O Outro Herdeiro
Escrito por Marotas Fanfics | Revisado por Jéssica
01. Os Mcnold’s
Era cedo na casa dos Mcnold’s. Emily, a filha mais nova, estava descansando em seu quarto, enquanto Anne, sua mãe, estava na cozinha preparando o café da menina e seu marido, Tom, já se encontrava no emprego. Emily se levantou sonolenta, apalpou o escuro, encontro o interruptor de seu abajur e o acendeu, agora faltava apenas 48 horas para ela começar o ano letivo em sua nova escola, um lugar cujo nunca ouvira falar, mas sabia que seus pais frequentaram. Desde aquela tarde, a vida de Emily nunca mais fora à mesma e foi ali sentada em sua cama que ela relembrou os últimos meses.
“Era cedo e a família Mcnold’s, como em todos os sábados, decidiu ir fazer um passeio no parque. Emily percebeu que seus pais estavam apreensivos demais, ela nunca os vira assim antes, cochichavam coisas estranhas e ela mesma não entendia, mas não teve coragem de perguntar. Depois de um tempo, voltaram para casa.
Assim que entraram na casa, Emily presenciou a cena mais esquisita que já vira na vida, uma coruja bege estava sentada no braço de seu sofá branco e, se destacando no bico da ave, uma carta.
- Eu sabia que ele ia manda-la. – Disse Anne.
- Não era sem tempo. – Respondeu o pai da garota, indo pegar a carta do bico da coruja. Tom pegou a carta e leu em voz alta.
“Caro Sr e Srª Mcnold’s,
Estou ligeiramente preocupado com Emily, pois ela já deveria ter sido mandada a Hogwarts há quatro anos e, sabendo de quem ela é filha, receio que já devesse ter sido bem orientada.
Bem, espero que neste ano possamos contar com a presença de Emily na minha escola, serei grato a vocês, mas, se ela não aparecer, receio que Hagrid adoraria ir busca-la. Por favor, mande-me uma coruja o mais rápido possível.
No mesmo envelope encontrará instruções para o material do 4º ano de sua filha em Hogwarts.
Atenciosamente,
Albus Dumbledore.”
Tom fechou a carta e encarou a mulher, e ela acenou com a cabeça, concordando com o que Dumbledore havia escrito.
- Devemos contar a ela. – Disse o pai se sentando na cadeira em que a coruja estava.
- Contar o quê? – Emily perguntou assustada.
- Emi, temos que te contar uma história de família. – Disse Anne sorrindo.
Emily se sentou no sofá da sala enquanto seus pais a encaravam.
- Filha – Disse Tom. – Há quatro anos nós estamos tentando esconder de você o que nós realmente somos. – Tom parou e observou Emily e Anne por alguns estantes e continuou. – Nós... Bem... Nós não somos humanos quaisquer, nós, eu você e sua mãe, somos bruxos.
Houve um silêncio. Emily não estava entendo absolutamente nada, a menina olhou perplexa para seu pai, pois ele acabara de dizer que todas as pessoas de sua família eram bruxos. Emily achou aquilo muito engraçado e soltou alguns risinhos, pensando que aquilo era alguma piada, mas percebeu que não era.
- Tudo bem, está me dizendo que eu sou uma bruxa e que você e mamãe também são? – Perguntou a menina erguendo a sobrancelha.
- Sim. – Disse Anne com um sorriso de insegurança no rosto.
- Ok, isso explica as coisas malucas que eu faço acontecer. – Emily concluiu.
- Isso mesmo, filha. – Respondeu sua mãe.
- Mas por que me esconderam isso? – Perguntou Emily um pouco irritada.
- Porque o mundo da magia está ficando cada vez mais perigoso, pois aquele-que-não-deve-ser-nomeado está voltando mais forte que nunca e nós queríamos que você ficasse fora disso, mas parece que Albus Dumbledore está de olho em nós e ele é o Bruxo mais poderoso desde aquele-que-não-deve-ser-nomeado, e como eu e sua mãe confiamos nele achamos que já estava na hora de você saber o que realmente é. – O senhor Mcnold’s parou para respirar e continuou. – Este ano, a partir de dois meses, você vai ir para a escola de bruxaria e magia de Hogwarts.
- Espera aí! Tem uma escola de magia e bruxaria? E vocês estão dizendo que eu vou ir para ela, mesmo estando quatro anos atrasada?
- Sim. – Disse Anne, constrangida. – Escuta filha... Albus, nosso amigo, acha melhor você ir. A partir de agora, será o lugar mais seguro para você.
A cabeça de Emily estava a rodar. Ela acabara de descobrir que não era uma humana qualquer, que seus pais eram bruxos e que ela teria que frequentar uma escola para bruxos, tudo se encontrava confuso, Emily não conseguia compreender o que estava acontecendo, mas de um jeito ou de outro ela se sentiu um pouco aliviada, porque se essa escola existia; lá ela não seria tratada como uma aberração e ninguém se afastaria dela porque seu estojo voara na sala e colidira na cabeça de uma colega de classe. Ao mesmo tempo em que estava preocupada, ela se sentia mais feliz que nunca.
O silêncio predominou longos minutos enquanto a menina digeria a notícia. Anne e Tom se entreolhavam enquanto esperavam uma resposta da filha. Até que a menina sorriu e seus pais suspiraram de alívio.”
Enquanto se recordava, Emily levou um susto, pois sua coruja Ed estava se debatendo na gaiola.
- Deixe-a sair. – Berrou sua mãe do primeiro andar, então a menina levantou-se e abriu a gaiola de Ed.
- Bom passeio e volte em uma hora, ok? – Ela sorriu para a coruja e abriu sua janela. Sendo assim, a ave voou pela janela, contente.
02. Estação nove e meia
Depois de se levantar, Emily foi até seu banheiro, tomou um longo banho e desceu as escadas.
Sua mãe estava sorridente, pois aquele seria o dia em que Emily iria para a nova escola, a tão comentada Hogwarts. A menina não sorria verdadeiramente, apenas forçava para a mãe alguns sorrisinhos quando a mulher a olhava.
Emily se despediria da mãe e do pai e, em apenas uma hora, a saudade já estava batendo no peito da menina porque ela não iria ao fim do dia para casa. Hogwarts era como se fosse um internato e isso deixava Emily preocupada, fazendo-a pensar que seus pais não estivessem lhe falando a verdade, que todas aquelas coisas não eram reais, que ela apenas estava delirando e fora enganada para ir para um colégio interno no exterior, mas seus pensamentos se apagaram quando seu pai entrou pela porta.
- Não achou que eu ia perder o primeiro dia da minha garotinha, achou? – Disse Tom com um sorriso andando até a cozinha e apertando os ombros da filha com carinho.
- Não mesmo, pai. – Emily sorriu, pela primeira vez naquela manhã, com gosto. – Então... Me fale mais sobre Hogwarts!
- Bem... A escola, como eu disse, é para lhe ensinar a usar seus poderes. Vários bruxos e bruxas de muitos lugares que buscam a verdadeira educação vão para lá, Dumbledore é o melhor diretor que a escola já teve.
- Aposto que vai gostar dele – Disse Anne com um sorriso.
A menina assentiu. Se os pais dela gostavam tanto de Dumbledore era porque ele deveria ser realmente bom.
O papo sobre o diretor e suas qualificações continuou e, quando Emily menos esperava, Ed, sua coruja, voltou, o que significava que já estava na hora de ir. Tom levantou-se e jogou a chave do carro para a mulher, subiu as escadas e foi buscar o malão da menina que já estava pronto ao pé de sua cama.
Em pouco menos de quarenta minutos, a pequena família de bruxos estava nas movimentadas ruas de Londres em seu Porsche preto.
Emily martelava em sua cabeça como seria Hogwarts. Nunca esteve tão animada na vida, mas ela estava ao mesmo tempo muito apavorada, como na vez em que ela esteve em casa sozinha e lutara com uma minúscula aranha. Emily tinha pavor de aranhas, contudo nunca se sentira assim antes. Durante uns vinte minutos, seu pai rodara a cidade até chegar à estação King Cross.
Quando finalmente chegaram, Emily desejou que não tivessem o feito, pois ela gostaria de ficar no mínimo mais uma hora no carro, mas era isso que dava ter um carro rápido e um dia sem trânsito. Ela suspirou e fitou o vidro da frente, olhando o seu reflexo.
Emily era uma garota muito bonita; possuía lindos olhos verdes intensos, era alva, tinha os lábios rosados e possuía lindos cabelos lisos e vermelhos como o fogo. Seus pais que já haviam saído do carro e, obviamente, estavam mais nervosos que ela mesma.
- Vamos, Emi, não temos o dia todo, aquela plataforma some. – Sua mãe abrira a porta e gritava um pouco pela excitação.
- Tudo bem... – Emily se dirigiu para fora do carro alisou os cabelos, isso significava que ela estava nervosa.
- Você está linda. – Disse Anne com um sorriso, pensando que a menina estava preocupada com a beleza naquele momento. – Vai arrumar um namorado rapidinho. – Disse a mulher, rindo.
- Amor, não diga essas coisas, Hogwarts é um lugar para aprendizado e não para namoricos. – Sr. Mcnold’s repreendeu a mulher.
- Isso não o impediu de vir até mim no 4º ano, Tomas. – Respondeu Srª Mcnold’s.
Emily riu, sua mãe havia lhe contado que ela e seu pai haviam se conhecido em Hogwarts. Ela da Grifinória e Tom da Lufa-Lufa. Depois de algumas piadinhas, ficou decidido que ela não namoraria até que chegasse ao 6º ano, mas era tudo apenas brincadeira. O Sr. e a Srª Mcnold’s levaram a filha para a estação nove e meia.
- Agora preste atenção – Disse Tom à filha. – Como você vê, aqui só tem a estação nove e dez, mas aquele pilar – Apontou o homem – Está vendo bem? Então, temos que atravessá-lo para chegar à plataforma.
- O quê? – Definitivamente Emily pensava que seu pai havia pirado. Atravessar um pilar? De pedra? Ele realmente estava ficando louco.
- Isso mesmo, eu vou primeiro, depois você e sua mãe – Disse o homem que se dirigiu discretamente entre os trouxas com o carrinho de Emily e se chocou contra a plataforma, Emily pensou que seu pai ia bater com tudo, mas simplesmente desapareceu. A menina escancarou a boca de surpresa, sua mãe a puxou pelo braço em direção à coluna.
- Concentre-se, estarei logo atrás de você. – Garantiu a mulher.
Emily respirou fundo, olhou para os lados para ver se alguém prestava atenção, fechou os olhos e foi em direção à parede. Por susto, sentiu seus pés tocarem uma superfície sólida.
- Parabéns, querida. – Disse sua mãe ao pé de seu ouvido.
- Obrigada... – Emily disse, assustada.
E lá estava o trem e a Plataforma nove e meia. Vários meninos e meninas andavam pela plataforma com carrinhos e corujas piavam alto; era um verdadeiro estardalhaço, mas por dentro Emily se sentia feliz.
- Amor, está na sua hora. – Disse o Sr. Mcnold’s com lágrimas nos olhos.
- Owon... Papai, não precisa chorar! No fim do ano eu volto, e volto também nos feriados.
- Não estou chorando, é que Ed jogou feno no meu olho. – Mentiu Tom.
- Tudo bem... – Soluçou Srª Mcnolds. – Está na hora, querida.
- Ok. Hogwarts, certo? Têm certeza que vocês querem que eu vá?
- Sim, amor. – Dona Anne beijou o rosto da filha e lhe deu um grande abraço. O mesmo fez seu pai com um sorriso, e assim Emily andou, passando por várias famílias de Bruxos chorosas, e embarcou no trem.
Andando pelo trem com sua mochila, Emily procurou algum vagão vazio, mas não encontrou. Ela passou por um que vários meninos estavam sentados, um deles loiro e bem branco que encarou Emily com curiosidade, então a garota decidiu continuar a andar. No fim do trem havia um vagão com seis pessoas, três meninos com cabelos cor de fogo, dois gêmeos, uma menina com a mesma cor de cabelo, entretanto essa aparentava ser bem mais nova que os demais. Havia também outra menina com cabelos um pouco desgrenhados e um menino com cabelos pretos que, de longe, ela reconheceu com o famoso Harry Potter, então, sendo assim, Emily decidiu que como sabia que Harry estava no quarto ano, ia ser uma ótima ideia perguntar algumas coisas para ele.
A menina bateu na porta de leve e todos a olharam, então ela desejou não ter feito aquilo, um dos ruivos abriu a porta.
- Claro. – Disse o menino. – Sou Jorge, esse é meu Gêmeo Fred, meu irmão Rony, minha irmãzinha Gina, este aqui é Harry e esta é Hermione. – Ele gesticulou para cada um deles.
- Eu sou Emily Mcnold’s. – Informou a menina ainda vermelha.
03. Menina nova
- Ah! Sim! – Disse Fred com um sorriso. – Meu irmão Percy falou muito sobre você e sua família. Sabe, ele trabalha no ministério...
- Sobre mim? – A garota perguntou, constrangida, entrando na cabine e sentando-se em um dos bancos. Rony olhava a menina com curiosidade.
- Sim. Percy disse que Dumbledore entrou com um requerimento para que você entrasse direto no 4º ano. – Explicou Gina.
- Ah... Bem... – Foi a única coisa que Emily conseguiu dizer.
- Desculpe a indelicadeza, mas... – A menina de cabelos desgrenhados olhou Emily. – Sou Hermione Granger e eu queria saber o porquê de você estar entrando somente no quarto ano? Quero dizer, por que você não entrou no primeiro ano como todo mundo?
- Hermione! – Exclamou Rony, exasperado. – Não liga para ela. – O menino sorriu que nem um bobo para Emily, que retribuiu o sorriso sem jeito.
- Bem, para falar a verdade, eu não sabia que era bruxa. Meus pais nunca tocaram no assunto até uns dois meses atrás, quando receberam uma carta do diretor da escola. – Emily percebeu que o trem começara a andar e todos a fitavam curiosos. Fred e Jorge fecharam a porta e sentaram-se mais próximos da garota. Rony estava concentrado na historia, Harry também, pois normalmente ele era o centro das atenções, então era legal ter uma pessoa que tirasse um pouco dessa atenção do mesmo. – Bem, meus pais me proibiram de frequentar Hogwarts; diziam que o mundo da magia estava incrivelmente perigoso, porque aquele-que-não-deve-ser-nomeado estava ressurgindo.
- Lord Voldmort. – Disse Harry.
- Sério? É este o nome? Finalmente descobri! – Disse Emily sorrindo docemente. – Ninguém nunca quis me dizer.
- Porque todos são tolos. – Harry riu. – Um nome não vai trazer o cara de volta.
- Melhor prevenir-se. – Disse Rony.
- Ok. – Respondeu Hermione. – Continue.
- Bem... Meus pais não queriam que eu viesse, mas a carta do diretor Albus Dumbledore fez com que eles mudassem de ideia.
- Então você está bem atrasada... Se quiser ajuda nas matérias, tenho certeza de que posso lhe ajudar. – Hermione sorriu.
- Obrigada.
De cara Rony percebeu o repentino interesse de Hermione em Emily, a menina estava fazendo isso apenas para ganhar pontos extras ajudando uma aluna atrasada.
- História interessante, pena que não vamos ficar aqui para ouvir o resto. – Disse Fred. – Certo, Jorge? Temos coisas a fazer. Foi um prazer, Emily.
Os gêmeos se despediram da nova amiga com um aceno e foram para outra cabine e um silêncio estabeleceu-se no recinto. Hermione fitava a menina com interesse, Rony olhava para Hermione como se aquilo fosse um ultraje. Harry era o único que sorria amigável.
- Já sabe em que casa vai ficar? – Ele perguntou para menina.
- Não... São quatro, né? Grifinoria, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina.
Nesse momento, a porta do vagão se abriu e o menino loiro que olhara para Emily há pouco tempo apareceu com dois meninos parecendo monstrengos.
- Olá, Potter. – Disse o menino com voz arrastada. – Weasley, Sangue-ruim e ora... Ora... Ora... – Maravilhou-se. – Quem é esta belezinha em seu vagão, Potter?
- Sai daqui, Malfoy! – Berrou Rony.
- Cala a boca, Weasley. – Disse o menino de má vontade. – Sou Draco Malfoy, filho de Lucio Malfoy... Já deve ter ouvido falar. – Emily olhou para o menino, curiosa. Ele sem duvida era lindo, mas claramente arrogante. – Esses são Crabbe e Goyle. – Malfoy Gesticulou para os dois. – E você?
- Emily – Disse a menina. – Emily Mcnold's.
- Ah sim... Emily Mcnold's, que falta de atenção a minha. – Repetiu Malfoy. – A filha de Tomas e Anne Mcnold's, sim, claro... Meu pai falou de você, mas não sabia que era tão bonita.
Emily corou enquanto Malfoy a olhava, depois olhou para os outros do vagão. Harry o encarava com as mãos nas vestes, Rony também, enquanto Gina o olhava com nojo e Hermione repetia o gesto de Harry com a cara mais estranha que já vira; era nojo ou ódio, não se sabia dizer ao certo.
- Você é uma puro-sangue, assim como eu, então... O que está fazendo nesse vagão cheio de coisas podres? – Disse Malfoy mirando Gina, Rony, Hermione e por fim Harry. – Não quer acabar como Potter, quer?
Emily olhou Malfoy com desdém e se levantou, ficando claramente alguns centímetros menor que ele.
- Claro que não quero ficar em um vagão com coisas desse tipo. – Disse a menina.
Rony ficou vermelho vívido, Hermione também, já Harry ficou chocado. Depois de lhe darem abrigo no trem, ela simplesmente fazia isso com eles?
Draco, Crabbe e Goyle riram, mas, antes que alguém pudesse falar algo, Emily colocou as mãos no peito de Malfoy e empurrou ele e seus amigos para fora da cabine. Os três, sem entender nada, a fitaram. Ela, por sua vez, simplesmente deu dois passos para trás e trancou a porta, virando-se para os colegas.
Rony riu aliviado, Harry e Gina também e Hermione ficou radiante.
- Pensei que você ia com eles. – Disse Rony.
- Ah! Quem trata pessoas desse jeito com certeza é podre e não quero contato com esse tipo de gente, sem mencionar que meu pai me avisou sobre os Malfoy... Seguidores de Lord Voldemort...
- Ah não! Pegou a mania do Harry. – Choramingou Rony.
- Você viu a cara do Malfoy? – Perguntou Harry. – Ele achou mesmo que você ia com ele.
- Todos acharam, Harry. – Disse Gina com um sorriso.
- Realmente ele é bonito, mas muito presunçoso. – Respondeu Emily.
Hermione, que tomava um gole de chá, cuspiu inteiro pelo vidro. Ronny ficou pasmo.
- MALFOY, BONITO? – Ele ria como uma hiena.
- Nunca mais repita isso. – Respondeu Hermione em uma crise de risos. Harry e Gina gargalhavam sem parar.
- Melhor piada contada em um vagão. – Disse Rony.
- Sem dúvidas. – Assentiu Harry.
E, apesar de rir juntamente com eles, de fato Emily o achava atraente, mas essa beleza de Draco era completamente ofuscada por ser um caráter desprezível.
Depois de muitos risos e várias piadas, os meninos se concentraram em contar a Emily como era Hogwarts e seus professores, claro que sem deixar de falar de Severus Snape.
Emily nunca se sentira tão feliz. Em uma escola alguém viera fazer amizade com ela. Nunca ela se sentira tão acolhida fora de sua casa e já estava louca para ser selecionada, em sua mente Sonserina já era a pior casa, e seu coração já sonhara com Grifinória, para poder passar mais tempo com Harry, Rony e Hermione e até com Gina que era mais nova.
O trem foi andando e todos continuaram no papo animado até que finalmente ele estava parando. A aglomeração foi geral, os alunos já estavam de pé antes mesmo de o trem parar, Emily olhou pela janela e sentiu-se ansiosa para chegar a Hogwarts.
04. Seleção
Enquanto Emily esperou sentada com Harry, Rony, Hermione e Gina, os outros alunos dos outros vagões iam saindo em um tumulto, logo a maioria estava lá fora e os quatro puderam descer. Emily olhou atentamente para o castelo, era enorme e o terreno... Então ela soltou um grande “uau” e Rony e Harry riram.
- Incrível, não é? – Disse Harry. – Foi isso que eu disse quando cheguei aqui.
- Impressionante... Meus pais não me disseram que era assim. – Respondeu Emily ainda fitando o castelo.
- Vai gostar daqui. – Alguém disse.
A menina, que deu dois passos para trás e quase caiu em cima de Rony, sorriu e corou ao mesmo tempo.
Bem à frente de Emily estava um homem enorme, “um gigante”, pensou Emily.
- Olá Harry, Rony e Srtª Mcnold's. – O homem sorriu por trás da grande barba negra e emaranhada. – Sou Rúbeo Hagrid. – Disse ele.
“Então era ele quem Dumbledore se referia na carta”, pensou a menina.
- Olá Hagrid. – Disse a menina um pouco assustada.
- Emily, Harry, Rony. – Gritou Hermione de longe. – Venham!
- Bem... Foi um prazer, Hagrid. – Emily sorriu aliviada por sair de perto de Hagrid. A garota sabia que, pelo seu jeito, ele era um bom homem, mas era muito grande também, o que fazia Emily ficar um pouco, digamos... Em pânico.
Ela se dirigiu até onde a amiga estava com Harry e Rony ao seu lado, que sorriam relutantes.
- Nossa! Diga-me que todos os professores não são daquele tamanho? – Emily engoliu em seco sua própria pergunta.
- Não. Hagrid é gente boa, não se preocupe seu tamanho, só assusta, mas tem um nobre coração. – Disse Harry sorrindo.
- Harry, eu tenho medo de duas coisas. – Emily respirou fundo. – Coisas que não tem cérebro e se movimentam e aranhas. – Disse a menina com repulsa.
- Rony odeia aranhas também, e o pai dele sempre diz para nós não confiarmos em coisas que não se pode ver seu cérebro. – Harry riu.
- Ótimo! Vou me dar bem com os Weasley's. – Confirmou Emily com um sorriso.
Os três se encontraram com Hermione que estava no barco. Pouco tempo depois, Hagrid apareceu para fazer a travessia do barco.
- Então, senhorita Mcnold's, como foi sua viajem? – O homem perguntou.
- Hum... Muito boa. – Emily sorriu. – Pode me chamar de Emi, se não se importar.
- Claro, Emi. Ficou na cabine de Harry, foi?
- Sim.
- Hagrid, você tinha que ter visto! Ela deu um gelo no Draco! – Disse Rony.
- Ah é? Que tal me contarem hoje à noite? – Perguntou Hagrid.
- Seria ótimo. – Disse Harry sorrindo.
Quando perceberam, já estavam do outro lado da margem do rio.
- Obrigada, Hagrid. – Emily se levantou com a ajuda de Rony e pulou para o chão.
- De nada e bom banquete. – Hagrid acenou e voltou para o outro lado para pegar mais alunos.
Os quatro seguiram direto para o grande castelo. Passaram por uma turma de alunos que olhavam curiosos para saber quem era a menina nova. Em seguida, entraram em uma sala enorme, onde se encontravam quatro mesas enormes e em cada uma nas pontas estava o brasão de cada casa. Emily sorriu para Hermione, Harry e Rony e os observou irem sentar-se à mesa da Grifinória. Aos poucos, os alunos iam chegando. Minerva mandou Emily ficar em uma sala de espera com mais uma centena de alunos que eram do primeiro ano.
- Você vai ficar na nossa sala? – Perguntou um menino.
- Não, sou do quarto ano, mas sou nova na escola. – Emily explicou.
O tempo foi passando até que a própria professora veio buscar os alunos, que fizeram uma fila e a seguiram.
Minerva disse que Dumbledore pediu para que Emi fosse a última a ser selecionada.
Então o chapéu seletor começou a selecionar os alunos para suas devidas casas. Como Rony havia dito, ele estava posto sobre um banco e os alunos iam sentando-se, colocando o chapéu e assim ele dizia a qual casa o aluno pertencia.
“Vitória Marie – Lufa-Lufa”
“Mayara Mcmilon – Sonserina”
“Julio Bartos – Lufa- Lufa”
“Patricio Mondes – Grifinoria”
E assim seguiu, a cada aluno que era nomeado a determinada casa, as mesas aplaudiam.
Até que, finalmente, chegou a vez de Emily. Ela andou e viu Harry, Rony, Hermione, Percy, Fred, Jorge e Gina acenarem para ela com um sorriso, mas do outro lado do salão Malfoy sorria como se quisesse que ela fosse da Sonserina.
Emily sentou-se no banquinho e colocou o chapéu seletor.
- “Hum... interessante. Já passei por isso antes... Grifinória ou Sonserina? Você tem sangue de Sonserina, com certeza, mas coragem de Grifinória.” – Reflete o chapéu seletor dentro de sua cabeça.
- “Por favor, Grifinória... Por favor, Grifinória... Por favor, Grifinória... Por favor, Grifinória... Por favor, por favor, por favor, por favor...” – A menina resmungava baixinho, pois só de pensar em ir para a mesma casa que o desprezível do Malfoy já lhe embrulhava o estômago.
- “Tudo bem, Grifinória!”
Todos da mesa ao lado explodiram em vivas, Emily tirou o chapéu e correu para a mesa da Grifinória, sentando-se ao lado de Rony que sorriu.
- Parabéns! – Disse o amigo.
- É, VIVA A GRIFINÓRIA! – Gritou Fred e Jorge ao mesmo tempo.
- Com licença. – Disse um homem de barba branca, com certeza era Albus Dumbledore. – Fred e Jorge, eu lamento estragar com a comemoração de sua colega, mas creio que tenho alguns anúncios a dar.
Os gêmeos riram e assentiram com a cabeça.
05. Avisos...
- Sejam todos bem vindos a mais um ano em Hogwarts. É um prazer imenso tê-los aqui mais uma vez, gostaria de dizer que, como sempre, a floresta mesmo sendo parte de nosso terreno ainda é proibida de ser visitada pelos alunos, e é claro o povoado de Hogsmeade só é permitido a partir do 3º ano em diante. – Continuou Dumbledore. – Tenho ainda o doloroso dever de informar que não realizaremos a copa Quadribol.
Dumbledore continuou seu longo discurso até que, depois de muito enrolar, anunciou o Torneio Tribruxo, que deixou todos os alunos excitados, entretanto essa excitação foi tomada por frustração, pois o diretor também anunciou que só poderiam participar do torneio aqueles alunos que fossem maiores, ou seja, aquelas com dezessete anos ou mais. E é claro que, no meio de tal discurso, apareceu um cara estranho que logo foi identificado como “olho tonto Moody”, mas em seguida apresentado como o novo professor de DCAT.
Emily ouviu aquilo com muita atenção, pois tudo era novo para a garota e ela finalmente se sentia feliz em um lugar que pudesse chamar de escola, ou melhor, que pudesse chamar de lar.
- Bem, espero que em outubro vocês possam mostrar a hospitalidade de Hogwarts aos alunos estrangeiros e espero que apoiem o campeão escolhido. Bem, sem mais delongas, podem comer. – Disse Dumbledore, finalmente terminando seu longo discurso.
Assim que o professor dissera aquilo, os pratos se encheram de comida. Emily ficou maravilhada, a mesa tinha exatamente de tudo. Logo a menina viu-se se enchendo de carne com batatas, estrogonofe de frango, lasanha e muito mais, parando finalmente na sobremesa. Bolo de sorvete, cookies e entre outros, até que finalmente ele se sentiu satisfeita.
- Mione? – Chamou Rony.
- Que foi? – Disse Hermione, que se concentrava em um livro chamado Maldiçoes e Azarações Avançadas, por Ruan Fredon.
- Por que está lendo isso aqui? Não sabe que esse livro é proibido? – Rony olhava para os lados, como se esperasse que alguém aparecesse e pegasse o livro de Hermione.
- Ganhei da minha mãe, não é daqui da escola. – Respondeu Hermione simplesmente.
- Mesmo assim é perigoso.
- Acalme-se, Rony. – Disse Harry.
- É, se continuar mandão desse jeito vai virar o novo monitor da Grifinória, como nosso querido irmãozinho mais velho Percy. – Disse Fred com um sorriso no rosto.
- Parem com isso, e me deixem em paz, só estou preocupado. – Defendeu-se Rony.
A conversa continuou por mais longos minutos, Harry e seus amigos estavam se divertindo com a nova menina.
Depois de um longo tempo, Albus Dumbledore liberou os alunos, que seguiram para suas respectivas torres murmurando sobre o Torneio Tribuxo. Emily estava saltitante ao lado de Harry e Rony a caminho da torre de Grifinória. Enquanto os três andavam, de repente esbarraram com uma garota que usava vestes da Sonserina, mas não puderam ver seu rosto, pois estava coberto com o capuz da escola.
- Ah... Desculpe. – Disse a menina encapuzada.
- Tudo bem. – Respondeu Emily, enquanto voltava a caminhar pelo corredor.
- Quem era? – Perguntou Rony.
- Alguma menina nova, eu acho... – Respondeu Emily.
- Você acha? Parecia saber onde cada corredor leva. – Respondeu Harry, pensativo.
- Não sei, mas ela é estranha... Uma Sonserina pedindo desculpas? Meio impossível, não acha? – Perguntou Rony mirando na escuridão a garota andando.
- Por que isso? Sonserinos não podem ser legais? – Perguntou Emily.
- Não comparados a Malfoy.
- Rony, pare de besteira. – Disse Harry um pouco irritado, pois durante o ano passado Harry se tornou amigo de Julietta Miller Villhegas, uma Sonserina, uma das mais rejeitadas Sonserinas que Harry já vira. Isso graças a Malfoy.
- E por que sua “amiguinha” é descriminada na Sonserina? – Perguntou Rony, enfatizando as aspas.
- Porque ela rejeitou Draco. – Disse Harry com nojo. – E fez certo, sem contar que ela é mais velha que ele.
- Eu fiz isso hoje no vagão, será que vou ser descriminada? Que medo de Draco Malfoy. – Emily riu como uma besta. – Ou será que ele tem contatos com Lord Valdemort? – Disse ela fingindo que estava com medo.
- PARA DE REPITIR O NOME DELE! – Disse Rony exasperando, correndo os olhos pelo corredor como se algo estivesse ali o olhando, até porque eles estavam no andar do banheiro da Murta que geme, ou seja, o lar da câmara secreta. – E se ele ainda estiver lá embaixo, Harry? – Sussurrou Rony olhando para a porta do banheiro.
- Ele já esteve aqui? – Perguntou Emily, impressionada.
- Sim, três vezes. – Disse Harry olhando. – Quando ele estudou aqui, no nosso primeiro ano estava dividindo um corpo com Quirrell, o nosso primeiro professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, e no nosso segundo ano em Hogwarts.
Começou o garoto, mas foi interrompido pelo amigo que já começara a tremer.
- Não vai contar a ela agora, vai? – Perguntou Rony ainda encarando a porta.
- Rony, não há nada lá embaixo, e sim, eu vou contar agora, por quê? Alguma coisa contra? – Perguntou Harry olhando para Rony como se aquilo fosse o cúmulo da idiotice.
- Tudo contra! – Resmungou Rony.
Harry bufou e continuou, sem ligar para a figura patética de seu amigo paralisado fitando a porta.
- Vou começar pelo básico, a Câmara Secreta foi criada por Slytherin e nessa câmara havia um monstro chamado Basilisco. O problema era que ninguém sabia onde essa câmara se encontrava, exceto Salazar, mas ele abandonou a escola de Hogwarts e assim consequentemente selando a câmara, então somente quando seu herdeiro voltasse a Hogwarts a câmara ia ser reaberta. – Harry parou para fitar Rony que estava de cara feia olhando-os como um babaca, Harry sorriu e Rony amarrou a cara mais ainda.
- Venha. – Disse ele pegando Emily pela mão. – Vou te mostrar. – Os dois seguiram para a porta do banheiro da Murta.
- Pare! Harry Potter, você definitivamente não pode fazer isso como um de seus ajudantes principais! Eu o proíbo. – Gritou Rony com a voz estremecida.
- Shiu... Vai acordar Snape, e se ele vir aqui a culpa vai ser sua. – Disse Harry que já abria a porta para Emily passar. – Você vem ou vai ficar aí com as aranhas?
Rony olhou para o chão e correu para onde seus amigos o aguardavam. Assim que Rony passou, Harry fechou a porta com um baque surdo.
- Bem, no nosso segundo ano, a Câmara foi reaberta, soltando o monstro que nela abitava, então muitas pessoas ficaram petrificadas, mas felizmente nenhuma delas morreu como a Murta que, na verdade, foi à primeira vitima do Basilisco há anos atrás... – Disse Harry. – É claro que quando a câmara foi reaberta não sabíamos disso.
- Harry? – Chamou Rony.
- Mas o que é? Se você me chamar mais uma maldita vez e me interromper, eu juro que mando você ir se juntar com sua amiga. – Gritou Harry, furioso.
- Que amiga? – Perguntou Rony sem entender.
- Laura Grindore. – Gritou Harry novamente.
- Ah! Cala a boca! – Respondeu Rony, bravo. O menino se sentou no chão do banheiro e abaixou a cabeça, encostando-a em suas pernas. – Quando acabarem, me avisem.
- Bem – Tentou continuar Harry. – A câmara foi reaberta, não sabíamos por quem, todos pensaram que havia sido eu, mas não foi. Depois de um tempo encontramos aqui no banheiro um diário, o diário de Tom Riddle, nós pessoalmente achamos que não era nada, chegamos até que pensar que Malfoy estava envolvido nisso, afinal, ele era o único...
- Maligno! – Gritou Rony. – Desculpe. – Disse ele, olhando a expressão de Harry.
- CONTINUANDO... – Disse Harry sem muita paciência. – Com a mente capaz para isso, Hermione providenciou para nós uma poção Polissuco e nós investigamos o Draco, mas, para a nossa decepção, descobrimos que ele não tinha nada a ver com a câmara secreta. Resumindo: descobrimos que a culpa era de Gina, a irmã mais nova de Rony.
- Ela não era a culpada, estava possuída, POSSUÌDA! – Repetiu Rony, nervoso.
- Eu já ia dizer isso. – Disse Harry com uma expressão nada boa. – E pare de me interromper. Prosseguindo... Como disse Rony, ela estava possuída pelo diário de Voldemort.
- PARA JÁ! VOCÊ TINHA QUE DIZER ISSO? A CÂMARA BEM AÍ E VOCÊ FALANDO ESSAS COISAS ALTAS! E SE ENVOCAR OUTRO BASILISCO? VOCÊ FICOU MALUCO? QUER MORRER? – Gritou Rony.
- CHEGA! – Harry enfiou a mão entre as vestes e puxou a varinha. – ABRA A BOCA E EU FAÇO VOCÊ VOMITAR LESMAS POR UMA HORA, OUVIU BEM? – Gritou Harry.
- Que gritaria é essa? – Disse uma voz seca e fria, Harry conhecia bem aquela voz e, quando se virou, confirmou seu temor. Era Snape que estava parado na porta do banheiro.
- Não queremos começar o ano com detenção, não é mesmo, Potter? – Perguntou Snape tendo na voz um tom vitorioso. – Dez pontos a menos – Disse Snape com algo que parecia ser um sorriso. – De cada um. Agora saiam da minha frente, antes que eu mude de ideia e tire cinquenta pontos. – Disse o professor, secamente.
Os meninos sem dizer nada passaram por Snape, Rony levou um tapa na cabeça do professor quando passou, mas o garoto nada disse, apenas seguiu com seus colegas para a torre da Grifinória murmurando “todos me batem...”, e Harry com uma expressão nada feliz murmurava “cala a boca, Rony, você fala demais”.
- Tudo sua culpa, eu disse para você calar a boca, não disse? – Rosnou Harry. – Trinta pontos em uma noite? McGonagall vai nos matar antes mesmo do ano começar... Parabéns, Rony.
- Gente fina esse professor, né? – Disse Emily com sarcasmo.
- Não venha por a culpa em mim, Harry Potter, eu disse não devíamos entrar, mas alguém houve o Rony? Não! Vamos lá mostrar a Câmara Secreta para nova amiguinha que nem sabemos se é confiável! Vamos... – Disse Rony com raiva.
- Sério que não sou confiável? Então procurem a torre sozinhos, porque quando eu souber onde fica, contarei a senha para o pessoal da Sonserina... – Emily agora não parecia nada contente com Rony, ela saiu em passos rápidos e barulhentos pelo corredor.
- VAI CHAMAR A ATENÇÃO DA MADAME NOR-R-RA! – Gritou Rony para a menina.
- NÃO VAI CHAMAR MAIS DO QUE A SUA VOZ DE ABRIDOR DE COMIDA PARA GATOS! – Gritou Emily de volta para o menino.
Harry riu.
- Parabéns, Rony, você mais uma vez nos surpreendeu com a habilidade de fazer uma garota sumir em menos de três horas. – Disse Harry saindo em disparada pelo corredor atrás de Emily, porque ele sabia que ela não fazia ideia da onde ficava a torre da Grifinória e poderia muito bem acabar esbarrando em Snape novamente.
- Fique aqui sozinho, Rony. – Disse ele mesmo para si. – Não ligamos para você.
Rony não acreditou que Harry o trocara por aquela garota.
- Muito bem, eu não preciso de vocês mesmo, eu sei muito bem ir sozinho. – Disse o garoto mais para si mesmo do que outra coisa, mas, para seu azar...
- Weasley! – Gritou uma voz seca. – O que foi que eu disse? – Gritou Snape. – Tks, tks, tks, já chega! Detenção! E mais dez pontos a menos para a Grifinória.
- INCRÌVEL! – Berrou Rony.
- CALE A BOCA, WEASLEY! – Berrou Snape. – ABRA SUA BOCA MAIS UMA VEZ E CIQUENTA PONTOS SERÃO RETIRADOS DE SUA CASA! E SUMA DA MINHA FRENTE, AGORA!
Rony abriu a boca, mas diante do olhar de Severus fechou-a imediatamente, seguiu direto pelo corredor e depois se deu conta de que esquecera a senha para a torre.
- Droga! Devia ter ido com Harry! – Berrou ele para si mesmo.
- Falar sozinho já é considerado sinal de loucura, mas você está berrando, então... Podemos dizer que está louco? Você está bem? – Disse uma voz doce, mas ao mesmo tempo com um tom de sarcasmo.
- Louco é você. – Rony se virou para ver quem era, pois se fosse Snape pregando-lhe uma peça estava ferrado, mas se surpreendeu com uma garota muito bonita o olhando com olhar de curiosidade.
- Sinto muito, mas você quis dizer louca, não é mesmo? – A garota abafou um riso. – Bem, sempre suspeitei que eu era louca, mas nunca ninguém teve coragem de me dizer.
- E por quê? Medo de que você? Uma menininha indefesa que não deve fazer nem um feitiço direito? Por favor! – Disse Rony com sarcasmo e se virou novamente. – Faça um favor para a humanidade... Volte para a sua torre e me deixe em paz.
A garota o mediu dando um breve sorriso, porém dessa vez o sorriso não era de bondade, mas sim de pura maldade e, enquanto a mesma o media, seus olhos brilharam.
