Meu Presente de Natal
Escrito por Isabelle Castro | Revisado por Isabelle Castro
- Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida. - Canto baixinho para mim mesma, apoiada no balcão da cozinha em frente a um pequeno cupcake que possuía uma única vela fina entre a cobertura de chocolate. - Feliz aniversário, .
É solitário comemorar seu aniversário sem a companhia de ninguém. Ainda mais, quando se é na véspera de Natal, uma data onde famílias se reúnem para apreciar de um banquete cheio de comidas deliciosas e trocarem presentes uns com os outros. Mas para mim, desde pequena, isso se tornou normal, já que cresci e vivi a maior parte da minha vida em um orfanato.
No dia 24 de Dezembro, eu comemorava mais um ano de vida.
Era véspera de Natal, um dos dias mais felizes do ano, entretanto para mim, era o mais odiado de todos. Uma menina que foi abandonada, crescendo solitária, não sendo adotada por nenhuma família, não tinha o porquê de comemorar esta data. Era só mais uma no calendário.
Hoje, sem nem ter começado a cursar uma faculdade por falta de dinheiro, apesar de trabalhar em uma cafeteria, morando em um apartamento minúsculo que dá dó, sem família, sem ninguém, completo 21 anos de idade.
O mundo é tão grande que eu me sinto uma Zé ninguém, até porque eu sou uma realmente. É engraçado pensar que até os meus 6 anos de vida eu era até considera feliz que interagia com os coleguinhas e tudo mais. Lembro até hoje, um pouco antes do meu aniversário, quando o Papai Noel foi ao orfanato e as crianças tinham que sentar em seu colo e falar um pouco com ele.
FLASHBACK ON
- ? É a sua vez de falar com o Papai Noel, vamos? - Tia Clau me chama e a sigo até a cadeira onde o homem de vermelho estava sentado. Aquele era o Seu Noel.
- Ho ho ho, olá, queridinha. - Ele fala assim que sento em seu colo. - Qual é o seu nome?
- Eu sou a , seu Noel. - Respondo, logo abrindo um sorriso que mostrava a janelinha que havia no meio dos meus dentes, já que dois deles que ficavam na frente haviam caído um tempinho atrás.
- , que nome muito bonito. Quantos anos tem a pequena ?
- Vou completar 6 anos no dia 24. - Sorrio mais uma vez. Eu gostava do seu Noel. No ano passado, escrevi uma cartinha, com ajuda da professora Lena, pedindo uma boneca do novo filme da Barbie e eu a ganhei. Fiquei muito feliz, então neste ano irei me aventurar e pedir algo que quero muito e que as outras crianças com que brinquei neste ano pediram no ano anterior e ganharam.
- E você foi uma menina comportada neste longo ano, menina ? Papai Noel só dá presentes para crianças comportadas. - Ele me olha sério, mas logo abre um sorrisão.
- Fui sim, seu Noel. - Faço uma posição de sentido, deixando minhas costas retinhas. - Fiz todas as tarefas de casa, não disse palavras feias e fui dormir na hora certa do soninho. - Sorrio ao terminar de falar.
- Que menina boa... E o que a senhorita vai querer de Natal, conta pro Noel aqui.
- É uma coisa muito, muito, muiiiiito especial o que eu quero e se o senhor me der eu irei te amar mil vezes mais. Mas... - Me encolho um pouco em seu colo. - Posso falar no seu ouvido, porque é meio que um segredo, eu escrevi outra coisa na cartinha pro senhor. - Falo baixinho.
- Claro. - Ele responde.
Me aproximo do seu ouvido, faço um formato de concha com minhas pequeninas mãos e falo baixinho:
- Eu quero uma família.
FLASHBACK OFF
Quando o Natal chegou naquele ano, percebi que o que eu tinha pedido não iria chegar muito cedo e nem chegou. No ano seguinte, esperava que o meu presente de Natal fosse chegar e no próximo e nos que seguiram. E por causa disto, fui me distanciando das crianças até ficar só.
FLASHBACK ON
- O que foi, ? Por que anda tão tristinha? - Tia Clau pergunta para mim, que estava sentada no meio do parquinho arrancando uns pedacinhos da grama.
- Eu acho que não fui uma boa menina nesses anos. - Respondo baixinho.
- Que nada. Você é uma excelente menina.
