Metamorphose
Escrito por Li Santos | Revisado por Natashia Kitamura
Capítulo Único
Anos atrás...
Saitama, Japão
É a terceira vez que a garota foge para os fundos da escola para escapar dos xingamentos. Ela se sente mal só por existir ali, tão diferente fisicamente dos demais colegas, tão diferente de qualquer pessoa nessa cidade. Ela havia se mudado há mais ou menos três meses para Saitama, uma cidade muito próxima à Tóquio, capital japonesa. Seus pais, mãe brasileira e pai japonês, decidiram mudar para o Japão na esperança de melhoria de vida e pensando também na educação da jovem; que hoje tem 14 anos de idade e acaba de ingressar no seu primeiro ano no ensino médio japonês. Logo na primeira semana de colégio, a jovem já descobre que será uma missão difícil tanto passar de ano com boas notas quanto lidar com o preconceito de alguns colegas — ela é uma adolescente preta e já havia sofrido com casos assim antes, no Brasil, mas não de forma tão pesada como agora.
Nesse exato momento, está na parte traseira do ginásio esportivo do Colégio Secundário de Saitama. A jovem tenta segurar as lágrimas, mas está sendo difícil.
— Você é bem boba, sabia? — diz uma voz já conhecida. A jovem Mori encara o colega.
— Não me enche, garoto! — brada ela, irritada vendo a aproximação dele.
— Não devia ligar para o que dizem. Eles são uns panacas — comenta ele e senta-se ao lado dela no chão. — Você é legal, não deve ligar para o que dizem, Mori-san — completa ele de maneira descontraída.
— Eu sei... — ela sussurra, sentindo-se de fato uma boba por se afetar tanto. Mas, ao mesmo tempo, ela sabe que é difícil demais para ela ignorar esse tipo de preconceito. É doloroso também.
— Você é legal — repete ele, rindo. — Se quiser, pode andar comigo, assim não ficará mais sozinha — oferece ele e encara a jovem que franze o cenho.
— Eu não estou sozinha!
— Cadê o resto do pessoal, então? — zomba ele, olhando para os lados e rindo. — Sei muito bem o que falam de você e o motivo por não se aproximarem — diz ele. — Não seja durona, Mori-chan — arrisca ele, falando mais intimamente. — -san... — ele estende a mão para ela que o encara desconfiada. — Amigos?
é um dos colegas de classe de . Um dos poucos que arrisca conversar com ela e o único que mantém um diálogo com mais de duas frases sem medo dos olhares reprovativos dos demais. Os outros colegas de sua classe espalharam pelo colégio que a jovem é esquisita e que tem problemas psicológicos contagiosos. Óbvio que isso nem é possível, mas adolescentes desinformados acreditam em qualquer asneira que inventem. Sem contar que associam a cor da pele de aos seus ditos problemas e que não devem se aproximar dela caso não queiram “se contaminar”. Pesado, não? Demais, porém acha tudo isso uma grande idiotice — e ele não está errado. Desde quando a cor da pele de alguém tem a ver com problemas psicológicos? E desde quando isso é contagioso? Uma grande asneira, de fato.
hesita, mas acaba apertando a mão de e sente um leve arrepio.
— Amigos, então — ele sorri de maneira fofa e beija a mão dela depois, deixando a jovem sem jeito. — Fofa! — diz ele.
não é um adolescente bonito, de fato, mas não se incomoda nem se intimida por sua beleza. Ele também é meio deixado de lado pela turma. é magricela, usa aparelho nos dentes, tem espinhas no rosto e é bastante bagunceiro e desleixado nos estudos. É a descrição de 90% dos adolescentes, né? Pois então, é mais um deles, mesmo assim é julgado pela sociedade ruim que tenta impor padrões inexistentes e inalcançáveis.
A amizade de e está apenas começando e um sentimento arrebatador também.
Atualmente…
O homem termina seu exercício enquanto se encara no espelho da academia. O agora homem de 31 anos de idade se encara focado em seu objetivo. só pensa em uma coisa: conquistar sua amada. Ao concluir seu exercício, percebe que seu celular está tocando, na tela a imagem de sua amiga juntamente com seu nome: “Rabugenta”.
