Morando Sozinha... Com Meu Melhor Amigo

Escrito por Bianca | Revisado por Lelen

Tamanho da fonte: |


Prólogo

  Muitos Anos antes...
   ’s POV.
  Eu estava sentado na sala, conversando com meus amigos, como de costume. Tínhamos 13 anos na época. Como sempre, havia alunos novos, principalmente porque era colégio militar. Rostos diferentes iam passando pela porta o tempo todo, mas nenhum em particular (especialmente de meninas) me chamava atenção.
  Até que ela passou. Cabelo preso num rabo de cavalo, olhos verdes grandes, e a pele meio bronzeada (tipo de surfista ou de quando você sai da praia depois de passar o dia todo lá). Só faltava eu começar a babar.
  Mais tarde, descobri que o nome da tal menina era . Ela conversava com umas meninas da minha (nossa) sala, e eu tinha que falar com ela. E fiz isso. Meio nervoso, mas falei com ela.

Capítulo 1 – Notícia.

  Alguns (não muitos, tipo, uns dois e meio) anos atrás...
   ’s POV.
  - Fala sério , você ta linda, maravilhosa e gataaaaaaaa!!! E você já atrasou meia hora pro casamento, vamos logo!!!  - me deixava frustrada. Era dia do casamento dela, e eu era madrinha junto com , nosso melhor amigo.
  Uma coisa que eu achei estranha quando me contou de que , seu namorado, agora quase marido, a pediu em casamento foi por causa da nossa idade. Quer dize, a gente só tem 22 anos!!! Temos a vida toda pela frente!!! Mas claro que eu estava feliz, não, mais que feliz por . Acho que eu estava tão ansiosa quanto ela, afinal ela é minha melhor amiga desde os 10 anos de idade.
  Aos 12 ela se mudou para o Brasília, e fiquei eu no interior de São Paulo (onde eu morava há 4 anos, mas não era muito fã da cidade,  já que sou carioca, e moro no Rio desde que nasci, mas tinha bastantes amigos lá). Um ano depois, nós duas fomos morar no Rio, e estudamos juntas no colégio militar, aonde conhecemos , Lilly, Gabi e ,quem agora estava prestes a se casar.

  - Cara , eu to nervosa demais!! – Ela disse batendo o pé. – Sei lá, eu devo fazer isso mesmo??
  - , você e o namoram desde o ano em que a gente chegou na escola, ou seja, desde os 13 anos! Cara, na boa, se vocês não se amam, eu não sei mais o que é amor! - Falei e ela riu.
  - É, ta certa... Ah , eu queria, antes da gente ir, te pedir desculpas... – Ela disse, olhando para o chão. Pude ouvir as vozes das damas de honra e das outras madrinhas no corredor.
  - Ai , que foi agora?! Você não fez nada, não tem porque pedir desculpas! Muito menos hoje! – Falei. Na verdade, eu gritei.
  - É só pelo negócio do apartamento. Quer dizer, a gente planejava dividir ele, mas como eu vou me casar, bem, não vai dar, como a gente já conversou...
  - ! Fala sério. Eu já te disse que tudo bem né? – Falei. amava se estressar com essas coisas bobas e nada a ver. – E eu tinha mesmo que te falar uma coisa: já achei outra pessoa pra dividir o apartamento comigo.

  Ela pareceu aliviada. Eu preferia ter um apartamento para mim mesma, mas meus pais não iriam me ajudar a pagar o aluguel, e meu dinheiro não era suficiente para isso, então eu tinha que dividir com alguém. Até porque não iria agüentar ficar mais um mês sequer na casa de meus pais, com eles brigando freqüentemente.

  - QUEEEM? – Ela perguntou, gritando. Sei lá, a gente grita demais.
  - Hm... O . – Falei. EU SEI, PODE PARECER MENTIRA, mas não era.
  - O... O... O ? – Ela estava incrédula. Eu assenti, indiferente, e ela começou a rir. – Ta bom , ta bom!!!! – Ela ria demais.
  - , É VERDAAAAADE!!!! – Gritei esperneando.
  - Caraca você e o no mesmo apartamento? Isso não é meio... Sei lá... Tenso?
  - Ah sei não. Tipo, quando ele fez a proposta há duas semanas, quando a gente tava conversando sobre isso. Eu também achei tenso, mas depois acho que vai ser uma boa saída pra nós dois, já que nenhum tem dinheiro suficiente pra pagar o aluguel sozinho. Além do mais, o que pode dar errado? Ele é a pessoa mais próxima de mim depois de você...
  Pois é, eu na verdade achava que tinha TUDO para dar errado...  
  - Ai, vocês vem? Poxa , você ta linda! – Era . – E você também !
  Nós saímos e entramos no carro, e fomos a Igreja. O casamento foi lindo, e a festa foi a melhor festa de casamento que eu já fui. Devo ter ficado meio bêbada...

Capítulo 2 – Mudança.

  Duas semanas depois...
   ’s POV.
  - Ta. Ok. Não, eu to colocando minhas coisas no carro... É, ele tá me ajudando. Ah,  fala sério! – falava com alguém no telefone. Ok, pelo tom de voz e as risadas constantes, era com . – Hmmmm e vocês dois, num hotel, no caribe...  HEHEHEHEH’ SUA MORCEGA SAFADAAAAAAAA.  – A tinha um incrível dom de colocar na gente os apelidos mais estranhos... Era com com quem ela falava, com certeza. Ela ia viajar para o Caribe em sua lua de mel hoje.
  Agora eu a ajudava a colocar suas caixas no meu carro para irmos para o nosso apartamento (foi estranho demais falar isso). Os pais dela não desceram para ajudar, o pai não estava e a mãe dormia. me disse que eles brigaram ontem à noite, e ele saiu correndo. Às vezes eu sentia pena dela por isso. Ela uma vez me disse que eu, a , a Lilly (que estava no Chile a propósito), o e a Gabi éramos a família dela. Isso realmente ‘quebrou’ meu coração, e toda vez que penso me faz ficar mal. Ela era minha melhor amiga, odiava vê-la assim.

  - Ok... HAHAHAH’ – Ela ria, e não pude deixar de sorrir com isso. – Tá bom... Hey, , a mandou um beijo!!!!
  - Outro pra ela, e fala pro que eu sei o que ele vai fazer hoje à noite... HEHEHEH’. – riu, e deu o recado. me mandou tomar no cú. Havia se passado uma semana desde o casamento.
  Ela desligou o celular.
  - Essa é a ultima. – Colocou a caixa dentro do carro, e eu fechei a mala.
  - Então, vamos. – Abri a porta do carona para ela e ela entrou.
  - Sabe , isso pode ser meio estranho. – Ela disse quando eu colocava o cinto.
  - No começo, pode, mas depois a gente se acostuma, né? – Ela riu.
  - É...
  - Se bem que acho que eu nunca vou me acostumar em ter maquiagens na pia do       banheiro. – Falei e ela bateu em meu braço.
  - Babacão. – Eu ri.
  - Mongol. – Xinguei de volta, tirando um daqueles sorrisos lindos dela. Sabe eu ficava impressionado como ela ficava linda com a roupa mais simples possível: short jeans, camiseta branca larga, cabelo preso num daqueles penteados que parecem um nó no cabelo (coque, eu acho) e chinelo. Ela era minha melhor amiga, mas isso não me impedia de achar ela linda (e gostosa) né?
  - Que foi? – Ela disse fazendo uma careta.
  - Que foi o que?
  - Você fica me encarando... – Ela se afastou um pouco, com cara de nojo. Eu ri.
  - É que eu queria ter seu corpo, miga. – Fiz voz de gay.
  - Vai te fuder. – Ela mostrou o dedo do meio, e eu ri.
  - Olha essa boca Mc Lean. – Ela odiava o sobrenome.
  - Ta bom, anda logo que eu quero ver como o apê ta. – Ela disse, girando a chave do carro para mim.
  - Ta perfeito o apartamento, eu fiz um ótimo trabalho. Só o seu quarto que não ta pronto porque faltam as suas tralhas... – Falei, e ela revirou os olhos rindo.