- Além de louco, você é suicida? Não sei nenhum feitiço? Quero lhe informar que não aprendo magia só na escola, sei feitiços que você nem imagina que existam. – A garota fez uma pausa. – Bom, mas isso não é da sua conta. – Disse a mesma, secamente. – Como sou muito boa, lhe darei a honra de meu perdão e falarei a senha para você. – Disse a mesma com muito cinismo.
Rony se virou bruscamente e gritou.
- NÃO PRECISO DA SUA AJUDA, JÁ SEI QUAL É A MINHA SENHA! – Gritou ele. A garota o olhou com certo nojo, virou-se e começou a andar rápido pelo corredor, mas quando chegou à ponta, pronta para virar e entrar no próximo corredor, gritou:
- Lembrol! É a sua senha. – A garota viu que o mesmo que havia se virado e, antes que ele pudesse abrir a boca, prosseguiu – E não é da sua conta como que eu sei a senha! – Assim ela saiu em passos rápidos para a sua torre.
- EU SABIA! – Gritou ele, mesmo sabendo que a garota não ouviu. – PATRICINHA DA SONSERINA! COMO SE JÁ NÃO BASTASSE O MALFOY!
- WEASLEY, ESPERO QUE NÃO SEJA VOCÊ NO CORREDOR. – Gritou Snape de sua sala. Rony finalmente se ligou em que corredor estava e de que provavelmente seus gritos deviam ter acordado Snape.
O menino saiu correndo pelo corredor e deixou a voz seca do professor para trás que resmungava sem parar.
Ao chegar à sala comunal, o menino estava com a pior cara do mundo. Assim que ele passou pelo buraco do retrato, deu de cara com Harry, Hermione, Emily, Fred e Jorge rindo perto da lareira, Fred se virou e olhou Rony entrar. “Finalmente alguém sentiu falta de mim”, pensou Rony ao ver o olhar do irmão de curiosidade que se transformou em um olhar de desapontamento.
- Ah... Pensei que fosse Amber... – Disse o gêmeo e voltou a olhar o fogo.
- QUEM É AMBER? – Perguntou ele indo se juntar aos amigos.
- NÃO É DA SUA CONTA, PERCY JUNIOR. – Gritou Fred.
- A NAMORADA DELE! – Riu Jorge.
- ÓTIMO! – Disse Rony e foi direto para o dormitório, sem sequer olhar para algum deles.
- Eu vou ir me deitar, porque amanhã começa as aulas. – Emily disse animada.
- Nossa! Falando assim está parecendo a Hermione. – Disse Jorge.
A garota corou, disse boa noite rapidamente e subiu para seu quarto.
Rony, que essa a hora já se encontrava na cama entre seus sonhos, de repente acordou com Neville o balançando.
- Quem é a garota metida de olhos claros? – Perguntou Neville.
- O quê? Não fale dela perto de mim. – Rosnou Rony.
- Mas não sou eu, é você quem está resmungando que nem um idiota “garota encapuzada”, “garota de olhos claros”, “para de me encher” e blá, blá, blá... – Disse Neville bocejando.
- Eu? Ficou louco? Eu dizendo isso? Durma bem, Longbottom. – Rugiu Rony e se virou na cama.
Harry, que estava do lado de fora do quarto com Fred e Jorge, riam sem parar.
- Aposto que é a Hermione. – Disse Fred entrerisos.
- Anta! Ela não tem olhos claros. – Respondeu Jorge. – Melhor... EMILY MCNOLD'S, APOSTO!
Harry, que não se aguentava de tanto rir, abriu a porta ainda rindo e Rony, que não estava dormindo, o viu entrar entre gargalhadas abafadas.
- Qual é a graça? – Perguntou ele da cama.
- Um babaca sonhando com uma garota de olhos claros. – Disse Harry aos risos.
Rony não entendeu o que o amigo estava dizendo. Por incrível que pareça, Neville havia entendido e já estava rolando no chão de rir.
- Boa, Harry. – Disse ele do chão.
- Por que “boa”? – Perguntou Rony.
- Nada... Boa noite, sonhe com... Ahn... Deixa para lá. – Disse Harry ainda rindo. Os meninos se deitaram, mas Rony ainda estava sentado na cama, fitando o nada, tentando entender a piada de Harry.
- Mas o que você quis dizer com isso? – Perguntou ele. – Esquece, perdi mais 10 pontos para a Grifinória e estou de detenção.
- O quê? – Perguntou Harry se levantando imediatamente. – Como?
- Obrigado por me deixar sozinho no corredor da sala do Snape. E depois ainda me aparece uma garota exibida, pior que o Malfoy.
- A garota dos olhos claros? – Perguntou Harry abafando o riso.
- Ela mesma, como sabe disso? – Perguntou Rony e finalmente compreendendo a piada. – CALA A BOCA! VAI DORMIR E SONHAR COM A CHO.
Os meninos esqueceram de que Neville estava ao lado os observando.
- SONHE VOCÊ COM A MENINA DE OLHOS CLAROS! TENHO CERTEZA QUE VAI SER BOM PARA O SEU CÉREBRO, POIS ACHO QUE ELE ESTÁ ATORDOADO POR FALTA DE MULHER! – Harry se virou irritado. Como Rony ousara falar de Cho na presença de Neville? E ainda assim gritando, qualquer um poderia ter ouvido.
Na manhã seguinte, quando Harry e Rony desceram para o salão principal, perceberam que havia 50 pontos a menos na ampulheta da Grifinória.
- Mas por quê? – Perguntou Hermione, intrigada.
- Talvez os senhores Potter, Weasley e a senhorita Mcnold’s possam explicar. – Disse Snape com uma voz seca, mas ao mesmo tempo vitoriosa, e se afastou.
- O quê? O ano nem começou e vocês já perderam CINQUENTA pontos? – Perguntou Hermione fechando a cara.
- Foi culpa do Rony. – Disse Emily pelo canto da boca.
A garota ainda estava irritada com o mesmo, por ter dito que ela não era confiável.
- Minha culpa? – Rosnou Rony.
- Sim. – Disse a garota.
- Espera aí, você não me disse que havia perdido mais 10 pontos? Você perdeu 20 pontos! – Disse Harry de má vontade.
- Bom trabalho, Weasley. – Disse Draco rindo com seus capangas.
- SAI DAQUI, MALFOY! ISSO NÃO É DA SUA CONTA! – Gritou Rony.
Nessa hora, Dumbledore entrou, botando fim a conversa de todos. Rony, ao voltar para a mesa, sentiu que todos o olhavam com reprovação. O menino olhou para a mesa dos professores e viu Snape sorrindo, não sorrindo, não, ele estava rindo, com certeza, estava.
Rony se virou para a mesa da Sonserina e observou que todos riam também, exceto uma menina ao fundo, uma menina de capuz que estava quieta e sozinha, provavelmente perdida em seu próprio mundo.
06. Aula de poções estranha
Depois de um ótimo café da manhã, Emily, Rony, Harry e Hermione foram para a sua primeira aula.
- DROGA, POÇÔES! – Guinchou Rony. – Logo agora.
- Snape vai acabar com a gente. – Disse Emily.
- Hermione, faça o favor de não dizer nada. – Disse Rony com uma cara estranha.
- Está insinuado que se eu disser alguma coisa vou perder pontos para a Grifinória? – Perguntou a menina, irritada.
- Sim. – Disse Rony.
Hermione bufou e todos seguiram sem dizer absolutamente nada, exceto Harry que contava a Emily detalhadamente como abrira a Câmara Secreta, e como ele falava com as cobras sem saber. Rony mirava o amigo com a pior carranca que ele já vira e ficava dizendo ao fundo “cala a boca, para, já tá bom”, Harry o ignorava, mas Emily não. Até que ela virou-se e deu um soco bem no rosto de Rony. Rony foi empurrado para trás, batendo as costas contra a parede.
- Oops! Foi mais forte do que eu pensava. – Disse Emily se segurando para não rir. – Mas acho você já esperava isso, né? Afinal... Não sou confiável.
- Bem feito – Disse Hermione. – Se você não ficasse atormentando os outros, isso não aconteceria.
- Vamos, Rony. – Disse Harry. – Ou vai ficar aí?
- ÓTIMO! – Gritou ele, saindo em disparada pelo corredor.
- Acha que eu o machuquei? – Perguntou Emily.
- Não, Rony é durão. – Disse Harry com um sorriso no rosto.
Rony correu pelo corredor para a sala de Snape, tentando esconder com as mangas das vestes seu nariz que sangrava.
- Tudo bem, Weasley? – Perguntou uma voz doce. Rony reconheceu-a de imediato, se virou e viu a menina de olhos claros o mirando com uma leve expressão de riso.
- Sim! Melhor impossível! – Disse Rony que voltara a disparar pelo corredor, entrando o mais rápido que pode na sala.
Snape o olhou com curiosidade.
- Brigando nos corredores, Weasley? – Perguntou o professor com a mesma expressão de graça que tinha essa manhã no café.
Antes que as piadinhas começassem, todos os alunos da Grifinória e Sonserina irromperam pela porta, tomando seus lugares.
- Tudo bem? – Perguntou Harry ao se sentar ao lado do amigo.
- Você acha? – Perguntou Rony.
- A Hermione deu um soco na cara do Malfoy e ele nem reclamou de dor, aposto que Emily não é tão forte assim. – Disse Harry tentando consolar.
- Você é que pensa, pede para ela dar um soco em você, parece uma pugilista profissional... – Graniu Rony. – E Hermione não deu um soco em Malfoy, foi um tapa. – Corrigiu o menino com uma carranca escondida pela manga da roupa.
Nesse minuto, Snape começou sua aula.
- Hoje vou dar algo simples. – Ele riu sombriamente, o que fez Emily e Rony se arrepiarem. – Estudaremos a poção dos sonhos, algo simples para aqueles que tem capacidade mental um pouco menos abitolada. – Ele fugiu seu olhar para Rony, Harry e Neville, então Draco riu. – Quero que alguém me diga o que um ingrediente errado na poção pode causar a seu consumidor? – Perguntou ele. Imediatamente Hermione levantou a mão.
Snape olhou feio para a garota.
- Ainda não terminei minha pergunta, Srtª Granger. – Disse ele, ríspido. – E o que acontecerá se a poção for corretamente executada?
Hermione novamente ergueu a mão, mas Snape não a olhou, simplesmente ignorou-a e olhou para o fundo da sala, onde uma mão magra e delicada se erguia; a menina tinha unhas enormes e bem pintadas, mas nenhum dos alunos conseguira ver seu rosto, pois estava coberto por uma capa, todos a olhavam, inclusive Hermione, que ficara paralisada encarando a menina.
- Senhorita? – Perguntou Snape.
- Pavlichenko. – Respondeu com uma doce voz. Rony se virou imediatamente. Reconhecera a voz, era a garota de olhos claros, por estranho que pareça, Emily se virou para a garota como se já tivesse ouvido sua voz antes.
- Muito bem, senhorita Pavlichenko, me diga.
A menina respirou fundo.
- Pois bem... Feita com os ingredientes errados, a poção não pode ser executada e pode dar outras reações ao seu consumidor. Já se ela for dada a mais ao experimentador, a pessoa pode ficar inconsciente para sempre. Agora servida e feita corretamente, pode fazer a pessoa adormecer durante algumas horas em sono profundo. – A menina abaixou a mão. Hermione e todos da Grifinória ficaram espantados, e os meninos e meninas da Sonserina olhavam para Pavlichenko.
Snape, que se encontrava paralisado com a boca escancarada, fechou-a em segundos e sorriu.
- Parabéns, vinte pontos para Sonserina. – Ele sorriu e se virou para Hermione. – Não temos só a senhorita Granger de inteligente nesta sala, se é que posso chama-la assim.
Hermione ferveu da cabeça aos pés, nunca lhe dera no mínimo cinco pontos por fazer qualquer coisa certa em sua aula, mas a garota da Sonserina mal falou uma frase e ganha vinte pontos? Hermione pensava, enfurecida.
- Bem, depois dessa gloriosa resposta. – Snape gesticulou para a menina no fundo que apenas assentiu com a cabeça por baixo da capa. – Quero que vocês produzam para mim uma poção do sono que será testada na próxima aula em animais de laboratório, ou seja, em vocês mesmo. As instruções estão na lousa, comecem! – Bradou o professor.
07. Menina de olhos claros
Depois da desastrosa aula de poções com Snape, Emily ficou muito quieta ouvindo ao longe os comentários de Rony, mas só caiu em si quando Hermione começou a resmungar em alto e bom som.
- VINTE PONTOS?! – Gritava ela. – EU RESPONDO CORRETAMENTE A ELE EM TODAS AS AULAS E ELE NÃO DA NEM CINCO PONTOS PARA A GRIFINÓRIA, MAS PARA A TAL PAVLICHENKO, ELE DEU VINTE PONTOS! SÓ POR UMA SIMPLES RESPOSTINHA SIMPLES! EU... – Hermione parou para recuperar o fôlego. – EU PODERIA TER DADO UMA RESPOSTA MUITO MAIS... MUITO MAIS.
- HERMIONE! – Repreendeu Rony. – Já chega! Entendemos... Também estamos com raiva, afinal... São vinte pontos, sendo que perdemos cinquenta. Mas você tem que admitir que a resposta dela foi boa.
- O QUE VOCÊ DISSE, RONALD WEASLEY? – Hermione girou nos calcanhares e encarou Rony. – VOCÊ ESTÁ DIZENDO QUE ELA É MAIS INTELIGENTE QUE EU?
- Hermione, já chega! – Disse Harry. – Ninguém aqui está falando que ela é mais inteligente que você. Vamos mudar de assunto, nem me lembre de que a Sonserina ganhou mais vinte pontos. Mas nós vamos recuperar, certo? – Disse Harry tentando acalmar Hermione.
- Bem... Mudando de assunto... A tal garota a da aula, sabe, ela... – Rony foi atingido por um pisão muito forte no pé.
- JÁ CHEGA! – Berrou Emily. – HARRY DISSE PARA MUDARMOS DE ASSUNTO!
- Vamos para lago para ver se as pessoas acalmam os ânimos. – Harry indicou com os olhos para Hermione que percebeu a insinuação do amigo e lhe fez uma cara feia.
- CERTO! – Disse de mau humor.
Os garotos caminharam calmamente sem mais discussões. Chegando ao jardim, Hermione voltou a fechar a cara e Harry, Emily e Rony logo viram o porquê. Lá estava ela, a tal da Pavlichenko, sentada próxima ao lago, juntamente com Julietta Miller.
- Não faça nada, Hermione. – Disse Rony.
- O pior que pode acontecer é ela ser mais bonita que você... Mas duvido muito disso. – Disse Harry.
Hermione estava com os punhos fechados e estava incrivelmente vermelha. Logo os três perceberam que o que Hermione mais odiava era alguém mais inteligente que ela.
- Não farei nada. – Disse Hermione com certo cinismo e um sorriso amarelo. – E ela não é mais bonita que eu.
A menina encaminhou-se para um lugar próximo da garota e os três a seguiram. Ao chegarem, Hermione sentou-se e os outros também se sentaram, quando, de repente...
- Você se considera uma Sonserina? Pelo o que vimos, sua única qualidade é a inteligência, grande coisa superar a Granger, qualquer um é capaz disso... E ainda se escondendo? Acha que pode assustar alguém sem o capuz? – Disse Draco debochando da garota enquanto Crabe e Goyle riram atrás do garoto. – E ainda andando com esse tipo de gente... – Malfoy indicou com os olhos para Julietta. – Francamente, essa escola está ficando cada vez pior. Dumbledore transformou-a em uma escola de relé por deixar gente como você entrar, e pior, o que Salazar pensaria em vê-las em sua casa? E saiam do meu lugar, estão com a melhor vista do lago, se bem que se eu me sentar aí posso me contaminar... Mas mesmo assim, saiam daí! – Crabe e Goyle agora riam histericamente e Malfoy estava com a cara de vitorioso.
Julietta ia se levantando, quando ouviu a garota encapuzada começar a rir. Draco a olhou indignado.
- Qual é a graça? Você sabe quem eu sou? Eu sou da família dos Malfoy, muito importante, aposto que já ouviu falar, duvido que iria rir se conhecesse meu pai. – Disse o mesmo, presunçoso.
A garota parou de rir. Harry, Rony, Hermione e Emily se levantaram.
- Estou a me perguntar se você está mesmo ousando dirigir a palavra a mim... Ainda mais neste tom... – Disse a menina com uma voz doce, mas ao mesmo tempo ameaçadora. – E se é tão fácil assim superar a garota nascida trouxa, por que você nunca o fez?
- Ora, sua... – Draco começou a falar, mas foi cortado.
- Ai! Que grosseria a minha, não é mesmo? Esqueci completamente responder, vossa majestade! Quer saber qual é a graça? – Disse a garota encapuzada. – Quer mesmo saber? Então tá... Você! Você é patético! – Disse ela com arrogância. – Menininho metido a sangue-puro. Quer saber? Sim, já ouvi falar dos Malfoy, sim... Claro que ouvi. Mas sabe de uma coisa? O nome não faz a pessoa, pois, a meu ver, os Malfoy’s não são tudo isso que dizem... Sem mencionar que quando se trata de uma família como a sua, não ouvimos apenas coisas boas, não é mesmo? Analise bem a sua família e depois venha me dizer se é algo com que possa se orgulhar, a ponto de ficar gritando em alto e bom som a todos que julga inferiores.
- Como ousa falar assim comigo? Sua... Imunda! – Disse o Draco, desconcertado.
A garota tornou a rir.
- Sem palavras? Típico de um Malfoy! – Mesmo por baixo do capuz, Draco podia sentir os olhos da garota o encarando. – E onde está o cavalheirismo, Malfoy? Enfim... Vamos ver se você suportará a minha feiura.
A garota levantou-se, retirou o capuz delicadamente, e, bem, o que a menina tinha de arrogante e convencida tinha de bonita, pois por debaixo dele não havia uma garota feia, mas sim uma bela garota. Ela era bem mais alva que as pessoas normais, seus olhos eram de um azul muito intenso, porém ao mesmo tempo eram claríssimos, eram de um azul muito incomum. Seus lábios eram avermelhados e seus cabelos eram negros como a noite, o que ajudava a realçar sua pele branca e seus olhos.
A menina retirou os cabelos de dentro da capa, que caíram levemente como plumas em seus quadris.
Todos perderam a fala, principalmente Draco.
Rony tentava dizer algo, mas não conseguia.
- O que foi, Malfoy? Perdeu a fala? Além de arrogante é covarde? Ah! E pelo jeito é um acéfalo, não é mesmo? – A garota riu. – E, para sua informação, meu nome é Amber Pavlichenko. Guarde bem este nome, se bem que... Já o deve ter ouvido, não? – Após dizer isto, Amber se retirou, sem dar atenção à cara de espanto de todos.
Enquanto Hermione e os outros passavam por Malfoy, que ainda se encontrava abaladamente paralisado, ouviram-no perguntar a Crabe e Goyle:
- O que é acéfalo?
- Sem cérebro. – Respondeu Hermione, bruscamente.
- Do que me chamou, sangue-ruim? – Perguntou ele.
- Não te chamei de nada, foi a menina que te chamou; acéfalo, é sem cérebro, imbecil. – Continuou Hermione andando e os outros rindo a seguiram.
- Venham, talvez possamos encontra-la. – Disse Emily, seguindo rapidamente pelo jardim flanqueado. Harry e Rony que andava lentamente ainda em certo estado de choque.
- Amber! Amber Pavlichenko! O que é que você está fazendo aqui? – Berrou Emily para a menina que andava rápido pelo corredor.
- Emi? – Perguntou ela se virando brutalmente. – Ah! Finalmente! – Disse a garota jogando os braços para o ar, como um gesto de alívio.
- O quê? Você conhece... Conhece... Conhece a menina dos olhos claros? – Perguntou Rony se virando para Emily.
- Ela é a menina de olhos claros? – Perguntou Harry entre gargalhadas.
- Menina de olhos claros? – Perguntou Amber, confusa.
- É assim que ele chama você quando está dormindo. – Disse Harry rindo e tendo que se apoiar na parede.
- Como é? – Amber ria também e, imitando o gesto do menino, se apoiou na parede. – Você disse... O que você disse? Repita, Harry... – Disse a menina em gargalhadas sufocadas.
- Não precisa repetir, tenho certeza que ela ouviu bem, Harry. – Disse Rony. Ele estava claramente envergonhado e irritado, pois suas orelhas estavam vermelhas.
- Garota dos olhos claros. – Murmurava Emily petrificada de tanto rir.
- Tá! Já chega de rir do Rony! – Disse ele mesmo. – Não acham que já sou bem ridicularizado nessa escola? – Perguntou o menino.
- Não... Não. – Disse Emily, que a essa altura já parara de rir, mas Amber, pelo contrário, continuava a dar gargalhadas malévolas que ecoavam pelos aposentos e terminavam em um grande eco.
- Ok! – Disse a menina, finalmente tentando sufocar seu último ataque de risos. – Quer dizer você sonhou comigo? – Perguntou Amber, tentando conter suas gargalhadas.
- Não como o Harry acha. – Disse o menino fazendo bico.
- Mas, voltando... – Disse Emily. A expressão da ruiva era de quem a graça acabara. – Como você, Amber Pavlichenko, pode me esconder que era bruxa? Eu pensei que me contasse tudo... – Disse a menina, brava.
- Eu sempre te contei tudo, ou quase isso... Mas o problema é que seus pais que me pediram para não abrir minha boca a respeito disso. – Disse Amber com um sorriso bobo no rosto.
- E desde quando você sabe que eu... Que eu sou... – Era difícil para a menina pronunciar que era uma bruxa, mas com muita dificuldade o fez. – Desde quando sabe que eu sou uma bruxa?
- Desde que você nasceu... Bem, não exatamente, até porque temos a mesma idade, mas você me entendeu, o que quero dizer é que sei disso desde “aquele acontecimento”. – Disse a menina em um tom sombrio.
- Ah... Que bom, né? E nem me contou? Pô, eu poderia forçar papai e mamãe a me deixarem vir antes! Isso é incrível, Hogwarts é incrível! – Disse Emily maravilhada.
- Não acho, eu pessoalmente acho que o castelo de Beauxbatons é bem mais bonito. – Disse a menina com um sorriso no rosto.
Harry e Rony olharam-na boquiabertos.
- Sabe... Não sei como é lá, mas se é melhor que Hogwarts então... – Emily olhou para Amber impressionada.
Ao ver a expressão de Harry e Rony, Amber deu uma risadinha.
- Bom... Mas aqui também é legal. E o professor Snape me parece ser bem legal. – Disse Amber com um sorriso maligno, pois sabia que Snape não gostava nem um pouco da Grifinória.
- LEGAL? VOCÊ ESTÁ BRINCANDO COMIGO, NÉ? – Gritou Rony.
- NÃO... GRITE... COMIGO... WEASLEY! – Gritou Amber lentamente como se Rony fosse um retardado. – Emi, você deve estar bem atrasada... Se quiser, posso te ajudar a se atualizar. Bem, exceto em Herbologia... Sabe, não me dou muito bem com plantas. Não que eu seja ruim, é só que elas são nojentas. – Disse Amber, docemente.
- Achava que só se dava bem em poções. – Disse Hermione com raiva.
- Hermione! – Disse Rony enquanto Harry dava gargalhadas.
Amber a olhou de rabo de olho sem ao menos virar-se.
- Não fique assim, entendo a sua raiva, mas... Mesmo que eu não tivesse levantado a mão, Snape não iria te dar atenção. Bem, eu ouço coisas... – Disse Amber querendo parecer simpática, mas isso era um pouco difícil para ela.
- Fique sabendo que minha resposta seria muito melhor. – Disse Hermione vermelha de raiva.
- Ah é? Então a diga para que eu possa ouvi-la. – Disse Amber a olhando, mas o jeito que a menina olhava para Hermione causaria medo em qualquer um, e o fato de seus olhos serem muito claros ajudavam bastante nisto.
Harry e Rony se viraram para Hermione.
- É mesmo, você não disse que faria melhor? Então vamos lá Hermione, faça. – Disse Rony e Harry concordou.
- De que lados vocês estão? – Hermione agora estava muito vermelha – Está bem... A poção feita com os ingredientes errados, a poção não pode ser executada e pode dar outras reações ao seu consumidor. Já se ela for dada a mais ao experimentador, a pessoa pode ficar inconsciente para sempre. Agora servida e feita corretamente, pode fazer a pessoa adormecer durante algumas horas em sono profundo. – Disse Hermione sem tomar fôlego.
Amber deu de ombros, soltando uma leve risadinha e batendo palmas em seguida.
- Bela resposta... E vejo que você tem ótima memória, porque foi exatamente o que eu disse na aula do Professor Snape. – Disse Amber em tom de sarcasmo.
- Sabe, Mione, pensei que você fosse mais criativa... – Completou Rony baixinho.
- CALA A BOCA! – Ralhou a garota – Eu... Eu... Estou atrasada para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Disse Hermione ficando vermelha.
- É mesmo... Eu tenho aula com aquele louco. – Disse Amber, mas Hermione nem deu atenção e saiu correndo. Amber olhou para Harry e Rony. – Ela é sempre assim? Bom, vamos, senão vamos realmente nos atrasar.
Sendo assim, eles seguiram para a aula do Professor Moody. Rony ficou calado o caminho todo olhando para o chão, Emily e Amber discutiam sobre o novo goleiro da Sonserina, Daniel D’Lucca, mas Harry e Rony pouco deram atenção a isso. Quando chegaram à aula de DCAT, já estavam atrasados, sendo assim, bateram na porta e logo em seguida entraram na sala, enquanto Moody os olhava com desprezo.
- Acham bonito se atrasarem?
- De modo algum, professor Moody. À propósito, sentimos muito por isso, mas o Sr. Weasley é meio, digamos... Atrapalhado e mal consegue coordenar seus próprios passos. – Disse Amber fazendo cara de anjo.
Moody os encarou, soltou algo que se parecia com uma risada e disse rispidamente:
- Sentem-se.
Emily, Harry e Rony foram se sentar ao lado de Hermione, que nem olhou para eles, enquanto Amber imediatamente dirigiu-se para o lado de Draco.
- Posso me sentar aqui? – Perguntou a mesma com cinismo. Draco se assustou, olhou o rosto da menina que acabara de insultar, e ele não apresentou nenhum sinal de raiva, e sim uma linda carinha do tipo “cachorrinho pidão”.
- Ahn... É... Saiam! – Disse ele a Crabe e Goyle, que se levantaram resmungando “onde vamos sentar?”. – Se for preciso, no chão.
- Obrigada. – Amber sorriu docemente, porém, na verdade, parecia estar escondendo uma risada de deboche.
- Crabe, Goyle? – Chamou Moody. – Por que estão fora de seus lugares?
- Porque o Draco...
- Eu? – Perguntou o menino carrancudo. – Agora a culpa é minha que vocês resolveram dar lugar à senhorita Pavlichenko?
- Nós? – Perguntaram os dois.
- Calem-se! – Disse Moody. – Sentem-se no fundo, e Draco pare de babar!
Emily riu, entendendo perfeitamente o joguinho da amiga, Rony a olhou com curiosidade.
- Do que está rindo? Da cara do Malfoy? – Perguntou o menino.
- Não, é porque você não conhece a Amber. Isso só está começando, e cá entre nós, se você for inteligente – “O que creio que não é”, sussurrou baixinho. – Não a irritaria e, pelo jeito, como ela mesma disse... Ele é um acéfalo.
- O que é acéfalo? – Perguntou Rony.
- É tudo o que você é. – Disse ela e se voltou ao professor que falava das Maldições Imperdoáveis. Quando Moody terminou de demonstrar as maldições imperdoáveis em aranhas, mandou que os alunos tomassem nota do que ele dizia, sendo assim os alunos passaram o resto da aula tomando notas sobre cada uma das maldições imperdoáveis, ninguém falou até a sineta tocar, Rony se apressou para sair da sala.
- Weasley – Disse o professor. – Faça-me um favor, recolha esta aranha do chão e me traga aqui. – Rony com nojo pegou o bicho e levou até a mesa de Moody, sem dizer absolutamente nada. Depois da aula dupla de Moody, eles seguiram para o Salão Principal, e, assim que passaram pela porta, Fred e Jorge gritaram:
- AMBER! – Fred corou ligeiramente.
- Quê? – Gritou Rony. – Ela é a Amber de quem vocês falaram na sala comunal?
- Hum... Pelo visto os Weasley’s falam muito de mim... – Disse a mesma deixando os três Weasley’s corados.
- Claro que sim! – Disse Fred. – Eu vou me casar com você!
- Claro! E quando vai ser o nosso casamento? – A garota tinha seu tom de sarcasmo habitual, mas Fred já estava acostumado com isso. Fred esticou a mão.
- Se você me permitir... Podemos sair agora mesmo, Dumbledore não vai se importar. – Disse o garoto sorrindo.
- Hey! Ela é minha noiva! – Disse Jorge e Amber riu.
- Como assim sua noiva? Eu a conheci primeiro. – Retrucou Fred.
- Isso não é verdade! Eu a vi primeiro e te mostrei!
- E daí? Quem foi falar com ela primeiro foi eu!
- Garotos... Não briguem por mim. – Disse a garota. – Briguem com Rony, fiquei sabendo que ele andou sonhando comigo.
- Então ela é a garota de olhos claros? Tire os olhos, Roniquinho. Você não tem capacidade para isso. – Fred e Jorge disseram junto.
- Garotos parem, por mim. – Disse Amber fazendo carinha de anjo.
- Está bem. – Os gêmeos disseram, abobados.
- Vamos nos sentar. – Disse Harry.
Amber simplesmente os seguiu e sentou-se à mesa de Grifinória. Muitos a olhavam torto, já outros confusos, mas Amber não deu à mínima.
- Ah, vocês viram o quadro de avisos? – Perguntou Amber, animada.
- Não... – Responderam em uníssono.
- Então direi, estava escrito... Ah sim! Lembrei! tenho memória fotográfica... Ou quase isso. – Sorriu Amber. – Torneio Tribruxo... As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão às seis horas, sexta-feira, 30 de outubro. As aulas terminarão uma hora mais cedo.
- Genial! – Exclamou Harry. – É Poções a última aula de sexta-feira! Snape não terá tempo de envenenar todos nós!
- Não me interrompa, Potter. – Disse Amber, rispidamente. – E, de qualquer maneira, aposto que você será um dos primeiros dos quais Snape testará a poção... Onde eu estava? Aaah! Os alunos deverão guardar as mochilas e livros em seus dormitórios e se reunir na entrada do castelo para receber os nossos hóspedes antes da festa de boas-vindas. – A garota fez uma pausa. – Genial, não acham? Eu poderei ver minha amigas de Beauxbatons! – Amber ria muito feliz.
- Que ótimo para você. – Disse Emily rispidamente, a garota estava obviamente com ciúmes.
Amber riu.
- Emily Brigitte Mcnold's, se eu não te conhecesse bem, diria que está com ciúmes. – Disse Amber.
- Eu? Ciúmes de você? Fred! Me dá um pedaço desse torta! – Disse Emily corada, tentando mudar de assunto.
- Ownn! Não precisa ficar com ciúmes, boba. – Amber levantou-se e abraçou Emily. – Ciumenta.
- Me solta... Estamos no meio do salão principal, todos estão vendo!
- Qual é? E eu ligo para isso? – Amber agora sorria, soltou Emily e voltou a se sentar.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntou Rony.
- Está me expulsando, Roniquinho? Meus noivos, vocês vão permitir isso? – Perguntou Amber, referindo-se a Fred e Jorge, enquanto fingia um falso choro.
- Rony, cala a boca, ela fica onde quiser – Bradou um dos gêmeos.
Um grupinho de meninas de Grifinória passaram por onde se encontrava Harry e a sua turma, uma delas cutucou Lilá Brown.
- O que isso faz na mesa de Grifinória? – Perguntou a menina.
- Isso tem nome, e isso não se incomoda de não menciona-lo a você. Vejo que esta escola está cheia de objetos acéfalos.
- Sem cérebro. – Disse Rony, vendo a cara de confusa das garotas.
- Obrigada, Rony. – Disse Lilá com sarcasmo. – E, minha querida, sem cérebro é você.
- Não me chame assim, não sou sua querida, aliás, não sou nada sua e recebendo resposta do Weasley? Quem é a sem cérebro daqui mesmo?
Hermione riu baixinho, mas não foi baixo o suficiente, todos a olharam e Lilá ferveu de raiva.
- E você Granger, está rindo de quê?
- Bem... Tem muitas coisas que a fariam rir, por exemplo, essa sua cara de buldogue. Mas, no momento, ela está rindo de sua burrice; não percebeu ou quer que o Weasley te explique? Tsc, tsc, tsc... Como você é patética. – Dizendo isso, Amber levantou-se e saiu do salão, jogando seus cabelos no rosto de Lilá ao passar.
- PARABENS LILÁ, VOCÊ ESPANTOU NOSSA NO... QUERO DIZER... VOCÊ ESPANTOU A AMBER! – Gritou Fred levantando-se da mesa e saindo em direção a Amber.
- Mas... – Lilá tentou se desculpar.
- Mais uma trágica vitima de Amber. Sabe Rony, você e Lilá poderiam fundar um clube... – Disse Emily rindo.
- Mas Amber não ficou nervosa comigo... – Disse Rony.
- E quem disse que agora ela ficou com raiva de Lilá? – Perguntou Emily com descrença.
Emily mal se teve ao trabalho de explicar, levantou-se e foi atrás da amiga, para pedir certas explicações.
08. Irritações
Enquanto Emily corria pelos corredores, deu de cara com Draco Malfoy.
- Não sabe que é proibido correr nos corredores da escola? – Perguntou o menino com sua voz arrastada. Emily não sabia o porquê, mas a voz de Draco deixava-a irritada.
- Sim, eu sabia... Não preciso de babá, Malfoy, mas muito obrigada pelo aviso. – Disse ela passando pelo garoto, mas Draco puxou Emily pelo braço fazendo a menina ficar de frente com ele. – Para seu bem, é melhor me soltar. – Avisou.
- O quê? Está me ameaçando? Pelo que eu saiba você não sabe nenhum feitiço, e, sinceramente, como se eu tivesse medo de você. – O menino gargalhou.
- Me solte, Malfoy, não estou brincando. E não é da sua conta se eu sei ou não sei fazer feitiços. – Disse a menina, ficando inteiramente vermelha.
- Ah! Fique quietinha, Mcnold’s. – Disse Draco, puxando Emily pelo braço até um corredor em que não havia ninguém.
- Qual é? Diz logo o que você quer e me deixa em paz. – Disse ela com rispidez, se desvencilhando dos braços de Draco.
- Olha, vou ser rápido e objetivo. – Disse ele com um sorriso duro. – Quem é Amber Pavlichenko? Quero saber detalhes sobre essa menina, e sei que você sabe.
Emily gargalhou: - Amber Pavlichenko é a menina nova de Beauxbatons, só isso que sei Malfoy. – Emily se virou, mas Malfoy a puxou pela cintura. – Me solta! Que nojo! – Berrou.
- Nojo? Isso é uma honra que não vai mais se repetir em muitos anos, um puro-sangue como eu te tocar assim. – Disse ele com escárnio. – Agora me diga o que sabe sobre Amber Pavlichenko. – Repetiu.
Emily bufou.
- Olha aqui, garoto. – Emily o encarou com seus olhos verdes. – Primeiro, eu sou puro-sangue e não se gabe porque a família Malfoy não é tão pura assim. Em segundo lugar, eu não vou te dizer absolutamente nada do que sei sobre Amber, porque não é da sua conta, ouviu? Ou será necessário desenhar para você? Em terceiro, e último, cai na real, Draco, ela não vai te querer. E eu sugeriria que parasse de babar em cima da minha amiga... Sabe, acho que você sofre de problema de glândulas excessivas salivais, tem tratamento sabia? – Emily sorriu e começou a andar, Draco a puxou mais uma vez, Emily puxou a varinha e gritou “Impedimenta”, mas o menino conseguiu se esquivar.
- Melhore a pontaria, Mcnold’s. – Disse ele, friamente. – Agora vamos conversar direito. – Ele sorriu. – Sei mais coisa sobre você que possa imaginar, sabia?
- Ah é? O que você sabe? – Perguntou Emily com curiosidade cínica.
- Sei o verdadeiro motivo por você não vir para Hogwarts desde os onze anos; sei o que aconteceu, minha querida, quando você era apenas uma garotinha de quatro aninhos. – Ao ver a expressão de espanto no rosto Emily, Draco sorriu vitorioso. – Bom, vejo que agora você sabe que sei muito mais que você possa imaginar, agora trate de me dizer o que você sabe sobre Amber Pavlichenko antes que eu revele seu segredo a todos.
Emily ferveu de raiva. Como Draco descobrira sobre o incidente? Como? A menina não teve tempo para resposta.
- “Expeliarmus”. – Gritou alguém no fim do corredor e a varinha de Draco voou de sua mão.
Amber apareceu no corredor.
- Que feio, Malfoy. Sequestrar minha amiga para tentar arrancar informações sobre mim. – Amber sorriu de modo triunfante e ficou ao lado da amiga. – Sabe, seus pais precisam com urgência lhe ensinar bons modos com meninas. – Disse Amber sorrindo. – Olha, quem sabe um dia, se você for mais cavalheiro, eu conte alguma coisa sobre mim a você, agora... – Amber andou até ficar cara a cara com Malfoy e apontou a varinha para ele. – A quem você irá contar o que descobriu sobre Emily? – Perguntou ela em tom de ameaça – Hein, Draco? “Wingardium Leviosa”. – Disse ela com desprezo e Draco voou alto e começou a gritar:
- ME COLOQUE NO CHÃO! NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO!
- Não posso? Observe-me! A quem você vai contar? Hein? – Perguntou Amber.
- A NINGUÉM! NINGUÉM! – Berrou Draco do alto. – JURO, A NINGUÉM! Me ponha no chão! AGORA!
- NÃO GRITE COMIGO! NÃO SOU SURDA, MALFOY. – Amber sorriu e agitou a varinha, fazendo com que o menino caísse no chão com força.
Draco caiu estatelado, se contorcendo. Amber puxou Emily pelo braço.
- Coitadinho, não precisava levanta-lo no ar desse jeito, Amb, sério. – Disse Emily olhando para trás.
- Ele te ameaça e você ainda sente dó dele? – Perguntou Amber, bestificada. – Francamente, vocês de Grifinória são patéticos. – Disse Amber em meio a gargalhadas abafadas.
- Ah, cala a boca, Amb. O Draco não me preocupa nada. – Disse a ruiva com raiva.
- O que te preocupa então? – Perguntou a menina.
- Agora me escute, Amber Pavlichenko, desde quando você sabe que eu sou bruxa, ou melhor, como foi que você pode me esconder isso? – Perguntou Emily, zangada.
Amber riu.
- Por favor... – Disse Amber rindo. – Bem... Eu sempre soube que era bruxa e descobri que você também era, pois minha mãe me contou. Eu estava pronta para te contar, mas seus pais me pediram para que não contasse nada a você sobre isso, porque bem... Eles não queriam que você soubesse. Eu passei anos escondendo de você o que eu, seu pai e sua mãe éramos ou somos. – Disse a menina um pouco confusa. – Mas o importante é que seus pais confiaram em mim e eu não trai a confiança deles, e sem contar que meus pais me proibiram de dizer. – Amber sorriu cinicamente ao ver a expressão de fúria da amiga. – Eu não poderia te contar. Mas eu queria. De verdade. Mas meus pais me proibiram. Eles disseram que se eu contasse, eu nunca mais a veria... Era isso que você queria?
