Oh, dear Dubai…
Escrito por Jubs
Quando te disserem que ser jornalista é fácil ou que é só apenas procurar fofoca por aí, não acredite. Você estuda pra caramba e ainda tem vontade de jogar tudo pro alto no primeiro ano e repensa, afinal, por que você escolheu essa profissão?
, no caso, eu mesma, posso te falar: cuidado com o jornalismo, ele é muito tentador, mas eu não trocaria minha profissão por nada nesse mundo.
Eu sou de uma pequena cidade da Inglaterra e sou acostumada com cidades pequenas, nasci e cresci aqui, estudando por aqui também, até que comecei a trabalhar em um jornal local e eu acreditei estar satisfeita com isso, eu morava com a minha mãe até o meu segundo ano da faculdade, quando decidi pegar um dinheiro guardado e investir em um pequeno apartamento, hoje em dia tenho 24 anos, moro sozinha e trabalho em um jornal da cidade, o que era ótimo.
Até que um dia, eu estava voltando do meu trabalho e recebi um telefonema, era de um jornal de Londres, isso mesmo, Londres! Eu tinha ido a Londres a última vez quando eu tinha 20 anos e era pra visitar um ex namorado, não é como se eu tivesse tempo o suficiente para viajar até Londres e passar mais que dois dias. Nesse telefonema, eles me ofereceram um trabalho, dizendo que uma colega que fez faculdade comigo que me indicou – o que eu suspeitei ser Megan, santa Megan – e que eles tinham visto alguns trabalhos meus e estavam interessados em um trabalho específico.
Eu nem pensei duas vezes, até porque no final de semana seguinte eu estava arrumando minhas malas para ir a Londres. Eu não tinha certeza se realmente ia aceitar o emprego, mas eu, ao menos queria ouvir a proposta e era um bom momento para eu sair da minha zona de conforto, vivi minha vida inteira em uma cidade pequena, eu precisava expandir meus horizontes. A viagem até Londres foi tranquila, quando eu cheguei no Hostel, não tive forças de andar pela cidade, estava muito cansada e me preparei para o dia seguinte.
Londres era linda pela manhã e eu fui até o jornal andando mesmo, me identifiquei e me avisaram que já estavam me esperando, isso porque eu estava alguns minutos adiantada do horário marcado.
- Bom dia – um rapaz de cabelos loiros e óculos de grau me cumprimentou assim que entrei no escritório
- Bom dia – sorri e me sentei, quando uma mulher de cabelos vermelhos entrou na sala também, meio apressada
- Bom dia , bom dia James – eu sorri em resposta e James também
Nós conversamos um pouco sobre o que eu fazia no outro jornal, até que eles me jogaram a proposta.
- Queremos mandar você para Dubai. Com tudo pago, em nome do nosso jornal, para uma matéria importantíssima – James cruzou os braços em cima da mesa e eu senti o ar faltar, espera aí, Dubai? Eu nunca nem tinha saído da Inglaterra e eles me mandariam para Dubai?
- Mas porque eu? Eu nunca nem sai do país – engoli seco, era uma oportunidade e tanto, mas...
- Nós realmente gostamos de você e queremos um rosto novo em nossa equipe – a mulher, que se chamava Karen, sorriu
- Certo... Posso ter alguns dias para pensar?
Então voltei para o hostel com o prazo de dois dias para a resposta, já que logo na semana que vem eu teria que estar embarcando para Dubai caso a minha resposta fosse sim. Assim que entrei no meu quarto, que eu tive sorte de não estar dividindo com ninguém, eu tomei um banho rápido e decidi ligar para minha mãe antes de eu andar pela cidade e almoçar.
- Oi minha anjinha – minha mãe atendeu e eu sorri – você já foi no jornal? Como foi?
- Oi mamãe, fui sim, eles me fizeram uma proposta – respirei fundo – eles querem que eu cubra uma matéria em Dubai.
- Oh, Dubai? É longe, não?
- Sim.
