Nothing Feels Like Home Like You

Escrito por Maria Carolina Araujo | Revisado por Natashia Kitamura

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  — Seu irmão está vindo passar um fim de semana no nosso apartamento e você só me avisa agora? — estava indignada com Gemma, sua melhor amiga e com quem dividia um apartamento em Londres. — Gemma!
  A menina parou de andar pelos corredores da University College of London para encarar a amiga, e sorriu desculpando-se.
  — Eu não podia dizer não ao meu irmão mais novo, ! Meus pais me matariam. E outra: você nem vai perceber a presença dele no apartamento. Prometo! — Ela disse abraçando a amiga. — Por favor, quebra essa pra mim?
  — Gemma... — gemeu, olhando para a amiga. — Você tem noção do que isso vai significar pra gente? Vão ter fãs adoidadas no portão de nosso condomínio, o porteiro irá nos matar.
  — Por favor? — Gemma fez um olhar de cachorrinho perdido e ganhou , que assentiu bufando. — Obrigada! Agora, por favor, podemos ir pra casa?
  — Você sabe que com essa você estará me devendo, tipo, uma eternidade de favores? — revirou os olhos e seguiu a amiga pelo corredor da UCL, em direção à saída.
  O apartamento que elas dividiam ficava apenas a duas quadras de distância do campus da faculdade, então foram andando. ainda estava nervosa com o fato de que Harry Styles passaria três semanas em seu apartamento, o que não ajudava contando o passado — ou “caso”, como Gemma gosta de intitular — que eles tiveram quando ela estava no último ano do colegial.
  Harry tinha 15 pra 16 anos e tinha acabado de completar 18 quando eles começaram a ficar, e eles ficaram juntos até ela e a cunhada juntarem as malas e se mandarem para Londres. Isso já fazia três anos, e mesmo assim ainda não conseguia esquecer de como se sentia ao lado dele.
  As coisas haviam mudado muito para ambos: ela estava no terceiro ano do curso de moda, e ele havia se tornado cantor, como sempre quis. Ela havia namorado quinhentos carinhas mais, e ele era ligado a novas namoradas mensalmente.
  Mas uma coisa Bárbara não podia negar: ele ainda mexia com ela.
  Tudo bem, estar numa boy band e ser famoso pode ter mudado muitos aspectos dele — ela não saberia dizer, há três anos não conversavam —, mas conhecia Harry suficientemente bem para dizer que, na época em que estavam juntos, ele também gostava dela.
  — Sabe, acho que você não tá brava porque te contei em cima da hora sobre o Harry — Gemma comentou, quebrando o silêncio e tirando de seu transe. — Olha, eu sei que não é a melhor das situações, , mas...
  Ela suspirou, sorrindo docemente em seguida e dizendo:
  — Tudo bem, eu entendo. Ele é seu irmão, Gemma. Mas ele também é meu ex-namorado, e a gente não se fala desde que me mudei pra Londres e isso tem três anos.
  Gemma balançou a cabeça, como se quisesse dizer alguma coisa, e até chegou a abrir a boca algumas vezes, mas a fechou rapidamente.
  — Me desculpa por te fazer passar por isso.
  — Não se preocupa — disse apertando o interfone do condomínio onde moravam. — Sou adulta e sei me comportar.
  Ou assim ela achava...

  Duas semanas após Harry chegar à Londres, a vida das meninas já estava um transtorno: as fãs descobriram rapidamente o condomínio em que elas moravam e faziam campana 24h diariamente, o que tornava totalmente dificultoso para elas entrarem e saírem pelos portões sem serem atacadas por perguntas ou, em alguns casos, por fãs que tentavam entrar no prédio.
   estava certa: aquilo estava sendo um inferno. E tudo piorou no dia do seu 21º aniversário.
  Ela havia combinado com Gemma e os colegas de faculdade de se encontrarem na Maddox, uma das boates mais famosas de Londres, mas na hora de sair do apartamento com Harry e Gemma, houve tumultos. Meninas choravam, outras tentavam agarrar o menino e algumas até mesmo tentavam bater em e Gemma por estarem o acompanhando. Tudo estava uma loucura.