- Então porque o Papai Noel não me deu o que eu pedi de presente de Natal? - Pergunto levantando minha cabeça para olhá-la. Meus olhos estavam esbugalhados, com algumas lágrimas nos cantos e meus lábios faziam um bico de choro.
- Ué... Mas o que você escreveu nas suas cartinhas você ganhou. - Ela me olha desconfiada e com pena.
- Não... No ano em que ele veio aqui em casa eu pedi outra coisa.
- E o que foi que você pediu, querida? - Ela se abaixa para ficar mais próxima de mim. Reluto em dizer. - Não precisa ter medo, . A tia é legal, você sabe né? Não vou te julgar.
Respiro fundo antes de dizer:
- Eu tinha pedido uma família. Mas parece que nenhuma me quer.
Ela arregala os olhos e abre a boca assustada.
- ... Não é culpa do Papai Noel, isto.
- É sim! Ele deu uma família para todas as outras crianças que eu brincava, pois elas tinham pedido pra ele uma também e por que só pra mim que ele não quer dar? - Respondo braba.
- ... - Ela tinha lágrimas nos olhos assim como eu que já chorava. - É uma situação complicada. Você tem que ter calma, pois até as crianças com quem você brincava tinham esses problemas.
- Mas...
- Sem mas, okay? Respire fundo, limpe essas lágrimas que você é uma garota forte e para ter uma família você tem que ser uma pessoa forte e sorridente. Agora levanta da grama. - Ela fala, logo me ajudando a me levantar. - Um dia você vai ter sua própria família, vai se casar com um homem lindão... - Eu rio do jeito que ela fala. - E vai ter uma filha lindona igual a você.
- Posso ter um cachorrinho chamado Dino? - Pergunto me imaginando com essa família que tia Clau mencionou.
- Claro que sim. - Ela fala sorrindo.
FLASHBACK OFF
Infelizmente a tia Clau faleceu alguns meses atrás e nestes últimos meses a minha vida só mudou de ruim para pior e nada do que eu tentava fazer me alegrava.
Para aliviar um pouco a tensão que se acumulava em minha mente ao se lembrar desses acontecimentos, pego meu casaco de inverno e saio porta afora em direção à rua coberta de neve.
Passava na frente de algumas casas da região que eram enfeitadas com luzinhas e estátuas de Papai Noel e renas cobertas pela neve. Dava para escutar algumas risadas altas quando passava em frente de alguma moradia que possuía alguns carros na frente, já em algumas, a cortina estava aberta e pela janela eu via a família reunida em volta da mesa compartilhando aquele momento que parecia estar sendo incrível, menos para mim.
- Ho ho ho, Feliz Natal!
Tinha chegado na parte em que o comércio era mais amplo e algumas lojas, supreendentemente, estavam abertas e alguns Papais Noéis, em frete de algumas lojas, balançavam sinos para cima e para baixo exclamando para que todos aqueles que estavam nas ruas passeando tivessem um ótimo Natal.
- Vá se ferrar. - Digo para um enquanto me dirigia para a praça que tinha ali perto.
Quando chego à praça vou à procura de um banco para sentar, acho um rapidamente e quando chego perto escuto um som de violão juntamente com uma voz.
There is just one thing I need
I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree
Fui à direção de onde imaginava que era onde a pessoa que cantava estaria para escutar melhor. Apesar de tudo, eu gostava daquela música. Chegando perto, tiro minhas conclusões de que era um homem cantando, mas me surpreendo mais ainda quando chego mais perto. Ele estava sentado na muretinha, tocando violão, cantando, a caixa do violão aberta em sua frente só que sem nem uma nota de dinheiro dentro. Ele era muito talentoso e reparando melhor, muito atraente.
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas is you
Era uma versão bem diferente da que eu costumava escutar, sendo a qual cantava uma mais calma, mais bonita e perfeitamente combinando com sua voz. Ele ainda não tinha percebido que eu estava ali apreciando-o. Tocava o violão com praticidade e firmeza olhando-o, não errando uma nota, às vezes até fechava os olhos. Era lindo de se ver. Ninguém passava por ali, algumas pessoas que passeavam um pouco mais longe, olhavam para o local com curiosidade, mas não se aproximavam. Não sabiam o que estavam perdendo.
Depois de um tempo ele termina a música e eu aplaudo. Ele levanta a cabeça rapidamente com os olhos assustados.
