My Wildflower
Escrito por Rachel Hemmin | Editado por Lelen
Parte I
A casa no lago tem uma vista divina no verão, poder nadar até mais tarde, ficar no píer até o pôr do sol ou fazer uma roda com os amigos e assar marshmallow em volta de uma fogueira improvisada. Mas no inverno o lago congela, as montanhas ao fundo e as árvores se cobrem de neve, a lareira acesa dando um ar mais aconchegante dentro de casa, tudo fica ainda mais deslumbrante.
O inverno tinha começado a poucas semanas, a neve caía suave durante o dia e mais densa no fim da tarde. Ter de instalar correntes no pneu do carro era algo que me deixava irritada, mas não mais do que ter de andar igual a uma tartaruga, mesmo que fosse para a segurança de todos.
Já passava das cinco quando a avistei ainda de longe, algumas pequenas árvores impossibilitaram a visibilidade do primeiro andar, mas no segundo era possível ver uma ou duas luzes acesas. Acelerei o máximo que o carro e a neve me permitiram, não seria muito bom ficar presa com a noite chegando.
Reconheci sem dificuldades um dos carros que estavam na entrada e meu coração disparou, fazia quase três anos que não o via, o pouco que sabia sobre ele, era o que nossos amigos em comum contavam. Haviam motivos por trás da longa pausa da banda que ele nunca quis me contar, por trás do nosso distanciamento, muitas coisas não ditas.
Respirei fundo algumas vezes antes de desligar o carro, não tinha a mínima noção de como seria depois que entrasse naquela casa, não sabia qual seria a reação dele ao me ver, não sabia se ele ainda olharia para mim, ou faria de tudo para me evitar.
O fim de semana ia ser longo.
A coragem nunca veio, mas tive que sair do carro mesmo assim. Abracei meu próprio corpo assim que o vento gélido me atingiu e fui o mais rápido para o porta-malas pegar o que precisava. Não demorou muito para que um rosto conhecido aparecesse na porta, o loiro de óculos sorriu aberto ao me ver, retribui com o melhor sorriso que consegui com meu rosto que começava a queimar de frio.
— Não fique aí parado e venha me ajudar, Hood. — Soltei o que tinha em mãos quando seus braços me envolveram.
— O que faz aqui, ? — O afastei olhando confusa para um Calum mais confuso ainda.
— Você me convidou, lembra?
— Sim, mas tivemos que desmarcar, — Me soltou pegando a mala no chão e a colocando para dentro. — Por causa da tempestade. — Gesticulou.
— E por que não me avisaram? — Tirei todo o excesso de roupa assim que entrei na casa, o seu interior estava tão quente e aconchegante.
— Michael disse que ia te ligar.
— Mas não ligou. — falei arqueando a sobrancelha.
— Ash e Mike estão na cozinha, — Falou rendido. — vão adorar te ver.
— E Luke? — Cruzei os braços mordendo o lábio inferior. — Vi o carro dele lá fora.
— Ele foi arrumar algumas coisas lá em cima, — Calum passou o braço por meus ombros me direcionando para a cozinha e aceitei de bom grado, o abraçando pela cintura. — daqui a pouco ele desce.
— Wildflower! — Michael soltou ao me ver.
Wildflower, esse era o apelido que Luke tinha me dado quando nos conhecemos, nunca entendi direito o motivo, mas ele sempre dizia que eu era a sua flor silvestre.
Saí dos braços de um Michael que me abraçava saudoso para o de Ash, que me apertou forte, como se nunca mais quisesse que ficássemos longe.
— Quanto tempo! — Ele finalmente me soltou. — Como você cresceu. — Seu sorriso era largo.
— Vocês também. — Devolvi o sorriso apertando sua mão.
Ficamos algum tempo conversando na mesa da cozinha e risos e lembranças, conversando sobre como tudo era melhor e mais fácil antes da vida adulta começar, antes da banda dos garotos acabar.
Depois que você sai do colegial e entra para a faculdade, os encontros com os amigos diminuem até quase acabar, a amizade pode continuar, mas as vezes não será mais a mesma. E assim aconteceu com a gente, cercados de brigas e corações partidos, cada um seguiu o seu caminho.
❅❅❅
Duas ou três taças de vinho mais tarde, o álcool e o cansaço de atravessar o estado começava a bater, os meninos ainda conversavam animados e faziam bagunça pela cozinha. Me levantei com a cabeça girando do vinho, caminhei lentamente até a porta de entrada, onde minhas coisas estavam, lembro-me vagamente de dizer que meu quarto seria a suíte no fim do corredor, subi as escadas com a mala em mãos, eu já estava no último degrau quando Luke deixava seu quarto.
Ele estava diferente, seus cabelos loiros que antes usava curto e arrepiado, agora estava mais comprido e ondulado, mal penteados para trás. Seu corpo também tinha mudado bastante, ele estava mais alto, mais encorpado. Seu rosto não era mais o do moleque que eu conhecia, agora era o de um homem que havia passado muito bem pela puberdade.
Minha garganta secou ao mesmo tempo em que meu coração pareceu parar de bater. Luke tinha ficado imóvel ao me ver, sua respiração era audível. Segundos pareciam ter virado horas.
— , — ele se aproximou devagar, parecia receoso — não sabia que tinha chegado. Achei que não fosse vir, já que o resto do pessoal desistiu.
— Eu estava lá embaixo com os meninos.
Seus olhos azuis brilhavam de um jeito que eu nunca tinha visto antes, de um jeito difícil de decifrar seus sentimentos. Seu olhar evitava o meu, passando do meu rosto para o meu corpo, demorando mais em algumas partes, e isso deveria me incomodar. Qualquer homem que olhasse mais para o meu corpo do que para o meu rosto me incomodava, mas não quando se tratava de Luke.
Luke poderia passar horas me observando que eu deixaria, eu iria apenas sorrir e pedir para que seu calor invadisse meu corpo e me aquecesse por inteira. Terminaríamos a tarde largados na cama, cansados e suados, sorrisos enormes estampados em nossos rostos, esperaríamos alguns minutos, apenas o suficiente para nos recuperarmos, Luke me beijaria e começaríamos tudo de novo.
Mas ali estávamos, parados de frente um para o outro, sem saber o que fazer ou dizer.
A distância era mínima, eu podia sentir sua respiração na minha, fechei os olhos sem um motivo específico e respirei profundo antes de abri-los novamente.