  — Obrigada, Harry — murmurou sarcasticamente assim que entraram dentro do táxi, que teve dificuldades de sair do local sem machucar alguma fã.
  — O quê? — Ele perguntou, olhando incrédulo para ela. — Isso não é culpa minha.
  Gemma bufou no banco do passageiro, olhando feio para pelo retrovisor. Sabia que isso não iria demorar muito para acontecer, devido aos nervos da amiga que se irritava facilmente com qualquer coisa que ocorresse fora de seus planos.
  — Imagina se fosse — comentou, esperando que ninguém ouvisse, e continuou mais alto: — Você está estragando a minha noite.
  Harry a olhou perplexo e sustentou o olhar. Os olhos verdes dele a derreteram por dentro, mas ela não se daria por vencida por um par de olhos bonitos. Ela o olhou pela primeira vez desde que ele havia chego: seus cabelos estavam maiores, seus olhos pareciam mais verdes e ele parecia mais cansado, mas também mais feliz. Naquela noite, ele parecia extremamente com o menino pelo qual ela fora apaixonada no colegial: vestia calça jeans, uma camiseta cinza e um blazer azul marinho e nos pés um tênis Supra preto e branco, os cabelos bagunçados e os olhos atentos.
  — Vai pro inferno — Harry disse finalmente. — Qual é o seu problema, hein?
  — Você!
  Gemma revirou os olhos. Não entendia qual era o problema da amiga; afinal, quem tinha terminado por medo da distância fora ela. Sabia que Harry nunca tinha feito nada para que o odiasse dessa maneira, ou... Pensou por um instante antes de ligar os pontos e perceber que não era ódio. Sorriu. Aquela noite ia prometer.
  — Qual é ! — Ele exclamou nervoso. — Nunca fiz nada pra você. Dá um tempo.
  Ela o olhou brava.
  — Você está tumultuando meu aniversário — ela retrucou e percebeu que o táxi havia parado, já enfrente à boate.
  Desceu do táxi com cuidado, deixando a porta aberta para Harry, que veio logo atrás e puxou seu braço, fazendo com que ficassem incrivelmente próximos.
  — Não é minha culpa — ele disse calmamente, passando sua mão livre pelo cabelo que caía em seu rosto e sorrindo. Percebeu suspirar. — Agora, por favor, sorria — completou, segurando-a pela cintura e virando-se para os diversos paparazzis que os cercavam. sorriu duramente, passando a mão pelas costas de Harry e o beliscando. Sussurrou algo ininteligível para Harry e saiu andando, o deixando para trás com a irmã e entrando na boate.
  — ! — , o menino com quem estava ficando há quase quatro meses, veio em sua direção, selando seus lábios nos dela e a abraçando logo em seguida. — Feliz aniversário, querida!
  — Obrigada, .
  — Vamos, quase todos já chegaram — disse, puxando-a em direção ao camarote, onde todos seus amigos estavam reunidos.
  Pode ouvir um coro uníssono lhe desejando feliz aniversário, mas não respondeu, apenas sentou-se no sofá de couro e fechou a cara. Já sabia o que veria espalhado pelos jornais da cidade no dia seguinte, e em sites de todo o mundo: ela seria mais uma cogitada como namorada de Harry Styles. Odiava a maneira como as fotos iriam afetá-la individualmente e também como afetariam seu relacionamento com .
  Ela gostava de ¬— ou assim pensava — e queria que desse certo entre eles. Ele era charmoso, engraçado e carinhoso; talvez um pouco grudento demais, mas não se importava. Ele a fazia se sentir bem, e era isso que ela procurava. Enquanto pensava nisso, o observou. Sabia que ele podia ter qualquer uma naquela boate. Era bonito, alto, pele clara, olhos azuis, cabelos louro-avermelhados e cursava Economia na UCL. Ele era o rapaz do sonho de muitas meninas, inclusive dela, mas ainda assim...
  — Você sabe, não precisava ter tratado Harry daquela maneira — Gemma disse sentando-se ao seu lado e lhe entregando uma dose de tequila. — Pensei que você tinha superado tudo o que aconteceu entre vocês...
   bebeu a dose e fez uma cara feia, mas logo se recompôs.
