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Encontrou algum erro? Only in summer
Escrito por Arissa | Revisado por Andressa
"- HARRY! - gritava - HARRY, DEVOLVA MEUS SAPATOS! - Sua voz falhou e eu conseguia ouvir sua respiração descompassada.
Nós corríamos no parque, eu com seus sapatos na minha mão e ela tentava, quase inútilmente, diminuir nossa distância e pegá-los. Alguns olhares são atraídos em direção a nós que parecíamos dois idiotas, mas pouco me importava.
- NÃO! - gargalhei - Venha me pegar, girafa! - Olhei para trás a vendo correr, os cabelos encaracolados voando para trás, a franja grudando na testa suada, um sorriso bobo estampado nos lábios rosados e a respiração ofegante fazendo seu peito subir e descer num ritmo descompassado. Linda de um jeito só dela e o jeito só dela, e ela, era só minha."
- Harry? - Zayn perguntou - Sei que tá difícil, cara… Mas daqui à 3 horas nós temos um show.
- É, cara. Você precisa se focar, talvez você se esq… - Niall tentou falar, mas eu o interrompi. Eu não queria esquecer, era a uma das únicas coisas que eu não queria.
- Tá, sem problemas, só me dêem 3 horas. - murmurei e levantei saindo daquela sala que parecia minúscula.
- Dud… - Ouvi a voz de Zayn, porém alguém deve ter o interrompido.
"Não sei por quanto tempo eu fiquei pensando, mas quando eu percebi, pulava em cima de mim e, como eu estava distraído, acabei desequilibrando e nós caímos, gargalhamos enquanto estávamos deitados, a cabeça dela sobre o meu peito.
- Peguei - murmurou sorrindo marotamente e eu não pude conter o meu sorriso. Eu gostava do sorriso dela, eu amava todos os sorrisos dela. - Eu não sou tão alta. - disse me tirando dos meus pensamentos.
- Hm… - murmurei fechando os olhos.
- É sério, Harry! - exclamou - Eu deveria ser mais baixa?
- Talvez. - digo, sentindo seu perfume.
Ela não era tão alta, só peguei o apelido por conta das amigas dela que eram mais baixas. Ela de salto gigante ficava do meu tamanho, alguns centímetros mais baixa.
- Harry, é sério? - mexia o tecido da minha camiseta, abri os olhos.
- Minha. - murmurei.
- Hãn? - Ela se levantou e me encarou.
- Não importa. - disse e ela sustentou meu olhar, ainda com dúvida. - Não importa se você for mais alta, mais baixa, mais gorda, mais magra; você ainda será para sempre, a minha . - Mexi em seu cabelo enquanto a encarava. Minha, era gay dizer que eu estava feliz só de falar que ela era minha?
Ela sorriu de lado e nossos lábios foram pressionados um contra o outro, um selinho fofo e apaixonado que logo deu passagem a um beijo com mais paixão, minhas mãos estavam enroladas em seus cabelos macios. Éramos apenas eu e ela, sem flashs, sem pessoas em volta, nada importava naquele momento, o beijo foi parando com pequenos selinhos.
- Eu agradeço a memória ruim da até hoje, por ter esquecido o endereço e parado no mesmo restaurante que você. - sorriu com nossos narizes colados."
E, de repente, meus gritos agonizantes estavam preenchendo o terraço vazio, lágrimas caíam desesperadamente e doía demais… Era como uma corda invisível apertando seu pescoço e a dor que parecia vir do coração, era apenas por perto. Eram coisas paradas na garganta, tudo acumulado, fazendo uma pressão enorme para sair. Eu parecia um bebê ridículo.
"- Eu atendo! - gritei para os caras que jogavam video-game - Oi! - sorri animado ao vê-la.
- Oi, Harry! - sorriu de um jeito dela. Nunca sei como explicar os sorrisos dela, são delas e fazem jus a ela, lindos.
- LITTLE ! - Niall gritou após cumprimentá-la e receber dos viados-viciados-em-mario-kart um “oi”.
E que porra de apelido era aquele?
- LITTLE NIALL! - Ela gritou aquele “apelido carinhoso” e eles se abraçaram… “Abraçaram”, eles quase tiveram um FILHO na minha frente! E se não fosse pela minha tosse forçada estariam ali ainda, eles se separaram, sentaram e NÃO deixaram um espaço pra mim.
- Niall, licença. - disse e o encarei.
- Ah, por quê? - me olhou - Senta do lado do Zayn. - Apontou para o moreno.
- Sai. - murmurei firme.
- Não, cara. Senta lá. - respondeu e voltou a conversar animadamente com que apenas olhou pra mim e deu de ombros. PORRA, PORRA!
