Meu Paraíso é Você
Escrito por Ludmila Cruz | Revisado por Mariana
Prólogo
Aeroporto Internacional Kingsford Smith, em Sydney - Austrália.
- Danny!
- Hum?
- Danny, amor, olha pra mim.
- Que é?
- Você tá escutando o que eu tô falando?
- Tô sim!
- E o que eu estava dizendo?
- Alguma coisa sobre Austrália e Paraíso.
- Isso foi quando entramos no avião lá em Londres, o que eu estava falando agora já era outra coisa.
- Sério? Não era algo sobre maçãs, céu, paraíso?
- Daniel Alan David Jones, você quer fazer o favor de olhar pra mim enquanto eu estou falando com você?
- O que foi, ?
- Amor, desculpa!
- Pelo que agora, ?
- Por te trazer pra cá, sei que você não queria vir, você ama Londres e sua carreira de músico era lá.
- Que carreira? Não me faça lembrar o quão fracassado eu estou e além do mais eu não tive escolha, gastei todo dinheiro que meus pais me deram, não posso voltar pra casa e amo você! Então tô ferrado, vou viver na Austrália, as custas da minha namorada que trabalha!
- Tá vendo? Por isso que me sinto culpada, você não tá feliz!
- Ao seu lado eu sou feliz, agora me dá um beijo e vamos atrás de um táxi pra ir logo pra casa, porque eu tô morto de cansaço.
- Danny, lugar nenhum será um paraíso se você não estiver feliz.
E aquele foi o começo do inferno em pleno paraíso.
Capítulo 01 - O Paraíso
sabia que Danny não estava feliz ali, aquele não era o seu lugar, sua gente, seus amigos, aquele era o lugar dela, o trabalho dela, a vida dela. Embora o casal estivesse junto há quase sete anos, muita coisa não havia mudado, era evidente o amor entre os dois, mas eram de mundos completamente diferentes.
Daniel Jones teve uma vida boa à custa dos pais, sempre fez o que quis, teve o que quis, as mulheres que quis, era um homem charmoso, sedutor, mas extremamente despreocupado, pra ele a vida era sempre um mar de rosas, sair com os amigos, festejar, faltar às aulas na faculdade, tocar em bares e pubs, era a vida dele.
Já era uma moça de família simples, sempre estudou com bolsas de estudos nas melhores escolas e universidades do Reino Unido graças às suas boas notas e seu comportamento incorrigível, formada em Ciências Biológicas e mestre em Biologia Marinha, era o que podemos chamar de moça perfeita, fisicamente comum, corpo cheinho, algumas curvas, um pouco tímida, sempre trabalhou muito na vida e se encantou por Danny Jones à primeira vista.
Apaixonaram-se à primeira vista, mas nunca foi uma daquelas paixões avassaladoras, daquelas que tiram o ar da gente, foi tudo muito calmo, muito simples. Conheceram-se numa festa da faculdade, saíram juntos algumas vezes e começaram a namorar, o combustível para o amor dos dois eram os pais de ambos que eram contra o relacionamento isso os motivava a lutarem por esse amor, com o passar dos anos as coisas foram esfriando, Jones brigou com seus pais, pegou sua parte da herança e saiu de casa, quer dizer, foi morar na casa de , que já morava sozinha desde que iniciou a faculdade.
O tempo foi passando e eles se acomodaram com a presença uma do outro. Jones gastou todo seu dinheiro na tentativa de ser um cantor famoso e agora fazia bicos de DJ em pubs pra ajudar nas despesas, enquanto se dividia entre seu mestrado e seu trabalho no zoológico da cidade, Danny havia sido o primeiro homem da vida de e desde então o único, ele a tratava com carinho, com ternura, com veneração, quase como se ela fosse uma boneca de porcelana, mas não estava satisfeita com isso. O sexo era bom, mas ela sentia que faltava algo, ainda não sabia o que era, mas com certeza faltava algo.