Meus dedos tocaram suaves o peito de Luke por cima do moletom, deslizando em direção a seus ombros. Luke pousou suas mãos em minha cintura, encarou fixo meus olhos e depois meus lábios quando os umedeci.
Desci os dedos pelos braços de Luke, até que minhas mãos tocassem nas dele, o calor que elas emanavam queimavam minha pele mesmo que por cima da roupa. As separei de minha cintura apenas para que pudesse as colocar em minhas costas, quase implorando um abraço, pedido silencioso que foi prontamente atendido.
Enterrou seu nariz em meu pescoço, uma de minhas mãos passeavam por suas costas enquanto a outra foi para seus cabelos.
— Não sabe como senti sua falta, Anjo — sussurrei em seu ouvido.
— Por favor, não faça isso, Wildflower. — Um arrepio subiu pela minha espinha ao ouvi-lo me chamando assim.
— Por que não, meu Anjo? — seus braços se apertaram mais com minhas palavras.
Seus cabelos loiros e olhos azuis, transmitiam uma aura angelical, com uma energia tranquila e pura. E quando a luz do sol refletia em seu rosto perfeito, era como contemplar a mais bela obra de arte.
Éramos completos opostos, Luke era só paz, calmaria. Enquanto pensamentos intensos e confusos me rodeavam.
E era assim que funcionavamos, não só na cama, mas em todos os aspectos de nossas vidas. Luke acalmava meus dias, e eu agitava suas noites. Minha energia acumulava, o sexo ficava sempre mais intenso que a noite anterior.
— Eu também senti a sua. — Ele ergueu o rosto do meu pescoço, roçando lentamente seu nariz por minha bochecha. — Volta pra mim. — balbuciou.
— Não, Luke. — Me soltei de seu abraço e o empurrei de leve. Senti meu coração bater ainda mais rápido, meus olhos se enchendo de lágrimas. — Você sabe que não é assim.
— Então como é? — Pediu com a voz baixa e rouca, passando as mãos pelos cabelos.
— Sinceramente? — Cruzei meus braços sob os seios. — Eu não sei. Não sei mais se daríamos certo.
— E por que não?
— Minha vida é diferente agora, Luke. Não posso mais viver como antes.
— Éramos felizes, Wildflower. — Esquivei assim que ele avançou em minha direção. Agora eu estava atrás dele, Luke jogou a cabeça para o alto, com a mão na cintura respirando alto. — E você desistiu da gente. Desistiu rápido demais de tudo o que havíamos construído. — Ele se virou, seus olhos estavam úmidos e vermelhos.
Ver o meu garoto chorar destruiu meu coração.
Eu quis abraçá-lo.
Mas depois de quase três anos sem uma explicação, o que eu mais queria era brigar com Luke.
— EU O QUÊ? Eu te liguei todo maldito dia durante a porra de um mês. — Quase gritei. Tive certeza que os garotos poderiam ter ouvido no andar debaixo. — Você nunca se deu ao trabalho de me atender. Nunca me explicou o real motivo.
— Eu me sentia confuso, sufocado. Eu precisava respirar, pensar um pouco. Precisava de um tempo.
— Precisava de um tempo de mim? <br>
Meus sentimentos começaram a ficar confusos. A mágoa se misturando com a raiva, a vontade de bater em Luke com a de beijá-lo.
— O quê eu fiz de tão errado pra você querer distância de mim? <br>
— , meu amor. — Ele tentou se aproximar mais uma vez. — Você precisa me entender.
— E como vou entender se você não me explica? — Falei entre dentes. A raiva começou a me dominar.
— Você estava cada vez mais instável, difícil de manter sob controle. Uma bomba relógio. Eu não conseguia mais lidar com a situação.
— Instável? Eu suporto ouvir isso de qualquer um, mas de você… — Sequei com a manga da blusa algumas lágrimas que ainda escorriam e o encarei nos olhos. — Me ofende, sabia. Você achar que sou tão inocente ao ponto de acreditar em suas mentiras.
— , por favor, eu errei e me arrependo muito disso. Só quero poder consertar as coisas entre nós.
— Não há mais nada para consertar.
Desviei de Luke ao pegar minha mala, e não sei dizer de onde veio esse instinto. Foi totalmente automático, Luke segurou em meu braço, o estalo de minha mão se chocando contra seu rosto preencheu todo o ambiente.
❅❅❅
Eu não conseguia parar de andar pelo quarto, meus olhos ardiam e a cabeça latejava depois de longos minutos chorando. Não podia deixar uma discussão boba com Luke ou sua mera presença me afetar.
Revirei minha bolsa em busca de algo, um frasco em específico, tomei um dos comprimidos e o joguei lá dentro novamente já me virando para deixar o quarto.
Desci as escadas devagar, vendo a bagunça que os garotos faziam na sala. Mike e Calum brigavam pelo controle do videogame, Ash parecia se divertir com a cena e Luke apenas os observava.
Minha presença apenas foi notada quando parei em frente a Michael e Calum e olhei ameaçadora para eles. Cal, entendendo, abriu espaço para que eu me sentasse, empurrando Luke contra o encosto do sofá.
— Você está no meu lugar. — Calum tentou recuperar o controle mais uma vez, mas foi em vão.
— Não estou não. — O sofá era em "L", e Mike estava no meu canto favorito, onde ele fazia a curva.
— SAI. — Me enfiei com dificuldade entre o sofá e Mike. — DO MEU — Ele ainda tentava resistir. — LUGAR CLIFFORD! — O empurrei com os pés para a outra ponta do sofá e o ouvi resmungar quando me virei de frente para Cal e me aconcheguei embaixo de uma coberta que tinha ali.
Luke se levantou, sentando-se na poltrona em frente, e por algum motivo, aquilo me deixou angustiada.
— Assim não é justo. Você sempre fica com o melhor lugar.
— Cala a boca, Michael. — Agora era Ash que protestava rindo. — Ou joga, ou passa a vez.
E assim ele fez, passou o controle para o outro, pegou dois pedaços de pizza, um para si e me entregou o outro, que aceitei de bom grado.
— Ainda desenha, ? — Ash perguntou animado.
— Não tanto como antes, mas sim.
— Desenhe-me como uma de suas francesas. — Michael brincou, arrancando risadas de todos ali.
