Once Upon a Time in Grey's Anatomy

Escrito por Queen B | Revisado por Mariana

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  - Quero te levar para um lugar. – murmurou assim que desceu da van da equipe, logo depois dele. A garota arqueou as sobrancelhas, sem entender para onde diabos ele ia querer leva-la depois de quase três horas na estrada de Malibu para Hollywood.
  O único lugar que estava pensando em visitar era sua cama. Talvez o chuveiro, mas ainda estava tentando decidir quanto a real necessidade desse último. Até que estava bem limpinha, afinal.
  - Para casa? – Ela perguntou, piscando várias vezes para o garoto, que riu e fez que não, pegando sua mão. fez uma careta, como se estivesse muito chateada, mesmo que não fosse verdade.
  - Depois.
  - ... – Reclamou enquanto ele lhe arrastava para longe da van, numa direção completamente desconhecida para ela, mas aquilo não era novidade. Aquela emissora era enorme e ela não conhecia nenhum terço dela. – Eu quero ir para casa. – Fez bico, como uma criança e parou para roubar lhe um selinho, não conseguindo se conter.
  - Por mais bonitinha que você fique assim, vou ter que negar seu pedido, princesa. – Provocou e ela grunhiu outro resmungo, que ele ignorou, voltando a andar sem soltar sua mão. – Vamos, você vai gostar.
  - Prometo que não vou. – Ela retrucou por implicância, mas continuou andando.
   tinha ciência que estava cansada, ele próprio estava e não precisava fazer muito além de gravar algumas falas aqui e ali. simplesmente não parava, estava sempre indo de um lado para o outro e fazendo alguma coisa. Ele sabia que também que ela gostava, que o trabalho era um sonho para a garota, mas sem sombra de dúvidas era cansativo.
  O que ele planejava mostrar para ela, no entanto, com certeza valia a pena.

   ficou entediada depois de não conseguir, de jeito nenhum, convencer a contar para onde estava lhe arrastando e começou a contar a quantidade de passos que precisaria dar até chegarem, seja lá onde estavam indo.
  Estava no duzentos e oitenta e oito quando parou de repente, lhe assustando.
  - Ai! – Reclamou, já que bateu o rosto nas costas do garoto, que olhou por sob o ombro para ela, arqueando as sobrancelhas. lhe mostrou a língua, fazendo sinal para que ele andasse logo ao em vez de cair na provocação. – É aqui? – Perguntou, vendo que estavam de cara com uma porta de vidro, uma porta na qual ela não prestou muita atenção até dar espaço para que ela passasse em sua frente. – O que é isso? – Ela perguntou, confusa, dando um passo à frente e observou enquanto ela se aproximava da porta, só então vendo o adesivo com o nome da série que era gravada naquela parte da emissora grudado a porta.
  Grey’s Anatomy.
  - Quer entrar? – Ele perguntou, divertido, quando não reagiu, precisando reler o nome duzentos e oitenta e oito vezes e, mesmo assim, em duvida que lera certo.
  - Não estamos mesmo no set da série, estamos? – Ela perguntou, quase chorando ao desviar o olhar da porta para , que riu.
  Ela era, definitivamente, a coisa mais linda que ele já vira.
  Não era como se o garoto sentasse e imaginasse que tipo de garota, um dia, namoraria, mas , estava fora do alcance da imaginação de qualquer uma e ele adorava aquilo. Adorava que ela fosse tão única, que se emocionasse com coisas como o set de sua série favorita e suas paixões fossem tão palpáveis. E ele nem achava que ela percebia como aquelas coisas lhe deixavam tão completamente maravilhosa aos olhos dele.
  - Vem, vamos entrar. – Tirou a mão da garota da porta suavemente para abrir ele mesmo em seguida, a chamando para dentro e o fez, sentindo o coração acelerar. Estava tudo silencioso e ela não teve coragem de falar nada também, olhando em volta enquanto lhe guiava por entre os corredores, sem querer perder nada. – Nem todas as cenas são gravadas aqui, já que, bem, você deve saber que a série se passa em Seattle... – Ele parou para rir quando assentiu, ciente daquilo. É claro que ela sabia. – Céus, você é incrível. – Ele riu, puxando a garota para seus braços e lhe abraçando e ela riu em seus braços, escondendo o rosto em seu peito, sem saber por que exatamente era incrível. – Vem, acho que é aqui que a gente entra. – Ele se afastou para virar o corredor e arqueou, desconfiada, as sobrancelhas para ele.
