My First Love

Escrito por Ana Ammon | Editado por Lelen

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  Naquela manhã acordei com uma sensação esquisita não sabia ao certo o que era me levantei da cama e fui até o banheiro, eu devo ter ficado mais de vinte minutos me encarando no espelho me perguntando o que eu estava fazendo da minha vida, eu com vinte e poucos anos ainda morando na mesma cidade que nasci no Canadá, sem nem pensar em correr atrás dos meus sonhos.
  Enquanto me encarava passava na minha mente todas as coisas que eu planejava quando ainda estava no ensino médio, eu pensava em viajar o mundo e quem sabe até mesmo mudar para outro lugar, naquele momento enquanto encarava meus próprios olhos castanhos no espelho me dei conta que quando lembrava dessas coisas vinha uma pessoa na minha cabeça o meu primeiro amor e infelizmente eu ainda não tinha superado ele, então minha colega de casa bateu na porta do banheiro me tirando daquele transe.
  - você vai se atrasar! Quer carona?
  - Meu deus já são quase oito horas! – falei baixinho checando o relógio – Aceito a carona!
  Vesti meu uniforme vermelho e desci as escadas correndo, ela me deu carona até a lanchonete que eu trabalhava como gerente, mesmo assim acabei chegando meio atrasada, o bom é que meu sub chegou cedo e abriu a lanchonete e o dono ainda não havia chegado.
  - tem uma mesa exigindo falar com o gerente, ainda bem que você chegou! – a Anne falou meio desesperada.
  - O que houve Anne? – perguntei me virando para olhar ela.
  - Eu não sei, não fiz nada de errado eu juro.
  - Relaxa mulher, não precisa arregalar esses olhos verdes desse jeito, fica tranquila que não deve ser nada de mais, qual mesa que é?
  - A mesa cinco.
  Eu sorri para ela por que quem sabe assim ela ficava mais tranquila e fui até a mesa no caminho reconheci quem estava sentado lá e dei risada.
  - Chuck! Quanto tempo!
  - Pois é , fiquei sabendo que você estava trabalhando aqui aí vim tomar café aqui e te entregar isso – ele respondeu sorrindo e me entregando um envelope que peguei e guardei no bolso.
  - Você assustou a garçonete falando que precisava falar com o gerente, olha a situação dela – falei olhando em direção a Anne – é o primeiro mês dela aqui coitada.
  Fiquei ali um tempo conversando com ele e voltei para o balcão foi então que resolvi abrir o envelope, lá dentro tinha um par de ingressos para o show do Simple Plan que seria no dia seguinte, eu deixei sair um sorriso e fui guardar o envelope na minha bolsa naquele momento me vieram lembranças na cabeça, lembranças de quando conheci o Chuck no colégio, quando a gente ficou pela primeira vez, de quando ele me contou que iria começar outra banda com o Pierre.
  Talvez fosse por isso que acordei com a sensação esquisita, meu subconsciente queria me avisar que eu iria encontrar meu primeiro amor, o que ele não sabe é que ele foi o primeiro garoto que beijei na minha vida, balancei a cabeça e guardei a bolsa no armário mas aparentemente tinha muita coisa lá e a bolsa foi para o chão, o envelope pulou para fora e escorregou pelo chão até perto da porta quando o peguei vi que tinha escrito na letra dele.
  “To my first love
  From Chuck Comeau”
  Fiquei chocada encarando o envelope durante algum tempo até a Anne entrar me tirando do transe, guardei as coisas no armário e voltei para a frente da lanchonete notei que na mesa dele já tinham os outros meninos da banda, apoiei no balcão e respirei fundo.
  - Hey Anne, vem aqui um minuto.
  - Fala – ela respondeu apoiando do outro lado do balcão.
  - Você é fã de Simple Plan?
  - Não muito, mas pelo jeito a Jenny é, desde que eles chegaram ela não sai da cozinha, por que?
  - Saber, faz assim, então atende eles que vou falar para a Jenny atender o outro lado do salão ok?
  - Okay.
  Eu entrei na cozinha e a Jenny estava sentada quase se enfiando embaixo do fogão por estar com vergonha deles, não consegui conter o riso quando vi a situação dela e me abaixei para falar com ela.
  - Jenny? A Anne vai atender a mesa que estão os meninos do Simple Plan, você atende o outro lado do salão, ok?
