Motocrossgirl

Escrito por Geovanna Egias | Revisado por Isadora

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  Meses antes...
  Eu preciso de uma peça nova, droga. Se eu não achar até amanhã eu posso dar adeus à competição de motocross de sábado, merda, droga, bosta... Certo, vai ser o último lugar que eu vou procurar, espero que esse tal amigo do meu pai tenha alguma serventia. O lugar era amplo, e uma grande fileira de motos de motocross estavam a direita beirando a parede, adentrei mais um pouco e permiti-me dizer ''alguém?'' ''oi'' até que eu vi um par de jeans com a cabeça enfiada debaixo de uma moto mexendo na parte do interior da mesma.
  - Poderia me ajudar... – os tênis eram um all star cano médio preto e desgastado, apesar que a calça estava um pouco justa, quando a mesma saiu debaixo da moto se pondo em pé à minha frente, o mar de cabelos loiros e pele branquinha emergiu em minha mente, e o sorriso daquela garota... – Eu estou procurando o Sr. , Ethan .
  - Ah desculpe-me – ela sorriu torto ajeitando os cabelos loiros, vestia uma blusa do Evenged Sevenfold que deixava a mesma extremamente sexy, sem contar pelo fato que a blusa era um número menor e as vezes aparecia um pouco da sua barriga incrivelmente branca e em forma –, sou filha dele, se ajudar...
  - Claro, claro... – por um impulso, dei-lhe um beijo na bochecha como comprimento ao invés de só dar-lhe um aperto de mão. Eu nunca imaginei que conhecer os filhos dos amigos do meu pai seria tão bom – Pratica, motocross? – apontei pra camiseta de uniforme de motocross da fox, amarrada junto a um capacete de trilha próximo a algumas coisas que aparentavam ser de pertence a ela.
  - Óbvio. – ela revirou os olhos e riu baixo, passando a mão sobre a própria bunda, mais especificamente a parte de trás do jeans que estavam sujos devido estar sentada no chão pra arrumar a moto negra – Desde os cinco anos na garupa do meu pai, com o tempo aos doze ele me deu a primeira moto e desde então eu nunca parei.
  - Sério? Wow, primeira garota – bonita, eu queria dizer obviamente. Na verdade era só a primeira garota que eu fiquei sabendo que pratica um esporte, e de quebra era gata, putz – que prática motocross, gosto disso.
  - E você? – ela riu dando de ombros e ajeitando o cabelo, me encostei sobre uma moto observando-a mesma remexer e guardar algumas coisas, ferramentas, e empurrar a moto até a fileira das outras – pratica?
  - Uhun, não desde os cinco, mas desde os dez. – ri observando os olhos verdes temperamentais da mesma, e o sorriso branco e alinhado, ela era baixinha, não tanto, mas perto do pai dela era super baixinha, porém tinha um corpo... hot.

  Mas eu quase nunca a via, era meio difícil. Ela estava no último ano de arquitetura, tinha um ótimo condicionamento físico pelos mais de treze anos praticando o motocross, corpo em forma, abdômen certinho, e era consideravelmente forte, mas não que ela aparentasse ligar para força. Eu era dois anos mais velho que ela, havia terminado a faculdade de engenharia mecânica há um ano, mas eu realmente não me importava com isso. De costume eu ia até a oficina do seu pai, Ethan pra vê-la várias vezes, acabávamos nos esbarrando – mal ela sabe, que eram propositalmente – e conversando maior parte do tempo em que ela arrumava a moto negra.