Após concluir o mestrado, ela recebeu uma grande proposta do Instituto Australiano de Ciência Marinha para fazer seu doutorado e trabalhar na Austrália, com uma equipe de pesquisadores e trabalhar com a fauna e flora marinha da costa Australiana, era tudo o que ela sempre sonhou, mas tinha medo da reação de Danny, não iria abandoná-lo, mas não sabia se ele aceitaria ir com ela pra tão longe. Para sua surpresa ele aceitou de primeira, rapidamente fizeram as malas, arrumaram alguém pra alugar o pequeno apartamento em que viviam e foram rumo à Austrália, rumo ao desconhecido e quem sabe uma nova vida.
As mudanças começaram de forma bem abrupta, em Londres moravam num pequeno apartamento numa rua bem movimentada, muito barulho e uma vida noturna intensa, já na Austrália passaram os dois primeiros meses numa cobertura no centro de Sydney, pois fez um pequeno estágio no Sydney Aquarium para se ambientar ao seu novo emprego e depois se mudaram para Whitsunday em Queensland no nordeste da Austrália, o lugar é extremamente paradisíaco e um dos pontos turísticos mais visitados do continente australiano, por conta de suas águas azul-turquesa do mar de coral. A casa era simplesmente maravilhosa, com algumas paredes de vidro que davam vista para o mar que seria o novo local de trabalho da bióloga .
Para aquele era o paraíso, o seu sonho realizado, o lugar onde todos os seus anos de estudo e trabalho duro começavam a valer à pena, mas para Danny era o comecinho do inferno, muito sol, maresia, calmaria e uma vida extremamente diurna, tudo que o rapaz odiava estava ali, só que dessa vez ele não tinha escolha, teria que se contentar com isso e tentar fazer sua companheira feliz e tentar encontra sua oportunidade na vida.
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A adaptação do casal foi rápida, embora Jones tivesse sérios problemas em acordar cedo e ir à praia, mas ele se esforçava para levantar e pelo menos preparar o café da manhã pra sua companheira, na tentativa de compensá-la por sustenta-lo e amá-lo.
Os dias eram sempre iguais pra ele, levantar, fazer o café da manhã, esperar sair e voltar pra cama, às vezes a noite ele saia para os bares e restaurantes do local na tentativa de encontrar alguma vida noturna naquele “paraíso de fim de mundo” como ele mentalmente chamava.
Para o trabalho era perfeito, mergulhar naquele paraíso era sua paixão, mas seu relacionamento com Danny estava tirando seu sono. Desde que chegaram ali, ele estava frio, distante, ela percebia que ele tentava esconder dela sua infelicidade fazendo as coisas de casa e saindo para os bares, algumas vezes ele voltava bêbado e dormia na sala mesmo. O sexo já era quase inexistente entre eles, os olhares eram frios, as conversas superficiais, ela sentia os sete anos de convivência, companheirismo e amor que teve com ele indo embora junto com as ondas daquela praia maravilhosa.
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As brigas e discursões começaram a ser frequentes na vida do casal e a situação estava ficando quase insustentável.
- Danny, o que está acontecendo com a gente?
- Do que você está falando, ?
- Do nosso relacionamento, às vezes parece que eu nem existo mais pra você.
- Deixa de besteira, amor, eu só não estou totalmente adaptado ainda à vida aqui, só isso.
- Não é só isso, Danny, eu sei quem tem algo errado entre a gente, só não sei o que é e isso me preocupa.
- Ei, deixa de besteira, , eu amo você e estou com você não estou? Não tem nada de errado.
- E você acha que só estar aqui é suficiente Jones? Eu preciso de atenção, trabalho o dia inteiro e quando chego em casa você nunca está, sempre está bêbado.
- E você quer que eu faça o quê? Que fique o dia inteiro dentro de casa esperando por você? Esperando você trazer o dinheiro pra pagar as contas? Eu estou cansado de ser um inútil, , me perdoe se eu não sou um gênio como você!
