Num Piscar de Olhos

Escrito por Helen | Revisado por Beezus

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  Eu estava com o conversando na rua. Eu vestia uma blusa preta com vários coraçõezinhos roxos e meu short era xadrez claro com linhas rosa. usava uma bermuda jeans que valorizada seu corpo na parte de baixo e um moletom cinza com bolsos na frente.

  FLASHES ME FAZEM APARECER EM OUTRO LUGAR
  De repende, quando dou conta, apareço no fundo do condomínio onde morava com a minha Avó, minha Mãe e minhas amigas: , e . Elas estavam em rodinha conversando e eu tentava falar com elas, mas não me respondiam. Como se eu não estivesse ali, como se eu fosse apenas um espírito.
  Minha mãe então, diz me tirando dos pensamentos de preocupação:
  - Amanhã vamos ao salão! - ela falava séria olhando para mim.
  - Para quê? – pergunto indo até a frente dela.
  - Você vai cortar seu cabelo bem curtinho e vai pintar de loiro! - ela falava com voz de ordem.
  - Claro que não! - disse fazendo uma careta em protesto.
  - Claro que sim! - minha mãe falou brava, pôs-se em postura - E não quero mais você andando com aquelas meninas. - apontou para minhas amigas que ainda conversavam e não nos via - E aquele menino.
  - Ah não mãe, não vem com essa não! - protestava...
  Ela se referia a , o amor da minha vida de alguns anos, ela não podia me afastar dele e não podia me afastar das minhas amigas que tanto me ajudaram até agora. Essa não era minha mãe. Minha mãe é calma, amável, compreensível.
  Quando olho para o portão, em meio aquele corredor comprido e infinito, vejo acenando para mim. Sai correndo e chorando corredor a fora pelo que minha mãe acabara de dizer para mim. Não posso ficar sem escutar sua voz. Chego à garagem e aperto o botão que abre o portão, o vejo empurrando o próprio e dou as costas voltando para casa.
  - O que aconteceu? - fala chegando ao meu lado esquerdo, ele demonstrava preocupação em sua voz.
  Seco as lágrimas que dos meus olhos escorriam tentando disfarçar, mas sabia que ele já tinha visto, engulo em seco e encontro ar para respondê-lo.
  - Não vou mais poder te ver - digo sentindo as lágrimas brotarem ao falar isso.
  - Eu sei disso! - ele disse com a voz baixa, triste.
  Paramos em frente a casa dele e ele a adentra. O que estava acontecendo? Quem eu era? Por que ele sabia e eu não? Por que minhas amigas não me viam e não me escutavam? Por que minha mãe estava agindo daquela maneira e minha avó estava ao lado dela? Elas sabiam que eu o amava mais do que tudo.

  FLASHES ME FAZEM APARECER EM OUTRO LUGAR
  Eu apareço na área da casa da minha avó com a minha mãe. A gente briga muito sério por causa do e das minhas amigas, ela não entendia e nem escutava o meu lado, isso me deixava brava, ainda mais porque essa não era a minha mãe que eu conhecia.
  Minha mãe olha a máquina de costura da minha avó e pega a tesoura dela me ameaçando.
  - Eu não posso morrer agora - penso.
  Sai correndo naquele corredor enorme da casa da minha avó, não era como o corredor do condomínio, mas era grande. Abro o portão e consigo fechar a tempo dela me alcançar.
  Corro muito na rua sem rumo, passo em frente ao condomínio e entro, não iria ficar segura na minha casa, bato na porta da casa do . Ele como de costume, aparece na janela do seu quarto que dava para o corredor.
  - Por favor, me deixe entrar - digo ofegante olhando para cima.
  - O que houve? - ele me pergunta preocupado com o troco quase todo para fora da janela.
  - Me ponha para dentro que eu te conto - digo e olho para o portão - Rápido! - concluo.
  Ele some da janela e a porta se abre na minha frente. Me puxa para dentro da sua casa e fecha a porta. Ele estava sozinho. Encosto na parede e deslizo até chegar ao chão. Dobro meus joelhos e coloco minhas mãos na cabeça.
  - Agora me conta – falou - O que está acontecendo?
  Eu ainda com a mão na cabeça o respondo.
  - Minha mãe quer me matar! - falo ofegante.
  Ele se abaixa para ficar no meu campo de visão. Abre a boca para falar alguma coisa, mas é interrompido por três batidas na porta ao meu lado. Eu gelei e meu coração ficou disparado.
  - Quem é? - pergunta.
  - Sou eu - minha mãe do outro lado fala.
  Eu abro a boca para gritar, mas ele coloca seu dedo indicador em minha boca silenciando-me.
  - Vá para o meu quarto - falou sussurrando perto do meu ouvido.
  Subi correndo escada a cima para o quarto dele. abre a porta.
  - Cadê a ? - minha mãe pergunta para ele nervosa.
  - Não tem ninguém aqui além de nós - fala com uma voz debochada.
  Minha mãe revira os olhos, ainda com a tesoura na mão, e sai da casa dele.

