O Jogo de Senet
Escrito por Safira | Revisado por Lelen
Capitulo 1 – A Fuga de Moises
A luz dourada do amanhecer infiltrava-se através das palmeiras, iluminando as ruínas das antigas construções egípcias. Ramsés, Moisés e Ahmira costumavam correr por ali, brincando e sonhando com o futuro. Eram inseparáveis, unidos por laços que pareciam mais fortes que a própria história. Mas a paz que compartilhavam fora abruptamente interrompida por um ato de desespero. Moisés, tomado pela indignação e pela dor, cometeu um crime que mudaria o destino de todos eles.
“Por que você fez isso, Moisés?” A voz de Ramsés ecoava na memória de Ahmira. Ela se lembrava da angústia nos olhos do amigo quando descobriram o que havia acontecido. “Nós éramos irmãos! Como pôde deixar que tanta raiva dominasse você?”
Moisés olhou para o chão, seus olhos cheios de remorso e confusão. “Eu não sabia o que fazer, Ramsés. Ele estava maltratando um hebreu. Não pude ficar parado…” Sua voz estava carregada de dor. Antes que pudesse terminar a frase, viu os soldados se aproximando. Sem escolhas, ele fugiu, deixando para trás não apenas seu lar, mas também os amigos que tanto amava.
Os dias passaram lentamente, e a solidão de Ahmira se tornou quase insuportável. Ramsés estava agora diante de uma nova realidade: o faraó decidira que ele deveria se casar com Ahmira, uma união que, para muitos, simbolizaria a força da dinastia. Mas para ele, essa não era a celebração de um amor, mas sim um lembrete constante da ausência de Moisés.
“Ramsés, você realmente acha que pode ser feliz ao lado de alguém que não ama?” Ahmira questionou certa tarde, enquanto observavam o Nilo fluir calmamente. Ela podia ver a luta em seu olhar, e a tristeza lhe apertava o coração. “Sinto falta de Moisés, e você?”
Ramsés respirou fundo, o peso da responsabilidade sobre seus ombros parecia cada vez mais insuportável. “Eu sinto falta dele todos os dias, Ahmira. Mas o que podemos fazer? O faraó não nos dará escolha. Devemos cumprir nosso destino.” A dor na voz dele era palpável, e Ahmira sabia que ela também enfrentava um futuro que não havia escolhido.
“E se ele voltar?” A esperança, embora tênue, ainda ardia no coração de Ahmira. “E se ele encontrar um jeito de voltar para nós?”
Ramsés olhou para ela, os olhos brilhando com um misto de esperança e receio. “Então teremos que decidir o que realmente queremos.” E assim, sob o calor do deserto e com o destino entrelaçado em suas vidas, a história deles começava a se desdobrar, marcada por amor, traição e a busca pela liberdade.
— ... É com prazer eu anuncio a união entre o novo faraó Ramsés, futuro herdeiro de Ptá, com Ahmira, a filha do sacerdote dos egípcios — disse o sumo-sacerdote. — E assim os declaro marido e mulher.
Finalmente era a noite de núpcias. Ramsés e Ahmira finalmente haviam se casado. Ramsés selou seus lábios nos de Ahmira, começando a beijar ela. Seus lábios se tocavam e as suas línguas exploravam uma a outra e Ramsés deitou Ahmira na cama e ele entrou a ela. Após algumas semanas, a rainha do Egito, Ahmira revelou sua primeira gravidez. Após nove meses, ela deu à luz Pareherwemef. No ano seguinte, deu à luz Nebettawy e Khamuest. Depois disso teve Merenptah no quarto ano do reinado de Ramsés. No quinto ano de Ramsés, o faraó do Egito, deu à luz a Takhat. Depois disso Ahmira parou de engravidar.
— O faraó precisa arranjar uma segunda esposa — disse o sumo sacerdote. — Os hebreus estão em constante crescente, eles um dia podem se rebelar ao faraó.
— Eles nunca ousariam — disse Ramsés.
— Meu pai está certo, Ramsés, eles têm crescido em grande acrescência — disse Ahmira. — Talvez seja certo termos uma segunda esposa para o faraó para que ele gere mais herdeiros.
