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#029 Temporada

7 Rings
Ariana Grande



Money, it's a crime

Escrito por N.S.

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  – O que você acha desse anel? – Bruna encarava a peça, enquanto via colocar em seu dedo.
  – Não sei... discreto demais, quero algo um pouco maior. – sorriu, negando com a cabeça. – Darling, consegue trazer outros modelos, nenhum desses me agradou. – abriu um sorriso fofo, fazendo a vendedora se levantar. – Aproveita e traz também mais Chandon, estou com a garganta seca.
  – Claro, senhorita. – A moça sorriu, se retirando do local.
  – Eu ainda fico surpresa com todo esse tratamento que você recebe, sério, é inimaginável, amiga. Quem diria que em três anos sua vida mudaria drasticamente?
  – Eu sei, a gente se acostuma com luxo, então não lembro muito daqueles tempos difíceis... – Ela sorriu.
  – E a Evelyn? – bufou baixo.
  – Vamos falar de coisas boas? Não quero invocar o demônio e ele aparecer na minha frente. Garotinha chata e mimada.
  – Você foi uma víbora com ela... – suspirou baixo, se lembrando de seu passado, coisa que ela evitava fazer...
  – Definitivamente, já estou achando uma péssima ideia ter te trazido comigo aqui, se for para você ficar falando essas coisas...
  – Desculpa, minha intenção não foi essa, amiga, só fiquei nostálgica. Você não se arrepende mesmo, então está tudo bem.

  Três anos antes...

  – Sua casa é tão luxuosa, Evelyn, uau! – encarava tudo encantada, ela nunca tinha entrado em um local tão grande como aquele, mas também, que experiência de vida tinha?
  A garota tinha apenas 19 anos, nos quais 18 ela viveu em um orfanato, pois seus progenitores a abandonaram lá, e ela não foi agraciada por uma adoção. A vida dela tinha sido um inferno, mas pelo menos ela não tinha passado aquilo tudo sozinha tinha uma amiga ao seu lado por boa parte desses anos, Bruna era seu porto seguro.
  – Obrigada, querida, mas vem, vamos para o meu quarto para adiantarmos esse trabalho de marketing. – sorriu, assentindo para a colega de faculdade.
  Ela e Evelyn cursavam Administração há um ano, mas de uns tempos para cá elas estavam mais próximas e tinham virado dupla uma da outra nas aulas. Ambas pensavam igual, então os trabalhos fluíam facilmente.
  – Fico feliz que tenha topado vir aqui em casa, fica mais confortável do que ficar na biblioteca da faculdade. – assentiu, concordando. Por sorte era o dia de folga do trabalho dela, então tinha topado fazer o trabalho lá, por insistência de Evelyn. Elas subiram até o quarto da estudante e ficou ainda mais surpresa.
  Só o quarto dela era do tamanho do apartamento que dividia com Bruna e Eduardo. Ela escondeu qualquer sentimento que quisesse expressar, pois já tinha elogiado a casa da garota. Mas reparou cada detalhe: a cama de casal estilo dossel, o closet que deveria estar recheado de roupas de marca, o banheiro com uma enorme banheira que ela conseguiu ver já da porta do quarto da moça. Suspirou baixo. Seguiu a garota e se sentou na confortável cadeira da escrivaninha, quando viu Evelyn se jogando em sua própria cama. viu um porta-retratos onde tinha a garota e um rapaz muito bonito.
  – É meu namorado, o Heitor... – suspirou baixo, assentindo.
  – Que sorte grande, ele é muito bonito. – Evelyn assentiu, sorrindo. colocou o porta-retrato de volta no lugar. O celular de Evelyn tocou antes que elas pudessem começar a trabalhar.
  – Olha só, falando nele. – Mostrou o aparelho a , que sorriu cordialmente, incentivando-a a atender. – Oi, amor, como está? – Houve um silêncio enquanto ouvia uma voz masculina, mas não conseguia entender o que o rapaz falava. – Estou bem, claro, posso sim, só estou fazendo um trabalho da faculdade agora. Que horas? – Evelyn abriu um sorriso bobo. – Perfeito, nos vemos às 19 horas então. Te amo. – Desligou o celular e a encarou. – Ele quer jantar comigo, tem alguma novidade sobre o trabalho dele e quer comemorar.
  – Ah, que bacana, você deve estar radiante. Ele trabalha com quê? – Ela a encarou, interessada.
  – Ele é vice-presidente da Yorki, uma empresa no ramo alimentício. – a encarou, surpresa.
  – Bacana! – tinha os olhos brilhantes. - Mas vamos começar esse trabalho logo? Não quero atrapalhar a comemoração de vocês, e hoje é meu dia de folga, quero resolver algumas coisinhas também... – sorriu, umedecendo os lábios.
  – Vamos. – Evelyn abriu o notebook.