Sentei do lado de Niall e encarei os dois, vou assassinar o Niall da pior forma possível: tirando seu precioso. Se ele tocar nela mais uma vez eu juro que vou lá interromper e colocar a moral. é minha, havia algum problema em entender isso? TOCOU! Ah meu Deus, DENOVO!
- Então. - Minha voz soou um pouco mais alta do que eu esperava, acabei gritando e assustando a todos - Ér… ? Joga comigo. - olhei para a TV onde o jogo de Liam e Louis havia terminado.
- Ok. - ela respondeu e nós nos sentamos lado a lado no tapete da sala com os controles nas mãos.”
De um certo modo, todos sabíamos que aquilo não duraria, quando eu conheci a soube que ela era uma viajante, ou melhor, caçadora de aventuras, como ela gostava de ser chamada. Ela não pararia num lugar só até conseguir viajar pelo mundo inteiro… Três meses foi o máximo, me sinto especial ao saber que o motivo dessa duração, fui eu.
As pessoas poderiam pensar que nossas vidas tinham ligações, porque uma vida de estrela pop teen, poderia ser facilmente relacionada a uma vida de uma “caçadora de aventuras”, seria… Pois os locais por onde a tour passaria, ela já havia passado e não passaria novamente.
"As gargalhadas fortes dos caras que me zoavam sobre o fato de eu estar perdendo para a , já estavam irritando e sendo humilhante demais, eu não conseguia ficar mais de 20 segundos na pista sem cair. Aquelas cores do arco-íris já estava me irritando também, tudo me irritava.
- , assim não tem graça! Pare de jogar um pouco, tire um cochilo pro Harry conseguir chegar a pelo menos alguns vários metros perto de você. - Louis tirava sarro com a minha cara e os dois fizeram Hi-5 gargalhando.
- Não tem graça, cansei. - disse e pausei o jogo.
- Coitado do meu amor. - Louis me abraçou.
- Perdeu. - murmurou e segurou a risada.
Me soltei do abraço gay de Louis, levantei e sai.
- Harry, meu amor! Volta! Não liga pra essa baranga, quando você tem a mim! Eu sou seu, Harry, todo seu! - Ouvi Louis gritando, enquanto eu caminhava para o quintal.
Deitei no gramado e olhei para o céu, pensando em tudo que aconteceu nesses últimos três meses quase completos, , a notícia da tour, tudo.
- O que foi isso, Harry?
- Nada. - respondi olhando-a parada com seu rosto em cima do meu.
- Sei.
- O que você conversava com o Niall? - sussurrei.
- Ele só queria o telefone da minha amiga. - respondeu. Céus, como eu era idiota! - Só isso?
Ela caminhou até o meu lado e se deitou, os braços cruzados sobre a barriga.
- Eu só… - murmurei e ela me olhou atentamente - Não gostei das brincadeiras deles. - eu disse e bufei, encarando as estrelas.
- Mas eles só estavam brincando. - a voz calma dela soou e ela também olhou para o céu.
- Eu também não gostei da… - comecei a falar e abaixei o tom de voz nas últimas palavras de um jeito que até eu não ouvi.
- O quê?! - exclamou.
- Eu. Não. Gostei. Da. Intimidade. Na. Relação. De. Vocês. - falei pausadamente para que ela entendesse e levantou no susto.
- O quê? - gritou.
- Você não sabe falar outra coisa? - respondi calmamente e ela gargalhou.
- VOCÊ ESTÁ COM CIÚMES! - Ela parecia admirada e o sorriso estava estampado nos lábios.
- Não tô.
- Tá.
- Não tô.
- Tá.
- Não tô.
- Tá.
- Não tô.
- Não tá.
- Tô… - murmurei e ela explodiu em risadas - Não, pera. Tá, chega. - puxei seu corpo e fiz com que a cabeça dela deitasse em meu peito.
- Bobão ciumento.
- Você é minha e não deles, você sabe disso. - murmurei e beijei sua testa. - Tudo é meu, até sua bunda. - apalpei sua bunda e ela me olhou espantada.
- HARRY! - exclamou brava. - Tenha modos.
- Parece minha mãe. - eu ri - Só estou mostrando que você é minha. - não contive a minha gargalhada ao vê-la ruborizar. Parecia um morango.
- Idiota.
- Tomate.
- Feio.
- Feia.
- Bobo.
- Boba.
- Ridículo.
- Ridícula.
- Gordo.
- Gorda.
- IDIOTA.
- Seu idiota.
- Cala a boca.
- Você me ama.
- Você também me ama.
- Eu só disse que você era minha, seu corpo é meu e eu também sou seu, como meu corpo também. - eu disse e ela ficou com mais vergonha.
- Então o Louis não é um perigo pra mim? - ela disse e gargalhou.
- Nem ferrando. - gargalhei junto e quando as risadas cessaram, um silêncio se instalou por alguns minutos.