- Desculpa ter te assustado. - Digo assim que paro de aplaudi-lo.
- Não, não, está tudo bem. - Ele diz logo dando um sorriso.
- Você toca e canta muito bem. - Digo sendo um pouco simpática.
- Obrigado... Tem alguma música que quer pedir?
- Pode ser uma não natalina? - Pergunto.
- Ué... Por quê? Não gosta do espírito natalino? - Ele ri um pouquinho e desvio o meu olhar dele.
- Não gosto do Natal mesmo.
- Sério? - Ele se levanta. - Não quer me contar o porquê disto enquanto tomamos um chocolate quente? - Ele pergunta, olho-o com meus olhos arregalados de surpresa. Penso em recusar. - Vamos lá... Está frio e quero uma companhia nesta noite.
- Hm... Pode ser então.
Espero ele guardar o violão, colocar em suas costas para que em seguida fossemos em direção à cafeteria perto da praça. Até lá não falávamos nada, mas o silêncio entre nós não era desconfortável, mas sim muito aconchegante.
Chegando lá, já na entrada percebo a decoração de Natal que haviam colocado, vermelho e verde por todo lado e alguns galhos de árvore espalhados pelo teto. Havia algumas pessoas sentadas pelo ambiente apreciando de um belo chocolate quente ou outra bebida quentinha para espantar o frio. Entramos na fila para pedirmos algo, não estava muito grande a mesma, umas 4 pessoas à frente.
- Então... Qual é o nome da garota com quem estou saindo? - Ele pergunta colocando as mãos no bolso da jaqueta, aparentemente pesada, preta.
- . - Sorrio timidamente. - E o seu?
- , mas te deixo me chamar de . - Ele pisca e eu coro.
Nunca fui de me aproximar muito de garotos, eram poucos os com quem eu conversa e estes eram colegas de trabalho e nada mais.
Chega nossa vez de fazer nossos pedidos e como fomos juntos, ele implora para pagar a minha parte e apesar de relutar um pouco deixo no final e o agradeço pela gentileza. Após pegar meu muffin de chocolate e a bebida quente, vou em direção a uma mesa perto da janela e me sento, vindo logo em seguida.
- Então, , vou direto ao ponto. - Ele me olha dando um gole em sua bebida. - Porque não gosta do Natal?
- Hã, é uma longa história. - Respondo sem o olhar, pegando um pedaço do muffin.
- Bom... Temos uma longa noite pela frente e se não me engano, aqui vai ficar aberto até à meia noite e são... Dez horas.
- Então são duas horas para contar da minha história. - Digo o olhando ainda com a cabeça abaixada.
- Exato. - Ele sorri fazendo com que eu também faça.
- Bom... Morei em um orfanato minha vida toda. - Respiro fundo antes de começar a contar. - E a mulher que me pariu me deixou por lá logo na véspera de Natal.
- Nossa. Sinto muito. - Ele diz com os olhos arregalados.
- Não tem problema, já passou e vivo nos limites. Bem... Quando criança, menina boba que eu era, pedi uma família como presente de Natal para o Papai Noel e bem... Não ganhei e nem fui adotada por todo este tempo. - Digo e logo fazendo um barulho com a boca como se fosse uma coisa óbvia.
- Mas família não precisa ser composta por um pai e mãe... Você poderia ter adotado um gato e ele seria sua família. - Ele fala como se fosse uma coisa fácil e dou risada de sua maneira de expressão.
- Sim, sim, eu sei, mas não tenho tempo para cuidar de um gatinho ou de até um peixe que parece ser mais simples.
- É... Tem que tomar cuidado com eles. Podem morrer afogados. - Ele diz com uma voz melancólica, olhando tristemente para seu croassain.
- O quê? - Gargalho em seguida juntamente com ele. - Mas e você? Te contei uma coisa bem séria sobre mim mesmo não nos conhecendo direito, então tenho o dever de saber algo sobre ti.
- Hm... Deixa eu me lembrar. - Ele faz cara de pensativo. - Algo em relação à Natal? - Assinto. - Lá pelos meus 7 anos, meus pais estavam no meio de um divórcio e escrevi uma cartinha para o Papai Noel, mesmo sabendo que ele não existia naquela idade, pedindo que meu pai e minha mãe não se separassem e que vivêssemos uma vida muito feliz para o resto de todo o sempre. - Ele faz uma pausa. - No final de tudo, acho que o camarada do Norte não recebeu minha carta e meus pais se separaram. - Ele faz cara de óbvio.