- Não tô te cobrando nada disso. Preciso de você como antes, inteiro, sei o quanto deve ser difícil pra você com tanta mulher linda e perfeita por perto continuar prestando atenção em uma mulher comum como eu, sei que não sou tão bonita, mas estou aqui, com você como sempre, se trabalho tanto é pra gente, pra nós dois, nunca te cobrei isso.
- Você está ficando louca, , em nenhum momento falei em mulheres ou insinuei que você não era linda, que saber? Não tenho paciência para os seus chiliques, fique aí com suas paranoias, eu vou dormir no quarto de hóspedes.
Capítulo 02 - O Inferno
Mais um dia sem nada pra fazer e Danny resolveu dar uma volta na praia, uma corrida básica apenas pra manter a forma e um mergulho naquelas águas cristalinas pra tentar esquecer os problemas, na volta ele se depara um uma mulher linda, corpo perfeito, loira, alta e sorridente vindo em sua direção e o cumprimenta.
- Água muito fria? – ela pergunta com aquele sorriso perfeito.
- Não, na temperatura ideal.
- Não sei não, você parece arrepiado. Frio?
- Ah não, já estou acostumado com a brisa daqui.
- Então você não é australiano?
- Sou Inglês e você?
- Australiana, aliás, qual o seu nome?
- Jones, Daniel Jones, mas pode me chamar de Danny.
- O que te trouxe à Austrália, Danny?
- Minha namorada, ela recebeu uma proposta de trabalho aqui e eu vim com ela. A propósito qual o seu nome senhorita...
- Chloe, Clhoe Hulter! Isso é que é amor, deixar tudo pra vir com a namorada, ele é uma mulher de sorte.
- Sim, ela é! E você Chloe, o que faz por aqui?
- Sou modelo, moro em Sydney, mas vim fazer algumas fotos para uma campanha de moda praia e alguns comerciais, então vou passar um tempo por aqui.
- Nossa! Imaginei que fosse modelo mesmo, uma beleza dessa não deve passar despercebida das câmeras.
- Obrigada pelo elogio, você gosta de baladas, Danny?
- Gosto sim, em Londres eu era DJ.
- Sério? Isso é perfeito!
- Por quê?
- Porque hoje à noite nós teremos uma festa para o pessoal da campanha e o DJ que contratamos desmarcou conosco logo cedo e estamos à procura de outro para substitui-lo, o que você acha?
- Perfeito! Onde é?
- Me dá teu número que te passo o endereço por mensagem e resolvemos o seu cachê.
Aquela conversa na praia foi à primeira de muitas que Danny teria com Chloe, e não fazia ideia do que estava por vir.
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A rotina de Danny Jones mudou, agora ele era DJ e tocava nas festas mais badaladas da Austrália e passava praticamente todos os fins de semana fora de casa, Chloe passou a ser sua companhia constante e apenas uma companheira de casa, ela sabia que Chloe estava interessada nele e já havia visto a modelo dar em cima dele várias vezes, inclusive na frente dela, sabia que aquela mulher não ia desistir.
Danny estava bêbado e foi trazido pra casa de carro por Chloe que o deixou na varanda, ele entrou cambaleando e achou deitada no sofá cochilando em frente a TV.
- Toma. – ele falou jogando um maço de dinheiro sobre .
- O que é isso? Danny, você está bêbado outra vez? Onde você estava? Faz três dias que você saiu de casa, eu estava preocupada.
- Isso é dinheiro e eu estava trabalhando.
- Como você chegou aqui? Você mal se aguenta em pé.
- Esse é o seu problema, você faz perguntas demais, , eu trouxe dinheiro não trouxe? Então para de encher meu saco que eu tô cansado.
- Foi a tal da Chloe não foi? Ela te chamou mais uma vez pra ir tocar nas festas que ela frequenta?
- Foi, foi a Chloe sim, porque ao contrário de você, ela não me enche de perguntas nem me jogou nesse fim de mundo sem emprego, ela me apresenta soluções!