— Quem poderia ser a escolhida? — perguntou Ramsés.
— Neferet, a princesa edomita — disse o sumo sacerdote.
— Se é pelo bem do reino — disse Ramsés.
Capitulo 2 – Neferet, a Segunda Esposa Real
— ... Essa é a princesa Neferet vinda diretamente de Edom — disse um guarda anunciando a mulher. A princesa sorriu graciosamente para Ramsés que a conduziu para uma visita no palácio.
Ramsés tentava impressionar Neferet, tentando ser cordial e educado, mostrando o palácio para ela. Neferet aos poucos se acostumara com o local. Era um lugar bonito de se ver. Neferet e Ramsés se casaram, mas Ramsés ainda não havia cumprido uma lua com Neferet. Foi assim que Neferet passou a cuidar da princesa Takhat como se fosse sua própria filha, já que Ahmira passava o tempo ajudando Ramsés com assuntos políticos do Egito. Ramsés oprimia cada vez mais os hebreus. Ele forçava eles a trabalharem cada vez mais, forçando-os sob seu julgo pesado. E assim, Ramsés cumpriu algumas luas com Neferet.
— Não ache que eu vou te amar, meu coração pertence a Ahmira — disse Ramsés.
— Eu compreendo, faraó — disse Neferet. – Mas me sinto honrada em ser sua segunda esposa real.
Neferet é conduzida a sala real onde conhece Ahmira a rainha de Ramsés.
ALGUM TEMPO DEPOIS...
O sol se erguia no horizonte, lançando raios dourados sobre o palácio de Ramsés, que reluzia em meio à cidade de Tebas. Ahmira, a rainha sábia e astuta, observava a cena pela janela de seu aposento. Ela sabia que, nos corredores do poder, cada movimento era uma jogada no tabuleiro das intrigas. Ao seu lado, Neferet, a rainha jovem e ardente, mal conseguia conter a ansiedade.
— Ahmira, não posso acreditar que você realmente irá apresentar Kepri a Ramsés — exclamou Neferet, girando sua pulseira de ouro nervosamente. — E se ele se interessar por ela?
— Precisamos nos lembrar de que nós somos as rainhas de seu coração e de seu império. Kepri é apenas uma peoa neste jogo — respondeu Ahmira, com um olhar firme e decidido. — Além disso, sua beleza e juventude podem ser úteis para nós. Atraí-la para nosso lado é essencial.
Enquanto conversavam, uma criada entrou sem bater. Suas vestes simples contrastavam com a opulência do ambiente.
— Majestades, Kepri chegou. — A criada fez uma reverência, mas não pôde esconder o brilho de excitação nos olhos.
— Traga-a — ordenou Ahmira, sua voz cortante como uma lâmina — precisamos avaliá-la.
Em instantes, Kepri surgiu, sua beleza era quase ofuscante, com cabelos negros como a noite e olhos que pareciam refletir o próprio Nilo. Ahmira a observou com um olhar crítico, enquanto Neferet se manteve à distância, nervosa.
— Bem-vinda, Kepri — Ahmira começou, com um sorriso que não chegava aos olhos. — Você está ciente do papel que desempenhará no nosso reino?
Kepri, com um leve tremor na voz, respondeu:
— Sim, Majestade. Estou aqui para servir o faraó e trazer alegria ao seu coração.
— É importante que você não se esqueça de nosso lugar — Neferet interveio, a ansiedade a levando a um tom mais ríspido. — Você precisará entender que nossa posição deve ser respeitada.
A atmosfera tornou-se tensa e Kepri, percebendo a rivalidade subjacente, tentou manter a calma.
— Eu não tenho intenção de ofender. Somente desejo fazer o que é melhor para o faraó e para o Egito.
Ahmira sorriu novamente, mas desta vez, havia um tom de malícia em seus lábios.
— Muito bem, Kepri. Lembre-se de que este palácio é um labirinto de alianças e traições. O faraó pode conceder favores, mas aqueles que não se jogarem em suas graças podem rapidamente se tornar poeira na história.
Neferet não conseguia conter a inquietação que a consumia. Suas mãos se cerraram em punhos, e em um momento de desespero, ela decidiu se abrir com Ahmira.