- Ótimo! Vocês de planinhos e a trouxa atrasada aqui sou eu. – Disse Emily com raiva.
- Ah, pare de drama, você é um gênio! Irá recuperar o tempo perdido e você não é trouxa, trouxa são seres humanos não mágicos. – Disse Amber batendo na própria cabeça. – Ai, estou parecendo a Hermione... Já que é assim, eu mesma te ajudo. Em menos de um mês você vai estar melhor que a Granger.
- É, com certeza. – Retrucou Emily. – Melhor que a Hermione, é? Uhum...
- Eu sou melhor que a ela. – Disse Amber um pouco alto de mais.
- Também acho. – Concordou Rony que acabara de entrar pelo corredor. – Mas ela ficaria louca se soubesse disso.
Amber andou depressa pelo corredor e agarrou as mãos de Rony.
- Então esse será nosso segredo, Roniquinho. – Disse ela sorrindo e dando um beijo no rosto de Rony, fazendo assim com que o menino ficasse vermelho.
Emily e Harry riram.
Amber soltou as mãos do garoto, olhou para o rosto dele e começou a rir.
- Pobrezinho, Amber, vai o fazer sonhar de novo. – Disse Emily, gargalhando.
- Ele supera. – Disse ela abafando uma gargalhada. – Temos muito que estudar... Não é mesmo, Emily? – Disse Amber puxando a amiga.
- Hermione não vai gostar muito dessa ideia... Ela tinha se oferecido para ajudar a Emi. – Disse Harry.
- EMI? – Perguntou Amber parecendo nervosa. – Desde quando ela virou Emi para você, Potter?
- Ahn? Ah... – Gaguejou Harry.
- Tudo bem, você pode, mas... – Amber se virou para Rony. – O Roniquinho não.
- O quê? – Perguntou Rony.
- Shiu! – Disse ela ao menino. – Mas, continuando, vamos admitir eu ensinarei Emily mais rápido do que Hermione a ensinaria.
- É mesmo? – Perguntou uma voz conhecida vinda do fim do corredor.
Amber se virou e correu para abraçar Hermione.
- Mione! Estávamos falando de você. – Disse a mesma com um sorriso no rosto.
Amber soltou Hermione.
- Qual é? Que mal tem de sermos amigas? – Perguntou Amber. – Não é legal te irritar... Você é inteligente. – Amber virou-se e encarou Rony com um olhar sugestivo.
Harry e Emily riram.
- Não entendi... – Sussurrou Rony a Harry, mas Amber ouviu.
- Novidade! Você nunca entende nada mesmo, me admira você ter chegado ao quarto ano.
- Ei! – Exclamou o menino. – Eu não sou burro, só um pouco desligado. E não é da sua conta como passei de ano.
- Eu sei como você passou de ano... – Disse Amber com um sorriso presunçoso. – Hermione o ajudou.
Hermione corou.
- Mione não me ajudou. – Disse Rony, bravo. – Eu sempre passei sozinho.
- Conta outra, Ronald. – Intrometeu-se Hermione. – Não te ajudei, é? Ok! De agora em diante trate de fazer seus deveres sozinho! Você e Harry.
- Ei! Não me meta nisso! – Disse Harry. – Eu sempre admiti que você me ajudou...
- Ok! Mas Rony eu não ajudarei. – Disse Hermione saindo em passos pesados e barulhentos.
- Parece um elefante. – Disse Rony.
Amber se afastou do garoto. Hermione virou-se murmurou algum feitiço que não deu para ouvir e, depois de alguns segundos, a cara de Rony estava estranha.
- Você está bem, Rony? – Perguntou Emily, mas, quando o garoto se virou para responder, em vez de dizer algo, ele vomitou lesmas.
- ECA! – Berraram Amber e Emily juntas.
- Vamos, Emi. – Disse Amber puxando o braço da amiga. – Já basta de ver porcarias por hoje.
09. Amaldiçoada seja a professora McGonagall
As semanas passaram e Emily não podia estar mais grudada a Amber, e, como sempre, isso irritava profundamente Hermione, que parecia disposta a ajudar Emily mais do que o necessário.
- Sério Mione, não precisa. Amber está sendo bem útil. – Disse Emily pela milésima vez a Hermione na sala Comunal.
- Ótimo! – Disse Hermione batendo seu livro “Hogwarts: uma história”.
***
Amber estava relaxada em uma das poltronas na sala Comunal quando ouviu a voz de Draco e seus trogloditas se aproximarem.
- É melhor eu sair daqui – Disse ela para si mesma.
Sendo assim, a menina levantou-se e saiu da sala Comunal. No caminho, Amber encontrou um copo com alguma substância verde e gosmenta.
- Já disse para o Weasley parar de vomitar em copos. – Disse a menina rindo. – É melhor levar isso para alguém. – Quando ia se levantar, ouviu pirraça se aproximar. – Droga, Fantasma Nojento. – Disse ela para si mesma e saiu correndo. Ao virar o corredor, deu de cara com a Professora McGonagall e consequentemente derrubou a substância na roupa da mesma.
- Ah! Desculpe-me, professora... – Amber gaguejou – É... Eu... Encontrei isso... E... O... Pirraça... Desculpe...
- Já chega, mocinha! Acha que irei acreditar em suas meras desculpas? Só porque o professor Snape lhe considera a favorita, não significa que todos nós do corpo docente do colégio temos de achar também.
Amber, com raiva, soltou o copo no chão.
- Está me chamando de injusta?
- Eu disse que foi um incidente e a senhora vem me acusando. – Disse a garota um pouco vermelha de raiva.
- Pois bem, se eu sou injusta, vamos ver isso então... São cinco pontos a menos para Sonserina e você está de detenção.
- ÓTIMO! – Agora Amber se encontrava completamente vermelha. Virou-se e deu de cara com alguém, era Snape, que colocou uma das mãos no ombro de Amber.
- Com licença, professora McGonagall. – Disse Snape pacientemente. – Peço-lhe que me permita aplicar a detenção da senhorita Pavlichenko, já que o Senhor Weasley esta noite cumprirá a dele.
- Faça como preferir, Severus. – Disse a mesma dando as costas.
- Cínica. – Resmungou Amber.
- Mais respeito, senhorita Pavlichenko. – Disse Snape calmamente.
- Mas, professor, ela foi completamente injusta comigo... – Rosnou Amber.
- Aprenda a manter a calma, senhorita. Vejo você e o senhor Weasley na minha sala às sete em ponto. – Disse Snape.
- Às sete, hoje? Não pode ser amanhã, professor?
- Sinto lhe informar, mas a senhorita e o senhor Weasley perderam o jogo e a estreia do novo goleiro da Sonserina.
- Mas, professor! Ele é um gato! – Disse Amber, exaltada.
- Sem mais, nem menos! Às sete, você e Weasley.
- Argh! Não tenho escolha mesmo! – Gritou Amber.
- Não grite! – Disse Snape, ríspido.
Amber virou-se e seguiu o caminho para a torre de Grifinória, rapidamente chegando à frente do retrato da mulher gorda.
- Mas o que a senhorita está fazendo aqui?
- Lembrol. – Disse ela, rispidamente.
- Mas...
- Eu disse a senha, não disse? Roda logo esse quadro. – Disse Amber.
O retrato rodou e ela passou pelo buraco como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- O que você está fazendo aqui? – Gritou Rony, que se levantara da cadeira.
Amber puxou sua varinha e apontou para Rony.,br />
- Não estou de bom humor, Weasley, então sugiro que cale-se. – Disse Amber.
Logo depois, ela sentou-se ao lado de Emily que lia “Os contos de Beedle, o Bardo”.
- Aquela McGonagall... Tomara que morra engasgada com a própria saliva! – Disse Amber ao se sentar. – E quem te deu isso? É para crianças. – Disse a mesma, apontando para o livro que estava em cima da mesa.
- O que a McGonagall fez? E não é para criança; não tenho nada para ler, os livros mais legais estão na seção reservada e, francamente, “Hogwarts: uma história” não me interessa. – Disse Emily.
Hermione bufou.
- Tudo bem, tanto faz... – Disse Amber. – Quando a gente entrar de férias eu te mostro meu cofre, lá tem livros mais legais que “Hogwarts: uma história”. – Após dizer isso, Amber contou à amiga o que havia acontecido. – Dá para acreditar na injustiça dessa velha? Estou falando: ela está caducando! – Harry, que se encontrava ao lado, riu do comentário de Amber, mas achou estranho, pois McGonagall não era de fazer isso.
Hermione se levantou e começou a falar.
- Primeiro, “Hogwarts: uma história” é muito bom; e segundo...
- Não venha com suas ladainhas, Granger. – Interrompeu Amber ainda irritada. – Ela foi injusta sim, e nada que você diga vai me fazer mudar de ideia. O único lado bom é que a detenção será com o Snape, ele com certeza pegará mais leve comigo, agora quanto ao Weasley...
- É hoje minha detenção? – Perguntou Rony apavorado.
- Sim, às sete em ponto na sala do Snape. – Disse Amber.
- O QUÊ? – Gritaram Harry e Emily.
- Mas hoje teremos o jogo de apresentação da Sonserina! – Disse Harry.
- E daí que é o jogo de apresentação da Sonserina? É o jogo que o Daniel aparece, e ele é um gato! – Disse Emily, exaltada.
- Eu sei, Emi... Eu falei isso para o Snape, mas...
- Você disse isso para o Snape? – Perguntou Harry.
- Mas quem é Daniel? – Rony entrou na conversa.
- Sim, eu disse. – Disse Amber, ignorando a pergunta de Rony. – Mas ele disse “sem mais, nem menos, senhorita Pavlichenko”, então achei que era melhor não insistir.
- Quem é Daniel? – Perguntou Rony de novo.
- Meu pai. – Disse Amber, que já perdera a paciência.
- Ele é tudo o que você não é, Rony... Amaldiçoada seja a professora McGonagall! Acabou com a minha graça. – Respondeu Emily.
- Vá com o Harry, depois você me conta como foi. Se bem que eu poderia invadir o treino da Sonserina.
- Não poderia, não. – Disse Harry. – Malfoy colocou medidas extremas de segurança nos treinos.
- Ou seja, Crabe e Goyle. – Disse Rony.
- Ou seja, essa proteção é pouca para Amber Pavlichenko. Sem contar que Malfoy é facilmente influenciável. – Disse Amber.
- Alguém pode me responder quem é Daniel? – Perguntou Rony novamente.
- É o novo goleiro da Sonserina. Por que você acha que eles montaram um jogo de apresentação já que o campeonato de quadribol foi suspenso? – Respondeu Harry.
- Ué, mas por que ele não poderia ser apresentado no ano que vem? – Respondeu Rony.
- Não! – Gritaram Emily e Amber juntas.
- Seria uma lastima para nossos olhos. – Disse Amber.
- Uma o quê? – Perguntou Rony.
Amber levantou-se.
- Já chega de suas burrices por hoje, Roniquinho... Te vejo às sete em ponto. – Repetiu ela ao sair pelo retrato.
- Grande amiga a sua, hein... – Disse Rony para Emily.
- Muito melhor que a sua. – Respondeu Emily com aspereza.
- Ele nem é tão bonito assim. – Disse Lilá de canto.
- Não pedi sua opinião... Acéfala. – Respondeu Emily.
- Também não o achei lá essa coisas. – Disse Hermione.
- Só porque ele é da Sonserina! Aposto que se o Harry também fosse, você não acharia ele “interessante”.
Hermione subiu zangada para seu dormitório, Lilá ficou bestificada e sussurrou para sua amiga: “olha só o que o povo da Sonserina faz”.
Rony ficou bestificado, sem entender o teor da conversa.
- Ei! Emi, desde quando você anda com a Amber? – Perguntou Harry, mais interessado que o normal.
- Bem, desde que eu tinha quatro anos.
- Ela sempre foi assim? – Perguntou Rony.
- Assim como?
- De meter medo... – Respondeu Rony. – Maligna.
- Não a chame assim. – Disse Harry.
- Owont! – Disse Emily com um sorriso fofo, que deixou Harry e Rony bobos. – Defendendo minha amiga, gostei disso.
- Potter, o defensor. – Zombou Rony.
- Vai se atrasar para sua detenção, Roniquinho querido. – Disse Emily. – Se eu fosse você, correria.
- Mas que horas são?
- Dez para sete... – Disse sorrindo. – Harry, me diga... Meu cabelo está bom? Não quero que Daniel me veja na arquibancada despenteada.
- Vamos. – Disse Harry revirando os olhos.
10. Castigo e Daniel D’Lucca
As sete em ponto, Amber abriu a porta da sala de Snape.
- Vejo que sabe cumprir horários, senhorita Pavlichenko. – Disse Snape de trás de sua mesa. Nesse momento, Rony entrou pela porta ofegante. – Mas vejo que o senhor Weasley não sabe... Cinco pontos a menos para sua casa, senhor Weasley.
- Mas do que está falando? São sete em ponto. – Rosnou Rony.
- Não, são sete e um. – Amber mostrou seu relógio para Rony. – E pare de falar ou perderá mais pontos para a Grifinória.
- Muito obrigada, senhorita Pavlichenko. – Disse Snape. – Agora creio que o banheiro de Murta está muito sujo, e sei que não se incomodaram de limpa-lo esta noite. – Disse o professor.
- Banheiro das meninas? – Perguntou Rony.
- Eu? Limpar banheiro? Não foi para isso que meus pais me mandaram para Hogwarts... Não sou faxineira! Weasley pode estar acostumado a fazer isso, mas eu? Eu nunca lavei um prato. – Reclamou Amber.
- Shiu! Aprenda então! – Disse Snape. – E não duvido que Weasley saiba limpar um banheiro como ninguém.
- Está bem, mas se as coisas ficarem meio quebradas, não diga que não avisei. – Disse Amber.
Snape levantou-se.
- Sigam-me. – Disse ele andando rapidamente para fora da sala.
Rony cochichou no ouvido de Amber, em um tom que Snape não pôde ouvir:
- Você e Snape poderiam até se casar, creio que você não se importa com a idade, não é? – Amber virou a mão no rosto de Rony e cochichou.
- Cala a boca, Weasley.
- Chegamos. – Disse Snape parando na frente da porta do banheiro onde Murta cantarolava alegremente.
Snape abriu a porta e fez os adolescentes entrarem.
- Como você canta mal. – Disse Rony para Murta.
- AAAAAH! – Murta gritou dando giros no ar. – POR QUE VOCÊ FALOU ASSIM COMIGO?
Dizendo isso, mergulhou de cabeça dentro do vaso.
- Porque é verdade. – Disse Rony.
- QUE NOJO! – Gritou Amber.
- Pare de gritar, senhorita. – Disse Snape calmo.
- Por que com ela você fala calmo? – Perguntou Rony.
- Cale-se, Weasley! – Bradou o professor.
Snape agitou a varinha, então vassouras e esfregões voaram, parando em cima de Rony. Amber, ao ver os objetos, agachou e começou a cutucar o esfregão.
- Mas o que é isso? – Perguntou Amber, curiosa.
- Um esfregão. – Respondeu Snape.
- E para que serve esse esfreg... Esfreg... Isso aí. – Ela disse.
- Acéfala. – Sussurrou Rony.
- Você não tem competência para me chamar de acéfala. O único acéfalo que vejo aqui neste recinto é você. – Disse Amber o encarando com seus olhos azuis e penetrantes.
Snape riu e disse:
- Esse esfregão, serve para se limpar o banheiro e o acé... Quero dizer... O senhor Weasley pode te ensinar melhor, e sem magia. MURTA! – Snape chamou Murta que saiu do vazo.
- Para que você me chamou? – Disse ela amuada.
- Vigie-os, pois eu irei ver o jogo. – Disse o professor.
- O quê? – Perguntou Rony>
- Quantas vezes terei de mandar você se calar, Weasley? – Snape se retirou do banheiro, deixando Amber e Rony sozinhos. Amber correu até a porta para ver se Snape já havia saído do corredor, então ela virou-se.
- Essa parte é minha. – Disse ela apontando para as torneiras. – E a outra é sua.
- Ok. – Disse Rony pegando um esfregão.
- Me diz, você é bruxo ou trouxa? – Perguntou Amber.
A mesma apanhou sua varinha e limpou sua parte.
- Pronto, terminei!
- Mas... Mas... Snape disse... – Rony gaguejou.
- Quem liga para o que Snape diz? E outra, eu e Murta somos amigas e ela não dirá nada a ele, não é mesmo? – Perguntou Amber a Murta.
- É claro que não direi. – Respondeu Murta sorrindo.
- Então também não dirá se eu usar, não é mesmo? – Perguntou Rony animado.
- É claro que direi! Você me ofendeu. – Bradou Murta.
- Mas eu só disse a verdade... É feio mentir para os outros. – Retrucou Rony.
- Não é assim que se fala com uma dama, Weasley. Francamente, você está pior que o Malfoy... Acho até que dariam bons amigos. – Disse Amber.
- Eu? Amigo do Malfoy? – Perguntou Rony, exasperado. – E uma dama? Onde? Ela está morta!
Murta gemeu, mas Amber levantou a mão e na hora a mesma engoliu o choro.
- Então quer dizer que se você morrer deixará de ser um garoto e virara uma menina?
- Eu não quis dizer...
- Já chega, Weasley! – Disse Amber retirando algo preto com detalhes prata de suas vestes. – Bom, eu irei assistir ao jogo! E vigiar minha amiga. – Ao ver a cara de espanto de Rony, a menina sorriu. – Achou mesmo que eu iria perder o jogo? – Amber se enrolou em sua capa da invisibilidade. – Bom, eu volto antes de Snape. Ah! Tenha um bom trabalho, Roniquinho, e se falar alguma coisa sobre isso para Snape, eu te viro pelo avesso e ofereço seus restos aos Dementadores.
Amber retirou-se e deixou Rony bestificado no banheiro. Ao chegar ao campo, Amber ficou encantada com o novo goleiro e logo viu Snape nas arquibancadas, ela também viu Emily e Harry, então foi na direção aos dois.
- Emi, ele é um gato! – Disse Amber no ouvido de Emily.
- AAAHH! – Gritou Emily, e Amber beliscou a amiga.
- Para de gritar!
- Eu não acredito que você fugiu da detenção! – Disse Emily, então Harry ouviu e se tocou.
- Você está ficando louca? Fugir do Snape? Se ele te pega, você está morta – Disse Harry.
- Ah, eu só vim dar uma espiadinha... Já vou voltar. – Amber os acalmou.
Amber assistiu mais ou menos trinta minutos do jogo e ficou encantada com a beleza de Daniel, por fim, disse:
- Bom, eu estou voltando para a Murta... Se der, eu volto.
- Só se Snape a deixar vir. – Disse Emily.
- Tá! Tanto faz. – Rosnou Amber.
- Então, Harry... – Emily ignorou a amiga e lançou-se em uma conversa com Harry.
Chegando ao banheiro, Rony estava quase terminando, então Amber tirou a capa, fazendo o menino levar um susto e derrubar um balde de água.
Amber guardou sua capa em suas vestes.
- Você vai limpar isso. – Disse Amber olhando para o balde.
- Eu sei! E foi bom o jogo? – Bradou Rony.
- Muito! – Disse Amber chegando perto da torneira onde era a entrada da Câmara. – Gostei dessa torneira... – Tentou abrir, mas não saia água alguma. – Que chato... Está quebrada.
- Fique longe daí! Maligna... – Disse Rony.
- Por quê? – Perguntou Amber, confusa.
Mas antes que Rony pudesse responder, Snape entrou pela porta.
- Terminaram? – Perguntou o mesmo olhando para o banheiro.
- Eu já terminei, mas Rony não, ele acabou de derrubar um balde. – Amber abafou um riso. – O jogo já terminou? Caso não tenha terminado, posso ir assistir o final? – Perguntou Amber.
- O jogo ainda não acabou... E, já que a senhorita terminou, não vejo o porquê segura-la. – Disse Snape calmamente. – E Weasley, ande logo. – Disse o mesmo com rispidez.
***
Amber chegou ao estádio a tempo de vislumbrar Daniel um pouco mais.
- Voltei! – Disse Amber a Harry e Emily; os dois riram.
Os três ficaram ali conversando um pouco até que, alguns minutos depois, o jogo acabou.
- Quer ir ao vestiário, Emi? – Perguntou Amber.
- Mas como vocês vão entrar lá? Crabe e Goyle estão de guarda lá. – Bradou Harry.
- Sim! Eu quero! – Disse Emily a Amber.
- Não se preocupe, Harry querido... Eu dou meu jeito – Disse Amber.
- Está bem, eu vou procurar Rony. – Após dizer isso, Harry se afastou.
- Vamos, Emi? – E, ao dizer isso, as duas foram para a porta do vestiário da Sonserina que estava em festa, pois haviam ganhado. Como Harry disse, Crabe e Goyle estavam na porta.
- Deixe-me passar. – Disse Amber.
- Draco disse para não deixar ninguém passar. – Disse Crabe.
- Então diga a ele que eu estou o chamando. – Disse a garota o encarando. Crabe foi e, alguns minutos depois, lá estava ele com Draco, sem ver quem era, ele disse:
- O que querem?
Na mesma hora, Emily viu Daniel passar e cutucou Amber.
- O que é isso, Draco? Não vai me deixar entrar? – Perguntou a mesma se aproximando de Draco, o menino se assustou e a empurrou. Amber só não caiu porque Emi estava atrás dela e a segurou.
- COMO OUSA?! – Gritou Amber na mesma hora em que Daniel apareceu. Ele era alto, atlético, de pele clara, loiro e seus olhos eram esverdeados, isso sem contar o seu lindo rosto.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntou Daniel.
- Malfoy me empurrou! E não quer nos deixar entrar.
- É assim que você trata duas belas damas? – Perguntou Daniel. – E... Espera aí, você não é da Sonserina, muito menos da Lufa-Lufa... Por que quer entrar?
- Ela é minha amiga eu a chamei e, antes que diga alguma coisa, ela não é uma espiã. – Disse Amber enquanto Emily o media. Daniel fez o mesmo com as garotas.
- Entrem. – Disse sorrindo.
- Obrigada... – Disse Emily, virando seu rosto para o menino.
- Não há de que, se precisarem, estou às ordens. – Disse Daniel.
- Você se chama Daniel D’Lucca, não é? – Perguntou Emily se voltando para o garoto.
- Sim, como sabe meu sobrenome? – Perguntou Daniel.
Emily corou fortemente.
- Bem, eu... Sabe, ouvi falar por aí. – Disse Emily constrangida. – Sabe, os D’Lucca tem grande influencia em Hogwarts, seu pai foi um grande goleiro... Não entendi porque não passou para o profissional. – Disse Emily.
- Hum... Sim, sim... Claro! É óbvio que sabe meu sobrenome pelo famoso “Daniel Michael D’Lucca”, ou seja, meu pai. – Disse Daniel. – Bem, dizem ele que nunca quis entrar para o profissional, porque Quadribol não dá futuro. – Respondeu Daniel. Um leve sorriso brincou em seus lábios. – Mas eu, por exemplo, acho isso burrice, afinal, olhe para Viktor Krum, um dos melhores jogadores e ganha uma nota.
- Concordo, e é um gato! – Disse Amber com um sorriso. – Mas veja bem... O nome não faz a pessoa, quero dizer, seu pai pode ter sido um dos melhores, mas você só irá ganhar fama pelo seu nome se o superar.
- Uhum, concordo... – Disse Emily um pouco boba com o garoto.
- Mas me digam o que vieram fazer nos vestiários a essa hora? – Perguntou o menino.
- Viemos... Bem, na verdade, viemos saber em primeira mão como é o goleiro novo da Sonserina. – Disse Amber com um sorriso. – Mas pelo o que vejo, você é bem melhor do que dizem.
Daniel riu e ficou vermelho, já Emily ficou constrangida. Como a amiga pode falar uma coisa dessas?
- Obrigado, eu acho... Aliás, quem são vocês? – Perguntou ele, curioso.
- Eu sou Amber Pavlichenko. – Amber sorriu.
- E eu Emily Mcnold’s.
- Hum... Mcnold’s? Claro já ouvi falar. – Disse Daniel sorrindo para a ruiva. – Mas Pavlichenko... É bem incomum.
- Já ouviu falar de Mcnold’s, e não de Pavlichenko? Nossa, onde você esteve esse tempo todo? Trancado em uma masmorra? – Perguntou Amber impressionada. – Mas garanto que seus pais conhecem os meus.
Daniel riu.
- Bem, não estava em nenhuma masmorra, mas mesmo assim nunca ouvi falar de nenhum Pavlichenko, ou já? – Perguntou ele, pensando melhor. – Não, pensando bem já ouvi falar, mas não lembro aonde, te conto quando lembrar.
- Melhor, mas duvido que vá se lembrar, pois meus pais são bem reservados e odeiam ficar aparecendo no profeta diário. – Disse Amber.
- Amb, tá tarde... Já são nove, nós precisamos entrar. – Disse Emily.
- Ah! Por quê? – Perguntou Amber.
- Quer outra detenção? – Perguntou Emily. – Daniel não vai fugir de você, ele estará na mesma sala comunal quando você chegar.
- Isso mesmo. – Concordou Daniel. – Não sabia que a Grifinória tinha garotas tão lindas.
Emily corou.
- É bem... Isso... Isso mesmo. – Gaguejou ela.
- Hum... Corajosa, é? – Perguntou.
- Nem ferrando. – Disse Emily. – Acho que cai na casa errada.
- Ah, que isso, o chapéu nunca erra. – Respondeu Daniel.
- Ah! Isso é mentira, a Amber caiu na casa errada. – Disse Emily com um sorriso.
- Hum... É mesmo. – Disse Daniel.
- Parem de falar de mim! – Retrucou Amber.
- Não liga. – Disse Emily. – Você acostuma, ela é grossa desse jeito mesmo.
- Imagina... Nem percebi. – Respondeu Daniel.
- Mas é sério, temos que ir e eu preciso falar com o Harry. – Disse Emily a Amber.
- Harry? Harry Potter? – Perguntou Daniel.
- Esse mesmo. – Disse Emily.
- Hum...
- Se Malfoy lhe disse alguma coisa sobre Harry, esqueça, é tudo mentira. Malfoy odeia Harry, mais do que odeia sangues-ruins – Disse Amber.
- É, me lembro de ele ter dito alguma coisa. – Disse Daniel constrangido. – Quem sabe eu esbarre com o Potter por aí, né? Bom, tenho que ir também. A gente se vê, meninas, foi um prazer. – Disse ele sorrindo, dando um beijo na bochecha de cada uma e se dirigindo para fora do campo.
- Gatíssimo! – Exclamou Amber.
- Gatíssimo é pouco. – Respondeu Emily.
- Por que não fica com ele? Ele gostou de você. – Amber perguntou à amiga.
- Upfth! Eu e Daniel? Avá! Poupe-me de suas piadas sarcásticas, Amber Pavlichenko, agora vamos! – Disse Emily puxando Amber pelo braço de volta ao castelo.
- Isso não foi uma piada, e vai me dizer que não ficou com vontade? – Perguntou Amber.
- Não! – Disse Emily rapidamente.
11. Goleiro x Apanhador
Duas semanas se passaram e Emily ficava cada vez melhor com os feitiços e com as matérias. Havia encontrado também um professor de Herbologia e não tinha como reclamar. Daniel, por incrível que pareça, era muito bom na matéria. Mas é claro que por isso as pessoas achavam que os dois estavam saindo, inclusive Amber.
- Eu acho muito estranho você passar exatamente duas horas com ele aprendendo Herbologia... Emi, você está me escondendo alguma coisa? – Perguntou Amber enquanto as duas iam para a aula de Trato das Criaturas Mágicas.
- Claro que não, boba, nunca te escondi nada, bem ao contrario de você... – Ao dizer isso Amber abaixou a cabeça. – Ele só está me ensinando Herbologia. Ah, Dani está me ensinando um pouco de Quadribol também, ele é um ótimo apanhador. Malfoy que se cuide. – Disse ela entre gargalhadas.
- Uhum... Quadribol? Sei... Ok, se você diz. – Disse Amber desconfiada. – E Dani? – Perguntou Amber.
- É... – Respondeu Emily com a maior calma.
- Hum, deixa-me ver... Você, durante duas horas, em uma estufa, sozinha com um goleiro gato, estudando Herbologia e depois treinando Quadribol? E ainda o chama de Dani? Ah! Claro! Sei... Vocês devem estudar que é uma beleza. – Disse Amber entre gargalhadas.
- Ah! Não enche. – Disse Emily aborrecida.
Harry, que estava ao lado das duas, tentava ao máximo não prestar atenção a essa conversa, porque pouco o interessava de verdade.
- Ei, acho ótimo você aprender Quadribol. – Disse ele tentando puxar um assunto que não fosse “meninos”. – Estamos precisando de mais uma menina no time, quem sabe ano que vem.
- Não sei, não... Não sou muito boa, e se fosse participar da equipe não ia querer pegar o lugar de ninguém. – Disse ela, sonhadora.
- Ok, mas quem sabe se ano que vem você não mude e queira jogar contra seu namorado? – Disse Harry sorrindo.
- Ele não é meu namorado, é meu amigo! Assim como você é amigo de Hermione, ou você está me dizendo que quando você e a Mione resolvem estudar quer dizer que ficam se agarrando? – Perguntou a menina grossamente.
- NÃO! – Disse Harry exaltado. – Francamente, que besteira...
- Se não quer que eu diga besteira, então CALA A BOCA. – Trovejou Emily.
- Nossa... Trocou a ferradura hoje? – Perguntou Amber rindo.
- SIM, OBRIGADA! – Gritou a menina.
- Não tem de quê. Ahh, Harry... Eu gostaria de entrar para o time de quadribol, mas... Malfoy nunca permitiria uma garota no time. Será que me deixam entrar no time de Grifinória? – Disse Amber brincalhona.
- Você sabe jogar? – Perguntou Harry.
- Sim, eu sei. E, cá entre nós, eu sou bem melhor que Malfoy... Aliás, eu sou melhor que o Malfoy em tudo. – Respondeu Amber.
- Emily! – Alguém a chamou no corredor, Emily percebeu que era Daniel e sorriu.
- Oi. – Disse ela sorrindo.
- Oi! – Ele se aproximou do grupo de amigos. – Amber, Harry, como vão? – Perguntou.
- Bem. – Disseram os dois em juntos.
- Amber, eu estava pensando... Você não pode trocar de horário comigo essa tarde?
- Como assim? – Perguntou Amber, confusa.
- Bem, hoje era para você ficar com a Emily depois das aulas... Importa-se se você trocar comigo e sexta ela fica com você? – Ele perguntou.
- Sem problemas, acho que Herbologia merece mais atenção do que Poções. – Disse Amber cinicamente.
- Não, não é para estudar. – Disse ele calmamente. – Queria mostrar uma coisa a ela, mas não pode esperar até sexta, e Harry... Não estão precisando de uma goleira na Grifinória, estão? – Perguntou Daniel com um belo sorriso no rosto.
- Acho que não, por quê? – Perguntou Harry.
- Ela é ótima! – Disse Daniel entusiasmado. – Bem, me deixe ir; e, se fosse você, também correria. – Disse ele olhando para Amber.
Daniel acenou para Emily e seguiu seu caminho.
- Te mostrar uma coisa? – Perguntou Amber, desconfiada.
- Por que você coloca malícia em tudo? Ele vai me mostrar uma coisa que graças ao seu comentário eu não vou te contar. – Disse Emily enquanto batia o pé, indo direto para sua primeira aula.
- Sabe... – Começou Harry. – Acho que ela está virando uma mini monstrinha. – Brincou o menino.
- Como assim? – Perguntou Amber.
- Está passando muito tempo com você, está ficando muito respondona...
- Aff... Você está parecendo meu pai, Emily tem potencial para Sonserina, não sabia disso, Harry? Bem, eu nada tenho a ver com a personalidade dela, e sim, eu concordo... Mini monstrinha. – Disse Amber rindo. – E outra, ela sempre passou muito tempo comigo, desde os quatro anos, então se está assim não é de agora, então cuidado, porque aquela tem espírito vingativo.
- Hum... Interessante. – Disse Harry. – Na verdade, muito interessante.
Emily caminhava irritada para a aula de Trato com Criaturas Mágicas, mas nada disse. Como Amber pode pensar que ela e Daniel tinham alguma coisa? Era só amizade e ela não entendia, ela e Harry só viam maldade em tudo, que “merda”, pensava a menina irritada. Sem perceber, Emily trombou com alguém.
- Justo você. – Reclamou ela.
- É, parece que estamos destinados a nos encontrar, não é? Ruivinha... – Disse Draco cinicamente. – E não pense que eu gosto disso mais do que você.
- Ótimo! Então siga seu caminho que eu sigo o meu. – Disse ela recomeçando a andar.
- Não, não... – Repreendeu Draco a puxando pelo braço. – Por que é tão apressadinha? Eu não terminei de conversar com você aquele dia, e sabe... Eu não contei a ninguém seu segredo.
- Não é segredo, você não sabe de nada e isso nem aconteceu! – Disse Emily aos berros.
- Shiu... Sangue-ruim, você vai fazer com que sua amiga enxerida apareça. E é claro que aconteceu, caso contrário, como é que meu pai saberia? Mas escute bem, se me disser o que sabe exatamente da família de Amber Pavlichenko, eu pessoalmente te direi onde está o criminoso. – Respondeu Draco.
- Não vou te dizer nada, escutou bem? E pare de me seguir! Se quer saber tanto sobre a Amber pergunte ao seu papai, Draco, ele não se incomodara em se meter na vida dos outros, não é verdade? – Perguntou ela. – E para de me chamar de sangue-ruim, eu não sou sangue-ruim. – Disse Emily com raiva. – Escutou?
- Perfeitamente. – Respondeu. – E não fale de meu pai como se ele fosse um fofoqueiro.
- E não é? Pelo que eu saiba, saber mentiras sobre a vida dos outros e espalhar é fofoca, e seu pai não é nada mais que um fofoqueiro.
- CALE-SE! – Gritou Draco apontando a varinha para Emily.
- Vai? Lança o feitiço, vamos, quero ver coragem. E se me derrubar, torça para que eu não acorde, porque se eu acordar, aí, Draco... Pobrezinho de você... – Disse Emily em tom de ameaça.
- Já disse que não tenho medo de você.
- Ótimo! Então me enfeitice. Mas como eu disse: faça direito, faça bem feito. – Emily observou o menino que nada fez, então a menina apenas tirou sua varinha e apontou para Malfoy, que caiu petrificado. – Isso se chama “Petrificus Totalus”, só que, diferente de você que precisa falar, eu somente penso. – Disse ela rindo. – E, é claro, o crédito todo não é meu, Amber que me ensinou. – Emily agitou a varinha novamente e Draco voltou ao normal. – Não mexa comigo, Malfoy, não sabe o que te espera se tentar de novo.
Dizendo isso, Emily saiu pelo corredor, lentamente, sem ao menos se dar o trabalho de olhar para trás, a menina apenas ouviu a voz do professor Snape ecoar pelo corredor:
- Draco, apanhando para uma garota? – Disse o professor. – Tcs, tsc, tsc... Creio que isso não é bom.
- Você nem para intervir ao meu favor... – Disse o menino.
- Digamos que quando a briga é boa, não devo me meter. Mas se soubesse que algo pior fosse acontecer, teria intercedido ao seu favor. Agora me diga... – Parou o professor. – Por que quer saber da senhorita Pavlichenko?
Emily não ouviu o resto da conversa, pois estava atrasada demais para a aula.
***
Depois da aula, Hermione e Harry a encurralaram.
- Mas por que é que você se atrasou? – Perguntou Harry.
- Não é da sua conta, papai. – Zombou ela. – Nem da sua, mamãe. – Disse ela se dirigindo a Hermione.
- Nossa! – Exclamou Rony.
- Até você, Weasley? – Perguntou Emily.
- Não, de maneira alguma, sou completamente a favor de você, mas acho que está ficando muito parecida com a Amber e acho que Harry e Hermione estão pegando no seu pé, mas por outro lado queria saber onde você estava. – Disse Rony.
- Ahhh... Eu topei com o Malfoy e brigamos, foi isso. – Explicou Emily rapidamente.
- MALFOY? DE NOVO? – Perguntou Amber que acabara de chegar.
- É! Eu tenho uma sorte! – Chiou Emily.
- Tem mesmo! E agora, o que ele disse? – Perguntou Amber.
- A mesma ladainha daquele dia, mas dessa vez eu mostrei que Amber Pavlichenko é uma ótima professora. – Emily riu.
- Mas o que foi que você fez com ele? – Perguntou Amber, curiosa.
- Só o petrifiquei. – Respondeu Emily, e Amber fez cara de desapontamento.
- Mas o que ele queria saber? – Intrometeu-se Rony.
- Ele queria saber TUDO sobre mim... Coitadinho, está completamente apaixonado por mim. – Disse Amber entrerisos.
E, com isso, os cinco começaram a rir.
- Bom, o que vocês vão fazer agora? – Perguntou Amber.
- Nada – Disseram os quatro.
- Ok, então vamos para o lago. – Continuou Amber.
Os cinco foram caminhando até chegarem ao lago. Ao chegar, muitos alunos estavam por lá, inclusive Malfoy.
Amber segurou um riso.
- Emi, seu carma tá aqui. – Disse Amber. – E seu namorado também.
- Mas que namorado? – Perguntou Emily.
- O Daniel. – Continuou Amber. – Ahh... Harry, eu fiquei sabendo que você tem um padrinho que é fugitivo de Azkaban.
- Sim, tenho, mas por que o interesse? – Perguntou Harry, curioso.
- Estava pensando... Seria bom conversar com ele, vai que um dia eu vá para Azkaban. – Disse a menina com um sorriso maligno. – Nunca se sabe do futuro.
- Amber! – Emily chamou sua atenção. – Para de assustar o Rony!
- Não estou assustando o Rony... É só que seria uma oportunidade única falar com Sirius Black, não acha?
- Tanto faz... Amb, vem comigo na sala de poções. Esqueci meu livro lá.
- Por que eu? – Perguntou a mesma.
- Porque em você Snape não vai dar bronca. – Continuou Emily.
- Tá bom, tanto faz. – Disse Amber. – Vocês vão ficar aqui? – Disse a mesma olhando para os garotos e Mione.
- Sim... – Responderam os três.
Amber e Emily caminhavam pelos corredores que estavam vazios, as garotas conversavam, quando alguém as segurou pelas costas.
- Peguem as varinhas delas. – Disse uma voz muito conhecida e, quando o garoto entrou na frente das meninas, elas tiveram a certeza de que era o desprezível Draco Malfoy.
- Se encostar na minha varinha eu como o seu fígado! – Disse Amber agressiva e com isso bateu seus dentes imitando uma mordida. A essa altura, Crabe já havia retirado a varinha de Emily e entregado a Draco.
- Errr... Draco, não dá, não. – Disse Goyle. – Eu preciso do meu fígado.
- Imbecil, ela não vai fazer nada. – Disse Malfoy retirando a varinha de Amber.
- Malfoy, acabou de perder seu fígado. – Disse Amber.
- Agora você vai me dizer tudo sobre Amber Pavlichenko. – Disse Draco olhando para Emily.
