Meu amor de infância

Escrito por Beezus | Revisado por Beezus

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  E foi assim que tudo começou, nossa história, de como nos conhecemos e nos apaixonamos...
  Éramos somente duas crianças que dividiam o lanche no recreio da escola; ele empurrava o balanço pra mim, às vezes; já me defendeu de uma garota que quis roubar a minha boneca; colava de mim nas provas; fazia dupla comigo; já me levou a uma festa; me empurrou para um garoto que eu não queria ficar só porque era irmão de uma garota gostosa que ele estava afim; me acompanhava no final de cada dia, (éramos vizinhos); e acima de tudo era meu amigo, quem eu amava como um irmão, ou mais que um irmão. Até tudo mudar, até ele ir embora...

  15 anos atrás...

  - Eu não entendo nada do que aquele professor diz, sério...
  - Se você ficasse acordado na aula talvez entendesse, !
  - E é por isso que eu tenho a minha amiga linda e inteligente aqui. – ele disse me abraçando, sorri involuntariamente. – Vai fazer o quê esse final de semana, ?
  - Tenho prova de química na segunda. Vou passar o final de semana inteiro estudando.
  - Sério, ? Sério? – me perguntou.
  - É, , sério!
  - Você é provavelmente a garota mais chata que eu conheço. Eu to falando sério, você não cansa de ser nerd? – ele disse.
  - Então por que você anda comigo? – questionei brava.
  - Porque... Porque... Ah! Quem mais faria meu dever de casa, heim? – bufei e sai andando na frente. – Ei, espera! Talvez não seja só por isso... Você até que é legal!
  - Até que sou?
  - Não. Você é a garota mais legal que eu conheço. Não, a garota mais legal da escola. Não, não, a garota mais legal do mundo inteiro! – ele gritou me fazendo rir.
  - Para, ! – o empurrei pelo ombro.
  - Não, é sério mesmo. Você é mais do que legal, você é incrível! – ele parou em minha frente segurando minhas mãos e me olhando nos olhos. Por um minuto senti que poderia fazer qualquer coisa, e dizer qualquer coisa, pois estaria ali comigo. – ?
  - Sim, ?
  - Quer ir numa festa comigo amanhã?
  - Em... Uma festa? , eu não sei bem... É que...
  - Ah, por favor, . Tem essa garota, Melani, eu to muito, muito afim dela. Você tem que me ajudar!
  - Te ajudar? – gritei. Mais um segundo e aquele momento de conto de fadas e trilha sonora romântica, havia passado. Eu não acredito mesmo que o tava me pedindo isso. – Eu não vou fazer isso!
  - ! , volta aqui! Não me vire às costas e sai andando. Você me deve isso, ! – ele gritou.
  - Eu te devo? Ah, então eu te devo?
  - Não no sentido literal da palavra dever, mas é, você me deve. Me deve porque você é minha amiga, e amigos fazem coisas que não querem pelos seus amigos...
  - Eu não acredito no que eu to ouvindo... – suspirei derrotada. – Ah, tudo bem, . Eu vou nessa festa idiota.
  - Ah eu sabia! Quer dizer... Obrigada, do meu coração... Você sabe que eu te amo, né?
  - Sei, sei, ...
  - Não é sério mesmo, eu te amo tipo amor. Não é qualquer amor, , é o um amor único excepcional, tipo Shakespeare e mais essas outras coisas.
  - , quer parar?
  - Mas é verdade, ! Sabe a imensidão do mar?
  - Sei, o que tem?
  - Então, o meu amor por você é muito maior... Não, mil vezes maior... Não, não, indescritível...

  Atualmente...