— O que você faria se Ramsés ficasse encantado por ela? Eu não posso perder o que construímos até agora.
Ahmira, percebendo a vulnerabilidade da jovem rainha, respondeu com uma calma calculada.
— Se isso acontecer, precisamos ser rápidas. A força de uma rainha não está apenas em sua beleza, mas em sua habilidade de manobrar as circunstâncias a seu favor. Não podemos permitir que o amor de Ramsés nos enfraqueça.
As duas rainhas, então, se entreolharam, unidas por um objetivo comum, mas divididas por um abismo de desconfiança. E assim, enquanto o dia se desenrolava, a sombra de um novo conflito começava a se formar no palácio, onde o amor, a ambição e a traição dançavam uma valsa perigosa sob os olhos atentos do faraó.
O jogo de poder estava apenas começando, e em Tebas, o eco das conversas sussurradas nas sombras tornava-se cada vez mais intenso.
Capitulo 3 – O Retorno de Moisés
— Grávida? — perguntou Ramsés a Neferet acariciando sua barriga. — Está esperando nosso primeiro filho? — perguntou novamente.
— Sim, meu faraó nosso primeiro herdeiro — disse Neferet.
— Eu já tenho alguns filhos, mas fico feliz em saber que virá mais um. Como faraó tenho que ter herdeiros, muitos herdeiros — disse Ramsés.
— Você terá, meu marido — prometeu Neferet.
Naqueles dias, Moisés, acompanhado de seu irmão Arão, voltava ao Egito para libertar os hebreus da escravidão. Moisés chegou a casa de sua família, Anrão, Joquebede e anunciou que era o libertador dos hebreus. Moisés agora com a missão de libertar o povo hebreu do Egito falava com o povo juntamente a seu irmão, Arão. E foi assim, que Moisés se pronunciou ao faraó:
— Vim pedir-lhe que liberte os hebreus para que possamos prestar culto a nosso Deus no deserto — disse Moisés.
— Por que não desiste e volta ao Egito, Moisés, ainda há muitas coisas boas aqui — disse Ramsés.
— Eu vim através de Deus para que o faraó liberte os hebreus da escravidão no Egito, para prestar um culto a Deus.
— Eu não permito — disse o faraó firme.
— Pois então, haverá a primeira praga do Egito — disse Moisés.
E as águas se converteram em sangue.
Todos os egípcios viram aquilo chocados. Toda a água que bebiam ou buscavam, exceto as da casa dos hebreus, se vertiam em sangue.
— Pai, não serias melhor ceder ao príncipe? — perguntou a pequena Takhat de apenas cinco anos.
— E o que uma princesa criança pode entender de politica — disse Ramsés.
— Talvez Takhat tenha razão, para essa praga cessar, poderia ser melhor fingir que libertamos os hebreus — disse Neferet.
— É uma boa ideia — concordou Ramsés.
Ao fim do dia, mandou chamar Moisés que acabou com a primeira praga. Mas a segunda veio logo em seguida, as rãs começaram a invadir o Egito afligindo os egípcios, mas fortalecendo os hebreus. Ramsés novamente orou aos hebreus, mas Deus endureceu seu coração para que novamente não deixasse o povo hebreu partir. Após várias pragas, veio a última, dos primogênitos, e após ela Ramsés deixou o povo hebreu partir. Neferet que estava com uma barriga de sete meses de gravidez, decidiu acompanhar os hebreus. Moisés se surpreendeu ao ver que ela havia se juntado a eles na travessia do mar vermelho:
— Por que a segunda esposa real veio junto com os hebreus? — perguntou Moisés.
— Porque agora eu acredito no seu Deus e sei que ele, somente ele é capaz de redimir a todos — diz Neferet.
— Pode vir conosco, mas sabe que enfrentará muitos desafios — disse Moisés. — E ao que parece, está grávida. O filho é de Ramsés? — perguntou.
— Sim, nosso primeiro filho — respondeu Neferet.
Enquanto isso no Egito, Ramsés voltou ao palácio, resignado, mesmo sabendo que os hebreus haviam partido. E assim tomou Khepri como sua segunda esposa real no lugar de Neferet.