- Não entendo essa sua grosseria comigo, nunca te forcei a vir comigo e você não teve emprego porque não quis. Por que veio comigo, Danny? Desde que chegamos aqui você só me critica e desconta suas frustrações em mim? Se não me ama mais, me deixa, mas não me maltrata porque esse seu comportamento me ofende, me machuca.
- Para de drama, , só estou devolvendo o que você gastou comigo e só pra você não se preocupar mais, amanhã a Chloe vem me buscar pra tocar em Sydney outra vez.
- Ok, não tem problemas, estava te esperando pra te convidar pra ir comigo à Yallingup amanhã, vou passar 15 dias fazendo pesquisa e mergulho lá, mas vejo que já tem compromisso. Bom Trabalho! Vou pro meu quarto.
Aquela noite chorou sem parar, a dor de estar perdendo seu amor era maior que sua alegria por seu trabalho, Yallingup é uma ilha exótica, linda, cheia de cavernas e canais rochosos, um verdadeiro paraíso banhado palas águas mornas do oceano Índico, mas sem Danny Jones ao seu lado, sentia que aquele lugar seria apenas mais um como outro qualquer.
Era como tentar apertar um punhado de areia nas mãos, sempre acabava caindo tudo.
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Era impressionante como Chloe sempre aparecia quando não estava e demonstrava muita compreensão e carinho por Danny, que acabava sempre cedendo aos caprichos da modelo e assim passava cada vez mais tempo fora de casa. Ela tentava de todas as formas seduzir o rapaz, que já prestava mais atenção do que deveria na moça.
Estavam mais um fim de semana na farra, Danny havia acabado de tocar e resolveram dar mais uma esticadinha na noite. Chloe já sabia algumas das preferencias de Jones e estava investindo pesado na tentativa de conquistá-lo, levou-o ao Jamie’s Italian, o melhor restaurante italiano de Sydney e Danny, é claro, amou isso, era fã de comida italiana desde sempre, seu primeiro encontro oficial com foi num restaurante italiano. Durante todo o jantar conversaram e Chloe se insinuava pra ele, às vezes tocando sua perna durante a conversa, piscando o olho, mordendo os lábios, deixando seu mini vestido subir ainda mais e isso já estava desconcertando o rapaz, até que ele pediu pra ir embora.
- Chloe, vamos voltar? Amanhã à noite tenho que tocar na ilha e preciso descansar.
- Claro, querido, vamos sim, deixe-me pagar a conta.
- Não, eu pago! Pega o carro enquanto pago.
- Ok baby, te espero no carro.
Chloe alegou estar um pouco cansada pra dirigir e deixou que Danny guiasse o carro de volta pra casa. Já estava amanhecendo quando chegaram a casa, ele a convidou pra entrar, conversa vai, conversa vem, uma taça de vinho aqui outra ali e de repente os dois já estavam se beijando.
- Para, Chloe, não posso fazer isso, eu sou comprometido! - Danny falou partindo o beijo ofegante.
- Ei sei, querido, mas você não está feliz, nós dois sabemos disso, sei o quanto você me deseja Danny, apenas não pense, me deixe cuidar de você.
Essas palavras foram suficientes para que Jones rasgasse a roupa da modelo e a possuísse ali mesmo no sofá da sala, o que eles não esperavam era que iria entrar e presentear aquela cena dando inicio ao inferno no paraíso.
- Wooow, me desculpem entrar sem bater na minha própria casa, não queria atrapalhar vocês. – falou friamente em tom irônico.
- , não é o que você está pensando. – Danny tentava se explicar enquanto saia de dentro de Chloe.
- Oh , e-eu... - Chloe tentou falar, mas foi interrompida por um tapa na cara vindo de .
- Você nada, sua vadia, o que você faz com o Jones não me interessa, mas essa casa é minha e não admito você aqui por mais nem um segundo, vai sair agora o vai esperar eu te botar pra fora? – Danny apenas olhava calado enquanto tentava vestir suas roupas que estavam espalhadas por toda a sala.