  Meses depois...
   POV

  - Bosta, eu odeio essa moto. Odeio. Odeio! – estive praguejando comigo mesma quando a moto de trilha negra que eu vinha a tempos arrumando deslanchou na lama, em meio de uma trilha deserta e desconhecida, cai no barro mas sem nenhum ferimento grave devido aos uniformes pesados de trilha: calças super protetoras e camisetas de mangas compridas impermeáveis, ambos tinham detalhes em azul claro por cima do preto como a moto, e botas pesadas de trilha, como os capacetes. A moto deslizou na terra molhada e eu acabei me obrigado a agachar no barro e tentar puxar a moto pra cima de volta mas incrivelmente era pesado demais – VAI A MERDA TAMBÉM, FICA COMO PERDA TOTAL, FALO PRO MEU PAI QUE VOCE FOI ROUBADA, MOTO IDIOTA! – eu gritava como uma criança, quando uma moto barulhenta parou ao meu lado, naquele ponto eu já tinha arrancado os capacetes e tacado no chão de raiva.
  - Precisa de ajuda? – a moto era num tom azul escuro os detalhes, e os capacetes não me permitiam ver quem era, apenas que também tinha uma paixão em comum comigo: o motocross. Foda-se ele pode ajudar.
  - LÓGICO QUE TEM PROBLEMA, UM TURBILHÃO DELES! – berrei de frustração, coitado do cara – ESSA BOSTA DE MOTO QUE EU PASSEI UM MÊS ARRUMANDO... ESSA MERDA, QUEBROU, E EU TO SOZINHA NESSE MATO. – continuei berrando, quando chutei a moto e a mesma deslizou o morro abaixo, eu entrei em choque e abri minha boca num “O” me agachando de volta na terra e tentando a puxar pra cima mais uma vez, o garoto desceu de sua moto tentando me ajudar a puxar a moto ladeira acima, quando acabamos caindo embolados ladeira abaixo, com a moto.

***

  - Droga me desculpe, deveria ter te mandado se afastar da moto e eu a puxasse pra cima. – ele tirou os capacetes, . Talvez foi ele que mudou todos os conceitos dos meus pensamentos sobre não conhecer filhos inúteis dos amigos do meu pai.
  - ? – o encarei segurando um riso sem humor algum, convenhamos que não tinha graça nós atolados com uma moto no barro, roupas pesadas de motocross – Ah desculpe o meu surto, mas eu realmente estava com raiva dessa velharia.
  - ? – ele entrou na brincadeira rindo baixo, a moto deslizou mais um pouco já que não sei como, e se fosse possível estávamos bem no meio da rampa que tinha virado escorregadia devido um pouco de chuva naquela manhã, eu acabei sendo arrastada junto a moto e sem querer puxei comigo, que coincidentemente caiu em cima de mim.
  - Meu nome. – ri o encarando, nossos rostos estavam próximos demais.
  O garoto tinha cabelos loiros bagunçados numa medida inexplicável, os olhos incrivelmente azuis e pele branca, seu sorriso era encantador, sem contar pela estrutura física dele; nada de exageros, músculos devido ao esporte que nós dois tínhamos em comum, alto o suficiente, mas nada que chegue a ser um poste – acho que qualquer cara ao meu lado se torna um poste mas enfim –, mãos firmes e uma piscadela de desestruturar qualquer uma. Enquanto caíamos cada vez mais morro abaixo com roupas pesadas de motocross, corpos colados, quando sua mão seguiu em direção a minha cintura, apertando de leve e com segurança a mesma, ao colar nossos lábios, por um momento involuntário minha mão seguiu até sua nuca, mordiscando os lábios do mesmo antes de prosseguir com o beijo, ignorando completamente estarmos deslizando cada vez mais.