- E é claro que você vai – isso não foi uma pergunta ou uma dúvida, era uma afirmação
- Eu ainda não dei minha resposta
- Mas eu estou dando... Li, você se dedicou no jornalismo todos esses anos, desde pequena, você não precisa se prender a uma cidade. Seu pai estaria muito orgulhoso de você, meu bebe – então foi o suficiente para que algumas lágrimas caíssem, eu havia perdido meu pai há uns anos, quando entrei na faculdade
- Eu vou pensar – sequei minhas lágrimas – vou almoçar e andar pela cidade.
- Aproveite meu amor.
Então desligamos.
Enquanto eu andava por Londres, fui em alguns pontos turísticos, almocei em um restaurante completamente britânico e passei pelo Palácio de Buckingham quando estava voltando para o Hostel, parei para apreciar o lugar, era realmente lindo e grande, como você via nas fotos.
Quando eu me afastei um pouco para tirar uma foto, vi uma garotinha no colo do pai e ele mostrava a ela o palácio e tudo em volta. Senti meus olhos encherem de lágrimas e eu tirei a foto antes que eu me debulhasse em lágrimas ali mesmo. Falar sobre meu pai sempre foi complicado, quando eu era mais nova, ele trabalhava muito e eu sempre fui mais próxima da minha mãe, quando eu completei 18 anos, ele ficou doente e eu me desdobrei inteira para ajuda-lo, já que minha mãe tinha que trabalhar.
Dois anos depois, ele faleceu, quando eu estava prestes a começar a faculdade. Minha mãe me convenceu que eu deveria começar as aulas mesmo assim, que nunca que meu pai deixaria que eu parasse. Foi realmente difícil no começo e é ainda até hoje, mesmo seis anos depois.
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- ! Já temos uma resposta? – Karen me perguntou assim que eu cheguei na sala dela, dois dias depois da entrevista.
- Sim – assenti – Eu aceito ir para Dubai.
- Perfeito! Quinta-feira você já vai embarcar – ela bateu palmas e eu sorri – Você precisa voltar pra casa para pegar mais algumas coisas, certo? Então esteja de volta a Londres na quarta feira, para ajeitar tudo para o voo.
Voltei pra casa, me despedi da minha mãe, fiz uma mala maior, já que ficaria mais dias e Dubai tinha um clima totalmente diferente da Inglaterra. Fiquei de segunda a quarta na casa da minha mãe, já que ela queria me mimar um pouco antes de eu ficar 3 semanas fora.
Quando eu estava a caminho da Inglaterra novamente, chegando na quinta-feira de manhã e indo direto para o aeroporto, encontrei Karen e ela me entregou algumas pastas, que pelo que eu havia entendido, era tudo que eu precisava saber sobre a coletiva que eu participaria no sábado e também a história que eu deveria cobrir.
- Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, pode me mandar mensagem, ok? – Karen guardou as pastas em uma bolsa que eu tinha colocado meu notebook e meus documentos, que iria comigo no avião, o resto seria despachado
- Tudo bem – suspirei nervosa
- Vai dar tudo certo. Aproveite Dubai, foque nessa matéria e eu te vejo em três semanas – ela me abraçou e eu retribui – vai me dando updates de como a matéria está se desenvolvendo.
Me despedi e então fui para o salão de embarque, enquanto eu esperava, decidi dar uma olhada nas pastas e ver exatamente do que se tratava, já que eu tinha visto tudo muito por cima. Abri uma delas e já estava lá, e uma foto dele, ele estava de terno na foto e um pouco longe, ao que parecia ter sido tirada por um paparazzi, ele fumava um cigarro e eu podia ver detalhes das tatuagens nas suas mãos e subindo um pouco pelo pescoço, seu cabelo era bagunçado e ele estava com óculos escuros, o que deixava ele ainda mais bonito.
era filho de um empresário famoso de Dubai, rumores que era tudo ilegal o que o pai dele fazia, mas meu foco não era esse. O pai dele queria que ele se casasse, já que ele estava com 27 anos, mas parecia não querer, quando começou a aparecer em várias festas com várias mulheres.
Era praticamente um casamento arranjado no século 21, o que eu achava completamente ridículo, mas o meu foco era em e na vida dele, como era a relação dele com os pais e porque a rebeldia, afinal, era comum mesmo terem casamentos arranjados, ainda mais em famílias ricas como a dele. Eu entendia ele não querer, acho que ninguém quer isso, mas ele estava se comportando de uma maneira bem diferente.
