No More Dramas

Escrito por Bia | Revisado por Carol

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  Pi. Pi. Pi.
  Niall resmungou um pouco, mas desligou o despertador e se levantou. Pensou em como não deveria por aquela música que tanto gostava como despertador. Passou a odiá-la. Olhou no espelho do banheiro e fez uma careta, realmente, não estava com uma cara boa. Para melhorar a situação, era segunda. “Ótimo”, pensou.
  Na casa ao lado, penteava os cabelos ondulados, enquanto ouvia o pai a chamando para comer. Estava feliz, afinal, a noite anterior havia sido maravilhosa. Imaginava a cara que Niall faria quando soubesse da nova notícia. Esperava que o garoto gostasse, pois ele sempre desejou o melhor para a menina, e aquilo, com certeza, era o “melhor”.
  O menino saiu do banho e vestiu o uniforme da escola, jogado num canto do quarto e pensou na prova de matemática que teria algum tempo depois. Enquanto vestia o tênis de sempre, tentava memorizar a matéria. “Ah, como se segunda já não fosse ruim o suficiente, tinha que ter essa bendita prova, ainda mais no final do ano”. A garota não estava tão nervosa, havia se preparado para a prova, e matemática, em sua opinião, era moleza. Mas, ainda assim, tinha aquele friozinho na barriga, pois, pelo menos no último ano, tinha que ter um boletim invejável.
  Os dois saíram de casa juntos, bateram a porta e suspiraram. Niall pensava em se declarar, agora que o ano estava acabando. pensava em como contar ao amigo a notícia do dia anterior.
  - HEY, ! - A menina se virou assim que ouviu a voz do amigo.
  - HEY! – Gritou não muito alto, em resposta. - Tudo bom?
  - Aham, e você, como anda pequena?
  - Você diz isso como se fosse o cara mais alto do mundo! - Riu, se juntando a Niall. – Enfim, estou ótima, incrível, maravilhosa e - olhou para o garoto que lhe encarava com a sobrancelha arqueada e continuou - sim, estou bem.
  - Posso saber o que aconteceu para essa felicidade anormal te invadir? – Perguntou, enquanto admirava o sorriso da menina.
  - Bem sabe o ? - Perguntou e ele a questionou qual dos ’s e ela lhe explicou, enquanto o sorriso do garoto desaparecia, mas estava radiante demais para reparar na expressão de Niall, que logo assentiu. – Então, ele me pediu em namoro ontem!
  - E você aceitou? – O menino quis saber, com um resto de esperança.
  - E você ainda pergunta? Espero isso desde o 7º ano! É claro que aceitei.
  - Ah. – Falou, triste e decepcionado.
  - Não vai me dar parabéns? – Ela cobrou, e quando o garoto ia parabenizar a amiga chegaram na escola e o sinal tocou. Mal conversaram e a professora entrou na sala e começou a aplicar a prova.
   ia bem, mas não podemos dizer o mesmo de Niall, que só pensava na notícia que a brasileira de cabelos havia lhe dado. Alguns minutos atrás tinha quase certeza de que a menina sentia algo a mais por ele.
  “E justo o ? Tanto moleque nessa terra e tinha que ser o ?”. Não que não soubesse da quedinha, ou melhor, abismo da amiga pelo garoto, mas ele conhecia bem a fama do garoto. “O Parte Corações de Mullingar” estava com a garota que ele amava há anos e Niall não sabia o que fazer.
   terminou a prova e encostou a cabeça na parede (uma das vantagens de sentar na fileira do canto) e pensou em . Como seu sorriso era lindo e seus olhos azuis eram hipnotizantes, cor do mar. Pensou na sorte que tinha; todas as meninas de sua sala queriam namorá-lo, o que, até aquele momento, lhe parecia um grande problema.
  - Acabou a aula, por favor, devolvam as avaliações. – Niall acordou de seu devaneio e viu que mal tinha respondido metade da prova. “Recuperação” era uma das palavras que rodavam na sua cabeça. Junto de “vou”, “matar”, “o” e “”, é claro.
  - Como você acha que foi? – perguntou, na expectativa.
  - Não sei.
  - Você estudou? – Questionou. Niall podia ter milhões de qualidades, mas estudar para as provas não estava nessa lista.
  - Sim. – A menina arqueou a sobrancelha direita. - Mais ou menos – e arqueou a esquerda – Ok, não.
  - Nialler, meu amor, você sabe que eu te adoro, mas... Na próxima prova, estuda, não quero ter um amigo burro. – Riram e o professor de química entrou na sala.
  Algumas semanas se passaram e sentiu que o amigo estava estranho com ela. Não era algo que ele falava, nem nada assim, ele só... ele só não era o mesmo. Questionou dezenas de vezes o que havia acontecido, mas ele sempre respondia que era coisa da sua cabeça e que tudo estava bem.
  E quando tudo estava indo bem, a menina decidiu ir pra praia. Bendito fim de tarde em que decidiu dar uma bendita volta e ver as benditas ondas quebrando na bendita praia. Ficou um tempo lá, tomou sorvete e, quando já estava para ir embora, viu um casal se beijando na praia. Parou para “apreciar a cena” e se lembrou de . Foi aí que viu que aquele era o .
  Tentou segurar as lágrimas, mas não era a coisa mais fácil de fazer naquele momento. Então, foi para o único lugar que sabia que haveria alguém que a consolaria: a casa de Niall.
  Depois de ter ouvido uma lição de moral, graças à nota baixa em matemática, ouviu a campainha tocar. Uma de olhos vermelhos e inchados lhe esperava na porta. Assim que ele a abriu a menina o abraçou desesperadamente. “Seu abraço é bom”, a garota sussurrou no ouvido do menino que sorriu. De trilha sonora estavam as vozes dos personagens de Chaves, de um episódio que ele já tinha assistido umas cem vezes.
  A garota lhe explicou o que havia ocorrido e teve que segurar o garoto para ele ir atrás de e lhe matar. Assistiram a alguns episódios de Chaves, rindo, claro, e a menina voltou pra casa.
   e Niall Horan nunca mais se viram.

FIM



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