- Sabe, Draco, eu estou aqui, seria mais inteligente perguntar diretamente a mim, porém eu não estou afim de te contar. – Zombou Amber e começou a pegar fôlego. – AAAAAAAAAAAAAAH! – Gritou Amber histericamente. – AAAAAAAAAH! SOCORRO!
- TAPEM A BOCA DELA! – Gritou Malfoy, Goyle tentou, mas Amber o mordeu e continuou a gritar.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntou outra voz conhecida e Amber parou de gritar. – Soltem-nas! Seus palermas. – Continuou Daniel. Ele retirou a varinha de suas vestes e apontou para eles. – Agora!
Os garotos, sem escolha, as soltaram. Amber, sem pensar duas vezes, virou-se instantaneamente e deu um belo soco no nariz de Goyle, que instantaneamente começou a sangrar. Logo depois, Amber partiu para cima de Malfoy a arrancou sua varinha e a de Emily do mesmo, enquanto isso, Emily estava passando suas mãos nos braços, completamente enojada. Amber entregou a varinha de Emily a ela.
- Você é um garoto morto, Malfoy. – Disse Amber, levantando a varinha. – Avada Ke...
Na mesma hora, Emily a segurou.
- Não vale a pena. – Disse, tentando acalmar a amiga.
- Deixe-me mata-lo! – Esperneou Amber.
- Não! Vamos, já chega dessa palhaçada. – Disse Emily a puxando.
- Mas o que está acontecendo aqui? – Perguntou, finalmente, Daniel.
- Esse covarde do Malfoy quer saber coisas sobre mim, e tenta truques sórdidos para conseguir o que quer! Ele... Ele... É tão... Tão boçal! – Disse Amber cuspindo no pé de Malfoy.
- Como você OUSA? – Gritou Malfoy.
- CALA A BOCA, VOCÊ PERDEU O DIREITO DE RECLAMAR! – Gritou Daniel.
- Não me mande calar a boca ou eu mesmo tiro você do time. – Disse Draco.
- Você não é o capitão, Malfoy. – Gritou Daniel de volta.
- Bem, então que tal um acidente acontecer? – Perguntou Malfoy.
- Acidente é o que vai acontecer com a sua cara. – Disse Amber apontando a varinha para Draco. – “Densaugeo”.
Na mesma hora, os dentes de Malfoy começaram a crescer. Emily, vingativamente, levantou sua varinha para o mesmo.
- “Everte Statum”. – Berrou ela e, instantaneamente, Malfoy começou a dar piruetas no ar até cair no chão com seus incriáveis dentes enormes.
Crabe e Goyle ajudaram Malfoy a se levantar e o levaram direto para a ala hospitalar.
- Boa. – Disse Amber. – Mas não me lembro de ter ensinado isso a você.
- Claro, fui eu. – Disse Daniel.
- Hum. – Disse Amber, mostrando-se um pouco irritada. – Você não ia pegar seu livro?
- Ah! Que livro? – Perguntou Emily.
- Deixa pra lá, eu mesma pego. – Disse Amber, dando as costas aos dois.
- Você está? Ahn... Bem? – Perguntou Daniel a Emily.
- Sim, claro... – Disse ela sorrindo. – Só com nojo, se eu pegar o Malfoy, tenho pena dele.
- Eu também, e ele não me escapa... Madame Pamfrey terá um bom trabalho com ele. – Disse Daniel massageando os punhos ameaçadoramente.
Emily riu e Daniel também. Por um longo minuto, os dois ficaram em um silêncio amigável se olhando.
- Mas por que bateria em Malfoy? – Perguntou Emily, desviando os olhos do menino.
- Hum, porque não se trata assim uma menina linda como você. – Disse ele calmamente. – E claro, nem a Amber, quero dizer, ela também é linda. – Disse ele, constrangido.
- Ok, eu entendi. – Emily riu.
- Achei. – Disse Amber voltando. – Cuide mais dos seus livros. – Disse ela arremessando o livro para Emily.
- Obrigada. – Disse a Amber.
- Ah! Tanto faz...
- Escuta Emily, é sério, preciso te mostrar aquela manobra, sei que vai gostar. – Disse Daniel puxando a atenção de Emily para si.
- Ah! Bom claro, Amb, a gente se vê por aí. – Disse ela sorrindo. – Um minuto “Accio Vassoura” – Em poucos segundos, uma vassoura voou para perto de Emily.
- Desde quando você tem uma vassoura? – Perguntou Amber.
- Desde que pedi para papai por coruja. – Disse Emily sorrindo. – Ele correu no mesmo momento para o beco diagonal e comprou essa para mim, mamãe disse que ele só faltava dar pulinhos por me ver interessada em Quadribol. Mas saiba que é com muito sacrifício, se eu quebrar minha unha alguém vai pagar por isso. – Disse Emily sobriamente se virando para Daniel, que riu.
- Sem problemas, sei um ótimo feitiço para reconstrução de unhas, pesquisei ontem, caso você decidisse me matar. – Disse ele em tom de brincadeira.
- Que bom... – Respondeu Emily.
- Bem, bom treino para vocês. E Emi, me dá o livro, eu levo para a sala Comunal. – Disse Amber.
- Obrigada.
- Tchau, Dan, e... Cuide bem dessa coisa. – Disse Amber andando pelo corredor.
- Sempre. – Disse Daniel.
12. Delegações de Beauxbatons e Durmstrang
No dia 30 de Outubro, uma sexta-feira, todos os alunos já haviam guardados suas mochilas e estavam todos reunidos na entrada do castelo para receber os hóspedes. Havia uma sensação agradável de expectativa no ar aquele dia, ninguém prestou muita atenção às aulas, pois estavam bem mais interessados na chegada dos convidados de Beauxbatons e Durmstrang. Os diretores das casas estavam se enfileiraram em frente ao castelo. Fazia um fim de tarde frio e límpido.
Alguns minutos se passaram enquanto os alunos conversavam entre si sobre como que os alunos das outras escolas chegariam, então não tardou muito e finalmente os alunos e a diretora da escola de magia e bruxaria de Beauxbatons chegaram em uma grande carruagem azul clara do tamanho de um casarão que voava, puxada por doze cavalos alados. Logo em seguida, a enorme diretora de Beauxbatons e Dumbledore se cumprimentaram e, em menos de dois minutos, chegou a delegação de Durmstrang em um enorme navio, que tinha uma estranha aparência esquelética como se tivesse ressuscitado de um naufrágio.
Karkaroff e Dumbledore se cumprimentaram e então, depois de um tempo, todos puderam ver Viktor Krum.
Rony cutucou Harry.
- Harry, é o Krum – Disse ele.
- Grande coisa! – Disse Emily.
- Hum... Interessante. – Uma voz ressoou atrás dos três garotos. Era Amber.
- Eu não acredito. – Exclamou Rony, em tom de espanto, enquanto os alunos de Hogwarts se enfileiravam atrás dos alunos de Durmstrang indo em direção ao castelo. – Krum, Harry, Viktor Krum.
- Pelo amor de Deus, Rony, ele é só um jogador de Quadribol! – Disse Hermione.
- E o que tem de especial nele? – Perguntou Emily.
- Bom... Olhe para ele. – Disse Amber rindo maliciosamente.
- Você estar feliz ou interessada pelo Krum eu aceito, mas Rony? Francamente! – Disse Emily e Hermione concordou.
Os alunos das delegações de Beauxbatons e Durmstrang se acomodaram nas mesas do salão principal, os de Durmstang na mesa da Sonserina, o que deixou Rony nervoso, e os de Beauxbatons acomodaram-se na mesa da Corvinal. Logo o grande banquete fora servido. Quando finalmente os pratos foram retirados da mesa, Dumbledore levantou-se com grande concentração:
- Chegou o momento. – Disse Dumbledore sorrindo. – O Torneio Tribruxo vai começar. Mas antes, eu gostaria de dizer algumas palavras de explicação...
O diretor explicou as regras, fazendo um longo e belo discurso e, logo em seguida, mandou Flich trazer o cálice, que seria o objeto que escolheria os campeões.
Rony, Harry, Hermione e Emily levantaram-se e ouviram uma voz conhecida às suas costas.
- Cara, como o Dumbledore fala... – Disse Amber se aproximando.
Fred e Jorge, que estavam perto, riram.
- Concordo. – Disse Fred. – Estava quase dormindo ali, não é, Jorge?
- Sim, irmão. – Disse Jorge bocejando.
- Vão tentar se inscrever? – Perguntou Amber.
- É claro! – Disseram os dois em uníssono.
- Boa sorte... – Disse Amber.
- Irão precisar... – Disse Emily.
- Bom, se conseguirem enganar Dumbledore me avisem, também gostaria de participar, mas agora... Boa noite. – Disse Amber andando direto para onde se encontravam alguns alunos de Sonserina e, para a surpresa de Emily, Amber falou com Malfoy e foi caminhando ao seu lado para a sala comunal.
- Sabe, às vezes me esqueço de que ela é de Sonserina. – Disse Harry.
- Justo com o Malfoy... – Disse Rony, exasperado.
- Muito estranho ela estar conversando com Malfoy. – Disse Emily. – Pensando bem... Não é, não.
- Como assim? – Perguntou Rony.
- Victor Krum. – Explicou Emily com som de nojo. – Aposto.
- Será que ela pega um autógrafo para mim? – Perguntou Rony, esperançoso.
- Ah! Rony, francamente... – Disse Hermione.
- Sabe, maninho, na sua idade eu estaria atrás de meninas, não de um jogador de Quadribol. – Disse Fred rindo. – Mas, continuando, não estou gostando de a Amber estar conversando com Malfoy.
- Apoiado, apoiado. – Disseram os cincos juntos, caminhando em direção à sala comunal de Grifinória.
13. Os Campeões e o Segredo
No dia seguinte, os alunos não falavam nada a não ser sobre o Cálice de Fogo. Os alunos das duas outras escolas e também davam suas opiniões sobre quem representaria Hogwarts. Amber, entretanto, não parecia nada feliz, e Emily, preocupada, não cansava de perguntar:
- Amber, você tá bem?
- Ótima! – Respondia Amber mal-humorada.
***
Lá pelas três da tarde, Emily estava sozinha no corredor, quando alguém a segurou pelo braço.
- Vamos, precisamos ir para um lugar vazio. – Disse Amber olhando para os lados.
- Mas por quê?! – Perguntou Emily, exaltada.
- Cala a boca e me segue.
- Não me manda calar a boca!
Amber revirou os olhos, bufou e disse:
- Ah! Tanto faz... Só me segue.
As garotas andaram um pouco até acharem um corredor vazio, Amber olhou para os lados para ter certeza de que estavam sozinhas, respirou fundo e falou:
- Bom, eu vou te contar isso antes que você saiba pela boca de outras pessoas. – Disse Amber, baixo, porém em um tom audível que Emily podia escutar claramente.
- Me contar o quê? – Perguntou Emily.
- Para de fazer perguntas idiotas, feito o Weasley, e escuta. – Amber respirou fundo novamente. – Emily, ele está aqui...
- Ele quem?
- Upfth! Diggory...
Emily ficou pasma, a fúria tomou conta da garota e ela ficou vermelha de raiva.
- O que vocês estão fazendo aí no cantinho? – Rony as interrompeu.
- Não é da sua conta! E sai daqui, Weasley. – Disse Amber, ríspida.
- O corredor não é seu. – Retrucou Rony.
- Mas esta varinha é, e você vai ver o estrago que ela fará na sua cara se você não se mandar agora. – Disse Amber apontando a varinha para o rosto de Rony, que se esquivou da mira da garota e bateu em retirada do corredor.
- Desde quando você sabe? – Perguntou Emily, baixinho.
- Desde ontem. – Disse Amber. – Eu estava conversando com Malfoy sobre quem seria o campeão de Hog e ele disse esse nome...
- Você sabe o que ele vai ganhar? – Disse Emily sombriamente. – Minha varinha dentro goela dele, isso sim.
Amber riu.
- Emily, não vale a pena.
- NÃO VALE A PENA? – Perguntou ela, descrente. – Vale a pena matar sem motivo?
- Emily, eu não deveria te contar isso, mas... Seus pais, na verdade, tinha um motivo para não manda-la para cá. Seus pais não queriam que isso acontecesse e, a pedido deles, meus pais me transferiram para cá para tomar conta de você e impedir que qualquer coisa do tipo acontecesse, eles... Não sabiam que Diggory ainda estava aqui, sem contar que se você fizer algo sabe muito bem onde vai parar... E nunca mais irá ver Hogwarts.
- Veremos... – Disse Emily.
Seus olhos verdes estavam com um brilho incomum de pura raiva.
- Mas o que está acontecendo aqui? – Perguntou Harry olhando para cara vermelha de Emily, o que fez o garoto não se aproximar mais. – Vocês não... Ahn... Estão brigando? Estão?
Amber olhou para Harry, depois encarou Emily.
- Pense bem no que eu te disse. – Disse a mesma virando e dando às costas para os dois.
- O que aconteceu? – Perguntou Harry.
- Depois eu te explico. – Disse Emily, dando às costas a Harry.
A garota só não queria estar mais ali.
***
Amber estava muito nervosa, por mais que não quisesse dizer aquilo, ela sabia que deveria ter contado mesmo estando com a cabeça em outro lugar. Quando, de repente, esbarrou em Malfoy e voltou a si.
- Ah desculpe, Draco... – Disse Amber fazendo Draco ir para trás com cara de desconfiado.
- Você está bem? – Perguntou o mesmo.
- Por quê? Não posso ser gentil com você? Virou masoquista, é? – Debochou Amber.
- É que, bem... Deixa pra lá.
Amber suspirou, sentou no chão e colocou a cabeça sobre os joelhos.
- É, acho que você está certo, eu não estou bem... – Disse a garota com a voz fraca.
- O que aconteceu? – Perguntou Malfoy agachando-se ao lado da garota.
Amber levantou a cabeça olhando para o mesmo.
- Você sabia que ele estava aqui, não é mesmo?
- Ele quem? – Perguntou Draco desentendido.
- Diggory... – Amber dizia aquilo com certo repulso.
Draco desviou o olhar, mas Amber segurou o queixo do garoto o forçando a olha-la nos olhos.
- Draco, você sabia... Não minta para mim! – Amber o olhava de um jeito que dificilmente alguém mentiria.
- Eu... Bem... Sim – Disse ele.
Amber o soltou e colocou sua cabeça sobre os joelhos novamente.
Draco, cansado de ficar agachado, sentou-se ao lado da garota. Ele olhava a garota com certa preocupação.
Quando de repente ouviram passos no corredor.
- Mas... O que está acontecendo aqui?! – Perguntou Fred.
E, na mesma hora, Jorge e Rony, que o acompanhavam, apontaram suas varinhas para Draco.
Amber levantou a cabeça e colocou o braço na frente de Draco.
- Ele não fez nada. – Disse ela olhando para Draco. – É melhor você ir.
Sem dizer mais nada, o garoto levantou-se e se retirou.
Fred agachou-se ao lado de Amber e apoiou suas mãos sobre o joelho da garota.
- Você está bem? – Perguntou.
- Eu já estou melhor... – Disse Amber forçando um sorriso, mas Fred não se convenceu.
- Está muito falso esse seu sorrisinho. – Disse ele.
- É sério... Eu estou bem. – Disse ela.
- O que aconteceu? Pode confiar.
- É que... Eu não posso te contar. É só por causa de coisas que aconteceram há dez anos, que, infelizmente, hoje vieram à tona.
Fred e Jorge se entreolharam.
- Rony, eu acho que vi a Mione te chamando daquele lado. – Disse Jorge ao irmão.
- Eu não vi, nem ouvi nada. – Disse Rony.
- Eu também vi. – Disse Fred.
- Mas ninguém passou...
- Vai procurar a garota, que coisa feia, deixa-la esperando... – Disse Jorge, empurrando o menino para o final do corredor. – Pronto. – Continuou Jorge.
O menino aproximou-se de Amber e se agachou ao lado do irmão.
- Você está falando do que aconteceu com Starla Mcnold’s? – Perguntou Fred.
Amber se assustou e arregalou os olhos para os garotos.
- Como vocês sabem disso? – Perguntou ela.
- Papai... – Disse Fred.
- Percy... – Completou Jorge.
- Ah... – Foi a único som que a garota conseguiu emitir. – Sim, estão certos, é por causa disso.
- Mas por que o Malfoy estava aqui? – Perguntou Fred.
- Bom, Malfoy era a única pessoa que eu sabia que também conhecia a história, aí esbarrei com ele no corredor... E não tinha mais ninguém para desabafar, então... Acabou sendo ele mesmo. – Disse Amber dando de ombros. – Porque, sabe, não é um segredo meu... Então não tenho direito de sair contando, mas vejo que nem todos pensam assim... Ministro da Magia linguarudo.
Fred e Jorge se entre olharam e riram com o último comentário de Amber.
A menina sorriu fracamente, os três ficaram em um curto silêncio que foi quebrado por Fred.
- Bom, está quase na hora de escolherem os campeões, então vamos para o salão. – Disse o garoto levantando-se e esticando a mão para que a colega se levantasse também.
***
Harry chegou ao salão e avistou Emily sentada na mesa de Grifinória, percebeu que ela estava um pouco melhor do que na última vez que a vira, então já era seguro se aproximar. Logo depois avistou também Fred, Jorge e Amber entrarem no salão. Amber se dirigiu para a mesa da Sonserina e os garotos se sentaram perto de Emily, Rony e Hermione e então Harry sentou-se perto deles também.
O salão estava quase cheio. Estava iluminado por velas, o Cálice de Fogo fora mudado de lugar e agora se encontrava diante da cadeira vazia de Dumbledore.
- Espero que seja a Angelina. – Falou Fred.
- Eu também. – Disse Hermione.
Depois de o banquete ser servido, muito tempo havia se passado. Quando os pratos voltaram a sua limpeza inicial, houve um aumento acentuado nos ruídos do salão, que quase caiu instantaneamente, pois Dumbledore ergueu-se.
- Bom, o Cálice de Fogo está quase pronto para decidir... – Disse o diretor, e então logo o campeão de Durmstrang fora escolhido e, quando o Cálice expeliu o nome de Krum, ninguém se surpreendeu, porém todos (ou quase todos) aplaudiram. Segundos depois, Fleur Delacour fora escolhida como campeã de Beauxbatons e, por fim, para a infelicidade de Amber e Emily...
- O Campeão de Hogwarts é... – Anunciou Dumbledore. – Cedrico Diggory.
Nesse momento a raiva subiu nas veias de Amber e Emily. Fred, que havia percebido, colocou a mão do ombro de Emily tentando acalma-la e sussurrou no ouvido da garota “aqui não”.
Amber havia ficado com os cabelos vermelhos e tentou levantar-se como se fosse fazer alguma besteira, mas Draco a segurou pela mão e sussurrou em seu ouvido “acalme-se, o que pensa que vai fazer?”, Amber não respondeu apenas respirou fundo.
- Excelente! – Exclamou Dumbledore feliz, entretanto, quando o diretor começou com mais um de seus longos discursos, o Cálice expeliu mais um nome.
Todo mundo ficou paralisado olhando para Dumbledore, ele pigarreou e leu:
- Harry Potter!
Harry ficou sentado ali, consciente de que cada cabeça no salão estava virada para ele.
Harry se virou para Rony, Hermione e Emily, enquanto via toda a longa mesa de Grifinória olhando para ele de boca aberta.
- Eu não inscrevi meu nome. – Disse Harry sem saber o que falar. – Vocês sabem que não.
Os três olharam para ele sem saber o que responder.
Na mesa principal, o professor Dumbledore se aprumou acenando a cabeça afirmativa para a professora Minerva.
- Harry Potter! – Tornou ele a chamar. – Harry, venha aqui, se me faz o favor.
- Anda. – Murmurou Hermione dando um leve empurrão em Harry.
Emily e Amber fizeram menção de aplaudir o garoto, mas Fred segurou a mão de Emily e sussurrou “não faça isso”. Já na mesa da Sonserina, Draco havia agarrado a mão de Amber.
- Não seja suicida. – Disse ele baixo.
- Ah Draco, qual é? Estraga prazeres... – Sussurrou Amber.
Draco apenas balançou a cabeça negativamente, na mesma hora que Harry entrava na Câmara.
Dumbledore entrou na Câmara, seguido pelos professores.
Draco mirou Amber com interesse.
- Como Potter conseguiu pôr o nome dele lá? – Perguntou ele.
Amber riu baixo.
- Com certeza não foi ele... Ele não tem capacidade para tanto. E para já de me olhar desse jeito. – Disse Amber com seu tom de grosseria habitual.
Draco abaixou a cabeça e riu.
- Do que você está rindo? – Perguntou a garota arqueando a sobrancelha.
- Nada, só nunca imaginei você com vergonha. – Disse ele abafando um risinho.
- Ora Malfoy, não diga besteiras. – Disse a garota levantando e saindo do salão.
Nesse momento, o professor havia voltado e mandado todos os alunos de volta a seus salões comunais.
***
- Você não vem? – Perguntou Rony para Emily enquanto se levantava.
- Não vão esperar o Harry? – Perguntou ela.
- Não, para quê? – Perguntou Rony.
- Está bem então... Eu vou espera-lo. – Disse Emily.
- Por que você vai esperar ele? Ele é um traidor, nem contou para a gente. – Reclamou Rony.
- E ainda se diz o melhor amigo dele!
Rony bateu o pé e saiu do salão.
Cerca de vinte minutos depois, todos saíram da câmara, o que fez Emily arrepender-se de ter ficado ali esperando Harry.
Dumbledore olhou a garota.
- O que ainda está fazendo aqui, senhorita? – Perguntou ele.
- Err... Esperando o Harry. – Disse Emily.
Nesse instante, Amber irrompeu a porta.
- Ah! Aí estava você! – Disse ela, se fingindo surpresa.
- Sim, estou aqui... – Disse Emily.
- É... Agora venha. – Amber tentava ao máximo fazer com que a atenção de Emily se voltasse para ela. – Harry já está liberado, não é mesmo, professor?
- Sim, mas... – Disse Dumbledore, mas foi interrompido por Amber.
- Ótimo! – Disse Amber indo em direção a Harry e o puxando junto com Emily.
Cedrico olhou as meninas com curiosidade e Amber devolveu o olhar, só que carregado de ódio. O único no salão que havia percebido o olhar de Amber fora Dumbledore.
Quando os garotos saíram do salão, Amber respirou fundo.
- Bom... Boa noite para vocês, e você – Disse a mesma, olhando para Emily. – Estou de olho na senhorita.
- Em mim? O que de mal posso fazer? – Perguntou Emily, se fazendo de desentendida.
- Você sabe muito bem; eu te conheço. – Disse a garota retirando-se.
- Ela é louca? – Perguntou Harry.
- Vai me falar que não tinha notado isso antes? – Perguntou Emily.
- Isso por acaso tem alguma coisa a ver com o que vocês estavam conversando hoje? – Perguntou Harry no caminho da sala comunal.
14. O Erro de Diggory
- Bem, sim... Aliás, era por isso que ela veio aqui me tirar do salão principal. – Disse Emily.
- Não, é... Ahn... Não quero ser intrometido, mas se você quiser desabafar... – Disse o garoto, constrangido.
- Está bem. – Disse ela parando em frente à entrada da sala comunal. – É melhor não entrarmos até eu terminar de contar a história.
Harry assentiu com a cabeça, Emily se sentou no chão e se encostou na parede. Harry sentou-se ao lado da amiga.
- Há dez anos, quando eu tinha quatro anos...
- Quatro anos, a mesma idade em que você conheceu a Amber? – Interrompeu Harry.
- Sim, o que aconteceu há dez anos, de certa forma, está relacionado à Amber. – Disse Emily. – Posso? – Perguntou ela.
- Sim, desculpe. – Disse Harry.
- Eu e minha irmã Starla estávamos andando na rua e era bem tarde...
No momento em que Emily começou a narrar a história para Harry, a cena veio em sua cabeça, e era como se aquilo tivesse acabado de acontecer.
- Parabéns, maninha! – Dizia a pequena Emily.
- Já é a milésima vez que você me diz parabéns... – Brincou Starla.
As duas andavam pela rua, até que ouviram um grupo de meninos se aproximarem, falando alto e dando gargalhadas.
Quando os garotos chegaram perto das duas...
- Ora, ora, ora... – Disse um deles. – Vejam quem está aqui!
Neste momento, Starla colocou o braço na frente de Emily como se estivesse a protegendo.
- É verdade que é seu aniversário hoje, Starla? – Disse o mesmo garoto.
- Não é da sua conta. – Disse a menina.
- Como não é da minha conta? Preparei seu presente com tanto carinho. – Disse o menino.
Os outros atrás do mesmo riram.
O garoto olhou para a pequena menina ao lado de Starla como se fosse fazer mal a ela.
- Deixe-a fora disso. – Disse Starla, empurrando Emily para o lado.
- O que foi? Parou de ser durona? – Perguntou ele.
Starla não respondeu ao comentário, apenas o encarava.
O garoto chegou perto da menina e pegou seu queixo.
- Como quer seu presente? – Perguntou ele cinicamente.
Starla bateu na mão do menino para que ele a soltasse.
- Ora, ora, ora... – Disse ele, articulando os dedos. – Não devia ter feito isso... – Disse, pegando a mesma pelo pescoço e atirando-a no chão.
Na mesma hora, Starla olhou para Emily e gritou:
- Corra! E chame alguém!
Os garotos avançaram para Emily, mas a garota foi mais rápida e partiu em disparada para casa.
- Esqueçam-na! – Disse o menino.
***
Nesse momento, Amber revirava-se na cama. A menina respirou fundo, e novamente as imagens daquele dia vieram em sua cabeça.
A pequena Amber andava entediada em sua casa, segurando um Lembrol que havia ganhado de sua mãe. Seus pais não se encontravam em casa, e às vezes a pequena podia contar com a presença de seu avô, porém hoje ela estava sozinha, o que era comum, já que a garota já se acostumara a ficar só.
Amber encarava o Lembrol e o arremessou longe.
- Coisa inútil! – Disse ela.
Seu cachorro, que encarava atentamente a grande janela da sala, começou a latir.
- Qual é o seu problema? – Perguntou a mesma, indo em direção à janela. Neste memento, menina viu a cena mais horrível que uma garota de quatro anos poderia ter visto, três garotos batendo em uma garota.
Amber, sem saber o que fazer, começou a gritar histericamente, e os meninos na rua olharam para janela e viram a garota.
O cachorro saiu correndo pela sua portinha e começou a latir mais alto ainda, os meninos correram com medo e deixaram ali, no meio da rua, a menina que sangrava.
De repente, o cachorro entrou correndo na casa amedrontado, pois havia aparecido um Dementador, que cada vez se aproximava mais da garota deixada no asfalto. Amber ficou vidrada na janela, sem saber o que fazer, e cada vez o Dementador se aproximava mais da garota.
Amber bateu em sua cabeça, tentando fazer com que aquelas lembranças desaparecessem.
***
- E, quando meus pais voltaram, Starla já estava morta. – Disse Emily com os olhos cheios de lágrimas.
- Mas o que Amber tem a ver com isso? – Perguntou ele.
- Starla foi morta em frente à casa de Amber, e ela estava sozinha em casa no dia. Depois que meus pais deram um jeito no corpo de Starla, levaram Amber para casa. Ela estava muito perturbada e não disse nada até seus pais chegarem... – Emily, a essa altura, já estava chorando.
- Eles mataram sua irmã? E Amber, com apenas quatro anos, viu tudo? – Perguntou ele.
- Uhum, e sabe... Amber está de olho em mim, porque o assassino de minha irmã está aqui e ela não quer que eu me vingue. – Disse Emily.
Harry não disse nada, estava chocado nunca; conhecera uma pessoa com um passado tão sombrio e sangrento como o dele.
- Sabe quem é o desgraçado que fez isso, Harry?
- Quem? – Perguntou ele.
- Cedrico... Harry, Cedrico Diggory. – Disse a garota suspirando alto.
Harry não se conteve ao ver a menina ali chorando puxou-a para um abraço apertado.
Emily enterrou a cabeça no peito do menino, porém, nesse momento, ouviram-se passos no corredor e Emily levantou a cabeça, vendo Gina parada, fitando-os completamente vermelha.
- Não queria ter atrapalhado. – Disse ela.
- Não, não, Gina. – Emily se levantou de imediato. – Boa noite Harry, obrigada. – A menina sorriu – “Abóboras de chocolate”. – Disse ela e a mulher gorda rodou o quadro na mesma hora. Emily entrou pelo buraco e, assim que passou, viu os rostos de Hermione, Rony, Fred e Jorge a encararem.
- Você está bem? – Perguntou Fred.
- Ótima! Só um pouco cansada... Vou me deitar, boa noite.
- Onde está o Harry? – Perguntou Jorge.
- Lá fora. – Disse Emily.
Ela não queria dizer aos Weasley’s que Harry estava com Gina, então subiu rapidamente pelas escadas sem dizer mais nada.
O que não entrava na cabeça de Emily era o fato de que nunca tinha dito isso a ninguém, a não ser para Amber, então por que tinha contado a Harry? Por que confiara tanto nele? Talvez porque ela mesma sabia que Harry havia passado por coisas iguais. Emily subiu para seu quarto e deitou-se em sua cama, adormecendo quase instantaneamente.
15. Pavlichenko x Diggory
No dia seguinte, Emily estava ainda um pouco atordoada com tudo que aconteceu. A garota vestiu-se e desceu para a sala comunal.
Hermione, Rony, Harry, Fred e Jorge já estavam por lá, e quando viram a garota sorriram.
- Bom dia! – Disseram os cinco juntos.
- Bom dia... – Respondeu Emily indo se sentar ao lado de Harry. Hermione olhou estranho para os dois.
- Mione, algum problema? – Perguntou Emily.
- Não, nenhum. – Respondeu.
“Está melhor?”, cochichou Harry no ouvido de Emily quando ninguém estava olhando. “Estou”, cochichou a mesma em resposta.
Harry sorriu em resposta e Hermione voltou a olhar estranho para os dois.
Emily retribuiu seu olhar e tornou a repetir:
- Mione, algum problema?
- Nada não. – Disse a menina.
Emily bufou.
Harry e os demais riram, exceto Rony.
- O que foi? – Perguntou ele.
- Como você é burro, Weasley! – Disse Amber, que acabara de aparecer por baixo de sua capa, dando-lhes um susto. – Qual é, eu não sou tão feia assim... Sou? – Brincou a garota.
- De onde você saiu? – Perguntou Rony.
- Tecnicamente, da barriga da minha mãe... E Hermione, que cara é essa? – Perguntou Amber.
- Vamos dar uma volta, Amber. – Disse Hermione puxando Amber pelo braço. As duas se afastaram e só deu tempo de ouvir Amber dizendo “você está bem?”.
- O que deu na Mione? – Perguntou Rony.
- Não sei, muito estranho isso... Amber e Mione? Tsc, tsc, tsc... – Disse Emily.
Alguns minutos depois, Hermione voltou saltitante e risonha.
- Até que Amber é legal. – Disse ela, sorridente.
- Hermione? Você tem certeza de que está se sentindo bem? – Perguntou Fred.
- Estou ótima! – Disse a menina.
- Emily? – Chamou Rony, baixinho. – Acho que a maligna deu uma poção do amor para Mione...
Emily deu um tapa na cabeça de Rony, o que fez o menino bater com a cara no chão.
- Que coisa mais sem sentido, Weasley. – Disse Emily.
- Eu hein... – Disse Fred.
Algumas horas se passaram, e o clima estava começando a ficar mais pesado entre Harry e Rony, pois a chuva de patadas já estava começando a deixar os demais assustados.
- E ainda se considera um amigo verdadeiro? Nem para contar para nós, e ainda quer que nós acreditemos em suas justificativas baratas? Francamente, Potter... – Disse Rony, irritado.
- Weasley, acredite se quiser, não lhe devo satisfações de nada. – Trovejou Harry.
Por fim, Fred disse:
- Amber esta demorando demais, não acham? – Gritou ele, interrompendo a briga dos dois. – Harry, Emily, Jorge... Que tal mexerem seus bumbuns e me ajudarem a acha-la? – Perguntou ele se levantando.
- Acho uma ótima ideia. – Disse Emily. – Vem Harry! – A menina o puxou pelo braço.
- Ótimo! É melhor do que ficar aqui com alguém que dizia ser meu melhor amigo. – Disse Harry.
- ÓTIMO! PELO MENOS NÃO TEREI QUE DIVIDIR A SALA COMUNAL COM UM PALHAÇO! – Berrou Rony.
Harry ia responder, mas Emily o puxou pelo buraco do retrato antes que algum som saísse de sua boca.
Enquanto saiam, a voz de Draco ecoou pelo corredor.
- Ei Weasley’s! A Amber não está aí no salão comunal com vocês? – Perguntou ele.
- Não... – Disse Fred, carrancudo.
- Humm... Estranho.
- Estranho é você – Disse Emily.
Draco ignorou o comentário da ruiva.
- Estranho por quê, Malfoy? – Perguntou Harry.
- Ela estava comigo no salão comunal e disse que já voltava, mas sumiu faz horas e já está quase no horário de recolher. – Disse ele se voltando a Harry.
- Vamos procura-la. – Disse Fred. – Diremos a Amber que você está procurando por ela.
- Não! Eu vou com vocês. – Disse Draco mal-humorado. – Não acharam que eu ia ficar de fora, acharam?
- Upfth! Tanto faz, desde que mantenha sua boca calada. – Rosnou Emily.
- Qual é o seu prazer em me dar patadas, ruivinha? – Perguntou Draco.
- O meu prazer é ver essa sua cara de bobo toda vez que ganha uma. – Disse Emily se virando.
- Dá para vocês dois pararem? Ou melhor, vocês três. – Disse Fred. – Não quero ouvir a voz de nenhum de vocês.
- Ouviu, ruivinha? Cicatriz? Sonserina? – Disse Jorge.
- Mas eu não fiz nada... – Disse Harry.
- Ainda... – Disse Fred.
- Vamos ou não? – Perguntou Emily.
Os cinco saíram pelos corredores à procura de Amber.
***
Mais cedo, Amber acabara de sair da sala comunal de Grifinória com Hermione. Elas desceram as escadas até onde não havia ninguém.
- O que foi Mione, o que você queria tanto me falar?
- Você não acha que Harry e Emily...
- Você tem razão. Aqueles dois... Tsc, tsc, tsc...
- Mas e Daniel? Eu achava que os dois estivessem juntos.
- Sim, é o que parece, mas sabe de uma coisa? Emily pode estar agora com Daniel, mas acho que ela gosta de Potter... Só que ainda não percebeu isso, ou percebeu. Quem sabe, não é mesmo?
- Você tem razão!
As duas começaram a rir.
- Bom, eu tenho que ir... Disse a Draco que voltaria logo, foi bom conversar com você. – Disse Amber se afastando.
- Tchau, Amb. Até mais! – Disse a garota ainda sorridente.
Amber caminhou pelos corredores, indo diretamente para o lago negro. Ao chegar lá, sentou-se próximo a ele e respirou fundo algumas vezes. A garota gostava muito de estar ali, ainda mais agora que estava com a cabeça repleta de pensamentos. Amber estava conseguindo disfarçar melhor, mas ainda estava muito atordoada com tudo que havia acontecido e acabou passando mais tempo do que pretendia na beira do lago e, quando se deu conta, já estava escurecendo.
A menina levantou-se e entrou de volta no castelo, quando, de repente, deu de cara com a professora de adivinhação.
- Olá, querida! As folhas disseram que eu iria te encontrar pelos corredores da nossa bela escola. – Disse a professora sonhadora.
- Ah... Legal. – Disse Amber meio chocada com a cara de pau da professora e, ao mesmo tempo, enojada.
- Quer uma amostra de seu futuro, querida? – Perguntou ela.
- Desculpe, mas acho que a senhora não, ahn... Bem... Sabe. Não, obrigada, não se incomode, professora. Meu futuro pouco interessa. – Disse Amber tentando escapar da professora.
A menina virou-se para sair, quando a voz da professora simplesmente mudou e a mesma a puxou pelo braço.
- Os corredores de Hogwarts serão manchados de sangue no final do Grande Torneio. Um dos três culpados irá sucumbir-se ao desejo da morte. Aquelas que eram de confiança serão dadas como traidoras, e o Lorde das Trevas em cima dos ossos do pai ressurgirá. – Ao dizer isso, a professora voltou com seu olhar normal, tossiu e disse: - Algum problema, querida?
- O que a senhora disse? – Perguntou a garota incrédula e, ao mesmo tempo, um pouco assustada.
- Eu? Eu não disse nada... – Respondeu a professora.
- Ah... Tudo bem, boa noite. – Disse Amber.
A garota estava mais pálida do que o normal. Enquanto caminhava as palavras que ouvira não saiam de sua cabeça.
- Ei? – Disse uma voz desconhecida.
Amber virou-se e viu Cedrico Diggory.
- O que você quer? – Perguntou a garota com raiva.
- Por que ontem no salão principal você me olhava com tanta raiva? – Perguntou Cedrico.
- Primeiramente, os olhos são meus, e eu olho do jeito que eu quiser para quem eu quiser e... Vai me dizer que você não sabe? – Perguntou a garota com arrogância.
- Não.
- Amber Pavlichenko. Esse nome te lembra alguma coisa? – Perguntou ela, deixando o garoto pálido.
- O quê... Você a conhece?
- Se eu a conheço? – Amber riu. – Eu sou ela. – Os olhos azuis de Amber estavam fervendo, o que os deixava assustadores.
Cedrico ficou pasmo, se desequilibrou por alguns segundos e, quando voltou a falar, sua voz estava tremida.
- Olha... Eu... Não... Tive a intenção. – Disse ele.
- NÃO TEVE A INTENÇÃO? SE VOCÊ NÃO TEVE A INTENÇÃO, ENTÃO O LORDE DAS TREVAS NÃO TEVE A INTENÇÃO DE MATAR OS POTTER’S! – Gritou Amber.
- Eu só tinha sete anos, não tinha noção do que estava fazendo. – Disse ele.
- E eu só tinha quatro anos e soube muito bem o que estava vendo. – Disse Amber. – Não se sente envergonhado de traumatizar uma garota de quatro anos?
- Eu mudei, não sou mais daquele jeito; eu era uma criança imatura.
Os dois estavam frente a frente, mas Amber não olhava para o rosto do mesmo.
- Talvez isso seja verdade, mas uma coisa é certa eu nunca o perdoarei, muito menos deixarei que Emily o perdoe.
Cedrico puxou Amber gentilmente pelo queixo, fazendo a garota olhar para ele.
- Olhe para mim e diga se eu teria coragem de fazer isso com alguém agora, eu disse que mudei... – Disse ele, fitando os olhos da garota. – E você não conhece nem a metade da história... – Continuou ele com a voz um pouco mais alta que um sussurro.
- TIRE AS MÃOS DELA, DIGGORY! – Gritou Fred que, nesse momento, empunhava a varinha em direção a Cedrico, porém não fez nada, pois estava com medo de errar e acertar Amber.
Amber deu um tapa na mão de Cedrico e logo depois um tapa no rosto do mesmo. Ao fazer isso, Emily, que estava logo atrás de Fred, relembrou sua irmã naquela noite.
- NUNCA MAIS ENCOSTE EM MIM! – Gritou Amber.
Cedrico apenas a olhava incrédulo, o garoto não sabia o que dizer. Neste momento, Draco e Harry entraram na frente de Amber, a derrubando no chão.