  — Talvez eu tenha exagerado, mas ele também não precisava ter tirado foto abraçado comigo — murmurou, pegando a dose que ainda estava intacta na mão e Gemma e entornando-a. — E, talvez, eu não tenha superado porque realmente gostava dele.
  Gemma a encarou. Olhou para o irmão, sentado no outro sofá de couro, interagindo com as meninas da faculdade e sorrindo. Ela sabia que Harry sempre havia gostado de .
  — Então você gostava de Harry?
   assentiu. Sabia que o que Gemma achava que tinha sido um relacionamento apenas de aparências, e nunca tentou negar; estava bem com o papel de amiga-que-quebrou-o-coração-do-irmão-mais-novo, mas se surpreendia que ela ainda não tivesse percebido que havia passado as últimas duas semanas se esquivando do menino. Ele entrava na sala, ela saía. Ele ia à cozinha pegar alguma coisa pra comer, ela se dirigia ao quarto. Ele comentava alguma coisa e ela fingia que não tinha ouvido.
  — Poxa, ! Por que não me disse antes?
  Ela sorriu tristemente, mexendo na bainha do vestido.
  — Porque não ia mudar nada, Gem. Porque eu to ficando velha, e ele tem uma banda. E porque tem o ...
  — Peraí... O que o tem a ver com isso? — Gemma perguntou confusa.
  — Nada! Vem, vamos pegar mais tequila e nos divertir — disse levantado, mas Gemma negou. revirou os olhos. — Não é uma pergunta, é uma ordem.

  A noite havia chego ao fim, e pendurava-se no pescoço da amiga, que estava tão bêbada quanto ela. Elas cantavam alguma música do One Direction e olhavam para Harry aos risos.
  — Qual é, Haz, canta com a gente! — Gemma disse.
  — Vai lá, Styles, ensina pra gente o seu estilo! — disse e riu, como se tivesse contado a melhor piada de todas.
     Harry não se conteve e riu também. Estava sóbrio em relação as duas, e estava se divertindo tanto quanto elas com as idiotices que as duas falavam e faziam, mesmo que às vezes tivesse que segurá-las para que não caíssem de cara no chão ou tivesse que abaixar seus vestidos para que ninguém mais visse suas calcinhas.
  — Você é muito engraçada, — Harry disse, as colocando dentro do táxi e entrando logo em seguida, passando o endereço. — Ei, ei... Cabeça pra cima, ; não quero ter que pagar a mais pro taxista porque você deixou um presente pra ele no carpete do carro.
   deu-lhe a língua e deitou a cabeça em seu ombro, passando a mão por sua cintura e o puxando para mais perto, para acomodar-se melhor.
  — Tudo bem, dorme aí — ele murmurou, passando a mão em seus longos cabelos.
  Tinha visto aquela noite uma nova ; uma que se divertia e dançava e não ligava se estava chamando muita atenção. Uma que ele nunca tinha visto antes, nem mesmo em festas na casa de amigos, em que todos ficavam bêbados, menos ela.
  Ela era uma mulher, agora, e isso chamava a atenção. Assim como sua gargalhada nada discreta e sua aparência. Ela estava mais linda que nunca, ele havia notado. Enquanto dançava na boate em cima de uma mesa com sua irmã, ele teve a oportunidade de vê-la. Seus cabelos compridos voavam de um lado para o outro e as franjas do vestido preto — que era, em sua opinião, muito curto e muito colado as curvas do corpo dela — voavam junto. O sorriso em seu rosto era quase equivalente ao de uma criança no Natal, que não dorme para ver se consegue flagrar o tão esperado Papai Noel.
  — Senti sua falta — ela murmurou, tomando-o de sobressalto. Pensou que ela tinha adormecido de bêbada em seu ombro, mas ela estava acordadíssima, os olhos atentos ao motorista que dirigia calmamente.
  Ele sorriu na escuridão.
  — Eu também, .
  — Eu sei que amanhã ou vou me arrepender de estar te falando isso ou nem vou me lembrar, mas...
  Harry prendeu sua respiração, esperando que ela continuasse, mas então pode sentir a mão em sua cintura afrouxando-se e a cabeça em seu ombro tombando mais para o lado. Ela havia adormecido. Que conveniente.
