não sai da academia, ela vê gordura onde não tem.
  - Conheci muitos mulheres como ela, normal. Mas e você, faz academia?
  - Se deixar eu não saio dos fast foods. – rimos.
  - Mas assim que é bom, você viver a vida sem fazer muitas restrições de comida. Pelo menos eu penso assim.
  - Ta ai, concordo com você. – eu disse sorrindo de forma surpresa para ele. – Posso te fazer uma pergunta meio doida, ?
  - Pode claro. – ele me olhou atentamente.
  - Quais são seus planos para o futuro? – eu sei que era bem estranho soltar uma pergunta dessas assim do nada, mas eu estava curiosa e eu precisava matar minha curiosidade.
  - Bem, eu quero crecer ainda mais profissionalmente, quero daqui a um tempo ter uma garota legal como minha namorada. – ele me olhou de forma significativa, fazendo meu coração bombear sangue mais depressa. – Depois nos casarmos e termos no máximo três filhos.
  - Nossa.
  - Eu sei, mas e enquanto a você , quais são seus planos para o futuro?
  - Me decidir logo que faculdade fazer. – rimos e foquei meu olhar no lago. – Crescer na profissão escolhida, um tempo depois da formatura me casa, e quando eu tiver trabalho pelo menos por um ano/ um ano e meio, terei um filho. Dois ou três anos depois ter mais um filho e mais dois ou três anos depois ter mais um filho. No maximo três. – quando voltei meu olhar para ele, seus olhos estavam em mim atentamente. – Eu tenho minha vida toda planejada, muitas vezes até tenho medo de que algo de errado.
  - Vai dar tudo certo na ordem, você vai ver. – ele piscou para mim e sorriu.
  Teminei de jogar o restante da comida na água e o olhei, ele consultava seu relógio.
  - Puxa, eu estou amando a conversa , mas infelizmente tenho que ir, tenho um compromisso daqui a pouco. – a realidade me atingiu e eu pensei que aquele compromisso com certeza era com Bruna, e eu ali fantasiando com o futuro.
  - Tá claro.
  - É sempre bom conversar com você, . – apenas sorri pequeno em resposta, enquanto ele sorria largamente. – Até mais. – ele se aproximou ainda mais de mim, e eu fiquei tensa na hora, e ele depositou um beijo em minha bochecha, praticamente no canto da minha boca.
  O olhei meio surpresa enquanto ele se afastava, ele queria me deixar maluca, completamente confusa, só podia. Eu passei dias falando mal dele em pensamento, mas naquela pequena conversa eu fui percebendo que ele era realmente um cara legal, mas não significava que eu estava apaixonada por ele. Eu apenas estava começando a conhece-lo mais a fundo, e gostando da pessoa que eu estava conhecendo melhor.

  12 de abril de 2010

  Eu estava sentada na poltrona da sala de estar da casa dos meus tios, observando a conversa fluir ali naquele ambiente enquanto eu mexia no colar em meu pescoço. Eu observava Bruna com um sorriso idiota na cara, sentada no sofá de três lugares bem colada ao , que só tinha sua atenção para Lisa e Daniel, que estavam sentados no sofá de dois lugares. Eles conversavam sobre algo envolvendo a faculdade de direito. Muitas vezes ele direcionava seu olhar para os meus, o canto de seus labios poderia não estar repuxados mas seus olhos sorriam para mim, enquanto ele ficava meio desconfortavel com tanta aproximação de Bruna.
  - A quer fazer direito também não é, ? - me incluiu na conversa me fazendo acordar da intenção observação ao meu redor.
  - Sim, estou pensando sim em fazer direito.
  - Seria maravilhoso ter mais uma advogada na familia. - Tio Daniel falou sorrindo para mim.
  - Tudo o que ela precisar sobre o assunto, estarei pronto para ajuda-la. - se ofereceu prontamente me fazendo corar, mas o que me fez corar não foi bem suas palavras e sim seu olhar e sorriso direcionados para mim. Tanto tia Lisa e Bruna haviam percebidos. mas Bruna foi a que se sentiu afetada por aquele "afeto dele por mim e não por ela.
  - , prima me acompanhe por um instante por favor. - Bruna sorriu simpatica mas se segurando para não gritar de ciúmes, eu a conhecia bem para saber que faltava pouco para isso acontecer.
  -Ta, tudo bem. Com licença volto já.
  Bruna subia as escadas da casa em minha frente e eu ia logo atrás, paramos de andar quando chegamos na biblioteca da casa.
  - Então, , chegou umas caixas com uns livros novos para você, eu ia arrumar tudo nas estantes mas pensei que você iria querer arrumar. - ela sorriu simpática para mim, mas eu entendi bem o que ela queria com aquilo. Nada além de me manter ocupada aqui em cima para que ela consiga ter a atenção de só para ela, já que sua atenção e sorrisos era para mim. Eu não iria descutir aquilo com ela, pois não valeria a pena. Eu até preferiria mesmo ficar aqui lendo um bom livro do que uma confusão acabar sendo armada por Bruna.
  - Poderiam ter mandado a caixa para nosso apartamento, mas tudo bem guardo uns aqui e levo outros para casa. Aproveito e dou uma lida em alguns.
  - Otimo. Vou lá para baixo, qualquer coisa só me chamar. - ela piscou e eu sorri pequeno para ela que logo saiu pela porta, as fechando.
  Me sentei em uma poltrona/cadeira antiga de couro da cor marrom que havia ali no canto da biblioteca, ao lado das cadeiras de frente para uma mesa, e a frente de uma das estantes ali.