- AAAAAAH! – Gritou a menina. – Vocês vieram me ajudar ou me matar? – Os meninos assustados voltaram para trás, pisando em Amber. – AAAAAAH! SEUS MÍOPES! EU ESTOU AQUI EM BAIXO!
Draco e Harry apontaram as varinhas para no rosto de Diggory. O garoto, em choque, não dizia nada, apenas olhava para o nada, na verdade, nem havia percebido as duas varinhas apontadas para ele. Amber levantou-se e segurou os braços de Harry e de Malfoy.
- O que está fazendo? – Perguntaram os dois juntos.
- Parem com isso! Estávamos apenas conversando.
- Aos berros? – Perguntou Emily ao fundo.
- Sim, aos berros, porque é assim que se conversa com animais. – Disse Amber olhando para Diggory. – É melhor você ir embora.
O garoto, olhando para o nada, retirou-se. Na mesma hora, Amber jogou-se no chão.
- Olha só o que fizeram! Minha perna está doendo, não vou conseguir andar.
- Eu te... – Disse Draco, mas Fred o interrompeu:
- Eu te carrego.
- Me desculpe, Fred. Na verdade, eu preferiria mil vezes que fosse você a me carregar, mas é melhor o Draco me levar. Já está na hora de recolher e eu preciso ir para o salão comunal... – Disse ela erguendo os braços para Draco. – Nos vemos amanhã. – Disse a mesma sorrindo para os demais.
- Uhum, você precisa nos contar o que conversaram. – Disse Emily, mal-humorada.
- Tudo bem.
Draco pegou Amber no colo e a carregou pelos corredores da escola.
- Tá pesada, hein? – Reclamou ele, mas Amber pouco ligou para o comentário.
A menina estava com a cabeça encostada no ombro do mesmo e podia sentir seu perfume.
- Está cheiroso hein, Malfoy? – Disse Amber com a intenção de deixar o garoto envergonhado, e funcionou, pois Malfoy ficou escarlate.
Amber riu da reação do menino, mas pensava o porquê de não estar sendo grossa com ele. Ela o odiava, não é mesmo? Ou será que não? Quando, de repente, uma voz ecoou pelo corredor:
- O que estão fazendo? – Perguntou o professor Snape.
- Na... Na... – Gaguejou Draco.
- Olá, professor Snape. – Disse Amber sorrindo.
- Vocês não responderam minha pergunta.
- Eu estava andando pelo corredor quando torci o meu pé, fiquei lá até que o Draco apareceu e se ofereceu gentilmente para me levar até o salão comunal. – Mentiu a garota.
- Mas por que Draco não a levou para a enfermaria?
- Porque não é nada sério. – Disse ela. – Está apenas dolorido, mas mesmo assim não quis andar para não piorar.
- Saiam daqui antes que alguém os veja. – Disse Snape, acabando com a conversa.
- Boa noite, professor. – Disse Amber, enquanto Malfoy recomeçava a andar.
Quando já estavam longe da vista do professor, Amber disse:
- Você é um mole...
A menina revirou os olhos.
- Como você tem coragem de mentir para Snape? – Perguntou Draco.
- Ah sim, você queria que eu dissesse “eu estava gritando com um assassino, aí quando meus ‘amigos’ vieram me ajudar pisaram em meu pé e eu tive que ser carregada”. – Disse Amber, exasperada.
- É, ahn... Ah, deixa pra lá. – Retorquiu Malfoy e Amber voltou a apanhar sua cabeça no ombro do mesmo.
Quando finalmente entraram na sala comunal, Draco deitou Amber no sofá e a mesma simplesmente se levantou facilmente.
- Bem, viagem cansativa, não? Vou dormir. – Disse ela.
- Mas... Mas como? Você não conseguia andar! – Disse ele meio confuso.
- Eu não disse que não conseguia andar, só disse que meu pé estava doendo... Você que se ofereceu para me carregar. – Disse Amber, que já se encontrava no pé da escada. – E, além do mais, gostei do perfume. – Disse a menina mostrando a língua e deixando um Malfoy totalmente vermelho para trás.
***
Os garotos viram Draco se afastar com Amber no colo. Fred estava incrivelmente vermelho.
- Como ela pôde deixar um imundo como o Draco carrega-la? – Disse ele ao irmão.
- Será que Cedrico não bateu na cabeça dela? – Sugeriu Harry.
- Cala a boca! – Disse Fred com raiva.
- Acho melhor você ficar quieto. – Sugeriu Emily. – Ela fala para eu não me vingar, mas ela pode dar a louca nos corredores de Hogwarts e gritar com ele, não é? Eu seria muito mais prática e objetiva.
Os garotos a olharam assustados.
- Que foi? – Perguntou ela, desentendida.
- Talvez... – Começou Harry. – Ela queira se vingar por você. Não quer que você suje suas mãos.
- Ah, e ela pode? Quantos anos ela tem? Quatorze, não é? Eu também. Isso de não querer que eu suje minhas mãos é a maior besteira, até porque eu não vou usar minhas mãos, vou usar minha varinha. – Disse ela.
- Emily! – Disse Fred. – Vamos para a sala comunal antes que Snape nos pegue. Lá você pode nos contar os diversos meios de matar Cedrico Diggory.
Os garotos andaram pelos corredores sem dizer nada e, quando chegaram à sala comunal, Emily continuava sem dizer nada. A menina simplesmente encarou Rony e Hermione e subiu para seu dormitório.
16. Os contos de Beedle, o Bardo & Basiliscos
Alguns dias se passaram e todos estavam alvoroçados com a primeira tarefa do Torneio Tribruxo ou, como Emily gostava de chamar, Torneio Quadribruxo. A garota não conseguia falar com Amber desde aquele dia por conta das aulas muito puxadas.
- É sério, eu preciso saber o que aconteceu aquele dia. – Disse ela a Harry enquanto caminhavam pelos corredores da escola.
- E eu preciso saber como derrubar um dragão. – Disse ele.
- Como você sabe que é um dragão? – Perguntou Emily.
- Hagrid. – Respondeu.
- Hummm, se nós conseguíssemos achar Amber talvez ela possa ajudar com isso, e me dizer o que aconteceu aquele dia.
- Hum, tá curiosa, hein?! – Disse Harry.
- Vou te dizer com o que estou curiosa... – Respondeu Emily brincando. – Harry me empresta sua capa?
- Que capa?
- Aff... Sua capa de Super-Homem, idiota.
Harry riu.
- A capa de invisibilidade.
- Como você sabe? – Perguntou Harry.
- Quando você me contou suas belas histórias heroicas, me disse sobre ela, lembra? Pediria a da Amber, mas não a encontro.
- Ah! Sim... Tudo bem, mas onde ela arranjou a dela?
- Nem eu sei, acho que é de família ou alguma coisa do tipo.
- Essa garota me surpreende a cada dia... – Disse Harry.
- A mim também, Harry, e olha que a conheço há dez anos.
Os dois caminharam de volta para a sala comunal de Grifinória. Harry subiu às pressas para seu dormitório para pegar a capa da invisibilidade para Emily. Enquanto isso, a garota subiu para seu quarto para pegar seu livro “Os contos de Beedle, o Bardo” para levar a biblioteca, então ouviu Harry a chamar e desceu as escadas correndo.
- Aqui, toma cuidado porque ela... Ahn, ela foi do meu pai. – Disse ele enquanto entregava a capa.
- Tudo bem, eu tomo.
- Beedle, o Bardo? De novo? – Perguntou ele, intrigado.
- É, eu... Ahn... Estou curiosa sobre uma história, por isso preciso da sua capa.
- Mas, se a história está aí, para que vai usar minha capa?
- Porque, bem... A história é estranha e tenho certeza de que é real, e sei que tem alguma coisa sobre ela na seção reservada, entende?
- Sim.
- Tudo bem, a gente se vê. – Disse Emily, dando um beijo no rosto de Harry e cobrindo-se com a capa.
Ela andou silenciosamente até a biblioteca e entrou sorrateiramente na seção reservada.
- Mas o que eu realmente estou procurando? – Perguntou a si mesma. – Artes das Trevas Avançada, Feitiços, Símbolos das Trevas... É, pode ser esse... – Emily puxou da prateleira o livro intitulado como “Símbolos das Trevas”, e, por fim, saiu o mais rápido que pôde da seção reservada.
A menina correu de volta para a sala comunal e subiu para seu quarto.
Ao chegar, Emily simplesmente jogou-se na cama.
- Um triângulo, um círculo e uma reta em vertical. – Começou a folhear o livro – A Marca Negra. Caraca, eles podem falar sobre isso?
“A Marca Negra (Dark Mark)
Tem um formato de um crânio com uma cobra saindo por sua boca. Aparentemente quando projetada nos céus é formada por estrelas de esmeralda. Os Comensais da Morte (servos daquele-que-não-deve-ser-nomeado) possuem a marca tatuada na pele. Uma reprodução dela é deixada com a varinha em todos os lugares em que os Comensais atacam. O Feitiço para reproduzir a Marca Negra é: Morsmordre.
Quando aquele-que-não-deve-ser-nomeado se foi, a marca se tornou uma espécie de cicatriz em quem a possuía, deixando assim de arder”.
Emily observou o que estava escrito durante alguns segundos. Crânio com uma cobra saindo por sua boca? Já vira isso em algum lugar, conhecia alguém que possuía a marca, mas não se lembrava de quem. Então ela voltou a folhear o livro, procurando algum símbolo que tivesse alguma coisa a ver com a história dos três irmãos; era muito real para ser inventada, e disso Emily tinha certeza. Mas e se realmente fosse real? Pensou ela. Nesse mesmo instante, avistou algo que chamou sua atenção. Não havia representação, estava apenas escrito.
“As Relíquias da Morte
‘Alguns dizem que as Relíquias são reais, outros apenas dizem que é só uma história para crianças...’
Segundo a lenda que pode ser encontrada no livro infantil Os contos de Beedle, o Bardo, as Relíquias foram dadas a três irmãos que enganaram a morte.
A primeira delas é:
A Varinha das Varinhas: A varinha que tudo faz, que derrota a todos. Esta fora pedida pelo irmão mais velho, e é conhecida como diversos nomes como, por exemplo, Varinha da Morte, Varinha do Destino ou Varinha das Varinhas.
A segunda é:
A Pedra da Ressurreição: Uma pedra comum, exceto pelo fato de que ressuscita propriamente os mortos, mas apenas uma frágil impressão deles. Dada ao irmão do meio.
E a terceira, e não menos importante, é:
A Capa da Invisibilidade: Pertencia à Morte, como diz a lenda. Nenhum feitiço pode penetrar na capa e ela nunca se desgasta. Está fora dada ao irmão mais novo.
Ninguém sabe o paradeiro das Relíquias da Morte, o que torna cada vez mais difícil de acreditar em sua existência. Diz-se que quem possuir as três Relíquias, se tornará o legítimo Senhor da Morte.”
“Só isso?”, pensou Emily.
- Não é possível que a única coisa que saibam sobre as Relíquias da Morte seja isso, francamente... – Emily fechou o livro com força. Ela tinha esperanças de achar algo mais nos livros, chegou até a cogitar a ideia de perguntar algo a Dumbledore, mas sabia que era muito improvável que ele dissesse alguma coisa a respeito, porém não custava nada perguntar. Então Emily levantou-se da cama e desceu as escadas, mas não era cedo e a sala comunal estava cheia de gente. Harry estava lá também junto com Rony, ao canto, de onde lhe dirigiram um belo aceno.
Emily estava com a capa de Harry no bolso e correu para entregar ao garoto.
- Obrigada, foi bem útil. – Disse ela.
- De nada. – Respondeu.
- Empresta a capa para ela e para mim não... – Disse Rony.
- É que eu sou mais de confiança, Weasley. – Disse Emily sorrindo.
- Não, não é. – Rony torceu os lábios em forma de desaprovação.
- Cadê a Mione? – Perguntou Emily.
- Não sei, na biblioteca, eu acho. – Disse Rony.
- Ah Harry, me empresta de novo, preciso devolver o que eu peguei.
- O que você pegou? – Perguntou Rony.
- Um livro da seção reservada...
- Ah! Eu sabia! É para ajudar aquela maligna... – Disse Rony.
- Que maligna?
- Amber. Ela anda muito estranha, está aprontando alguma coisa, eu sei.
- Francamente, Weasley. E o que você tá lendo? – Perguntou Emily enquanto olhava o livro aberto na frente de Rony. No livro havia uma grande figura de uma cobra gigante e ao lado estava escrito “Basilisco”.
Emily puxou o livro da mesa e começou a ler em voz baixa.
“O Basilisco também é conhecido como Rei das Serpentes, por causa das marcas na cabeça que são semelhantes as de uma coroa.
O primeiro Basilisco de que se tem notícia foi criado por Herpo, o Sujo, um bruxo das trevas de nacionalidade grega e ofidioglota que descobriu, após muitas experiências, que um ovo de galinha chocado por um sapo produzia uma cobra gigantesca dotada de extraordinários poderes perigosos.
O Basilisco é uma cobra de coloração verde-vivo, podendo alcançar quinze metros de comprimento. O macho tem uma pluma vermelha na cabeça. Suas presas são excepcionalmente venenosas, mas seus órgãos de ataque mais poderosos são os grandes olhos amarelos. A pessoa que os encara sofre morte instantânea. Se a fonte de alimentos é suficiente (o Basilisco come mamíferos, aves e a maioria dos répteis), ele pode atingir uma idade avançada. Acredita-se que o espécime de Herpo, o Sujo, viveu quase novecentos anos. A criação foi declarada ilegal desde a época medieval, embora a prática seja facilmente dissimulável, pois basta remover o ovo de uma galinha e colocar para que um sapo o choque; porém, logo em seguida, o Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas irá aparecer à sua porta.
Contudo, uma vez que os Basiliscos não são controláveis, exceto por ofidioglotas, eles oferecem tanto perigo à maioria dos bruxos das trevas quanto a qualquer outra pessoa.
Curiosidades:
» Basiliskos, em grego, significa “pequeno rei”.
» O olhar do Basilisco causa morte instantânea.
» As aranhas temem mais os Basiliscos do que qualquer outro ser.
» As presas do Basilisco possuem um veneno letal; seu único antídoto são as lágrimas de uma Fênix.
» O Basilisco foge apenas do canto dos galos, que lhe é fatal...”
- Basilisco? Pretende contrabandear um, Weasley? – Perguntou Emily.
- Não, é que Harry disse que os galos da propriedade foram mortos e a última vez que eles foram assassinados, bem... Foi no nosso segundo ano. – Disse Rony puxando o livro da mão da menina.
- Hum... Mas vocês trancaram aquilo bem lá, não é? Quero dizer, não se pode mais entrar. – Disse Emily.
- Claro, sem mencionar que o Basilisco que vivia lá está morto. – Respondeu Harry.
Emily se retirou da presença dos meninos e foi até a biblioteca de fininho devolver o livro para a seção reservada.
Quando Emily finalmente devolveu o livro, foi para um local onde não havia ninguém, retirou a capa e a guardou no bolso, afinal, não precisava mais esconder-se, sem mencionar que ela sentia-se estranha de andar por aí invisível. Sendo assim, Emily começou a andar pelos corredores em direção à sala comunal de Grifinória até que...
- Mcnold’s. – A voz de Draco ecoou pelo corredor.
- Ai, meu Deus, o que eu fiz para merecer esse menino?
- Corta essa... Você viu a Amber? – Perguntou ele.
- Como é que eu vou ver sendo que sou de outra casa, anta-loura?
- Pare de me dar patadas, estou falando sério, você não viu ela?
- Não, Draco, não a vi direito esses dias... Pensei que ela estava com você.
- Não está. – Disse ele.
Ouviram-se passos no corredor e a figura de Amber, completamente molhada, apareceu no corredor.
- Mas o que aconteceu? – Perguntou Emily.
- Onde é que você estava? – Perguntou Draco.
- Eu, ahn... Bem, eu cai no lago. – Amber saiu correndo pelo corredor, deixando Draco e Emily assustados.
- Eu vou atrás dela. – Disse o menino. – Como ela caiu no lago se eu estava lá até agora?
- Ok. – Emily olhou ao seu redor e seguiu os passos molhados de Amber para saber onde ela estava, até que chegou a porta do banheiro da Murta. O corredor inteiro estava alagado, então Emily foi até o banheiro e abriu a porta, dando de cara com Daniel, que estava ensopado também. – O que é que você está fazendo aqui? – Perguntou.
- AhEmi, eu vi tudo molhado e é... Ahn... Bem, resolvi entrar para ver o que aconteceu. – Disse ele.
- Uhum...
- Eu vou... Err... Tomar banho... E deitar... Sabe... Deitar... A gente se vê amanhã. – Daniel saiu do banheiro.
Imediatamente Emily olhou ao redor.
- Murta! – Gritou.
Quando Murta finalmente apareceu, Emily assustou-se, caindo de bunda e molhando toda a sua roupa.
- Mas que droga! – Exclamou a menina levantando-se. – Murta? – Perguntou Emily ao notar que o fantasma estava tremendo.
- Três, três, eram TRÊS! – Gritou ela e mergulhou dentro de um vaso. Mas o que eram três?
Emily voltou à sala comunal e também estava molhada. Rony a olhou estranho, mas a menina nem deu atenção e subiu para trocar de roupa, entretanto as palavras de Murta ainda rodavam em sua cabeça “três, três, eram TRÊS”. Afinal, o que eram três?
Mais tarde, Emily desceu novamente para sala comunal e sentou-se ao lado de Rony, Harry e Hermione, que acabara de voltar da biblioteca. Passaram ali as últimas horas do dia conversando sobre diversos assuntos. Harry contou sobre Lupin, sobre Sirius, seu padrinho, e diversas outras coisas. Hermione revisou com Emily os feitiços básicos que ela já havia aprendido há décadas.
Emily por acidente transformou o chocolate de Rony em uma aranha, o que fez o menino gritar por horas, fazendo com que Harry e Hermione apenas rissem do ocorrido. Por fim, todos tiveram que dar boa noite e voltar para seus dormitórios.
17. Aranhas
Amber corria pelos corredores, quando, de repente, sentiu alguém a puxar pelo braço.
- Dá para você me dizer o que está acontecendo? – Perguntou Draco.
- Eu, ahn... Já disse... Eu cai no lago.
- Mentira! Eu estava lá, e não vi você. – Disse Draco.
- Quem está mentindo é você, porque eu que não o vi lá. – Resmungou Amber.
- Tá bom... Não quero discutir com você. – Disse ele.
Amber levantou a sobrancelha.
- Você está bem? Está muito bonzinho para o meu gosto. – Disse ela.
- Err, ahn... Vamos antes que fique resfriada, não quero levar a culpa por isso. – Disse ele puxando a menina.
- O que está acontecendo? – Perguntou Snape.
- Eu cai no lago. – Disse Amber rapidamente.
- Verdade, Draco? – Perguntou Snape.
- Claro... Eu... Ahn... Não... Pude ajudar. – Gaguejou.
- Draco não estava comigo, acabei de encontra-lo no corredor. – Disse Amber, imediatamente, ao ver como o garoto não sabia mentir. Draco ficou vermelho.
- Mentindo para um professor? – Perguntou Snape.
- Er... Ahn... – Disse Draco.
- Professor, eu estou com frio. – Disse Amber interrompendo o menino.
- Vá se trocar. – Disse o professor.
Amber saiu correndo antes que ele mudasse de ideia, mas antes ouviu Snape dizer a Draco “mas você fica, não terminamos de conversar...”, o resto Amber não ouviu.
Chegando à sala comunal, Amber subiu, tomou banho e se trocou. Logo depois, desceu para a grande sala novamente.
Draco já estava lá.
- E então, Draco... Como foi com Snape? – Perguntou a garota, debochada.
- Como você acha que foi? – Respondeu o mesmo com rispidez. Amber o encarou.
- Só estava perguntando, não precisa ser grosso. – Ao dizer isso, Amber virou-se, dando às costas a Draco e foi novamente para o seu dormitório.
No dia seguinte, Amber estava ainda muito irritada e recusava-se a olhar para Draco. Como não iria ter aula naquele dia por causa da primeira tarefa, a menina decidiu dar uma volta, até que viu aranhas se comportando estranhamente, era como se estivessem fugindo do castelo.
- Que coisa estranha... – Disse a garota a si mesma.
- O que é estranho? – Perguntou uma voz nas costas da garota.
Amber virou-se e viu Draco a olhando.
- Não te interessa, Malfoy... – Disse ela empurrando o garoto, entretanto o mesmo segurou os punhos da garota e a empurrou na parede. – Malfoy! O que pensa que está fazendo? – Disse a garota arregalando os olhos.
- O que já devia ter feito há muito tempo... – Draco aproximou seu rosto do da garota.
- Draco, me solta!
- Não... – Disse ele.
- ECA! QUE NOJO! – Gritou Emily, que acabara de entrar no corredor juntamente com Harry e Rony, que estavam com a cara mais pálida do mundo. Parecia que ambos iam vomitar ou algo do tipo.
Draco soltou Amber.
- Não acabamos por aqui. – Disse ele saindo do corredor.
Amber correu para abraçar Emily.
- Me salva! Ele é pedófilo!
- Mas você tem a mesma idade que ele... – Disse Harry.
- Mas ele é mais alto e mais forte! – Respondeu Amber. – Weasley, você tá bem? – Perguntou.
- ECA! O QUE EU ACABEI DE VER? QUE NOJO! MALFOY DEMONSTRANDO CARINHO? QUE HORRÍVEL! MIONE, ME SALVA! – Disse ele correndo pelo corredor.
- Eu estou com medo dele. – Disse Amber. – Emi, Harry, me protejam.
- Já te protegi demais, é a vez do Harry. – Disse Emily. – Mas o que Malfoy pensava que estava fazendo?
- E eu é que sei? Só estava falando que as aranhas estavam se comportando estranho e bom... Vocês viram... – Disse Amber.
- Estranho como? – Perguntou Rony que acabara de voltar.
- Elas estão fugindo... Mas por quê? Medo de algo ou de alguma coisa?
Emily olhou para Harry e Rony.
- Basi... – Começou Emily, mas foi interrompida por Harry.
- Não pode ser... Ele está morto!
- Ele o quê? – Perguntou Amber.
- O Basilis... – Emily tentou continuar, mas Rony a interrompeu.
- Eu disse que tinha algo estranho acontecendo.
- Ele o quê? – Perguntou Amber de novo.
- BASILISCO! – Gritou Emily. – Harry, não me interrompa! – Disse Emily em forma de aviso. – Basiliscos são as únicas coisas que aranhas temem. – Disse ela. Amber ficou pálida.
Rony olhou estranhamente para a menina, mas não teve chance de dizer nada, pois Harry o interrompeu:
- Vamos checar hoje à noite.
- Não! – Disse Amber e todos a olharam. – Quero dizer, bem... Não vai querer enfrentar aquilo de novo.
- Como sabe que tem alguma coisa lá? – Perguntou Rony.
- De que outro modo as aranhas estariam fugindo? Da sua cara? – Perguntou a menina. – Harry, qual é? Se você tem certeza de que não tem nada lá, para que se desgastar? Hoje você vai lutar com um dragão e, de qualquer modo, se um Basilisco...
- Lembrou o nome muito rápido. – Disse Rony.
- Eu sei o que é um Basilisco, Ronald. Mas, continuando, se um Basilisco estivesse solto, alguém teria sido petrificado ou morto... – Disse ela.
- Exatamente! – Uma voz soou pelo corredor e todos se viraram avistando Daniel.
Emily ficou radiante, pois já fazia um bom tempo que não o via.
- Acho que estão se precipitando... – Continuou ele, pondo-se ao lado de Emily.
- Viu? Não sou a única... – Disse Amber.
- Mas Harry... – Rony tentou protestar.
- Rony, são dois contra dois! – Disse Amber.
- De jeito nenhum... Emily concorda comigo e com o Harry. – Disse ele.
- E o que te faz pensar isso, Rony? – Emily questionou.
- Você concorda, não é? – Perguntou Rony.
- Concorda? – Perguntou Daniel.
- Não. – Disse Emily. – Chega de paranoia, Rony, não aconteceu nada. Nunca que uma cobra nasceria do nada, onde já se viu? Para um Basilisco nascer não precisa de um ovo de galinha chocado por uma rã?
- O que não é difícil de acontecer... – Disse Rony.
- Difícil o bastante para acontecer em Hogwarts, pois, pense um pouco, teriam que tirar o ovo da galinha, colocar para uma rã chocar e depois colocar o ovo já nascido na Câmara. – Disse ela.
- Isso mesmo. – Concordaram Daniel e Amber juntos.
- Seria impossível alguém trazer um Basilisco para cá sem que Dumbledore o visse, afinal, aquele velho sabe de tudo. Enfim, vamos fazer assim, se acontecer algum ataque, nós vamos lá, ok? – Sugeriu Amber.
- Ok! – Concordou Harry.
- Harry, você não precisa se aprontar para a primeira tarefa? – Perguntou Emily.
- Sim... – Disse o menino.
- Então vai. Eu, Daniel e a Amber vamos para as arquibancadas, certo? – Perguntou ela olhando para os dois.
- Claro! – Disseram os dois.
- Ótimo! Boa sorte, Harry. – Disse Emily enquanto o menino e Rony iam se preparar.
Quando os dois sumiram do corredor, Emily virou-se para os dois com um olhar zangado e mortífero.
Amber deu um passo para trás.
- O que é que vocês estão tramando? – Perguntou ela.
- Nada! – Respondeu Amber.
- Nada. Acha que eu tramaria alguma coisa e não te contaria, Emi? – Perguntou Daniel abraçando Emily.
- Me solta! Não vem com essas conversinhas, não. Não sou o Rony, muito menos o Harry, quero a verdade, e já! – Disse ela séria.
- Que verdade? Acha que eu esconderia algo de você? – Perguntou Amber.
- Vamos ver... SIM!
- Então você não confia em mim. – Disse Amber andando.
- Upfth! EU VOU DESCOBRIR, PAVLICHENKO! – Gritou Emily para a garota.
- BOA SORTE! – Gritou Amber de volta.
Daniel a olhou estranhamente.
- O que foi? Se você não se importa, eu não escondo nada de você, eu vou ver o Harry no torneio, tchau. – Emily acenou para o garoto e se dirigiu para fora do corredor, onde viu um estranho caminho de aranhas que saiam pela janela.
“Basilisco...”, pensou ela. “Será que era disso que Murta estava falando aquela noite? Mas não um, e sim três? E será isso que eles estão escondendo de mim? Bom, vamos ver...”, pensava ela enquanto voltava a andar.
18. Pancadaria no Salão Principal
Após a primeira tarefa, todos os alunos estavam muito eufóricos com a vitória de Harry, exceto, é claro, o pessoal da Lufa-Lufa, da Sonserina e a maioria da Corvinal...
Todos estavam muitos felizes, até a professora McGonagall avisar a todos sobre o Baile Inverno, o que causou um alvoroço em toda a escola.
Os meninos estavam no grande salão principal discutindo com quem iam ao baile.
- Com quem você vai, Mione? – Perguntou Rony.
- Err, ahn... Não te interessa. – Disse ela, zangada.
- Bom, você é menina... Vai com um de nós. – Disse Rony.
- Boa observação, Rony. – Retrucou Hermione. – Mas não posso...
- Por que não? É só escolher, ninguém vai ficar bravo... Não é mesmo, Harry? – Disse Rony se virando para o garoto.
- Ah, é claro que não... – Disse ele.
- Então você vai comigo ou com o Harry?
- Harry vai com a Cho. – Disse Emily de canto.
- E Hermione vai comigo. – Disse Amber, brincando.
Harry, Emily e Hermione riram, mas Rony ficou bobo.
- Mas o baile é para ir com pares, de meninos e meninas, sabe?
- Não, ninguém disse isso... – Retrucou Amber.
Rony não sabia o que falar, então ficou ali com cara de bobo.
- Falando sério... Mione, com quem você vai? – Perguntou Harry.
Rony suspirou alto em forma de alívio, e então Amber virou-se para ele.
- Você não achou mesmo que eu estava falando sério, achou? – Perguntou ela.
- Não! – Mentiu Rony.
- Ele achou sim. – Disse Hermione rindo. – Vou com...
- Vai com o Krum. – Disse Emily.
- Como é que você sabe? – Perguntou Hermione.
- A pergunta é: quem não sabe? Mas, se você quer mesmo saber como que eu descobri – Emily respirou fundo. – Daniel é amigo de Krum, e ele disse para o Dan que ia com você e ele me contou, satisfeita?
Amber levantou a mão.
- Eu sei quem não sabe. – Amber apontou para Rony. – O Weasley.
- Como você vai com o Krum? – Perguntou Rony.
- Com as pernas. – Respondeu Hermione.
- Upfth... E você, Emi? – Perguntou Rony.
- Eu? Tenho namorado, esqueceu? E mesmo que não tivesse, não iria com você, Ron, faz mal para a minha imagem. – Disse Emily enquanto folheava um livro.
- Cavala. – Disse Harry, baixinho.
- Nem sou, é que é feio iludir. – Disse ela. – E você Harry, já convidou a Cho?
- Eu, ahn... Bem... Convidei. – Disse ele constrangido. – Mas...
- Ela vai com Diggory. – Completou Amber.
- Eca! Mil vezes o Harry. – Disse Emily.
Os presentes na mesa a olharam. Rony e Hermione franziram o cenho.
- Concordo! – Disse Amber para a amiga não ficar mal.
- O quê? Diggory é... – Começou Hermione, mas o olhar de Rony a fez calar-se. – O que foi? Ele é mesmo um gato.
- Aff... – Reclamou Rony.
- Não adianta ser bonito e ser um monstro... – Disse Amber.
- Nem cérebro ele tem, porque para ir com a Cho Chang... Sem ofensa, Harry, mas ela é muito feia para você. – Completou Emily.
- E você, Amb? Vai com quem? – Perguntou Harry, fugindo de ser o centro da conversa.
- Com o Malfoy, lógico! – Disse Rony mal-humorado.
- Não, ele vai com a Pansy... – Disse Emily.
Rony riu alto.
- Perdeu para a cara de buldogue? – Perguntou ele entre gargalhadas.
- Perdi? – Amber riu. – Para a sua informação, eu vou com o David. – Continuou ela.
- Que David? – Perguntou Rony, espantado.
- Beverly... – Completou Emily novamente. – Vocês não conhecem a escola que estudam? – Murmurou ela.
- Foi por isso que Malfoy convidou Pansy, ele ficou com ciúmes... – Disse Amber rindo.
- Pensei que Draco tinha a convidado porque você não quis beija-lo. – Disse Harry de canto.
- Claro que não, David me convidou assim que soube do Baile, isso quer dizer que foi um dos primeiros a convidar uma garota. Draco ficou com raiva e convidou a ex-namoradinha cara de buldogue para acompanha-lo. – Disse Amber com indiferença, dando de ombros.
- Desde quando a Pansy virou namorada do Draco? Pelo que eu saiba, ele só dava uns pegas nela. – Disse Emily.
- Que seja... – Respondeu Amber, entediada.
- Espera aí, como é que o David te convidou? Ele é do sexto ano, não é? – Perguntou Rony.
- Sim, qual o problema? – Perguntou Amber encarando o garoto.
- Ele é mais velho... – Disse ele.
- E daí? Queria que eu fosse com quem? Com você? – Perguntou a garota, debochada.
- Não foi isso que eu disse... – Rony tentou argumentar.
Nesse momento, Amber viu Draco entrar pelo salão.
- Hum... Eu vou sair daqui, este lugar está mal frequentado. – Disse Amber.
- Ei, fica. Ele já vai sair. – Disse Emily.
Draco passou pela mesa onde os garotos estavam.
- Mcnold’s, Potter... – Disse ele com um aceno de cabeça e voltou a caminhar até a mesa da Sonserina.
Amber colocou as duas mãos na boca para não começar a gargalhar.
Emily ficou petrificada do mesmo jeito que Rony.
- Ele cumprimentou a gente? – Perguntou Harry em choque.
- Eu disse que ele estava com ciúmes. – Disse Amber rindo.
- Não, ele... Ele bebeu. – Disse Emily voltando a si.
- Ei! Amber! – Alguém da mesa da Sonserina a chamou. Era um garoto muito belo, alto, de aparência atlética, com olhos azuis, cabelos pretos e pele alva.
- Bem... Se me dão licença. – Disse Amber, se levantando e indo se sentar-se ao lado de David que, por acaso, estava sentado ao lado de Draco. David abriu um espaço para que Amber se sentasse do lado dele, fazendo assim com que ela ficasse entre ele e Draco.
Amber ao se sentar deu um empurrão discreto em Draco, que ficou vermelho vivido.
- Como vai, David? – Perguntou Amber ao se acomodar.
- Bem, e você? – Perguntou ele.
- Estou bem. Queria me dizer alguma coisa? – Perguntou a menina.
- Sim, queria que você me encontrasse hoje à noite, sabe... Lá pelas seis aqui no salão principal, preciso te mostrar uma coisa.
- Ah, claro... Mas que coisa? – Perguntou ela.
- Segredo. – Disse ele, mostrando a língua.
A garota corou e Draco ferveu de raiva.
Neste momento, Emily levantou-se e caminhou até a mesa da Sonserina. Quando a menina chegou à mesa, colocou a mão no ombro de Draco e perguntou:
- Você está bem, Malfoy?
- Mas o que você pensa que está fazendo? – Perguntou Pansy.
- O que você deveria ter feito... Você está bem, Draco? – Tornou ela a repetir.
Enquanto isso, Amber continha suas risadinhas com as mãos na boca.
- Ahn... Acho que sim. – Disse Draco. – Mas por que veio aqui?
- Para saber se você está bem. Ué, não posso mais me importar com a saúde alheia? – Perguntou Emily.
- É... Pode... Claro. – Disse Draco, confuso.
- Tudo bem... E, ahn, me faz um favor? – Perguntou Emily a Draco, que apenas assentiu. – Dá um osso para esse cachorro. – Disse ela apontando com os olhos para Pansy. As pessoas na mesa da Grifinória riram alto, mas Amber parou de rir imediatamente, pressentindo o perigo, e, antes que Pansy fizesse alguma coisa, Amber pegou sua varinha, mas a garota, adiantada alguns segundos, pulou no pescoço de Emily a derrubando no chão. Todos de Grifinória e Sonserina levantaram-se.
Amber ergueu sua varinha na direção de Pansy.
- “Cruc...” – Antes que pudesse terminar de dizer, David segurou o braço da garota.
- Não! – Disse ele.
- Ela precisa sentir dor! – Protestou Amber.
- Amber, não! – Disse o garoto.
- David, segura para mim? – Perguntou a garota, docemente, entregando-lhe sua varinha.
O menino, sem entender nada, pegou a varinha e Amber se atirou por cima de Pansy, puxando seus cabelos.
Hermione olhou para Harry e Rony que pareciam abestalhados.
- Por que ninguém tá fazendo nada? – Perguntou Mione.
- Mione, elas estão de saia. – Disse Rony. – Se quer que alguém faça algo, faça você... – Disse ele. – Ou fale com Snape, que parece estar tendo um ótimo almoço. – Disse ele apontando para a única cadeira ocupada no grande salão.
Os alunos de Durmstrang e Beauxbatons chegaram mais perto para olhar, enquanto as três rolavam no chão.
- Harry! Faz alguma coisa! – Disse Hermione.
- Não, cara... – Protestou Rony. – Quantas vezes você vai ver isso em Hogwarts?
- É bom separar antes que elas se matem e, pelo visto, parece que Pansy morrerá primeiro; não que eu tenha algo contra isso. – Disse Hermione. – Harry, para de olhar e vai ajudar!
- Ok. – Disse ele se mexendo, mas Fred e Jorge o seguraram.
- Não! Qual é o seu problema, Potter? – Perguntaram os gêmeos.
- Hermione... – Respondeu Harry.
- Mas...
- Harry, vai logo! – Gritou Hermione.
Ao ouvir isso, Draco puxou Amber pelos braços, mas antes a garota deu um belo chute na cara de Pansy. Na mesma hora, Crabbe segurou Pansy e Harry puxou Emily que, por acidente, arranhou o mesmo.
- Me larga, Malfoy! Quando eu arrancar essa cara de buldogue da Parkison, o próximo é você! – Disse Amber totalmente descabelada.
- POTTER! COMO OUSA? ME DEIXA MATAR ELA! – Disse Emily esperneando.
- Crabbe, Potter, Malfoy, soltem-nas! – Gritaram os gêmeos, e praticamente todo o salão concordou, houve até um murmúrio baixo de concordância de Snape.
- Não! – Disse Draco e Harry juntos, mas Crabbe soltou Pansy sem pensar duas vezes.
- Sua anta! – Gritou Draco para o menino.
Pansy estava indo para cima das garotas, mas parou no meio do caminho e todos olharam para o lado.
- Mas o que está acontecendo aqui? – Perguntou Dumbledore.
- Não aconteceu... Vai acontecer! – Disse Amber, se desvencilhando dos braços de Draco e grudando nos cabelos de Pansy.
- Mas... Senhorita... – Disse Dumbledore, perplexo.
Na mesma hora, Emily soltou-se de Harry e se juntou a Amber, batendo na cara feia de Pansy.
Quando a briga recomeçou, ninguém prestou mais a atenção em Dumbledore e voltaram a dar vivas.
Rony era o primeiro a gritar e Mione lhe dava palmadas nos braços.
- JÁ CHEGA! – Gritou Dumbledore.
As três pararam assustadas e ficaram no chão olhando para o diretor.
- Venham já comigo! – Disse Dumbledore. – As três.
- Permita-me – Disse Snape, que agora estava ao lado do diretor. – Mas Potter e Malfoy soltaram as meninas de propósito, apenas para diversão pessoal... – Disse ele.
- Harry e Draco... Vocês também. – Disse Dumbledore.
- Mas e Crabbe? – Perguntou Draco.
- Ele... – Interviu Snape. – Estava apenas tentando ajudar.
- Venham os cincos. – Repetiu Dumbledore.
Sem dizer mais nada, os cincos seguiram Dumbledore até a sua sala. Assim que entraram, Dumbledore sentou-se na cadeira e olhou para Harry.
- Agora me diga, o que aconteceu? Creio que vocês dois – Disse Dumbledore, apontando para Harry e Draco. – Tenham algo a ver com isso.
- Não temos nada a ver com isso! – Protestou Draco.
- Ah não? Se eu não tivesse ido falar com você, seu cachorro de guarda não teria avançado em mim e eu não estaria aqui. – Disse Emily.
- E se seu cachorro não tivesse avançado em Emily, eu não teria avançado nele e eu também não estaria aqui. – Disse Amber.
- E se o cachorro do Draco não tivesse avançado em Emi, Amber não teria avançado nele, Mione não teria me mandado separar a briga e eu também não estaria aqui. – Disse Harry.
- E se Emily não tivesse ofendido Pansy, Pansy não teria avançado nela e Amber não teria tentado usar... – Nesse momento, Amber o fuzilou com os olhos. – Quero dizer não teria usado suas unhas para atacar Pansy e aí a Sangue... – Dumbledore olhou feio para Draco. – Quero dizer, a Granger não teria mandado Harry separar a briga, eu não teria me metido e não estaríamos aqui. – Disse o menino, irritado.
Nesse momento Dumbledore respirou fundo.