Capitulo 4 – O Deserto
Moisés começava a conduzir o povo para a terra prometida. Manar começava a vir dos céus. Aoliabe, com um brilho de curiosidade nos olhos, se aproximou de Neferet, admirando não apenas sua beleza, mas também a força que ela demonstrava ao caminhar pelo deserto, mesmo em sua condição. Ele começou a conversa, um pouco nervoso, mas decidido a conhecê-la melhor.
— Neferet, não é fácil estar nesta jornada, especialmente para alguém na sua situação. Como você consegue encontrar força para continuar? — perguntou ele, gesticulando com as mãos para ilustrar sua preocupação.
Neferet, com um sorriso suave, olhou para Aoliabe e respondeu:
— A força vem de dentro, jovem Aoliabe. Este deserto pode ser árido, mas a esperança que trazemos é mais poderosa do que qualquer deserto. Cada passo que damos é uma promessa de um futuro melhor. E você, como se sente nesta nova vida de liberdade?
Aoliabe sentiu um calor no peito ao ouvir suas palavras. Ele sabia que a liberdade era um presente precioso, mas as dificuldades da jornada ainda pesavam sobre ele.
— É uma sensação estranha, libertar-se das correntes do passado e, ao mesmo tempo, enfrentar as incertezas do futuro. Mas é um caminho que escolhi, e não me arrependo. Ver o maná cair do céu me faz acreditar que há um propósito maior por trás de tudo isso — ele respondeu, olhando para as nuvens que começavam a se dissipar.
Neferet assentiu, admirando a determinação no rosto dele.
— Cada um de nós tem uma história, e cada história merece ser contada e honrada. Juntos, podemos encontrar força e consolo uns nos outros. Afinal, somos todos parte deste grande plano, não é mesmo?
A conversa fluiu naturalmente entre eles, enquanto os outros hebreus se maravilhavam com o maná que caía. O deserto, apesar de árido, parecia estar repleto de possibilidades e novos começos. Os hebreus continuaram a prestar culto a Deus no deserto, mas um dia, Moisés foi ver Deus levando seu sobrinho Oseias, que estava onde ouvia de Deus os dez mandamentos. Mas conforme os dias se passavam e Moisés não voltava, alguns egípcios sugeriram criar um bezerro de ouro para que oferecessem a Deus e fizessem dele mesmo um deus. E assim, o bezerro foi criado e muitos os festejaram e o adoraram. Vendo Deus a ingratidão daquele povo disse a Moisés que eles vagariam 40 anos no deserto. E naquele mesmo dia, Neferet sentiu as dores do parto. O primeiro parto foi tranquilo e ela deu à luz um menino. Ele era um bebê moreno, com cabelos negros, olhos da mesma cor e alto para sua idade de bebê.
— Vai se chamar Donasha — disse Neferet —, pois obtive um varão do criador — disse Neferet.
— Nosso filho — disse Aoliabe dando um beijo na futura esposa, Neferet.
Alguns dias depois Aoliabe e Neferet se casaram.
Capitulo 5 - A História das Sete Irmãs (Como Tudo Começou)
“Vê essas estrelas. Se fosse possível, eu lhe daria todas elas. Só para ver um sorriso seu”
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Essa não é qualquer história, mas sim a minha história. Ou de como ela se sucedeu. Eu precisava contar. E para dar início à minha história, eu preciso voltar ao início.
Havia sete irmãs que viveram na época de Ramsés II, o Grande. Seus nomes eram Zipora, Jaque, Ilarie, Safira, Adira, Ada e Betânia. As sete irmãs eram extremamente unidas, mas como todas irmãs, elas tiveram destinos diferentes. E estas são suas histórias.
Zipora, a mais velha, era um tanto arisca, mas extremamente esperta e até divertida. Jaque era a mais animada e mais serena, sendo até mesmo a mais calma. Safira era a garota mais quieta e até mesmo a mais tímida. Essa timidez, entretanto, não era demonstrada, pois ela sempre aparentava estar perfeitamente bem e segura de si. Adira era a mais animada, sempre rindo, sorrindo, se divertindo e até mesmo brincando ou brigando com as irmãs. Ilarie gostava de tocar harpa. Ada era a garota que gostava de coisas mais profundas e tinha um jeito divertido de ser. Já Betânia era a engraçada do grupo, que estava sempre fazendo piadas e divertindo todas. Assim, as sete eram grandes irmãs.