  Quando o som da porta da biblioteca sendo aberta chegou até os meus ouvidos me despertei do mundo da fantasia em que eu me encontrava enquanto lia o livro "a garota da capa vermelha". Consultei as horas em meu relogio de pulso e consultei que já havia se passado duas horas, e para mim parecia que só tinha se passado dez minutos. É como sempre digo, quer sair do mundo real? Leia um bom livro. As horas pareceram minutos.
  - Estou interrompendo algo? - a voz de me fez elevar meu olhos para sua figura parada em frente as portas de braços cruzados e um sorriso de canto de boca que fez meu coração palpitar.
  - Não, não interrompe. Eu só estava dando uma lidinha nesse livro. - disse fechando o livro e o colocando em cima de minhas pernas, ele de vagar foi se aproximando de mim.
  - A garota da capa vermelha. - ele leu o titulo na capa do livro e me olhou em seguida. - Já ouvi falar e o vi em umas bibliotecas. O que me diz dele, já que estava lendo?
  - Digo que é um livro bem interresante, vale muito a pena ler.
  - Já que tenho boa recomendação dele irei comprar o mais rápido possivel.
  - Eu não fazia ideia de que você lia, a não ser os grossos livros de leis. - ele retribuiu meu sorriso e sentou em uma das cadeiras de frente para a mesa de mogno.
  - Posso dizer que há muitas coisas sobre mim que você não faz ideia. Mas aos poucos você vai descobrindo, como descobriu que eu na verdade amo ler livros de literatura.
  - Puxa, vejo que a minha frente há um homem bastante misterioso. - falei semicerrando os olhos e depois dando um sorriso pequeno. ele soltou uma risada nasalada e abaixou a cabeça, a levantando em seguida.
  - Posso dizer o mesmo a seu respeito, tirando a parte do homem, pois você é uma mulher.
  - Exatamente meu caro, eu tenho meus segredos obcuros. - tentei parecer bem misteriosa e perigosa, mas não deu muito certo pois ele riu. - Eu falo serio meu caro, já fiz muitas coisas perigosas.
  - Tipo matar aula se trancando no banheiro a escola. Fumando em lugar proibido ou fazendo barulho quando sua mãe pediu silêncio? - não aguentei e cai na gargalhada ele me acompanhou.
  - Infelizmente não fui tão perigosa fazendo essas coisas. Mas se grudar chiclete na cadeira de escola conta como algo perigo, então sou realmente muito perigosa. - nós só riamos.
  - Oh, você, senhorita , é uma mulher muito perigosa. Fico até com receio do que podes fazer comigo.
  - Não se preocupe querido o mais doloroso que posso fazer com você é chutar seu juelho ou sua canela, o que mais doer.
  - Você é hilaria, . Se me permite te chamar assim.
  - A vontade. É sempre bom fazer as pessoas rir.
  - Concordo com você. Ainda mais quando a pessoa é especial e saber que o motivo daquele sorriso estar ali é você. - um sorriso pequeno escapou em meus labios.
  Eu só acho que entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas ao mesmo tempo minha mente dizia que eu tinha entendido errado, que eu estava começando a criar esperanças demais em mim, e que estava apenas escutando o que queria, entendo tudo completamente errado. Eu tinha quase certeza que ele e Bruna se não haviam tido nada, eles estavam tendo, pois quase nenhum homem resite aos charmes de Bruna mesmo ela parecendo uma idiota as vezes. Eles acabam por cair no encanto da minha prima.
  Então quem me garante que com seria diferente?