  – Nossa, demorou, , não era seu dia de folga hoje? – Eduardo sorriu, quando a viu adentrar a porta da casa. A menina suspirou baixo, dando um selinho no amigo, eles tinham uma espécie estranha de amizade colorida.
  – Era meu dia de folga mesmo, mas aproveitei para adiantar um trabalho de marketing com uma colega da faculdade. E depois fui ao dentista, comprei algumas coisinhas também, enfim, minha única folga da semana voou. Que saco. Amanhã começa tudo de novo, faculdade, e aguentar aquelas clientes entojadas na loja.
  – É, a nossa vida de assalariado é assim mesmo. Mas pensa que estamos estudando para mudá-la. – Eduardo acariciou as costas dela.
  – Você é tão otimista, Edu, isso é uma das coisas que eu mais gosto em você. – Lhe deu um selinho. – Mas te confesso que ver tanta gente formada e sem trabalhar na área de atuação me dá um desânimo... Se houvesse uma forma de enriquecer mais fácil, eu juro que embarcava nisso.
  – Mas não tem, se a gente não levantar todo dia cedo, seja para estudar ou para trabalhar, não vai rolar, vai por mim. Vou esquentar sua comida. – Ela o viu se levantar e continuou no sofá, imersa em pensamentos, ela sabia sim que havia outras formas de enriquecer.

  Aquele foi o primeiro trabalho de muitos que fez com Evelyn, a garota era divertida e sempre fazia os trabalhos de forma precisa, então a aproximação tinha sido natural. Evelyn não tinha amigas próximas, havia se tornado uma. As duas caminhavam em direção à saída da faculdade.
  – Ah, já estava me esquecendo... – Evelyn parou de andar, abrindo a mochila e pegando o papel. – Resumo para você!
  – Seus resumos sempre me salvam, agradeço muito. – pegou o papel estendido, era o resumo para a prova de amanhã que Evelyn havia feito com muito carinho.
  – Imagina, você já trabalha muito, não me custa, eu só estudo de qualquer forma. – Evelyn alisou o braço dela. As duas continuaram caminhando e Evelyn abriu um bonito sorriso quando viu quem a esperava. – Hoje você conhece o Heitor! Ele está aqui! – sorriu para a garota, tentava acompanhar seus passos apressados. – Amor, que surpresa linda!
  – Oi, linda! Queria almoçar contigo. – encarava os dois, um pouco mais distante, faziam um casal até bonitinho e Heitor realmente conseguia ser ainda mais bonito pessoalmente. Ela levou o dedo polegar aos lábios. Eles deram vários selinhos enquanto sorriam um para o outro.
  – Amor, quero que conheça a , minha amiga de faculdade. – se aproximou com um pequeno sorriso. – , esse é o Heitor. – sorriu, parando em frente ao rapaz e lhe estendendo a mão, o encarando nos olhos.
  O rapaz sorriu, segurando a mão dela e sentindo-se completamente estranho com o contato que teve, engoliu em seco quando a encarou verdadeiramente, era ela muito atraente. abriu um sorrisinho de lado, soltando a mão do rapaz, lindo e rico, um pecado ser comprometido, ela pensou.
  – Muito prazer, confesso que estava curiosa para conhecê-lo, Evelyn fala tantas coisas sobre você. – A amiga de Evy piscou para ele, que desviou o olhar rapidamente. Jogo perigoso, muito perigoso o que estava sentindo pela melhor amiga da namorada.
  – Espero que ela fale coisas boas, não é, linda? – Evelyn sorriu ingenuamente.
  – É claro que sim, sempre coisas boas. – Ela sorriu, trocando um selinho rápido com ele.
  – Bom, eu tenho que ir, preciso correr em casa, entro às 14 horas no trabalho. Mais uma vez, prazer conhecê-lo. – sorriu.
  – Amor, não podemos levá-la antes de irmos almoçar? Assim a ganha um tempinho.
  – Ah, não, não precisa mesmo, eu pego um ônibus, é rápido e...
  – Não vejo problema, eu a levo. – Evelyn bateu palminhas, animada. O homem soltou o ar brevemente, precisava evitar ao máximo , era o melhor para o namoro dele com Evelyn, ela tinha algo tão... era inebriante.
  – Não vai atrapalhar vocês mesmo? – encarou os dois, fazendo um biquinho.
  – Jamais, amiga. Fica tranquila. – A vendedora assentiu, concordando então.
  Os três começaram a andar em direção onde o veículo do vice-presidente estava estacionado, Evelyn tagarelava sem parar enquanto andava com a mão entrelaçada com a dele, ia alguns passos atrás.
  Chegaram onde estava estacionada a Range Rover preta do rapaz, a vendedora mordeu o lábio inferior, tentando esconder a surpresa, era um carro caríssimo, nunca pensou que andaria em um daqueles. Ele destravou o veículo e entrou no banco de trás, sentando-se atrás de Evelyn. Não demorou para que o veículo começasse a andar, encarava a rua pela janela, rindo enquanto Evelyn reclamava de uma aluna que interrompia a aula para perguntar coisas óbvias demais ou para falar sobre um parente dela que passava pela mesma situação descrita pelo professor. sentiu-se observada, direcionou o seu olhar em direção ao retrovisor e soltou o ar, surpresa, o rapaz a encarava, assim que percebeu que ela o tinha flagrado, engoliu seco, desviando o olhar para frente.
   relaxou o corpo no banco, aquilo definitivamente tinha sido estranho, por que ele tinha desviado o olhar daquele jeito? Mordeu os lábios, confusa.