  - Você acha? – Riu e ele riu também, dando de ombros.
  - Você é que é fã da série, não eu.
  - Ei, isso não é justo, eu nem sabia que ela era gravada aqui! – A garota reclamou, ofendida e ele riu, lhe puxando para o corredor que dava para uma sala mais ampla, onde havia um cenário montado. Um cenário que conhecia muito bem e ela parou, ficando sem ação pela segunda vez num intervalo muito curto de tempo.
  Estava no cenário da série, praticamente oficialmente dentro do universo de Grey’s Anatomy. Céus.
  - Familiar? – perguntou, lhe abraçando de lado, completamente orgulhoso de ter deixado a garota tão boba, os olhos praticamente brilhando enquanto olhava em volta, reconhecendo cada pequeno item do cenário.
  Céus, como amava aquela série. Como amava os personagens, o roteiro, a fotografia, como amava .
  - Vem aqui. – Ela chamou, de repente, puxando consigo para onde ficava o balcão da recepção do hospital, onde já vira inúmeras vezes Cristina Yang e Meredith Grey com seus diálogos igualmente inteligentes e cativantes enquanto preenchiam seus prontuários. – Você não faz ideia da quantidade de cenas que o que é hoje considerada a maior e mais bonita amizade nas séries de drama da TV gravou aqui. Bem nesse ponto. – Ela falou e riu verdadeiramente de suas palavras, assentindo, como se cedesse.
  - Eu, de fato, não tenho. – Concordou e ela riu, olhando para ele com o mesmo brilho nos olhos, o mesmo brilho que tomara suas íris conforme ela reconhecia o cenário a apenas alguns segundos. se sentiu aquecido de um jeito que nem sabia que era possível por isso.
  O sentimento estava cada vez mais fundo dentro dele e era impossível parar, ele notava isso agora. Notava encarando seu rosto e se apaixonando, de novo e de novo, por cada detalhe nele. Ele nunca sentira aquilo na vida, nada tão forte e tão bom ao mesmo tempo e, se não fosse ela, se ela não fosse exatamente como era, com certeza, acharia que estava na pior, que aquele sentimento era, no mínimo, loucura e perigoso.
  Mas era ela. Era ela e ele não precisava de cura, ia só continuar viciado, o quanto pudesse aguentar e, céus, esperava que pudesse aguentar para sempre.
  - Vamos ver o resto. – murmurou, dando as costas e ele enquanto seguia sozinha para a sala de espera do hospital, que era adjacente ao ponto que estavam e começou a lhe seguir, porém parou no instante seguinte quando , sem querer, derrubou um vaso de flores, levando a mão na borra e arregalando os olhos com o susto. – Ai, meu Deus. – Sussurrou, de maneira incompreensível já que a mão ainda estava na frente da boca e mordeu o lábio para não rir, balançando a cabeça, enquanto se abaixava desesperada para pegar os cacos do vaso de porcelana que quebrara. Aquilo mal era notável nas cenas, era só um vaso de flores que ficava no fundo da sala de espera e podia ser facilmente substituído, mas era bem obvio que, para , acabara de dar início ao apocalipse. – Ai, meu Deus, ! – Ela gritou, virando desesperada para encarar o garoto.
  Ele balançou a cabeça, como se dissesse que não sabia como ajudar enquanto tentava não rir e imitou sem notar que o fazia, prestes a chorar enquanto desviava novamente o olhar para os cacos em sua mão.
  - Ai, meu Deus, olha o que eu fiz! – Reclamou, fungando. – Imagina se criticam a série por causa do cenário, ? Se falarem, que, sei lá, falta a porra de um vaso de flores! – Praticamente gritou, desesperada e riu verdadeiramente ao ouvir, sem conseguir mais se conter. ignorou, balançando várias vezes a cabeça. – Você nunca devia ter me trazido aqui. – Chorou e ele balançou a cabeça, ainda rindo antes de seguir até ela, lhe ajudando a levantar.
  - , tudo bem, ninguém vai nem dar falta disso. – Consolou e ela arregalou os olhos, lhe encarando como se ele houvesse acabado de soltar o maior absurdo da história do cinema no mundo.
  - Eu, com certeza, iria! – Ela exclamou, revoltada e ele riu.