  - Ok, obrigada por entender meu lado mas... Será que rola uma ajuda? Não consigo sair daqui.
  Ajudei ela a levantar enquanto eu ria e voltamos ao trabalho não demorou muito até eu ser chamada de novo na mesa que eles estavam sentados.
  - Que houve gente?
  - Olha eu pedi vegetariano, é a segunda vez que vem errado! Olha tem carne de verdade no meio! – o David falou olhando para o lanche dele.
  - Ok, me desculpe pelo erro, quer que eu troque ou quer pedir outra coisa? – falei estendendo a mão para pegar o prato.
  - Pode só trocar? – ele falou meio grosso soltando o lanche no prato.
  Peguei o prato fui até a cozinha e eu mesma fiz o lanche dele depois levei de volta até a mesa eu não tinha notado que o Chuck havia saído da mesa, ele rapidamente foi conferir se não tinha carne.
  - Tá tudo certo agora, David?
  - Então, tem carne ainda – ele me olhou confuso.
  - É por que é carne de soja David – falei pegando o cardápio e apontando para o lanche que ele tinha escolhido – A opção vegetariana vai carne de soja.
  - É de soja mesmo?
  - Sim, fui eu mesma quem fiz o lanche justamente para ter cem por cento de certeza. – respondi sentando em uma cadeira livre na mesa – Mais alguma coisa?
  - ? – o Pierre perguntou me olhando meio confuso.
  - Sim?
  - Meu deus quanto tempo! Por isso o Chuck escolheu essa lanchonete para comer, ele te entregou os ingressos?
  - Entregou sim Pierre – respondi sorrindo.
  Dei tchau a eles e fui terminar meu trabalho o restante do dia correu normalmente cheguei em casa e fui para o quarto, então recebi uma mensagem do Chuck.
  “Quer sair?”
  “Pode ser, quer ir onde?”
  “Sei lá, vamos dar uma volta no parque?
  “Ok, te encontro no lugar de sempre daqui há dez minutos”
  Me arrumei e fui para o parque quando cheguei lá fui direto para o banco próximo do chafariz, o lugar onde eu tinha várias recordações com ele incluindo nosso primeiro beijo foi naquele banco em um dia que fomos liberados mais cedo da escola.
  O Chuck chegou eu ainda estava meio perdida em meus pensamentos, ele se sentou do meu lado e sorriu.
  - Está pensando em que ?
  - Então, no passado mesmo, hoje acordei meio reflexiva sobre a vida.
  - Pensando em momentos bons?
  - Sim, momentos dos quais você fez parte da maioria, inclusive esse banco me traz lembranças.
  - Para mim também, mas são lembranças muito boas. – ele falou me puxando para mais perto dele. – Sabe, tenho sentido muito sua falta.
  - Também sinto sua falta Chuck. – falei olhando para o chão – Depois que vocês saíram de turnê você nem me mandou mais mensagens, tenho notícias suas só pela mídia agora tanto que fiquei sabendo que você estava saindo com uma moça pela mídia...
  -Saindo com alguém? Não, eu to solteiro , quem tá saindo com alguém é o Pierre com Lachelle, ela tentou me empurrar uma amiga dela mas a menina era muito chata – ele falou rindo.
  -Olha que para você falar que alguém é chata é difícil, essa menina deve ser um entojo então.
  Demos risada e ficamos ali sentados abraçados conversando sobre como estava sendo a vide de turnê dele, em um momento de silêncio ficamos nos olhando e ele finalmente venceu o espaço que tinha entre nós selando nossos lábios, foi um beijo tranquilo e longo mas carregado de muita saudade fomos interrompidos por uma criança que queria pegar a bola dela que estava atrás do banco.
  Nos levantamos e fomos passear pelo parque aquela situação me lembrou nosso primeiro beijo, tudo estava acontecendo praticamente igual é isso me assustava um pouco afinal não queria sofrer de novo.
  - Chuck, lembra do nosso primeiro beijo?
  - Claro, foi naquele banco também, a diferença é que éramos apenas dois adolescentes – ele falou sorrindo. – Essas lembranças com você nunca vão sair da minha cabeça, foram todas muito marcantes.
  Eu me limitei a sorrir para ele e continuar andando sem rumo do seu lado mas internamente minha vontade era colocar tudo o que eu sentia para fora, simplesmente contar para ele sobre aquele sentimento que estava preso em mim há anos, mas não consegui.