  Eu tinha ajeitado todo o apartamento, a sala (que só tinha um sofá vermelho e velho e dois pufes da . O meu quarto era igual ao da casa dos meus pais, e a cozinha foi doação dos meus pais e dos pais de (sim, eles contribuíram) então era o cômodo que mais tinha coisas.
  - É, no outro dia a gente quase morrendo pra conseguir montar as camas... – Ela falou gargalhando, e eu ri ao lembrar de nós dois com martelos nas mãos tentando montar as camas. Foi bizarro. – Ok – meu sobrenome - Anda logo!
  Arranquei e fomos para nosso apê em Ipanema (pode parecer chique, mas não era grande coisa. Ele tinha dois quartos e era bem pequeno, mas ficava perto da praia, o que era bom).

  ’s POV.  
  Ok, o nunca andava com o carro. Isso tava me irritando. HAHA. Ta, chegamos em Ipanema (viemos do apartamento dos meus pais que ficava na Urca) e fomos para o nosso prédio. Ele era perto da praia, e era bem gostoso, tipo aconchegante.
  - Tãaaaaa tãaaaaaaa tchã tchãaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! – Cantei quando abria a porta.
  - Que isso ? – Ele disse rindo.
  - Musica pra dar efeito ué. Abre ai ! Você ta lerdo demais hoje.
  - Ok, ok, pronto!!! – Ele abriu a porta e colocou as mãos na cabeça, em sinal de rendimento contra minha pressa.
  - MEUS PUFEEEEEEEEEEEEESSSSSS!!!! – Surtei de felicidade.

  Um era em forma de bola de futebol, e o outro era amarelo, que combinava com o velho sofá vermelho.  Eu deitei no sofá dando uma risada maníaca e riu da minha cara. Mané.
  Ele entrou no apartamento, e ficou parado no meio da sala olhando, como um bambu. Eu me levantei do sofá e pulei em seu colo. É meio estranho, mas eu estava completamente feliz no momento. Ele me segurou, surpreso, quando eu o abraçava. Minhas pernas estavam em volta de sua cintura.

  - Finalmente!!!!!! – Falei em seu ouvindo, e pude sentir ele sorrindo.
  - É. – Ele disse. Eu sai do abraço, mas continuava em seu colo, e o olhava nos olhos.
  - , obrigada, ta? – Senti uma lágrima caindo de meus olhos.
  - Pelo o que ? – Ele ria, porque não entendi o porquê d’eu estar chorando. Não tinha percebido na hora, mas ele me segurava como uma mãe segura o filho, ou seja, pela bunda. Ele é muito tarado, Deus. Mas não me importava, ele era meu melhor amigo então, se foda.
  - Por dividir o apartamento comigo. – Tirei minhas pernas de seu redor, e fiquei no chão. Coloquei minhas mãos em seu ombro. – Por me ajudar a finalmente sair da casa de meus pais. Eu não ia agüentar mais nenhum dia lá com aquelas brigas. – Mais lágrimas caíram - Eu já sou adulta, tenho 22 anos, e olha só, tô parecendo uma criança de 5 aqui chorando.
  Me aninhei em seus braços. Ele me abraçou de volta, e começou a fazer carinho em minha cabeça.
  - Ô , eu vou estar sempre aqui pra você, ok? Sempre. E não foi sacrifício nenhum, você é minha melhor amiga e na boa, vai ser muito engraçado dividir esse apê com você. E você não ta parecendo uma criança de 5 anos, qualquer um choraria se os pais brigassem assim. – Ele saiu do abraço e secou minhas lágrimas, fazendo uma careta que me fez rir.

  Agora, olhando assim de perto, vi como era bonito. Quer dizer, eu já achava ele lindo, mas agora ele parecia ainda mais. Aquele cabelo castanho e comprido um pouco acima dos ombros, cacheado, os olhos castanhos claros. Ele era bem alto e seu sorriso era maravilhosamente branco, mas isso eu já sabia.
  - Agora – Ele continuou – Vamos pegar o resto das suas coisas no carro, que devem ser umas oitocentas milhões de caixas.
  - Você não é nada exagerado ... – Falei indiferente, e o abracei mais uma vez, rapidamente, e fui para a porta pegar as caixas.

  QUATRO LONGAS HORAS, DEPOIS DE ARRUMAR TUUUDO...
  - Ufa. Finalmente acabamos. – Falei me jogando no sofá vermelho, e sentado ao meu lado.
  - Cara nunca fiquei tão cansado assim.
  - To com fomeeee. – Falei  esperneando, imitando criança. A gente tinha mania disso.
  - Novidade. Mas eu também. – Ele se levantou e esticou a mão para me ajudar a levantar. – Bora ir comer alguma coisa?
  - Já é. – Coloquei o chinelo e um dinheiro e sai com ele do apartamento. Fomos pro shopping, como sempre.

   ’s POV.
  Eram duas da tarde, a gente estava morrendo de fome. Ainda tinha algumas coisas pra ajeitar no apartamento, mas resolvemos ir almoçar primeiro. cismou de ir num restaurante vegetariano, mas acabou comendo camarão. Eu fui no Mc Donald’s mesmo.
  - Você vai ficar obeso . – Ela disse enfiando uma garfada de camarão com arroz na boca.
  - Shiu, tô em fase de crescimento. - Falei e ela riu. 
  - , se você crescer mais do que isso, vai ficar com dois metros e quarenta de altura. – Eu ri. Na verdade, eu só tinha 1,80, mas comparado com ela que tem 1,58  eu era bem alto. A cabeça dela ficava um pouco acima do meu ombro, tipo, no meu pescoço.
  - Depois eu sou exagerado. – Ela riu.
  Terminamos de comer e voltamos pra casa. Era difícil a gente falar nossa casa, ou nosso apê ou sei lá, mas era legal quando falávamos, principalmente quando ela falava. Nosso. Meu e da . Só nosso.

  Voltamos para casa e terminamos de arrumar as coisas. De noite eu fiz pizza (minha mãe me obrigava a cozinhar com ela quando eu era pequeno, assim aprendi a cozinhar, agora sendo um dos maiores cheffs de cozinha de todo o mundo, como a diz. Ela ama meu macarrão) e nós assistimos ‘Juntos Pelo Acaso’, que eu não sou muito fã, mas a gosta, então cedi.  Ela tinha um gosto pra musica e filmes muito variado, tipo, ela gostava de filmes policiais, fictícios (seus favoritos), românticos, e etc. Nada ver uma coisa com a outra. Essa era a .

  Uma semana depois...
   ’s.
  Eu estava arrumando as compras que eu fiz para o apartamento (nós compramos alguns pratos e copos na Tok&Stok, da marca da Coca que eu sou apaixonada!!) Quando a campainha tocou. estava na casa do Vinicius vendo o jogo do flamengo (seu maior mau gosto. Ele era flamenguista, e eu fluminense) contra o vasco.
  Olhei no olho mágico, e vi que era Raquel, minha vizinha, com sua filha (a criança de sete anos mais fofa desse mundo todooooooooooooooo) Sophia. Eu e conhecemos elas no play do prédio, uma vez que a gente tava andando por lá e a Sophy perguntou se podia fazer uma Maria  Chiquinha no cabelo do (que é da altura do queixo dele, tipo, o do Príncipe Caspian, das Crônicas de Narnia). Ele deixou, e eu fiquei assistindo ela fazer, rindo, enquanto conversava com a mãe dela, e depois brinquei de casinha com ela. Ela até me perguntou se o era meu namorado (ok, ela disse meu príncipe), e eu ri e disse que não.