— Já acabou o treino? — pergunta do outro lado sem olhar para a tela e aguardando uma resposta.
— Quase — responde enquanto enxuga os cabelos molhados de suor. — O que está cozinhando? — Ele nota que está na cozinha, provavelmente de sua casa, e mexe em alguns ingredientes.
— Ensopado de polvo — ela responde ainda sem olhar para a tela do celular. — Vai querer um pouco?
— Estou esperando só o convite — ele diz, brincalhão. — Passo aí quando sair da academia, eu preciso falar com você — olha para a tela, pela primeira vez, e encara o amigo.
— Outro favor? — O rapaz sorri de maneira fofa.
— Juro que é o último — diz sorridente.
— O que é dessa vez?
— Quando eu chegar aí você saberá, tenho uma surpresa para você. — Ela arqueia a sobrancelha.
— Surpresa? Hm, , na última vez que disse que tinha uma surpresa para mim você apareceu com ingredientes para eu cozinhar algo.
— Não tenho culpa se sua comida é maravilhosa.
— Explorador — comenta ela e dá de ombros.
— Enfim, vou terminar minha série e apareço aí, tá?
— Tá bom.
— Tchau, bebê Mori!
— Já falei para não...
Antes de terminar de falar com um tom irritado, ele desliga a videochamada, rindo da reação sempre irritadiça da amiga quando ele a chama dessa forma. tornou-se uma grande mulher, bonita, inteligente e talentosa na cozinha, a moça é aprendiz de um grande chef de um dos maiores e melhores restaurantes de Tóquio. Ela estuda para um dia ter seu próprio restaurante. tem muito orgulho de sua amiga e lhe dá o maior apoio para que siga em frente. Já o rapaz é formado em Engenharia da Computação, atua como Desenvolvedor de Software para uma multinacional também em Tóquio.
Hoje é sexta-feira e tem planos para seu final de semana: convidá-la para sair. A primeira etapa de seu plano ele executa agora, indo até uma floricultura e escolhendo o melhor buquê de rosas vermelhas para presentear a moça. Logo em seguida, ele segue até o apartamento de .
— Você chega rápido quando o assunto é almoço grátis, não é? — comenta a moça assim que abre a porta do apartamento deixando entrar por ela.
— Depois reclama quando eu te chamo de rabugenta — ele diz, tirando os sapatos e deixando-os no hall.
— Para que as flores? — questiona ela, curiosa.
— Para você. — o encara, assustada, mas logo se desanima ao ver a cara cômica que o amigo faz. — Brincadeira! São para a Ayumi — corrige-se ele, rindo e adentrando mais pela sala.
Ayumi é uma antiga colega de classe deles por quem sempre foi apaixonado. Ela nunca demonstrou o mínimo interesse no jovem, porém ele sempre fazia de tudo para agradá-la, incluindo mudar sua forma física. Isso porque Ayumi deixou escapar, quando eles tinham por volta de 18 anos, que preferia homens fortes e sarados. Com essa ideia fixa desde então, passou a malhar todo dia e hoje tem o corpo bastante definido, o corpo que a Ayumi gostaria de ver e, quem sabe, tocar.
— Ah, sim — diz com o ar triste e suspira profundamente. — Vai chamá-la para sair? — ela também entra na sala e vai até a cozinha em seguida. a acompanha.
— Vou — ele diz e se encosta no balcão que há na cozinha. — Trouxe minha roupa que vou usar para sair com ela hoje para que você possa ver — comenta ele encarando a amiga que está de costas. — Preciso de sua opinião.
— Então é essa sua surpresa para mim? — indaga ela sentindo uma raiva lhe consumir.
— E a minha presença! — ele sorri mesmo que ela não esteja vendo.
começa a falar sobre seu plano de chamar a Ayumi para sair, ele mostra também a roupa que escolheu para a ocasião. não presta muita atenção, apenas olha eventualmente na direção do amigo e sorri roboticamente, enquanto termina o ensopado. Um grande nó em sua garganta é formado, toda vez que fala da Ayumi, ela fica assim: irritada, magoada e com uma vontade imensa de gritar para que ele pare de falar. Porém, ela nunca teve coragem. Ela sabe que gosta da outra por sua beleza, Ayumi tornou-se uma modelo famosa e super requisitada no mundo da moda. sente-se um patinho feio perto dela, perto de qualquer outra mulher que chegue perto de . Ela sempre foi a “melhor amiga” e nada mais, apesar de querer ser algo mais.
