Mr. Winter

Escrito por Julia Ribeiro | Revisado por Maah

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Mr. Winter - The Maine

When you left she was a wreck
Cause she said you left a mess
(but you said that you'd be back home
didn't wanna see her all alone)

   andava pelas ruas de Tempe com as mãos dentro dos bolsos, o vento frio de inverno que batia em seu rosto pareciam laminas finas rasgando sua pele cada vez mais branca devido a falta de sol que apesar de ser inverno, era estranha no Arizona.

   suspirou ao abrir as cortinas de seu quarto, o sol não aparecia naquela manha e para ela, o sol não aparecia a 3 meses, seu sol não aparecia a 3 meses, seu havia partido.

And you bet, she took your word
Cause she said you'll never learn
(all the things that you put her through
don't know why she's coming back to you)

A carreira da banda estava decolando e uma das maiores turnês que os meninos do The Maine estava chegando, 3 meses na estrada, os 3 meses que antecediam o inverno.

  Flashback

  "Dude, você tem certeza?" perguntou, se jogando no sofá de sua casa.
  "Tenho cara, eu vou terminar com ela." respondeu, sem encarar o amigo.
  "Por quê? Você sempre diz que ela é a mulher de sua vida, não diz?"
  "Eu não sei de mais nada sobre minha vida, a banda está decolando, temos essa turnê grande, não quero mulheres atrapalhando e além de tudo, se em alguma daquelas festas eu ficar bêbado e ficar com outra? Eu não me perdoaria nunca." passou a mão pelo cabelo, como de costume quando está nervoso.
  "Você nem sabe se vai traí-la e vai fazer isso? Terminar? Você ja pensou que ela também tem sentimentos?"
  "Eu não sirvo pra ela, eu nunca paro em casa, ela não quer, ou melhor, ela não merece uma família assim, ela merece uma família estável. Ela será melhor sem mim."
  " você tem certeza?" perguntou mordendo o dedo mindinho.
  "Absoluta."

  End of flashback

Oh she says she's alone
But she knows she's in love

  O celular tocou na mesa ao lado da cama de e o rapaz se esticou para atendê-lo.
  "?" Uma voz tremula soou do outro lado da linha.
  "? O que houve, pequena?" Ele sentou na cama e podia se reparar uma voz preocupada.
  "Eu sei que vocês já chegaram em Tempe, eu tentei esquecer , eu tentei deixar vocês de lado mas tudo me remetia a vocês, tudo me remetia a ele..."A menina fungou "Eu ainda o amo , eu quero meu sol de volta, só que se eu não posso tê-lo, eu vou embora."
  "..." sentia um aperto forte no peito, acima de tudo, sempre foi sua amiga, antes até dela namorar com e odiava ver sua menina assim.
  "Sem , ele me deixou , sem mais nem menos e eu já tentei esquecer, tentei tudo mesmo, mas não consigo. Fugir do lugar que mais me lembra ele será a melhor coisa. Eu vou embora de Tempe."
  " , se acalme. Quando você vai, para onde você vai" Você não pode simplesmente decidir esse tipo de coisa assim, rápido."
  "Nova York, minha irmã esta morando lá, já falei com ela, a transferência da faculdade eu vejo por lá mesmo." suspirou, sabia que começaria a chorar em poucos segundos. ", me perdoa, eu tenho que ir."
  "Quando você vai?" As lágrimas que já ameaçavam cair, caíram no momento em que ele ouviu sua menina chorar.
  O que mais doia na menina era deixar seu melhor amigo, eles se conheciam desde o jardim de infância, quando ele dividiu o pote de tinta verde com a menina para ela poder pintar a árvore do pátio do colégio em seu desenho, era mais que um melhor amigo, ele era o irmão que nunca tivera.
  "Amanhã no voo das 20 horas. me perdoa, mesmo..." Ela deu um longo suspiro. "Eu te amo , pra sempre, irmão."
  "Eu também te amo minha pequena, pra sempre." A linha caiu.