— ... Como eu queria que a mãe de vocês estivesse aqui — disse Jetro, o pai das meninas, certa vez. — Ela ia gostar de ver vocês crescendo.
— Pai, onde quer que a mãe esteja, ela está bem — disse Zipora, a mais velha.
— Sim, pai, ela deve estar em um bom lugar agora — concordou Jaque.
— Eu também sinto falta dela às vezes — confessou Safira. — Pensar em como ela poderia estar aqui com a gente.
— Vamos tentar nos animar — murmurou Adira. — A mãe não ia gostar de nos ver assim.
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— Meninas, aquilo ali é um javali? — perguntou Adira às irmãs. — Vamos caça-lo.
— Não diga bobagem, Adira — retrucou Zipora. — Não devemos nos meter em encrencas, ainda mais se for um javali, ele pode nos matar.
— Eu vou caça-lo, quem vem comigo? — perguntou Adira, pegando um arco e flecha que ganhou do pai.
— Eu vou — disse Safira. — Vamos!
Então Adira e Safira partiram em busca do javali. Conforme se aproximavam do animal, podiam sentir que ele se aproximava. Safira estava achando a ideia arriscada, não sabia se era o certo a se fazer. Ela tentava dissuadir a irmã que era errado, mas Adira estava decidida. Pegou o arco e flecha para acertar o javali, mas quando viu, era uma jovem. A jovem caiu morta.
— Por que você fez isso? — perguntou Safira enquanto o javali se afastava.
— Eu… — Adira procurava as palavras certas.
— Devemos contar ao nosso pai — disse Safira.
— NÃO! Você está louca? — exclamou Adira. — Ele vai nos descobrir e nos punir!
— Isso é errado, Adira! — disse Safira.
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ÉPOCA DO PRINCIPADO DE RAMSÉS
— ... Ahmira, você deve focar em Ramsés. Deve esquecer Moisés — disse Yunet, a mãe de Ahmira
— Mãe, é mais forte que eu, eu amo Moisés — declarou Ahmira.
— Mas é com Ramsés que deves casar-te. Ele é quem deveis amar.
— Não, eu não acho isso — disse Ahmira.
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Finalmente havia chegado o dia do casamento de Ahmira e Ramsés. Ahmira estava animada para o dia do grande casamento. Era difícil esquecer Moisés, mas ali estava ela, tentando seguir em frente. Quando Paser iniciou o casamento, eles oficializaram o matrimônio com um beijo. Ramsés levou Ahmira para a noite de núpcias. Ramsés começou a beijar Ahmira, seus lábios tocaram nos dela, unindo-os, e logo eles consumaram seu casamento. E assim, Ramsés tomara Ahmira e Neferet como suas mulheres.
Capitulo 6 — Kepri e Aset — Parte I
“Ele, com seu triste canto, te acompanhará, para que eu possa te abraçar, se deixar essa canção te embalar no teu coração
Lembre de mim”
— Por que... por que rainha dos céus — disse uma jovem. — Por que deixou seus filhos aflitos e fizera com que eu ficasse na terra? Por quê?
A garota chorava. Era difícil para ela que todos de sua geração haviam partido e ela ficado.
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ÉPOCA DE RAMSÉS
— ... Eu anuncio o nascimento do grande herdeiro do Egito, Pareherwenemef — disse Ahmira para o novo faraó, Ramsés, que estava substituindo Seti I. Ramsés olhou para a esposa feliz.
A rainha Ahmira finalmente havia dado à luz um herdeiro. Eles já tinham a pequena Beketmut e agora tinham também Pareherwemef.
Não demorou muito para que Ahmira engravidasse novamente e desse à luz mais um menino, Khamuest.
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— Bamah, o jogo de Senet é como o jogo de damas que você conhece — disse uma mulher para uma jovem. — Ele tem uma rainha e um faraó e as damas. Por isso, chamamos de O Jogo de Senet. Ele é dedicado ao deus Ká, e por isso tem suas constatações. É um jogo muito bom — disse a mulher.
