Não Feche a Porta
Escrito por MariGrape | Revisado por Any
Eu achei que já havia cometido muitos erros na minha vida, porque afinal um menino que cresce mimado pelos pais tendo tudo que queria, não é uma pessoa que tende a fazer coisas certas. Mas, estava tão enganado que tive que esperar meses se passarem para perceber isso. Teria sido muito mais fácil por a culpa toda no All Time Low e deixar por isso mesmo. Foda-se tudo a culpa não é minha e é isso aê. Porém pela primeira vez na minha vida tive hombridade e aceitei minha culpa de muito bom grado, obrigada. Era inaceitável dizer que eu troquei a mulher - a única - que amo, por gandaia, festas, mulheres - a maioria delas vadias. A verdade é que eu não queria uma mulher enchendo meu saco, só que a mulher que ?encheria meu saco? agora estava no seu apartamento confortável com outro cara em seus braços e eu aqui desejando que eu fosse ele.
Ir para casa nunca foi tão difícil. Saber que ela provavelmente estaria na festa de boas vindas que meu pai estava fazendo, para mim e para os caras, era tão extremamente torturante pelo simples fato de não poder ir até ela e dizer que eu me arrependo, que o que eu fiz era bobagem, porque agora ela estava com um cara que a merecia de verdade.
- ? - alguém estava me chamando, mas eu estava tão distraído com o vidro do ônibus que nem percebi. - ACORDA! - ah, era o .
- Fala .
- A gente está quase chegando. - ele estava tão empolgado que eu fiquei até mais um pouco animado.
- Mal vejo a hora. - menti.
- Tem certeza que você está empolgado?
- Claro. - menti de novo.
- Tá né. - ele deu de ombros e se virou para falar com o e o , que jogavam pela quinta vez baralho.
se juntou a eles, que pararam de jogar na mesma hora se abraçando e pulando. O que estava sendo muito gay, mas vai entender esses caras né?
Não demorou para eu sentir a brecada do nosso delicadíssimo motorista, em frente a minha casa. Tinha tanta gente na minha casa - incluindo pessoas que nunca havia visto - que não dava para andar direito naquela casa. Meu pai parecia um doente mental com tantas meninas em volta. Desde que se separou da mamãe parecia um tipo de tio gostosão que pega todas as meninas, ou seja, eu tive a quem puxar.
- Sério Tio Robert, se minha mãe me ver aqui ela vai ficar puta. - disse olhando com medo da festa. - Sério, isso aqui tá muito estranho.
Eu, e olhamos para o lado e vimos umas meninas se beijando e isso foi muito esquisito.
- Papai - segurei ele pela manga e fomos até meu quarto que estava ocupado por um casal, na minha cama. - Olha só, isso aqui tá muito esquisito mesmo. O que são essas pessoas?
- Fãs seus. - eu o olhei e o lembrei que não existe apenas no All Time Low. - De vocês. - ele se corrigiu.
- Pai - respirei fundo, aquele velho tava ficando caduco. - Cadê minha mãe? Os pais dos caras? A... - minha voz travou só de pensar nela. - a ?
- Na casa deles pressuponho eu. Não chamei nenhum deles. Pensei que vocês queriam mulheres, cervejas e isso que eu fiz.
- Pai, eu quero ver a . Não quero mais mulheres, mais cervejas, chega. Eu já tive isso tudo na turnê.
Meu pai me olhou com um ar meio de ?que cara idiota?. Mas eu não ligava mais para isso. As mulheres, as festas, tudo isso perdeu o sentido para mim. De que adiantava ter mil mulheres a sua disposição, quando não podia se amar nenhuma delas? Elas não me davam carinho de amor, me davam carinho de groupie, fanatismo, seja lá que porra era aquela. Não é isso que eu quero, não era isso que eu tinha.
- Vai, corre atrás dela igual um cachorro. Sendo que ela já tem outro. - ele me balançou a cabeça em desaprovação ao meu amor. - Não foi assim que eu te criei.
- Realmente não foi assim e já viu no que seu filho se transformou? Em um cafajeste. Segui seu manual e cá estou, com dinheiro, mas sem a pessoa que eu amo.
Eu sai revoltado de casa. Tranquei com chave a porta do meu quarto para que não pegassem nada lá dentro, se é que já não tinham pego. Fui para o ônibus onde , e já me esperavam. Os três estavam jogando UNO.
- Vai uma rodada? - me passou um bolo de cartas que aceitei sem falar nada.
- Sabe - comecei a dizer. - vocês acham que eu fiz errado em terminar com a por causa da turnê?
Os três abaixaram as cartas e me olharam.
- Cara - começou a falar, o que não me tranqüilizava nem um pouco, porque e eram primos. - você não fez nada muito certo não, mas é compreensível, ainda porque sejamos sinceros que você tava doido para ficar com outras garotas, e você só era fiel na marra porque eu segurava sua onda.