  – Ele desviou o olhar porque ele foi pego no flagra te observando, , não seja ingênua, homens sendo homens. – negou com a cabeça ao comentário de Bruna. – Ah, amiga, qual é? Você é linda! Só se mantem afastada dele, se não quiser problemas.
  As duas estavam em casa conversando depois que Bruna havia chegado da faculdade, estava estudando, quando resolveu comentar do namorado da colega de faculdade.
  – Mas que o Heitor é um gato, ele é. E o principal, ele é riquíssimo. Range Rover, Bruna, eu nunca pensei na minha vida que andaria em um carro desses. – suspirou fundo, daria tudo para ter um carro daqueles em sua garagem. – Não posso negar que fiquei mexida com essa vida de gente rica esbarrando na minha, eu, como uma bela bolsista assalariada que sou... Daria tudo para viver a vida que eles vivem.
  – ...
  – Relaxa, Bruna. Eu só comentei contigo, não é como se eu fosse investir no Heitor e roubar o namorado da Evelyn. – abriu um sorriso de lado, rindo em deboche.
  Ah, Evelyn, você já é tão rica... podia bem liberar o namorado, não ia mudar nadinha em sua vida, mas para mim...
  – Sei... – Bruna a encarava profundamente, estudando-a.
  – É verdade. Agora, se ele me apresentar um amigo dele, rico como ele, eu juro que vou amar. Qual é? Eu mereço um pouquinho daquela riqueza todo da Evelyn e dele. O namorado vice-presidente por completo merecimento, sabemos bem como a meritocracia comeu solta ali. Eu sou filho do dono, então eu mereço ser o vice-presidente sim.
  – Ai, ! – Elas riram baixo. – E o Edu? Vocês têm esse lance estranho, mas se gostam! – fechou o sorriso. Edu dormia profundamente na sala.
  – Não tem futuro, Bruna e você sabe disso. – Ela se espreguiçou, cansada.

