Moving On
Escrito por Duda Wimmer | Revisado por Mariana
Encarei a sala ao meu redor e reparei em cada um deles.
Tom estava junto de Gio no sofá, assistindo ao filme colados, sorrindo feito bobos. Daniel estava sentado no outro canto do sofá com Georgia sentada no chão, encostada em suas pernas, enquanto Danny fazia um cafuné em sua cabeça. Harry estava com Izzy na poltrona, eles sussurravam algumas coisas entre si e riam. Dougie estava deitado no chão e sua atual namorada, Lara, estava com a cabeça em sua barriga.
E eu me senti um peixinho fora d’água, como se eu fosse uma intrusa ali. Então a ficha começou a cair. Eles não tinham mais 16 anos, eles não precisavam de uma babá para lembrá-los de não esquecer a cabeça em casa, eles tinham 26 anos, o que eu fazia ali?
Eu os conheci no colegial, desde então eles eram meus melhores amigos, nenhuma das namoradas existiam na época, era apenas nós cinco, o quinteto mais retardado de toda a escola.
Não me entendam mal: eu amo as garotas, elas são as melhores amigas que eu poderia pensar em ter; Gio era gentil e fofa, sempre realista. Georgia era extrovertida e inteligente. Izzy era boba e palhaça. Eu ainda estava conhecendo Lara, mas já me aparentava ser uma pessoa ótima e dedicada.
Mas eu não me sentia bem ali, pela primeira vez na minha vida, eu queria simplesmente desaparecer daquela sala.
Eu me senti a garota segurando vela, que só está naquele meio para não ficar sozinha no intervalo do colégio. Ri do meu pensamento, eu nunca me imaginei tão deslocada em um lugar cheio de pessoas que me amam.
Mas... elas não precisavam de mim.
Eu odeio ser inútil, é tipo como você chegasse em um lugar, decidisse a arrumar tudo, arruma e depois aquilo já está limpo, você vai simplesmente esperar as coisas sujarem de novo para ser útil?
Minha mãe dizia que às vezes devemos abrir mão das coisas, como ela dizia que aconteceu comigo...
"Você cresceu, mesmo se eu te proibisse de ir viver sua vida, qual seria a diferença? Você não precisa mais de mim."
Algumas risadas ecoaram pelo lugar, alguma coisa do filme, provavelmente. Mas eu estava imersa nos meus pensamentos para tentar entender o motivo das risadas.
Então eu percebi que se não era mais útil para eles, meus únicos amigos aqui em Londres, o que eu fazia?
- Eu amo esse filme, não me canso de ver. – Voltei a realidade assim que vi um Danny risonho se levantar e seguir para a cozinha. Todos se levantaram de prontidão e fizeram o mesmo caminho que Danny.
- Você não vem? - Doug perguntou.
- Ah, acho que vou pra casa, estou cansada. Dê um beijo no pessoal por mim. - Sorri e o abracei apertado. Assim que o ar gélido de Londres bateu contra meu corpo, senti um peso nos meus ombros, um peso que antes não estava ali. Acenei para um táxi que passava na rua na esperança dele estar vazio. E estava.
Já em casa, eu me deitei na cama ainda totalmente alheia ao que eu fazia.
De repente, me vi de novo na escola com os garotos, só nós cinco, fazendo bobeiras, rindo. Só a gente, no nosso mundinho particular.
Eu era meio apegada ao passado, eu nunca tive do que reclamar. Porém, por ser tão apegada ao passado, acabei me esquecendo do meu presente, da minha vida. O que eu tinha, afinal? Não tinha um namorado, nenhum pretendente, trabalho em um mesmo pequeno jornal na área de fofocas desde a faculdade, fruto de um estágio, quando na verdade, eu gostaria de trabalhar em algum jornal grande ou mediano para desempenhar minha profissão.
Acho que nunca realmente parei para pensar que estava me prendendo ao passado, tentando manter as coisas que já tinham passado, mas que apenas deveriam ficar como boas lembranças.
Eu estava alheia à minha própria vida. O que eu faria? Quais eram minhas perspectivas de vida?