   POV
  Seus lábios tinham um gosto agridoce, e que me fazia lembrar baunilha, seu perfume era marcante, do tipo que acaba fixando em suas narinas por um bom tempo, fazendo recorda-la. A garota não tinha como esquecer, pra falar a verdade. Os cabelos repicados rebeldemente loiros claro, às vezes eu a via no trabalho – que seria a oficina do pai, na verdade não era um trabalho, mas ela ficava ali por horas concertando sua moto – com os cabelos completamente bagunçados devido a graxa ou qualquer coisa do tipo. Os olhos de são indescritíveis, mas se eu devesse descrever em uma palavra só eu diria: temperamentais, assim como ela. O verde que costuma ser claro, depende de duas coisas> do seu humor – quando ela se estressa, seja com uma coisa inútil, eles se nublam de vez – ou suas roupas, como ela usa alguma blusa azul, ou branca seus olhos formam um contorno azul em volta do verde nublado, é impressionante. O corpo daquela garota, suas curvas, o excesso de peitos pra sua altura, e o comportamento imprevisível da garota. Mas eu ouvi dizer por aí “Ah dude, a ? Ela tem esse jeito de se importar com todo mundo, mas ela não se importa com ninguém além dela mesma...” Acontece, que eu via o contrário, eu via ela fingir não se importar com ninguém e quem sabe se ela se importa, a final ela é um enigma não é mesmo?
  Quando meus olhos se abriram junto aos dela, quando o beijo encerrou, estavam nublados e pareciam mudar consecutivamente, parecia que eu podia ver o nublado passar a claro novamente, e o claro para o nublado, confuso porém incrível.
  - Vem eu vou te ajudar a sair daqui. – sorri torto para a mesma, enquanto passava as mãos nos meus próprios cabelos, bagunçando os mesmos. Estendi a mão para , pra levanta-la, que em segundos pegou a mesma se impulsionando pra levantar.
  - Espera! Eu sei o que fazer! – ela sorriu como se estivesse pronta pra descobrir a cura pro câncer, ela sorriu pra mim confiante e, sem ser proposital, rebolou até a moto que estava caída no chão a poucos passos de onde antes estávamos caídos, ela puxou a moto levantando-a como se fosse uma coisa muito leve, ainda mais pelo fato dela ser mulher.
  - O que você vai fazer garota? – a encarei, sorridente, e segurei a moto enquanto ela parecia pensar.
  - Só segura e espera. – ela ordenou confiante e tirou a blusa de mangas compridas apropriadas para motocross, mostrando sua cintura incrivelmente fina, se assim que se diz, subindo até a curva de seus volumosos seios. Obviamente que ela não estava “só de sutian” ela estava com aquelas blusas regata super coladas no corpo, branca, e uma “bolsa” que envolviam volta da sua cintura com algumas ferramentas.
  - Wow... – soltei sem perceber que a encarava atentamente, ela apenas ignorou sem dar muita importância, se agachando e apertando alguma coisa da moto com uma chave que tinha tirado da pequena bolsa envolta a sua cintura – Não precisa de ajuda?
  - Não preciso de ajuda. – ela disse com uma cara meio antipática, terminando de guardar as coisas de volta a bolsa – Pronto. – a garota tinha arrumado a moto em menos de dez segundos, wow pra isso também, ela se levantou, dando partida na moto e acelerou para ver se estava normal outra vez, sorriu vencedora.
  - Seu orgulho ainda vai te matar. – dei de ombros e joguei para ela sua blusa, a mesma vestiu e puxou o capacete do chão prestes a vestir o mesmo.
  - Quem sabe... – ela disse sorrindo sacana – Agora pega seu capacete e vamos sair desse mato.
  - Sabe poderíamos ficar nesse “mato” eu e você... – a observei malicioso e a puxei pela cintura. Ela riu e negou com a cabeça me empurrando na região do tórax.
  - Não fique se iludindo, . – ela sorriu sacana, indicando com a cabeça pra eu voltar para minha moto.
  - Não tente negar que não aprovaria essa ideia, porque eu sei que sim... – sorri observando sua pele incrivelmente branca ficar corada, mas ignorou rindo, enquanto eu subia o barranco até minha moto. A mesma passou correndo com a moto, morro acima, porra ela subiu barranco acima, sem deslizar, wow pra isso também, convenhamos: o que nela não é wow?