- Vocês estão querendo dizer que a senhorita Mcnold’s ofendeu a senhorita Parkison, que pulou no pescoço de Mcnold’s, aí então a senhorita Pavlichenko pulou para defender a amiga, que, por sua vez, foi defendida por Harry e por você Draco, correto? – Perguntou o diretor.
- Sim. – Disse o menino.
- Não exatamente. – Interviu Emily.
- Então como foi?
- Posso contar desde o começo? – Perguntou ela.
- Sim, quero a verdade.
- Não! Tá bom assim, não tá? Qual é? Vamos ficar meia hora aqui! – Disse Draco.
- Mas é melhor termos a verdade do que sermos culpados sem justa causa. – Disse Harry.
- Emily, pode continuar. – Disse Dumbledore.
- Pois bem, como eu ia dizendo... Estávamos conversando no salão principal...
- Conversando sobre o quê? – Perguntou Draco.
- Agora você quer detalhes? – Perguntou Emily, zangada. – Estávamos falando sobre o Baile e Rony perguntou se a Amber iria com o Draco, mas ele havia convidado a Pansy, aí do nada o Draco aparece e cumprimenta eu e o Harry, coisa estranha porque ele me odeia e odeia o Harry. – Draco bufou. – Aí o David, menino que a Amb vai ao Baile, que, permita-me dizer, é um gato... – Malfoy bufou mais alto.
- Acho que estou começando a entender... – Disse o diretor. – Continue, por favor.
- O David chamou a Amber e, por coincidência, o Draco estava sentado ao lado dele, e não gostou nada de a Amber estar com David.
- Aí a boa samaritana, Emily Mcnold’s – Disse Draco. – Veio me perguntar se eu estava bem e pronto, ela e a Pansy se pegaram, feliz? – Perguntou Draco ao diretor.
- Não... Continue, Emily. – Disse ele.
Amber deu um soco no braço de Draco.
- Deixa ela terminar. – Disse a mesma.
- Continuando... – Disse Emily. – Eu fui perguntar se o Draco estava bem, porque minha vizinha havia morrido de ciúmes e eu não queria que o único herdeiro dos Malfoy morresse do mesmo mal. – Dumbledore abafou uma risada. – Aí esse animal aqui presente – Disse Emily, se voltando para Pansy. – Me atacou quando eu pedi a Draco que bem... Lhe desse um osso. Mas eu não disse que era ela, Pansy mesma se chamou de cachorro... Aí eu não vi mais nada.
- Senhorita Pavlichenko, como você veio parar na briga? – Perguntou o diretor.
- Bem, eu... Eu ia lançar um feitiço na cara do buldogue, mas David não deixou, então... Pedi que segurasse minha varinha e a ataquei. Não ia a deixar bater em Emi.
- O que mais aconteceu? Draco, creio que gosta de falar... – Disse Dumbledore.
- Todos ficaram olhando... E bem, ninguém queria separar. – Disse o menino.
- Por que não queriam separar? – Perguntou Dumbledore.
- Porque eles são pervertidos, isso sim. – Disse Amber.
- Perdoe-me, mas o que a senhorita está dizendo? – Perguntou o diretor.
- Ela está dizendo que os meninos tarados dessa escola estavam olhando a gente brigar, só porque estávamos de saia... – Disse Pansy.
- Eu não... – Disse Draco.
- Nem eu... – Disse Harry.
- Não, imagina! – Exclamaram as três meninas ao mesmo tempo.
- Resumindo, vocês dois, Harry e Draco, podem ir, a história não os envolve. Quero dizer, em certas partes. – Disse Dumbledore. – Mas vocês, meninas, vou escrever para seus pais. – Disse ele.
- Só? – Perguntou Amber.
- Acha pouco? – Perguntou o diretor.
- Não, imagina... Ótima medida, diretor. – Disse Amber.
- Ótimo! Podem ir, e se isso voltar a acontecer as consequências serão piores. Estamos entendidos? – Perguntou Dumbledore e as meninas apenas assentiram. – Ótimo, podem ir. – Sendo assim, as garotas se apressaram para sair da sala do diretor.
Assim que as três saíram, Amber olhou para Emily e disse:
- Meu pai vai me matar...
- E o meu então...
- Aguarde por um berrador amanhã. – Disse Amber.
- O que é um berrador? – Perguntou Emily.
- Não vai querer saber, mas aposto que amanhã você irá descobrir. – Disse Amber. – Venha comigo ao salão principal, eu preciso pegar minha varinha com o David.
As duas caminharam de volta para o salão principal, acompanhadas de Harry e Draco, que não disseram nada o caminho todo.
Assim que entraram no salão, Amber caminhou em direção a David.
- Minha varinha. – Disse ela esticando a mão.
- Você é um perigo com uma varinha na mão, sabia? – Disse o garoto entregando a varinha para a menina.
- Shiu... Nosso segredo. – Disse ela, levando seu dedo indicador até os lábios do garoto.
Amber voltou e se juntou a Emily e aos outros na mesa da Grifinória.
- Então, não rolou mais nada? – Perguntou Rony a Harry.
Nesse momento, um livro voou em direção à cabeça de Rony, que foi atingido em cheio.
- Boa, Mione. – Disse Amber.
- Obrigada. – Disse ela, que se levantou e dirigiu-se para fora do salão.
***
Na manhã seguinte, Amber não se atreveu a ir para a mesa Grifinória, a menina apenas sentou-se à mesa de Sonserina, esperando o pior.
Draco sentou-se ao lado dela sem dizer nada.
Amber viu Emily entrar pelo salão e sentar-se à mesa de Grifinória. Alguns minutos, depois as corujas estavam chegando, Emily viu Ed e gelou no mesmo instante. Já Amber avistou Perola e teve a mesma reação. “Estou ferrada”, pensou a menina. As corujas traziam no bico envelopes vermelhos e Amber assustou-se ao ver que Draco havia recebido um também, mas não se espantou ao ver que Pansy recebera.
- É melhor abrirmos um de cada vez. – Disse a garota aos dois.
- Certo. – Disse Draco. – Vai, Pansy...
- Não... Vai, Amber. – Disse Pansy.
- Emi! Você não queria descobrir o que era um berrador? Então... Sua chance. – Gritou Amber.
- É melhor abrir agora, Emi... Depois vai ser pior. – Disse Neville.
Todos no salão ficaram em silêncio.
- É melhor abrir um de cada vez. – Amber tornou a repetir. – Emily, como é novata, faça as honras.
- Ha-ha. – Debochou Emily. – Mas tudo bem... – Disse ela, soltando a fitinha que amarrava a carta... Na mesma hora, Amber colocou os braços em cima da cabeça e muitos repetiram a ação.
- EMILY BRIGGITE MCNOLDS, BRIGANDO NO MEIO DO SALÃO PRINCIPAL? – A voz do pai de Emi ecoou pelo salão. – DE SAIA? ACHA QUE EU FIQUEI CONTENTE EM RECEBER UMA CARTA DE DUMBLEDORE DIZENDO QUE VOCÊ ESTAVA NESSAS CONDIÇÕES ATACANDO UMA PARKISON? ACHA? VOCÊ VAI VER SÓ QUANDO CHEGAR EM CASA! SE EU SOUBER QUE ANDOU BRIGANDO NOVAMENTE NA ESCOLA, LHE MANDAREI DE VOLTA PARA CASA, OUVIU? – Depois da mensagem, o berrador explodiu e Emily riu.
- Só isso? Ah, faça-me o favor! Sua vez, Amb!
- Seus pais são bonzinhos, espere até ver os meus. – Disse a mesma, e com isso abriu seu envelope.
- AMBER S... PAVLICHENKO! – Gritou a senhora Pavlichenko. – ACHA QUE É AGRADEVEL CHEGAR EM CASA DEPOIS DE UM DIA CANSATIVO E VER UMA CARTA DE DUMBLEDORE DIZENDO QUE VOCÊ ESTAVA ATACANDO UMA MENINA? PIOR, COM UMA PARKISON! SABE QUE ELES SÃO AMIGOS DA FAMÍLIA E ME FAZ PASSAR ESSA VERGONHA! E SE ISSO TIVESSE IDO PARAR NO PROFETA DIÁRIO? IMAGINE A VERGONHA! AAAH, MOCINHA... QUANDO CHEGAR SUAS FÉRIAS VOCÊ VERÁ O QUE É BOM! E SABE MUITO BEM DO QUE ESTOU FALANDO! – E com isso o berrador explodiu, Amber suspirou alto.
- Estou morta. – Disse ela. – Parkison, sua vez. – Disse Amber.
Pansy abriu o berrador e a voz de sua mãe preencheu o salão.
- PANSY PARKISON, ISSO É COISA DE UMA MENINA FAZER? SE ATACAR COM A SENHORITA PAVLICHENKO E COM A MCNOLD’S? EM PLENO SALÃO PRINCIPAL? DE SAIA? ESSA NÃO FOI A EDUCAÇÃO QUE TE DEI, E SAIBA QUE QUANDO SUAS FÉRIAS CHEGAREM AS CONSEQUENCIAS SERÃO TERRÍVEIS! – E, dizendo isso, mais um berrador explodiu.
- Bom, sua vez, Draco. – Disse Pansy.
Todos se viraram, Rony abafou o riso.
- Agora que ele se ferra. – Disse Rony. – A vingança é doce... – Disse ele esfregando as mãos.
Draco abriu o berrador e a voz de Lucio encheu o Salão Principal.
- DRACO MALFOY, COMO ACHA QUE EU ME SINTO QUANDO DESCUBRO QUE MEU FILHO SEPAROU UMA BRIGA DE MENINAS? PORQUE NÃO FEZ IGUAL A QUALQUER UM ALUNO NORMAL E FICOU OLHANDO? O QUE TE FAZ PENSAR QUE EU ACEITARIA ISSO? SABE DE UMA COISA? ESPERO VOCÊ NAS FÉRIAS, TEREMOS UM ASSUNTO A CONVERSAR... ONDE JÁ SE VIU? UM HERDEIRO DOS MALFOY SEPARANDO BRIGA DE MENINAS... – O berrador explodiu e Rony caiu na gargalhada.
- Toma essa, Malfoy. – Disse ele alto.
- Não foi tão mal assim. – Disse Amber. – O meu foi pior, acredite...
- Não, imagina... – Disse Emily. – Ele só chamou próprio filho de gay.
- Ah... Mas ele não vai sofrer as consequências que eu sofrerei quando chegar em casa, e acredite, quando meus pais querem, eles são piores que Voldemort... – Disse Amber e o salão se calou instantaneamente.
Todos começaram a se servir do café da manhã, enquanto Draco cochichou ao ouvido de Amber um “obrigado”.
- Não se acostume, Malfoy. – Disse ela.
19. Ameaças na Parede
No dia de natal, Amber, Emily e Hermione entraram pela porta do quarto de Harry e Rony.
- BOM DIAAA! – Gritou Amber. Ao fazer isso, Simas e Dino deram um pulo na cama, enquanto Neville simplesmente caiu da cama, assustado.
- Mas o que está acontecendo aqui? – Perguntou Dino. – O que uma Sonserina faz aqui?
- CALA A BOCA, THOMAS! – Gritou Amber. – POTTER, WEASLEY, FELIZ NATAL! LEVANTA! – Rony e Harry levantaram.
- O que foi? – Perguntou Rony, sonolento.
- Feliz natal! – Disseram as três juntas.
Amber estava com um grande embrulho em suas mãos.
- Para você, Weasley. – Disse ela.
Rony arregalou os olhos de surpresa.
- É uma bomba? – Perguntou ele sacudindo o pacote.
- Não quer? Me dá que eu devolvo. – Disse ela.
Rony desembrulhou o presente e viu-se olhando como bobo para uma Firebolt novinha em folha.
Amber virou-se para Harry com um embrulho menor.
- Você já tinha uma vassoura e eu não sabia o que te dar... Então espero que goste. – Disse ela, entregando o embrulho juntamente com uma caixa de bombons.
Harry abriu e viu um belo medalhão reluzente, feito de ouro puro.
- Não posso aceitar, é muita coisa...
- Você vai aceitar porque eu paguei por isso, sem mencionar que é muito feio recusar presentes, então cala a boca e abre. – Disse Amber sorrindo.
Assim o menino o fez. Ao abrir o medalhão, viu que de um lado estava ele ainda bebê com seu pai e sua mãe, e do outro lado encontravam-se Sirus, Tiago e Lupin.
- Onde é... É que... Onde é que conseguiu essas fotos? – Perguntou surpreso.
- Hagrid. – Disse ela.
- Claro... – Disse Harry.
- Gostou?
- Sim, como poderia não ter gostado?
Amber sorriu e entregou um embrulho e uma caixa de bombons para Hermione.
Hermione abriu e logo viu que era um livro, fazendo com que seus olhos brilhassem quando os mesmos passaram pelo título.
- Ah! Estava doida por um desses... Obrigada! – Disse a mesma abraçando Amber.
Amber voltou a sorrir e entregou um embrulho e uma caixa de bombons à Emily.
- Achou que eu ia me esquecer de você?
- Uhum. – Disse a mesma, brincando, e abrindo o presente.
Emily viu um medalhão quase igual ao de Harry, entretanto, quando a menina o abriu, viu uma foto dela com Amber e do outro lado uma foto de Starla.
- Como... Como conseguiu isso? – Perguntou Emily com os olhos cheios de lágrimas.
- Pedi a sua mãe. – Disse Amber. – E os chocolates tem a forma de hipogrifos. – Disse ela baixinho. Emily riu.
- Obrigada... Os de Potter e os de Mione são o quê? – Perguntou Emily.
- Os de Harry são pomos, e os de Mione são... Livros. – Disse Amber, dando de ombros.
- Pow, estragou minha surpresa. – Brincou Harry. – Mas e aqueles embrulhos grandes ali?
- Gina, Fred e Jorge. – Disse Amber simplesmente.
- O que são? – Perguntou Rony.
- Firebolt’s – Disse Amber.
- Três? Você comprou três?
- Quatro. – Corrigiu a menina.
- Quatro?! Onde arranjou tanto dinheiro?
Amber ignorou o comentário e virou-se para Emily.
- Sua vez. – Disse.
- Eu, ahn... Claro... Por que não? Blick! – Disse ela e um elfo arrumadinho apareceu com pacotes na mão.
- Um elfo? – Perguntou Hermione.
- Olá, Blick. – Disse Amber sorrindo.
- Olá, senhorita. – Disse o elfo. – Aqui está, Emi, os presentes para os amigos de Hogwarts.
- Um elfo? – Mione tornou a repetir.
- Tudo bem, Mione, eu sei que você é contra os elfos domésticos trabalharem sem salário, mas cá entre nós... Não dá para viver sem um, ou sem centenas, mas tudo bem.
- Espera aí... – Disse Harry. – Você sempre soube que sua casa tinha elfos domésticos? E não sabia que era bruxa?
- Eu pensava que eram empregadas que gostavam de se fantasiar. – Disse ela.
- Ela sempre foi fácil de manipular. – Disse Amber.
- Mas, voltando... Blick, o da Mione. – Disse Emily.
O elfo levou o presente até Hermione, que agradeceu, e abriu o embrulho com cara de reprovação até que viu o livro intitulado “A Frente da Libertação dos Elfos Domésticos”.
- Mamãe trabalha na editora de livros mágicos, e se você completa-lo até o final do ano, ela publica. – Disse Emily. Hermione não respondeu nada, apenas a olhou e Emily ignorou a ação. – Rony – Disse ela e o Elfo entregou um pacote a Rony, que não agradeceu. – Que feio... Cadê a educação, Weasley?
- Obrigado, Blick. – Disse Rony de má vontade.
- De nada, traidor de sangue... – Respondeu o elfo.
- Blick! – Gritaram Emily e Amber ao mesmo tempo.
- Tá passando muito tempo com essas duas. – Disse Rony abrindo o presente.
- Ele tá passando muito tempo com o Nick. – Disse Amber e, nesse momento, o elfo apareceu.
- Olá, senhorita. – Disse o elfo que olhou para Hermione com desprezo. – O que faz perto de uma sangue-ruim?
- Peça desculpas. – Disse Amber.
- Desculpe-me. – Disse o elfo de má vontade.
- Desculpa, ele não é muito educado... Agora, Nick, leve os presentes para Fred, Jorge e Gina. E seja educado.
O elfo sumiu com os presentes, deixando os meninos sozinhos.
Rony terminou de abrir o embrulho e viu um estojo para manter sua vassoura limpa.
- Valeu. – Agradeceu.
- Não custou nada. Bem, Blick, o de Harry... Por favor. – Disse Emily.
O elfo levou o presente a Harry, que agradeceu.
- De nada, Harry Potter. – Disse ele com um sorriso. – Menino educado, não? – Murmurou o elfo enquanto se afastava e ficava ao lado de Emily.
Harry abriu o presente e viu um retrato de Tiago Potter montado em uma vassoura.
- O primeiro voo dele. – Disse Emily. – Mamãe que disse.
Harry sorriu e agradeceu em voz baixa, olhando a foto.
- De nada. E por último, porém não menos importante, e também mais caro. – Comentou Emily.
O elfo levou dois embrulhos para Amber, que os abriu sem ao menos hesitar. Em um deles, havia um belo bracelete de ouro em forma de cobra, e, no outro, uma capa de Sonserina incrementada. Nas costas da capa, havia uma cobra grande e, logo abaixo dela, estava escrito Slytherin em detalhes prata.
Rony olhou para capa.
- Pode mudar o uniforme da escola? – Perguntou ele.
- E se não puder? – Perguntou Emily.
- Ahn, bem... Eu os faço deixarem. – Disse Amber. – Aposto que Snape não irá reclamar.
- E aí, gostou? – Perguntou Emily.
- Claro que sim! Obrigada, Emi. – Disse Amber sorrindo.
- De nada.
Após receberem os presentes, eles foram para o grande salão, entretanto, ao invés de ir para a mesa da Grifinória como de costume, Amber foi para a mesa da Sonserina e sentou-se ao lado de Draco.
- Feliz natal. – Disse a garota, entregando uma caixinha azul com um laço prateado para o garoto.
- Hum... Obrigado. – Disse Draco corando e abrindo a caixa, tirando de dentro uma corrente de ouro com um pequeno pingente de cobra. – É, ahn...
- Eu entendi... – Disse a garota sorrindo.
Emily observou da mesa da Grifinória.
- Ela pode falar que não, mas gosta daquela barata nojenta de sangue frio. – Disse Emily.
- Mione, não foi a frase que você usou para bater em Malfoy? – Perguntou Rony.
- Foi... – Disse Hermione olhando para os dois na mesa da Sonserina. – Mas... Como ela pôde?
- Eu sei, eu sinto a sua dor. É difícil vê-la apaixonada por uma coisa desprezível dessas. – Disse Emily.
Harry avistou Cho e Diggory saírem do Salão Principal e resmungou:
- Antes Draco Malfoy, do que Cedrico Diggory...
- Concordo. Draco não tem o sangue tão ruim quanto o daquele moleque. Preferiria beijar Draco, a beijar Diggory. – Disse Emily, fazendo com que Rony a olhasse estranho.
Mione e Harry também se assustaram.
- Draco Malfoy? Melhor que Cedrico Diggory? – Perguntou Mione.
- Com certeza! – Disse Emily. – Agora, com licença, eu vou me arrumar.
Algumas horas depois, Hermione, Emily e Amber apareceram já arrumadas.
Amber estava usando um verde muito escuro, que chegava a ser quase preto; seus cabelos estavam soltos e as pontas levemente enroladas.
Emily, por sua vez, estava vestida com um vestido preto; seus cabelos estavam soltos e ondulados.
Conforme as três caminhavam, chamavam muita atenção.
Chegando ao Salão Principal, que foi incrivelmente redecorado, Amber viu David e Emily viu Daniel, sendo assim, as duas se despediram de Mione e seguiram ao encontro de seus respectivos pares. Após algumas horas, o baile acabou e todos estavam se encaminhando para seus salões comunais, entretanto pararam em um corredor, pois nele havia um garoto petrificado e, ao lado do tal menino, havia uma mensagem na parede. Como se a Câmara tivesse sido reaberta.
“Parentes do fundador, cuidado. Vocês não são os únicos, mas eu serei”.
E abaixo da mensagem havia o símbolo do infinito feito de cobras entrelaçadas.
20. Catherine
No meio da aglomeração de alunos, Amber, que estava com a cara mais pálida do mundo, havia se separado de David.
Emily a olhou assustada, pois percebeu a cara da amiga, e então Dumbledore e os outros professores apareceram, abrindo o caminho entre os alunos.
Amber sentiu alguém a puxar pelo braço.
- Que cara é essa? – Sussurrou Draco.
- É... É... É... – Foi o único som que saiu da boca da menina.
- Você está bem?
- Draco, um aluno da Sonserina foi atacado. Você também deveria estar meio... Sabe... – Disse a garota, mais pálida do que de costume.
- Você ficou com medo? – Perguntou o menino.
- Talvez... Quero dizer, parece que isso é meio que uma briga de herdeiros.
- É uma briga de herdeiros, mas o que você tem a ver com isso?
- Draco, você não está entendendo.
- Então me explica. – Disse ele.
- Não estamos seguros. Mas você que está aqui há mais tempo, tem alguma ideia de quem poderia ter reaberto?
- Potter... – Disse Draco.
- Mas por que ele ameaçaria outro herdeiro?
- E eu vou saber? Sua amiga?
- Emily? Você acha que ela é a outra herdeira?
- Vai saber...
- O que estão fazendo parados aqui? Todos para seus salões comunais! – Dumbledore olhou para Amber estranhamente, enquanto a professora Minerva olhava feio para a mesma.
Todos ficaram paralisados olhando a frase e o aluno da Sonserina, que estava logo abaixo.
O aluno pertencia ao segundo ano e estava petrificado.
- Muito bem... Todos para seus salões comunais. Agora! – O diretor tornou a repetir.
Os alunos sem reclamar seguiram para seus salões, e enquanto Amber encaminhava-se para seu salão da Sonserina, ouvia os comentários dos alunos; “Você viu? Dessa vez nem nós estamos salvos”.
Amber dirigiu-se ao seu salão comunal muito pálida devido ao aviso na parede. Quando chegou lá, viu uma garota muito familiar.
- CAH! – Disse Amber.
Era de suas melhores amigas, Catherine Sabattine Perucci.
Catherine estava com os olhos cheios de lágrimas e surpresa por ver sua amiga de novo, não acreditando que ela estava ali e, ao mesmo tempo, esquecendo seu nervosismo.
- Amb!
- O que você está fazendo aqui? Que saudade! – Amber abraçou-a toda entusiasmada, mas Catherine não correspondeu com entusiasmo.
Amber afastou-se.
- O que aconteceu?
- Amb, eu tive aquele sonho de novo, só que dessa vez foi mais real. Estou com medo, sonhei com... Sei lá, era um lugar muito estranho, e nele você apareceu cheia de sangue. – Catherine começou a chorar e abraçou Amber.
- Calma, Cah, isso só foi um sonho... Ninguém é capaz de me derrotar. Você acha que eu seria derrotada tão facilmente? Qual é, né? Eu sou Amber Pavlichenko! – Amber sentiu um pouco de medo, mas tentou disfarçar, pois nunca havia visto sua amiga naquele estado. Catherine era sempre tão brincalhona e engraçada, porém sabia ser séria quando era necessário, era raro vê-la chorar, ainda mais daquele jeito.
- Amb, não tente me confortar, você sabe que não foi só um sonho, você sabe que meus sonhos não são sonhos... São visões, Amb, VISÕES! – Amber ficou em silêncio durante um tempo, pois sabia que o que Catherine estava dizendo tinha sentido.
O nervosismo de Amber voltou um pouco mais intenso, mas novamente o disfarçou, pois não queria piorar a situação.
- Ok, mas vamos nos esquecer disso por um instante... Quero te apresentar para meus amigos, mas enxugue essas lágrimas e melhore essa cara, pois não quero que eles lhe vejam com cara de bu... Com a cara inchada!
- Nossa, Amb, você foi capaz de fazer amigos? E não pense que cai no seu disfarce de “cara inchada”, senhorita Amber Pavlinchenko. – Catherine olhou Amber com uma expressão cômica, como se estivesse lendo os pensamentos da mesma.
- Engraçadinha você, não? Mas o lado bom é que você voltou ao seu normal... Entretanto agora não vai dar, amanhã irei apresenta-los. Agora me diga como você conseguiu vir para Hog?
- Você esqueceu que sou uma Perucci? Só foi pedir ao meu pai e ele mexeu uns pauzinhos no ministério.
- Ah, sim! Seu pai... – Disse Amber como se aquilo fosse óbvio.
- Isso são horas de uma dama estar acordada? – Perguntou Draco entrando no Salão Comunal. – É quem é essa aí? – Draco disse depois de ver uma bela menina morena, de olhos verde-esmeralda, cabelos castanhos escuros, lisos e com leves cachos nas pontas. Se a pessoa olhasse bem, até que a garota lembrava Amber com o seu jeito de encarar as pessoas.
Catherine olhou o menino com desprezo e nojo.
- Meu nome é Catherine Sabattine Perucci. Guarde bem o nome se não quiser ter um fim trágico ao se referir a mim como “essa aí” novamente!
- Fique calma, Cah... Esse é Draco Malfoy. – Disse Amber indiferente.
Nesse momento, a cara de nojo desapareceu do rosto da menina e a mesma estendeu a mão a Draco.
- Oh sim, prazer em conhecê-lo, senhor Malfoy. Desculpe a minha falta sutileza, pois achei que era um sangue-ruim imundo. – Disse Catherine.
Draco sorriu, mas Amber revirou os olhos.
- Hum, você é uma das nossas... Senhorita Perucci, gostaria informa-la que em Sonserina não é aceito pessoas de sangue-ruim. E seria bom você ensinar essas coisas para sua amiga, ela ultimamente está andando com Potter, uma sangue-ruim, Weasley’s e com a Mcnold’s. – Disse Draco com um olhar superior.
- Não acredito! Potter e Mcnold’s até dá para engolir, mas os WEASLEY’S? Eu sabia que havia algo estranho nessa sua capacidade de fazer amigos! Acho que nem preciso referir-me a tal sangue-ruim que provavelmente você fala... Qual é o nome dela, senhor Malfoy?
- Ah não! Já não bastava o Draco, agora você? Olha aqui, eu ando com quem eu quiser e parem com esse tom de superioridade! – Disse Amber entediada e sem postura.
- Não acredito que estás proferindo isso, senhorita Amber Pavlinchenko! Nós da alta sociedade sempre falamos assim, inclusive você, viu o que dá andar com esse “povinho”? Fica sem normas cultas... E arrume essa postura! – Disse Catherine, meio exasperada, arrumando a postura de Amber.
- Gostei da senhorita, vai ser boa para ensinar boas normas à minha futura esposa. – Disse Draco olhando diretamente, e sem disfarçar, para Amber, que ficou revirou os olhos.
- Já disse para parar com isso, Malfoy! – Disse a garota, enquanto Catherine a olhava com um olhar malicioso.
Entretanto, nesse momento, Daniel apareceu na porta do Salão Comunal e disse:
- Com licença, senhorita... – Disse ele, referindo-se a Catherine, mas logo em seguida desviou seu olhar para Amber. – Amber, preciso falar com você. – Continuou ele sério, a encarando.
- Com licença. – Disse Amber simplesmente retirando-se do salão, deixando Draco e Catherine conversando.
- Por acaso esse é Daniel D’Lucca? – Perguntou Catherine.
- Sim, como soube?
- Ele lembra o pai.
Depois de uma hora desde que Catherine e Draco estavam conversando, Catherine percebeu que Amber estava demorando e foi atrás da mesma. Subiu alguns corredores, quando esbarrou em alguém.
- AI! VOCÊ NÃO OLHA POR ONDE ANDA? INSOLENTE! – Disse Catherine, exasperada, após ter esbarrado em um garoto.
Este garoto era Cedrico, que olhou espantado para Catherine, como se já a conhecesse, mas logo disfarçou, voltando à sua expressão normal.
- Me desculpe, mas é perigoso garotas como você ficarem perambulando nos corredores depois do que aconteceu. – Disse Cedrico, olhando atentamente cada expressão de Catherine.
- Como assim “garotas como você”? Assim como? O que está querendo insinuar? E o que aconteceu? – Perguntou Catherine, medindo-o e reparando seu uniforme da Lufa-Lufa, o que não a agradou, pois Draco havia lhe contado tudo sobre as quatro casas.
- Você não soube? A Câmara foi reaberta. E pior, está parecendo uma briga entre herdeiros. Ninguém mais está seguro, pois o primeiro aluno a ser atacado foi da Sonserina. Você conhece a lenda da Câmara Secreta?
- É claro! – Disse Catherine, mentindo para terminar a conversa por aí, pois a menina estava muito preocupada com Amber.
- Pois bem... Só não a entrego a um professor porque gostei de você. – Disse Cedrico medindo-a com um olhar malicioso.
- Que pena que não posso lhe dizer o mesmo. – Falou Catherine com um ar de superioridade e, por fim, saiu correndo à procura de Amber.
***
Emily e os alunos de Grifinória estavam muito confusos: o que será que estava acontecendo? “A Câmara reaberta e um aluno da Sonserina petrificado?”, pensava Emily, e provavelmente todos os alunos de Grifinória.
- Quem você acha que foi? – Perguntou Hermione.
- Não sei, mas hoje vamos descobrir. Descerei até lá. – Disse Harry.
- Você está maluco? E se tiver outro Basilisco lá? – Perguntou Rony, que estava evidentemente com medo. – Quero dizer... Nem os alunos da Sonserina estão seguros! Isso está indo muito além do que matar sangues-ruins, ou de qualquer coisa que possamos imaginar... Não é da nossa conta.
- Larga de ser medroso, Rony! – Disse Hermione. – E Harry, Dumbledore não iria querer que você se metesse nisso.
- E se a pessoa que fez aquilo estiver se referindo a mim? – Perguntou Harry.
- Não faz sentido, Harry, você não é herdeiro de Slytherin. – Disse Emily.
- Mas a pessoa pode achar que sou, afinal, sou ofidioglota. – Continuou o garoto.
- Então por que atacar alguém da Sonserina? Não seria mais fácil atacar alguém próximo a você? – Continuou insistindo a garota.
- Isso é muito estranho. – Disse Hermione. – Mas está tarde, não podemos colocar a dúvida na frente da certeza, então vamos dormir.
- Espere um pouco, e se foi Amber? Quero dizer... Faria sentindo, não? – Disse Rony.
Emily o encarou.
- Cala a boca, Weasley! – Disse a garota. – Amber não seria capaz.
- Você tem certeza? Quero dizer... De um jeito estranho faz sentido Amber ter aberto a Câmara, e estar fazendo essa encenação de dois herdeiros apenas por diversão. – Continuou Rony.
- Emily está certa, Amber não faria isso. – Disse Harry.
- É, e também essa sua teoria não faz o menor sentido, Rony. – Completou Hermione.
- Vão ficar defendendo ela? Pois bem! Eu vou provar que ela é uma maligna... – Continuou Rony e os quatros ficaram ali discutindo sobre aquilo por horas, até que ficou tarde e eles foram dormir.
21. A primeira vez de Amber na biblioteca
Catherine andava apressada pelos corredores quando escutou vozes, então decidiu parar para ouvir o assunto:
- Você sabe que não! – Dizia a voz de Amber, que ecoava pelo corredor vazio.
- Então quem foi? – Perguntava Daniel. – Quer mesmo que eu acredite nisso?
- Eu disse não fui eu, e muito menos ela!
- Como pode ter certeza?
- Porque ela nunca mentiria para mim...
- Para mim você é a única culpada até que se prove o contrário! E digo mais... Ou você conta para Dumbledore, ou eu mesmo conto. – Disse ele.
- Você sabe que se fizer isso não serei a única a ir para o buraco, ou acha que ficarei de boca fechada? Contarei tudo e não acho prudente contar agora para Dumbledore... Se é que ele já não suspeita de mim. Eu vi o jeito como ele me olhou.
- Eu só digo... Pare de ajudá-la. – Disse Daniel.
- Eu não estou a ajudando! E ela não fez nada! Já chega! Não vou discutir com você! – Dizia Amber, que aparentemente não estava gostando nada das acusações do garoto.
- Se mais alguém se machucar, eu vou contar a Dumbledore! – Disse o garoto. – E, para mim, as únicas culpadas são vocês! Não vejo outra explicação.
- Se contar a Dumbledore não serei a única a me ferrar, pois você virá junto... Sabe muito bem disso. – A garota tornou a repetir. – Você suspeita de mim e dela, mas tenho todos os motivos do mundo para suspeitar de você também!
- Ótimo! Vai ficar com esse joguinho, não é mesmo? Não estou mentindo, Amber, se mais alguém...
- Já entendi! – Interrompeu Amber com arrogância. – Nossa conversa acaba aqui. – Disse a menina, encarando Daniel.
Sem dizer nada, o garoto apenas se afastou, desaparecendo pelo corredor.
Amber ficou ali parada durante algum tempo, até que Catherine decidiu aparecer.
- Amb! Finalmente a encontrei! – Disse Catherine. – Onde estava? Vamos para o salão comunal, você precisa descansar. – Disse a garota puxando Amber.
Chegando ao salão comunal, Amber olhou para Catherine.
- Você escutou alguma coisa?
- Não! – Disse Catherine, que claramente estava mentindo. – Brigou com o namorado?
- Ele não é meu namorado. Ele é o namorado da Emily. Mas isso não vem realmente ao caso... Você ouviu, não foi? Não sabe mentir para mim. Escuta aqui, Daniel acha que fui eu quem petrificou aquele aluno.
- Ah! Sim... Aquilo... – Disse Catherine cinicamente.
- Olha, não fui eu e ele pensa que foi... E para mim foi ele, mas Daniel quer contar para Dumbledore e eu... Ahn... Vou dormir! – Disse Amber, deixando Catherine sem entender nada.
***
De manhã, Emily e Hermione desceram para o salão comunal e, já que não tinham aula, resolveram comentar os últimos fatos.
- Rony cismou que foi Amber quem reabriu a Câmara – Disse Mione.
- Mas ela não é ofidioglota – Retrucou Emily.
- Mas... Ah, tudo é possível para aquela garota.
- Aff! Não acredita no Rony, acredita?
- Não, só estou dizendo.
Nesse momento, Rony desceu as escadas com a cara amarrada.
- Bom saber... Mione – Disse ele. – Vou provar a vocês. Ela está tramando alguma coisa.
- Como você vai fazer isso, senhor investigador? – Perguntou Emily, revirando os olhos. – Usando o vira-tempo da Mione?
- Mione? Me empresta seu...
- Não! – Disse Hermione. – Não posso, não o tenho mais, esqueceu que devolvi à McGonagall? Mas, mesmo que eu ainda o tivesse, não te emprestaria, e sabe por quê?
- Por quê? – Perguntou Rony, bravo.
- Porque você é...
- Como assim “porque você é”? – Perguntou Rony.
- Porque você é irresponsável, indiscreto, imaturo, intrometido... – Disse Mione.
- Idiota... Instupido... – Disse Emily.
- Era só com ‘i’, e é estúpido não instupido. – Disse Mione.
- Eu sei, é que eu queria insultar o Weasley. – Emily riu.
- Sem graça. – Disse Rony. – Já sei! Eu vou... Vou... Segui-la com a capa do Harry!
- Duvido ele te emprestar para uma coisa dessas. – Disse Emily.
- Duvida? Vem comigo então, Mcnold’s. – Rony subiu as escadas, e Emily e Hermione o seguiram.
Rony entrou no quarto e Harry estava sentado na cama.
- Harry, amigo...
- O que você quer, Rony? – Perguntou Harry.
- Nossa! É assim? Sabe que essa falta de confiança acaba com a gente... Por que você acha que eu viria aqui só para pedir algo? – Perguntou Rony, se fingindo de ofendido.
- Porque você é o Rony, por isso... – Disse Harry.
Emily e Mione riram.
- Tá bom então... Harry, me empresta sua capa? – Perguntou Rony.
- Para que você a quer? – Perguntou Harry.
- Para espionar a maligna.
- Não! Claro que não empresto... – Disse Harry zangado. – Tira isso da cabeça, não foi ela.
- Mas você emprestou a capa para a Mcnold’s.
- Eu sou bonita. – Disse Emily.
Dino, Simas e Neville concordaram ao fundo e Harry corou.
- Ah... Valeu! – Disse Emily sorridente.
- Mas... – Disse Harry. – Não vem ao caso, não vou te emprestar a capa para isso, Rony. Sinto muito.
- Ótimo! – Disse Rony, saindo bravo do dormitório.
O garoto seguiu para a biblioteca com raiva e, assim que entrou, não acreditou em sua sorte, pois Amber estava lá lendo “Hogwarts: uma história”. “Mas ela não odiava esse livro?”, Rony perguntou a si mesmo.
O menino caminhou até uma prateleira, pegou um livro qualquer e se dirigiu a uma mesa bem ao fundo, mas com uma bela visão de Amber Pavlichenko.
***
Amber estava sentada lendo “Hogwarts: uma história”, afinal, um aluno havia sido atacado e ela queria saber mais sobre a historia da Câmara Secreta. Quando, de repente, viu Rony entrar na biblioteca. “O que aquele tapado está fazendo aqui?”, pensou ela.
Amber reparou que Rony estava agindo estranho, então respirou fundo, se levantou e foi até o mesmo. A menina se debruçou sobre a mesa em que Rony estava, tirou o livro de suas mãos e o virou ao contrário.
- Acho que é assim que se lê um livro, Weasley... – Disse Amber, debochando de Rony.
- Eu... Eu leio os livros de ponta cabeça. – Disse ele, tornando a virar o livro de ponta cabeça.
- Amb, o que você tá fazendo? – Perguntou Catherine, que acabara de aparecer atrás de Amber. – Já disse que não era para falar com traidores de sangue. – Dizendo isso, Catherine puxou Amber pelo braço.
- Ah Weasley, vê se para de me espionar! – Disse Amber.
Os meninos na mesa do lado riram e murmuraram um “hamm”. Rony corou, se levantou e decidiu segui-las.
Rony seguiu Amber por vários dias, porém ela era mais esperta que ele e sempre notava, dando um jeito de despista-lo; já em outras vezes, ela nem ligava.
22. Invocando um basilisco!
Nos corredores, após a segunda tarefa, Catherine e Amber perceberam que estavam sendo seguidas:
- Não acredito que o Weasley continua me seguindo! – Disse Amber, exasperada.
- Está vendo? Isso que dá andar com traidores de sangue! Mas eu darei um jeitinho. – Disse Catherine com um olhar malicioso e maldoso ao mesmo tempo.
- Ah não! Lá vem! Nossa! Eu seria uma péssima amiga se eu dissesse que o Weasley tem medo de aranhas! – Disse Amber, cinicamente, entreolhando Catherine.
Então ambas viram uma pequena trilha de aranhas saindo pela janela.
Amber pegou sua varinha:
- Vin-GAR-dium Le-vi-ÔS-as! – Disse a mesma, fazendo assim com que uma aranha fosse para onde ela quisesse.
Catherine sorriu e apanhou sua varinha também.