Acabei pegando no sono e acordando no dia seguinte ainda meio confusa. Era Domingo e eu não tinha trabalho. Isso me estressou um pouco, admito, eu queria poder ter algo pra ocupar minha cabeça de reflexões estúpidas. Ouvi algumas batidas na porta do meu apartamento e me recusei a ir atender de primeira.
Mas a pessoa continuou tentando, me levantei sem meu costumeiro bom humor para abrir a porta, e feito isso, me deparei com uma Gio e uma Georgia me olhando com sorrisos de orelha a orelha.
- Oi, dear , viemos animar seu dia e passar uma tarde em garotas, com filmes, pipocas, guloseimas e esmaltes! - Gio me estendeu várias sacolas e Georgia soltou um gritinho, animada. Eu tentei esboçar alguma animação, mas foi falha quando percebi a desconfiança em seus olhares.
- Ok, tudo bem, vamos pular isso tudo e partir para a parte que falamos sobre o que você tem. - Gio deixou as sacolas em cima da mesa de centro e se sentou na minha frente, ainda com seu bom humor.
- Tom nos avisou que você foi embora estranha ontem a noite, então viemos te fazer companhia hoje, mas você não parece muito receptiva. - Georgia franziu o lábio e se sentou no meu sofá.
- Desculpa, meninas, não é nada com vocês, mas é que eu ando me sentindo estranha desde ontem. - Fui para a bancada que separava a sala da cozinha e me apoiei nela. - Eu tô meio sei lá.
- Tudo bem, estar meio 'sei lá' é novidade pra mim. - Gio tentou fazer graça, mas logo percebeu que não daria muito certo. - Tá, olha, , bota pra fora.
- Eu... - Fechei meus olhos e respirei fundo procurando a palavra certa. - cansei. - Sorri internamente ao perceber que a palavra que eu procurava era aquela. Simplesmente aquela. Cansei.
- Ok, cansou do quê? - Georgia se juntou à mim na bancada da cozinha.
- Da minha rotina. Das coisas que eu faço. Ou melhor, que eu não faço. O que eu tô fazendo, meninas? Eu não tenho mais 17 anos e com um mundo todo à minha espera, eu estou com 26 e sem nenhuma perspectiva do que fazer!
- Que drama, ! Não é pra tanto, você tem um emprego, você tem a gente. – Georgia argumentou e foi aí que eu percebi que minha vida era muito mais vazia do que eu imaginava.
- É esse o meu ponto, Geo! Olha o que eu tenho, um emprego furreca que eu seguro desde a faculdade e vocês! Sem querer ofender, meninas, eu amo vocês, mas é tudo muito vazio, entendem? – Elas não entenderiam, não sabia ao certo se alguém entenderia.
- , você tem que fazer o que acha certo fazer, nós te apoiaremos no que for. – Gio sorriu e pegou sua bolsa. – Se você precisar de alguma coisa, você sabe que pode recorrer a nós, vamos indo pra deixar você discutir consigo mesma. – Ela riu e eu a acompanhei, um pouco mais animada.
- Obrigada, meninas. – Cada uma me deu um beijinho na bochecha e saíram batendo a porta.
Eu tinha que começar por algum lugar, eu tinha que plantar minhas flores e regá-las, para ter um motivo pra viver*. E por onde eu começaria? Não sabia, mas precisava dar a partida.
E foi isso que eu fiz, e meu computador ajudou muito, mandei vários currículos para vários jornais de todos os cantos do mundo - que falavam inglês, é claro.
E eu não recebi resposta nenhuma durante um mês. Nem ao menos uma entrevista de emprego.
Até que um dia eu estava escovando meus dentes no banheiro e meu computador apitou avisando que havia chegado um novo e-mail. E nada me surpreendeu mais quando vi que estava sendo chamada para uma entrevista de emprego para o The Sun da Irlanda.
Eu não conhecia ninguém da Irlanda, minha família toda era do interior de Londres, nem amigos eu tinha lá. Pegar um avião para lá e fazer uma entrevista de emprego seria como dar um tiro no escuro esperando acertar o alvo.
E não imaginava que seria fácil decidir que porras eu faria.
Continuaria em Londres na minha vida com tudo já certo, ou iria às cegas para Irlanda e faria uma entrevista de emprego que decidiria meu futuro profissional e pessoal?
E me baseando nessas duas hipóteses, nunca me foi tão fácil decidir alguma coisa.