***

  Novamente tinha se passado tempos sem eu vê-la, quando segui em direção à oficina de Ethan, varri com os olhos a mesma antes de entrar e nada dela, nem de sua moto.
  - Ei Ethan! – sorri ao ver o pai dela, que me deu um tapinha nas costas, mas não foi um “tapinha” devido ao tamanho da mão del. Mas ele era gente boa, do tipo de cara adulto com espírito de adolescente.
  - , falei com seu pai nessa manhã. – ele sorriu mexendo em algumas peças de moto na sua oficina bem sucedida no centro de Miami, onde morávamos. Miami era bom, mas convenhamos que todos já estávamos cansados de saber que , queria ver o mundo e não se manter onde nasceu – Mas o que precisa ?
  - A não está? – observei mais uma vez onde sua moto negra de motocross costumava ficar, e não estava, merda.
  - Ela não te contou? – neguei com a cabeça e Ethan prosseguiu – Ela vai pra Los Angeles de moto, mas acho muito do feitio dela não ficar por lá mais de três dias.
  - Droga. – murmurei pra mim mesmo, mas o Sr. parecia ter ouvido.
  - Eu disse pra ela não ir, mas me diz desde quando dá ouvidos ao que dizem?! – concordei com a cabeça – Desde pequena ela é assim, se quiser falar com ela, é melhor ir atrás dela, porque ela não vai voltar tão cedo. Ela é inconstante , segue os instintos.
  - Ela segue o coração? – indaguei.
  - Não, ela não acredita que o coração a leve a algum lugar, mas procure o cheiro de encrenca e você sabe que encontrará ela, ouça o barulho, o estrago e olhos verdes nublados, quem sabe você a faça parar. – ele deu de ombros acendendo um cigarro e tragando o mesmo, sem se importar – Mas não se esqueça que eu ainda sou o pai dela, se você fizer qualquer coisa que a machuque, eu quebro sua cara.
  - Eu não vou... – senti minha voz falhar. Era obvio que eu não seria esse cara que a faria parar – Eu vou atrás dela, obrigado.
  - Boa sorte , se a achar diga a ela espero que ela volte um dia. – ele sorriu dando de ombros.
  A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi arrumar uma mochila e fazer alguns ajustes insignificantes na minha moto. Desci as escadas dando de cara com meu pai.
  - Pra onde você vai? – ele me encarou indiferente.
  - Por que você tá na minha casa? – o encarei. Aquela casa não era dele, eu tinha saído da casa do meus pais já haviam alguns anos.
  -Vim ver se tinha uma peça que eu precisava por aqui, mas vou ter que ir até a oficina de Ethan. – ele deu de ombros – E agora, onde você vai?
  - Vou para Los Angeles, procurar a . – baguncei meus cabelos, enfiando o restante de coisas na mochila.
  - A filha de Ethan? ? – ele perguntou me encarando confuso, e assenti com a cabeça – Desde quando você conhece os filhos dos meus amigos? Eu achava que você pensasse que os filhos dos meus amigos fossem “losers”... Bem que a não se encaixa nessa classificação nunca, a garota nem aceita nãos como respostas.
  - Eu tenho que ir agora, okay? – dei um abraço no e segui pra fora da casa, pegando a moto e dirigindo rumo a L.A.

***

   POV
  Talvez seja meio impossível não ter uma quedinha por , ou não, bom, ele não precisa saber o que eu faço, afinal, desde quando se importa com alguma coisa? Estava jogada na areia observando o mar, vestindo por cima do biquíni azul marinho, um shorts branco e óculos de sol escuros, Ray Ban. Me sentei para observava o mar e um cara de bermudas claras e corpo incrivelmente branco, cabelos iguais ao de cortou minha visão, parecia demais com ele, até baixei os óculos e cerrei os olhos pra ver se parecia mesmo e como parecia, bem que poderia ser...
  - Deveria parar de tentar fugir de mim, sabe que não vai conseguir. – o cara havia sumido do meu campo de visão, e a voz pouco rouca soou próximo aos meus ouvidos, enquanto a mesma pessoa que dizia sobre meu ouvido encaminhou suas mãos até minha cintura por trás de mim, eu reconheceria aquelas mãos em qualquer lugar.
  - E você deveria parar de ficar correndo atrás de mim. – disse convencida passando minha mão sobre a mão de , pouco antes de me virar pra ele e apalmar seu peitoral sarado. Quando me virei pro mesmo, seus braços se passaram ao redor da minha cintura, ele sorria convencido e eu não podia ver seus olhos azuis, os óculos negros cobriam os mesmos – Sei como não superou meu beijo, mas deveria sabia?!
  - Deveria? Quem sabe com um outro eu possa esquecer aquele, afinal esse aqui seria mais, hot? Gostei do seu biquíni a propósito. – ele sorriu malicioso, sem nem disfarçar seu olhar sobre meus peitos, dei-lhe um tapa na testa.
  - É você não está nada mal... – acabei perdendo meu olhar sobre os ombros largos e musculosos do mesmo, seguido por seu tórax e barriga definida, mas fiz como se não ligasse.
  - Admite logo. – ele riu convencido apertando minha cintura com força suficiente pra que ficasse vermelho, com as marcas de seu dedo por uns quinze minutos devido a minha pele branca demais.
  - Desde quando eu admito algo que é mentira? – ri baixo, o sol e o dia estavam realmente bonitos, beijei-lhe o queixo de forma indiferente.
  - Eu poderia mudar seu pensamento sobre isso... – ele olhou maliciosamente mais uma vez.
  - Quem sabe, acho que não hein. – ri desafiadora, ambos sabíamos que queríamos aquilo.
  Foram quatro meses de tombos e trilhas juntos, mas foi quando começamos ficar próximos demais eu vim embora, era o meu terceiro dia em L.A e o meu décimo longe dele, até hoje que voltamos à estaca zero. Foram quatro meses se pegando pelos cantos e bom eu não queria isso pra mim, até então que nada tinha rolado, nada demais eu digo, claro.
  - Você só nega pra me contrariar, garota. Podia parar com isso. Admite que também precisa de mim como eu preciso de você. – ele mordiscou meu pescoço, me fazendo respirar fundo pra manter a consciência firme, afinal eu sou , não preciso dele.
  - Que lindo , o que acontece depois, nos casamos e moramos na Austrália criando Lhamas? – o olhei ironicamente, e ri baixo, mandei um beijo no ar – Desculpe , mas isso não é pra mim.
  - Admite logo . – ele sibilou, provocativo – Eu sei que precisa. – enquanto ele dizia isso, passava só a ponta da língua sobre meu pescoço, variando entre mordiscar.
  -Você é um filho da puta. – ri baixo e puxei-lhe a nuca com força grudando nossos lábios.
  - Eu sabia. – ele riu convencido, puxando-me mais pra ele, chocando nossos corpos.
  - Af, cale a merda de boca. – baguncei seu cabelo e imediatamente desgrudei nossos lábios, caminhando até meu apartamento do outro lado da rua.

