Never Be Like You

Escrito por Halls | Revisado por Naty

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  Tudo estava virando vultos ao meu redor, e além disso, as coisas estavam se multiplicando. Os vinte reais que tinha em mãos para pagar mais uma bebida, havia virado quarenta. E por algum motivo desconhecido, aquilo parecia tão engraçado. O homem que tinha a mão em minha cintura, falou alguma coisa, mas eu não compreendi por conta das caixas de som que bobavam em um volume absurdo. Era por isso, e não pelo fato de estar um pouco alterada por conta dos drinks que foram bebidos.
  - Vamos para sua casa. – Gritou mais perto do meu ouvido.
  - Ah, como eu te amo, seu estúpido! – Minha língua estalou tão rápida que não tive tempo nem de pensar no que estava falando. Rodopiei meus braços em seu pescoço e respirei fundo para sentir o cheiro que tanto gostava. Mas meus olhos se abriram desesperados, quando um cheiro diferente alcançou minhas narinas. Não eram olhos azuis curiosos que me encaravam. Eram cinzas, opacos e pervertidos. Minha consciência estava voltando ao normal. E não era ele ali. Empurrei o estranho e coloquei minha mão na cabeça, joguei o dinheiro de qualquer jeito no balcão e saí andando procurando a saída daquele lugar.
  O cara que eu amava não estava ali, e eu nem sabia onde poderia estar. Havia pedido um tempo para o mesmo, porque na verdade eu não tinha confiança em mim e sempre fui orgulhosa de mais para admitir. E desde então estava procurando alguém que me fizesse esquecer dele.
  - Ei, ! – Chamou-me o homem, esticando sua mão para me alcançar. Não respondi, continuei meu caminho o ignorando. – Espera aí, sua bolsa está aqui comigo. Sou eu, . O que houve?
  - Me dê a bolsa. – Puxei a alça que ele me estendia e minhas sapatilhas do balé. Eu estava tonta. Havia entrado naquele lugar somente porquê não conseguia admitir meu erro. Eu O queria de volta.
  - Você nem consegue se manter de pé, vem. Vou te levar em casa, gatinha. – E assim o deixei me guiar até em casa.

***

  - Bom, já que estou por aqui, que tal... – tentou ultrapassar a soleira da porta.
  - Não, obrigada. – Fechei a porta na cara dele quando o mesmo se convidou para entrar. Quem ele pensava que eu era? Estava bêbada, não doida.
  - Eu não achei mesmo que fosse deixá-lo entrar. – Escutei uma voz rouca que parecia familiar e me fazia sentir-me em casa. . – Um idiota.
  - ?! – Meu coração batia rápido em meu peito, quase como se tocasse minha caixa torácica. Um exagero. Dizer que ele estava lindo mesmo depois de passar dois meses afogado em trabalho e álcool, como seus amigos me contaram, seria um eufemismo para aquela beldade.
  - Você esteve bebendo? – Olhou-me dos pés a cabeça, com aqueles olhos curiosos que eu tanto senti falta.
  - Você não?
  - Usando sarcasmo comigo, sério? – Levantou uma sobrancelha. – Eu vim para esclarecer umas coisas. Primeiro: você saiu da aula, e foi direto para uma balada. Além disso, ficou com um babaca. O que esta te acontecendo?
  - Eu pedi um tempo...
  - Eu te dei um tempo, só quero saber se estamos ou não juntos? Queria que uma única vez você deixasse de ser tão orgulhosa! – Virou de costas e colocou a mão na cabeça. - Eu vim aqui, mas se eu sair por aquela porta eu não volto mais. - Sua voz estava trêmula.
  - Eu... Não quero que vá embora. - Na minha cabeça passou um flashback de todos os momentos difíceis que ele havia me ajudado, e eu não poderia pensar em ninguém o substituindo, ninguém seria como ele. - Eu te amo, mas...
  - Mas o que falta? - Fez uma pausa. - Falta confiança?
  Andou até mim, puxou-me para um abraço, segurou meu corpo com carinho e afeição.
  - Eu sempre estarei aqui para você e por você. Lembra de todos nossos momentos? Eu não vou deixar aquele merda tirar você de mim, eu posso ser melhor que todos, eu posso te fazer feliz. - Olhei naqueles olhos, e todos os sentimentos vieram à tona. Todos os beijos, palavras, toques. Ele me apertou mais eu seu abraço, seus olhos estavam brilhando de admiração e lágrimas.
  - Senti sua falta... – Declarei respirando fundo e envergonhada. – Eu sinto muito por tudo que fiz, eu errei e ferrei com tudo. Eu não quero um tempo, eu quero você. Eu só sou muito orgulhosa... – beijou-me com necessidade, saudade e com amor. Apertou suas mãos em minha cintura e separou o beijo para dizer:
  - Eu senti muita sua falta, eu não vou te deixar fugir de mim mais, mocinha. – Beijou todo meu rosto e deu um sorriso safado. Tudo aqui me faz amar ainda mais cada pedacinho dele.
  Eu poderia me irritar fácil, brigar, surtar! Mas ele sempre voltaria para mim, porque o nosso amor é isso. Nós humanos cometemos erros, mas quem nos ama nos ajuda a superá-los e não nos abandona. E esse alguém especial, nunca poderá ser substituído, não quando é amor.
  I’m only human can't you see? I made, I made a mistake, Please just look me in my face tell me everything's ok. Cause I got it... He’ll never be like you. Now I'm fucked up and I'm missing ya... He’ll never be like you.
  (Eu sou apenas humano não pode ver? Eu fiz, eu cometi um erro, por favor, apenas olhe no meu rosto, diz-me que está tudo ok. Porque eu sei disso ... Ele nunca vai ser como você. Agora eu estou fudido e eu estou sentindo sua falta... Ele nunca vai ser como você.)

 

Comentários da autora


Essa Short foi para um amigo secreto com as lindas do grupo MM, e eu tirei a Gaby Pingituro... Então dedico a ela totalmente. <3