   olhava como o biquini que Evelyn tinha lhe dado havia ficado lindo em seu corpo, com certeza a peça tinha custado caro. Suspirou fundo, passando um protetor labial nos lábios. Tinha passado um pouco de protetor pelo corpo também, guardou tudo na bolsa que tinha trazido.
  Hoje era sua folga e Evelyn a havia convidado para tomar um banho de piscina em sua casa, convite que foi muito bem aceito pela moça, quem recusaria naquele calor que fazia? Saiu do quarto da amiga depois que tinha se trocado no banheiro dela. Desceu as escadas, indo em direção ao quintal dos fundos, onde ficava a piscina do lugar. Sorriu quando Evelyn acenou para ela com um bonito sorriso da piscina, sendo retribuído por ela.
  – , pega uma bebida para gente na cozinha? Pedi para a Maria deixar preparado uma bela limonada que a gente com certeza vai batizar. – gargalhou, deixando suas coisas na cadeira de sol e abrindo um sorriso, voltando os passos em direção ao lugar.
   encarou a cozinha, estava vazia, parecia ser somente as duas na casa. A vendedora viu quando Maria tinha saído para fazer as compras e os demais empregados não estavam por ali. Deu de ombros, abrindo a geladeira e pegando o suco. Sentiu a parte de cima do biquini desamarrar, bufou alto, deixando a jarra em cima da mesa, e ajeitando o biquini.
  – Deixa que eu te ajudo. – Ela levou um susto quando escutou a voz rouca do namorado da amiga. O que ele fazia ali? – Posso?
  – Pode. – Ela sorriu fechado, virando-se para frente enquanto segurava a peça. – O que faz aqui? – Ela o sentiu se aproximar atrás dela, ele pegou o tecido de sua mão e deu o primeiro amarro.
  – Evelyn disse que vocês iam curtir uma piscina e me convidou, mas eu só dei uma passadinha mesmo para ver minha namorada, devo voltar logo ao escritório. – virou a cabeça de lado, o vendo amarrar.
  – Que força! Muito apertado, Heitor, assim me enforca. – Ela riu baixo, ele afrouxou o aperto. – Consegue fazer um lacinho? – Ele riu, concordando com a cabeça.
  – Está bom agora? – Ela assentiu, virando sua cabeça para frente de novo. O namorado de Evelyn engoliu em seco, tocando nos ombros da mulher que estava ainda mais atraente. Era impossível não a encarar com aqueles trajes.
  – Está, obrigada. – Ela se virou de frente para ele, o surpreendendo a encarar despudoradamente mais uma vez.
  Aquilo estava virando uma constância, desde o dia que eles haviam se conhecido. Todas as vezes possíveis e inimagináveis que se encontravam, Heitor a devorava com os olhos, e ela fingia não perceber, mas era a primeira vez que ela o tinha flagrado e os dois estavam sozinhos em um mesmo ambiente. Resolveu brincar um pouquinho.
  – Isso não é certo, Heitor... – Ele riu, nervoso.
  – Não sei do que você está falando... – Ela segurou o rosto dele, o encarando firmemente.
  – Não se faz, Heitor. Fala a verdade para mim, você não veio aqui pela Evelyn, veio? – Ela abriu um sorrisinho de lado, aquilo estava até que divertido demais. Homens sendo homens como Bruna já havia a dito.
  – ... eu...
  – Não devemos, é errado, a Evelyn não merece. – Ela mordeu os lábios, largando o rosto dele e se afastando alguns passos do rapaz, que se aproximou dela, deu alguns passos para trás, acabando encurralada entre ele e o armário.
  – Eu também já te flagrei me encarando, , não se faz de santa. A atração é forte entre a gente, você sabe que é. – Ele a encarou com um sorriso malicioso. – Eu juro que tentei me afastar de você, porque quando eu coloquei meus olhos em você, percebi que você era cilada, uma bonita cilada. – riu.
  – Agora eu sou a culpada? Ah, Heitor, você deveria respeitar sua namorada.
  – E você sua amiga. – Ela gargalhou novamente. Ele se aproximou dela, depositando um beijo em seu pescoço, que a arrepiou. – Você é tão linda... – Ela o encarou firmemente nos olhos e se aproximou dele, a distância era mínima.
  Ela passou a língua entre os lábios, movimento rapidamente capturado pelo rapaz, que pressionou suas bocas, entreabriu os lábios e um beijo intenso se iniciou ali. Podiam ser flagrados a qualquer momento por Evelyn, mas o perigo definitivamente tornava tudo aquilo ainda mais gostoso.
  – Não, chega, ela está na piscina, só torna tudo ainda pior. – fez um biquinho, o empurrando longe. – Fica aí e acalma seu amiguinho. – Ela apontou para a região da virilha dele. Ele riu baixo, vendo-a pegar a bandeja e caminhar em direção à piscina.
  – Isso foi só o começo, ... – Ela se virou de costas, lhe dando uma piscadinha marota. Ele sabia, seria sua ruína.