Passamos mais algum tempo conversando sobre a minha faculdade de design e outras coisas enquanto os meninos continuavam a jogar. Senti meus olhos pesando, devia ser o remédio começando a fazer efeito.
❅❅❅
Devo ter cochilado rapidamente, Mike e Ash continuavam seu jogo, jogo este que eu não tinha descoberto ainda qual era. Me ajeitei no sofá procurando por Calum e Luke, que já não estavam mais em seus lugares.
A única luz que iluminava a cozinha era a da lua, que entrava pela janela. Abri a geladeira procurando algo para comer, mas parecia que aqueles quatro não faziam compras decentes há algum tempo, ali só tinha algumas porcarias que gostavam de comer.
— Vocês chamam isso de comida? — Perguntei a Calum assim que ele passou pela porta dos fundos, seu casaco tinha alguns poucos flocos de neve.
— Não me lembro de você se formar em nutrição.
— Não precisa ser nutricionista para saber que essas porcarias vai te matar um dia. — Dei-lhe a língua e peguei uma garrafa de leite que tinha dentro da geladeira.
Coloquei parte de seu conteúdo para esquentar, ainda sem luz procurei por canecas nos lugares que eu lembrava que estariam e peguei o máximo que consegui.
— Não se faz amigos bebendo leite. — Ele disse finalmente, e por mais que eu não pudesse ver seu rosto, sabia que ele estava segurando uma risada.
— Não estou aqui para fazer amigos, Cal. — Cruzei os braços me encostando na pia, seu rosto parcialmente iluminado parecia preocupado. — Por que resolveram vir para cá? — Perguntei finalmente.
— Nada demais, só uma reunião entre amigos.
— Não tente me enganar Hood.
— Não estou tentando. — Mordi a carne interna de minha boca enquanto o encarava seriamente. — Ash tentou de novo.
Meu coração disparou de imediato. Não era a primeira vez que Ash se cortava ou tentava algo do tipo, mas Cal, Mike e Luke sempre estiveram ao seu lado, e no fim dava tudo certo.
Abri a boca para tentar dizer algo, mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, Calum me interrompeu.
— Tá bom, tá bom. Não viemos pelo Ash.
— Como assim? Ash está bem? Você acabou de dizer que…
— Sim, ele tentou, mas te chamamos aqui por causa do Luke. Ele não está bem desde a quando você foi embora.
— Cal. — Uma sensação estranha me invadiu, senti que poderia voltar a chorar a qualquer momento. — Foi Luke quem pediu pra terminar.
— Ele ainda te ama, não terminou por que quis.
— Então por que?
— Foi obrigado. Lembra aquela garota meio estranha que dizia ser nossa fã e queria muito entrar pra banda? Aquela maluquinha meio apaixonada pelo Luke?
— Sim, continue, Hood. — Pedi.
— Ela disse alguma coisa, ele ficou surtado por dias. — Calum gesticulava ao mesmo tempo que tentava não aumentar o tom de voz. — Ficava repetindo que preferia acabar com a banda a deixar ela fazer parte.
— Ele nunca deixou ela entrar.
— Exatamente. — Desliguei o fogo antes que o leite ameaçasse derramar,. — Poucos dias depois ele veio com a notícia que vocês tinham terminado.
— Isso, absolutamente, está mal contado, Calum. — Enchi as canecas que estavam em cima da pia com o leite quente. — O que ela disse?
— Não sei. Isso só ele pode te contar. — Respirei fundo tentando manter a calma.
— Ótimo. — Revirei os olhos. — Onde ele está?
— Na varanda, aqui atrás.
Era por isso que ele tentava falar baixo, não queria que Luke nos ouvisse.
— Me dá o seu casaco. — Exigi, e Calum obedeceu.
Vesti o casaco que era quase o dobro do meu tamanho, peguei duas das canecas e caminhei devagar até onde me foi indicado.
Luke estava sentado em um banco, os braços cruzados e a cabeça largada para trás, o vento frio fazia suas bochechas corarem, ele estava com o mesmo moletom de quando o encontrei ao chegar, e não sei a quanto tempo estava ali, mas logo sentiria frio.
Sentei-me ao seu lado encostando nossas pernas, seus olhos se abriram e me encararam. Observei seu rosto sem pressa alguma, tentando gravar cada detalhe que me parecia novo, me demorando em sua boca.
— Vai congelar aqui fora.
— Não tem problema.
— Aceita? — Luke ajeitou-se no banco, envolvendo a minha mão com as suas.
— Obrigado. — Sussurrou, pegando a caneca e me soltando, rápido demais. Ficar perto de Luke depois de tanto tempo e não poder tocá-lo era tortuoso. — Conversando com o Calum?
— Quê? Como ? — Luke sorriu de canto apontado para o casaco que eu vestia.
— Calum me contou tudo, tudo pela metade, claro. — Gesticulei.
— Cal nunca consegue esconder nada de você, não é? — Levantou os olhos cansados do objeto em suas mãos, me encarando. — Mike terminou com a namorada, — suspirou voltando a olhar para baixo. — achamos melhor não deixá-lo sozinho, e… <br>
— Não, Luke. — Me encarou confuso.
— O quê?
— Não mente pra mim, por favor. — Implorei, sentindo a vontade de chorar voltando. — Não você.
— Eu não estou…
— Está sim, Luke. Vocês estão mentindo pra mim desde o início. — Ele abriu a boca para falar algo, mas desistiu. — Preciso que confie em mim.
— E confio.
— Então me diz o que aconteceu. Calum me contou do jeito dele, mas preciso ouvir de você. — Coloquei minha mão livre sobre a dele, fazendo um leve carinho, esperando que estivesse confortável o suficiente para falar.
— Lembra quando ficamos com a Jenny? — Assenti, esperando que Luke terminasse. — Ela vivia falando como seria legal ter uma voz feminina na banda.
— Cal mencionou.
— Jenny apareceu algumas semanas depois falando que tinha um vídeo daquela noite. — Meu estômago se revirou e meu coração quis parar de bater ao ouvir aquilo.
— Impossível. Não daria tempo para ela colocar uma câmera no quarto ou pegar o celular. — Era perceptível a alteração em minha voz. — Por que você nunca me contou?
— Ela estava me chantageando, ameaçando enviar para todo mundo se eu não terminasse nosso namoro.
— Ainda assim devia ter me contado. — Entrelacei nossos dedos. — Podíamos ter resolvido isso juntos, Anjo.