  FLASHES ME FAZEM APARECER EM OUTRO LUGAR
  Sem entender eu apareço numa rua desconhecida de mãos dadas com o e o . Eu estava usando uma roupa... Que eu não lembro. O estava usando bermuda jeans e camisa do seu time São Paulo. E estava usando uma blusa verde meio escura e calça jeans escura rasgada.
  Olhei para sem entender o porquê de eu estar segurando a mão deles. Eu tinha um ponto de interrogação enorme estampado em meu rosto.
  - Aonde vamos? - pergunto.
  - A uma festa! - responde com um sorrisinho no rosto.
  Chegamos ao lugar onde seria realizada a festa. A primeira coisa que faço antes de entrar é olhar minha roupa para saber o que estava usando realmente. Estava usando o vestido que eu usei no meu aniversário de 15 anos.
  Entramos.
  No salão principal estava um cheiro de fumaça insuportável, e o saem tossindo. Eu distraída com as pessoas a minha volta levo um susto com o me puxando de canto meio agressivo.
  - Vai acontecer uma tragédia - começa a falar quase num sussurro - Fica de olho no e não se afaste de mim - ele ordenou.
  Eu apenas confirmo com a cabeça e vou à cozinha, que foi o caminho que o fez. Chegando lá, tudo era preto e branco e de repente eu estava de meia, o piso era liso, eu estava escorregando.
  Fiquei observando tudo, cada detalhe, mas tudo estava embaçado. Resolvi voltar para o lado de . Quando chego nele, tudo fica colorido, minhas meias somem e o passa para nossa frente, só que bem distante de onde nós dois estávamos...
  - ? - o chamo - O que vai acontecer? - pergunto.
  - Os palhaços vão tocar fogo - fala.
  Eu olhava para ele enquanto as palavras fugiam de seus lábios. Olho para frente assim que ele termina e uma luz muito forte amarela surge no meio da multidão escura que se formava a nossa frente, eu seguro a mão do com muita força, encosto minha testa em seu braço e fecho meus olhos.

  FLASHES ME FAZEM APARECER EM OUTROS LUGARES
  Quando abro meus olhos, estou no meu quarto e na minha cama. Pisco duas vezes para definir que lugar era aquele. Viro meu rosto para a cama ao lado da minha e vejo a e a deitadas.
  - Cadê o ? - foi a primeira coisa que eu disse ao vê-las.
  - O fogo o pegou - fala com uma voz abafada pela sua mão que apoiava o queixo.
  - Eu não consegui salvá-lo? - minha voz era chorosa, sentia as lágrimas brotando em meus olhos.
  Eu não consegui salvar o amor da minha vida. Eu não acredito!
  Começei a chorar!
  - Ele está bem - começa a falar para me acalmar - Já, já ele está aí - ela conclui.
  Vejo a luz da sala acesa pela brecha que tinha entre as paredes.
  - Por quanto tempo eu dormi? - pergunto.
  - Alguns anos! - e falam juntas.
  Durmo outra vez, mas de um modo diferente, como se eu estivesse conectada com o mundo enquanto meus olhos estavam fechados e meu corpo relaxado. Escuto o barulho da porta da sala se abrir, tento me mexer ansiosa para saber quem era, mas eu não conseguia, pois estava dormindo. Uma voz bonita soa do outro cômodo.
  - Cadê a ? - aquela voz era tão bonita, eu estava vidrada mesmo que dormindo.
  - Está no quarto - minha avó responde.
  Não sei como, mas eu estava olhando para frente, encarando o espelho que tinha pendurado na parede. Um homem lindo, e forte entra no meu quarto com a roupa do exército, pude ver que ele ainda usava suas botas.
  - Ele chegou! - fala.
  Mas quem é ele?
  - ? - penso.
  Meu coração disparou, queria poder sair correndo daquela cama para poder ir falar com ele, mas eu estava dormindo e não conseguia me mexer, eu só pensava, via e escutava. Como?
  - Ela está aqui dormindo - fala e da um leve sorriso de canto.
  - Então vai descansar com ela, meu jovem - minha avó fala.
   vai até a sala e fala alguma coisa com a minha avó que eu não entendo. Quando ele entra outra vez no quarto ele está apenas de cueca box preta e a calça nos braços. Enquanto ele a colocava na cadeira do meu computador eu, mesmo dormindo, observo seu corpo que agora estava exposto. Ele estava musculoso, barriga bem definida, braços fortes...
  Ele vem em minha direção, eu estava deitada de barriga para cima e na beirada da cama, ele passa por cima de mim para chegar ao canto da cama e encostar-se à parede.
  Ele coloca seus lábios quentes no meu fazendo com que descemos um selinho. Foi a primeira vez que isso aconteceu. Eu sempre gostei do , mas nunca tivemos mais nada além de amizade. Ele me puxa para seu corpo, me fazendo ficar de lado e eu encosto meu rosto em seu peito definido e quente.
  - Tantos anos fazendo a mesma coisa - fala sussurrando se referindo a Rafael.

FIM



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