  Heitor abriu a porta de sua casa, afoito, tinha combinado de encontrar no local. Depois do dia da piscina, seus encontros haviam ficado frequentes, era como droga, tinha virado seu vício. A todo tempo livre se lembrava dos seus beijos, dos seus toques, do seu cheiro, suspeitava estar apaixonado pela garota.
  Ele correu para o banho, aproveitou para fazer a barba, vestiu uma roupa casual que consistia em uma regata e uma bermuda. Foi para a cozinha, abriu a geladeira e tirou presunto, queijo e salame, faria uma tábua de frios para que degustassem. Ouviu a campainha tocar, ajeitou mais uma vez o cabelo molhado e abriu a porta com um bonito sorriso.
   mordeu os lábios, Heitor estava gato demais. Pulou nos braços dele, que a pegou rapidamente no colo, suas pernas entrelaçaram em sua cintura, ele fechou a porta com o pé, tentando equilibrá-la em seus braços. Se sentou com ela no sofá, enquanto ainda não tinha se separado do longo beijo que compartilhavam. o afastou levemente deixando alguns selinhos nos lábios dele. Alisou seu rosto levemente. Heitor depositou beijos no pescoço da garota.
  – Que saudade eu estava de você. – Ela suspirou baixinho, sentindo os beijos no local. O afastou levemente.
  – Eu também estava, Heitor. Mas confesso que a situação que estamos não me agrada em nada. – Ela mordeu os lábios, o encarando. – Hoje é nossa última vez, não consigo mais. – Ele arregalou os olhos.
  – , eu vou resolver minha situação com a Evelyn, juro, eu quero mesmo ficar só com você. – A garota umedeceu os lábios, o encarando firmemente.
  – Você só fala, Heitor, já estamos nessa há dois meses, me sinto a pessoa mais suja do mundo sendo sua amante e amiga da Evelyn. Eu sei que posso perdê-la a qualquer momento, mas eu te amo e entre você e ela, eu escolho você.
  – Você me ama? – abaixou o olhar, envergonhada.
  – Mais do que a mim mesma... – Ainda tinha os olhos fixos no chão. Heitor levantou o rosto dela, a encarando.
  – Eu também te amo e, eu juro, amanhã mesmo eu vou conversar com a Evelyn, não quero mais ficar longe de você. – abriu um enorme sorriso.
  Aquela sem dúvidas era a melhor notícia que havia recebido naquele dia, depois te ter ficado em pé o dia inteiro vendendo bolsa para aquelas peruas. Em breve ela não precisaria mais se submeter àquilo, faltava tão pouco. Ah, Heitor...
  – Eu amo mesmo você. – Ela se aproximou dele, selando seus lábios mais uma vez, o jogando no sofá, e levantando a blusa do rapaz.