— Tive medo, não queria que você fosse exposta daquele jeito e acabasse com a sua carreira antes mesmo que ela começasse.
Fiquei algum tempo sem saber o que dizer, Luke estava visivelmente abalado com toda aquela situação. Se um vídeo daqueles vazasse, era muito provável que a universidade me expulsasse e nenhum lugar me contrataria.
— E onde está esse vídeo?
Luke permaneceu em silêncio, novamente encarando o chão.
— Luke. — Pedi irritada. — Onde está essa merda de vídeo?
— Ele não existe. — Falou finalmente, seu rosto estava ficando avermelhado.
— Como assim ele não existe? — Soltei sua mão com um pouco mais de agressividade do que deveria. — Está me dizendo que perdemos todo esse tempo por um vídeo que sequer existia? Eu devia te bater por isso. — Ri sem humor. — Olhe para mim, Luke.
— Me desculpe. Não tinha como saber. — Seus olhos azuis estavam carregados de arrependimento e culpa. — Quando Jenny contou a verdade, você já tinha ido embora.
— Ainda não entendo por que não me disse nada. Meus pais podiam ter nos ajudado e talvez…
— Seus pais sempre me odiaram, isso seria mais um motivo pra te querer longe de mim.
Luke tinha razão, meus pais nunca iriam querer nos ajudar, iriam nos culpar, nos chamar de irresponsáveis e de vários outros nomes.
Apoiei meu queixo em seu ombro, sentindo o cheiro delicioso de sua pele, meus dedos fazendo um carinho lento em seu pescoço, suas pálpebras se fecharam, apenas curtindo o momento.
Pede mais uma vez, só mais uma, e eu deixo tudo pra trás e volto pra você, meu Anjo.
Acariciei sua bochecha com meu polegar e então contornei seus lábios, virando seu rosto para o meu.
Sua mão sobre a minha, em um carinho saudoso, nossos lábios se tocaram suavemente, me causando arrepios.
— O filme vai começar. — A porta se abriu abruptamente, me afastei um pouco de Luke, encarando o chão branco pela neve.
Obrigada, Irwin.
— Nós já vamos. — Luke respondeu com um sorriso breve.
Nos levantamos e seguimos para a sala, devolvi o casaco de Cal e deitei-me no mesmo lugar de antes, Mike deitou-se em meu colo, encarou-me com seus olhos brilhantes, repousei uma de minhas mãos em seu peito e a outra em seus cabelos, fazendo um carinho suave.
Mesmo com a luz precária que vinha da tela, era possível observar o loiro do outro lado da sala. Os flashes brancos que vinham de vez em quando da TV apenas provavam que ele também me observava.
Comecei a pensar em tudo o que tínhamos passado juntos, de todos os momentos bons e ruins. Meus olhos pesaram novamente, e devo ter adormecido mais uma vez.
Parte II
Jogar verdade ou desafio não tinha sido a melhor ideia daquele sábado, jogar verdade ou desafio nunca era uma boa ideia, ainda mais vinda de um dos rapazes. Mal tinha amanhecido, estávamos em um círculo no chão e a mesa de centro afastada para algum canto ali próximo.
Algumas perguntas indecentes, cubos de gelo dentro das roupas, molho picante, e body shots depois, Ash e Calum tinham saído atrás de mais bebidas há algum tempo. Às sete da manhã provavelmente já teria algum mercadinho aberto.
As condições climáticas estavam favoráveis, a neve tinha parado de cair pela manhã e no céu o sol ensaiava aparecer. Calum, por mais que fosse o mais responsável da dupla e tivesse bebido muito pouco, ainda estava sob o efeito do álcool, e isso era preocupante.
— Vai! . — Desviei meu olhar da janela tentando voltar ao foco do jogo. — Sua vez de girar a garrafa.
— Ah. Tá bom. — Me apoiei no chão com apenas uma das mãos e a outra usei para girar a garrafa. Minha cabeça ainda girava por toda a mistura das bebidas da madrugada, o efeito estava começando a passar e dava espaço para a dor de cabeça.
Girei a garrafa do melhor jeito que pude, ela rodou por alguns segundos antes de apontar para Michael.
— Hmm. Mike, verdade ou desafio?
Mike olhou apreensivo para mim e depois para Luke, tentando descobrir qual era a menos pior das opções. Os dois vinham tentando desviar das verdades, conseguindo evitar as milhares de perguntas que eles sabiam que eu tinha a fazer.
— Desafio.
— Tudo bem, eu.. . — parei alguns segundos tentando pensar em algum desafio para ele. — te desafio a dar um beijo de verdade no Luke.. — O choque e os protestos instantâneos de ambos me arrancaram uma risada alta. — Prefere a verdade então? — desafiei.
— NÃO! — ele se alarmou.
O que você está escondendo, Clifford?
— Eu aceito o desafio. Luke? — Eles se entreolharam.
Luke tentava conter a risada, não sabia se era de nervoso ou não. Eles se aproximaram, se olharam nos olhos por alguns segundos, seus lábios se tocaram rapidamente em um selinho rápido e então voltaram à mesma posição em que estavam.
— Não valeu! — Decidi.
— Como não? — eles falaram em coro.
— Eu pedi um beijo de verdade. Não um selinho vagabundo. — Apontei o dedo em direção a eles. — Se beijem!
Os dois protestaram por mais algum tempo, tentando me fazer mudar de ideia, enquanto eu apenas me divertia. Em dado momento, olhei para a janela mais uma vez sentindo um aperto no peito.
— E aí, já pararam com a choradeira?
— Eu não vou enfiar minha língua na boca dele. É nojento. — Luke se queixou.
— Vocês enfiam coisas piores na boca, isso é o de menos. — Me aproximei mais do centro da roda. — Eu vou ajudar vocês.
— Ajudar? Como?
— Vocês vão ver.
I hear you callin' out my name
(Eu te ouço chamar meu nome)
I love the sound, I love the taste
(Eu amo o som, eu amo o sabor)
Puxei o rosto de Michael para mais perto do meu grudando nossos lábios. Dei uma leve mordida em seu lábio inferior e ele permitiu que nossas línguas se tocassem. Me separei dele e avancei em Luke, o beijando lentamente.
— Venham cá. — Sussurrei os puxando para um beijo triplo.