  - Oi Raquel!!! Oi Sophy!!!! – As cumprimentei.
  - !!! – Sophy disse me abraçando.
  - , se não for atrapalhar nem nada... Você se importaria em cuidar da Sophy pra mim hoje à noite? É que eu e meu marido vamos para uma festa e ela não vai poder ir...
  - Ai que pergunta Raquel, claro que sim! – Eu alei animada e Sophy comemorou.
  - Ai, obrigada mesmo !!!!! – Disse Raquel.
  - Que isso, é bom ter uma outra presença feminina aqui, né Sophy? – Falei e ela riu.
  - A gente vai poder fazer Maria Chiquinha no ? – Ela perguntou. – E eu posso trazer minhas Barbies, ??
  - Se ele deixar, a gente faz, e se ele não deixar... A gente faz do mesmo jeito! – Falei e ela riu. – E claro que pode trazer suas Barbies, princesa! Faz tempo que eu não brinco, vai ser legal brincar de novo... – Nesse momento me veio um flashback de eu e brincando de Barbie na casa dela.
  - Então eu posso deixar ela aqui às sete? – Perguntou Raquel.
  - Claro, e eu vou ver se acho algumas coisas pra gente montar uma casinha bem legal de Barbie, tá Sophy? – Eu estiquei a mão e ela bateu nela.
  - Combinado! – Ela disse voltando para seu apartamento.
  - Poxa, obrigada mesmo !!! A babá dela tá de férias, e não tinha ninguém pra cuidar... – Raquel agradeceu mais uma vez, quando Sophia entrou.
  - Raquel, eu adoro a Sophy e o também, não é nada! – Ela me abraçou. Eu
  tinha feito uma amizade com ela e com a Sophy nessas semanas, porque ela me ajudava a organizar as coisas lá em casa, me dava dicas dos supermercados, e tal. Era o mínimo que eu podia fazer! Além do mais, não seria nada, porque meu sonho era ter uma filha como a Sophia.
  - Então às sete a gente toca aqui, ok? – Eu respondi ‘ok’ e ela entrou.

  Umas três horas depois chegou, e para minha sorte estava sóbrio. Eram seis da tarde.
  - ! – Gritei assim que ele entrou no apartamento.
  - Oi princesa! Adivinha? MENGO GANHOUUUUUUUUUU! – Ele pulava e comemorava e eu bufei. Odiava o flamengo com todo meu coração.
  - Merda! – Falei e ele riu. – Mas, essa não é minha preocupação. Vai tomar banho, daqui a pouco a Sophy ta aqui.
  - A Sophy? Mas por quê? – Ele estava rouco de tanto gritar.
  - Porque a gente vai tomar conta dela essa noite. Vai, vai! – Chutei a bunda dele quando ele andava em direção ao chuveiro, e ele riu.

  Um tempo depois a campainha tocou, e era Shophy e Raquel. Ela agradeceu mais uma vez e falamos que não foi nada. Perguntei a Sophy o que ela queria fazer, e ela disse ‘brincar de Barbie’.

   ’s POV.
  Não sei se eu achava fofo ou bizarro ver a brincar de Barbie com a Sophia. Ela parecia ter sete anos de novo. HAHAHA. Mas admito, a sabe lidar muito bem com crianças. Enquanto elas brincavam, eu... Eu não fazia nada. Apenas olhava.
  - Sophy, você tá com fome? – Perguntou .
  - Um pouco.
  - Gosta de pizza? – Perguntei.
  - Eu AMO pizza! – Ela respondeu batendo palmas.
  - Então você, cara amiga, vai me ajudar a preparar a pizza mais cheia de coisas no recheio que eu já fiz na minha vida! – Falei e ela e riram. – Vamos para meu laboratório secreto, a cozinha.

  Eu preparava a massa, e e Sophy pegavam os ingredientes. ligou o som, e tocava “Crazy Little Thing Called Love” do Queen na rádio. Nós dançávamos feitos doidos enquanto preparávamos a pizza de presunto, sabor favorito da Sophy.  Não muito tempo depois, tiramos a pizza do forno, e nos sentamos na sala para comer.
  - Hm, , ta muito gostosa! - Disse Sophy lambendo os lábios.
  - Obrigada Sophy, mas o crédito é seu e da , minhas ajudantes. – Elas riram, e terminamos de comer.
  - Gente, eu vou trocar de roupa e já volto, ok? – se levantou e foi para seu quarto se trocar. Sophia esperou ela se afastar o suficiente para me perguntar:
  - , você gosta da ?
  - Gosto. – respondi. – Ela é como minha irmã.
  - Nãooo, ela é sua princesa? - Ela perguntou. Eu sorri. Ela quis dizer namorada... Que linda. Mas a verdade é que eu já a tinha me imaginado muitas vezes sendo algo mais do que minha melhor amiga... Mas era óbvio que só pensava em mim como melhor amigo, ou até um irmão, e não tinha chances da gente ficar.
  - Sabe Sophy... Eu gosto. Gosto muito dela. – Sim, eu contei de minha paixão a uma menina de sete anos. – Mas esse é nosso segredo, ok?

  Dois meses depois...

   ’s POV.
  Já se passaram dois meses desde que eu e a nos mudamos para o apartamento, e moramos juntos. Nós já nos acostumamos em ter uma pessoa do sexo oposto que não tem nenhuma relação a não ser AMIZADE morando junto com você. Isso às vezes ficava meio difícil para mim, porque, na boa, a é gata demais, e bem... Me da vontade de fazer certas coisas com ela. MAS NÃO É SEMPRE.
  Quer dizer, tem suas partes tensas, tipo um dia que eu deixei minha cueca no sofá da sala (não perguntem) e ela achou. Eu fiquei vermelho e ela ria da minha cara, só não fiquei com mais vergonha porque a conheço há anos, porque se não... Ah, e também porque, na boa, a é gata demais, e bem... Me da vontade de fazer certas coisas com ela. MAS NÃO É SEMPRE.

  Enfim, hoje é sexta e eu tô voltando do trabalho (sim eu trabalho e ela também, afinal, temo que pagar o aluguel, né?) e estávamos de férias na facul (ultimo mês de férias). Sete da tarde, fiz hora extra, e meu chefe disse que eu podia ir. GRAÇAS A DEUS.
  Meia hora depois, cheguei em casa. Do lado de fora do apartamento podia escutar uma musica tocando, mas não reconheci qual era. Abri a porta e dei de cara com pulando e dançando ‘Girls Do What They Want’ do The Maine, uma das bandas favoritas dela. Mas ela não só dançava loucamente e pulava como uma maluca, como também cantava (gritava) “GIRLS DO WHAT THEY WANTTTT, WOHOOOOOOOOOH, BOYS DO WHAT THEY CAAAAAAAAAAN”. Ela tinha a vassoura na mão, mas ao invés de varrer o chão como as pessoas normais, ela dançava com ela. Eu comecei a rir como um maluco desesperado, e ela não notava que eu estava ali. A musica acabou e eu bati palmas rindo. Ela pra minha srupresa não ficou vermelha nem nada, apenas sorriu e continuou a dançar a próxima música, The way we talk.
  Eu ria ainda mais, ai do nada ela chegou perto de mim e me pegou pela mão, me fazendo dançar com ela.

You're as fake as the moans you make,
And you're as weak as the hearts you break.
You're as fake as the moans you make,
So just give us.
Give us a little break.” – Ela cantou.