Comprar pacote de viagem sem data para voltar era algo um pouco assustador, muito assustador. Aterrorizante. Liguei para minha mãe para avisá-la da minha decisão, não foi fácil fazê-la sossegar o facho, mas consegui quando a falei que nada me impediria de ir. Como eu não tinha muitas coisas e o apartamento era alugado, não demorou para eu juntar tudo que eu precisaria levar para me virar na Irlanda, o resto eu poderia facilmente doar ou jogar fora.
E confirmei a entrevista de emprego para dali a três semanas.
Então eu resolveria tudo com o inquilino sobre o apartamento e estaria tudo pronto para minha ida. Tirando a parte que eu deveria me despedir dos meus melhores amigos e amigas. E só de pensar naquilo, eu ficava um pouco sufocada com a bolha que subia na minha garganta.
- Eu vou pra Irlanda! – Foi como eu dei a notícia para as sete pessoas sentadas na minha frente. Um minuto de silêncio se fez.
- É o quê? – A voz de Tom ecoou pelo apartamento silencioso, todos me olhavam pasmos.
- Eu vou pra Irlanda, tentar um emprego no The Sun. – Tentei explicar melhor, mas todos ainda estavam em choque. – Eu entrei em contato com uma universitária que quer dividir um apartamento lá e comprei minha passagem só de ida ontem, minha entrevista é daqui a três semanas. Pesquisei também cursos de pós-graduação. Eu vou tentar recomeçar. – O silêncio prevaleceu por alguns segundos até Gio se levantar e vir me abraçar.
- Eu fico tão feliz por você, ! De verdade, você é muito corajosa por fazer isso. Eu tenho certeza que vai dar tudo certo. – Ela me olhou e sorriu com lágrimas nos olhos. – Só fico meio triste por estar perdendo minha melhor amiga. – Ela piscou e uma lágrima caiu de seu olho. – Mas não ligue, eu estou muito feliz por ter onde ficar quando eu for pra Irlanda. – Ela passou o punho no rosto e deu espaço pra Georgia vir falar comigo.
- Puxa, você não estava brincando quando falou que estava cansada daqui. Irlanda! Meu Deus. – Ela me abraçou e sua voz estava embargada. – Espero que você se dê muito bem lá, tenho certeza que vai fazer sucesso com os Irlandeses. – Soltei uma gargalhada e senti o nó da minha garganta se desintegrar. Assim que Georgia se afastou, pude olhar para os meus quatro melhores amigos, eles estavam no sofá com expressões emburradas.
- Meninos? – Eles olhavam para todo canto, menos para mim. – Hey, dudes. – Dougie foi o primeiro a me olhar.
- Você vai nos deixar. – Ele estava chateado, sem duvidas. – O que nós faremos sem você?
- O mesmo que fazem com! Não vai mudar muita coisa, vai! – Me aproximei deles e me sentei na frente deles. – Por favor, meninos, eu realmente quero receber o apoio de vocês nisso.
- É claro que você tem nosso apoio, ! – Harry descruzou os braços e me olhou. – Eu estou muito feliz por você. Mas é meio aterrorizante pensar que você vai estar tão longe. – Sorri para ele e olhei pra Danny.
- É claro que eu vou te apoiar, tampinha. – Danny bagunçou meus cabelos e sorriu torto. – Mas sei lá como vai ser não ter você sempre por perto. – Apertei sua perna em agradecimento e olhei para Tom, que ainda tinha a cabeça abaixada e os braços cruzados.
- Tommy? – Cutuquei seu joelho e ele não se moveu.
- Você deveria ter contado quando estava decidindo isso. – Ele me olhou com pura mágoa e se levantou, indo para a cozinha.
- Pode deixar que eu falo com ele, . – Gio seguiu para a cozinha com passos pesados.
Olhei para as três figuras na minha frente.
- Vocês sabem que eu amo vocês, não é? – Eles sorriram e me puxaram para o meio deles. Assim, fiquei deitada em cima dos três.
- Você é nossa irmãzinha, não vai ser fácil deixar você ir, sabe? – Dougie falou fazendo cafuné na minha cabeça que estava apoiada em seu colo.