O beijo começou de uma forma descoordenada, sem sabermos exatamente como fazer, mas logo estávamos em sincronia. Fiquei ali com eles por alguns minutos, dei mais alguns selinhos em cada um e me afastei, assistindo a cena ainda de perto. Eles ainda estavam meio receosos, mas aquele beijo tinha me deixado inquieta, o gosto de bebida em suas bocas, o perfume e a língua de Luke me excitando.
Por mais que estivesse gostando de assisti-los, ah e como estava gostando, decidi acabar com a brincadeira.
Coloquei uma de minhas mãos na nuca de Luke e me aproximei de seu ouvido.
— Você é só meu, Hemmings. — Empurrei o peito de Michael, o afastando. — Sai Mike! Minha vez.
Passei minha perna por cima das de Luke, me sentando em seu colo. Ele estava excitado.
And I can see it in your face
(E posso enxergar em seu rosto)
You've got a side you can't explain
(Você tem um lado que não consegue explicar)
Minhas mãos estavam em seu rosto e seus braços apertados em volta da minha cintura, nossas bocas matavam a saudade um do outro. Pude sentir seu pau crescendo cada vez mais enquanto rebolava minimamente e um gemido escapou de seus lábios.
Caralho.
Eu amava aquele gemido. Amava quando ele gemia só para mim.
Rebolei fazendo mais pressão, seus braços me soltaram e suas mãos entraram para dentro de minha blusa, arranhando minhas costas. O toque frio de Luke em minha pele me fez gritar de susto e de prazer.
Michael soltou uma risada baixa, mas ainda assim audível. Mike ainda estava ali.
— Amor, — chamei manhosa, recebendo um resmungo como resposta — o Mike tá assistindo a gente.
— O que acha que deveríamos fazer com ele? — Luke tinha um sorriso sacana nos lábios. Olhei para Michael e de volta para Luke.
— Você não se importa?
— Tudo para deixar minha garota feliz. — Seu sorriso era ainda mais malicioso do que antes.
You're tellin' me, you're tellin' me
(Você está me dizendo, você está me dizendo)
You're tellin' me you wanna come over
(Você está me dizendo que quer vir aqui)
Inclinei-me o suficiente em direção ao Michel e o puxei pelo casaco, nossos lábios se chocaram com força, começando um beijo urgente, suas mãos foram direto para meus cabelos, os puxando de forma gostosa. Luke mordiscou meu mamilo marcado pela blusa, suas mãos largaram minhas costas e apertaram minha bunda com força.
Suguei os lábios de Mike mais algumas vezes antes de me virar para Luke e voltar a me mover em seu colo. Joguei minha cabeça para o lado quando seus lábios tocaram meu pescoço e a respiração de Mike arrepiou os pelos em minha nuca.
Dois pares de mãos passeavam pelo meu corpo. Seios, barriga, bunda. Apertando com força minhas coxas. Ensaiando tirar minha blusa.
Tirei o moletom de Luke junto com a camisa e passei as unhas em seu peitoral, ombros e costas, deixando várias marcas pelo caminho percorrido. Tão logo minha blusa estava voando junto com a de Michael.
Parecia ter sido combinado entre os dois. Michael me puxou pela cintura para si, lambendo e mordiscando meu ombro, pescoço, orelha. Por onde sua boca passava, me causava arrepios. Luke alternava entre meus seios, os chupando com apetite, brincando com a língua em meus mamilos.
Sentir o volume de Michael em minha bunda me deixou mais excitada, puxei Luke para minha boca, voltando ao nosso beijo triplo de antes. Meus garotos já não ligavam mais para quem estava beijando quem. Nossas bocas devoravam qualquer parte de pele que tocavam.
Enquanto uma de minhas mãos puxava os cabelos de Mike, enfiei a outra por dentro da calça de Luke, apalpando o máximo que consegui de seu pau duro, sorrindo ao ouvi-lo gemer mais alto em nossas bocas.
— Não aguento mais — Luke sussurrou em meu ouvido tirando minha mão de sua calça.
Ele a abaixou o suficiente para que seu cacete saltasse para fora e sentou sobre os calcanhares. Engatinhei em direção a Luke empinando minha bunda o máximo que pude para Michael e ele a apertou forte. Dei um selinho em Luke e desci beijos por seu peito e barriga, até chegar em seu membro.
You wanna be, you wanna be
(Você quer estar, você quer estar)
You wanna be, you wanna be closer
(Você quer estar, você quer estar mais perto)
Lambi desde a base até a ponta, brincando um pouco com a cabecinha de seu pau antes de enfiá-la em minha boca. Mike abaixou sem cerimônias até o joelho o resto de roupa que ainda me cobria, passando suas mãos grandes pela minha bunda separando as bandas e abrindo os lábios da minha vagina.
— Pode bater, ela gosta. — A voz de Luke soou falha, mas autoritária.
As mãos de Mike me espremeram e me abriram mais, senti sua língua quente passar brevemente pela minha entrada, e então ele me bateu. Seu tapa foi forte e ardido, quase me fazendo engasgar no pau em minha frente.
Luke prendeu meus cabelos em um rabo de cavalo improvisado, erguendo meu rosto para encará-lo.
— Achou bom, não foi? — Seu nariz acariciou meu rosto, sua voz grossa e rouca entrava como melodia em meus ouvidos. — Minha putinha gosta de apanhar, não é? — Apenas consegui murmurar como resposta. — Mais uma vez, Mike.
Ele obedeceu Luke sem questionar, fazendo o mesmo processo: me abrindo, me lambendo e dando um tapa mais potente que o anterior.
I love it when you wear your hair
(Eu amo quando você usa seu cabelo)
Down over your shoulder
(Solto sobre os ombros)
Luke sabia que eu gostava de apanhar no sexo. Sabia que eu adorava quando ele me chamava de sua putinha.
Meus dedos se fecharam tentando agarrar o tapete, aquela dor gostosa me deixando mais frenética, me fazendo gemer mais alto enquanto encarava o azul de seus olhos. Suas mãos se afrouxaram em meus cabelos e pude voltar a minha tarefa. Voltei a chupar Luke enquanto rebolava me exibindo para o garoto atrás de mim. Sua mão me estapeou mais uma vez antes de me colocar minha boceta inteira em sua boca.
Michael se divertia beliscando meu clitóris, mordendo minha carne, me sugando e me bebendo. Senti seu primeiro dedo me invadir, depois mais um e mais outro, me fazendo contorcer aos seus estímulos. Não demorou muito para que o primeiro orgasmo me atingisse.