- E pra que eu iria querer o seu corpo magrelo, branco e cheias de desenhos estranhos? - ela se pronunciou.
- Não humilha, dude. - murmurei.
- Você tem quatro mamilos, cara e uma borboleta afeminada na barriga… Já deveria estar acostumado com humilhações. - ela disse e gargalhou, revirei os olhos. - Eu te amo.
- Eu também te amo. - disse e olhei seus olhos castanhos escuros brilhantes."
Juro que naquela hora não havia entendido a intensidade daquelas palavras, nem muito menos o significado do extremo brilho nos olhos dela, mas a resposta foi tão sincera quanto os meus sentimentos. Eu não percebi que depois daquilo, as palavras seriam um pouco realistas demais, machucantes… Porque até aquele momento nós éramos sonhadores, que não pensava que tudo aquilo acabaria em pouco tempo… Éramos apenas sonhadores de verão.
"Nós encarávamos o céu num silêncio reconfortante e nada irritante apenas respirando e olhando os pontos brancos brilhante, na imensidão azul bem escura.
- Eu gosto do céu. - murmurei.
- Eu também gosto dele, tenho a leve impressão que é ele que junta as pessoas. - ela murmurou e respirou fundo.
- Como assim? - perguntei e acariciei seus cabelos.
- Ele me faz lembrar de quem eu sinto falta e me faz pensar que nós estamos juntos. - olhou para mim e sorriu, aproveitando o carinho.
- Continue, é interessante.
- As pessoas olham pro mesmo céu… Não é como a terra, nós estamos pisando na mesma, porém são continentes diferentes, se eu estiver na América e você aqui, na Europa, nós não conseguimos ver facilmente a junção dos continentes. - Ela mexeu na grama, rancando um pouco. - A água? Nem em todos os lugares tem um mar, na cidade por exemplo e não é a mesma água, tem oceanos, lagos e mares diferentes… - ela inspirou e olhou para cima. - Já o céu é só um, é mais simples, você olha e a pessoa olha também, vocês estão juntos olhando. - Ela disse calma e eu me apaixonei pela sua teoria, eu me apaixonei por tudo nela, entretanto havia algo que a estava preocupando.
- O que foi? - perguntei, meu nariz encostado na sua cabeça.
- O Céu é o que vai nos juntar, Harry… - ela sussurrou - Mas nós podemos nos falar também…
- O quê? Como assim? - arqueei as sobrancelhas.
- Harry, você sabe que dia é hoje? - ela disse e me encarou prestes a chorar, senti uma pontada forte no peito e a apertei mais forte… nunca era daquele tipo de garota que chorava facilmente, mas seus olhos estavam bastante vermelhos e era visível que ela segurava o choro.
- 20 de setembro. - murmurei e como num estalo lembrei.
As temperaturas caíam, não era mais um verão, não era mais o NOSSO verão. A turnê começaria em 3 dias, ela viajaria em 3 dias, o fim oficial do verão, o começo oficial de uma nova fase… Outono, eu nunca te odiei tanto… Ouvi soluços altos e olhei para , ela chorava compulsivamente… Aperteimais ainda seu corpo contra o meu, em um abraço reconfortante.
E nós ficamos ali, por um bom tempo, nos abraçando e num silêncio, tínhamos a impressão que se falássemos começaríamos a chorar novamente, eu não queria chorar, ela não precisava de eu chorando, só precisava de mim.”
- Harry? - Louis interrompeu meus pensamentos.
- Sim. - murmurei escondendo meu rosto.
- Só temos mais meia hora. - sussurrou.
- Está bem…
- Harry, tem certeza que você quer fazer isso? - ele me perguntou.
- Tenho, Louis. - fechei os olhos que ardiam.
- Sei que dói, Harry… - Liam apareceu atrás de Louis, mas este o interrompeu.
Que coisa! Eu já havia entendido, não era preciso ficar lembrando, eu já havia me conformado, só estava mal, só isso. Acabou.
- Dude, ele sabe, não precisa lembrar. - Louis disse.
Louis tinha uma ligação comigo, era inegável, não que eu não gostasse dos outros caras, mas é que o Louis e eu tínhamos uma amizade mais forte, ele me entendia.
- Só mais meia hora. - murmurei e eles saíram.
- Ah, Harry só uma coisa… - Liam disse e eu o olhei - Ela está aqui.
- Eu sei… Ela me disse que estaria, ela prometeu. - sorri de lado.
"Ela estava na minha frente, indo de um lado pro outro no quarto do hotel, arrumando as malas, o choro estava entalado na garganta e eu podia afirmar que meus olhos estavam vermelhos e úmidos. Engoli em seco fazendo minha garganta arranhar, minha memória queria me desmoronar, me fazendo lembrar de tudo.
