Nem Tudo É O Que Parece

Escrito por Fabiola | Revisado por Laura Weiller

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Capítulo Único

   POV

  Mais uma manhã. Deus que me dê forças para mais uma semana de faculdade, porque eu ja não consigo mais aturar essa gente. Especialmente eles. Deixa eu me apresentar primeiro, sou a , tenho 19 anos, sou brasileira e estou a estudar Marketing numa faculdade na Austrália. Não sou a típica rapariga adorada por todos, sou mais do tipo que não se interessa pelo o que os outros pensam e dizem dela. Faço o que me der na telha e odeio receber ordens, daí ter vindo estudar para bem longe dos meus pais. Cheguei à faculdade e avistei logo sentada num muro, ela era a minha melhor amiga.
  - , mexe esse rabo e vem logo! - gritava a com as mãos no ar.
  - Calma, que pessoinha de apresada! – Sentei ao seu lado e acendi um cigarro.
  - Quando é que você deixa esse vício horrível? - perguntou ela brava.
  Revirei os olhos, ao mesmo tempo que tentava fazer bolinhas com o fumo.
  - Pronto, passando ao que interessa, , você não sabe quem é que nos convidou para a FESTA DO ANO? !
  - Diverte-te na festa sozinha , porque eu não vou! Sabes que não suporto o !
  - Não vais me deixar ir nessa sozinha, pois não? - fez bico.
  Ficamos naquela discussão por uns bons 10 minutos até aquela vaca me ter convencido a ir.
  Não suporto nem os seus amigos, , e . Mas é que era o único que mexia com o meu sistema nervoso e cada vez que o ouvia falar só me dá vontade de partir para cima dele aos murros.
  Chegou a hora da festa, nem me dei ao trabalho de mudar de roupa, fui com as mesmas calças jeans rasgadas e blusa larga que usei para a faculdade.
  - nunca mais se esqueça desta prova de amizade que lhe estou a dar?
   sorriu e me abraçou.
  – Ahm você sabe que eu te adoro!
  Deus, aquilo era mesmo A FESTA DO ANO, tava tudo tão perfeito que até me surpreendeu. Olhei para o lado e vi a ir falar com os rapazes. Não, não quero ter que ouvir a voz dele, é melhor ir lá fora. Fui ao bar, agarrei numa garrafa de vodcka e fui lá para fora fumar um ou dois cigarros.
  - E cumprimentar os anfitriões? Você não sabe o que é educação garota?
  Rolei os olhos e vi que se sentou ao meu lado.
  – Não enche , por favor!
  - Credo, sempre miss simpatia. Por favor garota, ao menos tem cuidado e não ponhas esse fumo todo para cima de mim.
  - Ups – disse e sorri, como eu adorava provocar esse garoto.
  - Você sabe que não devia fumar e beber ao mesmo tempo? – ele me perguntou dando um gole na minha garrafa.
  Como resposta acendi outro cigarro, traguei e depois dei também um gole na garrafa.
  - , se você não se importa, pode me deixar sozinha? Não estou afim de falar com... A... Nem sei o que chamar a pessoas como você.
  Ele me fitou e ficamos a olhar-nos nos olhos até que eu desviei a cara. Por quê? Porque nunca tinha visto tal olhar, meu deus, me arrepiei toda. Ele parecia insano!
  De repente ele se levantou e foi embora.
  - Que garoto estranho.
  Decidi me levantar e ir embora, não tava com clima nenhum para festa e provavelmente já tava no quarto com algum garoto. Quando estou prestes a sair da casa, sinto alguém a agarrar-me no braço e depois sinto uma dor intesa na cabeça e tudo ficou escuro.

   POV

  - Ela parece uma princesa a dormir, uma princesa do mal, mas é linda na mesma – disse enquanto lhe metia uma mexa do cabelo atrás da orelha.
  - ? – perguntou abrindo os olhos – Mas onde raios é que eu estou? seu filho da...
  - Calma , não fica brava não! - disse sorrindo, afinal ela tava presa a uma cadeira e não ia sair de lá tão cedo.
  - Calma?! Você não deve jogar com o baralho todo, só pode? Não fique ai sorrindo feito um psicopata louco, me ajude!
  - Não posso, olha vou te contar o que aconteceu. Seus pais foram assasinados e quem lhes fez isso vem atrás de você. E a única maneira de você não ter o mesmo fim que o deles é casando comigo. E não me pergunte como é que eu sei disso, porque eu não posso contar, pelo menos não agora.