'Cause I wanna hold ya
(Porque eu quero te abraçar)
'Cause I know where tonight is going
(Porque eu sei para onde a noite está indo)
— Amor. — Luke tinha a cabeça jogada para cima, os lábios entreabertos e a respiração pesada. — Você está bem? — Aproximei meu nariz de seu pescoço absorvendo o máximo possível de seu cheiro.
— Não fala nada, por favor. — Pediu mordendo o lábio inferior. Ele estava se segurando para não gozar. — Vai empinar pra mim também? Do jeitinho que fez para o Mike? — Sua respiração estava mais controlada, seus olhos cheios de desejo.
— Claro, meu Anjo.
— Eu quero que você… — Luke segurou em meu queixo sussurrando no meu ouvido, olhando de mim para Michael, e para mim novamente sorrindo divertido, deixando o garoto desconfiado.
Apontei o sofá para Michael e pedi para que tirasse o restante das roupas. Michael sempre obediente, executava meus pedidos sem questionar.
You're the only one who makes me
(Você é a única que me faz)
Every time we
(Sempre que nós)
I'll tell you what I like
(Vou te dizer do que eu gosto)
Luke me ajudou a levantar e me tomou em seus braços, me beijando violentamente, suas mãos me tocavam em todos os lugares que elas podiam alcançar, parando finalmente em minha bunda. Dois de seus longos dedos me invadiram, entrando e saindo de um jeito lento e delicioso, me arrancando gemidos cada vez mais altos.
Fechei os olhos e larguei a cabeça, me esfregando contra sua perna, tentando aumentar nosso contato. Seus lábios alcançaram meu colo, sugando minha pele, lambendo o meu suor.
Sua mão subiu da minha bunda, apertou minha cintura.
— Esses teus peitinhos continuam deliciosos — gemeu contra meu pescoço, e estalou um tapa em meu seio, forte o suficiente para quase me fazer gritar de prazer. E então tirou seus dedos de dentro de mim, me deixando frustrada e atordoada.
Me guiou até Michael, inclinei apenas o suficiente para tocar as pernas do garoto, aproximei nossos rostos, sentindo sua respiração descompassada. Lambi seus lábios entreabertos o provocando e me ajoelhei em sua frente.
My wildflower
(Minha flor silvestre)
You're the only one who makes me
(Você é a única que me faz)
Uma de minhas mãos segurou seu membro e a outra foi direto para sua coxa, apertando-a de leve. Olhei em seus olhos enquanto passava a língua lentamente desde a base até a cabecinha.
— PUTA QUE PARIU! — Sorri maliciosa ao ouvi-lo urrar.
Engoli o máximo que consegui de seu pau, tentando não engasgar, e passei a sugá-lo com vontade. Raspei minhas unhas em sua pele branca, deixando marcas por onde passavam.
Suas mãos foram para meus cabelos, tirando algumas mechas grudadas em meu rosto.
Senti a respiração de Luke em meu pescoço, seu corpo grande sobre o meu, seu pau roçando contra minha carne. Uma de suas mãos brincando com meus seios, enquanto a outra se juntou com as de Michael em meus cabelos.
— Consegue colocar ele inteiro na boca? — sua voz cantou em meu ouvido, rouca, quando tirei Mike de minha boca.
— Claro! — Virei o rosto para Luke, roçando nossos narizes — Me ajuda, Anjo? — Ele assentiu e sugou meus lábios, antes que eu voltasse a atenção para seu amigo.
Segurei a respiração e relaxei a garganta o máximo que consegui e o engoli novamente, dessa vez sentindo a mão de Luke acariciando meus cabelos, enquanto eu ia mais fundo.
O som da respiração de Mike se intercalava com seus gemidos, que ficavam mais intensos, suas mãos estavam inquietas, passavam por minhas costas, meus cabelos, e onde mais pudessem alcançar.
Everytime we
(Sempre que nós)
I'll tell you what I like
(Vou te dizer do que eu gosto)
— Não é justo eles ganharem um body shot e eu não. — Luke mordeu minha orelha e se afastou por um momento.
Não tentei entender o que ele quis dizer com aquilo, e nem conseguiria se quisesse.
Mike tentava segurar seu orgasmo, mas seu corpo já começava a se render. Apertei minha mão na base de seu membro o masturbando e concentrei meus lábios na ponta, sugando com vontade.
Outro tapa estalou em minha bunda e abafei um gemido contra a carne do garoto à minha frente. Luke ajeitou meu quadril, o deixando mais erguido e derramou algum líquido em minhas costas e bunda, me fazendo contorcer ao senti-lo escorrer gelado em minha vagina.
Suas mãos apertaram minhas coxas, mantendo minhas pernas abertas, sua boca bebeu todo o líquido espalhado em meu corpo, e com a língua limpou o que tinha escorrido antes de me abocanhar.
Luke usou o dedo indicador e médio para pinçar meu clitóris, enquanto seu polegar me penetrava. Ele mordia e chupava minha carne, sua barba raspando em minha pele causava arrepio atrás de arrepio.
Estava beirando o orgasmo quando o senti se alinhando em minha entrada, minha boceta estava tão molhada que seu pau deslizou com facilidade. Luke metia com força, seus dedos fechados em forma de garras em minha cintura, como se quisesse recuperar todo o tempo perdido de uma vez só.
Enfiei meu rosto na coxa de Mike, numa tentativa de abafar meus gemidos, minhas mãos pararam de se movimentar, meu corpo apenas conseguia rebolar contra o cacete de Luke. Michael envolveu minha mão com a sua, ajudando-me a retomar o ritmo.
Atingi meu segundo orgasmo com Luke quase rasgando minha carne, tentar conter algum gemido a essa altura era inútil. Em seguida foi Mike, a cabeça largada contra o sofá, despejando-se em nossas mãos.
E por último Luke, que mordeu meu ombro e esporrou em minhas coxas.
My wildflower
(Minha flor silvestre)
You know you are my favourite fantasy
(Você sabe que é minha fantasia preferida)
Me joguei no sofá em cima de Mike e Luke, apoiando minhas pernas sobre as deles, totalmente aberta, a essa altura do campeonato, os outros poderiam chegar e nos ver assim, que nem ligaríamos.