  26 de abril de 2010

  Na calada da noite, no silêncio do meu quarto praticamente escuro eu apertava o travesseiro para ficar mais perto de mim, e me comfortar de alguma forma da grande trsiteza que habitava novamente meu peito, me sufocando e deixando meu coração ainda mais dolorido. E o motivo de tantas lagrimas e dor era a grande saudade de minha mãe, mais uma vez o grande desejo de te-la ao meu lado apertava meu peito, quase o afundando. Eu estava passando por um momento em minha vida que eu precisaria muito de seu conforto se eu acabasse com o coração partido e de seus conselhos sobre o que fazer.
  Eu estava amando pela primeira vez em minha vida, sentindo essas sensações pela primeira vez, e eu não sabia muito bem como me comportar diante a isso. E se ele um dia (fora de meus sonhos) se declar dizendo que sente o mesmo que sinto por ele? O que farei depois? Sei que depois eu o puxo para mim e o beijo ou ele me puxa para ele e me beija. Mas e depois o que irei dizer?
  Já iria completar dez anos que minha mamãe tinha ido para junto de Deus, eu sei que como ela está lá com ele, ele está me protegendo no lugar dela, mas eu preciso tanto dela junto de mim, me dando mais forças para que eu consiga concretizar todos os meus planos de vida.
  Dei duas fungadas assim que as lágrimas pararam de rolar em meu rosto, e aos poucos fui fechando meus olhos deixando o cansaço do choro me vencer.

  29 de abril de 2010

  Assim que sai do trabalho em uma plena sexta a noite, tomei uma decisão assim que peguei o táxi, pedi para que ele mudasse de rumo que antes era o meu apartamento, para um lugar que a um tempo eu não ia pois me trazia muitas lembraças de minhas mãe. Mas estava na hora de ir até lá, me divertir um pouco e me permitir ter essas lembranças que era tão boas.

  Assim que cheguei no lugar todo iluminado e cheio de pessoas principalmente crianças, eu senti que mamãe estava ainda mais perto de mim. Fechei os olhos e me permiti com um sorriso no rosto lembrar da primeira vez que estive ali com ela.

  - Mamãe, que lugar é esse? - perguntei curiosa para todas aquelas luzes do lugar e a olhando com em seguida, endequanto ela olhava sorrindo para as luzes também.
  - Esse aqui, querida, é um pequeno parque de diversões.
  - Ahhh. - voltei meus olhos novamente para todas aquelas luzes que fazia meus olhos briharem com a imagem bonita que eu tinha diante de meus olhos.
  - Eu costumava vim bastante aqui com sua avó quando eu era pequena.
  - Aqui é muito bonito, mamãe. - sossurei baixo, como se estivesse lhe contando um segredo.
  - Muito bonito, minha menina. Mas vem, vamos nos divertir um pouco. - começou a andar na minha frente segurando minhamão enquanto nos aproximavamos de todas aquelas luzinhas.

  Estar naquela roda gigante (que não é bem gigante) já não me trazia medo algum, não só pelo fato de eu ser praticamente adulta e ter que dar uma de madura e corajosa. Não, pois todos os adultos tem algum medo.
  Mas sim porque minha mãe me ajudou a perder o medo, ao dizer sempre que ela estava comigo, e que estava me protegendo do perigo. E dizendo também que eu ao estar ali dentro daquela roda eu sentiria um poquinho do céu perto de mim, e veria uma parte lá de cima do tamanho menor do que o normal e então eu me sentiria grande, junto com um friozinho na barriga.
  Fechei os olhos novamete e me permiti novamente lembraças me tomar.

  - Mamãe, eu estou com medo de entrar ai. - sussurrei para ela, para que só ela me escutasse.
  - Não precisa ter medo, meu amor, eu estou aqui segurando sua mão, irei te proteger de qualquer coisa que quiser te fazer mal. - ela se agachou em minha frente e sorriu passando as mãos em meu cabelo, fazendo uma parte do meu medo ir embora. - E outra ao estar lá em cima você vai sentir como se um pedaço do céu estivesse mais perto de você.
  - Eu quero sentir o céu mais perto, mamãe. - sorri radiante a fazendo rir um pouco mais alto.
  - E grande? Você quer se sentir grande minha menina?
  - Quero, mamãe.
  - A pois, você estando lá em cima você se sentira como se fosse grande. Assim como eu me senti quando minha mãe me trazia aqui. - seu sorriso deu uma vacilada e eu temi que ela começasse a chorar, porque eu não gostava de ver minha mamãe chorar, eu sentia um pequeno aperto no peito ao ver as lagrimas em seus olhos tão bonitos.
  - Não chora, mamãe. - toquei seu rosto delicado e ela sorriu de forma delicada para mim.
  - Não vou chorar, meu amor. Não tenha medo, minha menina, isso serve para a vida. Não tenha medo de vive-la, apenas tome cuidado. Todo cuidado é necessario. Apenas viva meu amor.