- Se algum cara te magoar e eu ficar sabendo, eu vou pegar o primeiro avião pra Irlanda pra castrar. – Foi a vez de Harry falar e cutucou minha barriga que estava em cima dele, me contorci com o ato, sentido cócegas.
- E eu vou te ligar no Skype toda semana e ai de você se não atender. – Danny deu um tapinha de leve no meu joelho e sorri para os três caras mais especiais da minha vida.
- Obrigada, meninos, de verdade. – Foi quando Gio apareceu na cozinha com a cara emburrada.
- Vai lá, , ele é chato pra caralho. – Me surpreendi com a Gio falando palavrão e tenho certeza que não fui a única. Não esperei muito antes de me levantar do colo dos meninos e andar rapidamente pra cozinha. Ao adentrar a mesma, Tom estava sentado em cima do balcão, do mesmo jeito que ficávamos quando conversávamos a sós. Sempre na cozinha, pois éramos dois gordos.
- E aí, Tommy. – Me sentei ao seu lado no balcão e o empurrei com um ombro. – Qual é a boa da geladeira hoje? – Tentei fazer graça, mas fui ignorada. – Lembra no primeiro ano quando fizemos uma roda na antiga casa de Danny e falamos o que esperávamos do nosso futuro? – Tentei de novo. – Você e os meninos disseram que fariam o McFly um sucesso, que iriam ser fodas e desejados. – Ri me recordando. – Vocês conseguiram! – Disse entusiasmadas. – Mas você lembra do que eu disse? – Ele negou com a cabeça ainda sem me olhar. – Eu falei que queria ser bem sucedida na minha profissão, disse que queria fazer tudo que fosse necessário fazer para ser completa. – Fechei meus olhos quando senti os mesmos lacrimejarem. – Mas é que eu não me sinto completa. Eu sinto um vazio enorme. Como se faltasse várias coisas, sabe? Como se o quebra cabeça estivesse pela metade, como se eu fosse uma leitora do meu próprio livro. E eu não quero me sentir assim, eu quero ser completa, eu quero me sentir completa e quando a oportunidade na Irlanda apareceu... Me pareceu tão certo, eu me senti tão feliz, era a coisa certa a fazer. E eu fiz. Sem pensar duas vezes, sem parar para ver os prós e contras. E eu vou fazer, Tommy. Eu preciso fazer, nem que seja para quebrar a cara. – A esse ponto algumas lágrimas solitárias já rolavam pelo meu rosto. O olhei, mas ele ainda olhava fixamente para frente, atento às minhas palavras. – E eu queria muito o apoio do meu melhor amigo. Muito mesmo. – O empurrei levemente com o ombro novamente e ele me olhou com os olhos marejados.
- Eu te amo, . Eu vou te apoiar no que for, mesmo se for pra perder minha melhor amiga. – Ele deu de ombros. – Eu queria que você se sentisse completa aqui, comigo, com todos, mas eu sei que quando você coloca algo na sua cabeça, nada vai tirá-la. – Ele olhou para frente novamente. – Eu queria que você tivesse compartilhado comigo esse seu sentimento, suas decisões. – Ele negou com a cabeça, senti a bolha se formar na minha garganta novamente.
- Eu sei que deveria, Tommy. Mas no momento eu só estava pensando em mim, e eu não me arrependo disso. – Eu ri para o nada, sem nenhum motivo sólido para rir. – Eu também tenho medo, Tommy. Mas o meu medo não pode me impedir de tentar, não pode me impedir de realizar isso que pode ser um sonho. – Ele me olhou e passou o braço pelos meus ombros.
- Bom, agora eu vou poder dizer para as pessoas que mandei minha ex-namorada para a Irlanda! – Ele brincou e eu gargalhei alto tampando minha cara com a mão. – Não vou mais parecer tão estranho por dizer que minha ex é minha melhor amiga. – Neguei com a cabeça não conseguindo parar de rir.
Tom e eu já fomos namorados durante dois anos, começamos a namorar no último anos do colégio e ficamos juntos até os primeiros semestres da minha faculdade. Foi com ele que eu perdi minha virgindade. Mas em um momento do nosso relacionamento nós nos olhamos e ambos vimos uma coisa inexplicável, uma coisa que deu um fim ao nosso relacionamento. Talvez um carinho de irmãos?