— Mori! — grita e assusta-se. — Quase que você queima a comida! — diz o rapaz, desligando o fogo. Só então, a moça olha na direção da panela e vê que o ensopado está com pouco caldo.
— Desculpa... — ela diz, ainda distraída e verifica se o ensopado havia queimado.
— Faz tempo que estou falando com você e você nem notou — reclama voltando para seu lugar. — Está nas nuvens? Me parece apaixonada — ele zomba e a moça se vira, irritada.
— Não estou…
— Quem é? Eu preciso conhecer para saber se ele serve ou não para você — comenta , ignorando a raiva da amiga e completa, rindo: — Estou brincando, sei que sabe escolher seus pretendentes. Mesmo assim eu quero conhecer ele, hein?!
não diz nada, apenas concorda com a cabeça e se vira para o fogão, concluindo o ensopado. Eles almoçam e a moça passa a refeição inteira no automático, pensando em seus sentimentos por . Ela sabe perfeitamente que ele é um homem lindo e solteiro, altamente propício a namorar qualquer mulher e que, a qualquer momento, ele pode aparecer namorando alguém. Só em pensar nisso, ela sente-se um pouco menos feliz.
Ela precisa esquecê-lo.
[❤️🩹]
Meses depois…
Ayumi e ficaram juntos, mas não passou de uma noite intensa de sexo. Desde então, o rapaz não saiu com mais ninguém. Nesse período, ele vê sua melhor amiga sair com alguns caras. sempre incentivou a sair com alguns homens, se divertir e namorar, apesar de ela sempre relutar. Porém, dessa vez, ela segue os conselhos dele e resolve aceitar o convite de um surfista que sempre a convidava para sair e ela sempre recusava. E, dessa vez, algo dentro do rapaz o consome.
está no apartamento de observando a moça se arrumar.
— Você deveria esperar um pouco mais, — comenta ele novamente, fazendo a moça revirar o olhar irritada.
— De novo essa história, ? — indaga ela enquanto termina sua maquiagem.
— Só estou falando o que eu acho…
— Não faz sentido você agir assim — rebate ela, interrompendo-o. — Você praticamente me obrigava a ficar com os caras, me obrigava a ficar com o Ryota. — Esse é o nome do surfista, conhecido de . — Por que essa reação agora?
— Eu não sei, mas esse cara não pode namorar você — diz ele, irritado. — Você está indo rápido demais com ele…
— Por que não podemos namorar, ? — Ela pausa sua maquiagem e se vira para ele.
— Porque... porque... — ele busca as palavras certas para expressar o que está sentindo, mas não as encontra em tempo hábil.
— Por quê? — questiona , impaciente.
— Ah, eu não gosto dele! — responde o homem e ri.
— Isso não é um motivo, . — Ela volta a se virar para o espelho e prossegue o retoque em seu batom.
— Não? Achei que a opinião do seu melhor amigo valia de algo — diz ele, num tom ofendido.
— Me diz por que você não gosta dele, então?! — rebate .
— Você gosta dele? — devolve com outra pergunta.
— Ele é legal — ela dá de ombros e se levanta caminhando até a lateral de sua cama e pegando seu sapato.
— Perguntei se você gosta dele?
— Acho que sim.
— Acha? Não dá para achar, ! — brada . — Nessas horas você tem que ter certeza das coisas.
— Tem certeza de que eu sou a rabugenta da nossa relação? — a suspende o olhar enquanto encaixa seu salto no pé. semicerra o olhar e solta um suspiro irritado.
— Mori, estou falando sério — diz , respirando fundo. — E se ele só quiser se aproveitar de você?
— Eu sei me cuidar, — ela diz e se levanta da cama ajeitando o vestido que usa e caminhando até a sala. a segue.
— E se ele te agarrar?
— Hm, seria até interessante — comenta, rindo. — Ele é bem gato — ela ri ao fim da frase e arregala os olhos abrindo a boca, incrédulo.
— !