  Sequei uma lágrima que desceu de meus olhos e sai da roda gigante, me encaminhando até o carrinho de algodão doce eu era a quarta da fila.
  - ? - escutei aquela voz e me virei para a pessoa atrás de mim na fila.
  - ?! Que supresa ve-lo aqui. - sorri e nos comprimentamos com um beijo na bochecha.
  - Eu vim me divertir um pouco com o meu sobrinho.
  - Oi, pequeno.
  - Oi. - ele sorriu pequeno.
  - Seu sobrinho é uma graça.
  - Obrigado. Você está se divertindo aqui sozinha?
  - Estou.
  - Então você gostaria de se divertir com nós dois? Bom um homem e meio. - rimos.
  - Eu adoraria.
  Pegamos algodão doce e fomos depois para o carrocel eu queria muito ir lá, era mais um dos meus brinquedos favoritos, estando ali me fazia viajar em pensamentos bons, me fazia de alguma forma sentir como se meus sonhos pudessem se realizar de uma hora para outra, com apenas um estalar de dedos. Aquele parque me fazia sentir como se tudo fosse possível.
  Eu ganhei um urso de pelúcia grande da cor branca e também um unicórnio de pelúcia, enquanto ao sobrinho dele ganhou um cavalo de pelúcia e um boneco de brinquedo e quem conseguiu tudo isso para nós dois foi , que se tornou nosso heroi.
   fez questão de me deixar na porta de casa, me despedi de seu sobrinho no carro com dois beijos na bochecha e me acompanhou até a porta.
  - Está entregue, senhorita .
  - Obrigada novamente, . Me diverti muito essa noite.
  - Eu também. E fico feliz que tenha gostado de nossa compainha.
  - Eu adorei, de verdade. - dei um pequeno sorriso e eu não sabia o que dizer depois o que fazer exatamente. Eu só dava um boa noite e entrava correndo em casa? Ele poderia ficar chateado com essa minha reação tão apressada depois dessa noite maravilhosa.
  Eu dava um boa noite e um beijo em sua bochecha? Talvez, ele poderia ficar bastante surpreso mas não chateado como na primeira opção.
  Acho que a segunda é a mais certa a ser feita.
  - Bom... Boa noite, . - me aproximei devagar dele e ele me olhava de forma intença e com um certo brilho de esperança nos olhos. Inclinei um pouco minha cabeça quando já estava próxima o suficiente de seu rosto e depositei um beijo demorado em sua bochecha.
  Assim que parei ele me olhava meio hipnotizado.
  - Boa noite, . - sorri pequeno ou ouvi-lo dizer isso de forma lenta e com um sorriso no rosto e finalmente entrei em casa.

   e eu nos divertiamos mais uma vez, estavamos andando pelo parque dando risada de suas piadas idiotas e o pior era que ele adorava contar só para me fazer rir feito maluca e todos nos olhar como se fossemos realmente malucos.
  - Você é maluco, .
  - Eu sei que você gosta.
  - Olha só quem eu encontro aqui. - Bruna apareceu em nossa frente como se estivesse vindo do além com um vestido branco até os joelhos e os cabelos soltos, e esse nem era o pior, ela estava com uma espreção de psicopata no rosto e em sua mão direita uma arma. - Você parecem se divertir muito juntos, você parece estar realmente muito feliz. Seria uma pena se sua felicidade acabasse agora.
  - Não faça isso, Bruna, por favor, pense direto essa não é a melhor solução.
  - Para você não, querida? Mas para mim é sim a melhor. Você infelizmente não me deixa escolha, querida prima.
  - Bruna, não. - em questão de segundos ela ergueu o braço e apontou a arma na direção de e disparou três vezes na direção de seu peito, nem deu tempo de me colocar em sua frente. - NÃÃÃÃÃO, .
  - É uma pena prima você ter perdido mais uma pessoa que tanto ama. - e assim ela foi embora como se fosse um fantasma. Minha maior preocupação agora era a pessoa que eu estava completamente apaixonada, amando verdadeiramente estava escapando de minhas mãos, ele estava me deixando, assim como aconteceu com minha mãe.
  - Não, por favor mantenha os olhos abertos, por favor fica comigo. Não aguentarei se mais alguém que amo me deixar sozinha. Já basta minha mãe ter ido embora, agora você eu não irei aceitar. Por favor, , por favor...
  Já era tarde seus olhos se fecharam, eu perdi meu amor para sempre mais um me deixou sozinha nesse mundo tão grande e vazio.