  É, a letra dessa musica é meio tensa. Nós pulávamos como retardados, então ela olha em meus olhos, e distraído, eu tropeço nos pés dela (sim, estávamos perto um do outro) e nós dois caímos no chão. Mas não foi só cair, a gente deu uma cambalhota pra trás, sei lá, foi tão rápido que eu não percebi, simplesmente cai. Em cima dela.  
  - HAHAHAHAHAHAHAHAHAH’ NOSSA QUE LERDO , NEM PULAR VOCÊ SABE! HAHAHHHAHAHA’ – Ela ria tanto que nem percebeu que eu havia caído em cima dela. Eu também ria da risada dela, mas não consegui ignorar esse fato.
  Começou a tocar outra musica, Some Days (era um CD que ela havia gravado, ai haviam musicas de álbuns diferentes). Ela parou de rir enquanto eu a olhava nos olhos. Ela retribuiu o olhar. Ficamos um tempo assim, e ela passou uma das mechas de meu cabelo por trás da minha orelha. O sol invadia o lugar, deixando tudo incrivelmente quente, ainda mais por conta de estarmos tão próximos um do outro.
  - .. – Falei, e ela sorriu.
  - Shiu. – Ela disse, fechando os olhos. Ela aproximou seu rosto do meu, e eu não me mexi, estava nervoso demais. Fechei meus olhos, e a ultima coisa que senti foi nossos lábios se tocando. A melhor coisa que já senti em toda minha vida.
  Vários pensamentos passaram pela minha cabeça, desde que a gente era criança, e brincava no parquinho (sim, com 13 anos), depois da gente algumas semanas atrás aqui no apartamento, num dia que tinha esfriado do nada, sentados no sofá vermelho vendo TV, quando ela do nada colocou a cabeça em meu peito. Também, há um mês, quando ela estava sentada no chão desenhando, e eu deitei minha cabeça em suas pernas e ela acariciou meu cabelo. Outro dia, uma coisa um pouco mais tensa, em que ela chegou mais cedo do trabalho, e eu estava em casa, na cozinha, e tinha acabado de sair do banho, e só estava com a toalha enrolada na minha cintura, e ela chorou de tanto rir... Tudo isso, e outras coisas. Pensei até em alguns minutos atrás, ela dançando. 
  Tudo o que eu sentia por ela desde pequeno, era muito mais que amizade, mas eu nunca tinha realmente percebido. Porque sempre que todos falavam seu nome, meu coração acelerava, mas como isso sempre acontecia, eu achava que era normal, nada demais.

  Nos separamos.
  - , o que... – Foi o que consegui dizer.
  - Sei lá . Levanta, ta me machucando. – Me levantei e estique a mão para ajudá-la a se levantar. Quando ela já estava de pé, simplesmente se aproximou de mim, e me beijou mais uma vez.  – Só acho que eu queria fazer isso há muito tempo.
  Ela me olhava nos olhos e eu retribui o olhar. Sorri, e ela também.
  - Então você sabe como eu me sinto. – Peguei em sua cintura e a puxei para mais perto. – Porque honestamente, , eu sou louco por você.
  Nos beijamos. Dessa vez foi um beijo longo e intenso. Ela brincava com meus cabelos, revezava entre carinhos e puxões, e minhas mãos andavam por todo seu corpo, já que eu não sabia aonde posicioná-las (quero dizer, eu queria colocá-las na bunda dela, mas como ela é minha melhor amiga queria ter respeito, quer dizer, é a . Não qualquer uma).
  - ... - Ela sussurrou em meu ouvido.
  - Shiu. – Falei, e continuei o beijo.
  - . – Ela disse de novo. – Me leva vai.
  Eu sabia o que ela queria dizer. Era ‘me leva pro quarto’. Sabe o que eu mais gosto na ? Ela diz o que ela quer. O que ela pensa. E faz o que ela quer. Girls do What They Want.

  A peguei no colo, e sem nos separar, a levei para meu quarto (que tinha cama de casal, ela preferia de solteiro para dormir). A coloquei em minha cama, com cuidado. Ela sorriu maliciosamente para mim.
  - , você tem certeza? – Falei, tirando a camisa. Ela sorriu, e eu entendi isso como um sim. Vendo aquele sorriso lindo, subi em cima dela, como antes na sala quando caímos, e a beijei ferozmente. Ela passou suas pernas ao redor do meu corpo.
  Nos separamos rapidamente para pegar fôlego, e voltamos a nos beijar, e ela desabotoou minha calça. Eu passava a mão por todo seu corpo, e tirei sua blusa. Ela se levantou da cama e tirou o short, ficando assim apenas de roupas íntimas, que me fizeram sorrir, já que eram de renda como a da maior parte das meninas que eu já tinha, bem, feito isso, e sim com estampa de bolinhas. Bem mesmo.
  - Olha, eu sei que são infantis, mas... - Ela disse em sua defesa.
  - São sexys . E seriam infantis se fossem grandes, sabe aquela calcinha que cobre a bunda toda, mas a sua calcinha é quase um fio dental.
  - Vai te fuder ! – Ela esperneou, e eu me levantei da cama, puxando-a de volta para perto de mim, e beijando de novo. Enquanto passava a mão por seu lindo (e gostoso) corpo, eu desabotoei seu sutiã, e ela tirou minha cueca. Nos deitamos na cama, e bem, não quero dar detalhes disso. Só vou dizer que foi a melhor noite da minha vida.

   ’s POV.
  - Vai minha vez de perguntar... – Digamos assim, eu e tínhamos acabado de ‘ligar para a cegonha’ com camisinha (não vou entrar em detalhes). Estávamos deitados na cama dele, ele deitado com a barriga para cima e os braços atrás da cabeça tipo quando alguém fica satisfeito com algo (dãrt) e eu de barriga para baixo, com os pés para cima balançando, e brincávamos de ‘verdade ou verdade’, já que ninguém nunca escolhia desafio. - Com quantas mulheres você já dormiu, além de mim?
  Ele riu.
  - Não vou responder isso ! – Ele disse sentando na cama. Eu ria.
  - Vai simmmmmm! Me fala ! – Eu empurrava ele tipo, várias vezes seguidas, ele ria.
  - Não vou falar. Me recuso. Isso é calunia contra mim. – Ele falou.
  - , como isso é calunia? Ai deuses. Vai , você tem que me falar, eu te falei o tamanho do meu sutiã.
  - Tamanho do sutiã é diferente. , eu não vou falar.
  - E se eu adivinhar? – Falei.
  - Ai eu falo se sim ou se não. – Ele se deitou novamente na cama, na mesa posição que antes e eu me sentei.
  - Ok... Hm, teve a Heloise. Com certeza você mimiu com ela. – Ele riu do ‘mimiu’
  - É ta certa. Uma.
  - Aquela tal de Vitoria, aquela puta que eu odiava.
  - É, mas ela era hot. Duas. – Eu o fuzilei com o olhar pelo hot. – Mas você é mais, .
  - Ta bom. E a , a loira de farmácia. Cara eu nunca gostei de nenhuma das suas namoradas!
  - Ciúmes, ? – Ele me perguntou, sentando na cama para ficar frente a frente comigo.
  - Nunca vou admitir isso pra você, . - Ele se aproximou e me beijou.
  - Mas de todas as quatro você é a melhor, ok? – Ele disse de um jeito fofo... Wait, quatro??
  - Quatro?
  - Teve uma outra, mas isso não valeu, eu tava bêbado, e o meio que fez minha cabeça pra dormir com ela.
  - Mongol! – Bati nele.
  - Você me ama, gata.
  - Talvez. – Ele sorriu, e eu ri. – Vou tomar banho.
  Dei um selinho nele e fui para o banheiro.