— Vai ficar? — indaga ela, referindo-se ao fato de estarem em seu apartamento. a encara, confuso. — Se quiser, pode ficar aqui. Agora, possa ser que eu venha para cá mais tarde acompanhada — comenta e finalmente entende.
— Eu vou embora — diz o homem indo até a porta.
— Nem vai dizer tchau para mim? — ri da feição irritada do amigo.
— Tchau, Mori!
— Ranzinza!
deixa o apartamento sem olhar para trás, porém, ele aguarda em seu carro a moça pegar um táxi para ir ao seu encontro. Assim que o táxi chega, o rapaz o segue. Há algo no interior de que clama para que ele não perca de vista e isso o preocupa.
O homem estaciona o carro na rua próxima ao restaurante onde e Ryota estão jantando agora. É um lugar bem bonito, com mesas ao ar livre que dão um ar ainda mais romântico ao restaurante. passa o jantar inteiro observando de longe, aparentemente Ryota trata com respeito e carinho. Ele vê a amiga rindo enquanto conversa com o surfista e sente algo bom lhe invadir. Desde que conheceu , ainda na escola, ele admira o sorriso dela. Naquela época eles eram raros, mas com o tempo ela vem sorrindo mais, tudo também graças a ajuda do que lhe estendeu a mão quando ela mais precisava de um amigo.
Algumas horas se passam e ele observa Ryota e saindo do restaurante, caminhando na direção do estacionamento. sai correndo até seu carro e entra nele, desligando as luzes do farol. Ofegante, ele observa o casal parar em frente a um dos carros que ele julga ser de Ryota. Não dá para ouvir a conversa deles, mas, pelo pouco que entende de leitura corporal, nota que quer ir embora, mas que Ryota insiste em outra coisa. As mãos insistentes do rapaz tentam tocar em partes de que claramente ela não quer e se esquiva para isso.
Parecendo desistir, Ryota apenas a beija na boca e sente uma onda de raiva lhe percorrer, sua respiração fica mais espaçada e irritada, suas mãos trêmulas apertando o volante do carro na tentativa de se controlar. Ele não pode fazer nada que possa se arrepender depois. Não pode...
Ele fecha os olhos brevemente e, após reabri-los, vê uma movimentação estranha e vozes mais altas que antes.
— Como ousa?! — grita enquanto estapeia o rosto de Ryota.
— Para, ! — o rapaz grita de volta, ela continua o estapeando. — Eu só queria que ficasse mais... ai, isso dói, para! — ele segura o pulso dela com força.
Ryota nem sente a aproximação de , apenas sente o soco nas costelas e se vira para ver quem o atinge.
— ?! — espanta-se ele, soltando o pulso de .
— ... — diz , ofegante pelo nervosismo.
— O que está havendo? — pergunta se pondo entre os dois.
— Estamos conversando…
— Ele tentou tocar em mim e eu bati nele — brada e encara o surfista, bastante irritado.
— Você ousou tocar nela? Seu cretino! — ia bater em Ryota, mas não deixa.
— Não vale a pena, — ela diz, segurando os ombros do amigo.
— Vocês dois estão juntos, não é? — pergunta Ryota, de repente, e ri. — Achei que a Mori fosse mais fácil, mas me enganei.
não tem reação de fala, apenas afrouxa as mãos dos ombros de , sentindo o corpo amolecer e lágrimas se formarem em seus olhos. A reação do é a esperada em situações assim. Sem pestanejar, dá um soco no maxilar de Ryota que cambaleia com o impacto do punho fechado dele.
— Para você ela é impossível!
Ninguém diz mais nada. Segurando a mão de , a puxa até seu carro e eles vão embora. Ela passa o caminho inteiro envergonhada, calada e frustrada por não ter conseguido falar o que pensou para Ryota. Com raiva, ela apenas fecha os olhos, sentindo as lágrimas caírem. chega até o prédio de e eles descem do carro. O rapaz a acompanha até a porta de seu apartamento, a moça está tão atordoada que nem percebe que o amigo entra no lugar junto com ela.
— Você está bem? — questiona , quebrando o silêncio e fazendo a amiga o encarar assustada, após jogar-se no sofá.