- É isso, Harry… - tirou sua mala fechada da cama e levantou ficando na minha frente, ela fungava, seu nariz vermelho e olhos um pouco inchados. - Eu prometo que vou ligar, que vou escrever, que vou mandar sinal de fumaça… - ela dizia olhando pra baixo e um sorriso nos lábios.
- Só me prometa que irá hoje. - sorri e limpei suas lágrimas. - Só me prometa que vai lá e vai assistir a primeira música. - acariciei a sua bochecha, depois coloquei minha mão na nuca dela e beijei sua testa, ela levantou um pouco e nossos lábios foram encostados em um selinho carinhoso.
- Eu prometo.
Nos beijamos.”
- Vamos, caras. - entrei na sala já pronto.
Eles me olharam sorrindo e me apoiando, nos abraçamos e nos posicionamos. O palco subiu e os gritos começaram, olhei para o local, procurando um olhar, que encontrei bem na frente do palco, ela murmurou um oi e acenou.
- Quem nunca quis ter um amor, ou melhor, um amor de verão? - perguntei quando os gritos diminuíram, mas quando terminei a pergunta, os gritos ficaram mais fortes, como se elas confirmassem, elas pararam novamente para que eu continuasse - Eu sempre quis ter, podem me chamar de gay, eu deixo… - elas gritaram um aw e me olhava atentamente - Mas o que eu nunca pensei, é que um amor de verão, acaba no verão.
sorriu de lado, ela usava um vestido preto e confortável e seus inseparáveis All Star preto de cano médio nos pés, linda, tinha uma mochila nas costas, uma mala ao lado e uma bolsa enorme no braço. As garotas gritavam no fundo, mas eu não prestei muita atenção.
- Hoje começa um momento especial na minha vida, a nossa turnê, mas também acaba um outro momento, esse foi o melhor verão da minha vida. E eu to me controlando para não tornar isso tudo mais difícil, estou tentando olhar nos olhos dela e deixá-la ir, mas antes que isso aconteça, quero que ela me faça um favor. - A visão começava a ficar turva por causa das lágrimas, mas eu precisava me manter firme, ela me olhava sorrindo e acenou a cabeça num “sim”, agradeço mentalmente por ela não estar chorando naquele momento, seria terrível, eu não aguentaria. - Você não precisa prometer que vai ligar todos os dias, ou achar um jeito de se comunicar… Só me prometa, por favor, que nunca vai esquecer de tudo o que vivemos, de tudo o que sentimos, porque eu nunca vou esquecer que eu pude ter a melhor garota no verão, minha . - sorri e ela também, as lágrimas rolavam pela sua bochecha vermelha e ela mordeu os lábios.
A introdução de Summer Love começou a tocar e ela abraçou seu corpo… Pequena girafa, minha pequena girafa.
Tryin so hard not to cry
Had the best time and now its the worst time
But we have to say goodbye
Você foi minha, você me ensinou o significado das palavras “pequeno infinito” e eu só tenho a agradecer por você ter me proporcionado os melhores momentos da minha vida. Quando Zayn terminou de cantar, eu comecei…
Don’t promise that you’ll call
Just promise that you won’t forget we had it all
Eu não fui em direção a ela, não queria correr o risco de não deixá-la partir, não podia abraçá-la e tornar tudo impossível.
Now we know its nearly over
Feels like snow in September
But I always will remember
You were my Summer love
You always will be my Summer love
Uma neve em setembro, uma adorável neve em setembro, eu iria lembrar, eu prometo. Um começo e um final, gelada e linda. Um fenômeno, um momento, que eu lembraria pra sempre.
If we could find some place to hide
Make the last time just like the first time
Push a button and rewind
As pessoas olhavam para nós, milhares de pessoas e eu só queria eu e ela, só queria voltar um pouco no tempo.
Don’t look at me that way
Just promise you’ll remember
When the sky is grey
Now we know its nearly over
Feels like snow in September
But I always will remember
You were my Summer love
You always will be my Summer love
We can’t take this any farther
And I know there’s nothin that I wanna change, change
Now we know its nearly over
Feels like snow in September
But I always will remember
You were my Summer love
You always will be my Summer love
Quando abri os olhos novamente, encontrei um único cartaz levantado, olhei quem segurava e era …
"I always will remember, my Summer Love.", estava escrito e ela chorava com um sorriso no rosto.
- Eu te amo, sempre lembrarei também. - murmurei e apontei pro céu.
- Eu te amo também. - sussurrou e imitou meu gesto.
Então, ela jogou o cartaz no palco, sorriu, se virou e foi embora.
FIM
Nota: Ér... Obrigada! E é isso ai. Aceito sugestões, críticas e elogios! Beijos.