  – E a Evelyn sabe que você está se mudando para o apartamento do Heitor? – Bruna viu a amiga fazendo as malas, e a encarou.
  – Não sei e, de verdade? Eu não me importo, uma hora ou outra a gente vai precisar assumir isso para ela, sabe? Ela não vai morrer, ela é forte e bonita, logo ela arruma algum ricaço.
  – , você é tão baixa, é assustador. Eu às vezes olho para você e não te reconheço. – Bruna a encarava completamente chocada. suspirou bem fundo.
  – Bruna, essa sou eu, não gosto quando você fala essas coisas... me machuca, porque você é minha irmã de alma.
  – É por isso mesmo que eu falo essas coisas, desiste disso tudo, não vale a pena.
  – Bruna, eu preciso de uma vida melhor, eu não aguento mais trabalhar em um emprego que eu odeio, viver nessa pobreza, contando os centavos! A vida que o Heitor vai me oferecer é tudo o que eu sempre sonhei! A Evelyn é rica, se tratará nos melhores psicólogos do país, ela vai superar, eu não terei uma outra oportunidade como essa.
  – Você ama o Heitor? – fechou a mala.
  – Não, eu não o amo, ele é só uma escada, Bruna, eu sei que não vou ficar com ele, mas ele é o que eu preciso nesse momento. Não me julga, por favor, e também não me afasta. – Ela se aproximou da melhor amiga, que a afastou.
  – Eu não posso mesmo com isso, . – Bruna saiu do quarto, abandonando uma com um bico nos lábios. Ela tirou a mala da cama, e quando ia sair do quarto, encontrou Edu, voltou alguns passos ao quarto.
  – Eu ouvi tudo. – Ela arfou. – Eu concordo tanto com as palavras da Bruna, você está irreconhecível.
  – Edu, eu...
  – Eu não quero ouvir suas justificativas, . Que você sempre foi ambiciosa, eu sabia, mas sem escrúpulos? – sentiu como se uma faca tivesse atravessado o seu peito. – Você se tornou um ser humano digno de pena.
  – Eduardo, você não tem o direito de falar isso para mim. Eu estou indo em busca de uma vida melhor. Você não sabe o que é crescer sem dinheiro, sem amor, sem carinho, com o Heitor eu terei isso. Me desculpa se te magoei, mas nesse momento eu preciso ser egoísta. – A garota pegou as malas e começou a andar em direção à saída do cômodo. – Me perdoe, eu gosto de você de verdade.
  – Se você sair dessa casa, me apaga da sua vida para sempre. – Ela parou os passos na sala ao ouvi-lo, mas não tinha mais volta, ia doer, mas ela viveria sem a amizade e o carinho de Eduardo. Suspirou e voltou a andar até a saída da casa com o coração pesado, mas com a esperança de que aquelas palavras não eram tão sérias assim. Mas ela não sabia é que tinha perdido Edu naquela tarde.

   mexia no celular freneticamente, como era bom só estudar, amava aquela vida, sem sombra de dúvidas. Heitor tinha ido trabalhar e ela estava sozinha no apartamento do rapaz. A campainha tocou, a garota tinha achado estranho, o porteiro não havia interfonado, então era alguém conhecido. De cenho franzido, a garota abriu a porta, não olhando o olho mágico e se deparou com a Evelyn do outro lado da porta.
  – Não acredito nisso. – Ela tentou fechar a porta, mas Evelyn conseguiu entrar.
  – Morando com ele? Sério mesmo, ? Como eu pude confiar em você? Quando você ia me falar? Eu descobri pelas redes sociais, você nem se dignou a me procurar, só se afastou de mim, nós éramos amigas!
  – Evelyn, me desculpa, mas você é emocionada demais, nós nunca fomos amigas, éramos próximas, mas eu nunca te considerei assim. – Evelyn pressionou os olhos, não conseguiu se segurar, e desferiu um tapa na cara da garota a sua frente. sentiu o lado esquerdo do rosto arder, levou a mão ao local que estava quente. – Eu não vou revidar, eu mereci mesmo. – deu de ombros.
  – Você é a pior espécie de ser humano! Completamente baixa e sem nenhum pingo de amor por ninguém.
  – Eu sei, vai, vomita mais, me xinga, se isso vai te aliviar, mas aconteceu, e nada do que você fizer, vai mudar isso. O Heitor é meu.
  – Vaca, escrota, eu te odeio tanto, , vocês não vão ficar juntos, um relacionamento que começa com a infelicidade de alguém sempre está fadado ao fim.
  – Concordo em gênero, número e grau. Eu sei de tudo isso, Evelyn, e que seja eterno enquanto dure. – abriu um sorriso de lado. – Agora vai embora da minha casa, ou eu vou chamar o porteiro. Já cansei de ouvir insulto. – Evelyn ia se aproximar para lhe dar outro tapa, mas segurou sua mão. – Chega, não é? Já deu. – Segurou a mão da mulher a sua frente. – E um conselho que eu te dou para a vida, quando entrar em um relacionamento sério, não apresenta amigas novas para o seu namorado, sua ingenuidade te colocou nessa situação.
  – Vadia. – Evelyn cuspiu no rosto da ex-vendedora, que revirou os olhos, a empurrando para sair do local, assim que Evy atravessou a porta, a bateu.
  – Ah, Deus! – Se jogou teatralmente no sofá, suspirando fundo.