  Naquela época tínhamos somente 15 anos, e era o maior retardado que eu poderia conhecer. Sim, ele me fez ir à festa. E sim, ele ficou com aquela tal garota. Me lembro de me sentir enojada por ver os dois se “pegando” no quintal da casa. Aquela Melani era tão superficial, a popular/patricinha da escola, loira, riquinha e esnobe; o tipo do . Os meus amigos sempre me perguntavam por que eu era amiga do . Mas não importa quantas vezes eu respondesse, eles nunca entenderiam a resposta. O não era aquele estereótipo que todos o imaginavam ser: metido, valentão, esnobe, mau caráter... Pelo contrario. Nunca conheci alguém tão bondoso quanto o . Ele era sensível e tinha um bom coração. E ao contrário do que todos diziam, ele nunca roubou nada no shopping; nem em nenhum outro lugar.
  Eu conhecia exatamente a pessoa que era o , e eu o amava exatamente do jeito que ele era. No começo éramos somente amigos, sempre fomos, desde pequenos. Nossas mães diziam que éramos amigos de barriga e berço, e sempre fomos assim desde então. Porém esse sentimento foi mudando, crescendo. Acho que foi porque eu passava tempo demais com o . Garota nenhuma devia passar tanto tempo assim com um garoto. Mas e eu éramos assim.
  Comecei a ver ele de outra maneira, mais garoto, não mais meu irmão. Tudo nele me atraia. Nós fazíamos natação juntos, e quando entrei na pré-adolescência nunca odiei tanto as quartas-feiras (que era quando treinávamos). E por que naquele ano ele não me levou ao baile? Em vez disso levou a Natali Goldfield, aquela branca aguada. Eu não conseguia olhar pra ela por muito tempo sem imaginar o sangue circulando por trás de sua pele exageradamente branca, imagina então passar uma noite inteira dançando com ela?
  Haviam noites em que eu pensava se o não me amava do mesmo jeito que eu o amava. Ou então, por que ele não poderia me amar. Só sei que naquele ano, que tínhamos 17 anos, foi o pior e melhor ano da minha vida. e eu tentamos namorar, mas nem chegamos a tanto, pois naquele ano, foi embora...

  10 anos atrás...

  - Eu tava pensando em um vestido azul marinho, que tal? – perguntei.
  - É seria ótimo...
  - O que seria ótimo, ?
  - Hã? O que você disse? – ele pareceu “acordar”. – Ah, quer dizer... Parece ótimo, seja lá o que você disse...
  - Você nem prestou atenção, ? Você não quer ir ao baile comigo?
  - Não, eu não disse isso. Não foi isso o que eu quis dizer. – ele disse rápido.
  - Então o que é? – Não dei a chance dele responder... – É por causa da Natali Goldfield? Você quer levar ela pro baile? Então vai lá convidar ela, acho que ela vai adorar.
  - O quê? Como é que é? Eu não disse isso.
  - Mas é o que você queria não é mesmo? Levar a gostosa da Natali Goldfield pro baile. Todos o garotos da escola gostariam de levar ela pro baile, por que você não?
  - Quer parar de colocar palavras na minha boca? Eu não quero levar a Natali pro baile, é que... Ah... Eu-não-acredito. – disse pausadamente.
  - O quê?
  - Você ainda tem raiva disso? Eu não acredito! , que besteira!
  - Não é besteira nenhuma, é só que...
  - , eu juro que se eu soubesse que você gostava de mim, eu teria te convidado!
  - Eu não gostava de você! – gritei.
  - Ah não? – neguei. – Então não queria ir ao baile comigo? – neguei novamente. – Então você não se importaria se eu convidasse a Nata...
  - Não termine essa frase... Não ouse terminar essa frase, . – ele riu.
  - Mas não foi você que disse que não gostava de mim e que...
  - Então agora você me escuta? Porque até um minuto atrás você não tava nem ai pra mim...
  - ?
  - O quê?
  - do meu coração?
  - O que você quer?
  - Eu te amo. Sempre te amei. Não te convidei pro baile, porque você disse que não gostava dessas coisas... E também porque eu não queria que os caras me vissem levando a minha amiga pro baile... – Abri a boca de indignação. – Não que você seja uma amiga feia, só que os caras achariam que eu não consegui ninguém pro baile então chamei minha amiga, você sabe como eles pensam... Eu me importo muito, com o que você fala. E sim, eu acho que você vai ficar muito sexy de azul marinho. Eu acho que vou até colocar uns seguranças pra te vigiarem e não deixar os outros garotos nem olharem pra você!
  - , eu te amo!

  2 semanas depois (Naquele mesmo ano)...