  - Vai, joga isso fora. – Tirou os cacos da mão dela, jogando na lixeira mais próxima e ela encarou sem falar nada enquanto ele o fazia, voltando-se para ela em seguida. – Viu? Esquecido.
  - Me sinto péssima. – Resmungou e ele riu, sem leva-la a sério antes de estender a mão em sua direção.
  - Vem, vamos continuar.
  - Você devia é me tirar daqui. – Ela resmungou, mas aceitou sua mão ainda assim. Não achava que era realmente capaz de se recusar, afinal e lhe arrastou pelo cenário do hospital, parando, no entanto, quando ela o fez, abrindo a porta da sala com a placa: On Call Room. A sala destinada aos médicos em plantão, que não dispunha de muita coisa além de uma cama.
  - Muitas cenas da amizade mais bonita, incrível e sei lá o que mais dos seriados de drama foram gravadas aqui também? – provocou quando entraram e olhou feio para ele pela piada.
  - É feio brincar com a série favorita dos outros. – Avisou e ele riu.
  - Achei que TL era sua série favorita. – Devolveu e ela deu de ombros.
  - Às vezes. – Disse, como se aquilo fizesse algum sentido e riu, dando de ombros enquanto olhava em volta, passando pela garota e se jogando na cama, surpreendendo confortável para um cenário e não um móvel de casa de verdade, mas bem, Grey’s Anatomy era uma série de muito sucesso. Um luxo ou outro não fazia mal a ninguém.
  - O que foi? – Ele perguntou, vendo morder o lábio e corar, como quem estava pensando em algo que não devia e a pergunta fez a garota corar mais. riu, se sentando na cama. – O que é? – Repetiu, curioso.
  - Eles gravam muitas cenas, hm, adultas aqui. – Ela explicou, sem graça, ao se sentar ao lado do garoto, que riu de suas palavras, mordendo o lábio para não o fazer por tempo demais ou sabia que ia fugir. Conhecia todas as manias e trejeitos dela, afinal.
  - Adultas? – Provocou e lhe mostrou a língua em resposta, então ele riu, roubando um beijo em sua bochecha, que já queimava graças a vergonha. O toque dos lábios dele em sua pele não ajudou muito a melhorar as coisas e, como se soubesse disso, riu baixo outra vez. – ? – Chamou baixinho e ela virou, constrangida, para lhe encarar. – Não acho que consigo mais ficar longe de você. – Confessou, com os olhos nos da garota, que sentiu o coração martelar com força no peito em resposta, engolindo em seco sem conseguir falar nada, mas, bem falar era um mecanismo avançado demais para quem não lembrava nem mesmo o próprio nome. – E o maior motivo disso é o jeito que eu me sinto, sabe? Com você tudo é diferente. – Ele murmurou, soltando o ar antes de desviar o olhar para seus pés, próximos. – Eu estou viciado no sentimento e é muito louco porque eu nunca senti nada parecido antes. Não existe sequer uma pessoa no mundo como você e eu sinto como se tivesse que agradecer o tempo todo por ter o privilégio de te ter por perto. – Confessou e teve certeza que se estivesse na TPM estaria, sem sombra de dúvidas, chorando agora. Por sorte, conseguiu se controlar, encarando certa que se havia alguém privilegiado ali esse alguém era ela. Quer dizer, era só olhar para ele. Não havia ninguém com traços mais perfeitos e gestos mais doces, ninguém mais puro e ela nem ligava para a ironia da escolha de palavras. O coração dele merecia sim aquele adjetivo.
  - Eu estou tão apaixonada por você agora. – Ela murmurou, balançando a cabeça como se estivesse chocada com a constatação, mesmo que não fosse a primeira vez que constatasse isso. Talvez finalmente estivesse sendo pega pela intensidade do sentimento, não sabia, mas céus, estava apaixonada demais por ele.
   sorriu, inclinando o rosto em sua direção e fechou os olhos quando sentiu sua respiração contra a própria pele, segurando em seu braço quando os lábios do garoto tocaram os seus, abrindo em seguida a boca para que ele aprofundasse o beijo, sentindo o corpo inteiro esquentar conforme suas línguas se moviam juntas. não sabia e achava que nunca saberia explicar o que era aquilo que sentia quando lhe beijava, mas adorava e achava que a melhor parte era justamente aquilo. Os pensamentos sumiam e ela não precisava explicar nada, não precisava se preocupar com nada porque já estava aproveitando a melhor sensação que conhecia.
   juntou os cabelos de num bolo e deslizou a outra mão até sua cintura, segurando-a enquanto saboreava o gosto dos lábios da garota, doces demais, viciantes demais e tinha certeza que nunca provara boca melhor e sequer tinha interesse em provar. Não precisava de mais nada quando estava com ela, puxando-a para seu colo sem realmente pensar muito, sentindo apenas como se precisasse dela perto, de seus corpos juntos, o calor de um se misturando ao calor do outro e não reclamou também, passando as pernas ao redor de seu corpo enquanto sentia tudo nela esquentar, entregue a ele.