  Acordei com um grito abafado meu, suor escorria por minha testa. Foi apenas um pesadelo, mais um pesadelo.
  Assim que me acalmei me levantei da cama caminhando até a cozinha, tomei um copo de água gelada.
  Antes de retornar para a cama passei no quarto de Bruna e a mesma dormia calmamente, mas assim que eu dei as costas para voltar ao eu quarto Bruna me chamou.
  - O que foi?
  - Você está bem? - ela cocou os olhos se sentando na cama. - O que faz acordada essa hora?
  - Estava com sede, e você o que faz acordada?
  - Sono leve, estou dormindo e acordando direto.
  - Certo. - eu não estava conseguindo olhar para Bruna direito devido ao sonho que tive, apesar de uma coisa ser diferente da outra eu continuava pensando que aquele pesadelo queria me alertar de algo. Mas mantive isso apenas em minha mente eu não poderia deixar de conversar com Bruna de uma hora para outra, por conta de um sonho que poderia ter sido apenas aleatoria, apenas minha fertil imaginação.
  - Hey, a mãe pediu pra te avisar que final de semana tem uma festa para irmos. Eu ia te avisar assim que cheguei em casa mas você já estava dormindo.
  - Certo, obrigada por avisar.
  - Quer ir no shopping comigo amanhã, para comprar roupas para a festa?
  - Ok, vamos sim.
  - Tudo bem. Boa noite, prima.
  - Boa noite, Bruna.

  30 de abril de 2010

  Era a segunda loja de vestidos em que estravamos eu já tinha escolhido o meu vestido, ele era vermelho longo, decote coração grade, mas não tão grande e aberto na perna esquerda, a abertura ia até mais ou menos perto do meu quadril. Eu queri um vestido mais simples que não chamasse tanto a atenção mas Bruna me fez levar aquele vestido alegando ter caido como uma luva em meu corpo.
  Mas enquanto a mesma ela não tinha se decidido que vestido levar, ela tinha provado varios vestidos e muitos deles havia ficado perfeito em seu corpo, mas ela dizia não gostar e que iria dar mais uma procurada.
  Quando ela saiu de dentro do provador eu achei que estava vendo uma princesa em minha frente, minha boca se abriu e ela sorriu largamente, em seu corpo havia um vestido de alça decote V bordado da cor paretado e a saia longa da cor preta com aberto da esquerda. Era um pouco simples para Bruna que gostava de coisas bem chamativas mas ela estava bastante sexy com aquele vestido e com uma sandalia toda aberta da cor prata também.
  - E então o que acha?
  - Você está maravilhosa, Bruna.
  - Você não acha que está muito simples?
  - Mais ou menos, mas te deixa bastante sexy prima.
  - Jura?
  - Com certeza.
  - Então vou levar esse. - sorrimos e mandei uma piscada para ela.

  02 de maio de 2010

  No sábado Bruna me arrastou até um salão de beleza para podermos fazer cabelo e maquiagem, para mim não era preciso tudo aquilo, eu podeia muito bem fazer a maquiajem de nós duas, e Bruna o cabelo já que tinhamos um pouco de noção sobre esse assunto, mas ela insistiu que deveriamos ir até ali pois era uma festa um pouco importante então teriamos que ficar bem lindas.
  Assim que terminamos fora para casa, Bruna ligou para uma das empregadas da casa dos meus tios e ela foi correndo até nosso apartamento, também Bruna parecia desesperada no telefone e alegando ser uma emergencia.
  - Desculpa, senhorita, tentei vir o mais rapido que pude. - a empregada dizia de forma rapida e tomando folego, assim que abri a porta.
  - Tudo bem, não precisava correr tanto, Bruna que é muito exagerada.
  - Por sinal, a senhorita está deslumbrante.
  - Otimo que chegou, precisamos que nos ajude a colocarmos o vestido.
  - Claro.
  Primeiro ajudamos Bruna a colocar o seu, e depois eu coloquei o meu, a empregada - que nao sei o nome por não ter dado tempo de perguntar - nos olhava sorrindo com os olhos brilhando.
  - Vocês duas estão deslumbrantes.
  - Obrigada. - agradeci sorrindo tímida, nunca sei reagir ao certo com elogios.