Chloe saiu rapidamente, ainda tentando vestir suas roupas pelo caminho, foi para o quarto em silêncio, sem olhar para o namorado. Daniel Jones sentiu seu coração apertar, esperava que chorasse, fizesse barraco ou até o colocasse pra fora de casa, mas o silêncio dela era pior que qualquer uma dessas alternativas. Já era quase meio dia quando ela resolveu sair o quarto, ele estava sentado no chão do lado de fora da porta chorando, passou por ele sem nem olhar, sua vontade era abraça-lo, consolá-lo, mas a dor que ela estava sentindo era grande demais.
A semana que se passou foi extremamente torturante para os dois, Danny não saiu de casa e nem ouviu uma palavra sequer de , cada vez que ele tentava falar com ela, ela saia de perto dele para não ouvi-lo, ela não conseguir falar, os dias era frios e silenciosos e as noites o único barulho que se ouvia era do choro da garota. Duas semanas e nem uma palavra, eles estavam mais magros, extremamente abatidos, ele não aguentava mais aquela situação, esperou que ela se trancasse no quarto, arrumou suas coisas e saiu de casa, deixando um bilhete embaixo da porta, dizendo: “Sei o quão estúpido eu fui, sei também que não mereço seu perdão, mas prefiro não ter você que estar ao seu lado e receber todo esse desprezo, apesar de tudo você sempre será a única pra mim, te amo. Seu Danny Jones.”
Capítulo 03 - Não sou de porcelana
Seis meses sem Danny, foram os seis meses mais difíceis da vida de , a vida se tornou mecânica, caiu na rotina, a única coisa que a mantinha de pé eram suas pesquisas e as horas de mergulho.
Danny conseguiu reconstruir sua vida em Sydney, Chloe o apresentou a vários empresários e ele acabou se tornando um DJ de sucesso e muito requisitado, mas não conseguia esquecer a mulher que sempre esteve ao seu lado e a quem ele traiu da maneira mais baixa. Queria falar com ela, abraça-la, beijá-la, coloca-la em seus braços e fazê-la esquecer de tudo o que ele havia feito.
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O Instituto Australiano de Ciência Marinha junto com o Queesland National Parks and Wildlife Service resolveram fazer uma festa de gala para homenagear e sua equipe, aquela era a oportunidade perfeita para quem sabe ser notada, desejada, percebida, estava cansada da solidão.
vestiu um vestido azul marinho que fazia um belo contrate com sua pele branca, colado ao corpo realçando suas curvas, não era magra como as Inglesas ou linda como as australianas, mas se suas curvas e seu corpo mais cheinho conquistaram a Daniel Jones um dia, talvez chamassem a atenção de alguém. Calçou seus sapatos de salto alto vermelho que ganhara de Danny, colocou um par de brincos de pérola que havia herdado de sua avó, caprichou na maquiagem e soltou seus longos cabelos ondulados lembrando-se do que Danny dissera sobre eles quando se conheceram: “você parece uma obra de arte com essas ondas emoldurando seu rosto”.
Ao chegar à Brisbane, a cidade conhecida por sua grande credencial cultural, era o berço das maiores representações da cultura australiana e local onde seria a festa, se deparou com uma cena que fez seu coração tremer, próximo à mesa de som estava ele, Danny Jones extremamente lindo com um jeans escuro, uma camisa com gola V e sua jaqueta de couro marrom, que o deixava com ar rebelde e sensual, exatamente como ela conhecia e amava. Vê-lo daquele jeito, com os braços cruzado e um sorriso provocante no rosto a fez pensar no que havia acontecido com eles, porque haviam mudado tanto um com o outro, foi tirada de seus devaneios pela visão do inferno: Chloe se aproximou de Danny e lhe deu um beijo nos lábios. Aquela cena lhe causou náuseas e ela se afastou dali.
A festa estava perfeita e era o centro das atenções, o que deixava Danny sempre na defensiva de olho nela, dessa noite não passava, ele iria falar com ela de qualquer jeito e foi o que ele fez, assim que a festa acabou, se negava a escutar Danny, nem sequer olhava na cara dele então ele arrastou-a até o hotel onde estava hospedado e trancou a porta do quarto jogando-a em cima da cama, já que ela esperneava muito.