— Ainda está aqui? — indaga ela de volta. — Eu estou cansada, …
— Só quero saber se está bem? — insiste.
— Eu preciso... preciso pensar, estou chateada com você. — a encara, surpreso.
— Comigo?
— Por que esmurrou a cara do Ryota? Sabe que eu odeio violência…
— Eu fiz isso porque sou seu amigo e não poderia permitir que ele te desrespeitasse — responde o homem e senta-se ao lado dela no sofá.
— Nada justifica, !
— Eu só fiz porque eu quero o seu bem... porque quando eu... — Ele fecha os olhos com força, pensando se deve ou não falar.
— Por que você...?
— Quando eu te vi beijando o Ryota, fiquei com raiva — confessa.
— Raiva? Por que raiva?
— Porque não era eu te beijando... — o encara com o olhar surpreso, sentindo-se ofegante.
— Quê?
— Eu queria estar no lugar dele te beijando, .
— Você nunca disse…
— Mas eu sempre senti.
Depois que levou um fora da Ayumi, passou a ficar mais próximo de , mais que antes. Desde adolescente ele a acha bonita e ele realmente não sentia nada quando estavam juntos – o que era quase cem porcento do tempo de ambos –, mas algo mudou depois que ele viu realmente interessada por outro cara. Isso mexeu com os sentimentos de , o deixando confuso e surpreso ao descobrir que sente atração física e amorosa por ela.
E é essa atração que o faz se aproximar dela agora, passando uma das mãos pelos cabelos cacheados da moça e a beijando com fervor em seguida.
— ! — ela diz, ofegante e se afasta dele.
— Desculpe, eu não quis…
— Pronto! Agora que você realizou o seu desejo de me beijar, já pode voltar para os braços da Ayumi — brada ela, levantando-se.
— …
— Sai daqui, ! — ordena ela apontando para a porta.
O homem não diz nada, apenas se levanta, passando a mão no canto da boca, e deixa o apartamento de com a mente explodindo em pensamentos.
O que ele acaba de fazer?
[❤️🩹]
No dia seguinte, acorda cedo, toma banho e se arruma indo diretamente para seu destino: apartamento da . Ele quer chegar lá antes dela sair para trabalhar em Tóquio, o que deve ocorrer em alguns minutos. Em tempo recorde, chega no apartamento de e toca a campainha, batendo na porta com força até que ela a abra.
Assim que a mulher abre a porta, irritada com a barulheira cedo desse jeito, ela é surpreendida com entrando no apartamento e lhe agarrando o rosto, os lábios dele tocando os seus com ardor, tanto ardor quanto ontem. empurra a porta com o pé, ainda beijando , enquanto suas mãos percorrem o corpo dela. Em todas as partes alcançáveis por ele.
— O que... o que está fazendo, ? — ofega ela, quando beija seu pescoço.
— Te beijando, te tocando... — tão ofegante quanto ela, passa seus dedos sorrateiros por dentro do pijama de , sentindo a pele dela arrepiar-se.
— Por quê? — questiona ela, com o corpo amolecido.
— Porque eu te amo, Mori!
Ela se afasta dele, encarando-o e segurando o rosto de . Dessa vez, o beija com ânsia. Todo o sentimento por parece ter reacendido dentro dela da maneira mais intensa possível, fulminante, deixando-a enlouquecida de amor. O velho estigma de “melhor amigo” atormenta a mente de , mas suas ações demonstram o contrário. Ela quer muito o e sente que é recíproco.
Ainda ansiosa, ela caminha de costas até o sofá onde se deita seguida por ele que ainda a beija fervorosamente. As mãos rápidas de retiram o short do pijama de juntamente com sua calcinha e então ele desce até a intimidade dela, beijando-a. solta um gemido alto assim que os lábios de tocam o local, dando chupões moderados intercalados com passadas de língua, ele saboreia a intimidade de sua amiga com fervor. Enquanto isso, as pernas de se contorcem de prazer e a moça sente que irá enlouquecer a qualquer momento. Interrompendo o sexo oral, para o total descontentamento de , puxa as pernas dela juntamente com seu tronco, assim que ela fica sentada no sofá, a carrega no colo e entrelaça suas pernas nas costas dele apoiando suas mãos nos ombros largos do homem. Eles voltam a se beijar com ardência e ele caminha até o quarto da moça, jogando-a na cama em seguida e deitando-se em cima dela. De maneira sensual e provocativa, começa a despir-se enquanto ela o assiste. Em seguida, ela retira seu pijama e logo tem os seios atacados pela boca do homem que os suga com força, apertando-os com suas mãos. é bem forte e malhado, mas consegue controlar sua força; sendo assim, não sente dor quando é apertada por ele, ela sente prazer, um prazer inexplicável.