  - E eu me sinto um pouco como se estivesse chapado toda vez que penso que você está apaixonada por mim também. – riu contra a boca da garota quando se afastaram e ela riu também, mesmo nunca tendo estado chapada. Bêbada, porém, ela sabia como era. A sensação misturava liberdade e alegria inexplicável e, bem, ela podia mesmo relacionar aquilo a . Talvez o entendesse melhor do que imaginara, afinal.
  - Acho que eu sei como é. – Ela riu novamente e lhe roubou outro, breve, beijo, antes de tirá-la cuidadosamente do colo.
  - Vem, ainda tem muita coisa para você conhecer. – Ele estendeu a mão para ela, que aceitou mesmo que, de repente, o hospital sequer fosse um terço da maravilha de antes, completamente ofuscado por e a magnitude do sentimento que a garota tinha por ele.
  - Tenho certeza que já conheci a melhor parte. – Sussurrou, para si mesma e, alheio a suas palavras, lhe guiou pelos corredores do set.

  A galeria onde os médicos costumavam ficar para assistir cirurgias feitas por seus colegas funcionava mais ou menos como galerias em hospitais da vida real mesmo. Era uma sala no alto com pontos estratégicos para a equipe filmar as cenas, muito maior do que parecia na TV, como todos os cenários em todas as cenas possíveis de todo material audiovisual possível, é claro.
  Ao se sentar ali, nas cadeiras onde estava acostumada a ver seus personagens favoritos pela TV, se deu conta do poder que o cinema tinha, e, mais ainda, da paixão que sentia pelo que decidira fazer da vida.
  - Está chorando? – perguntou, sem acreditar no que seus olhos lhe mostravam ao se sentar ao lado da garota, que estava com os olhos cheios d’água, embora nem ela soubesse exatamente porque e a garota riu ao se dar conta disso.
  - Eu nasci para isso. – Ela murmurou, balançando a cabeça afirmativamente e esperou que ela continuasse. virou para encará-lo e sorriu. – Minha vida sempre foi isso, . Sempre foram os filmes, os livros, as histórias e, seja lá o que isso pareça, a verdade é que eu cresci assim. Eu aprendi tudo que em que realmente acredito lendo, assistindo e, caramba, é isso que eu quero fazer. É isso que eu nasci para fazer. Eu quero fazer as pessoas sentirem o que eu sinto e sentar aqui, estar aqui, é como se estivesse mais claro do que nunca, sabe? Como se eu precisasse desse momento sem nem imaginar que precisava e, caramba, como eu estou agradecida a você por me trazer aqui. – Ela confessou e sorriu, sentindo-se outra vez completamente hipnotizado por ela e por todos os detalhes que a transformavam em quem era.
  O tamanho da paixão que ela sentia e demonstrava pelas coisas que gostava e acreditava, em especial, era algo que não via o tempo todo, não na vida real e muito menos em Hollywood e, caramba, Hollywood definitivamente precisava de alguém como . Ele precisava.
  - Sempre que precisar. – Falou, sem imaginar que houvesse alguma outra coisa que pudesse dizer a ela naquele momento. Nada que realmente expressasse o tamanho de tudo que ela lhe fazia sentir só por ser quem era.
   sorriu, deitando a cabeça em seu ombro devagar, sentindo-se acolhida por suas palavras de um jeito que nem sequer entendia, acreditando nelas como se fossem um mantra, porque não conseguia se lembrar de uma sensação melhor que a de ter ao seu lado, de confiar nele e lhe abraçou de lado, encostando a cabeça na sua também.
  - Obrigada. – Ela sussurrou baixinho e ele não falou mais nada, sabendo que não precisava. Era ele quem se sentia agradecido, agradecido pela sensação de poder tê-la em seus braços e sentir que estava tudo bem, enfim, agradecido por ela.

FIM



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