- Você é louco, Daniel? Me deixa sair daqui!
- Não até você me ouvir.
- Eu não quero ouvir nada de você, o que eu vi já foi mais do suficiente pra mim.
- , eu sei que fui um filho da puta com você, estraguei tudo como sempre faço, não quero que me entenda ou que me perdoe, apenas quero uma chance de tentar te reconquistar, quero a garantia de ainda vou poder ouvir sua voz mesmo que não volte mais pra mim. Sei que o que eu fiz ferrou com nosso relacionamento, mas o que sinto por você nunca mudou. – antes que ele pudesse continuar foi interrompido por .
- Chega de drama, Daniel Jones, o nosso relacionamento acabou desde o segundo em que você entrou na droga daquele avião pra vir pra cá, você nunca foi feliz aqui e fez questão de descontar isso me mim. E eu só entendi isso no dia em que peguei você no nosso sofá com aquela vagabunda. Agora abre a droga da porta porque eu não tenho mais nada pra fazer aqui.
- O que você quer, ? O que você realmente quer de mim? Eu sempre te tratei como uma princesa. Te adorei, te protegi, te venerei, te tratei como uma boneca de porcelana. O que você quer? – ele começou a falava olhando nos olhos dela, aproximando-se lentamente.
- Esse foi o seu problema Jones, me tratou como uma boneca e bonecas não tem vida! Entenda de uma vez que eu não sou de porcelana, EU NÃO VOU QUEBRAR SE VOCÊ ME TRATAR COMO UMA MULHER DE VERDADE!
Essas palavras foram suficientes para que Danny prendesse o corpo dela contra a parede e a beijasse da forma mais intensa que conseguia e que eles fizessem amor das de todas as formas e posições que conseguiam lembrar naquele momento. Ali não havia espaço pra frescuras, o desejo, a paixão, o fogo que eles procuraram durante sete anos estava ali o tempo inteiro apenas esperando uma crise para despertá-lo e se amaram intensamente durante toda a noite.
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Já passava das nove da manhã quando foi despertada pelo som debatidas na porta do quarto, mesmo sentindo aquele peso sobre seu corpo, ainda não podia acreditar no que acontecera, era a sensação mais maravilhosa do mundo, só em ver Danny Jones mais uma vez em seus braços fazia seu coração acelerar, ainda conseguia lembrar-se da primeira vez que dormiram juntos, do modo como ele sempre a deixava ocupar mais espaço na cama, como se enroscava a ela como um caracol e dormia com o nariz na curva de seu pescoço, mais uma vez bateram na e ela levantou-se enrolada nos lençóis de seda azuis da cama para atender a porta, achando ser o serviço de quarto, mas, mais uma vez se decepcionou ao abrir a porta.
- Danny, querido, não apareci ontem porque tive algumas coisas pra resolver, mas a gente pode aproveitar o dia lindo de sol que está hoje, pra dar uma volta na praia. – Chloe só percebeu que não era Danny na porta ao terminar de falar. não conseguia se mover, então era isso? Ele ainda estava com a vadia? Ao ver que ela não falava nada, Chloe resolveu falar.
- Mas olha se não é a biologazinha sem sal? Tenho certeza que não bati na porta errada então vou deixar o meu recado: não acredito que depois desse tempo todo você ainda não desistiu dele, muito corajosa você! Deve estar se achando o máximo por ser o centro das atenções de ontem né? Mas fique sabendo que ele não te pertence mais, é mim que ele quer, é pra mim que ele vai vir quando você for embora, então se eu fosse você pegava seus trapinhos e caía fora daqui.