A viagem para Dubai foi tranquila, eu dormi na maior parte do tempo, até porque era uma viagem bem longa, assisti alguns filmes e então finalmente eu estava no meu destino. Ao chegar no aeroporto, já tinha um segurança com uma plaquinha com meu nome, ele me explicou que me levaria para o hotel e lá eu teria meu cronograma durante as três semanas.
O hotel era absurdamente lindo e grande, ficando na área nobre de Dubai, claro. Eu fui para o meu quarto, logo recebida com uma cesta com muitas coisas para comer e do lado um cartão de boas-vindas, juntamente com o meu cronograma dos dia seguinte. Eu estava meio cansada do fuso horário e agradeci muito por não ter nada no dia seguinte, assim eu poderia descansar o suficiente. Decidi tomar um banho, comer alguma coisa e peguei no sono antes mesmo de desfazer minha mala.
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Depois de passar o dia no quarto de hotel praticamente, organizando minhas coisas para a entrevista do dia seguinte, quando deu umas 19h, decidi que eu ia curtir a noite pelo menos, sabia que o bar do hotel estava aberto e mesmo que eu não saísse pelas ruas de Dubai, eu aproveitaria uma bebida ou outra.
Me arrumei e desci para o bar, ele já estava bem cheio, então me sentei perto do balcão e comecei a dar uma olhada no cardápio de bebidas, quando sinto alguém se sentar perto de mim.
- Se eu fosse você, pediria um martini – então ouvi uma voz grossa, fazendo com que eu desse um pequeno pulo com o susto
Quando eu o olhei, não quis acreditar, não era possível que estava aqui, era para eu ve-lo apenas na entrevista... Merda. Karen provavelmente não ia gostar que eu me encontrasse com antes, mas não era exatamente minha culpa.
- Te assustei? – ele continuou
- Eu estava distraída – falei rápido – claro, um martini – chamei o garçom e fiz o pedido.
- – ele estendeu a mão e eu pude perceber as suas tatuagens
- – estendi a mão e ele a apertou
- Você não é daqui, né?
- Não, sou da Inglaterra – sorri para o garçom assim que ele deixou o drink na minha frente
- E o que está fazendo tão longe?
- Trabalho – dei de ombros, ele me veria no dia seguinte mesmo
- Oh, nem me fala – ele revirou os olhos – trabalha com família?
- Não – me ocupei com o drink, o máximo de informações sobre a família dele melhor
- Sorte a sua – ele deu risada e eu sorri junto, ele tinha a risada gostosa – trabalhar com família, ainda mais um pai rigoroso, é a pior coisa – ele tomou um gole do whisky puro.
Eu apenas assenti, não queria aprofundar nada por agora. Nós continuamos bebendo e conversando por várias outras coisas, ele falou de relacionamentos antigos, eu também, falou mais um pouco sobre a relação ruim que tinha com seu pai, eu mencionei por cima sobre a morte do meu, mas ele não deixou que eu me aprofundasse, também não mencionei minha profissão.
Quando já passava das dez da noite, eu percebi que me sentia bêbada e o todos os martinis que eu havia tomado estavam fazendo efeito e eu precisava estar inteira no dia seguinte, diferente de , que parecia inteiro e pronto para ir para uma festa quando saísse dali.
- Vamos, eu te levo para o seu quarto – ele me acompanhou até o elevador e quando entramos, eu arrumei meu cabelo no grande espelho – você está linda
- Ah, certo – dei risada e o olhei, seus olhos estavam vermelhos por conta da bebida e eu desconfiava que o meu estava da mesma maneira
Nós chegamos no meu andar e ele me levou até a porta do meu quarto
- Nos vemos por aí, ?
- Claro – me encostei na porta
Ele se aproximou e deu um beijo no canto da minha boca, me deixando sorridente quando sumiu pelo corredor e pegou o elevador novamente para o térreo.
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O dia seguinte foi difícil para acordar, mas depois de uns 5 minutos, eu estava debaixo da água gelada do chuveiro, fazendo com que qualquer resquício de bebida saísse do meu corpo. Coloquei a roupa que eu tinha separado para a entrevista, tomei apenas uma vitamina que estava no meu frigobar, peguei meu tablet, celular, documento e em minutos estava na porta do hotel, já esperando o táxi.
