My Masquerade

Escrito por Steph | Revisado por Luh

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Parte do Projeto Sorteio Surpresa - 3ª Temporada // Tema: Máscara

  — Contou pra ele? — perguntou entrando na minha sala. E com o meu suspiro ela ficou indignada. — Qual é, ? Tem quase 4 meses que você está pra contar pra ele e não conta!
  — Que culpa eu tenho?! Ele é filho do meu chefe! Não é tão simples assim! Se fosse um cara qualquer eu já tinha contado!
  — Ele é um cara como qualquer outro — disse cruzando os braços.
  — Não, eu posso contar pra um cara qualquer que gosto dele. Já pro , não — expliquei.
  — E por que não pode contar pra ele?
  — Porque ele é filho do meu chefe e gosta de mim! Se eu contar, vou ficar com ele e se o pai dele descobrir ele perde o sobrenome e eu o emprego! Você acha que eu não quero contar pra ele?
  — É o que parece! Toda vez que vai contar, não consegue! — ela disse e eu bufei. — Escuta, você não foi convidada para o baile de máscaras na casa dele no sábado?
  — Fui, mas não vou.
  — Vai sim, lá todos estarão irreconhecíveis. Você desvia ele do olhar do pai dele, leva ele pro quarto dele e pronto! Conta pra ele e aproveita a noite.
  Ela disse e saiu de lá sem nem me dar direito de resposta. Será que daria certo? Era minha única chance, eu tinha que arriscar. Já era quinta-feira e eu tinha que arranjar um vestido e uma máscara. Óbvio que eu empurrei a junto já que ela que tinha me metido naquilo. Na sexta, eu conversei um pouco com o no escritório:
  — Então, você vai lá sábado? — ele perguntou sentado na minha mesa enquanto eu estava apoiada na porta.
  — Mas é claro — disse sorrindo. — Se não for, como vai ter uma companhia decente? — ele riu.
  — Boba — mostrou a língua e eu ri. — Mas que bom que vai, sentiria sua falta — disse sorrindo.
  — Com todos aqueles amigos sentir falta de mim? Duvido!
  — Claro que eu sentiria sua falta, dona — disse com um sorriso sapeca e com os braços cruzados. — Eu te vejo todo dia, como não sentiria sua falta?
  — Eles são seus amigos, eu sou só uma conhecida — disse fazendo pouco caso.
  — Claro que não! Você é minha amiga também!
  — Que bom saber disso — disse sorrindo.
  — Bom, eu vou indo. Só vim conversar um pouquinho com você — disse se levantando e eu saí da frente da porta. — Até mais — beijou minha bochecha e foi embora.
  Suspirei e voltei ao trabalho. E o resto do dia fiquei pensando sobre o baile de máscaras, e como seria bom ficar com ele se desse tudo certo naquela noite. O plano da era quase genial, e se no quarto ele tirasse minha máscara, provavelmente nem iria ligar que era eu pelo calor do momento e no dia seguinte quando acordasse nem lembraria do meu rosto.
  No sábado à noite, eu fui pra festa. E pra minha sorte, ninguém tinha me reconhecido. Logo avistei conversando com uns amigos. Peguei uma taça de champanhe da bandeja de um dos garçons que estava passando e quando levantei o olhar estava sorrindo pra mim, provavelmente deve ter me confundido com alguma garota. Sorri de volta e me aproximei.
  — Oi! — ele disse sorrindo e me abraçou. — Pensei que não viria!
  — E eu perderia a chance de te fazer companhia? — perguntei com medo que ele reconhecesse minha voz e ele riu me largando. — Vem, dança comigo — disse segurando a mão dele e logo estávamos caminhando até a pista de dança.
  A música era bem convidativa, eu tinha consciência de estar com um bafo de champanhe horrível. Mas isso não impediu ele de dançar com o rosto colado ao meu. E logo estávamos nos beijando. Ah... Aqueles lábios...
  — Vem — ele disse segurando minha mão. —, vamos pra um lugar mais calmo.
  Assenti sorrindo e logo estávamos caminhando em direção ao quarto dele. Tranquei a porta e ele caminhou comigo até a cama me beijando. No caminho, tiramos nossas máscaras mas ele nem olhou meu rosto. Me deitou na cama beijando meu pescoço e eu me sentei na cama de costas pra ele para que ele tirasse meu vestido. E enquanto abria o zíper, beijava cada parte das minhas costas que ficava despida.
  E naquela noite, eu descobri realmente o que era prazer de verdade. Ficar com ele, ter ele só pra mim, mesmo que só por uma noite, foi uma das melhores coisas que eu já fiz na vida. Mesmo sendo contra as políticas da empresa, ou até errado por ele não fazer ideia de quem eu era de verdade. Aquela noite foi mágica e eu daria tudo pra poder repeti-la algum dia.

  Quando acordei, eu estava de costas pra ele e ele ainda estava dormindo com o braço na minha cintura. Lentamente me livrei dos braços dele com cuidado para não acorda-lo e me vesti rapidamente antes de ir embora. E quando passei pela sala, percebi os olhares maldosos das empregadas sobre mim e as melhores caras de: “Então foi você quem ele agarrou ontem?”. Simplesmente ignorei e fui embora sem dar um pio.
  Chegando no meu apartamento tomei um banho gelado, coloquei uma roupa confortável e liguei pra :
  — Oi, e aí? Dormiu com ele? Como foi? — ela metralhou.
  — Bom dia pra você também — murmurei mesmo sabendo que quando tinha chegado em casa já passava de onze e meia.
  — Eu lá quero saber de bom dia? Eu quero saber como foi ontem! Me conta!
  — Está bem... — suspirei me ajeitando no sofá. — Eu dormi com ele e já estou em casa agora, satisfeita?
  — Contou pra ele quem você era e que você gostava dele?
  — Não... — suspirei.
  — Bom, pelo menos você aproveitou ontem — ela disse um pouco decepcionada. — Agora eu vou almoçar, até mais.
  — Até — disse e encerrei a ligação bufando.
  Ela achava que eu não queria contar pra ele logo e me livrar daquilo! Mas não era tão simples quanto ela pensava. Bom, mas foi como ela disse, eu tinha aproveitado a noite anterior.

  Na segunda, eu não sabia como olhar na cara do sabendo que era eu quem ele nem sabia quem estava na cama dele dois dias atrás. Então passei reto pelo corredor até chegar no meu escritório. Mas enquanto estava revisando alguns papéis, senti uma mão no meu ombro e lábios no meu pescoço:
  — Você esqueceu isso lá em casa — ele sussurrou colocando minha máscara sobre minha mesa.

Fim.


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