— Então se soubermos manipular esse jogo de tabuleiro, podemos vencer? — perguntou a jovem para a mulher.
— Sim! — respondeu a mulher.
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— Agora sem Neferet aqui, isso torna vocês duas minhas rainhas! — disse Ramsés a Ahmira e Kepri. — Kepri, você será minha segunda esposa, enquanto Ahmira será a primeira esposa, a grande rainha do Egito. Mas preciso de uma nova concubina.
— Que tal Aset, soberano? — sugeriram Ahmira e Kepri em coro.
Ramsés sorriu.
— Uma ótima ideia, Aset pode ser uma boa adesão ao nosso reino — disse Ramsés.
— Mandarei trazerem-na — disse Ahmira.
Logo, a dançarina Aset chegava. Ela começou a dançar para o faraó que se encantara com a beleza dela. Aset dançava com verdadeira maestria, cada passo bem movimentado. Kepri e Ahmira observavam enquanto viam o faraó feliz.
— Quer tê-la em seus aposentos esta noite, soberano? — perguntou Ahmira para Ramsés.
— Se minhas rainhas deixarem — disse Ramsés.
Kepri assentiu, assim como Ahmira.
Ramsés conduziu Aset até seus aposentos e dera-lhe um beijo. Um beijo que iniciava o início da vida deles.
“E o faraó só tinha filhas, pois devido a praga do Egito, seu filho primogênito, Pareherwemef, morreu”
— Acho que temos que dar mais filhos a Ramsés, Kepri — disse a rainha Ahmira.
— Concordo — disse Kepri.
E assim, o jogo começava a se tornar mais dinâmico, ainda mais com a ascensão de Aset no mundo Egipcio...
Capitulo 7 - Ahmira, Kepri e Aset
E se tudo isso não fosse exatamente um jogo? Jogos podem ser perigosos, não podem? Mas e se eles tivessem uma pequena fagulha de realidade? Talvez essa fosse a história de Kepri e Aset. Às vezes nos tornamos escravas de nós mesmas, e jogamos os jogos dos outros para agradar, mas e se nós mesmos criássemos nosso próprio jogo de Senet? E se tudo tiver começado com uma pequena fagulha de veneno verbal e um impulso que mostrasse nosso verdadeiro ser...? Um ser anteriormente escondido, um ser mágico. Bem, essa é a verdadeira essência do jogo de Senet.
— Mãe, me conta mais sobre como tudo começou — pediu um garoto negro, de cabelos negros e olhos negros com sua voz infantil.
— Claro, meu filho, vamos voltar ao princípio, onde se originou o jogo de Senet. Para se aprender o jogo de Senet é necessário que você entenda que a vida é a mais do que apenas um jogo. Todo o jogo tem sua autenticidade.
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— Vê, ela merece tudo que está passando — disse um homem a uma mulher. — Uma meretriz sempre deve pagar por sua arrogância.
Mal eles viam que os arrogantes eram eles. Duas das pessoas que mais importara-lhes um dia e agora a ridicularizavam. Agora, eles veriam quem ela realmente era. Era uma madrugada qualquer, a jovem de cabelos ruivos ou castanhos, foi em direção a um lugar reservado. Era a primeira vez que fazia isso, até encontrar Abda, um jovem misterioso.
— Não sabe como se faz? — perguntou Abda à jovem.
— Não. Eu sei fazer rituais ou cânticos às deusas, mas nunca aprendi a arte precisa de me prostituir — disse a jovem.
— Não precisa se preocupar, eu te ensino — disse Abda com um sorriso nos lábios, como se estivesse preparando-a.
E assim a jovem foi introduzida naquele negócio.
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— Você acha que Aset será como Neferet, que nos traiu? — perguntou Ramsés às suas esposas, Ahmira e Kepri. A nova concubina era realmente bela, mas será que ela ia se adaptar ao Egito?
— Talvez — disse Ahmira. — Todos nos adaptamos — concluiu.
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Ramsés estava ao lado de sua concubina, Aset, era o primeiro momento deles juntos.
O que ninguém sabia era que o jogo mal começara...
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Enquanto isso, no deserto, Neferet vivia com os hebreus. Os dias iam se passando e ela tentava se acostumar ali.