   ’s POV
  Escutei o barulho do chuveiro. Me levantei da cama, e coloquei a cueca, e como não tinha nada pra fazer, e estava no banho (ou seja, não tinha ninguém pra conversar) fiquei andando pelo apartamento. Passei pela porta do quarto de , e entrei. Isso porque na porta tinha uma placa: NÃO ENTRE, OU ARCARÁ COM AS CONSEQUENCIAS.
  Fiquei olhando. Uma parede era inteiramente de pôsteres, e a cama dela ficava encostada na parede da janela, porque ela gostava de dormir perto de janelas. Havia um grande quadro, cheio de fotos dela sozinha, com a , e comigo. Na verdade, a maior parte das fotos era comigo, com a , com o e com a Lilly. Não haviam fotos com os pais, apenas uma de quando ela era bebê. sofria muito com isso, porque desde que eu a conheci, seus pai brigam desse jeito. Eu já consolei ela por isso muitas vezes, e eu ficava com o coração em pedaços por ver ela assim. Acho que essa era a única fraqueza dela, porque geralmente ela era forte, independente, como que se não precisasse de ninguém para fazer as coisas, e eu duvido que precisasse... Mas eu sempre estaria por perto para ela.
  No quarto, na parede em frente a da janela (ou seja, na parede da porta) havia uma bancada extremamente bagunçada, que misturava vários papeis de desenhos (que eram incríveis), anotações de estudo (ela era uma aluna incrivelmente aplicada), de folhas amassadas e rasgadas e  papeis de bala. Mas também havia um caderno, pequeno e com muitas folhas, vermelho, parecendo de couro, tipo, uma agenda com mais folhas. Ele estava aberto, e eu não consegui não ler. Dizia:

“11 de fevereiro” – ou seja, hoje- “um pouco depois de meio dia.
Sabe, há pouco tempo o saiu pro trabalho, como sempre de camisa branca, jeans escuro e um daqueles sapatos que eu não sei o nome. Ele fica incrivelmente sexy assim, sério. Ok, ele é sexy de qualquer jeito, desde os 13 anos de idade eu acho isso. Tipo, como alguém pode ter um cabelo daqueles, afinal, ele lava aquilo com o que? Porque na boa, me da vontade de trocar de cabelo com ele!
Enfim, hoje quando ele tava saindo, ele passou o perfume que eu dei pra ele, que eu nem lembro o nome. Ele diz que é ‘da sorte’ hahaha. Cara isso ta sendo uma das experiências mais malucas da minha vida, tipo, to dividindo o apartamento com o , meu melhor amigo desde que eu me entendo por gente, e que, admito, tenho uma queda do penhasco. Afinal quem não teria uma queda do penhasco por ele?? Quer dizer... É ele. Sei lá, só tô cansada de fingir que eu não sinto nada por ele. Quero mostrar, de alguma forma, mas não sei se é a hora certa.”

Eu sorri besta ao ler isso. Era o diário dela. Quer dizer, a tinha um diário! E ela falou de mim nele! HAHA. Não me atrevi a ler mais nada, afinal, seria invasão de privacidade. Continuei olhando os desenhos da bancada, até que meus olhos se depararam com um porta retrato, que tinha uma foto que eu conhecia bem: No 20° aniversario de , que foi uma festa surpresa, na hora do parabéns. Eu e estávamos com ela atrás da mesa do bolo, e estava na hora de apagar as velinhas. ria de alguma coisa que eu fiz, não lembro o que, e estava inclinada para o bolo, para assoprar as velinhas, mas sorria por causa da piada. Eu também ria, mas ria tanto que meus olhos estavam quase fechados. A foto foi tão espontânea, e ficou tão legal que mandou revelar na hora. Isso a incentivou a fazer curso de fotografia, o que a levou a fazer jornalismo, sua faculdade (ela começou a faculdade antes do aniversario de 20 anos, mas não tinha certeza se era bem isso que ela queria, até esse dia). Eu fazia direito, e disse que isso não combinava nada comigo, porque ela via advogados e juízes como pessoas sérias, e eu sou um mongol, mas eu gosto disso.
Sorri com a lembrança da foto, e escutei o barulho do chuveiro se fechar. Sai do quarto dela, e voltei para o meu. Me sentei na cama, e ela entrou enrolada do roupão.

  - , posso dormir aqui com você hoje? – Ela parecia uma criança de 5 anos perguntando isso, e essa foi a intenção.
  - Pode filhinha! – Ela riu, e saiu do quarto para se vestir. Pouco tempo depois, voltou com aqueles pijamas de verão dela (tipo, short com alguma estampa, nesse caso era de cupcakes) e uma blusa de alça.
  Ela deitou na cama, com o cabelo molhado, e me abraçou, ou melhor, abraçou meu peito, porque eu estava meio sentado meio deitado, e ela ficou na mesma posição que eu, mas passou os braços ao redor de meu peito... É da pra entender.
  Dei um beijo em seu nariz, porque ela dizia quando éramos mais novos,  que seu sonho é que se um cara amasse ela de verdade, lhe desse um beijo no nariz. Ela corou.
  - Eu também . – E se deitou, fechando os olhos.

  Uns 19 dias depois...

   ’s POV.
  Tudo estava perfeito. Eu e estávamos juntos, nosso apartamento devidamente arrumado, estava recebendo noticias de minha mãe (o que era bom, já que ela nunca ligava nem nada, e ela estava ligando!!!!)  e eu estava feliz. Bem, até hoje.
  Eu estava voltando do supermercado, já que era sábado, e eu e o tínhamos um acordo: ele cozinhava (não que eu não soubesse cozinhar, eu sabia, mas a comida dele era mais gostosa) e eu fazia as compras. Estava na rua, entrado no prédio, quando eu vi, ninguém mais, ninguém menos que o senhor , agarrado com uma loira de farmácia perto de um carro! Isso mesmo! Eu tinha ficado, ou pior, achado que estava namorando um completo galinha, idiota, filho da puta! Meu olho se encheu de lágrimas, e não demorou muito para elas escorrerem pela minha bochecha.
  - Não credito! – Eu chorava. Chorava como nunca chorei antes. E por causa de um imbecil, que não me merecia. Encostei a cabeça no volante, soluçando, e poderia ficar ali, se não tivesse sido acordada pela buzina dos carros atrás de mim. Entrei no prédio, tentando conter as lágrimas, mas não conseguia.
  Elas caiam e caiam, cada vez mais. Eu amava , mas ele conseguia estragar tudo, sempre. Quer dizer, isso é mentira, porque ele sempre me fazia sentir melhor, e isso me fez perguntar como ele pode ser tão insensível. Ele era meu melhor amigo desde sempre, e agora dizia que me amava, mas não passava de uma farsa, um teatrinho, ou simplesmente vontade de transar comigo. Porque ele era um homem, qualquer, e claro, não consegue ficar perto de uma mulher sem que tenha que ao menos beijar ela, e por isso ele estava lá na rua, aos beijos com a loira.

  Entrei no apartamento, soluçando ainda mais, com o coração despedaçado. Peguei a minha mala e comecei a colocar algumas roupas dentro, de qualquer jeito, então chorava. Então ouvi o barulho da porta da frente se abrindo, e provavelmente era ele, mas continuei colocando as roupas.
  - ? – Ele chamou. – , você ta ai?
  Não respondi. Ele foi até meu quarto. Não ousei me virar para encará-lo.
  - , o que você ta fazendo? – Ele se aproximou de mim, e eu não disse nada. Ele segurou minha mão. – ?
  - NÃO, Toca em mim ! – Falei, secando as lágrimas.
  - , o que é isso? – Ele perguntou nervoso.
  - O que é isso? Por favor , como se você não soubesse. Você realmente acha que eu sou tão estúpida assim? – As lágrimas escorriam.
  - , do que você ta falando?
  - , eu vi você aos beijos com aquela loira de farmácia na frente do prédio, ok? – Eu GRITAVA. – Eu não acredito que você pudesse ser tão canalha...
  - Eu posso explicar ! – Ele se apressou em dizer.
  - EU POSSO EXPLICAR? – Debochei, chorando ainda mais forte. – Explicar o que? O porquê você tava aos beijos com ela? O porquê de você simplesmente pisar em mim? O porquê de você me iludir? Por favor, , todas aquelas vezes que eu disse eu te amo, eram verdade... Você é, ou melhor, ERA meu melhor amigo. Você é ridículo. E não passa de um canalha qualquer. – Eu peguei a mala e fui em direção à porta, mas ele segurou meu braço.
  - , por favor! – Lagrimas caíam dos olhos dele também. – Não era aquilo, eu posso...
  - Eu já sei o motivo , era porque a bunda daquela puta era maior que a minha. – Eu mexi meu braço de um jeito que fizesse ele me soltar, e sai andando.
  - , POR FAVOR, PARA! ! – Ele chamava, mas não me virei. Sai do apartamento e  antes de bater a porta falei:
  - Finge que eu não existo . – E bati a porta em sua cara, e sai andando, só ouvindo seus gritos por meu nome atrás de mim.