  - , desculpa entrar assim, é que ninguém respondeu e a porta tava aberta... ?
  - Aqui! É eu, acabei de sair do banho, não te ouvi chegando... – ele estava muito vermelho, o rosto amassado, parece que não dormia há dias, e que também havia chorado.
  - Você tá bem?
  - Ah, sim! Eu to bem... Que bom ver você! – e me abraçou.
  - É sempre bom te ver também... , por que você não foi pra escola? ? – ele ainda continuava me abraçando, bem forte. – , tá tudo bem?
  - Aham, eu só... Só quero abraçar você. Me deixa ficar aqui com você, só assim, sentindo você...
  - ...
  - Shiu! Não fala nada, por favor...
  - , você tá me assustando. Me diz o que tá acontecendo, por que você tá assim?
  - , eu tava pensando... Acho que não vou querer ir no baile com você...
  - O quê? , como assim?
  - Acho que... Você tinha razão, eu vou ficar comparando você com o ano passado que eu fui com a Natali...
  - , não tem graça...
  - E azul não é uma cor que combina com você...
  - ... – lágrimas ameaçaram sair dos meus olhos.
  - E eu não me importo com esse baile estúpido. É só uma noite estúpida, com pessoas vestindo roupas estupidamente cafonas, e fingindo dançar. Eu não gosto de dançar! E eu me lembro do recital da terceira série e você também não dançava muito bem!
  - , por que você está sendo tão estúpido? – eu estava vermelha, molhada e vulnerável.
  - , eu não quero ir à esse baile, e também não quero mais namorar você! Está claro agora?
  - Não, não está! ...
  - Vai embora? Sai do meu quarto, da minha casa, sai da minha vida... Não me procure mais! Não quero mais ver você, ou ouvir falar de você, e também quero que você me esqueça.
  Forte! Isso descreve a intensidade do tapa que eu dei na cara de . Desci as escadas e não olhei para trás, estava muito magoada. Ainda não entendi o porquê de ser tão idiota comigo e me tratar daquele jeito. Mas estava certo, se era isso que ele queria, isso ele teria.
  - , querida, está tudo bem?
  - Ah, senhora ! Me desculpe, eu não vi a senhora. – me desculpei de cabeça baixa, enxugando as lágrimas e rezando para que ela não percebesse.
  - Oh, vejo que você e já se despediram...
  - É eu não sei se despedir é a palavra certa...
  - Tem razão, querida! Vocês sempre foram tão próximos, não é porque iremos pra Inglaterra que a amizade de vocês precisa terminar...
  - Hã? O quê? Inglaterra?
  - Oh! O não te contou? Não era sobre isso que estavam conversando?
  Olhei ao redor e me dei conta: Eu nunca vi a casa do tão vazia assim antes. Como não reparei nas imensas caixas no chão, e que faltavam os sofás da sala?
  - Não era sobre isso que estavam conversando? – a senhora voltou a perguntar.
  - Ah... Sim! Sim, senhora ! Era exatamente sobre isso que estávamos conversando. – virei, e sai em direção à minha casa. De novo, sem olhar pra trás.

  Atualmente...

  Eu fiquei noites em claro, relembrando aquela conversa. E imaginava várias hipóteses para terminar comigo daquela maneira. É claro, o motivo era porque ele iria embora. Mas isso não significava ter que terminar daquela maneira. No final das minhas contas, queria ir embora livre, sem nenhuma obrigação deixada para trás. Sem nenhuma namorada deixada para trás. Ele queria começar uma nova vida na Inglaterra, e talvez não conseguisse fazer isso mantendo um amor à distância.
  Não que eu o houvesse perdoado. Isso nunca! Depois daquele dia comecei a odiar o sobrenome . E comecei a odiar ter que passar por aquela velha casa, todos os dias. Me traziam tantas lembranças.
  Mais ou menos 3 anos depois, a mãe do voltou para a antiga casa; ela e o senhor Jones haviam se divorciado. Minha mãe foi a primeira a ir visita-la, mas eu nunca tive coragem. Encontrei com ela algumas vezes na rua, e ela sempre me convidava para passar na casa dela qualquer hora. Eu sempre respondia educadamente que iria, mas nunca cheguei a ir.
  Em nenhuma das vezes que a encontrei ela mencionou o , acho que era porque ele havia contado do nosso termino à ela. Mas eu não precisava de noticias dele. Por mais que eu não quisesse ouvir falar de , sempre ficava sabendo de algumas histórias. Ele terminou a escola com louvor e formou uma banda com mais três garotos. A banda parece ser famosa lá no Reino Unido, que bom pra ele. Sério, bom mesmo. Eu não desejo o mal pro . Talvez, só uma morte dolorosa, nada menos.
  Não me importava com sua vida, e também nunca me dei ao trabalho de ouvir nenhuma de suas músicas. Talvez uma ou duas que ouvi minha mãe cantarolando, mas só isso. Voltei à ouvir o nome há alguns meses...