- Você sofreu muito naquela época? - Pergunto relutante por causa de separação de pais ser um assunto meio que delicado.
- No início era estranho, mas depois me acostumei e nem reclamava muito, até porque ganhava dois presentes em cada data especial, sendo que antes era só um. - Ele abre um sorriso bem grade e o admiro. Ele era um cara muito legal, gentil e engraçado. Estava gostando-o a cada minuto mais e mais.
- É né... Bom para você.
- Bem... Mas Papai Noel não iria me ajudar de uma forma ou outra na separação dos meus primogênitos da mesma forma que ele não iria ajudar você na sua adoção. - Ele fala e o olho com dúvida.
- Como assim?
- Você sabe que Papai Noel não existe, né? Ou tu acredita? - Ele arregala os olhos, mas logo volta a falar com a minha afirmação de que eu não acredito no bom velhinho. - Então, assuntos assim são mais difíceis de serem resolvidos e criança não sabe bem dessas coisas por ser algo complicado. E também o Noel só dá brinquedos e essas coisas de presentes, não é da laia dele dar famílias, como o teu caso, ou a não separação de pais, como o meu. Mas, independente do que aconteceu comigo e com você, de uma maneira ou outra é até melhor esses acontecimentos. - Eu continuo o encarando, tentando entender melhor o que falava. - Na minha vida, na época pré-divórcio era só briga, bate-boca, mais briga e eu quase fiquei traumatizado com o que escutava e às vezes via, no pós-divórcio minha mãe voltou a ser uma mulher feliz e agora está no auge da vida pegando um cara aí, já meu pai fundou a empresa dele e tá sendo um pai melhor atualmente. E você... - Ele aponta para mim. - Se tivesse sido adotada, muito provavelmente, não estaria aqui, sentada, tomando um delicioso achocolatado, com a minha excelente companhia. - Eu rio.
- É... Mas muito provavelmente eu poderia te encontrar em outro momento, mesmo se nem tivesse sido largada numa noite fria de véspera de Natal.
- Pois é, eu iria adorar se isso acontecesse. Mas você não precisa ter raiva ou sei lá o que você sente pela mulher que trouxe esse anjo para o planeta Terra, isso é passado e o que passou já passou. Você não pode mudar o que aconteceu, mas você é muito capaz de mudar o que vai acontecer, é só você tentar ser diferente no agora.
- Que inspirador. - Sorrio apreciando sua fala. - Muito obrigada pelas sábias palavras, alegrou toda a escuridão que havia no meu dia.
- Muito de nada, sou um filósofo em tanto. - Ele sorri e eu suspiro.
- Se você tem uma família, porque estava cantando na praça a essas horas e não esta com eles? - O pergunto tomando um dos últimos goles da minha bebida já não tão quente.
- Minha mãe viajou pro Japão com o namorado dela e meu pai não mora na cidade e eu não pude viajar para nenhum lugar pela falta de grana. Dai para juntar o bom com o melhor, fui pra praça ver se arranjava uns trocados a mais e divulgar o meu talento e ver se eu encontrava alguém para um chocolate quente comigo.
- E vejo que conseguiu encontrar pelo menos sua companhia. - Sorrio. - E você deveria tentar cantar a luz do dia para divulgar o seu talento nato, vá que um caça talentos esteja na cidade a procura de um ser igual a você?
- Nossa... Muito obrigado pela ideia. - Ele coloca a mão sobre o peito e olho para o local tendo pensamentos nada legais. Rapidamente volto a olhar em seus olhos e bebendo o último gole da bebida. - Hm... Você tá com... É... - Ele passa o dedo pelo buço e não entendo o que ele quis dizer.
- O quê?
- 'Peraê. - Ele se levanta da cadeira em frente a minha e vai para a do meu lado. - Aqui. - Pegando um guardanapo que estava em cima da mesa, ele se aproxima de mim, muito perto, e passa-o em cima de meus lábios. - Prontinho... Agora você já pode voltar a respirar.
Nem tinha percebido que tinha prendido minha respiração, mas com a aproximação muito próxima de tive que fazer. Nunca fiquei tão próxima de alguém como agora e ainda mais de um garoto, bonito por além. A imaginação de ele me beijando perambulava minha mente. Tão rápido, ele se afasta.
