Capítulo 1
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Em um tempo longínquo, onde os dias eram moldados pela luz do sol e as noites envolvidas nas sombras das estrelas, havia uma terra chamada Nod, onde as histórias de amor, ciúmes e destino se entrelaçavam com a vida dos filhos e filhas de Adão. No coração dessa narrativa, duas mulheres distintas, Ada e Zilá, esposas de Lameque, descendente de Caim, dançavam sob o mesmo céu estrelado, mas com passos completamente diferentes.
Ada era uma mulher que exalava alegria. Seu riso era como a melodia de um riacho que corre livre pela floresta. Ela tinha uma alma inquieta e um espírito que buscava as maravilhas do mundo sobrenatural. Conta-se que, certa noite, após um dia de trabalho nos campos, Ada olhou para o céu e viu um brilho peculiar entre as estrelas.
— Ainda bem que estou aqui para admirar tamanha beleza — murmurou para si mesma, enquanto se perdia em devaneios sobre as coisas além do horizonte.
Seus filhos, Jubal e Jabal, eram o reflexo de sua essência. Jubal se tornaria um talentoso músico, enquanto Jabal, o pastor, cuidava dos rebanhos com um amor que tocava o coração da mãe.
— Você sempre me diz que a música é a linguagem das estrelas, mãe. Um dia, quero que elas cantem para mim — dizia Jubal, enquanto dedilhava sua flauta improvisada.
Ada apenas sorria, envolvendo os filhos em seus braços e sussurrando:
— As estrelas sempre cantam, meu querido. É você quem deve aprender a ouvi-las.
Por outro lado, Zilá era uma mulher de temperamento forte. A fúria que habitava seu coração era tão intensa quanto as tempestades que passavam pela região. Ela era pragmática, sempre direta, e nunca hesitava em expressar suas opiniões, mesmo que isso a tornasse alvo dos comentários maldosos dos vizinhos.
— Não entendo como você pode viver nesse mundo de sonhos, Ada! A vida é feita de carne e osso, não de ilusões! — Zilá disparou durante uma conversa acalorada entre as duas.
Ada, com um sorriso tranquilo, respondeu:
— Talvez você devesse tentar ver o mundo pelos meus olhos, Zilá. A magia existe em muitos lugares, você só precisa abrir seu coração para percebê-la.
Zilá revirou os olhos, mas no fundo admirava a coragem de Ada. A amizade delas, embora marcada por diferenças, era um laço indestrutível.
O tempo passou, e em sua velhice, Zilá deu à luz Naama. A menina era uma combinação das características das duas mães; tinha a astúcia e a força da mãe Zilá, mas também a curiosidade e a gentileza da mãe Ada. Desde cedo, Naama atraía a atenção dos jovens ao seu redor, mas um em particular Noé se destacava.
Noé era um jovem observador, com um olhar que parecia enxergar além do óbvio. Ele se aproximava de Naama com timidez, mas havia uma chama de determinação em seu coração.
— Você não tem medo das histórias que contam sobre sua família? — perguntou Noé um dia, enquanto caminhavam lado a lado.
Naama riu, um som leve e melodioso.
— Histórias? As histórias são o que nos tornam quem somos. E você? — desafiou ela. — O que você teme?
— No fundo, temo não ser digno do que essas histórias representam — confessou Noé, olhando para o chão.
Naama interrompeu, segurando o queixo dele com delicadeza.
— Nunca duvide do seu valor. Nós somos os autores de nosso próprio destino.
E assim, entre conversas e olhares, um amor começou a florescer.
Os anos passaram e Naama deu à luz a três filhos: Shem, Jafé e Cam. Cada um deles dotado de uma singularidade que refletia a força dos antepassados. Enquanto Shem, o mais velho, mostrava grande sabedoria, Jafé encantava a todos com seu espírito aventureiro, e Cam, o mais novo, tinha uma habilidade natural para a agricultura.
Durante um dia ensolarado, enquanto os filhos brincavam no campo, Noé se aproximou de Naama, que observava seus filhos com um olhar carinhoso.
— Você já pensou no que nossos filhos se tornarão? — perguntou ele, com um tom de admiração.
— Todos têm seus próprios caminhos a seguir — respondeu Naama, com os olhos brilhando. — O que importa é que eles permaneçam unidos, como nossa família sempre foi.
Noé assentiu, satisfeito com a resposta.
— E espero que eles nunca esqueçam de onde vieram.
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Eliaquim, filho de Matusalém, se casou e teve quatro filhas, cujos nomes eram %Heidi%, %Dana%, %Tali% e %Adata%. Cada uma delas possuía uma beleza distinta, e suas personalidades refletiam a diversidade do mundo ao seu redor.
Em um clima de festa, as quatro irmãs eram frequentemente vistas juntas, rindo e sonhando sobre o futuro. %Heidi%, a mais velha, sempre sonhara em ser uma contadora de histórias, enquanto %Dana% mostrava interesse em curar os doentes com ervas que encontrava pela floresta.
— Vamos fazer uma competição! — propôs %Tali%, que adorava aventuras. — Aquela que contar a melhor história sobre o que será o futuro do nosso povo, ganha!
— E o prêmio? — indagou %Adata%, com um sorriso malicioso.
— Um dia inteiro de exploração na floresta! — respondeu %Tali%, animada.
As irmãs concordaram, e assim, naquela tarde ensolarada, as histórias começaram a fluir, cada uma mais encantadora que a outra, tecendo uma nova tapeçaria para o futuro de suas vidas, enquanto o eco do passado ainda ressoava em seus corações.
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Eu estive observando a terra, do que ela é feita por muito tempo. Mas o que quatro garotas podiam trazer? Ninguém sabe, mas a história delas está prestes a ser contadas... %Heidi%, a mais divertida, alegre, sorridente e maliciosa, estava começando a preparar o desjejum naquela manhã para a enorme família do pai, Eliaquim, já %Dana%, a segunda, com seu sorriso suave e olhar sereno observava com fome enquanto a irmã preparava o desjejum, enquanto %Tali%, a terceira, tinha um olhar afiado, já %Adata%, a quarta, era mais quieta e reservada. As quatro estavam ouvindo o pai Eliaquim começar a contar para elas a história sobre a humanidade e tudo que nela havia.
— Pai, nos conte sobre a serpente — disse %Heidi% em um tom de riso.
Eliaquim começou a contar, se perdendo na história.