  Entrei no carro, e chorando liguei para .      
  - Lic... – Não consegui terminar nem de falar seu nome, de tanto que chorava.
  - , O QUE ACONTECEU? ? - Ela gritava.
  - , e-eu posso p-passar a-ai? – Gaguejava e soluçava.
  - Claro ... Mas o que aconteceu?
  - D-depois eu t-te conto. B-beijo.
  Desliguei e chorando (ainda) sai da garagem, e peguei o caminho para o apartamento de , que por sorte, não era longe. Lá, mal toquei a campainha ela abriu a porta. Ela me abraçou enquanto as lagrimas caiam de meus olhos inchados.
  Nós entramos, e ela trouxe lenços e sorvete pra mim, enquanto eu contava toda a história.
  - ... Eu não... Eu não acredito... O ? Eu imaginaria qualquer pessoa fazendo isso, menos ele... Muito menos com você . Ele sempre gostou de você, e não só como melhor amiga, mas também como algo a mais, e eu duvido que ele fizesse alguma coisa que, além de te magoar, arriscasse o fim da amizade de vocês. , tem algo a mais ai, o nunca faria isso, !!!
  - Mas , eu vi! Era uma loira oxigenada, usando mini saia. Ele beijava ela, com uma expressão de... Sei la, eu não quero nem lembrar. – Falei. Minhas lágrimas haviam acabado, mas eu ainda tinha uma sensação de dor no meu pequeno coraçãozinho, e meus olhos estavam terrivelmente inchados e vermelhos, assim como a minha cara.
  - , to avisando, tem alguma coisa a mais ai. Ele te ama desde os 15 anos de idade, ou seja, apenas dois anos depois da gente o conhecer, ele tenta ficar com você! – Ela parecia realmente pensativa – Eu sei disso porque ele me contava. , se ele te ama desde essa época, por que ele te magoaria, ou faria qualquer coisa pra acabar com o relacionamento de vocês? E outra coisa, esse amor não é só amor de beijos e abraços, é maior... Uma vez, a gente tava conversando, e ele me disse que queria cuidar de você. Te ajudar – isso mais do que ele já te ajuda - estar ao seu lado sempre, como o melhor amigo.
  - Mas ele já era meu melhor amigo... – falei.
  - ENTÃO! Só pra você ver o quanto ele te ama . Eu não to defendendo ninguém, só to dizendo que você devia escutar ele. O que ele tem a dizer... – Ela passa uma das mãos pelo meu cabelo, e a outra pegava uma colher de sorvete.
  - Você deve estar certa, mas sei lá, não vou voltar lá, não agora. Eu continuo brava, e magoada. – Falei.
  - Então dorme aqui até você estar pronta pra ir conversar com ele, . – decidiu.
  - Que? Ah não , não vou atrapalhar você e o ...
  - Ai , não boia! Desde quando você me atrapalha?
  - Desde sempre.
  - Exatamente, já to acostumada. – Rimos.
  - Valeu mesmo ... – Abracei minha melhor amiga.
  - Que isso ...
  De repente a porta do apartamento se abriu, e apareceu . Ele falava no telefone.
  - Então ela o que? Ta falando sério cara? Simplesmente te agarrou. – Ele não pareceu notar a gente. – E você não sabe aonde ela ‘ta? Pô cara que vacilo... Mas dude não fica assim... Você o que? Então a porra é séria. Ok, eu pergunto, qualquer coisa eu te aviso... Tchau... E não fica assim cara, ela vai voltar. Valeu, tchau.
  - ? – chamou. Ele estava de costas.
  - Han? Ah oi ! E... ? – Ele parecia surpreso. – Você ta... Chorando?
  Assenti.
  - Longa história , looonga história. – Disse .
  - É, mas eu já sei como é. O me contou. – Ele falou e eu enterrei a cara nas mãos.
  - , agora é melhor não... – alertou.
  - , não foi culpa dele... – Eu solucei.
  - , por favor! – disse estressada.
  - , eu tenho que falar! , não tem nada a ver, ok? É tudo culpa da ! – Ele soltou, e eu levantei a cabeça.
  - ? A ex-loira oxigenada e piriguete dele? – Falei. Não podia ser verdade.
  - É .
  - Não acredito. – Conclui.
  - Tudo bem, é seu direito estar desconfiada, mas escuta o que ele tem a dizer, pelo menos ... Eu vou tomar um banho. – Ele deu um selinho na , que sorriu boba, e saiu.
  Nem eu nem falamos mais nada, apenas trocamos olhares.

  Algum tempo mais tarde, eu e estávamos totalmente sem assunto, e eu pra não contar para o que eu estava lá, e ele não contou.
  - , vou dar uma volta... – Eu já me sentia um pouco melhor.
  - Quer que eu vá? – Ela disse.
  - Não fica ai com o ... É uma coisa que eu tenho que fazer sozinha. – Falei e ela assentiu. Não era falar com ... Era outra coisa.
  Entrei no carro e peguei o caminho para ir para a Urca... Sim, iria para a casa dos meus pais. Uma hora depois, já que peguei um engarrafamento insuportável, cheguei ao apartamento, e já era noite. Peguei a chave que eu tinha e abri a porta da frente.
  - Mãe? Pai? – chamei.
  - EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! SEU CANALHA, CAFAGESTE! POR QUE EU AINDA ESTOU COM VOCÊ? – Ai não, eles estavam brigando de novo. Senti meus olhos encherem de lágrimas, e fui andando devagar até o local dos gritos.
  - CALA A BOCA! CALA A BOCA! – Era meu pai. Ele tinha um tom de voz que eu nunca vira... Era de assustar. Meu olho encheu ainda mais de lágrimas.  Meu pai e minha mãe eram pessoas muito boas na verdade, e me deram uma ótima educação, mas desde meus 15 anos eles brigavam assim, de gritos. Quando eu tinha 13, eram apenas discussões bobas, que foram aumentando ao longo dos anos.
  - Mãe?! Pai?! – Chamei de novo. Eu estava parada na frente do quarto em que eles estavam, e os observava, mas não tinha forças para fazer nada. Ambos vermelhos de tanto gritar, e minha mãe chorava, o que fez lágrimas caírem de meus olhos também.
  De repente, enquanto minha mãe gritava, meu pai levantou a mão, e com a maior força, uma força que eu nunca vi, bateu em minha mãe. Seu rosto ficou ainda mais vermelho, e ela caiu no chão, fungando.
  - PAI?! – Eu gritei. Eles olharam para mim. Eu fui até a minha mãe, mas ela disse.
  - , sai daqui.
  - O que? – Eu disse. – Não vou sair.
  - OBEDEÇA, SAI DAQUI AGORA! – Meu pai gritou, e eu comecei a chorar, como uma criança. Por que eles faziam isso afinal? Eles tinham tudo. Meus pais eram de classe média alta, e tinham uma vida ótima... Pra que isso?
  - Não. – me mantive firme, ainda chorando.
  - , vá embora. Saia. Não a queremos aqui agora, você não pode fazer nada. – Minha mãe disse. Eu revirei os olhos.
  - Eu faço o que quero, já sou maior de idade. – Nesse instante, vi meu pai ficar com mais raiva ainda. Se aproximou de mim, e pegou meu cabelo com força. Pensava que iria arrancá-lo. Eu gritei, e chorei com mais intensidade... Eu não acreditei no que estava acontecendo. Ele me jogou para fora do quarto.
  - Obedeça. – E fechou a porta na minha cara. Eu afundei as mãos no rosto e chorei ainda mais. Minha cabeça latejava.

  Sai do apartamento, e entrei no carro, descabelada e chorando. Isso era pior do que quando vi com a ... Afinal, por que comigo, meu Deus? Por que meus pais devem ser problemáticos, por que eu tenho que ser magoada? Afinal, minha vida tinha tudo para ser boa, mas eles estragam tudo.
  Dei partida no carro, e fui dirigindo, automaticamente, até o único lugar no mundo em que eu me sentia em casa. Meu apartamento e do . Minha visão estava embaçada pelas lágrimas, e eu não conseguia ver quase nada, mas por sorte a rua não estava tão movimentada.
  Entrei no prédio, algum tempo depois, e chorando subi no elevador. Abri a porta do apartamento e vi sentado no sofá. Ele tinha os olhos inchados, como os meus.