Nossas respirações ainda ofegantes, o frio começando a nos atingir. Michael acariciava minha coxa, me causando arrepios, enquanto tentava se recuperar. Luke rodeou minha cintura com um braço, beijando meu pescoço e ombros, massageando meus seios com a mão livre.
Michael o acompanhou, tirando meus cabelos do lugar, sugando qualquer espaço livre até a minha boca.
Eu estava excitada novamente.
Minhas mãos percorriam suas pernas e virilhas, sempre ameaçando tocar em seus membros, arrancando-lhe suspiros desapontados.
Parecia ter sido combinado, os dois desceram ao mesmo tempo para meus seios, lambendo, sugando, mordiscando. Larguei a cabeça no sofá arfando e finquei as unhas nas costas dos meus garotos.
Luke e Michael soltaram meus seios, um passou a língua do meu bico duro subindo pelo meu busto, o outro veio direto para meu ouvido, gemendo baixinho e murmurando coisas que não consegui entender direito por estar inebriada demais.
Suas bocas me largaram e eles se beijaram. Não precisei pedir e nem incentivar, foi um ato voluntário dos dois.
E caralho. Era a cena mais divina.
Assisti atentamente, afagando seus cabelos, o tesão aumentando cada vez mais. Toquei com suavidade a cabecinha do pau de cada um e Mike mordeu o lábio de Luke gemendo.
Senti dois dedos separando meus lábios e beliscando meu clitóris e outro brincando em minha entrada encharcada, me penetrando fundo.
— Posso? — Luke pediu baixinho em meu ouvido com a mão entre minhas nádegas. Assenti com os olhos fechados.
Seu dedo úmido bolinou meu cu me causando calafrios e eu rebolei contra as mãos que me tocavam. Seu dedo entrou com facilidade e me contorci procurando algo que pudesse agarrar. Sua mão subiu de minha cintura para meus cabelos improvisando um rabo de cavalo, beijou minha mandíbula e me guiou para Michael.
Eu sabia o que Luke queria.
A fatal love song
(Uma canção de amor fatal)
Waterfall is overflowin'
(A cachoeira está transbordando)
Apoiei minhas mãos no peito de Mike, o incentivando a deitar e assim ele fez. Sentei-me sobre seu pau, e sem deixá-lo me penetrar, comecei um rebolado lento e gostoso.
As mãos dele se apertaram em minhas coxas quando aumentei a intensidade, deixando que seu membro entrasse aos poucos.
Luke se posicionou por trás espremendo minha cintura e me tirando do pau de Mike.
— Quem mandou começarem sem mim? — Não deu tempo de responder, sua mão estalou um tapa forte em minha nádega. — Eu deixei? — Outro tapa. — Fica de quatro. Agora.
Demorei a processar seu pedido e mais um tapa atingiu minha bunda.
O obedeci ficando de quatro, meus seios pendendo sobre o rosto de Michael, virando seu alvo.
Luke enfiou um dedo em minha buceta e depois outro, entrando e saindo, levando lubrificante natural para meu cu. Mordi meu lábio inferior, controlando meus gemidos, sentindo que poderia gozar a qualquer momento.
— Ainda não, Wildflower.
Luke percebeu meu desespero, me encaixou em Mike e esperou. Esperou poucos minutos para que meu corpo se acalmasse e pudesse acompanhá-los. Seu pau foi se introduzindo em meu rabo devagar, parando de vez em quando para meu corpo se acostumar.
— Enfia de uma vez, meu Anjo, por favor. — Implorei com a voz falha, sentindo meu rosto queimar.
— Não. Não quero te machucar.
— Eu não ligo. Só mete logo.
Movi meu corpo em sua direção, com a intenção que seu pau entrasse mais um pouco, mas suas mãos me impediram. Luke voltou ao ritmo lento e tortuoso de dantes, entrando sem pressa, parecendo proposital.
You're the only one who makes me
(Você é a única que me faz)
Every time we
(Sempre que nós)
Michael e Luke me fodiam com vontade ao mesmo tempo, nossos corpos escorriam suor, se movimentando em sincronia, gemidos misturados ecoando pela sala.
Luke mantia-se abraçado em minha cintura, seu rosto estava enterrado em meus cabelos, respirando pesado contra minha nuca. Mike passeava livremente pelo meu corpo, tocando qualquer pedaço que carne que conseguia alcançar.
Não sei ao certo quando eles chegaram, mas os dois estavam ali de pé, nos observando, as bocas entreabertas, chocados e excitados ao mesmo tempo.
Normalmente, minha reação seria parar tudo, tentar me esconder. Apenas apoiei minhas mãos no peito de Mike e joguei apoiei a cabeça no ombro de Luke, dando mais visibilidade aos meus seios que balançavam sem parar. Rebolei aumentando ajudando a aumentar o ritmo das estocadas. Minha visão ficou embaçada e meu corpo tremia indicando mais um orgasmo. Luke e Mike gozaram um após o outro.
I'll tell you what I like
(Vou te dizer do que eu gosto)
My wildflower
(Minha flor silvestre)
— Querem brincar também? Ou vão ficar só olhando? — Minha pergunta saiu manhosa e cansada.
Luke soltou minha cintura saindo de dentro de mim, e agora Mike e ele encarava os amigos.
Levantei-me sentindo minhas pernas quase cederem, caminhei em passos lentos, deixando escorrer gozo pelas minhas coxas.
Toquei o peito de cada um com as pontas dos dedos, descendo lentamente por suas barrigas. A respiração de Ash e Calum eram audíveis.
— Por que não se juntam a nós? — Abri meu melhor sorriso malicioso.
Parte III
Acordei desesperada com gemidos e gritos vindos da tv, em algum momento o filme de terror teria se transformado em um show de putaria. Tudo não tinha passado de um sonho, Mike ainda estava deitado em meu colo, Ash estava em um colchão no chão, Calum e Luke em seus mesmos lugares, todos dormindo.
Mexi as pernas sentindo minhas coxas deslizarem uma contra a outra.
Droga. Um simples movimento me deixou ainda mais excitada.
Tomei cuidado com Mike em meu colo e Ash no chão, para não acordá-los. Ignorei as cenas desconexas do filme que ainda passava. Cruzei a sala em passos apressados, mas esbarrei em algo.
Ou em alguém.
Não olhei para trás, apenas subi as escadas e entrei em meu quarto.