  O táxi encostou-se em frente ao condomínio e Harry teve cuidado para levantá-la sem a acordar, pegando-a no colo enquanto Gemma apertava o interfone e aguardava o portão abrir.
  — Sabe, ela gosta de você — murmurou.
  Harry olhou a mulher dormindo em seus braços e sorriu.
  — Como você sabe? — Perguntou enquanto entrava no condomínio e no elevador que Gemma havia chamado. — Você ouviu a “conversa”?
  Ela assentiu.
  — Comentei na Maddox que ela estava sendo muito dura com você e ela disse que gostava muito de você quando vocês namoraram, mas de repente ela começou a falar com as coisas do presente atrapalhavam o relacionamento de vocês e eu entendi. Acho que ela te odeia porque não pode te ter. — Disse, dando de ombros, enquanto abria a porta do apartamento. — Ela é meio louca e controladora, mas acho que é verdade, afinal.
  Harry sorriu novamente, mas não disse nada. Levou para seu quarto, tirou seu salto alto e a cobriu com um cobertor. Não tinha ideia de que ela ainda pudesse gostar dele. Ela o havia abandonado, enquanto ele insistia para que tentassem, mesmo que à distância. Ela foi a primeira menina pela qual ele se apaixonou, mas não podia imaginar que ela ainda se importava. Três anos haviam se passado, ele havia tido outras namoradas, tinha alcançado seu sonho e seguido em frente, mas pelo jeito ela ainda estava presa à Holmes Chapel.
  Depositou um beijo em sua testa e se dirigiu ao quarto de hóspedes; teria muito que pensar naquela madrugada.

  Ao acordar, de manhã, a dor de cabeça que sentia não deixou com que se levantasse de súbito. Ficou deitada, lembrando os acontecimentos da noite — os que ela se lembrava — e rindo. Lembrou-se de quase ter se declarado para Harry no táxi, e agradeceu por não tê-lo feito, mas perguntou-se: o que ele teria dito? Como agiria?
  Pôde ouvir barulhos vindo da cozinha e decidiu levantar-se e tomar rumo na vida, tomar um remédio pra dor de cabeça ou, quem sabe, tomar outro pileque e emendar o fim do semestre bebendo pra comemorar. Resmungou algo e levantou-se. Ainda vestia o vestido da noite anterior e a maquiagem estava totalmente destruída em seu rosto. Dirigiu-se em direção ao banheiro do corredor.
  Enquanto isso, na cozinha, Harry procurava por alguma coisa saudável para comer. Os armários estavam cheios de salgadinhos e macarrões instantâneos, alguns pacotes de bolacha doce e balas, e um pote de cookies. Respirou fundo e pegou o pote de cookies, um copo de leite e dirigiu-se à sala, ligando a TV em um canal qualquer.
  — Já está acordado? — perguntou enquanto se dirigia à cozinha, com o rosto devidamente limpo e de pijama. — Olha, desculpa por ontem...
  — Não se preocupa — ele sorriu e bateu ao seu lado para que ela se sentasse. — Vem cá, vamos conversar.
   mordeu os lábios. Por que Harry queria conversar? O que ela havia dito? Ah, meu Deus, o que Gemma havia dito?
  Dirigiu-se lentamente para o sofá, sentando-se ao lado do menino e sentindo seu perfume maravilhoso. “Droga, isso não vai facilitar as coisas!”, pensou.
  — O que aconteceu? — Perguntou aflita, olhando para as mãos e corando.
  Ele puxou seu queixo para cima e a fez olhar diretamente para seus olhos enquanto se aproximava lentamente. Finalmente, ela sentiu os lábios macios dele tocarem o seu, e fechou os olhos, passando as mãos pelos cachos de seu cabelo e colando seu corpo no dele. Não demorou muito e as mãos de Harry estavam em suas coxas e as dela dentro da camisa do menino, arranhando suas costas, e puxando sua camisa para cima, a fim de tirá-la.
  Não havia palavras no mundo para explicar o que sentia naquele momento. Seu corpo ardia em chamas e seu coração se derretia. O sabor do beijo de Harry era indescritível, e ela sentia-se em casa com seu corpo junto ao dele. Porém um pigarro alto fez com que se separassem.