  Entramos no táxi correndo e seguimos para a festa.
  - Nós deslumbrantes e chegando na festa de táxi.
  - Não tem nada demais nisso, Bruna, pelo menos não estamos indo a pé.
  - Eu sei, mas se tivesse dado tempo eu pediria pro meu pai terminar de concertar meu carro.
  - Ele não iria te entregar. - Tio Daniel tomou o carro de Bruna pois ela era meio que inrreponsavel no transito, duas vezes ela já dirigiu bebada e da ultima ela quase causou um grande aciente o carro ficou batido, deixando meus tios furiosos. Segundo eles a próxima a ganhar um carro seria eu.
  - Poxa já faz tempo e eu aprendi a lição.
  - Eles estão tentando ter a certeza disso.
  - De que lado afinal você está, ein, ?
  - Do lado das pessoas inocentes que podem acabar morrendo por imprudencia sua de dirigir bebada de novo.
  - Eu aprendi a lição, droga.
  - Espero mesmo que sim. Agora vamos, já chegamos.
  Assim que saimos do carro e o mesmo foi embora pessoas que estava ali fora - do grande salão onde ocorria a festa - nos olhava de cima para baixo, alguns dos homem até sorria praticamente nos comendo com os olhos, eu já estava começando a ficar desconfortavel com aquilo. Me movi para dentro do salão, quando vi que Bruna já ia em minha frente, com aquela pose dela de confiante e superior, tentei parecei como ela pelo menos ter mais confiança pois eu sabia que estava bonita, mas não superior a ninguém ali.
  Assim que entramos o salão estava lotado de pessoas bebendo e conversando e musica animada tocando ao fundo, musicas atuais, por mais que o ar da festa pedisse musicas classicas.
  Não demorou muito meus tios nos viu e sorrindo se aproximaram.
  - Vocês estão magnificas, minhas meninas. - tia Lisa sorriu orgulhosa de nós duas nos abraçando, ela também estava maravilhosa com um vestido longo da cor azul escuro de renda.
  - Conncordo com ela, espero não ter que quebrar a cara de uns marmangos que derem em cima de minhas pequenas.
  - Que isso, papai, já passamos dessa fase.
  - Eu sei que sim, mas é sempre bom relebrar. - tio Daniel nos abraçou.
  - Se divirtam, meninas, caso precisem de algo estamos por ai na festa, mas não será dficil nos achar.
  - Tudo bem, mamãe, se divirtam também. - tia Lisa mandou beijo no ar e sumiu por entre as pessoas com meu tio.
  - Vocês estão maravilhosas. - ao escutarmos aquela voz, nos duas nos viramos e nos deparamos com com um terno azul marinho de corte italiano, e sapatos preto social, e o cabelo bem penteado para trás. Lindo, simplesmente lindo.
  - Obrigada, , você também está maravilhoso.
  - Obrigado, Bruna. - abaixou a cabeça rindo e logo a erguendo sorrindo lindamente em minha direção, se eu não tivesse em público eu provavelmente teria me deretido.
  - Hum, , você aceita dançar comigo? - Bruna perguntou e me olhou como se perguntando se eu não me importava, afinal era apenas uma dança.
  - Se divirtam, eu vou tomar alguma coisa. - sai de perto deles indo até um bar que tinha ali no canto do salão.
  Pedi uma taça de champanhe e fiquei ali de costas para o balção e olhando as pessoas ao redor conversarem e alguns casais dancarem, até que Bruna e me chaaram a atenção, eles dançavam agarrados parecia que rolava um climão ali entre eles, me fazendo dar um suspiro de desânimo.
  - O que foi, minha querida, por que está com essa cara de quem está com ciumes?
  - Ciumes eu? Claro que não, tia Lisa.
  - Ah minha querida, pode não parecer mas eu te conheço muito bem. - ela direcionou seu olhar para onde o meu estava. - Então é isso que está te chateando, Bruna e dançando.
  - Eles estão se divertindo e é isso que importa.
  - Sei disso, mas ao jugar pela forma que está ele nã parece estar curtindo muito. Aposto que ele queria a compainha de autra mulher. - ela me olhou sorrindo e então eu entendi o que ela quis dizer.
  - Não sei não, tia.
  - Queria muitas vezes as ações, o jeito da pessoas diz mais do que palavras. Eu sei que queria estar dançando com você.
  - Nós esses das nos divertimos no parque em que minha mãe me levava quando eu era pequena.
  - Viu só, minha menina, ele gosta de você. Eu amo muito a minha filha, assim como amo você, e quero a felicidade de ambas, mas se a felicidade de é você, e sua felicidade é ele, ficarei feliz e irei apoiar. E enquanto a Bruna ela logo encontrara o dela.
  - Obrigada, tia Lisa. - ela fez um carinho em meu ombro e caminhou para longe.

  Estava debruçada sobre o balcão do bar esperando o bartender me trazer mais uma taça de champanhe, enquanto isso eu batucava meus dedos ali no balcão começando a me irritar e a irritar os que estavam proximo com o barulho. Sorri e agradeçi quando o bardenter trouxe minha taça e me virei novamente de costas, tendo visão de uma parte da festa, mas o que me chamou meso a atenção foi a figura de andando por entre as pessoas, e ele parecia ir em minha direção com uma mão no bolso da calça também social azul marinho. É ele estava indo mesmo em minha direção, e eu segurei um sorriso de satisfação e um suspiro por ele que meu Deus, eu não me canso de dizer o quão lindo aquele homem estava.
  - Você me concede a honra de uma dança, senhorita ? - todo cavalheiro e com um pequeno sorriso ele estendeu a mão direita em minha direção. Coloquei a taça vazia em cima do balcão e aceitei de bom grado sua mão estendida.
  Paraos quase que no meio da pista de dança enquanto uma música romantica começava a tocar.