Mr. Winter, did you miss her"
Three months you were gone
Had her waiting all night long

Mr. winter, don't forget her
She'll be waiting all alone
Please just say you'll come back

   se largou em cima do sofá da casa de seus pais, pegou o maço de cigarros do bolso esquerdo e acendeu um, tragando urgentemente. Os pais tinham ido para Tucson ver algum parente da família, por isso ele fumava tão tranquilamente dentro de casa. Ele não era de fumar, mas desde que terminara com o cigarro tinha virado um de seus melhores amigos, porém o efeito que antes era relaxante já estava perdendo o efeito.
  "Daqui a pouco vou começar com baseados." falou para si mesmo e logo sentiu o celular vibrar no bolso direito, deu um longo suspiro, olhou no visor "" e uma foto do mesmo bêbado na turnê surgiram na tela, ele deu uma risada nasalada e atendeu o telefone.
  "Fala, ." Ele falou, soltando junto com sua voz a fumaça do cigarro.
  "Ela ta indo embora, cara." falou de uma vez, apreensivo com a reação do amigo.
  "O-o quê?" se endireitou no sofá devido ao susto.
  "É isso mesmo, ela vai embora, Nova York, morar com a irmã..." respirou fundo e continuou "E é tudo sua c..."
  "É tudo minha culpa" Uma lágrima solitária rolou pela maçã do rosto pálido de , traçando uma trilha úmida e quente. "Eu não posso deixar isso acontecer , ela é minha menina, ela não pode simplesmente ir embora, ela não pode me deixar."
  ", você a deixou..." falou baixou ouvindo um soluço do amigo.
  "Eu errei ta legal, mas eu posso perdê-la, não de novo." passou as mãos pelo cabelo, e depois deu um ultimo trago no cigarro que já estava praticamente no fim.
  "Você tem pouco mais de 24 horas, anda, faça acontecer." falou e desligou.

And he's cold, but he keeps you warm
Cause his love, still burns for you
And you don't know what's in store
But you both know what is true

  Faltavam exatamente 24 horas para partir, precisava correr contra o tempo para ter sua menina de volta.
  Ele pensava em como havia sido um estúpido por deixá-la, sem mais nem menos. Ele a deixou por medo, medo de não amá-la o suficiente para não traí-la ou achar que ela pudesse interferir na banda. Como ela iria interferir" Ela não era nenhuma Yoko.
  Lembrou da primeira vez que a viu, a 5 invernos atrás, graças a transferência do trabalho da mãe, que havia falecido de câncer a dois anos.
  Lembrou de quando estava em seu bunk no ônibus dedilhando alguma coisa no violão e seu sorriso veio em mente, a música foi escrita em pouco menos de dez minutos, e no final da página uma mancha causada por uma lágrima fora deixada.
  Lembrou da primeira vez que tocou Into Your Arms na turnê, mais precisamente em Portland, cidade em que ela nasceu. Lembrou-se da vontade de desistir de tudo e voltar para pega-la.
  Ele a amava, amava de um jeito que nunca havia amado ninguém, a amava mais que a própria vida.
  E em meio a milhões de pensamentos, apagou.

Oh she says she's alone
But she knows she's in love

   se espriguiçou ao acordar e olhou no relógio, eram apenas 8:00 da manhã, faziam 3 meses que não a deixava dormir direito.

  Faltavam apenas 12 horas para ir para Nova York, 12 horas para esquecer de uma vez o homem que um dia a fez feliz.

   estava dentro de uma floricultura no centro de Tempe, procurava as flores favoritas de , tulipas brancas.
  "O senhor tem muito bom gosto para flores." A vendedora simpática que o atendia falou.
  "Ah, obrigada." Ele respondeu meio sem jeito. "Mas na verdade o bom gosto é da mulher que quero de volta, são as flores favoritas dela."
  "Hm, o senhor sabia que as tulipas expressam o amor perfeito" E as brancas significam perdão." Ela terminava de arrumar o buquê de forma ágil.
  "Eu não sabia, mas com certeza sabia de algo assim." Ele sorriu lembrando do dia em que ela falou que ele a lembrava tulipas. "Quanto foi?" Disse assim que reparou as flores já prontas.
  "Essas são por minha conta, você parece amá-la demais para lembrar suas flores favoritas." sorriu agradecido para a mulher.
  "Não se esqueça de guarda-las na geladeira assim que chegar em casa" A mulher gritou quando encostou na maçaneta da porta da floricultura. Ele concordou e saiu para o frio.
  Uma parte de seu plano já estava feito, ele precisava achar um terno agora, sempre falava como ele ficava lindo de terno, como ficava, nas palavras dela, mordível apesar de ele odiar a sensação de sufoco que a gravata deixava.