   POV
  Quando adentramos o apartamento, a mesma seguiu colocando whisky num copo.
  - Bebida? – neguei com a cabeça me aproximando da mesma e tomando o copo de suas mãos.
  - Prefiro que esteja sóbria, pra lembrar de tudo depois. – sorri sacana, num movimento rápido apertando-lhe a bunda e mordendo seu ombros.
  - Não transaria com você nem bêbeda, quanto mais sóbria. – ela deu de língua, rindo.
  - Quem mostra a língua pede beijo . – ri provocante pra mesma, passando a mão sobre seu rosto, e puxando-o para juntar-se ao meu, pouco antes de nossas línguas se tocarem e ter uma sensação de uma corrente elétrica percorrer por meu corpo. A mesma se encostou na mesa de mármore da cozinha, mas eu a peguei no colo, a sentando em cima da mesma e me encaixando em meio as suas pernas, que se entrelaçaram em minha cintura. Suas mãos passaram por minhas costas, arranhando de leve a mesma, mas por fim fomos obrigados a desgrudar nossos rostos, quando a campainha tocou, a mesma desceu da mesa se ajeitou.
  - Quietinho aí hein . – ela riu baixo, mas eu já estava mais descabelado do que de costume, a mesma caminhou até a porta e abriu, era um cara cabelos negros e pele pálida, olhos castanhos claros e com um buquê enorme de rosas vermelhas, ele se ajoelhou e o som da sua voz ecoou pelo apartamento me atingindo em cheio “Quer namorar comigo ?” ela o encarou incrédula, e fingiu um espirro.
  - Detesto rosas, na verdade detesto flores, desculpe John. – ela fez uma careta e lhe deu um beijo na bochecha – Vou ter que negar, minha religião não permite...
  - Mas de que religião você é? – ele perguntou como se houvesse uma solução.
  - ELA NÃO PERMITE EU NAMORAR, EU DETESTO ESSA RELIGIÃO, EU NÃO POSSO! – ela fingiu um início de choro e bateu a porta na cara do tal John, entrando pra dentro da casa e se voltando até mim e me dando um selinho rápido.