  — Desculpa interromper — Gemma disse, passando pela sala em direção à cozinha, fazendo com que os dois se enrubescessem. — Então, to voltando lá pro meu quarto...
  Harry riu e olhou com culpa para a amiga, que sorriu de volta murmurando apenas “vai fundo” e desaparecendo pelo corredor.
  — Desculpa por ter te beijado dessa maneira — Harry disse, olhando-a novamente, e novamente a puxou para um beijo.
  Mais uma vez, pôde sentir sua alma derretendo-se por ele, mas o empurrou levemente, sorrindo como quem se desculpa logo em seguida.
  — Eu... Harry, isso não pode acontecer...
  — Por quê? Quer dizer, qual o problema? Você não gostou? — Ele perguntou preocupado, passando a mão delicadamente pelo rosto da menina.
  — Não é isso. Eu... Eu amei — ela disse, ficando rubra novamente, acariciando sua mão. — Mas é que eu to com o , e você deve estar com alguém e nós nunca daríamos certo.
  Ele bufou. Tinha sido a pior desculpa que já ouvira, e ele revirou os olhos, gargalhando.
  — Você vai mesmo acreditar no que tá falando? — Ele perguntou e ela assentiu. — Ah, me poupe, . Você é diferente do meu lado, e ontem quase se declarou pra mim.
  — Não, não me declarei não!
  — Mas quase se declarou. E, olha só, a Gemma me falou o que você disse na Maddox. E se você disser que esse beijo não foi bom, eu sou capaz de te jogar dessa janela sem nem pensar duas vezes — ele sorriu.
  Ela abaixou os olhos, novamente envergonhada.
  — Fica comigo — ele pediu. — Vai dar certo sim, se a gente quiser. Você é minha casa, ...
  Ela sorriu ao ouvi-lo dizer aquilo. Foi uma das primeiras coisas que ela disse a ele quando estavam juntos, há três anos. Não podia acreditar que estava ouvindo aquilo, que ele ainda se lembrava.
  — Harry...
  — Olha só, não vou te negar que eu te superei. Eu te superei. Mas ver você ontem e ouvir Gemma dizer aquelas coisas; eu percebi que a gente nunca esquece um primeiro amor. Eu me apaixonei por você mais uma vez, . E eu quero ficar com você; dessa vez, eu quero que dê certo, quero fazer o possível para que dê certo!
  — Você não sabe do que tá falando. Você nem tá pensando. Não é assim, Harry. Você não pode aparecer e roubar uma vida.
  Ele suspirou. Ela estava certa; ele não podia roubá-la quando quisesse. Mas ela queria ser roubada, então não entendia porque estava agindo daquela maneira.
  — Isso é um não?
  Ela assentiu.
  — Mais uma vez — ele sorriu, acariciando seu rosto novamente. — Cara, to começando a achar que ou eu gosto muito de você ou eu gosto muito de levar fora seu.
  Ela riu, com lágrimas prontas pra cair. Queria ficar com ele. Queria ser a namorada de Harry Styles, estar ao seu lado, acompanhá-lo e amá-lo, mas não podia. Sabia que não iria dar certo e que ambos se magoariam mais caso algo acontecesse. Não era amor o que estavam sentindo, era desejo. E o desejo passaria com o tempo.
     — Eu me recuso a acreditar nisso — ele disse, nervoso, após alguns minutos constrangedores de silêncio. — Você me ama, e também quer ficar comigo. E nem adianta dizer que não, seus olhos me dizem isso — ele disse rapidamente ao ver que ela tentaria argumentar contra. — O que te impede?
  — Medo.
  — Do quê?
  — De me magoar. De te magoar. Amor não dura pra sempre, você sabe.
  — Tá certo — Harry concordou. — Mas eu não quero um amor que dura pra sempre... Sabe, eu to querendo só você.
   respirou fundo, pensando “ah, que se dane!”.
     — Nothing feels like home like you, babe — Harry sussurrou em seu ouvido e, naquele momento, não havia mais nada a ser dito.
  Eles se pertenciam.



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