   sentou em cima da mala grande e cor-de-rosa enquanto a ajudava a fechar o zíper.
  "Acho que agora foi!" Ela disse enquanto esticava os braços para o amigo a levantar. Ele o puxou e abraçou sua cintura.
  "Fica, ." Ele falou baixinho, com a boca no topo da cabeça da garota.
  ", a gente já falou sobre isso. Eu não posso, não me faça chorar mais do que eu já chorei hoje." Ela respondeu, de olhos fechados como se segurasse as lágrimas contra o peito do amigo. "Vou sentir falta do seu abraço."
  "Eu também pequena, eu também."
  "Eu não acredito que o resto dos meninos está em Gilbert, queria tanto ver eles!" sentiu uma vibração na sua perna e se afastou. ", me diz que foi seu celular que vibrou."
  "Não , não foi, eu tenho tesão por você e vou te comer agora." Ele riu "Obvio que foi!"
  Ele pegou o celular, uma nova mensagem de estava lá, ele leu rápido. Está tudo pronto cara, com duas horas de antecedência! Espero que de certo, me deseje sorte.
  ", eu tenho que ir." Ele disse olhando para amiga, queria ficar com ela até chegar, mas ele tinha que fazer isso sozinho.
  "Porque ?"
  "Era minha mãe, sabe aqueles meus tios que moram no Texas?" Ela concordou com a cabeça. "Então, eles vieram passar as festas de final de ano conosco e acabaram de chegar, minha mãe me quer em casa."
  "Ah..." Ela gemeu e uma lágrima correu pelo seu rosto frio. "Então isso é um adeus?"
  "Shhh, não chora." Ele a abraçou de novo enquanto sentia as lágrimas da menina molharem sua camiseta cinza. ", não chora, por favor... Isso não é um adeus, eu te prometo pequena."
  "Como você pode prometer algo assim?" Ela fungou.
  "Eu só prometo." Beijou a cabeça da menina e levantou seu rosto para olhá-la nos olhos. "Eu te amo, pra sempre ok?"
  "Eu também ."
  Ela segurou na mão do amigo e o conduziu para a porta, deram um último abraço e saiu pelo fim de tarde frio de Tempe.

Mr. winter, did you miss her"
For three months you were gone
Had her waiting all night long

   estava inquieto, não aguentava mais, os minutos demoravam a passar e ele precisava agir logo. Ela iria em uma hora e meia...
  "Foda-se, vou para lá!" se levantou do sofá e saiu correndo pela casa, juntando tudo que precisava.

  A voz da mulher do tempo do jornal do canal 7 tomava conta da casa de , lembrou quando falou que a voz dela o irritava e por isso não acreditava em suas previsões e abraçou mais a almofada azul que estava em seu colo. Até isso a lembrava dele.
  "Devido ao frio, a chuva que está por vir e os ventos a uma possibilidade de termos uma leve nevasca amanhã."
  "Nevar, em Tempe? Já faz 80 anos desde que o último floco de neve caiu sobre a cidade, porque diabos cairia agora, essas pessoas estão ficando loucas." A menina riu com o próprio comentário e desligou a tv. A campainha tocou logo em seguida.
  Julia caminhou até a porta, achava que fosse ou o resto dos garotos querendo se despedir.
  Girou a chave e abriu a porta.

   estava tremendo por dentro e por fora. Viu a luz da sala acessa, ela estava em casa. Andou até a porta e acionou a campainha, agora, era apenas esperar.