Chegando no local da entrevista, mostrei minha credencial e entrei na pequena sala que era composta por um palco improvisado que tinha uma mesa, uma cadeira, atrás estava o logo da empresa e o sala composta por algumas cadeiras. não passava de dez, então seriam poucos jornalistas
Eu fui uma das primeiras a entrar, em meia hora, todos os jornalistas já tinham entrado e então esperávamos o . Eu estava na primeira fileira, não por opção, mas como fui a primeira, eles me colocaram ali, não queria mesmo ficar em destaque. Quando entrou e se sentou, ele demorou alguns minutos até que olhasse para a frente, mas sua expressão de chocado não passou despercebido por mim quando me olhou
Por mais que ele não tivesse mais respondido mais perguntas minhas, já que havia ignorado qualquer mão estendida, ele tinha dito mais uma vez que a sua relação com seu pai era meramente profissional, o que era ótimo para mim saber disso. Chegando ao fim da entrevista, todos já estavam saindo da sala e eu estava guardando minhas coisas
- Por que não me falou que veio para cá pra se intrometer na minha vida? - falou assim que sobrou apenas eu e ele na sala
- Que susto - me virei - e você não perguntou isso - dei de ombros - eu sou jornalista , meu trabalho é fazer matéria sobre a vida das pessoas...
- E tem que ser sobre a porra da minha vida amorosa? - ele se afastou um pouco
- Sobre sua vida... A amorosa é só um bônus - revirei os olhos
- Saiba que não vai encontrar muito de mim
- Veremos, - peguei minha bolsa e fui em direção a saída, até que ele segurou meu braço
- Eu tinha gostado de você,
- Pode continuar gostando - sorri - eu sei separar meu profissional do pessoal - me soltei do seu aperto e sai dali.
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Claro que eu já tinha o que eu precisava para o começo da minha matéria, o pai de estava querendo arranjar um casamento para ele, ele de jeito nenhum queria isso, mas parece que tudo estava certo. O que eu precisava saber era do porquê estar odiando a situação e estar odiando falar sobre isso e falar como se fosse algo suposto.
Eu precisava me aproximar de sem que ele não ficasse na defensiva por achar que eu estou fazendo isso apenas pela minha matéria, obviamente que minha matéria era importante, mas ela passava por direitos autorais, nada seria publicado se não aprovasse aquilo, mas ele não poderia saber disso agora, só depois que a matéria já estivesse pronta.
Já no hotel e com uma parte da matéria escrita, resolvi que hoje ia em algum lugar, de preferência que eu encontrasse com . Decidi dar uma olhada nas redes sociais dele, nunca fui uma boa stalker, mas ele era famoso o suficiente, dava para pelo menos descobrir onde ele passaria a noite.
Claro que passaria a noite em uma balada chique em Dubai, o que eu poderia esperar dele? Pedi para que Karen me conseguisse um passe vip e ela me respondeu em meia hora dizendo que era só falar meu nome. Coloquei a minha melhor roupa e fui até a balada, demorei um pouco pra chegar, pra ter certeza que eu chegaria depois de , dei meu nome na porta e eles me deram uma pulseira vip, eu nem queria saber como Karen tinha conseguido isso.
Fui em direção ao bar e assim que me sentei, vi que já tinha percebido minha presença e veio em minha direção enquanto eu pedia meu drink
- Você veio aqui para se intrometer na minha vida de novo? Não tem uma matéria para escrever?
- Adivinha... O personagem principal da minha matéria está aqui – o olhei e sorri
- É sério que você vai ficar atrás de mim?
- Não , eu quero te conhecer, de verdade – peguei meu drink e dei um gole – eu não menti quando eu disse que gostei de você e quando eu disse que sei separar o pessoal do profissional, pode esquecer por um segundo que eu estou escrevendo uma matéria sobre você?
- Certo - ele suspirou – desculpe a grosseria, toda essa situação me deixa chateado.
Assenti, eu precisava deixar minha curiosidade morta por enquanto, não poderia fazer perguntas sobre isso.