- en-GOR-dio. – Disse a mesma, deixando a aranha um pouco maior que suas mãos. – Se é para fazer, que faça direito... – Gargalhou. – Agora vamos, antes que nos vejam. – Disse Catherine, quase não aguentando segurar sua risada, então Rony surgiu no corredor olhando para os lados, evidentemente as procurando. Com um leve aceno na varinha, Amber colocou a aranha na frente do rosto de Rony, tomando cuidado para não a encostar no mesmo.
- AAAAH! ARANHAS VOADORAS! SALVE-SE QUEM PUDER! AAAH! HOGWARTS ESTÁ PERDIDA! COMO SE JÁ NÃO BASTASSE O BASILÍSCO, AGORA ARANHAS VOADORAS! AAAAH! – Rony gritou desesperadamente e saiu correndo, tropeçando em seus próprios calcanhares.
Amber e Catherine começaram a rir histericamente, e permaneceram assim por alguns minutos.
- Ai, ai, fazia tempo que eu não aprontava uma dessas! Já estava entediada! – Disse Catherine.
Neste momento, Amber fechou a cara.
- O que foi, menina? Não gostou? – Perguntou Catherine, meio surpresa.
- Não, não é isso...
- Meninas! – Disse Cedrico.
- Insolente! – Disse Catherine sorrindo.
- Saía da nossa frente! – Disse Amber com arrogância, mas mesmo assim ela não olhava para o rosto do garoto.
- Calma, eu vim em paz.
- Não te perguntei como veio! Só não o quero cruzando meu caminho! – Disse Amber, exasperada, enquanto Catherine não estava entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo, o que a levou a pensar “talvez seja algum ex-namorado de Amber. Hmmm... Amber anda tendo muitos namorados e pretendentes”. Catherine sentiu um pouco de ciúmes de Cedrico, sem saber quem ele realmente era.
- Quando você vai se esquecer disso? – Perguntou Cedrico, insistentemente, mas nesse momento Draco apareceu empurrando-o.
- Não encoste um dedo nela se quiser ainda continuar vivo! – Disse Draco olhando para Cedrico com ódio.
- Ok, eu não vim aqui para falar com ela mesmo, vim aqui para falar com a nova senhorita que me chama de insolente. – Disse Cedrico beijando a mão de Catherine, enquanto a mesma começou a ficar escarlate. – A senhorita deixou cair isto ontem à noite. – Disse Diggory, dando um pingente a ela.
Nesse momento, Amber o empurrou.
- Atrevido! – Disse Catherine, envergonhada, fingindo que não ligou para o beijo de Cedrico em sua mão.
- FICA LONGE DELA, DIGGORY! – Gritou Amber.
- Di-Di-Diggory? – Perguntou Catherine muito surpresa e gaguejando, pois havia se lembrado de tudo que havia acontecido com Starla, e sabia que Cedrico estava envolvido.
Catherine sentiu um sentimento profundo, como se fosse um frio em seu coração, além de senti-lo apertado.
- Sim, Catherine. Esse é CEDRICO DIGGORY!
- CANALHA! – Disse Catherine empurrando Diggory e saindo correndo.
- Espere! Catherine! – Disse Diggory, confuso.
Amber o fuzilou com os olhos.
- Isso não vai ficar assim, Amber, você vai se arrepender de colocar todos contra mim, principalmente ela.
- Está me ameaçando?
- Você é inteligente, entendeu muito bem o que quis dizer!
- Acha que tenho medo de você? Não deixarei você fazer com Catherine o mesmo que fez com ela. – Disse Amber referindo-se a Starla, o fuzilando novamente.
- Cuidado com suas palavras, Diggory. Se encostar em fio de cabelo sequer de Amber não responderei por mim. E considere isso como uma ameaça! – Disse Draco com um olhar desafiador para Diggory. – Vamos, Amber.
- Veremos... – Disse Diggory com um sorriso cínico.
- Sabe, Diggory, eu jamais coloquei alguém contra você. Principalmente ela. Você mesmo fez isso com os seus atos covardes. – Disse Amber, dando às costas ao garoto, e Draco a seguiu.
Amber parou em um corredor e ficou encarando o nada, pois sempre que encontrava com Cedrico, querendo ou não, era como se a menina voltasse no tempo e revivesse a noite em que Starla fora morta.
- Eu acho que foi ele que abriu a Câmara novamente. Você viu o rosto dele? Além de ser muito estranho um aluno da Sonserina ser atacado, você não acha? – Amber não respondeu, pois parecia que estava em outro lugar muito distante dali.
- Amber? Amber? AMBER! Está me ouvindo?
- Ah! Sim, claro! Estou exausta, irei para meu dormitório, obrigada. – Disse Amber com a voz meio trêmula e sombria. Draco segurou sua mão.
- Calma, Amber, sua mão está suando. Você está com medo do Diggory? Fica tranquila, eu jamais o deixarei fazer algo contra você. – Disse Draco, a encostando na parede, olhando no fundo de seus olhos e se aproximando lentamente da boca da mesma. – Eu...
- ECAAA! DE NOVO! – Gritou Emily, mas Amber não olhou para a amiga então encostou sua cabeça no ombro de Draco. Depois de alguns minutos, ela levantou a cabeça com um olhar que causaria medo a qualquer um, pegou sua varinha e começou a roda-la no ar.
- EU VOU MATÁ-LO! – Gritava Amber enquanto agitava a varinha no ar.
Emily ignorou a presença de Draco e chegou perto da amiga.
- Matar quem? – Perguntou ela.
- Diggory! – Disse a menina com um olhar doentio, enquanto seus cabelos atingiam uma tonalidade vermelha.
- Mas... O quê? – Perguntou Draco, espantado.
- Raiva! – Explicou Emily.
- O que foi? – Perguntou Amber e seus cabelos voltaram ao tom preto.
- Nada... Mas o que você estava dizendo? – Perguntou Emily.
- Ah! Diggory! – Os cabelos da menina voltaram a ficar vermelhos e ela voltou a agitar a varinha.
- Ele a ameaçou. – Disse Draco.
- ELE O QUÊ? – Perguntou Emily.
- A ameaçou... – Disse Draco novamente.
- Eu o MATO! – Disse Emily sentando-se no chão. – MATAR! CORTAR! TRUCIDAR! RASGAR! SANGUE! – Dizia ela alto.
Draco deu um passo para trás e encarou Amber.
- Sua amiga está bem? – Perguntou ele, mas Amber não o olhou e se sentou ao lado de Emily. Logo ela começou a repetir as mesmas coisas que a amiga, em seguida, Catherine aproximou-se das garotas, sentando-se ao lado das duas, repetindo as mesmas coisas.
Draco ficou sem entender nada. “Por que até a Catherine?”.
Nesse momento, Harry, Rony e Hermione entraram correndo pelo corredor. Harry encostou o ouvido na parede, enquanto Draco o olhava estranhamente.
- Tudo bem, Potter? – Perguntou ele.
- Mione, eu estou ouvindo... – Disse ele caminhando com o ouvido encostado na parede. – Vai atacar alguém.
- Nós também ouvimos, Harry. – Disse Hermione.
Harry desencostou seu ouvido da parede e olhou para Hermione, que apontou o dedo para as três amigas que repetiam as frases do Basilisco.
- Todos ouviram, Harry. – Disse Rony.
Os três se aproximaram das garotas, até que ouviram claramente as palavras:
“Rasgar, Matar, sinto cheiro de sangue...”
Amber se levantou, ficou séria e olhou a sua volta.
- Agora é sério... – Disse Harry. – Espera... Mione, você ouviu isso?
- Isso o quê? – Perguntou Hermione.
- Ótimo... Vai atacar alguém! – Disse Harry.
Emily e Catherine pararam e se levantaram.
- O que vai atacar quem? – Perguntou Catherine.
- E por que isso seria ótimo? – Perguntou Emily.
“Rasgar, Matar, sinto cheiro de sangue...”
- De novo. – Disse Harry, correndo pelo corredor, e todos o seguiram. Eles entraram por outro corredor, onde viram uma garota da Corvinal petrificada, no corredor do banheiro da Murta que geme.
- Lorenne! – Gritou Rony, se atirando aos pés da garota. – O que fizeram com você?
- Ela foi petrificada! – Disse Draco.
- Sua namorada, Roniquinho? – Perguntou Amber.
- Não... Minha amiga. – Disse Rony do chão.
- Peguete dele. – Disse Emily. – Quer apostar?
Nesse momento, Daniel apareceu saindo do banheiro da Murta. Amber e Harry foram as únicas pessoas que o viram sair do banheiro, pois os outros estavam entretidos com a imagem de Lorenne petrificada no chão, mas eles não disseram nada, pois não queriam causar mais alvoroço ainda. Amber encarou Daniel ferozmente e ele retribuiu o olhar.
Dumbledore e os outros professores apareceram no corredor.
- Mas o quê? – Começou, mas perdeu a fala ao ver o corpo de Lorenne no chão, virou-se instantaneamente e viu Amber olhando a parede, onde estava escrito...
23. Desconfianças
Tic... Tac... Seu tempo está se esgotando... Por que será?
E, em baixo da frase, o mesmo símbolo estranho.
Amber fitava perplexa a parede.
Daniel simplesmente ignorou o alvoroço e saiu.
- Eu sabia que tinha sido ela... – Disse Rony.
Dumbledore encarava Amber, que nem olhava para o diretor, pois estava hipnotizada pela ameaça na parede.
- IMPOSSÍVEL! Ela estava conosco o tempo todo! – Disse Emily.
- Ela pode muito bem ser uma impostora! – Disse Rony.
Amber virou-se bruscamente e encarou Rony.
- Essa é uma acusação muito seria, Weasley! Só me acuse quando tiver provas! – Disse Amber com cinismo e arrogância, e, por fim, começou a caminhar, mas foi interrompida por Dumbledore.
- O quê?! Você vai levar em conta o que este acéfalo está dizendo? – Perguntou a garota, irritada. – Eu não vou não!
- Ah, você vai sim. – Disse Dumbledore.
Amber se virou e recomeçou a andar na direção oposta a sala do diretor, mas a mão de Snape a agarrou pelo braço e a fez dar meia volta.
- Ah, você vai sim... – Disse o professor com a voz fria.
- Severus, leve Amber e Harry à minha sala.
- Por que eu? E por que de novo? – Perguntou Harry.
- Sem mais, senhor Potter. Vamos! – Disse Snape levando-os à sala de Dumbledore.
Ao chegarem, Snape os deixou na sala e simplesmente saiu.
Amber caminhou pela sala de Dumbledore e foi diretamente para onde estava a fênix do diretor.
- Harry! – Disse Amber. – Dumbledore tem uma fênix! Adoro fênix! E essa está muito bonita e bem cuidada. – Disse a garota acariciando o bico da ave, enquanto a ave parecia estar gostando muito daquilo, aliás, a fênix parecia ter gostado muito de Amber.
Dumbledore entrou na sala e Amber, instantaneamente, parou de acariciar o bicho e foi para o lado de Harry.
O diretor sentou-se.
- Bem, vocês sabem de alguma coisa em relação a isso? – Perguntou Dumbledore, fitando Amber e Harry como se estivesse lendo suas mentes.
- Por que saberíamos? – Perguntou Amber meio arrogante.
- Porque seria estranho um aluno da Sonserina ser atacado. Não acha, senhorita Pavlichenko? – Dumbledore a metralhou com os olhos através de seus óculos de meia lua.
- Por que eu atacaria alguém da minha própria casa?
- Sabemos que gosta de diversão, senhorita Pavlichenko, e veio de uma família que sei que a mimou muito e... Não citei nomes.
- Mas insinuou.
- Por que acha que eu estou insinuando? Por acaso você tem algo a ver com isso?
- Por acaso tem provas disso?
- Não, eu não tenho provas disso, ainda... Senhor Potter, retire-se da minha sala por um instante, por favor. – Disse o diretor calmamente.
- Sim, senhor. – Disse Harry, mas sua vontade era de ficar no local para ver o fim da discussão, porém, sem protestar, o garoto retirou-se.
- Creio que a senhorita deva conhecer o símbolo que estava na parede hoje e aquele dia, estou certo? – Começou Dumbledore.
Amber apertou seu medalhão, encarou o diretor e disse:
- Sim, conheço muito bem.
- Acha que eu não percebi que é o mesmo símbolo que está em seu medalhão?
Amber pegou seu medalhão e começou a olha-lo.
- Um símbolo não prova nada! – Rebateu a garota.
- Sim, não prova que você é a autora dos acontecimentos, mas pode provar que senhora tem a ver com os fatos. – Disse o diretor com seus olhos penetrantes.
- Professor, há dois lados nisso. Já passou pela sua cabeça que se o símbolo de meu colar está lá, pode significar que alguém está me ameaçando? Por isso continuo lhe dizendo que um símbolo não prova nada.
- Bem, a senhorita está certa... Não posso colocar a incerteza na frente da razão, mas se a menina de tal símbolo em seu colar estiver envolvida nisso, peço para que pare, pois a mesma não iria querer comprar briga comigo. Já é o bastante. Queira se retirar de minha sala, por favor, e chame o senhor Potter, por gentileza. – Disse o diretor. – Tome cuidado na ida do seu dormitório, pois não queremos que outro aluno da Sonserina, cujo símbolo em seu colar é o mesmo da parede, vire mais uma vítima.
- Tomarei. E se eu fosse mesmo a culpada, saiba que não seria tão burra ao ponto de deixar pistas ou símbolos que estivessem relacionados a mim... Pense nisso. – Amber fitou-o e retirou-se.
- Potter, Dumbledore mandou você entrar. – Disse Amber que, por sua voz, estava muito irritada.
A menina virou-se e esbarrou no zelador.
- Olha por onde anda, seu resto de aborto mal feito! – Disse Amber com muita arrogância.,br />
Snape, que estava por perto, abafou um riso e a garota retirou-se antes que o zelador pudesse responder.
Amber caminhou pelos corredores até que uma voz cortou o silêncio.
- Amber! Quanto tempo! Não fala mais comigo, não é? Afinal, agora você tem Emily e Catherine com você... – Amber virou-se e viu Julietta Miller Villhegas.
A menina era muito bonita, possuía lindos olhos verdes-esmeralda e seus cabelos eram loiros.
Amber forçou um sorriso.
- Ah, olá! E não seja boba, eu estive sem tempo. – Disse Amber.
- Você está bem? – Perguntou Julietta.
- Na verdade... Não. – Disse Amber lentamente, como se algo estivesse a impedindo de falar.
- O que aconteceu? – Perguntou a garota.
Amber respirou fundo e contou sobre aquele dia no baile, como Dumbledore olhou-a e que hoje ele a chamou na sala dele depois do ataque, contando-lhe também o que os dois haviam conversado.
- Mas foi realmente você? – Perguntou Julietta.
- Claro que não! – Disse Amber imediatamente.
- Nossa... Então sei lá, você deve estar odiando Dumbledore. Quero dizer ele a está acusando sem provas.
- Eu não o odeio... Estou apenas com raiva. Odiar alguém é algo muito forte, mas ele está sendo muito injusto. – Disse Amber. – Mas isso vai passar logo... Logo pegarão o culpado.
- Ah sim, você está certa... Logo, logo tudo vai acabar. – Disse Julietta.
- Você é do sexto ano, certo? É estranho... Eu sinto como se a conhecesse há muito tempo. – Disse Amber erguendo a sobrancelha.
Julietta sorriu.
- Talvez de outra vida... Quem sabe. – Disse Julietta sorrindo. Amber sorriu também.
- Já está tarde, irei dormir... Até mais! – Disse Amber andando pelos corredores até chegar ao salão comunal.
Ao chegar, o salão estava vazio exceto por Draco e Catherine que estavam a esperando.
- Amb! O que foi que ele disse? E por que você demorou? – Perguntou Catherine. Amber contou o que aconteceu, e que no caminho havia se encontrado com Julietta Villhegas.
- Ele realmente acha que foi eu. Aposto que mandou Harry me espionar... Sabe, ele não duvidaria de Harry Potter. E ainda debochou da minha cara. – Dizia Amber, como se a raiva tivesse vindo somente agora. – O que ele disse deu uma leve impressão de que se referia a mim com aquele “mas se a menina de tal símbolo em seu colar estiver envolvida nisso, peço para que pare, pois a mesma não iria querer comprar briga comigo”. – Amber revirou os olhos. – Francamente! Sei lá, mas essa injustiça não combina nem um pouco com ele, sabe... Eu nunca deveria ter vindo para Hogwarts! Deveria ter continuado em Beauxbatons! – Amber respirou fundo. – Lá todos me adoravam... Aqui acham que eu abri aquela maldita Câmara! Sabe, se não fosse Emi, eu não teria vindo. Tomara que aquela Câmara exploda e Hogwarts desabe! – Ao dizer isso, os cabelos da garota começaram a ficar vermelhos.
Catherine a olhou e deu um tapa na cara de Amber, mas não muito forte.
- Se controla, menina. – Imediatamente os cabelos de Amber voltaram a ficar pretos, e então Amber a olhou e revidou o tapa.
- Você ficou louca de me bater? – Disse a garota, que parecia indignada.
- Ah... Como ousa, Pavlichenko? – Perguntou Catherine, pulando em cima de Amber.
Em poucos segundos, as duas estavam rolando pelo chão do Salão Comunal.
- Parem co... – Começou Draco, mas parou ao ver que as garotas estavam rindo. – Vocês estão brigando ou brincando? – Perguntou o garoto, confuso, mas as duas não deram atenção.
Ficaram fazendo aquilo por alguns minutos, e então Amber parou, levantou-se, ficou séria e olhou para a amiga.
- Cah, talvez só seja coisa da minha cabeça, mas tive a impressão de que você já conhecia o Diggory.
- Acho que Draco veio lhe dizer algo importante... Irei-me retirar e deixa-los a sós. – Disse Catherine, disfarçando a afirmação de Amber e indo para seu dormitório antes que a amiga pudesse dizer algo.
- Ela está escondendo algo... – Disse Amber para Draco.
- Creio que não, vamos tratar de assuntos mais importantes.
- Como?
- ISSO! – Disse Draco, jogando Amber no sofá.
- Mas o quê?! Dra...
- Shiu... – Draco e Amber estavam muito próximos, até que foram interrompidos.
- O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO? – Disse Pansy.
“NÃO ACREDITO!”, pensou Draco.
- Er... É que eu... Tropecei e... Ah! Quer saber? Vou dormir! Boa noite! – Disse Draco.
- Boa noite, AMOR! – Respondeu Pansy.
Amber olhou para Draco e disse:
- É com você, Draco. – Disse ela rindo.
- Já lhe disse boa noite. – Draco subiu as escadas pisando duro.
- Bom, estou indo... – Disse Amber correndo, sem deixar Pansy responder.
- AH! GAROTA INSOLENTE! – Disse Catherine, irritada.
- Mas o quê? Por que você estava atrás do sofá? – Catherine bufou alto como se estivesse de saco cheio.
- Não lhe interessa! – Respondeu Catherine, resmungando “eles estavam quase lá! Que lástima”.
***
Harry havia visto que Amber não estava nada feliz; viu a garota esbarrando com Filch e o que ela havia dito. O menino abafou um riso e logo depois subiu para a sala do diretor.
Dumbledore o olhou.
- Harry... Creio que você, infelizmente, seja um de nossos suspeitos, mas, contudo, irei pedir a você um grande favor... Você o faria a mim? – Perguntou Dumbledore com um leve sorriso.
- Ah... Claro, professor. – Disse Harry meio confuso.
- Apesar de Severus não concordar comigo, creio que Amber seja a minha principal suspeita, contudo, Severus insiste em dizer que suspeita de você... – Começou Dumbledore. – Harry, serei breve, quero que você fique de olho nela, não quero mais nenhum aluno petrificado, muito menos morto, pode fazer isso por mim? – Perguntou o diretor.
- Ah, claro. – Concordou Harry, entretanto ele não sabia o porquê, mas tinha a certeza de que Amber não era a culpada. – Mas, professor, como Amber poderia ter atacado aquela garota se ela estava comigo e com os outros?
- Creio que tenha alguém a ajudando... Tem alguma ideia de quem poderia ser? – Perguntou o diretor.
- Daniel! – Disse Harry imediatamente. – Na hora do ataque nós o vimos sair do banheiro da Murta, e Amber o olhou de um jeito muito estranho.
- Interessante... – Disse Dumbledore, pensativo. – Então, se não for muito incômodo, poderia ficar de olho no Senhor D’Lucca também?
- Claro! – Disse o garoto. Entretanto, mesmo assim, não conseguia acreditar no fato de Amber ter reaberto a Câmara. Já Daniel ter reaberto, isso ele achava completamente normal, ele nunca confiara em Daniel mesmo.
- Está bem então, Harry, pode ir... E tome cuidado. – Disse o Diretor calmamente.
Ao chegar ao salão comunal, Harry não disse nada o que conversaram na sala de Dumbledore. Disse que estava cansado e que iria dormir, queria esperar para contar a Rony no dormitório e depois daria um jeito para contar a Hermione. O garoto não queria contar a Emily, afinal Amber era uma de suas melhores amigas e Daniel seu namorado. Harry pensou que com certeza Emily não concordaria com Dumbledore, então achou melhor não contar.
Depois de algumas horas, Rony subiu e Harry contou tudo ao amigo.
- Eu sabia! Viu? Eu sabia que a maligna tinha haver com isso! Eu estava certo! – Disse Rony.
- Eu não tenho certeza, mas mesmo assim vou fazer o que Dumbledore me pediu... – Disse Harry, quase dormindo.
24. Encontros e devaneios
No dia seguinte, Amber acordou pensando em como faria para evitar Malfoy, pois ela estava muito envergonhada com o acontecimento do dia anterior, e, por isso, ficou atenta o dia inteiro. Até que, na aula de Herbologia...
- Hoje trabalharemos em duplas, e eu as escolherei. Vamos ver... Hum... Senhorita Pavlinchenko com o senhor Malfoy. – Amber arregalou os olhos. – Senhorita Perucci com a senhorita Granger.
- O QUÊ? NÃO ACREDITO! ELA É UMA IMU... – Disse Catherine, exasperada.
- Cala a boca... – Disse Amber, dando um soco de leve no braço de Catherine.
- VOCÊ SÓ FEZ ISSO PORQUE VOCÊ CAIU COM O DRACO! – Disse Catherine em voz alta.
Amber olhou surpresa e pisou no pé de Catherine com birra.
- Humpf! Se quiser, podemos trocar. – Disse Amber indiferente.
- Senhorita Perucci, comporte-se. E senhorita Pavlichenko, nada de trocas.
- Mas eu n...
- Senhorita Perucci...
- Mas eu não quero fazer com ela!
- Senhorita Perucci, sinto lhe informar, mas são cinco pontos a menos para a sua casa e sem mais reclamações! – Disse a professora, começando a se irritar. – Senhorita Mcnold’s com Potter, Senhor Weasley com a Senhorita Parkinson...
- O QUÊ? EU TAMBÉM NÃO ACREDITO! – Disse Rony, enquanto Catherine dava uma leve risadinha.
- Senhor Weasley, quer perder pontos também?
- Não professora, me desculpe! – Disse Rony, enquanto pensava “por que eu sou o único que tem a pior sorte do mundo?”.
- Ótimo! – Disse a professora Sprout, satisfeita.
- Bom trabalho, Weasley! – Disse Amber em tom de deboche.
E assim a professora continuou a separar os alunos em dupla.
Depois da aula, Amber saiu correndo antes que Draco pudesse dizer algo, e assim Harry foi atrás da garota, colocando a capa da invisibilidade sem que ninguém percebesse, pois estava a seguindo a pedido de Dumbledore. Quando, de repente, Amber parou em um corredor e lá estava Daniel parado. A menina ficou encarando-o.
- Daniel...
- Sim? – Responde Daniel cinicamente.
- Como pode ser tão cínico? Quando a garota foi atacada, eu vi você saindo do banheiro... Não acha muita coincidência? – Proferia, enquanto Harry escutava tudo.
- Você está me culpando de algo?
- Você entendeu o que eu quis dizer!
- Creio que isso não nos levará a lugar algum... Até mesmo porque você é a única suspeita até agora.
- Sim, de fato, aos olhos daquele velho eu sou a única suspeita, mas não pense que você me engana! – Nesse momento, os cabelos de Amber ficaram vermelho-sangue.
Sua vontade naquele momento era de dar um soco na cara de Daniel, mas lembrou-se do que Snape havia lhe dito, para aprender a se controlar e, sendo assim, seus cabelos começaram a ficar pretos novamente.
- UAU! Você muda de visual rápido, hein?!
- Então me explica... O que estava fazendo no banheiro àquela hora? – Daniel ficou em silêncio. – Sem palavras, não é mesmo? Só lhe digo uma coisa, eu não serei acusada injustamente, mesmo porque eu não fui a única a ver você sair de lá.
- Você sabe que eu sei de coisas que acabariam com sua posição de boa moça. – Disse Daniel sem querer sair por baixo.
- E eu sei de coisas que poderiam acabar com a sua vida. Literalmente. E caso não tenha notado, eu nunca quis sair de boa moça, mas também não serei acusada injustamente. Só lhe digo para parar de me ameaçar, e se você não é de fato o culpado, já perdeu sua chance há muito tempo de contar algo a alguém sem que se ferre junto comigo... – Disse Amber com uma voz adocicada e, ao mesmo, tempo irônica.
Os dois ouviram passos vindos dos corredores e pararam de falar.
Logo viram que eram Dumbledore e Snape.
Daniel continuou quieto e Dumbledore olhou para Amber.
- Bom, meu recado está dado, não vou tornar a repetir. – Disse Amber, virando-se sem olhar para Dumbledore, enquanto Daniel fazia o mesmo.
Ao ver que os dois tinham desaparecido no corredor, Harry retirou a capa. Dumbledore o fitou.
- Você ouviu a conversa dos dois?
- Sim, senhor.
- Então me encontre às sete, na minha sala .
- Sim, senhor.
***
Catherine estava indo ao salão comunal, quando de repente sentiu alguém a empurrando na direção da parede.
- Cedrico, mas o que pensa que está fazendo? Amber não lhe disse para não cruzar nosso caminho? – Disse Catherine, perplexa.
- Amber disse para eu não cruzar o caminho dela, não mencionou nada sobre o seu.
- Então eu digo: NÃO CRUZE O MEU CAMINHO! Agora, por favor, me dê licença.
- Não acredito que você vai acreditar em tudo que Amber fala.
- Prefiro acreditar em Amber!
- Mas eu mudei... Juro!
- Pouco me importa.
- Pelo menos olhe em meu rosto.
- Não, não quero. – Cedrico pegou no queixo de Catherine e levantou sua cabeça delicadamente em direção a ele, fazendo com que a menina ficasse escarlate.
- Olhe nos meus olhos e veja se estou mentindo. – Disse o garoto, olhando bem fundo nos olhos verdes de Catherine.
- Ce... Dri... Co. – Foram as únicas sílabas que Catherine conseguiu dizer.
- Shiu... Você sabe o que significa para mim. – Disse Cedrico, passando a mão em sua face, tirando os cabelos negros de seu rosto, porém foi interrompido.
- CEDRICO, O QUE É ISSO? – Disse Cho, surpresa. – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM ESSA AÍ?
- Nada, amor, estávamos apenas conversando. – Disse Cedrico, cumprimentando-a com um beijo em seus lábios.
- E como ousa se referir a mim como “essa aí”? Creio que, para certas pessoas, ter educação é uma coisa impossível, não é mesmo? – Disse Catherine, meio constrangida e exasperada.
- E quem é a senhorita? – Perguntou Cho.
- Catherine Perucci.
- Ah, prazer em conhecê-la. – Disse Cho ironicamente.
- Que pena, não posso dizer o mesmo! – Disse Catherine. Enquanto isso, Cedrico achava graça no comportamento das duas.
- Hmpf! Que seja! Vamos, amor. – Disse Cho abraçando ainda mais Cedrico.
- Eu também já estou indo, né, amor? – Catherine puxou o braço de David, que estava passando por ali, e o beijou.
O menino ficou sem palavras, enquanto Cedrico olhou estranhamente para David.
- Passar bem! – Disse Catherine com tom de arrogância, segurando o braço de David e saindo do local.
- Nossa! Não sei quem é, mas gostei de você... Mas por que fez isso? – Perguntou David, medindo-a.
- Cale a boca, animal! – Disse Catherine largando do braço de David e saindo pelos corredores pisando duro e resmungando. – Por que todos andam se referindo a mim como “essa aí”?! Isso é culpa do papai que não deve estar impondo seu respeito direito, ele deveria ser mais severo e frio com as pessoas... Humpf! Olha no que dá, irei fazer uma carta brigando com ele!
***
Amber andava em passos leves, porém a garota estava muito irritada “Já chega! Não posso continuar carregando isso sozinha” pensou a garota.
Amber andou por algum tempo até que viu Emily com Mione e Rony.
- Emi... Preciso falar com você... – Amber olhou para Mione e Rony – A sós.
Emily assentiu e as duas andaram até uma sala vazia.
- Emi... Eu não quero mais você andando com Daniel... – Começou Amber.
- O que? – Disse Emily perplexa.
- Isso mesmo que você ouviu – Insistiu Amber.
- Acho que a briga de vocês dois está indo longe de mais.
- Emi... Não é está à questão... Se fosse apenas uma briga, não pediria isso a você.
- Amb, eu não estou entendendo...
- Emi, não posso contar isso a mais ninguém. Poderia... Mas Catherine está ficando paranoica, pois ela continua tendo aqueles sonhos.
- Amber, continuo sem entender.
- Emi... – Amber respirou fundo. – Eu e Daniel abrimos a Câmara Secreta, mas eu juro não fui eu que ataquei aquelas pessoas. O único que pode ter feito isso é o Daniel. Você viu aquele dia ele saindo do banheiro. Emi, o Daniel está me ameaçando. Aquelas frases na parede... Ele está se referindo a mim.
- Mas você viu Daniel fazendo isso?
- Emi, eu o vi saindo do banheiro na hora do ataque!
- Mas isso não prova nada, vai que ele precisou ir ao banheiro naquela hora!
- Em um banheiro feminino?
- Amb, não sei, mas isso é uma acusação muito grave.
- Ótimo! Então fique do lado dele... E quando ele me matar, não a quero no meu enterro! – Disse Amber totalmente vermelha.
Amber saiu da sala irritada e ao sair bateu a porta com força.
25. Mione?
Emily, Harry e Rony conversavam no salão principal. As dúvidas de quem poderia ter reaberto a Câmara eram muitas, Rony tremia só de pensar em quem poderia ser o próximo petrificado.
- Ainda bem que ninguém morreu. – Disse ele olhando em volta do salão comunal.
- Concordo. – Disse Emily. – Mas, por outro lado, se alguém morresse teríamos uma pista de quem esse “herdeiro” está procurando, não concorda? – Perguntou ela.
- Também acho. – Disse Harry, pensativo.
- Mas, cara, imagina se essa pessoa está atrás de você, quem ia acabar morrendo era eu ou a Mione, ou talvez a Emily ou a Amber, se bem que... Essa não faria falta alguma. – Disse Rony olhando para os lados, vendo se Amber estava por perto.
Emily deu um soco no braço de Rony e bufou.
- Mas... – Começou Harry. – Me digam o que diabos o Daniel estava fazendo no corredor?
- Ele talvez tenha chegado lá antes de nós. – Disse Emily.
- Impossível! Emi, ele não é ofidioglota, nós chegamos lá porque eu ouvi a cobra falando. – Disse Harry.
- Você nem se acha. – Retrucou a menina. – O que estou dizendo é o Dan não é o “herdeiro”, ele não abriu a Câmara.
- Como pode ter tanta certeza? – Perguntou Harry.
- Está acusando meu namorado, Potter? – Perguntou Emily tirando a varinha das vestes e apontando para Harry.
- Não... – Disse ele.
- Pois bem, me explique o que você quer dizer, porque eu realmente não estou entendendo. – Disse ela.
- Estou dizendo – Harry se levantou e fitou a menina por inteiro. – Sua amiga e seu namorado estão tramando algo... Eles abriram aquilo, estão petrificando pessoas, eu sei disso.
Emily arregalou os olhos, Rony se levantou e andou até Harry.
- Cara, já tá bom, você não pode... – Tentou Rony.
- Cala a boca, Weasley. – Disse Emily. – Potter, você não deveria ter dito isso, seu mestiço inútil, você acha que é quem para dizer que eles são os culpados? Mostre-me seu contrato como juiz do ministério, seu... Como ousa acusar a Amber? – Emily partiu para cima de Harry. Rony tentou segura-la, mas levou um soco um pouco mais forte do que imaginava.
Emily parou bem na frente de Harry, como se fosse lhe dar um tampa na cara. Harry a olhou com desafio e a mesma, não aguentando ver o olhar de desafio do menino, virou a mão no rosto dele com gosto, depois virou-se arrogantemente e saiu da sala comunal, ouvindo apenas atrás o barulho do buraco do retrato se fechando.
- Entendeu porque eu não queria contar a ela? – Perguntou Harry a Rony, enquanto ambos observavam a entrada da sala comunal.
***
Emily andou pelo castelo sem rumo, e viu de relance Hermione e Krum entrarem na biblioteca.
- Mcnold’s? – Neville chamou Emily, a garota se virou. – Só vou tomar um tempo curto de você.
- Fala logo então, não estou com paciência hoje! – Disse ela.
- O Harry está procurando por você. – Disse ele.
- O quê? Depois de acusar Amber e Daniel de terem aberto a Câmara, ele ainda me procura? Pois bem, vou mostrá-lo a dor de acusar um amigo. Vamos ver o poder da Maldição Cruciatus... – Emily tirou a varinha das vestes novamente e olhou por cima do ombro de Neville para ver se via Harry.
- Você – Neville segurou o braço da menina. – E a senhorita Pavlichenko com uma varinha na mão não prestam, está querendo ir para Azkaban? – Perguntou ele.
- Tá! Para de me encher. Agora, com licença. – Emily se desvencilhou dos braços do menino e virou-se para a entrada da biblioteca.
Enquanto a menina procurava nas prateleiras alguma coisa para ler, ouviu a porta da biblioteca se abrir novamente e viu Rony e Harry entrarem por ela.
Emily franziu o lábio e andou até a prateleira mais longe da porta, assim eles não a veriam, mas não adiantou muito, pois Harry a viu e caminhou em sua direção.
- Desculpa. – Pediu.
Rony veio atrás do amigo.
- Não, não vou te desculpar... – Disse ela puxando um livro de Runas da estante.
Emily ignorou a presença do menino e sentou-se em uma mesa. Harry e Rony sentaram-se ao lado dela.
- Não queríamos mesmo ter acusado ela sem provas. – Disse Rony.
Emily o ignorou e começou a folhear o livro.
- Emily, qual é? Até você está com dúvidas... – Disse Harry.
- Dúvidas de quê?
- De que esses dois estão tramando, está na sua cara.
- Não... Não estou! Eu confio nos meus amigos e confio no meu namorado, eu nunca duvidaria das palavras deles. Agora, Potter, se não se importa, deixe-me ler.
- Mas você mesma disse que Amber já mentiu para você... E se ela estiver fazendo isso agora? E se Daniel participar dessa mentira? Há várias possibilidades. – Disse Harry.
- Não há possibilidade alguma, Amber não está mentindo para mim, nem Daniel, e fim de papo. – Disse ela. – Eu quero ler.
- Nem temos aulas de Runas Antigas. – Disse Harry, puxando o livro da mão da garota.
- E daí? Eu não posso querer estudar? – Emily tornou a puxar o livro da mão de Harry. – Fora daqui! – Disse ela, abrindo o livro mais uma vez.
- Vamos, Harry... Ela é tão cabeça dura quanto você. – Disse Rony.
- Eu não sou cabeça dura... Não como ela. – Disse Harry.
- Tudo bem então... – Rony se virou e, no mesmo instante, ficou paralisado.
Emily olhou para onde o menino fitava e viu Hermione e Krum no canto mais escuro, e longe, da biblioteca, em meio a um amasso.
Rony arregalou os olhos e começou a gaguejar: - HER-MIO-NE? – Perguntava ele, pasmo.
Harry virou-se e viu a mesma cena, o menino também ficou pasmo e paralisado e, quando finalmente voltou a si, o garoto bufou e saiu da biblioteca.
Emily abafou um riso e Rony seguiu o amigo.
***
Mais tarde, quando finalmente Emily subiu para seu dormitório, Harry, Rony e Hermione começaram a conversar novamente sobre quem teria reaberto a Câmara, quando, de repente, Hermione deu um salto, como se tivesse acabado de ter uma ideia.
- Como sou burra! Como não percebi isso antes! – Disse Hermione se batendo.
- Isso o quê? – Disse Harry, confuso.
- Foi Amber!
- Até você, Mione? Por que está falando que foi ela?
- Harry, no dia do ataque de Lorenne, quando você ouviu a voz do Basilisco, ela também ouviu...
- Mas como você pode ter tanta certeza? – Perguntou Harry, perplexo.
- Porque antes de você falar que havia ouvido a voz do Basilisco, ela levantou e ficou olhando para os lados.
- Não pode ser...
- VIU? EU DISSE! Eu sabia que a maligna era uma impostora! – Disse Rony, excitado.
- Cale a boca, Rony; tenha educação, estamos em uma sala comunal! – Disse Hermione, irritada.
- Mas se realmente foi ela, Amber pode estar me ameaçando... Vocês dois, tomem cuidado. – Disse Harry, pensativo.
26. O Bilhete!
Catherine estava sentada no Salão Comunal, à espera da terceira tarefa, quando...
- Olá, senhorita Perucci. – Disse David.
- O que você quer? – Perguntou Catherine, arrogante.
- Bem, fiquei sabendo que a senhorita é muito boa em História da Magia.
- E daí?
- Eu tenho que fazer um trabalho de mil palavras sobre isso, e quero que o faça para mim. – Disse David entregando quatro livros a ela.
- Mas... O quê?
- Eu ainda fui bonzinho em trazer os livros para você.
- O que faz você pensar que eu faria isso? – Perguntou Catherine, exasperada.
- Bem... Isso seria o mínimo que você poderia fazer a mim, já que me assediou em público.
- Falou certo, seria! Eu não vou fazer isso. Toma! – Disse ela, devolvendo os livros a David.
- Ah é? Então terei que dizer para Diggory que aquele beijo não passou de um mal entendido.
- Grrrr... Petulante! – Disse Catherine, tomando os livros da mão de David bruscamente.
***
Amber estava andando pelos corredores, quando avistou Draco:
- Draco! – Chamou.
- Oi, o que foi? – Perguntou Draco.
- Posso falar com você?
- Sim, claro! – E assim Amber pegou no braço de Draco e foram para um corredor vazio.
- Bem, você sabe o que estão dizendo por aí... Não é?
- Que você abriu a Câmara?
- Sim. Draco, não fui eu... Você acredita em mim, não é mesmo?
- Acredito no que você dizer a mim!
- É bom saber que ainda tenho amigos que estão do meu lado. – Disse Amber sorrindo aliviada.
- Eu sempre acreditarei em você... – Disse Draco um pouco mais perto de Amber, acariciando sua face.
– Err... Ahn... Bem, vamos ir ver a terceira tarefa. – Disse Amber, vermelha, passando debaixo do braço de Draco e puxando o garoto pela mão.
Ao chegarem lá, viram que todos os alunos já estavam no local.
- Está vendo Emily ou Catherine? – Perguntou Amber. procurando-as.
- Não... Mas logo mais elas devem chegar. – Respondeu Draco.