  – Pronta, ? – A garota surgiu com um vestido lindíssimo vermelho que havia ganhado do namorado. – Maravilhosa.
  – Obrigada, vida. – se aproximou do namorado, depositando um selinho em seus lábios. – Confesso que estou nervosa em conhecer o seu pai. Tenho medo de ele me odiar, sei lá, eu destruí seu relacionamento de cinco anos com a Evelyn.
  – Você não destruiu nada, estávamos fadados ao fim, e Evelyn era tão sem graça. – Ela abaixou o olhar, homens sendo homens. – Fica tranquila, ok? Você é encantadora, dócil, e uma mulher linda, meu pai vai te adorar. – Ele levou a mão dela aos seus lábios, depositando um beijo casto ali. Ela sorriu, assentindo.
  Heitor entrelaçou a mão com a dela e os dois saíram do apartamento. Adentraram o elevador e desembarcaram no subsolo, se direcionaram até a Range Rover dele, suspirou, como amava andar naquele carro. Sutilmente jogava indiretas para que Heitor a presenteasse com um daqueles, mas ele era mão fechada demais. Tinha que adoçá-lo mais se quisesse o veículo só para ela.
  O rapaz não morava tão longe da casa do pai, o homem era viúvo, não tinha se casado de novo, de acordo com Heitor, o homem amava demais sua mãe. segurou a mão de Heitor quando eles desceram do veículo que estava estacionado na garagem da casa e sentiu cada poro de seu corpo arrepiar, estava mesmo nervosa, tinha que dar tudo certo, se o homem não gostasse dela, ela poderia enfrentar problemas na relação dos dois.
  Adentrou a casa, que conseguia ser ainda maior que a de Evelyn, e suspirou, completamente encantada. Céus, aquelas pessoas realmente tinham dinheiro e gostavam de esbanjar, qual era a necessidade de uma casa daquele tamanho para um homem solitário de 50 e poucos anos? Não demorou para que o pai de seu namorado aparecesse em seu campo de visão.
  – Oi, pai! – Heitor desentrelaçou sua mão da de , e se aproximou do homem, lhe dando um abraço apertado. – Essa é , minha namorada. – A garota se aproximou dele, apertando a mão do homem, encarando profundamente seus olhos. Foi impossível que o mais velho não engolisse em seco, os olhos daquela mulher eram fascinantes e ela era muito bonita.
  – Prazer, senhor Lincoln, é uma honra conhecê-lo, Heitor fala muito bem do senhor. – mordeu os lábios com um sorriso angelical. O mais velho sorriu abertamente.
  – Senhor é muito formal, pode me chamar de Lincoln. – Ele ainda a encarava, encantado.
  – Lincoln... – sorriu, fazendo com que ambos sorrissem com ela.
  Tal pai, tal filho. Ah Heitor, já tinha um novo alvo.

  Atualmente...

  – Quem poderia imaginar que o Lincoln se casaria comigo, morreria e me deixaria toda sua fortuna? Ele era mesmo adorável e me deixou tão bem, que hoje eu sou muito feliz com tudo o que eu tenho. Quem disse que dinheiro não traz felicidade? Cá estou na Tiffany.
  – Só o Heitor a todo custo querendo invalidar sua herança... – revirou os olhos.
  – Que ele tente, vai perder em todas as instâncias, foi legítimo. Mas pensa, pelo menos ele está com a Evelyn. Eu só dei uma breve pausa no relacionamento dos dois.
  – Vadia. – gargalhou alto.
  – Me xinga mais que eu não compro anel nenhum para você, viu? – As duas gargalharam. A vendedora trouxe mais do champagne para ela, equilibrando com o estojo com mais modelos de anéis. – Amo te mimar, neném. Vai, escolhe um.
  – Obrigada, . – A garota piscou, levando o champagne aos lábios.
  Ela tinha a vida que sempre sonhou e não se arrependia de nada do que tinha feito e, se pudesse, faria tudo de novo.
  I see it, I like it, I want it, I got it (I want it) (yeah)

FIM

  Nota da autora: Gente, que desafio pegar essa música kkkk, refiz esse plot um milhão de vezes, até vir um insight de escrever uma pp má kkkk. Obrigada a quem leu <3