  (N/A: se quiserem conloquem a música Secret Love Song - Little Mix)

  Sua mão esquerda foi para o meio de minhas costas, enquanto a minha foi até sua nuca. E nossas duas mãos direita se juntaram, ele me puxou para juntar ainda mais nossos corpos Me causando um arrepio, uma certa tremedeira nas pernas e nervosismo por estar tão perto dele.

When you hold me in the street
And you kiss me on the dancefloor
I wish that it could be like that
Why can't it be like that
'Cause I'm yours

We keep behind closed doors
Every time I see you I die a little more
Stolen moments that we steal as
The curtain falls
It'll never be enough

  Estar ali com ele naquele momento, dançando aquela música parecia mais que certo, eu sentia que estava no lugar onde eu deveria realmente estar, principalmente estar em seus braços. Eu temia a reação de Bruna ao saber que eu estava realmente apaixonada por ele e ele poder estar por mim também. Mas eu não iria deixar de ser feliz com ele, porque ela não aceita, eu iria sentir muito mas se fosse preciso seria daquela forma.

It's obvious you're meant for me
Every piece of you it just fits perfectly
Every second, every thought
I'm in so deep
But I'll never show it on my face
But we know this, we got a love that is
Hopeless

Why can't you hold me in the street
Why can't I kiss you on the dancefloor
I wish that it could be like that
Why can't we be like that
'Cause I'm yours

  Soltei minhas mãos de sua nuca por um momento e nesse um momento para que ele me rodasse com sua mão ainda dadas com a minha e sua mão em minhas costas para como se me apoiasse para que eu nao caisse. Em seguida ele me prendeu de costas para ele, me abraçando e nos balançamos no ritimo da música.
  Com mais uma rodada que dei parei novamente de frente para ele e voltamos a dançar como começamos.

When you're with him do you call
His name
Like you do when you're with me
Does it feel the same
Would you leave if I was ready to
Settle down
Or would you play it safe and stay
Girl you know this
We got a love that is hopeless

  Ele juntou nossas testas e eu fechei meus olhos sentindo com mais intensidade o que ele me causava, o que só ele tinha conseguido me causar. Quando eu pensava estar apaixonada de verdade por alguém, o que eu sentia ao chegava nem aos pés.
  Será que lá de cima minha mãe me olhava? O que ela pensava ao estar nos vendo ali no meio da pista dançando de forma tão apaixonada? Será que ela nos aprovava? Será que ela sabia algo do meu futuro, que se por acaso ele era meu futuro, que eu não estava enganada?

Why can't you hold me in the street
Why can't I kiss you on the dancefloor
I wish that it could be like that
Why can't we be like that
'Cause I'm yours

And nobody knows
I'm in love with someone's baby
I don't wanna hide us away
Tell the world about the love we makin'
I'm living for that day, someday

Can I hold you in the street
Why can't I kiss you on the dancefloor
I wish that it could be like that
Why can't we be like that
'Cause I'm yours, I'm yours

Why can't you hold me in the street
Why can't I kiss you on the dancefloor
I wish that it could be like that
Why can't we be like that
'Cause I'm yours, 'Cause I'm yours

  Assim que abri meus olhos me deparei com seus olhos tão pertos dos meus, ele sorriu pequeno, tirando a sua mão do meio de minhas costas afastando seu corpo do meu para novamente me fazer dar uma girada, e nesse meio tempo meu corpo implorou para ter seu corpo novamente junto do meu, sentir o seu calor mesmo que estando coberto por aquele terno. Eu apenas queria estar em seus braços, me sentindo segura novamente. Em seguida em me inclinou para trás me apoiado me seus braços e dali consegui ver que algumas pessoas nos observava, mas não importei, não daquela vez.

Why can't I say that I'm in love
I wanna shout it from the rooftops
I wish that it could be like that
Why can't we be like that
'Cause I'm yours