   ’s POV.
  Estava sentado vendo qualquer filme na TV, que eu na verdade, não prestava atenção. Só pensava em .
  A verdadeira história é que , minha ex, vivia me perseguindo, porque queria voltar e tal, mas eu nunca dava bola, e sabia disso, que ela me ‘perseguia’. Até que hoje, quando eu voltava do shopping (eu tinha ido fazer compras pro apartamento, de copos, porque a reclamava que tinha pouco copo), a apareceu. Começou a dar em cima de mim, e eu a dispensava, mas então ela me agarrou e me beijou. Eu a empurrei na hora, e entrei no prédio, mas acho que só viu a parte de quando ela me beijou.

  De repente, a porta do apartamento se abre, e vejo . Eu sorriria, se ela não estivesse chorando. Mas não apenas chorando, ela chorava de um jeito que eu nunca tinha visto. Estava vermelha demais, os olhos verdes da mesma cor. Seus lábios inchados também, e cor de sangue, e seu cabelo descabelo. Eu nunca a vi assim, na verdade, eu nunca tinha visto chorar muito.
  - M-? – Chamei, e me levantei. Ela, sem falar nada, fechou a porta do apartamento, e veio andando em minha direção. Eu a abracei.
  - ... – Ela soluçava demais.
  - Calma ... Vai ficar tudo bem, eu to aqui... – Eu não fazia ideia do que tinha acontecido, mas acho que era a coisa certa a fazer. Sentei-me no sofá e ela se sentou no meu colo.
  Ela chorava, e não falava nada. Com uma de suas mãos, ela segurava a minha camisa, e eu a abraçava. Ela parecia uma criança, de tão encolhida que estava no meu colo.
  - , o que aconteceu? – Perguntei, finalmente.
  - , só fica aqui comigo, ok? – Foi o que ela disse.
  Eu assenti.
  - , eu vou estar sempre aqui pra você, minha linda. – Ela fungou.
  Algum tempo se passou, e ela já parara de chorar, mas ainda tinha o rosto vermelho e inchado. Eu sugeri ela tomar um banho, pra se acalmar, e ela fez isso. Enquanto ela tomava banho, eu fiz um frozenccino para ela, é tipo um cappuccino de sorvete e muito chantili.
  Ela saiu do banho, e colocou uma blusa gigante, que ficava larga nela, e comprida, tanto que cobria o short, e deixava suas lindas pernas de fora. Seu rosto não estava mais inchado, mas os olhos ainda estavam vermelhos, e seu cabelo estava enrolado na toalha.
  - Fiz pra você. – Entreguei a caneca para ela, e ela sorriu.
  - Valeu. – Ela brincava com o biscoitinho que eu coloquei, porque ela dizia que aquele biscoito era a alma dos sorvetes/frozenccinos, e etc.
  Eu me senti do lado dela no sofá vermelho e a fiquei observando tomar seu primeiro gole. Passei a mão pelo seu cabelo.
  - , o que aconteceu?
  - Primeiro me responde uma coisa : é verdade que a foi quem deu em cima de você? – Ela me olhava nos olhos, e eu assenti.
  - Logo que ela me beijou, que foi o que você viu, eu a empurrei para longe, pode até perguntar ao Samuel – o porteiro - ele viu tudo...
  - Eu acredito em você. – Ela disse, e eu sorri.
  - Mas mesmo assim, me desculpa. Me desculpa ter te magoado, e não ter ido atrás de você, mas eu achava que você não queria isso. Eu te conheço.
  Ela riu fraca.
  - É... – Ela se aproximou de mim e me deu um beijo na bochecha que me fez corar. – Desculpa também não te deixar explicar . – Eu assenti, e ela suspirou. – Olha,  acho que hoje eu não to com muito humor pra te contar o que aconteceu ... Eu te conto amanhã, ok?
  - , você pode não me contar nunca... Mas eu vou estar aqui pra você. – Ela sorriu fraco de novo, e eu sorri. Ela terminou se fronzenccino, e depois deitou comigo no sofá, eu atrás e ela na frente, e ficamos vendo um filme na TV. Eu a abraçava forte, e ela passava a mão pelo meu braço, fazendo carinho.
  Dei um beijo na cabeça dela.
  - Eu te amo, . – Sussurrei em seu ouvido, e ela virou a cabeça para me olhar nos olhos.
  - Eu também te amo, . – Ela encostou a cabeça em meu peito, e logo adormeceu. Peguei-a no colo e a levei para seu quarto. Depois de ficar olhando ela dormir por um tempo, eu fui dormir.

   ’s POV.
  Acordei com o sol batendo na minha cara. Olhei ao redor, e eu estava no meu quarto. Suspirei ao me lembrar da noite passada, tudo o que havia acontecido, e como foi um anjo comigo. Meus olhos se encheram de lagrimas ao lembrar de como meu pai gritava com minha mãe, e de quando ele bateu nela e em mim, mas segurei, não queria chorar de novo. Me levantei da  cama, e fui para o banheiro, fazer minha higiene matinal. Depois fui para a cozinha tomar café, e lá estava , colocando a mesa, que estava tão cheia que não sei aonde iriam ficar os nossos pratos. Eu comia muito no café, assim comia pouco nas outras refeições, e amava fazer ‘surpresinhas’ para mim.
  - Bom dia. – Ele disse, e eu sorri.
  - Bom dia. – Me aproximei e o abracei.
  - Você parece melhor. – Ele disse.
  - É... Mais ou menos. – Nos sentamos, e depois de um tempinho em silêncio. – Ontem eu tava chorando... – Comecei, e ele parou de comer pra prestar atenção. Contei tudo pra ele, segurando o choro. Quando acabei de contar, ele apenas olhou pra mim, perplexo.
  - eu... Eu não sei... – Ele suspirou – Olha, eu to aqui com você, ok? Sempre.
  Ele me abraçou.
  - Eu sei . – Beijei ele.
  O resto do dia passou tranquilo, não fizemos absolutamente nada.

  Duas semanas depois...

   ’s POV.
  Era sexta à noite e eu e estávamos no apartamento, brincando de ‘verdade bêbado’(o nome não é muito bom, mas ok), tipo, a gente dividia uma garrafa de cerveja, e eu dava um gole e ela me fazia uma pergunta, ai eu respondia a verdade. Depois passava a garrafa para ela, ela dava um gole, eu perguntava, e ela respondia. Ela já estava se recuperando do que acontecera semana passada, já ria, e eu estava feliz por tê-la ali comigo. Às vezes dormíamos no meu quarto, juntos, e a melhor coisa que existe é sentir o cheiro da loção pós-banho dela, de morango, enquanto ela dormia.
  - Eu te respondi isso, agora é sua vez: com quantos homens, além de mim, você já dormiu? – Falei, e ela bebeu a cerveja.
  Ela ficou quieta.
  - Quer mesmo saber?
  - Óbvio. – Falei.
  - Você foi o primeiro. – Eu fiquei sério.
  - Não acredito.
  Ela riu.
  - Ótimo, porque é mentira. – Ela ria boba, e eu revirei os olhos... Ok, teria sido legal ser o primeiro (e espero que único) cara que a ... Bem, vocês sabem. – Foi o Thales a primeira vez, há dois anos. Ai depois eu quase dormi com o Pedro, sabe, mas ai não rolou. Então você foi o segundo e meio na minha vida.
  - Segundo e meio?
  - É porque quase rolou com o Pedro, eu que não tirei a calcinha.
  - Por que?
  - Sei lá. – Obviamente tinha um motivo, mas ela não quis me dizer e eu não insisti. – Sua vez. – Ela me passou a cerveja e eu bebi.
  - O que você mais odeia que uma mulher faça?
  - Nenhuma outra pergunta melhorzinha não, ?
  - Tô sem criatividade, fala logo.
  - Hm... Deixa eu ver... Ah, que ela não saiba cozinhar. – Zoei , e eu ria como retardado, e ela ficou vermelha.
  - Cala a boca, eu sei cozinhar !
  - Aham... Ta. Ok, você é exceção . YOU, AREEE THE ONLY EXCEPTIOOOOOOON – Cantei, e ela riu.
  - Chega de cerveja, você já ta bêbado demais. – Ela pegou a garrafa da minha mão.
  - NAAAAAAAAAO. DEVOLVEEEEEEE. – Eu agarrei ela, e tentei pegar a garrafa de volta, mas ela não deixava. Comecei a fazer cosquinha.
  - Me solta seu maluco!!!!!!!!! – Ela ria.
  - Não!!!! - Nós dois riamos como bobos, ali no chão da sala.
  - PARA , EU VOU FAEZR XIXI!!! – Ela ria desesperadamente e eu parei de fazer cosquinha nela. – Seu maluco.
  - Disse a normal. – debochei e ela me deu um chute de leve. Se aproximou de mim e me beijou. Nos separamos. – Para com isso.
  - Isso o que?
  - De ser tão perfeita.
  - Vai te fuder. – Rimos, e ela me beijou de novo.