- É verdade , mas porque isso? - perguntou e eu fiquei meio sem graça em dizer que sentia falta da .
Porém, nada tive que dizer, o ônibus mais uma vez parou de repente - e eu cai da cadeira - dessa vez em frente a casa do .
desceu, se despediu da gente e falou que mais tarde nos encontrava no hotel. A cena se repetiu com e , até que eu fiquei sozinho. Cheguei no hotel, pus as minhas malas e as dos caras, sozinho no quarto e fui dar uma volta pela cidade.
Parei algumas vezes, para falar com algumas fãs - algumas bem gostosas - e voltei a caminhar. Nem percebi que meus pés me levaram a portaria de um prédio que eu não queria ter ido. O prédio dela. Eu até daria meia-volta para não ter que tocar o interfone, mas eu ouvi algo bem familiar.
- BUDDY! VOLTA JÁ AQUI! - e vi o cachorro correr em minha direção e me lamber. Aquele cachorro me ama. Ela se aproximou, mas não havia percebido que era eu quem estava sendo lambido pelo Buddy. - Me desculpa, o Buddy costuma ser antipático com todo mundo, só com o besta do meu ex que ele é assim e ... - eu a olhei e na mesma hora ela ficou calada.
- O besta do seu ex?
- O que você não deixa de ser né ?
- olha eu não sei nem o que dizer a respeito da gente.
- Nada, porque acabou. - ela puxou o Ruskie dela, que tinha quase o seu tamanho, de cima de mim e começou a correr com o Ipod no ouvido.
- Aposto um sorvete que você está escutando Six Feet. - berrei e ela parou. Pois é, ela estava escutando. Ela voltou em minha direção e fomos a uma sorveteria. Ela nem precisou pedir porque eu sabia qual era seu sabor favorito.
- Um sorvete de flocos e um de morango por favor.
- Uau, você ainda lembra que meu soverte preferido é o de flocos?
- Certas coisas nunca mudam. - disse dando uma lambida no meu sorvete de morango.
Estávamos sentados olhando um para o outro sem falar coisa alguma.
- Como você sabia?
- Que? - eu estava to distraído olhando para ela, que nem estava prestando atenção em nada.
- Como você sabia que eu estava escutando Six Feet Under The Stars?
- Ah tá, é porque essa é sempre a primeira música que você coloca para correr com o Buddy.
Ela arregalou os olhos.
- Como você sabe disso?
- Quando a gente estava namorando, e eu corria com você, eu sempre via você cantarolando Six Feet quando a gente começava a correr com o Buddy.
- Ah sim. - ela se encolheu com o sorvete na frente do nariz.
Ficamos em silêncio mais uma vez.
- , eu não sei como puxar assunto com você, mas esse silêncio é péssimo.
- Não estaríamos assim se você tivesse sido diferente a uns meses atrás.
- eu não achei que seria assim. Mas tá tudo diferente...
- Você acha que é assim? Você vai em turnê pega todas e volta ?Oi quero você de novo? e depois dá tchau. - ela estava com os olhos molhados de lágrimas.
Eu olhei para ela e vi que era a hora de falar tudo que estava engasgado nesses últimos meses.
- , eu sei que simplesmente fugi de ter você, mas eu não tinha parado para pensar. - ela ficou atenta as minhas palavras. - Mas eu sei, tive que esperar esses meses para enfim te falar, que o melhor da vida eu aprendi com você e não vou mais te deixar para trás.
Ela estava chorando de novo, mas eu não sabia se era de raiva, ou de emoção. Enfim achei melhor continuar.
- Minha escolha certa é você e eu voltarei, mas para isso eu preciso que você abra sua porta e me deixe entrar mais uma vez. - me levantei e sai.
A essa altura eu estava me perguntando porque eu disse aquele monte de babaquice e o pior, porque eu tinha deixado ela lá.
- ! ! - eu ouvi a voz da e o Buddy latindo.
- . - segurei sua mão e ela me abraçou.
- , minha porta sempre estará aberta para você se você fizer as coisas da maneira certa.
- Prometo que dessa vez não vou errar, me desculpa por tudo que eu te fiz sofrer. Eu estava com um pensamento de pivete. Por favor aceite meu perdão, eu vim aqui em nome do meu coração.
Ela me beijou. Dessa vez a porta estaria aberta, e eu não deixaria ela se fechar mais uma vez.
FIM
Bom fiction feita em um dia, que demorei para caramba para terminar porque eu me empolguei no twitter e fiquei twitando a tarde inteira. HAUIHE A devo dizer que essa fic é um presente para a Nat. Obrigada por ter sido tão fofa por esses dias meu amor. Essa fic é baseada em uma música chamada Não fecha a porta da banda Love Movie (banda Mara gente). E é isso. Obrigada por terem lido xx Mari