***

  Estávamos no sofá assistindo The Walking Dead, mas ela sempre fechava os olhos com medo, mas o orgulho dela era maior e ela nunca admitia finalmente.
  - Já pensou se você fosse um zumbi? – ela me encarou sorrindo sapeca, me fazendo gargalhar.
  - Eu iria te comer. – disse sem pensar – Caralho, tem dois sentidos! – ela riu alto junto comigo, me dando um chute na canela – Mas pro sentido da malícia eu não queria ser um zumbi.
  - Bom saber. – ela soltou uma gargalhada e tacou uma almofada em mim, eu segurei seus pulsos e encarei a mesma nos olhos – Mas eu sou boa demais pra você.
  - Você devia largar seu orgulho de lado às vezes. – dei de ombros rindo quando dei um chupão com força no pescoço da mesma que me olhou incrédula, pronta pra me socar.
  - SEU IDIOTA! FILHO DA PUTA, EU TE ODEIO. – ela gritou e rimos alto caindo no chão.
  - Af cala a boca, namora comigo? – ri, só depois que me limitei perceber a merda que eu tinha falado, bosta.
  -Minha religião não permite. – ela disse rindo alto, junto comigo, quando eu a prensei entre o chão e o meu corpo.
  - Eu faço você fugir da sua religião. – disse, rindo alto.
  - MINHA RELIGIÃO NÃO PERMITE! – ela gritou contendo o riso, mas ela já estava vermelha de tanto rir.
  - Eu crio uma identidade falsa pra você. – ri, observando a mesma rir e entrelaçar os dedos no meu cabelo de leve enquanto ria.
  - Minha religião não permite. – ela repetiu rindo – Vem vamos ter uma amizade colorida .
  -Minha religião não permite. – disse imitando ela, que riu alto.
  - Tá, se é assim eu aceito namorar com você. – ela se deu por vencida e riu alto.
  - Sério? – a olhei esperançoso.
  -Não. – ela riu alto e me empurrou pra sair de cima dela.
  - Bosta , fala que é sério. – fiz careta a observando rir.
  - Mas não é sério, só digo que é sério se formos pra Austrália, porque deve ser muito legal transar na Austrália. – ela soltou uma gargalhada alta, puxando meus cabelos.
  - Qual a diferença da Austrália ou aqui? – a observei sem conseguir conter o riso, eu nunca havia me imaginado pedindo uma garota filha de um dos melhores amigos do meu pai em namoro, inclusive uma das quais eu me recusava em conhecer por achar mimada demais. E quem diria que a mesma compartilhava as mesmas ideias idiotas que as minhas, quem diria que a mesma compartilhava a adrenalina, orgulho comigo. E a paixão por motocross, claro.
  - Porque Austrália tem surfistas gatos, dã. – ela me deu um tapa na testa, rindo.
  - Mas você ia estar comigo. – a encarei severo prendendo o riso.
  - Mas minha religião não permite. – ela fez careta, dando de língua e rindo alto.
  - Sua religião também não permite o motocross. – sei que joguei sujo.
  - Que religião mesmo? – ri alto vendo a mesma fingir-se de desentendida.
  Na verdade ela tinha religião, mas essa tal religião que ela havia inventado pra dar um fora no tal do John, não existia, era só uma desculpa pra poder ficar comigo, que eu sei, ela só não admite.
  - AGORA VOCÊ JÁ PODE ACEITAR, TRAÍDORA. – ri a puxando pra perto de mim.
  - Aff , você é um saco mesmo. Me beija seu gay. – ela riu alto e mostrou a língua pra mim.
  - Deixa eu te mostrar o gay, garota. – ri maliciosamente apertando a coxa direita da garota a fazendo arfar, e rir.
  -É até que você e bonitinho, e prática motocross, isso poderia ser motivo pra eu namorar com você, mas não. – ela riu alto, me dando um fora sem nem se importar, mas ela passou a mão sobre minha nuca aproximando nossos lábios e dizendo muito próximo aos meus – Só vou aceitar porque você é gay ok?
  Ela sabia que eu não era gay, a como sabia, e a partir dali acho que tinha mais certezas ainda que eu não era gay, mas ela não se importava com isso. Apesar se ela escolheu o motocross como esporte, ela escolheu a adrenalina como consequência e se eu escolhi ela como namorada foi meio que óbvio que eu também escolhi suas bipolaridades como consequências. Tem dias que eu tenho realmente vontade de tacar ela fora, mas por fim acabamos saindo pra trilha quando estamos com raiva, mas sempre acabamos se trombando no meio da mesma e rindo e começando tudo mais uma vez. Talvez a adrenalina e o desafio sempre vieram em uma grande dose pra nós dois, afinal o que é um amor sem adrenalina? E bom, me proporcionava isso tudo.

FIM



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