- Eu gostei de você, . - Ele sussurra.
- Também gostei de você, . - Sorrio.
- Vamos ter que marcar um outro dia para nos encontrarmos.
- Concordo.
- Tenho um pensamento me cutucando no cérebro de que há muito mais a se descobrir sobre...
- ! - Alguém grita me tirando do devaneio que eu criei enquanto me concentrava nas palavras de . Era Lena, minha colega de trabalho, que vinha andando com um avental em mãos. - O que faz aqui, guria? Não é teu turno e você está de folga hoje. - Ela chega perto da mesa onde estava. Olha para e me olha com uma cara maliciosa. - E quem é o bonitão, aí?
- É só um amigo, Lena. - Respondo sentindo que estava totalmente corada.
- Hm... Sei.
- Você trabalha aqui? - pergunta com os olhos arregalados.
- É... Trabalho. - Respondo rindo um pouco da pouca coincidência.
- E não fala nada, né! - Apenas encolho os meus ombros.
- Sim, ela trabalha, mas esta de folga nessa última semana do ano pois trabalha que nem louca aqui. - Lena fala. - Ha, ... Tenho que te entregar teu presente, fui ao shopping hoje e achei aquele livro que tu queria muito ler, deve estar lá no armário, segura ela aí, boy, pra não fugir.
- Hã... Não precisava, Lena. Mas obrigada. - Sorrio em agradecimento.
- Feliz aniversário, viu. Vinte e um anos de pura gostosura. - Ela grita enquanto vai em direção a porta somente destinada aos funcionários.
Fico olhando-a até alguns segundos depois que ela some depois da porta, volto meu olhar para e ele estava sorrindo.
- É seu aniversário? Hoje?
- Huhum.
- E você nem iria me contar?
- Quem sabe? - Dou uma pequena risada.
- Na véspera de Natal?
- Sim.
- Quando a mulher que te pariu te deixou?
- Exatamente.
- Então é por isso que você tem uma certa aversão ao Natal?
- É, por aí.
- Hm... Então, querida, meu grandioso parabéns. - Ele sorri e o acompanho. - Esta data não se pode se passar sem uma comemoração, espera aí...
- Não, , não precisa. Já comemorei meu aniversário hoje. - O seguro pela mão e a sensação arrepia meus pelos.
- Comemorou com quem? - Ele olha debochadamente.
- Sozinha?
- Então não comemorou. É rápido, , já volto.
Espero alguns poucos minutos e ele volta com o mesmo cupcake que eu havia comprado algumas horas atrás. Dou risada e o olho admirada, algumas lágrimas começavam a serem formadas no canto interior dos meus olhos.
- Agora sim. - Ele sorri como um campeão enquanto colocava o prato que tinha o cupcake na mesa. - Cadê aquela tua amiga? - Só de ele falar em Lena ela aparece ao fundo carregando a sacola da minha livraria preferida.
- Voltei, queridos. Aqui está teu livro, amiga. - Pego a sacola e agradeço.
- Agora... - toma folego e começa a cantar ao mesmo tempo em que lágrimas de alegria escorriam por meu rosto. - Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida... - Eles comemoram juntamente a mim que ria. - Feliz aniversário, . - Ele sussurra em meu ouvido e apenas aprecio o momento já sabendo que aquele seria o melhor Natal dos últimos anos.
FIM
Mais uma short para minha lista de escritas! Bom... Esta é especialmente dedicada à Natashia, minha chefe aqui no Espaço Criativo, uma das minhas autoras favoritas e que eu adoro muito. Deve ter dado um chuncho no meio do sorteio pois no anterior ela me pegou e escreveu uma shortfic maravilhosa e eu realmente espero, Nat, que você tenha gostado desta pois me esforcei muito para conseguir escrever uma a altura de você.
Se vocês quiserem ler minhas outras autorias, deixarei os links aqui abaixo: (P.S.: Todas são shorts e songfics.)
- DONOS DA NOITE {Outros, Finalizada} - Música: We Own The Night - Selena Gomez
- SOU EU QUE ME LEMBRO {Outros, Finalizada} - Música: Eu Me Lembro - Clarice Falcão
- NATURALLY {Outros, Finalizada} - Música: Naturally - Selena Gomez
- UM PEQUENO RECOMEÇO {Outros, Finalizada} - Música: Begin Again - Taylor Swift