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E por mais que eu achei que fosse demorar para eu falar isso, a noite com foi incrível, ele é uma pessoa bem divertida e um amor quando se permitiu que eu me aproximasse dele, nós curtimos a noite toda juntos, bebemos, dançamos, conversamos sobre absolutamente tudo sobre as nossas vidas e no fim... Estavamos na cobertura que ele morava, em um prédio luxuoso em Dubai, seis horas da manhã, vendo o nascer do sol, com uma garrafa de champanhe.
Não esperava que a minha noite acabasse assim, mas no fim, acabar nos braços de , foi melhor do que eu imaginava.
- Sabe, foi bem divertido – ele falou com a voz sonolenta e eu bebi um gole do champanhe
- Foi mesmo – sorri, mesmo que ele não pudesse vez
- Dorme aqui hoje?
- Não tenho escolha, , não tenho condições de voltar para o hotel – ele riu, mas eu já tinha me aconchegado em seus braços.
UMA SEMANA E MEIA DEPOIS.
- , você já tem algo da matéria? – Karen me ligou e eu tatei meu tablet, tinha acabado de acordar e temia que que dormia pesado ao meu lado acordasse também.
Eu e tínhamos dormido juntos pela primeira vez, tínhamos nos beijado há uns dias e até que acabamos na mesma cama. Karen nem podia sonhar com isso, achava que eu não estava escrevendo mais sobre ele, apesar de eu nunca ter confirmado sobre isso, nós nunca mais conversamos sobre a matéria. Mas eu não podia parar meu trabalho, o jornal contava comigo, eu continuava escrevendo, deixando de lado coisas muito pessoais de , mas eu estava muito perto de descobrir algumas coisas.
- Oi, eu estou abrindo meu e-mail agora – corri para o banheiro com o meu tablet e anexei o arquivo
- Está tudo bem?
- Está – suspirei
- Você vai ter essa matéria pronta daqui uma semana e meia, certo?
- Claro
Nós conversamos mais um pouco e ela desligou.
Quando eu voltei pro quarto, estava acordado e mexendo no celular.
- Bom dia – fui até a cama e lhe dei um selinho
- Bom dia linda – ele guardou o celular – quem era?
- Era minha mãe, estava com saudades – sorri – vamos almoçar juntos?
TRÊS DIAS ANTES DE IR EMBORA
Então era por isso que não queria um casamento arranjado... O casamento dos pais dele foi assim e o pai dele trai a mãe dele até hoje. Era de se esperar que ele não queria que isso acontecesse com ele.
Eu e haviamos brigado, ele tinha descoberto que eu ainda estava escrevendo a matéria e jogou na minha cara isso, o motivo dele não querer esse casamento. Eu tinha tentado de todas as formas algum contato, mas ele não me atendia.
A matéria estava terminada, eu já tinha enviado para Karen, ela entraria em contato com para a autorização e eu não teria mais parte nisso, inclusive já estava arrumando minhas malas, mesmo que meu voo fosse daqui três dias.
Quando ouço batidas fortes na minha porta, abri com receio.
- Então você quer a porra da autorização? – ele estava com papéis em mãos e eu imaginei que fosse a matéria pronta – eu não me importo com a merda de uma matéria, .
- Isso não é comigo, – cruzei os braços – eu só escrevo.
- A única coisa que eu me importo é com o que eu sinto por você – ele jogou os papéis no chão – se querem publicar essa matéria, eu não estou nem aí – ele se sentou na cama – a matéria está ótima, você é uma ótima jornalista e tudo que está escrito aqui é verdade – sua voz estava embargada – eu só quero saber se você vai estar comigo no final disso tudo.
- Eu vim pra cá com data marcada, – fui em sua direçao e me ajoelhei na sua frente – quero que você seja forte o suficiente para enfrentar seu pai e não aceitar esse casamento, porque isso não é você – o abracei – você é um homem incrível e eu tenho certeza que vai achar alguém em Dubai que mereça isso, não eu.
Ele chorou copiosamente em meu ombro enquanto eu o abraçava.
- Não é uma inglesa que vai ser o amor da sua vida, meu amor – beijei sua cabeça.
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Estava já entrando no avião, voltando para a inglaterra, deixando muita coisa para trás, mas indo atrás de muita coisa.
Quando me sentei na poltrona do avião, meu celular apita com uma mensagem.
: Cheguei tarde demais?