   POV

  Quando acabou de falar eu não acreditava. Os meus pais mortos... Espera O QUÊ?? Casar com quem?
  - Você só pode estar a gozar garoto! Como assim meus pais estão mortos? E como é que me casando com você vai ajudar? É que nem morta!
  Nunca gostei de receber ordens, não suporto que me obriguem a fazer coisas de que não quero.
  - Você acha que eu quero casar contigo ! Não! Mas estou salvando a sua vida! Essa pessoa me contatou e disse que para selar um acordo, não me pergunte qual porque não sei, você tem que se casar com um , ou seja, eu! – andava de um lado para o outro a explicar.
  Minha cabeça tava a mil, meus pais assasinados e agora eu tinha que me casar. Mas em que é que os meus pais se meteram para eu ser moeda de troca num acordo?!
  - Não quero me casar, especialmente com um idiota que nem você. Mas eu não quero morrer, por isso vamos logo casar.
  Pude jurar que vi um brilho nos olhos de .
  Passado uns dias chegou a hora em que fomos assinar os papéis para nos casarmos. Antes de entrar parei na porta e acendi um cigarro.
   bufou – Outro ? Desde que saimos de casa você já fumou 7 cigarros.
  - É a unica coisa que me resta que me deixa feliz – atirei a bituca para o chão e pisei.
  - Caraca , você fuma muito rápido.
  Olhei para ele sorrindo como uma criança na manhã de natal:
  - Eu não fumo só por prazer não, eu fumo para morrer.
   gelou com a minha frase, achei uma piada enorme à cara dele.
  - Vamos logo garoto.
  Quando acabamos de assinar os papéis fomos para minha casa.
  - Oouh voce não vai ficar aqui. Vamos continuar a nossa vida naturalmente eu aqui e você na sua casa, nada de beijos e muito menos sexo, viu?
  Ele sorriu malicioso a assentiu:
  - Vou já me embora, mas primeiro vou preparar umas bebidas para brindarmos.
  Acendi um cigarro e me atirei no sofá, afinal esse garoto não era assim tão mau. Nunca pensei que ele fosse concordar tão facilmente. chegou com as bebidas e brindamos. Passado um pouco começei a sentir me meio sonolenta e cansada.
  - acho melhor você ir andando eu estou muito cansada.
  - Espera que eu te levo para o quarto – e foi ai que ele me pegou ao colo e me levou para cima. Ele tava outra vez com aqulele olhar insano, olhar de psicopata e me deu medo.
  - me deixa, eu consigo ir sozinha. Pode ir embora.
  Ele abana a cabeça e me atira para a cama. Salta para cima de mim e me começa a beijar o pescoço.
  - Para garoto! Eloqueceu? Sai daqui!
  Tentava empurrar com toda a minha força o de cima de mim, mas não conseguia, eu estava cada vez mais com mais sono e mal conseguia abrir os olhos. Ele não parava e começou a tirar a minha blusa e a beijar minha boca e foi a última coisa de que me lembro antes de ficar tudo branco.
  Acordei e vi um adormecido ao meu lado. O MEUS DEUS! Estavámos sem roupa e eu não me lembro de nada do que se passou! Ele só pode ter me dopado! Levantei, peguei na roupa dele e na minha e no meu celular e me meti no banheiro.
  - Tenho que achar qualquer coisa nos bolsos dele.
  E achei, um frasquinho agora vazio.
  - Não acredito que aquele babaca me dopou! – sinto o meu celular a vibrar e quase que me dá um ataque quando vejo o nome da minha mãe na tela.

  - Alô?
  - Oi filha, como você tá? Ontem voce não chamou no skype para gente.
  - Mãe, é você?
  - Claro que sou eu filha!
  - Mas... Mas você foi tava morta, pensava que você e papai tinham morrido!
  - Mas que conversa é essa! não me diga que você teve tomar drogas outra vez? Me diga a verdade.
  - Não estou a entender nada mãe, diseram me que você tinha morrido! Eu vi uma foto e não não estou drogada.
  - Liga o skype para mim filha, quero ver você, não estou a gostar dessas histórias ridículas.

  A chamada caiu e eu tava chocada! Mas eu vi uma foto, logo depois de ter aceitado casar com Ash a polícia me ligou e me mandou fotos... A não ser que... O me enganou?! Não é impossível.
  - Oh meu deus! Aquele olhar e sorriso sempre me provocava arrepios, parecia tão sinistro e psicopata. Se calhar ele armou tudo isso para me pegar!
  - Muito bem, !
  Virei rápido e o grito ficou preso na minha garganta. tava encostado à ombreira da porta de braços cruzados, só de boxer a olhar para mim com o olhar insano.   Ele disse sem desviar os olhos dos meus e com aquele sorriso sinistro nos lábios – Se você pensava que sua vida era ruim, prepare-se porque o inferno vai começar.

Fim!



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