  Ele parecia estar tão feliz e eu não queria perturbar ele com isso então nossa caminhada nos levou até a porta da minha casa onde ele me deu um selinho e foi embora.
  Eu entrei e me joguei no sofá, a minha mente estava a mil pensando no que eu poderia ter feito mas não fiz não demorou muito até a minha colega de casa chegar.
  - está tudo bem? Você parece meio triste.
  - Então eu encontrei o Chuck, lembra que já te contei sobre ele?
  - Sim, seu primeiro amor, primeiro beijo e a pessoa que você quer passar a vida – ela falou em tom se brincadeira – Mas o que que tem?
  - Tem que a gente ficou e tudo aquilo voltou a tona de novo, não tô sabendo lidar! – falei ficando meio revoltada – Primeiro, o ser humano some da minha vida durante 7 FUCKINGS anos, depois resolve voltar, vai até meu trabalho e me entrega isso – joguei o envelope que o Chuck havia me dado no colo dela – Olha o que tá escrito! Ele acha que pode fazer o que bem entende comigo? Caralho mano! Simplesmente cansei de tentar entender ele. – Me joguei no sofá e olhando para o teto.
  - Olha, tá complicada a situação , mas já falou com ele sobre isso?
  - Falar com que coragem ? Não sei lidar com a ideia de falar isso tudo para ele, eu crio mil e uma situações na cabeça e todas tem o mesmo final que é ele me falando que não me vê do mesmo jeito que eu o vejo.
  - Ué escreve uma carta, aproveita que vai no show amanhã e entrega para ele!
  - Carta? Bom, eu já tenho umas cinco ou seis escritas e todas falam sobre a mesma coisa, mas nunca pensei em entregar... – me ajeitei olhando a . – Acho uma ótima idéia inclusive assim não tenho que falar!
  Assim que decidi isso subi para o quarto peguei um papel e uma caneta para escrever uma nova carta para ele, mas antes eu precisava reler as antigas então peguei a caixa de madeira e deitei na cama enquanto lia uma por uma, quando as ideias finamente vieram me sentei na escrivaninha e escrevi uma nova carta, a carta que finalmente eu falaria sobre meus sentimentos e seria entregue.

  “Chuck
  Bom eu queria ter coragem para poder te falar isso pessoalmente, mas lá vamos nós.
  Tudo começou quando te vi pela primeira vez no colégio naquele dia eu ainda não tinha conversado com você mas meu coração acelerava só de você passar perto de mim, com o passar do tempo acabamos ficando amigos mas meu sentimento por você só cresceu mesmo contra minha vontade.
  Então você me chamou para ir ao parque com você, nós nos sentamos naquele banco que depois de um tempo se tornou nosso lugar, e demos nosso primeiro beijo naquele banco também foi quando você me deu a notícia de que iria começar uma nova banda e mais tarde me chamou naquele mesmo lugar para falar que a banda estava fazendo sucesso e que iria entrar em turnê e gravar um novo disco, eu fiquei bem triste por que sabia que não veria mais você meu primeiro e único amor mas eu não queria te impedir de seguir seus sonhos então nunca te falei meus sentimentos.
  Aquela foi a última vez que você falou comigo, depois daquilo se passaram sete anos.
  Bom, o que estou dizendo aqui é que você é e sempre será o amor da minha vida, mas eu nunca teria coragem de te falar isso sem ser por carta.
  Com amor. .”

  Eu terminei a carta a coloquei em um envelope e escrevi o remetente e a coloquei na bolsa junto com os ingressos, então lembrei que eu tinha dois ingressos e ninguém para ir comigo desci as escadas correndo atrás da .
  - ! Você vai comigo no show amanhã!
  - ... – ela começou a falar em tom sério.
  - Sem essa mulher! Preciso de você lá para me dar apoio, escrevi uma carta para ele. – a interrompi antes que ela achasse uma desculpa para não ir.
  - Carta para quem ?
  Eu fiquei em choque com a voz que vinha de trás de mim e busquei ajuda olhando para a que só deu ombros e sussurrou um “tentei avisar”.
  - Chu..Chuck! – gaguejei tentando falar – Não sabia que você estava aqui.