- Acho que já passou da hora de eu te dar o que você merece, sua vadia. – e largou o tapa na cara de Chloe que acabou indo para corredor do hotel. – E fique você sabendo que eu tô pouco me importando com o que você faz ou deixa de fazer, você pode ser linda, mas nunca será metade da mulher que eu sou, agora cai fora daqui você antes que eu chame a segurança do hotel! – Chloe saiu esfregando a mão no rosto vermelho pra amenizar a dor.
vestiu-se apressadamente e foi embora deixando um bilhete pra Danny da mesma forma que ele havia feito com ela há seis meses: “Daniel Jones, agradeço pela primeira vez em sete anos, tenha me permitido ser mulher de verdade em sua vida e tenha me tratado como tal, mas abrir a porta deste quarto e ver que a sua amiguinha ainda tem livre acesso a você, só me deixou mais certa de que o melhor é continuar como estamos: SEPARADOS! Estou muito orgulhosa do DJ maravilhoso que você se tornou, seja feliz, ”.
Epílogo
Depois daquela maravilhosa noite no hotel com a manhã mais torturante de sua vida, Daniel Jones nunca mais viu , não sabia onde ela estava nem mais nada sobre ela, mas também não havia conseguido deixar a Austrália e seguir sua vida. Aquele era pra ter sido um paraíso pra eles dois, mas foi o inferno que ele não conseguiu suportar.
havia se mudado para Adelaide, uma cidade cercada por jardins maravilhosos as margens do Rio Torrens, a cidade era simplesmente perfeita para uma mulher em seu estado e agora ela trabalhava no santuário de golfinhos de Port Adelaide.
Era fim de tarde e Danny havia tocado durante dois dias numa festa privada em Adelaide e precisava relaxar, havia terminado com Chloe e seu coração sentia falta do conforto que só a companhia de lhe proporcionava. Resolveu dar uma volta pela Rundle Street pra tomar um café, quando se surpreendeu com o que viu, sentava em uma das mesas do café, mais linda do que nunca, mas espera aí, ela estava grávida? Isso mesmo que ele viu, está deslumbrante com um barrigão que parecia ser de oito meses. Para tudo! Oito meses? Era exatamente o tempo em que eles estavam separados desde que fizeram amor como loucos apaixonados naquele hotel.
Resolveu se aproximar e quando ela o viu, simplesmente começou a chorar, ele apressou os passos e a envolveu em seus braços no abraço mais quente e cheio de saudades que eles podiam imaginar. Ao sentir o calor do corpo dele, o bebê mexeu na barriga de e ele pode sentir, ela apenas olhou em seus olhos e falou:
- Parece que você reconheceu seu papai, não foi Nolan?
- É um menino? – ele perguntou com os olhos marejados.
- Sim, é um rapazinho e vai se chamar Nolan, não é amor? - ela falava olhando pra barriga e passando a mão sobre ela como se conversasse com o bebê.
- Oito meses?
- Exatamente.
- Posso? – Danny perguntou apontando pra barriga dela.
- Claro. – ela pegou a mão dele e colocou sobre a barriga, imediatamente Nolan mexeu e Danny se ajoelhou ali mesmo, na frente da cafeteria, aos prantos e começou a falar.
- Eu sei que fui um filho da puta e que te machuquei demais, mas todo esse tempo longe só me fez ter mais certeza de que eu só sou feliz com você, , o meu lugar é do seu lado, não importa se aqui na Austrália ou em outro planeta, eu só serei feliz com você! Você é incrível e eu fui um idiota em não perceber isso quando ainda a tinha em meus braços, nenhuma festa, nenhuma cidade, nenhuma ilha desse país será paraíso pra mim se eu não tiver você, porque o MEU PARAÍSO É VOCÊ, , você me aceita de volta em sua vida e na vida desse serzinho que eu sei que vai ter o meu charme e a minha cara, porque ele é MEU filho e eu o amo muito! Aceita ser minha esposa?
- Aceito!
E a Austrália foi a partir daquele dia o paraíso da família Jones.
FIM
Bom amores, essa é minha primeira fic aqui no All Times e espero que tenham gostado! Eu particularmente me apaixonei pela Austrália depois de escrever essa fic e mais ainda pelo Danny!! Comentem e me contem o que vocês acharam!! Beijos *---*