Why can't we be like that
Wish we could be like that

  Quando ele me puxou para cima novamente, foi de forma meio rápida e estavamos colados e com nossos rostos muito proximos. E então finalmente nossos labios se tocaram de inicio em selinho demorado, depois um beijo de verdade sem envolver língua, me causando um grande arrepio bom da cabeça aos pés. Eu sempre tive curiosidade de sentir as famosas borboletas no estômago quano se beija a pessoa por quem você é realmente apaixonada, quem é o homem ou mulher certa. E eu finalmente as senti, elas não só dançavam ela faziam uma completa festa ali dentro de mim.
Quando o beijo foi partido ficamos nos olhando por um tempo até que percebemos a presença de minha prima em nossa frente, ela tinha os olhos marejados e não aprecia acreditar no que via, parecia magoada bem magoada.
  Me soltei de , mas não conseguia dizer nada a ela, ah não ser apenas olha-la.
  - Como você pode fazer isso comigo, ? Eu fiz de tudo por você e o que você fez, está tentando roubar o que eu tanto quero.
  - Bruna...
  - Não fala, . - sua voz se elevou uns oitavos me fazendo suspirar ao constatar que praticamente todos daquela festa estavam a nos observar, agradeci muito ao DJ por não ter parado de tocar as músicas, porque ai sim seriamos o total centro das atenções ali.
  - Quando sua mãe morreu, , fiquei com tanta dó de você, não hesitei em pedir para mãmãe e papai te adotarem. Crescemos eu a cada dia confiava mais em você, aquele menina doce incapaz de machucar qualquer pessoas, seja o quão má for. Mas agora eu vejo a grande mentira que você é, não pensou duas vezes em fiscar quem eu amo, me traindo, . - ela balançou a cabeça em negação então finalmente meus tios chegaram perto dela.
  - Chega com isso, Bruna, agora. - meu tio falou de forma firme com ela.
  - Não, papai, eu ainda não disse tudo a ela.
  - E nem vai, Bruna. - tio Daniel segurou o braço da filha.
  - Me solta. - e em um puxão ela tirou o braço da mão do pai. - Você é uma BASTARDA, , é isso o que você é. Aprobeitou que sua mamãe morreu e fingiu esse tempo todo ser a boazinha, a menina delicada e inocente, mas agora eu vi a grande cobra que você é. - eu tinha meus olhos marejados.
  - Chega, Bruna. - ta Lisa estava vermelha de raiva da filha.
  - Você não sabe de nada, Bruna, você não tem ideia a dor que é perder uma mãe.
  - Graças a Deus, eu não tenho, eu tenho minha mãe aqui comigo bem viva. - ela sorriu puxando sua mãe para perto e a abraçando, tia Lisa apenas fechou os olhos e balançou a cabeça em negação se afastando dela. Vê-las ali abraçadas, fez meu coração doer ainda mais, ao desejar que fosse eu e minha mãe ali, eu pudia jurar que vi eu e ela ali no lugar das duas. Novamente meu coração sangrava pela saudade dela.
  - Aproveite, Bruna, porque ter uma mãe, o amor dela, ter ela ao seu lado todos os dias te aconselhando e te dando seu colo quando mais você precisa, isso não tem preço. Se eu pudesse eu daria e faria tudo para pelo menos dar mais um abraço em minha mãe, um beijo e dizer pela última vez o quanto eu a amo. - Bruna pareceu dar uma recaida, mas eu somente passei por ela e sai daquele salão, onde muitas pessoas me olhavam com pena.
  Peguei um táxi e durante o caminho inteiro até o local que eu mais precisava estar, eu derramava lágrimas em silencio. O taxista me perguntou se eu estava bem, mas eu não conseguia responder, eu não queria falar mais nada então meu silêncio foi sua respostas, agora o que ele interpretou eu não sei.

  Fechei meus olhos e senti que minha mãe estava mais perto de mim, assim como o céu parecia estar. A roda gigante em que eu estava no parque estava parada no topo, e não tinha muito gente ali, então o porque estava mais sossegado.
  Em muitos filmes em que assisti nesses momentos em que a mocinha passa por algo do tipo em que passei, o seu grande amado vai atrás dela depois, demostrando o grande amor que ele sente por ela, a mocinha faz o mesmo, ele a puxa para um grande beijo cheio de paixão, dizendo as coisas que ele não deixou a boca falar. E então eles vivem o resto de suas vidas felizes. Parece um conto de fadas, sei que contos de fadas não existe exatamete, mas ainda sim acredito no amor para para sempre, em amar e ser amada até seu ultimo suspiro.
  E estando ali no topo da roda gigante, eu desejei que minha vida fosse como um filme, ou pelo menos semalhante a parte final, que assim que a roda parasse no solo eu desceria e encotraria ali parado com um urso ou um rosa que seja em mãos, com seu lindo sorriso nos labios, aquele que me encanta, que faz com que eu me perca no tempo e me apaixone de forma grande. Então ele diria tudo o que seu coração estava cheio pelos seus sentimentos por mim, e então para mudar um pouco clichê eu o beijaria em seguida, para então depois dizer um "eu te amo".
  Mas como dizem nem todo querer é poder. Desejar e sonhar todos desejam, mas nem todos tem a sorte de que esse desejo e sonho se realize dessa forma e rapido. Foi o que aconteceu comigo, ao sair da rosa gigante tudo o que vi foi apenas o vazio do parque e suas luzes coloridas, ele não estava ali a minha espera.
  Mais uma vez nos meus contos de fadas, aconteceu tudo o cotrário.
  Agora sei a sensação de querer alguém, mas não poder ficar com ela.

FIM



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