  Lá estava ele, estava parado em sua porta, com um terno preto e um buquê de tulipas brancas em mãos. Os olhos da menina se encheram de lágrimas e ela fez menção de fechar a porta, porém ele impediu.
  "Me deixe falar, por favor..." Ele a seplicava, os olhos entregavam a noite mal dormida e o sofrimento dele. Os olhos dela estavam piores. "Volta pra mim, . Me perdoe."
  As lágrimas já traçavam livres caminhos pelas bochechas agora vermelhas da menina.
  "Eu sei que eu errei, eu fui um imbecil, eu nunca devia ter te deixado assim, mas..." Ele ergueu o rosto dela para si, segurando-o com as duas mãos. "Olha pra mim... Eu te amo , eu fiz aquilo por medo, eu achava que..."
  "Pára, ..." ela disse em um tom quase inaudível.
  "Eu não vou parar." Ele suspirou e continuou, sem parar de encarar os olhos da menina. "Eu achava que uma mulher em minha vida atrapalharia a banda, mas não ter uma é que me atrapalha. Eu tive medo, medo de ficar bêbado e te trair, mas eu não fiz, não fiz, pois pensava em você o tempo todo." As lágrimas agora rolavam pelo rosto pálido do homem. "Se eu não te amasse, saberia quais são suas flores favoritas" Porque eu sei muito bem que são as tulipas brancas, sei também que elas significam amor verdadeiro e as brancas, mais especificamente, significam perdão. Eu saberia como você me ama de terno" Eu saberia como suas pernas ficam enroladas e dobradas para o lado esquerdo enquanto você dorme" Saberia todas as falas do seu filme favorito de tanto que já vi" Fica comigo pequena."
  "Eu... eu não posso ." Ela falou, se desvencilhando das mãos gélidas sobre seu rosto. "Eu só, não posso."
  "Por que não" Você não me ama mais?" ele mexia os dedos inquieto. "Diga-me que não me ama que irei embora para sempre."
  "Eu não te..."
  "Olhe nos meus olhos e diga!" ele ergueu o rosto da menina mais uma vez.
  "Vai embora , só vai embora." Ela disse, dando as costas e saindo do hall de entrada de sua casa.
  Ouviu o baque alto da porta que acabara de fechar e se sentou, abraçando as próprias pernas.
  Ele havia dito que a amava, amava de verdade, e ela o deixou ir. Pensamentos que antes a deixavam confusa agora faziam sentido, ele a amava, ela não podia deixar ele ir, eles não podiam ficar sozinhos de novo.

Mr. Winter, don't forget her
She'll be waiting all alone
Please just say you'll come back
Home.

   chutava algumas pedrinhas pela calçada enquanto ia embora devagar, não tinha mais jeito, ele a tinha perdido. O terno já estava molhado pelas lágrimas que não cessavam. Era o adeus.

   abriu a porta e correu o mais rápido que podia, via John afastado, uns 3 quarteirões de sua casa. Ela correu de uma forma que nunca havia corrido antes, como se sua vida dependesse daqueles metros de distância entre ela e seu amor. Quando estava relativamente perto dele, gritou.
  "!"
  O homem virou e logo sentiu as pernas e braços da menina se enroscando em sua cintura enquanto os lábios quentes se chocavam com seus frios. Ficaram quase 5 segundos com os lábios apenas encostados, sentindo a presença um do outro até que ele pediu passagem com sua língua para aprofundar o beijo.
  Se separaram com vários selinhos depois de longos minutos no beijo que juraram ser o melhor da vida de ambos.
  Estavam com as testas coladas, ainda de olhos fechados abriu um sorriso.
  "Me diz que você vai para casa?" Ela sussurrou.
  Ele concordou com a cabeça e assim que juntou os lábios com os da menina de novo sentiu algo gélido sobre os dois. Olharam para cima, havia começado a nevar.
  "Nós vamos para casa."

FIM



Comentários da autora


Oh Deus, eu não acredito que acabou, ainda mais ao som de Yellow do meu querido Coldplay (sim eu estava ouvindo enquanto escrevia). Estou me sentindo uma mãe orgulhosa agora e mais do que nunca, satisfeita com o resultado. Bom, agora vamos aos agradecimentos! Primeiramente ao All Time Fics pelo especial que me fez voltar a escrever, a minha amiga linda @JUiCEBea que sempre opinava nos trechos que eu mandava pra ela e me elogiava, alimentando meu lindo ego, a minha Monaco favorita @weliketoparty_ que me aturou durante as duas semanas que eu só pensava e falava nessa fic e é claro, aos meus lindos John, Kenny, Jad, Garry e Pat (sou intima ok? E gosto de chamar o Jared de Jad.) por fazerem essa música e me darem inspiração. E obrigado a você leitor lindo, que leu a fic, inclusive a n/a até o fim. Beijos, Ju (@weallbe_)