  Setembro, 22

  - Julia, corre!
  - O que foi, tia ? – minha pequena sobrinha, que eu estava tomando conta, me perguntou.
  - Eu acho que estou vendo fantasmas...
  - Fantasmas, tia? Mas fantasmas não existem, a senhora me disse!
  - É eu sei, eu disse. Mas é um fantasma diferente, querida. Eu acho que eu vi um fantasma do meu passado...
  - Eu não entendi, tia...
  - Ah tudo bem, querida. É só coisa da cabeça da tia. Por que você não vai brincar lá no fundo, heim? A titia vai preparar o almoço.
  E lá se foi minha pequena luz correndo pela casa. Quando de repente ouço sua pequena voz aguda me gritando.
  - O que foi, Julia?
  - Tem um homem me olhando!
  - Um homem? Onde? – perguntei preocupada.
  - Oi, ! – ouvi uma voz me chamando em direção aquela antiga casa. Sim, não era coisa da minha cabeça. Era um fantasma do meu passado.
  - ! – ele não mudara nada. Aquele rosto como à de uma criança, aquele brilho nos olhos. O cabelo sempre despenteado, como se tivesse acabado de acordar. Uma camisa cinza de manga comprida e calça jeans, e tênis brancos, davam-lhe um ar tão juvenil.
  - Você não mudou nada! – ele disse sorrindo pra mim.
  - Pelo contrario, . Eu mudei muito. – eu disse firme, fazendo–o murchar o sorriso. – O que faz na cidade?
  - Eu to em turnê com a minha banda, nosso último show é aqui.
  - Ah sim, sua banda. Ouvi mesmo dizer que você tinha uma banda. – eu disse indiferente, fazendo-o rir ironicamente.
  - Você nunca ouviu uma música?
  - Não. Não que eu me lembre, e eu acho que eu me lembraria se tivesse ouvido.
  - Claro, claro... – ele disse trocando o peso das pernas. – Sua filha? – apontou para a criança escondida atrás de mim abraçando minhas pernas.
  - Minha sobrinha.
  - Ah... Você se casou? Tem filhos?
  - Lhe desrespeito? – perguntei.
  - Não, não, só curiosidade... , eu só queria que você soubesse que...
  - Não importa, . Eu sei do que você quer falar e não importo com o que tem a dizer. Está no passado! O que aconteceu, aconteceu. E as palavras que foram ditas já foram ouvidas, e você não pode mudar isso.
  - Sim, importa! Eu sei que você ainda pensa nisso tanto quanto eu penso. , as coisas poderiam ter sido diferentes...
  - Sim, . Poderiam! Se você fosse homem o bastante para me dizer adeus. Em vez disso, você preferiu me fazer te odiar... Meus parabéns, senhor . – segurei a mão de Julia e dei as costas a , em direção a casa.
  - Eu nunca esqueci você! – o ouvi dizer. – Pensei que fazendo aquilo esqueceria, pensei que seria mais fácil, mas não foi. Tem razão, eu não fui homem. Mas agora eu sou, e agora eu sei o que perdi.