  Meses depois...

   ’s POV.
  - , a gente vai se atrasar! – me puxava, estávamos atrasadas para a aula. Nosso ultimo ano de faculdade, eu já tinha emprego, e minha vida estava resolvida. Nada podia ser melhor.
  - Calma ! – Os livros caiam de minha mão. – Pronto.
  Saímos correndo até a sala, e quando entramos não acreditei. Estavam todos sentados, mas havia um menino em pé, cabelo comprido e meio ondulado, castanho, alto, olhos castanhos e sorriso grande. . Ai o que esse retardado queria?  A sala toda olhava para ele e para mim.
  - , o que você ta fazendo aqui? – Eu falei rindo.
  - É uma surpresa. Eu gostaria de anunciar - Ele falava alto, e subiu numa cadeira, a minha. - Que eu recebi um cargo mais alto, recendo um salário, além do estágio. Então ... EU COMPREI UM NOVO APARTAMENTO!!
  Todos gritaram, tipo, UHUUUUUUUUUUL, e eu fiquei olhando confusa para .
  - , você veio até aqui só pra isso? – Falei rindo.
  - Sabe que eu gosto de uma entrada triunfal. – e eu riamos, e ele veio andando em minha direção. Era muita falta do que fazer.
  - Ah, e eu queria deixar bem claro outra coisa: EU AMO ESSA MULHER AQUI!! - Todos na sala gritaram, e eu ria. Ele estava parado na minha frente. – EU SOU COMPLETAMENTE LOUCO POR ELA!
  - , você bebeu? – Falei, ajeitando a gola da camisa dele (estava frio, então ele usava a camisa de um tom rosado que eu dei pra ele, jeans, e uma jaqueta de couro por cima, que me fez ficar louca).
  - Não... Mas sei lá, eu acordei e percebi o quanto eu te amava. – Ele me beijou, seguido de outros ‘UHULS’ do povo da sala. – EU te amo.

  Dois anos depois....

   ’s POV.
  Eu e agora morávamos, há dois anos, num apartamento ainda em Ipanema, sendo que este era maior, e exatamente em frente à praia. Outra coisa era que o novo apartamento agora era decorado, ou seja, era um apartamento de verdade. Eu já trabalhava como advogado, e admito, sou muito bom no que faço, já que tenho vários clientes. trabalha numa das revistas mais importantes do Brasil, e é a editora chefe, além de ser uma das maiores fotógrafas do país. É estávamos bem. Mas ainda faltava uma coisa...
  - , tem certeza que quer fazer isso? – me perguntou mais uma vez. Chegamos um pouco antes no restaurante em que marcamos para comemorar o 24° aniversário da . Ela ia chegar com , e também tínhamos chamado Lilly (que estava no Rio), Fernando, Leandro, Beatriz, entre outros amigos nossos, e a mãe de (o pai dela havia falecido).
  - Absoluta .

  Pouco tempo depois, elas chegaram. Era verão, e usava um vestido logo e leve, azul com alguns desenhos engraçadinhos, e seu cabelo estava solto, apenas a franja presa para atrás. Estava linda. E , também, que vinha junto com ela.
  - Oi gente!! – Ela me beijou e deu um beijo na bochecha de .
  - Parabéns !! – Ele a abraçou.
  - Valeu. – Ela agradeceu quando ele deu o presente, e ela disse que iria abrir mais tarde. EU já tinha dado meu presente a ela hoje de manhã, e mal ela sabia que iria ter outra surpresa.
  O pessoal chegou e nós almoçamos e tal. Cantamos parabéns, e logo depois eu me levantei e falei:
  - Han, atenção! Atenção, por favor, a todos vocês aqui no restaurante. – Todos pararam de falar e olharam para mim, e os garçons pararam para escutar. – Obrigado. Então, eu há dezesseis anos, conheci uma menina... Pela qual eu me apaixonei, assim que vi. Mas sabe, eu nunca tive coragem de verdade pra dizer a ela que a amava, até dois anos atrás, quando nós decidimos dividir um apartamento, já que nenhum dos dois tinha dinheiro pra pagar um aluguel sozinho, sabe aquilo de sempre. – As pessoas riram. – E agora eu tô aqui, na frente dela...
   estava corada, e sorria boba.
  - E tenho mais que certeza, mais do que nunca, que eu a amo. , ou – mais risos, e ela sorriu revirando os olhos. Eu andei até a cadeira onde ela estava sentada, e me ajoelhei a sua frente. Pude ver seus olhos enchendo de lágrimas nesse exato momento, e ela sorria de orelha a orelha. – Quer se casar comigo?
  Abri a caixinha, revelando um anel, com o estilo medieval, tipo o que as princesas usavam, que ela amava. Ela sorria e chorava ao mesmo tempo.
  - Dãrt, né ! ÓBVIO que eu aceito! – Ela pulou em meus braços e me beijou. Todos aplaudiram e deram vivas, e ria boba. Coloquei o anel em seu dedo, e ela me beijou mais uma vez.
  Agora sim, nada faltava.

Epílogo

  Um ano e meio depois...

   ’s POV.
  - EU NÃO AGUENTO MAIS, VAMOS PRO HOSPITAL!! – Entramos no carro e ele deu partida. A dor era insuportável. Eu tinha certeza: estava pra nascer.
  - Calma, respira. – Ele dizia.
  - , calma, não é pra tanto.
  - EU TÔ DIZENDO ISSO PRA MIM MESMO!!! – Ele respirava fundo.
  Chegamos ao hospital, e logo me levaram para um quarto, e ligou para e para . Uma meia hora depois me levaram para a sala de parto.
  - , você não precisa ficar aqui se não quiser...
  - Não, eu quero ver nossa filha.
  Mas no momento em que abriram minha barriga, ele desmaiou. Não dei bola, porque tiraram um bebê da minha barriga logo em seguida. Não, não, um bebê, a minha filha. Minha filha e do . A criança mais linda do mundo todo. Meus olhos se encheram de lágrimas.
  - Ai meu Deus... Ela é tão linda. – Falei, chorando.
   se levantou do chão.
  - AI MEU DEUS NASCEU!!!! – ELE sorria bobo, e s aproximou da criança que estava em meus braços. Seus olhos se encheram de lágrimas como os meus. – Ela é linda... Como a mãe.
  Sorri.
  - É... – Eu chorava. – , então vai ser , né?
  - . – Ele sorria bobo.
  Sim, tínhamos uma filha. . Acho que nunca fui tão feliz assim em minha vida. Tinha meu apartamento, meu marido, meu emprego, e agora minha filha linda, a .
  É, às vezes na vida temos que passar por certas dificuldades, para chegar ao ‘felizes para sempre’.

THE END... Or not.



Comentários da autora