Tirei a blusa rapidamente, a jogando em algum canto. Apertei um de meus seios com força, mordendo um gemido, a outra mão no cós da calça. Afastei os tecidos descendo minha mão até minha vagina úmida.
Minhas pernas se apertaram involuntariamente com meus dedos roçando em meu clitóris, brinquei com meu mamilo rígido, sentindo arrepios percorrerem minha pele.
— Precisa de ajuda?
Uma voz grossa me assustou. Usei os dois braços para me cobrir e virei em direção a porta, minhas bochechas queimavam de tesão e de vergonha de ter sido pega.
— Lu-Luke? O que faz aqui?
— Você saiu correndo, tropeçando em tudo. — Ele entrou fechando a porta atrás de si. — Pensei que tivesse acontecido algo.
— NÃO. — Minha voz saiu estridente. — Não foi nada.
— Precisa de ajuda? — tornou a perguntar com um sorriso malicioso.
Meu corpo gritava pelo dele.
— Sim. Por favor. — sussurrei.
Ele veio em minha direção e me joguei em seus braços, pulando em seu colo. Seus braços me apertavam forte contra seu corpo e o beijei sem cerimônias e sem delicadeza alguma. Nos separamos apenas quando não conseguimos respirar direito.
Mordi seu lábio inferior com força, deixando-o vermelho e levemente inchado, um gemido escapou de sua boca entreaberta e suas mãos apertaram ainda mais minha cintura.
Só percebi que Luke tinha caminhado pelo quarto quando fui lançada em cima da cama, seu olhar percorreu por todo meu busto nu e meu rosto corou.
Luke sorriu maldoso e meus pelos arrepiaram, tirou seu moletom junto com a camisa e os jogou pelo quarto, cobrindo meu corpo com o seu. Sua boca tomou a minha com violência, as mãos passeando por meus seios, estômago, brincando com o cós da minha calça, ao mesmo tempo que as minhas puxavam seus cabelos.
Sua boca deixou a minha e desceu pelo meu pescoço, dando um chupão ali, e continuando a descer. Luke dedicou alguns minutos em cada seio, acariciando um enquanto mamava o outro.
Seus beijos continuaram por minha barriga, em torno do meu umbigo, o resto de minhas roupas foram arrancadas de uma vez só, e deixei um grito fugir.
— Não, Wildflower, sem gritos. — Sua mão cobriu minha boca. — Não queremos acordar ninguém, certo?
Assenti pegando sua mão na minha, fiz um rápido carinho em meu rosto e levei dois de seus dedos para a minha boca, chupei com vontade, os enfiando cada vez mais fundo. Abracei sua cintura com minhas pernas, rebolando contra sua ereção ainda coberta. Luke gemia baixo em meu ouvido, seu pau agora buscava a entrada da minha boceta.
Luke tirou seus dedos de minha boca e os levou direto para minha vagina, abriu seus lábios e enfiou um dedo. O movimento de vai e vem era vagaroso, uma tortura para mim.
Agora era minha própria mão que minha boca chupava e mordia.
— Me diz, amor— sussurrou —, com o quê você estava sonhando?
— C-como?
— Você estava se contorcendo e gemendo naquele sofá. — mordeu o lóbulo da minha orelha. — Com o que você estava sonhando, enquanto se tocava?
— Sonhei com você. — E com Mike, completei mentalmente. — Me fodendo com força em todos os meus buracos.
Em uma fração de segundos Luke empurrou parte das coisas que estavam em minha cama e ajeitou meu corpo sobre o colchão, ergueu meus braços, prendendo meus pulsos com uma de suas mãos. Com a outra abaixou a própria calça, segurou minha coxa e se enterrou em mim.
❅❅❅
Deitados na cama, Luke me abraçava desajeitado, as pernas emaranhadas nas minhas, distribuindo beijos por todo meu rosto e pescoço, suas mãos me fazendo cócegas, rindo junto a mim.
— Eu te amo, sabia?
— Sim. — respondi gargalhando — Já é a milésima vez que me diz isso.
— E vou te dizer mais mil. — Me beijou mais uma vez.
Luke continuou com sua sessão de beijos e apertando mais. Estar em seus braços era como estar em casa, em segurança.
Seu ritmo foi diminuindo, os beijos que espalhava por meu rosto se concentraram em meus lábios, em um beijo suave, seu polegar acariciando minha pele.
— Você fica tão gostosa usando as minhas roupas, Wildflower. — Confessou, observando meu corpo coberto apenas com seu casaco de moletom.
— Ah, é? Acho então que vou ter que roubar mais algumas. — ri.
Luke se pôs em cima de mim novamente, rodeei seu pescoço com meus braços, o beijando lentamente. Mordi de leve seu queixo e Luke não teve reação alguma.
— O que é aquilo? — Ele tinha uma expressão curiosa para algo acima da minha cabeça.
— Aquilo o quê?
— Isso. — Ele pegou algo na mão, o analisando e meus olhos arregalaram.
— Não é nada.
Tentei recuperar o que tinha em sua mão, mas sem sucesso. Luke foi mais rápido e se afastou, ainda sentado na cama.
— Isso é… — Virou o frasco para ler as letras pequenas. — Calmante? Você não precisa disso. — sorriu amarelo.
— Preciso para dormir.
— Desde quando? E como conseguiu isso?
— Comecei a tomar depois que me mudei, não conseguia dormir. — sentei na cama abraçando minhas pernas. — Meus pais achavam que seria bom para mim fazer terapia.
— Como sempre tentando te manipular. — Comentou mais para si do que para mim.
— Temos um acordo, Anjo. — comecei baixinho. — Eu faço a terapia, e em troca, eles me ajudam a abrir um escritório de design.
— Larga tudo e volta pra mim. — Me abraçou e puxou para seu colo. — Se seus pais não te amam do jeito que você é, eu te amo.
— Não posso fazer isso, Anjo, não de uma hora pra outra.
— Pode sim, — insistiu. — Eu te ajudo com o que precisar.
— Sinto saudades de casa. — Confessei, apoiando minha testa na de Luke.
— Sempre terá um espaço para você no nosso apartamento. — roçou seu nariz no meu. — O que fazemos agora?
— Não sei. Tenho que pensar um pouco. — beijei carinhosamente sua bochecha.
— O que fazemos agora? — Sorrimos um para o outro.
— Agora aproveitamos o final de semana.