Então, depois de alguns minutos, os quatro campeões entraram no labirinto.
Amber e Draco ficaram ali, quietos, por mais ou menos uma hora.
- Cadê elas? Estou começando a ficar preocupada... – Disse Amber olhando a sua volta.
- Por quê? – Perguntou Draco.
- Simplesmente porque essa escola é amaldiçoada!
Draco sorriu.
- Não se preocupe, eu lhe protejo.
- Tá, mas... Quem vai proteger elas? – Disse Amber olhando para frente.
Draco a respondeu, mas a garota não o ouviu, pois neste momento apareceu um menino encapuzado, que entregou um estranho bilhete a Amber. Quando a menina o abriu, arregalou os olhos, ficou totalmente pálida e sem reação por alguns instantes, e então quando a garota voltou a si, ela simplesmente saiu correndo sem que Draco a visse. Ao chegar dentro do castelo, Amber continuava correndo desesperada pelos corredores, quando viu em um corredor três alunos petrificados e uma poça enorme de água. Sem dar muita atenção, procurou por alguma mensagem, mas não havia nada, então continuou a correr e quando virou um dos corredores, viu a cena mais horrível da sua vida, superando até a de Starla: eram três alunos totalmente estraçalhados e as paredes e o chão estavam totalmente sujos de sangue.
Amber respirou fundo, pegou a varinha de um dos alunos mortos e voltou a correr. Quando entrou no próximo corredor, encontrou Catherine intacta fitando o nada.
- Cah? – Disse Amber assustada, deixando o bilhete cair no chão.
- “Paredes sujas de sangue... Gente morta... Sangue”. – Sussurrava Catherine com uma voz macabra e logo em seguida soltou um grito agudo.
Amber, tremendo, deu um tapa em seu rosto.
- ACORDE!
- Amber... NÃO! ALGUÉM! AMBER, NÃO! – Disse Catherine desesperada.
E então Amber a abraçou.
- Calma, está tudo bem, estou aqui!
- NÃO, AMBER. – Disse Catherine chorando.
Amber soltou a amiga, e logo em seguida a olhou nos olhos.
- Me encontre daqui cinco minutos no salão comunal e não se preocupe, Draco e Hermione estão comigo... E não entre naquele corredor, apenas confie em mim. – Disse Amber saindo do corredor antes que Catherine pudesse fazer algo.
- Não! AMBEEER!
- Por que está gritando? – Perguntou David que acabara de esbarrar com Amber e ouvira os gritos de Catherine.
- Amber... – Disse Catherine abraçando-o.
- O que ela fez? – Perguntou David correspondendo o abraço.
- A pergunta seria: o que ela vai fazer...? – Disse Catherine se soltando de David, avistando um pedaço de papel que Amber deixou cair.
27. A Surpresa...
Catherine arregalou os olhos quando leu o bilhete.
- O que é isso? – Perguntou David.
- É um... Bilhete.
- E o que está escrito?
- Vamos atrás da Amber! – Disse Catherine.
David arrancou o bilhete da mão da garota e lá estava escrito:
“Tic... Tac... Seu tempo acabou... Onde está sua amiga?
Hihihihi...”
- Você é louco? – Perguntou Catherine.
- Mas o que é isso?
- Depois eu lhe explico, vamos entrar naquele corredor.
- Mas por quê?
- Não te interessa, vamos! – Disse a garota, e então puxou David para o corredor.
Chegando lá, Catherine viu a mesma cena horrível que Amber havia visto. Incrédula, passou a mão no sangue que estava no chão e então, nesse instante, sentiu um sentimento ruim e lembrou-se de Emily ao invés de Amber, achando isso estranho.,br />
- Por Merlin... – Disse David com os olhos arregalados.
- Vamos atrás da Amber.
- O que? Não! Você está louca?
- Não, não estou. Se não quiser ir comigo... Ótimo! Vou sozinha! – Disse a garota, irritada.
- Não! Você não vai! – Disse David com tom de autoridade.
- Sim, eu vou, e não é você que vai me impedir! – Disse Catherine, arrogante.
David retirou a varinha das vestes e, antes que Catherine pudesse fazer qualquer coisa, pronunciou:
- Es- tu -pe -FA- ssa! – Disse o garoto apontando a varinha para Catherine, que caiu desmaiada. – Não, você não vai. – Disse David olhando para a garota desmaiada. O menino a colocou nas costas e a levou para o salão comunal.
Ao chegarem, David colocou Catherine no sofá.
- David! Você viu a Amber? – Perguntou Draco, que acabara de aparecer.
- Vi, mas...
- Mas o quê, David? Fala logo! Você a viu? – Perguntou Draco, exasperado.
- Eu a vi, porém apenas de passagem... Ela deixou cair isto. – David entregou o papel a Draco que o leu.
- Mas... O que significa isto?
- Eu não sei, mas há um corredor que tem três alunos estraçalhados, e, segundos antes de encontrar Catherine, vi Amber correndo na direção oposta que eu ia.
- NÃO ACREITO! Catherine foi atacada também?
- Não... Eu tive que a estuporar.
- Você o quê? Por que a estuporou?
- Ela queria ir atrás de Amber.
- E por que não deixou?
- Porque não se sabe se foi Amber que fez aquilo...
- Você está insinuando que Amber seria capaz de fazer isso? Amber nunca seria capaz de fazer isso e, se fosse, não acha que ela já teria feito com Catherine? Sem contar que ela jamais faria isso com a própria amiga! Mas, enfim, vamos ao que interessa, você acha que Amber foi aonde?
- Não faço ideia, mas se não foi ela, esse bilhete pode ter sido uma ameaça! Você viu a Emily?
- Não. Será que... A CÂMARA SECRETA!
- O que tem ela?
- Talvez Emily esteja correndo perigo e Amber foi atrás! Hoje, vendo a terceira tarefa do torneio, Amber estava angustiada procurando por Catherine e Emily.
- DA-VI-D! Como ousa me estuporar? Seu filho de uma... Mãe. – Disse Catherine de um jeito sanguinário e, assim, foi pegar sua varinha, mas viu que ela não estava lá. – Cadê a minha varinha?
- Ahn... Você acha que eu a deixaria com você depois de te estuporar? Não sou louco. – Disse David segurando a varinha da mesma.
- EU NÃO ACREDITO! ME DÁ A MINHA VARINHA! AGORA! – Disse Catherine tentando pegar a varinha da mão de David. – Me dá!
- Não.
- Me dá!
- Não.
- PAREM VOCÊS DOIS! AMBER ESTÁ CORRENDO PERIGO E VOCÊS FICAM BRINCANDO? DAVID, DÊ LOGO A VARINHA DELA! – Disse Draco, muito exasperado.
- Isso mesmo, hmpf! DRACO? – Perguntou Catherine, surpresa ao ver Draco.
- Sim, o que foi?
- Você não está com Amber?
- Não, eu estou a procurando
- Ela me disse que estava com você... Não... AMBER ESTÁ CORRENDO PERIGO E SOZINHA! VOU IR ATRÁS DELA! – Nesse instante, Draco puxou o braço de Catherine.
- Não, espera, vamos falar com o professor Snape.
- Não há tempo!
- Mas não sabemos onde fica a entrada da Câmara!
- A sangue-ruim deve saber.
- É mesmo, ela sabe!
- Mas, de qualquer jeito, isso não irá funcionar, precisamos de alguém que seja ofidioglota e o único que conhecemos é Harry, que está no labirinto. – Disse David. – Vamos avisar a Dumbledore, é o mais certo a se fazer. E parem de falar, estamos perdendo tempo.
***
Amber corria desesperada pelos corredores, até que finalmente chegou ao banheiro de Murta. A garota viu Daniel desmaiado no chão e achou muito estranho.
- Mas o quê?! – Disse Amber em tom de surpresa e pensou: “se não foi ele, quem foi? Diggory? Mas ele entrou no labirinto...” – Murta!
- O que é? – Respondeu Murta.
- Quem estava aqui?
- Eu não vi.
- Murta, não alague o banheiro, e cuide do Daniel para mim. – Disse Amber empurrando Daniel para um canto, deixando o garoto sentado.
- Hmm... Até que ele é bonitinho, hihihi.
- Murta! Sem gracinhas, não estou brincando.
- Hmpf!
Amber respirou fundo, olhou para a torneira que era a entrada da Câmara e disse:
“Abra!”
Murta tampou os ouvidos, pois não gostava daquela língua estranha.
- O que você vai fazer?
- Caso ver Catherine de novo não a deixe, em hipótese alguma, entrar aqui, aliás, diga a ela que não me viu aqui. – Disse Amber.
- Se você morrer lá embaixo, ficarei feliz em ter uma amiga aqui comigo. – Disse Murta.
- Eu vou voltar... Isso eu te garanto. – Disse a garota, que pegou sua varinha: - AH-si-oh-Firebolt! – E então pulou na entrada da Câmara com a vassoura nas mãos.
Ao chegar ao final do túnel, encostou a vassoura em um canto e começou a correr pelo local que, de tão longo que era, parecia que nunca a levaria aonde queria. E então, ao dobrar mais uma curva, deparou-se com a parede em que havia duas cobras entrelaçadas talhadas em pedra.
“Abram!”
As duas cabras se separaram e as paredes se afastaram. Amber entrou sem pensar e voltou a correr, mas, quando chegou perto, parou e ficou totalmente paralisada ao ver quem estava lá.
- Não pode ser...
28. O Herdeiro Inesperado
- Oi, querida. – Disse a garota que segurava Emily em sua frente pelos cabelos.
- VOCÊ?! – Perguntou Amber, pasma.
- O que foi? Não gostou de me ver? – Perguntou a garota, que estava sorrindo.
- JULIETTA?
- AMB! – Disse Emily, assustada.
- Cale a boca, imunda! – Disse Julietta, puxando ainda mais o cabelo de Emily.
- Solte-a agora, Julietta. – Disse Amber, friamente, se aproximando.
- Se chegar mais perto, eu a mato!
- Solte-a agora, Julietta. – Repetiu Amber, que estava parada.
- Não é assim que as coisas funcionam, minha querida. – Disse Julietta em tom de deboche. – Me dê sua varinha. – Continuou a mesma.
- Não!
- Bem... Então terei que ver o que acontece se eu chamar o Basilisco.
- Ele não irá obedecer você!
- Não seja hilária, garota, ele me obedeceu todo esse tempo. Ande! Me dê sua varinha!
- Covarde! – Disse Amber, colocando a varinha no chão.
- Boa menina! – Disse Julietta, jogando Emily em cima de Amber.
- Por que você está fazendo isso?
- Bem... É uma longa história, mas acho que deveria saber antes de se juntar a sua irmã gêmea.
- Minha o quê? Você está louca?
- Isso mesmo que você ouviu, sua irmã gêmea – Ele soltou uma risada malévola. – Bem... Vou te contar uma pequena história; para começar, você é não é filha dos Pavlichenko! – Amber encarava Julietta, incrédula. – Continuando, havia uma garota que vivia feliz e alegre, até que descobriu que iria ganhar duas irmãs que a ofuscariam totalmente. Então os pais das três garotas morreram e a gêmea mais velha também, assim a gêmea queridinha foi para uma família muito boa, enquanto sua irmã mais velha foi para um orfanato imundo e foi adotada por um casal de trouxas. Isso criou um sentimento de vingança na irmã mais velha, pois as duas irmãs tinham a ofuscado. E bem, hoje estamos aqui!
- Você é minha... Irmã?
- Como você é lerda. – Disse Julietta revirando os olhos. – Mas é claro, querida, venha me dar um abraço, estou morrendo de saudades! – Disse Julietta abrindo os braços, enquanto Amber a olhava incrédula. – Não vai abraçar sua irmã? Então, como sua irmã mais velha, terei que puni-la. – Continuou Julietta, que puxou a varinha.
- CRU-ci-o! – Disse Julietta, apontando para Amber.
Amber gritou, contorcendo-se.
- PARA, JULIETTA! POR FAVOR! PARA! – Gritou Emily, com os olhos cheios de lágrimas.
Julietta gargalhou e mexeu a varinha, fazendo Amber parar de gritar: - Não fiquem contentes... Quero fazer isto devagar, quero que sofra como eu sofri! – Continuou a garota, que andava de um lado para o outro. – Sabe, imagina só a minha felicidade quando soube que você viria para Hogwarts. – Julietta sorria. – Amber, Amber, Amber... Até Merlin está do meu lado!
- Deixe Emily fora disso! – Disse Amber.
- Acha mesmo que eu farei isso? – Debochou Julietta. – Sabe, meu plano é perfeito... Querem ouvir? – As garotas não responderam. – Bem, eu matarei as duas, direi que Emily era quem estava atacando os alunos e ameaçando Amber; aí, quando a coisa foi longe de mais, Amber veio até aqui resolver, mas Emily estava me usando como refém. Com um último suspiro, Amber me deu uma brecha para correr e sair daqui, assim, então, Emily matou Amber, mas o Basilisco ficou descontrolado e matou Emily também... – Voltou a gargalhar sadicamente. – Digam: não é o plano perfeito?
- VOCÊ É DOENTE! VÁ SE TRATAR, GAROTA! – Gritou Amber. Julietta balançou a cabeça negativamente e murmurou algum feitiço, então raízes cheias de espinhos saíram de sua varinha e se enrolaram em Amber, arranhando-a.
Amber tornou a gritar, e então as raízes começaram a sufocar a garota.
Julietta fez um gesto com a varinha e as raízes a soltaram.
- Não morra, maninha, já disse... Que quero fazer isto devagar. – Debochou Julietta.
- Por quê? Nós somos irmãs!
- Por quê? Eu quero ser a única herdeira!
- Você é doente! Completamente doente! Seu plano é ótimo... Pena que não irá dar certo! – Disse Amber, arranjando forças de um lugar que nem mesma ela pôde explicar, e partiu para cima de Julietta, antes que a mesma pudesse fazer algo. – EMILY! CORRA E CHAME AJUDA! AGORA! – Gritou Amber tentando segurar os braços de Julietta.
Julietta tentou dizer algo em língua de cobra, mas antes que dissesse Amber tampou a boca da mesma. As garotas ficaram rolando no chão por alguns minutos e então, no final, Julietta totalmente descabelada, levantou e apontou para Amber a varinha que acabara de recuperar.
- CRU-ci-o. – Disse a mesma, apontando a varinha para Amber. Logo depois fez outro gesto com a varinha, fazendo assim com que Amber parasse de gritar. – Depois cuido de sua amiga... Não tem como ela sair daqui.
- Eu não contaria com isso. – Amber disse aquilo a encarando.
- Você sabe que não tem como ela sair daqui, ela está sem varinha e não tem um Basilisco que a ajude a subir.
- Acha que sou tão burra assim? – Amber olhava para Julietta como se estivesse a desafiando para um duelo mortal.
- Sim, eu acho. Afinal, você confiou em mim.
- Mas eu não entendo... Eu vi Daniel sair do banheiro no dia do ataque de Lorenne, como não foi ele? – Disse Amber, tentando ganhar tempo para que Emily chamasse alguém.
- Ah, querida... – Gargalhou. – Era isso mesmo que eu queria que você pensasse! Usei a Maldição Imperius em Daniel para ele ir para o banheiro, depois ataquei Lorenne e, por fim, apaguei a memória dele; ele não fazia ideia do que estava fazendo no banheiro. E hoje ele estava aqui bisbilhotando, eu o deixei vivo porque ele não me viu. Aposto que quer saber como escolhi minhas vítimas, não é mesmo? Pois bem... O aluno do segundo ano estava sendo zoado pelos alunos maiores e você o ajudou... – Julietta fez cara de nojo. – Você me dá nojo, sabia? Nem parece minha irmã.
- Eu te dou nojo? Que coincidência! Sorte minha em não parecer com você... Mas está querendo me dizer que atacou o garoto só porque eu falei com ele? – Perguntou Amber, tentando ganhar mais tempo.
- Sim, isso mesmo. Aconteceu o mesmo com Lorenne, você conversou com ela, mas ninguém viu. Sabe, maninha, eu quis ser discreta. Por exemplo, se eu tivesse atacado Emily, todos saberiam que havia alguém ameaçando você, porque você jamais atacaria sua amiga de infância, mas atacar pessoas que ninguém sabe que falavam com você e ainda colocar o símbolo que tem no seu colar na parede... Ganhei um bônus porque Dumbledore, aquele velho caduco, achou que foi você. – Os olhos de Julietta, ao dizer cada palavra de seu plano, brilhavam.
- E aquelas pessoas nos corredores? Eu nem mesmo sei quem são... Por que matou aqueles três e petrificou os outros três?
- Eles simplesmente estavam no meu caminho, ninguém mandou eles estarem lá, não iria mata-los, mas eles me viram e bem... Sabe como que é.
- Não... Eu realmente não sei. Você é completamente MALUCA! Sua débil mental! Tenho nojo de você... – Disse Amber, que olhava para a garota com nojo. Julietta sorriu.
- Agora vamos acabar logo com isso... – A garota virou-se para a cabeça de Salazar.
“Em nome do herdeiro de Slitheryn, venha até mim!”, Julietta chamou o Basilisco.
- O quê, Juh? Não consegue me derrotar sozinha? – Debochou Amber antes que o Basilisco saísse. – Pois bem... – Amber fechou seus olhos para não olhar para o Basilisco de Julietta e então disse em língua de cobra.
“Lilith, venha ajudar-me!”, Amber chamou o Basilisco como se chamasse uma amiga.
Julietta fechou seus olhos também. Apesar de poder olhar para os olhos de seu Basilisco, sabia que não poderia fazer o mesmo com o de Amber.
Barulhos horríveis ecoavam pela Câmara e então, lentamente, Amber abriu seus olhos e olhou para a parede, vendo a sombra dos dois Basiliscos lutando. Mesmo pela sombra, Amber viu que Lilith era bem menor que o outro, pois a garota havia o encontrado há alguns meses e sabia que, mesmo por sua vantagem de ter três cabeças, não aguentaria muito.
- Sabe, Amber, estou me lembrando de quando você me disse – Julietta coçou a garganta alto e disse com uma imitação da voz de Amber. – É estranho, eu sinto como se a conhecesse há muito tempo... – E, depois de dizer isto, começou a gargalhar.
- Você me dá nojo! – Disse Amber, e então se lembrou de que a varinha que havia entregado a Julietta fora a varinha que havia pegado do aluno morto no corredor. – Julietta, querida, você quer ver o que está acontecendo, não é mesmo?
- O que você quer dizer com isso?
- Simples. Eu mando o meu Basilisco fechar os olhos, e você manda o seu fazer o mesmo. – Era a única chance de Amber e ela estava torcendo para que desse certo.
- Ótimo, sei que não me enganará, porque você é a irmã boazinha. – Debochou novamente Julietta.
“Em nome do herdeiro de Slitheryn, feche os olhos!”, ordenou Julietta.
“Lilith, feche os olhos!”, mandou Amber, sorrindo.
- Sabe, Julietta... Nunca confie em pessoas boas, elas podem ser piores que as más. – Amber retirou sua varinha das vestes e foi para perto dos Basiliscos.
Julietta ficou totalmente sem reação.
“Lilith, saia daí!”, mandou Amber, apontando logo depois a varinha para o Basilisco de Julietta.
- Publié! – Disse Amber em um tom que Julietta não pudesse ouvir. E então várias cobras cor de esmeralda saíram de sua varinha e começaram arrancar pedaços do Basilisco que gritava horrivelmente.
- NÃO! – Gritava Julietta.
Em alguns segundos, o Basilisco já estava totalmente destroçado e Amber cheia de sangue, pois havia ficado muito próxima ao bicho.
Amber, sem pensar duas vezes, apontou a varinha para Julietta:
- Éks-Pe-Li-Ar-Mus! – Disse Amber, fazendo com que a varinha de Julietta voasse longe.
- E agora, Amber, querida? Vai matar-me? – Disse Julietta com a voz debochada, mas seu medo era visível.
Amber balançou a cabeça negativamente.
- Sabe, seria muito mais apropriado um dementador lhe dar o beijo da morte... Não se preocupe, já presenciei isto uma vez. Ou quase isso, mas, de qualquer forma, eu poderia muito bem ver outra. – Amber a olhava com um olhar maligno.
- CRU-ci-o. – Gritou Amber, enquanto Julietta gritava. Amber fez um gesto com a varinha e a garota parou de gritar.
- É bom, maninha? Essa dor insuportável, é boa? – Debochou Amber.
- CRU-ci-o! – Amber tornou a gritar.
Julietta gritava histericamente enquanto os olhos de Amber brilhavam ao ver aquilo. A garota não sentia nem um pouco de dó, muito menos piedade. Por fim, fez um gesto com a varinha e Julietta parou de gritar.
- Gostou, maninha? Você quer mais? – Perguntou Amber, observando-a como se estivesse olhando para algo sujo e repugnante.
- É bom, não é mesmo? A sensação... Me enganei ao seu respeito. Você se faz de boazinha, mas é igual a mim! – Disse Julietta, desafiando Amber. – Junte-se a mim! Seríamos imbatíveis juntas, ou então... Me mate! É isso que você quer, eu sei. Sabe, no final você é igual a mim! – Soltou mais uma das suas gargalhadas sádicas.
- Eu nunca me juntaria a você. E, sabe, Julietta, eu nunca me fiz de boazinha... Não preciso fazer isso para que gostem de mim, muito diferente de você, não é mesmo? – Amber a encarava ferozmente e se segurava para não mata-la.
- Estupefaça! – Disse Amber, fazendo com que assim Julietta desmaiasse. – Sim, eu realmente quero te matar... – Disse a garota um pouco mais alto do que um sussurro. – MAS EU NÃO SOU IGUAL A VOCÊ! SOU PIOR! – Gritou Amber e, logo depois, caiu de joelhos, sem tirar os olhos de Julietta.
“Lilith, esconda-se”, dizendo isso, Lilith foi para a boca de Salazar e por lá ficou.
29. Finalmente...
Emily corria desesperadamente pelos túneis, até que encontrou uma vassoura encostada em um canto. Sem pensar duas vezes, Emily subiu na vassoura e saiu de lá rapidamente, já que Amber havia deixado todos os portões abertos, para facilitar sua fuga. Ao chegar ao banheiro, Emily jogou a vassoura no chão e viu Murta do lado de Daniel acariciando-o (ou pelo menos tentando).
- Murta! Saia de perto do meu namorado!
- Cadê a outra? Morreu? Iria ser legal ter uma amiga aqui... Eu me sinto tão sozinha.
- E vai... – Emily pensou em dizer “e vai continuar sozinha”, mas isso poderia magoar Murta, e assim ela acabar alagando o banheiro, podendo matar Daniel. – Dar tudo certo! – Continuou Emily, disfarçando.
- Hmpf!
Assim, Emily continuou a correr pelos corredores e, quando virou outro corredor, deparou-se com Catherine, Draco e David.
- Emily! – Catherine a abraçou com lágrimas nos olhos. – Cadê a Amber?
- Não há tempo para explicar. Cadê o Dumbledore?
- Não sabemos, nos disseram que ele estava aqui dentro... Estamos procurando-o. – Disse David.
- CADÊ A AMBER? – Gritou Catherine, angustiada e sem paciência.
Emily a olhou e simplesmente abaixou a cabeça, então, nesse momento, apareceram Dumbledore e Harry pelos corredores.
- Cadê a senhorita Pavlichenko? – Perguntou Dumbledore friamente.
- Ah! Graças a Merlin! Venha comigo, por favor. Amber está correndo perigo. – Disse Emily, aliviada.
- CADÊ ELA? – Catherine tornou a gritar mais alto e começou a pensar “ah papai, por sua culpa estou sendo ignorada! Eu vou fazer uma carta, ah se vou! Hmpf!”.
- Correndo perigo? Então isso significa que não foi ela que fez aquilo aos alunos no corredor? – Perguntou o diretor.
- Mas é claro que não, professor Dumbledore.
- CA-DÊ A AM-BER? – Disse Catherine, cada vez mais irritada por ser ignorada.
- Calma, não está vendo que estamos tentando achar sua amiga? Se soubéssemos, não estaríamos aqui! – Disse Draco, irritado.
- Ai! – Debochou David.
- Cale a sua boca se não quiser que eu a cale ela para você! – Disse Catherine.
- Ui. – Tornou David.
- Calem-se vocês dois! Estamos perdendo tempo! – Disse Emily correndo em direção ao banheiro da Murta.
Chegando lá, Dumbledore os olhou e disse:
- Apenas irão comigo a senhorita Mcnold’s e Harry.
- Mas o quê? Não mesmo! – Disse Catherine, incrédula.
- Senhorita Perucci, seu pai não ficaria nada contente em saber que sua filha se meteu em uma confusão como essa, ainda mais correndo perigo.
- Ah é? Veremos o que papai irá pensar de verdade então. – Disse Catherine pulando na entrada da Câmara.
Antes que Dumbledore pudesse impedir, Draco e David fizeram o mesmo. E então, sem poder fazer nada, Dumbledore fez um gesto com a mão para que Harry e Emily descessem. Logo depois, foi atrás.
Quando Dumbledore chegou lá em baixo, olhou para todos e disse:
- Fiquem atrás de mim e, com quaisquer sinais de movimento, fechem os olhos.
Eles andaram por alguns minutos até chegarem à entrada do local onde estava Amber e, ao entrarem, viram Amber de costas, deitada no chão, cheia de sangue. À sua frente estava Jullietta, inconsciente.
- Não... O meu sonho! AMBER! – Gritou Catherine, perplexa, não ousando se mexer enquanto Emily soluçava de tanto chorar.
Nesse instante, Draco foi ao encontro de Amber, pois não aguentava de curiosidade. Quando chegou lá, viu menina consciente.
- Draco... – Disse Amber com a voz fraca.
- Oi... – Disse Draco sorrindo.
- Diga para Catherine parar de gritar... Ela está me deixando com dor de cabeça. E fala para Emily parar de chorar.
- Catherine, Amber mandou você parar de gritar e você, Emily, parar de chorar.
- Amber! – Disse Catherine com uma expressão de felicidade e alívio ao mesmo tempo, indo ao encontro de Amber, mas David a impediu.
- Não atrapalhe.
- Nem você. – Disse Harry, segurando Emily.
- Draco, vou dormir e quando acordar não quero estar aqui! – Disse Amber, caindo em um sono profundo logo em seguida.
Assim Draco a pegou no colo e olhou para Dumbledore:
- E Julietta?
- Infelizmente terei que levá-la para Azkaban.
- Faça isso! – Disse Draco saindo do local com Amber.
- David, pegue Julietta e me sigam. – Disse Dumbledore com autoridade.
- O quê? – Disse Catherine, se referindo ao fato de David ter que pegar Julietta no colo.
- O que foi? Está com ciúmes? Até que ela é bonitinha. – Disse David, caçoando Catherine.
- Hmpf! Então peça a ela para fazer seu trabalho de História da Magia.
- O senhor pediu o quê? – Perguntou Dumbledore.
- Ops! – Disse Catherine docemente.
- Err... Ela está mentindo, senhor, não tem como uma garotinha do quarto ano fazer um trabalho do sexto ano!
- Depois conversaremos sobre isso, vamos! – Disse o diretor.
- Garotinha do quarto ano... Ah, deixa esse David comigo. Hmpf! – Disse Catherine resmungando e saindo com os outros.
***
Lentamente Amber abriu seus olhos e se deu conta de que estava na ala hospitalar. Lá estavam David, Catherine, Emily, Draco, Daniel, Harry, Rony, Hermione, Sr. e Sra. Weasley, Dumbledore, Snape e um cachorro preto.
- O que é isso? Uma festa na ala hospitalar?
- Amber! – Disse Catherine abraçando a amiga amigavelmente, dando um tapa no rosto de Amber. – Mentiu para mim!
- Me bateu de novo? – Assim as duas começaram a rolar no chão.
- Adoro briga de mulher. – Disse Rony.
- Concordo plenamente. – Concordou David e depois Draco com um aceno com a cabeça.
- Parem, senhoritas! Estamos em uma área hospitalar, mais respeito, por favor! – Disse Dumbledore.
- Diz isso a eles, tem até um cachorro fedido aqui e eu estou ferida! – Disse Amber fazendo manha, se jogando na cama novamente.
- Sr. Beverly, Malfoy e D’Lucca, por favor, retirem–se daqui. – Disse o diretor.
- Mas elas que estão fazendo zona... – Disse David.
- Andem, retirem-se. – Interrompeu Snape, rispidamente.
- Sim, senhor. – Responderam os garotos, se retirando.
Amber encarava o cachorro.
- De quem que é esse cachorro? Não vai mandar sair também? Tenho alergia a cachorros fedorentos... Eca! – Disse Amber.
- Own... Minha amiga voltou. – Disse Catherine.
- Creio que seus pais façam parte da Ordem da Fênix, porém peço-lhes que mantenham isso em segredo. – Disse Dumbledore olhando para Catherine, Emily e Amber. E, sem entender nada, as três assentiram. – Sirius, por favor. – Continuou Dumbledore e assim o cachorro se transformou.
Amber ficou olhando Sirius fixamente durante alguns instantes, até que foi “acordada” por Catherine, que fez um comentário:
- Nossa! Hoje em dia não se pode julgar ninguém pelas aparências, o vira-lata fedido era Sirius Black! – Disse Catherine.
- Para mim continua sendo um vira-lata fedido! – Disse Amber com um sorriso cínico.
- Olha o respeito, garota, sou mais velho! – Retrucou Sirius.
- Não precisa dizer que você é mais velho, pois isso é visivelmente óbvio. – Disse Amber sorrindo.
Sirius rosnou e virou-se para Harry. Os dois ficaram conversando por certo tempo, até que Dumbledore disse:
- Sirius, acho melhor você se transformar novamente, o Ministro está vindo para Hogwarts.
- Concordo, você fica melhor como um cachorro. – Disse Amber, caçoando Sirius.
Sem responder, Sirius se transformou em cachorro novamente.
- Bem, tenho que ir. – Disse Dumbledore.
- Professor Dumbledore, tem certeza que não está esquecendo-se de nada? – Perguntou Amber.
- Como? – Perguntou Dumbledore.
- Parece que alguém me deve desculpas!
- Desculpe-me, senhorita Pavlichenko. – Disse Dumbledore. – A propósito, a senhorita queira me acompanhar, pois preciso relatar aos professores e ao ministro o que houve na Câmara. Creio que só irei tomar um pouco de seu tempo. – O diretor sorriu para Amber, que o olhou estranho, mas assentiu e, junto com Dumbledore, saiu da ala hospitalar.
30. De volta para casa
Já que a normalidade reinava em Hogwarts, os alunos começaram a fazer a suas malas para irem para casa, só que, antes de partirem, todos foram para o Salão Principal para a festa de despedida.
O Salão estava com panos pretos, ao invés das cores da casa campeã, em homenagem aos alunos que morreram.
- O fim – Disse Dumbledore olhando para cada aluno. – De mais um ano.
- Em lembrança aos alunos que morreram, quero lhes dizer que todos foram corajosos: Sr. Theodore Monet, da Lufa-Lufa, um brilhante aluno que com certeza nos fará falta com suas aptidões para esportes. Senhorita Sam Lupovski, da Corvinal, uma grande aluna, dona de um cérebro brilhante que jamais será substituído. E Hector Bonilha, da Lufa-Lufa, um aluno com maravilhosas estratégias como ninguém. Essas mortes afetaram todos nós, quer vocês os conhecessem ou não. Esses alunos ficarão sempre em nossas lembranças. Também quero elogiar o aluno que venceu o Torneio Tribruxo e parabenizar os que perderam, mas tiveram coragem suficiente de enfrentar. – O diretor fez uma pausa. – O Ministro da Magia não quer que eu diga-lhes isso, mas creio que todos merecem a verdade, Lord Voldemort retornou. – Todos os alunos no grande salão olhavam para Dumbledore, incrédulos. – É possível que alguns pais se horrorizem com o que eu acabo de dizer, talvez porque achem que eu não deva lhes contar por que vocês são demasiados jovens. Creio, no entanto, que a verdade, em geral, é preferível às mentiras. Cada convidado neste salão será bem-vindo se algum dia quiser voltar para cá. E digo a todos, quanto à luz do ressurgimento de Lord Voldemort, seremos fortes quanto formos unidos e tão fracos quanto formos desunidos. – E assim Dumbledore continuou seu longo discurso. Quando o diretor terminou, todos se levantaram e foram saindo do salão principal.
Catherine, abraçada com David, passou por Cedrico e disse:
- Há-ha... Perdedor! – Disse Catherine, fazendo um trocadilho.
- Veremos, pois ainda não terminamos aquela conversa... – Respondeu Cedrico.
- TERMINARAM SIM! – Disse David com ênfase, saindo do Salão Principal com Catherine.
***
Já no trem, Emily, Rony, Hermione, Catherine, David, Harry e Amber conversavam.
- Err... Me desculpe, Amber. – Disse Rony entredentes.
- O quê? Não ouvi, fale mais alto. – Disse Amber.
- Me desculpe.
- Relaxa, fui eu que matei aqueles alunos. – Disse Amber com um sorriso estampado no rosto só para assustar Rony.
- Maligna! – Respondeu Rony com os olhos arregalados, saindo de perto de Amber enquanto todos riam.
- Er... Amber, tem uma coisa que eu preciso te perguntar. – Disse Hermione.
- Diga. – Disse Amber levantando a sobrancelha.
- Er... Não me lembro de você na Cerimônia de Abertura, quero dizer... Assim como Emily, era para você ter ido lá na frente e ter sido selecionada para uma casa...
- Ah! Sim, isso... É que eu me atrasei e, bem, mamãe e papai aparataram comigo até Hogsmeade e de lá nós viemos andando até Hogwarts, aí eu fui selecionada na sala de Dumbledore.
- Aposto que o chapéu mal encostou em você e logo a mandou para a Sonserina. – Disse Rony.
- Na verdade, não foi bem assim. Ele estava em dúvida, queria me mandar para a Corvinal. Ele chegou até a mencionar Grifinória, mas eu disse que Sonserina seria melhor, porque ele já estava me dando nos nervos. – Disse Amber, dando de ombros, e então todos riram.
- Uma coisa que você também não explicou... – Disse Harry. – Como você achou um Basilisco? Eu tenho certeza de que só existia um na Câmara e eu o matei.
- Errado... Todos sabem como um Basilisco nasce, certo? – Perguntou ela e todos assentiram. – Então, no momento exato em que o tal ovo chocado pela rã iria nascer, Salazar jogou um feitiço que, de certa forma, parou ovo no tempo e tal feitiço só poderia ser quebrado com o sangue de seu herdeiro, ou seja... O feitiço só se quebraria com o sangue de um ofidioglota.
- Como sabia disso? E onde estavam os ovos? – Perguntou Harry, intrigado.
- Havia casca de ovo no local e também, havia sangue seco, enfim... Eu tentei de tudo, pesquisei em uns livros até, mas não encontrei nada, até que eu resolvi tentar isso e então Lilith nasceu. Provavelmente o Basilisco de Julietta era o que estava no outro ovo, a propósito o ovo de Lilith também continha sangue, portanto acho que Julietta tentou ficar com os dois, mas o feitiço de Salazar provavelmente só permitia um Basilisco por herdeiro. – Disse Amber sorrindo. – E, bem... A boca de Salazar é a entrada para uma espécie de caverna, e, no fundo dela, estava o ovo.
- Está querendo dizer que há mais ovos amaldiçoados? – Perguntou Rony.
- De modo algum, este era o último. – Disse Amber dando de ombros.
- E ele tem mesmo três cabeças?
- Se quiser, quando voltarmos a Hogwarts, eu a apresento a você. – Disse Amber com um olhar sanguinário.
Rony tremeu e então disse:
- Mantenha aquela coisa lá em baixo!
Todos riram.
- Como você é medroso, Roniquinho. – Debochou Amber, rindo.
- Catherine, eu preciso falar com você. – Disse David, pegando na mão da mesma.
- HUMMMMM! – Disseram todos em uníssono.
- Ah! Eu vou comprar sapo de chocolate. – Disse Amber, indo atrás de Catherine e David.
- David! Você sabe onde está o Draco?
- Ele está para lá. – Respondeu David, apontando.
- Ah sim, obrigada.
Saindo dali, David e Catherine entraram em uma cabine vazia, e começaram a conversar.
- Você fez meu trabalho? – Perguntou David ironicamente.
- Não acredito que me chamou aqui para isso! – Respondeu Catherine.
- Por quê? Você achou que eu iria falar sobre o quê com você?
- Ah... Sobre nada não, com licença. – Nesse momento, David pegou no braço de Catherine e a jogou no banco.
- Não sou tão idiota assim. – Disse David, dando um beijo em sua boca logo em seguida. – Agora estamos quites.
- David... – Corou Catherine.
- Quer ser minha namorada?
- Por que não pede para a Julietta, não é ela que é a “bonitinha”?
- É ela é realmente muito bonitinha, mas não é ela que eu quero.
- Hmpf! – Disse Catherine, corada.
- Bom, já que você não me dá certeza, vou sair então...
- Não! Espere! Eu... Aceito. – Disse Catherine entredentes.
- Você o quê? Fale mais alto.
- Aceito.
- Bem, já que é assim, tome isto. – David a presenteou com um colar de prata com um lindo pingente. – Isso é para afastar certos garotos. – Continuou David.
- Por quê? Está com ciúmes? Até que o Cedrico é bonitinho...
- Ah é? Então vá com ele. – Disse David quase saindo da cabine.
- Mas você é mais... – Disse Catherine puxando David, jogando-o no banco e ficando em cima devolvendo o beijo.
- Nossa! Não é à toa que gostei de você! – Disse David sorrindo.
***
Enquanto isso, Amber continuava a andar, até que chegou à cabine de Draco e viu Crabbe e Goyle.
- Crabbe! Goyle! – Disse ela, docemente, enquanto sorria. – Vaza! – Continuou ela, mudando seu tom de voz e sua expressão.
- Não, não iremos sair! – Disse os dois.
- Draco! – Disse Amber, tombando a cabeça para o lado.
- Saíam patetas, não preciso de vocês agora. – Draco atendeu.
- Hmpf! – E assim Crabbe e Goyle saíram.
- Dig... – Assim que ambos saíram, Amber pulou em cima de Draco e deu-lhe um beijo, antes que o mesmo pudesse completar o que ia dizer.
- Pronto! Agora lhe dei algo para pensar no verão. Até mais! – Disse Amber quase saindo da cabine.
- Espere! – Draco a puxou pelo braço e a encostou na porta da cabine, devolvendo o beijo.
- Sabe, Malfoy... Detesto perder. – Amber o beijou novamente.
- Eu também detesto perder! – Draco devolveu o beijo e assim ficaram por alguns instantes, até que...
- EU NÃO ACREDITO! Amber, que nojo, justo com ele? – Apareceu Emily, olhando as roupas amarrotadas de Draco e Amber, sem contar nos seus cabelos bagunçados.
- Estava demorando... – Resmungou Draco.
- Pois bem, vamos comprar meu sapo de chocolate! – Dizendo isso, Amber e Emily saíram de lá.
- Eu hein, esse trem tá muito amoroso para o meu gosto... Antes era Catherine, agora é você?
- Emily, cadê o Daniel?
- Ele me pediu para comprar um sapo de chocolate para ele.
- Emi, eu preciso te contar uma coisa. – Disse Amber séria.
- O quê?
- Starla está viva...
FIM?