***

  - Oi! – senti um peso se juntando à mim em cima da árvore dos fundos de minha casa.
  - Tá me seguindo? Pensei ter sido clara hoje mais cedo.
  - É você foi bem clara, disse que me odiava. – acenei afirmando. – Então, eu pensei: Já que foi eu que fiz você me odiar, talvez eu possa fazer você gostar de mim de novo... – o olhei furiosa. – Ou, quem sabe, só me odiar menos. – ri. Era impossível não rir pensando que definitivamente não havia mudado em nada. Não havia perdido seu sendo de humor.
  - O senso de humor continua intacto.
  - O que eu posso fazer? Faz parte de mim! – riu. – Você foi ao baile aquele ano?
  - Você veio aqui atrás de outro tapa? – ele riu.
  - Não, por favor. O meu rosto ainda dói... – riu outra vez. – Não, é só que... Eu queria muito poder ter te visto naquele vestido azul marinho... – o encarei.
  - Eu não fui! Não queria estar em um lugar onde as pessoas me olhariam com cara de pena.
  - O que você faz da vida? Sempre ficou nessa mesma cidade... Se formou pelo menos? Eu me lembro que você era nerd...
  - Artes plásticas. E pra sua informação, eu já saí dessa cidade. Só que eu gosto daqui! Minha vida é aqui, com a minha família, meus amigos... – ele desceu da árvore. Por um momento achei que ele iria embora.
  - Olha só! – desci da árvore para ver o que ele queria. – Ainda tá aqui... – ele disse apontando para uma gravura na árvore. Eu me lembrava dela, era uma palavra, somente uma: . – Você se lembra? – assenti. – Eu ia escrever os nossos nomes em um coração, mas você disse que era muito clichê. Então tirou o canivete das minhas mãos e escreveu isso.
  - É, eu... Queria ter você pra sempre. Achei que escrevendo seu nome em uma árvore eu teria isso... Que tolice.
  - Não é tolice! É crença. Sempre crescemos ouvindo histórias de pessoas que são felizes para sempre, mas muito de nós só crescemos e esquecemos o restante da história. Você não. Você sempre acreditou nelas... Era o que eu mais admirava em você. Essa sua fé nas coisas boas.
  - Você quer dizer, a minha ilusão. A minha maluquice por acreditar que isso um dia pudesse acontecer?
  - E pode acontecer...
  - Não, não pode! Você não pode chegar aqui, me dizer algumas coisas, me mostrar o nome em uma árvore e esperar que eu esqueça tudo. Você não pode apagar o passado, ! – gritei furiosa, pois lágrimas ameaçavam descer por meus olhos.
  - Tem razão eu não posso... – disse ele tirando uma coisa do bolso, paralisei. – Mas eu posso escrever um novo futuro... – era um canivete, ele ia escrever alguma coisa na árvore. Parei para ler e me surpreendi com o que encontrei. . Meu nome.
  - ... O que...
  - É, , eu escrevi o seu nome na árvore. Sabe por quê? – neguei. – Porque eu quero ter você pra sempre.
  - ...
  Não pude terminar a frase, pois me beijou. Era um beijo alucinante e quente. Adulto e cheio de paixão. Por mais que eu não quisesse admitir, como eu esperei por esse beijo. Todos esses anos eu me peguei pensando como seria se eu nunca tivéssemos terminado. Como ele estaria, como seria beija-lo, fazer amor com ele. era incrível, sempre fora. Ele tinha razão, eu nunca o esqueci, e por mais que eu o odiasse, eu nunca deixei de ama-lo.
  - ...
  - Shiu... Me deixa ficar aqui, assim com você, pra sempre?
  - Um nome em uma árvore não vai mudar isso, .
  - Tem razão, não vai! Mas eu vou! – o olhei sem entender. – , quer sair comigo um dia desses? Não, um dia desses não, amanhã. Não, não, hoje! – ri.
  - Você não mudou nada, sabia?
  - É eu sei, ainda sou um retardado... Mas você mudou.
  - Sério?
  - É, tá mais sexy. – ri. – Você andou malhando? Digo, porque você sempre foi sexy, eu sempre te achei a maior gata. Mas agora, uh! Sério, , não vou aguentar olhar você por muito tempo...
  - !

***

  Hoje e eu não somos casados, não temos filhos, e não escrevemos uma história romântica. Ele viaja com a banda fazendo shows, e eu continuo na mesma cidade fazendo o que eu amo: pintar!
  Porém, agora uma coisa é diferente. e eu estamos namorando, e ele sempre vem me visitar em suas folgas da turnê. Nós meio que moramos juntos, já que quando ele vem pra cá fica na minha casa, e tem umas coisas deles por aqui. Nas estantes temos fotos juntos e às vezes eu durmo com uma blusa dele só pra sentir o seu perfume.
  Dessa vez, não precisou terminar comigo quando foi embora, e também não me disse adeus. Mas eu sei que ele me ama tanto quanto eu o amo. E que no final ele sempre voltará para mim. Não porque está escrito em uma árvore, mas sim porque o nosso amor é mais forte do que qualquer distância. Sempre foi assim, e sempre será.

Fim!



Comentários da autora


Esclarecimento de algumas coisas da fanfic: Essa fanfic não tem data especifica de acontecimentos, então você pode se imaginar na mesma faixa etária que seu preferido. Ela também não menciona a cidade de origem dos personagens, então você pode se imaginar tanto na China, quanto no Brasil. Julia é o nome da sobrinha da principal; se você não tem irmã/sobrinha, use a imaginação. Essa fanfic também não menciona qual o “papel” do Guy na banda, então pode ser lida com qualquer integrante.
Bom é isso! Essa fanfic foi escrita especialmente pra minha parceira Thaís Santiago, beta-reader daqui do site. Espero que tenha gostado, Thata! S2