  - Então eu vim até aqui por que quando cheguei em casa me dei conta que tinha algo errado – ele falou olhando para o chão.
  - Algo errado?
  - Sim, te chamei para ir ao parque por que queria te falar uma coisa mas não tive coragem de falar, então voltei até aqui em um surto de coragem. – ele parou e me olhou – , eu sinto muito por ter sumido por todos esses anos, eu não queria mas precisei fazer isso por causa da banda mas meus sentimentos por você não mudaram quando te vi no restaurante me senti um adolescente de novo, tudo o que passamos juntos veio a tona na minha cabeça e quando nos beijamos no parque eu só queria que aquele momento não acabasse nunca.
  Eu só consegui abraçar ele e respirar aliviada por saber que os meus sentimentos eram recíprocos mas senti que ele ainda estava tenso.
  - Quero que você saiba que é recíproco Chuck – sussurrei sem soltar o abraço.
  A falou alguma coisa e subiu para o quarto dela, ficamos abraçados ali durante um tempo.
  Então ele selou nossos lábios o beijo foi mais intenso suas mãos seguravam com firmeza minha cintura, eu o guiei até o meu quarto onde nossos beijos ficaram mais intensos só dando espaço para tirar as camisetas com uma certa facilidade ele soltou meu sutiã e senti um arrepio subir pela minha coluna, ele me deitou na cama tirou minha calça com delicadeza e ali aconteceu o que eu tanto queríamos durante esses anos todos.
  Acabamos adormecendo depois de tudo eu acordei assustada no dia seguinte às sete da manhã, me sentei na cama bruscamente por que achava que eu estava atrasada mas logo me lembrei que eu estava de folga e respirei fundo, olhei para o lado e ele estava ali deitado me encarando com aqueles olhos verdes ele me puxou para perto dele e me abraçou.
  Pouco depois o telefone dele tocou e ele teve que ir, eu tomei um banho e desci para a sala onde a estava sentada tomando café.
  - Bom dia! – falei sorrindo e me sentando do lado dela.
  - Bom dia! Alguém está bem radiante hoje, foi bom?
  - Foi INCRÍVEL!
  Ficamos conversando a tarde inteira sobre o que tinha acontecido na noite anterior, fomos para o show juntas e no show resolvi entregar a carta que eu havia escrito para o Chuck.
  Depois daquilo saímos mais algumas vezes antes de ele voltar a fazer a turnê com os meninos, um dia antes dele embarcar para a Itália ele me mandou mensagem falando para eu o encontrar no nosso lugar no parque, então lá estava eu sentada de novo no mesmo banco esperando por ele.
  - Hey Baby! – ele disse parando na minha frente e abrindo os braços.
  - Hey! – falei retribuindo o abraço rapidamente e me aconchegando naqueles braços.
  - Eu tenho que te perguntar uma coisa – ele falou dando um espaço mínimo entre nós, apenas o suficiente para olhar meu rosto.
  - Diga.
  - Quero namorar comigo? – ele falou me olhando meio apreensivo – Sei que é muito rápido mas meus sentimentos por você...
  - Sim, mil vezes sim! – falei sorrindo e interrompendo ele.
  Então nos beijamos, um beijo lento e carinhoso tudo o que eu queria era que o tempo parasse e ficássemos ali para sempre.
  - Olha, eu vou para Europa fazer show mas prometo que te ligo todos os dias.
  - Acho bom Sr. Comeau – falei sorrindo – mas sério, vou sentir saudades.
  - Vou sentir saudades também meu amor. Assim que eu puder eu volto.
  Ficamos ali no parque sentados no banco durante algumas horas até ele ter que para o aeroporto, fui junto com ele para poder me despedir e curtir mais um pouco o tempo do lado dele e assim que ele embarcou voltei para casa, no dia a dia eu esperava ansiosamente a ligação dele e ria das fãs que frequentavam a lanchonete que eu trabalhava quando elas ficavam tentando descobrir quem era a misteriosa namorado do baterista do Simple Plan.
  Hoje estamos juntos vai fazer um ano mas sabe, é bem difícil essa coisa de namorar um famoso ainda mais quando ele está em turnê mas tudo bem afinal é o sonho dele algo que eu jamais pediria para ele mudar, ele volta hoje aqui pro Canadá então finalmente poderei matar minha saudade.

Fim



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