- Você é escroto, Tom! – Rolei os olhos e saí do balcão. – E eu to com uma puta fome. – Abri um armário e peguei dois pacotes de doritos, jogando um pra ele. – Então você ta de boa?
- Eu tenho que estar de boa! O que eu vou fazer? Te colocar uma coleira e prender no meu armário? – Ele riu rolando os olhos. – A Irlanda nem é tão longe assim, nas nossas férias eu vou arrastar todos pra sua casa.
- Sinto que minha companheira de apartamento vai me odiar.
- Que isso, ela pode ser incluída na orgia. – Gargalhei novamente já sentindo todo o peso dos meus ombros se dissiparem.
- Ok, isso é um sonho? Entro aqui na cozinha com o cheiro de doritos e ainda estão planejando uma orgia? Fuck yeah! – Rolei meus olhos, dei um tapa na mão de Danny quando ele tentou pegar meu saco de doritos pra ele.
- Náh, orgia com esse grupo já está chata, preciso variar. – Dougie riu e recebeu um tapa de Gio e Danny que estavam próximos. – Outch.
- Vamos jogar? Para comemorarmos o recomeço da ? – Gio tirou de dentro de um armário uma garrafa de Smirnoff e outra de Big Apple. – Vamos tomar nosso último porre juntos! – Gio comemorou levantando uma das garrafas e todos bateram palmas, animados.
- É isso, é um sonho. – Danny constatou e pegou sete copos.
- Aliás, onde está a Lara? – Perguntei para Dougie e ele deu de ombros.
- E eu sei lá? Ela disse que ia passar o dia trabalhando na exposição de artes dela. Depois eu dou a notícia pra ela.
Quando a noite caiu, nós já estávamos completamente bêbados, jogávamos vários jogos aleatórios, desde verdade ou desafio até “eu nunca”. Foi assim que eu passei uma das minhas últimas semanas em Londres, fiz tudo, mas absolutamente nada com meus amigos.
E então chegara o dia de partir. O tão esperado dia que eu cruzaria os dedos na esperança de tudo dar certo. O primeiro dia para o resto da minha vida.
Era de manhã ainda, eu estava com fome, mas não tinha nada para comer. Então me vesti com alguns agasalhos e enfrentei a friagem de Londres para ir a uma antiga lanchonete que tinha perto do meu futuro-antigo-apartamento.
Ao chegar na lanchonete, me sentei em uma mesa perto de uma grande janela que dava pra rua e observei. Observei a Londres que eu conhecia. Não tinha nenhum Big Ben por perto e muito menos algum London Eye. E era exatamente aquela visão que eu queria, a visão de uma vida normal em Londres, a vida que eu levei. As pessoas andavam apressadas na rua e outras nem tanto, algumas estavam alheias à vida a sua volta, exatamente como eu estava no último mês, pessoas que ainda iam se encontrar, pessoas vazias que ainda faltavam ser completas. Pessoas que ainda não encontraram o rumo que deveriam seguir, mas que um dia encontrariam. Assim como eu acredito que encontrei o meu. Ou senão, eu voltaria a passear nas ruas como uma pessoa vazia esperando para ser completa. Mas ao menos eu procuraria me preencher daqui pra frente.
Caso a Irlanda não desse certo, eu ao menos teria a minha Londres para voltar e tentar de novo.
*. O pensamento de um antigo filósofo e pensador chinês: “Me perguntas por que compro arroz e flores? Compro arroz para viver e flores para ter algo pelo que viver.”
FIM
Bu! Cá estou eu com outra short. Minha meta de 2014 é postar todas minhas shorts feitas, e vão por mim, não são poucas! E vai me dar um trabalhão, pois a maioria eu tenho que reescrever.
Mas vamos focar em Moving On... Eu amo essa short, desde que eu a escrevi há mais de dois anos, ou é bem mais que isso? Eu tive que reescrevê-la, apesar de eu amar de paixão a primeira versão que está guardadinha aqui comigo, tinha que muita coisa ser melhorada e mudada para a mesma poder ser publicada. Não está 100% porque a estória em si é bem bobinha, mas eu não queria perder a essência do original. Espero que gostem!
Até a próxima, guys!
Xoxo.