[❤️🩹]
Passa das 10h da manhã e desperta, esticando o corpo manhosamente. Ela passa a mão pela cama, ainda de olhos fechados, e não encontra ninguém . Ao abrir os olhos, por um instante, acha que tudo que viveu horas atrás foi um incrível e prazeroso delírio de sua mente, mas ao ver as roupas de espalhadas pelo chão de seu quarto, ela teve certeza de que não foi um sonho, afinal. Mas, onde está o ? A mulher levanta e veste sua lingerie, caminhando até a sala e sentindo um cheiro delicioso de algo sendo preparado na cozinha.
Curiosa, vai até o cômodo e dá de cara com de cueca e avental, o homem está de costas, mexendo em uma frigideira em cima do fogão com o ar distraído. Aproveitando a distração dele, se aproxima e passa sua mão em volta da cintura do homem, parando uma de suas mãos no membro dele.
Ao sentir a presença dela, abre um sorriso.
— Achei que fosse dormir mais — comenta ele enquanto ainda mexe os ingredientes na frigideira, ele está finalizando o molho do macarrão. — Estragou minha surpresa de “café na cama” — lamenta-se, fazendo um biquinho com os lábios.
— Vim ver o que está aprontando na minha cozinha — diz e distribui beijos nas costas largas e quentes de . Ele é levemente mais alto que ela.
— Vê se está bom — ele estica a colher com um pouco de molho para que ela prove.
— Hm... não está ruim — comenta a mulher e ri.
— Não está ruim? — repete ele, olhando-a de canto. — Vindo de uma aprendiz à chefe de cozinha, até que parece um elogio — brinca, rindo.
— Bobo — ela também ri e dá uma leve mordida no braço dele. — Hm, adoro o seu cheiro misturado ao curry — comenta , dando uma fungada no pescoço de que se retrai sentindo cócegas no local.
— O que está fazendo?! — questiona ele ao sentir a mão de voltar a apertar seu membro, dessa vez com mais vigor. Em seguida, ambas as mãos dela começam a retirar a cueca de .
— Tirando sua cueca.
Ele ri e sente abaixar sua cueca, retirando-a por completo em seguida.
— , eu estou cozinhando — avisa e vê a mulher voltar a agarrá-lo pelas costas, dessa vez manuseando seu membro exposto.
— E está fazendo isso perfeitamente bem, — ela diz com a voz arrastada e começa a masturbá-lo enquanto roça sua intimidade na bunda dele.
— Ah.. ... — sussurra .
— Se concentra na comida, — pede ela, beijando as costas dele.
— Difícil com você me masturbando assim... nossa... — Ela começa a aumentar os movimentos.
para de mexer a frigideira e a retira do fogo, deixando-a em outra boca do fogão, desligando a que anteriormente estava ligada. O corpo amolecido do homem dá um passo para trás, jogando sua cabeça e encostando no topo da de . Ele faz menção de se virar para poder chupar os seios dela ou beijá-la, mas ela não deixa.
— Não! Se concentra no curry, ! — ela volta a pedir.
— Eu quero te tocar também — confessa ele, vacilante.
— Depois que terminar o curry do nosso macarrão — ordena .
— Ah, , eu não consigo... nossa... eu não consigo me concentrar assim. — Os movimentos dela são cada vez mais rápidos e certeiros. O prazer de aumentando de maneira muito rápida.
— Então eu vou parar — provoca ela, mordendo o ombro de .
— Não se atreva ou irei te punir — ele diz, olhando-a de canto.
— A depender da punição eu fico tentada a arriscar. — Eles riem um pouco.
— Sua safada... — volta a ofegar e completa: — Não é o que está pensando.
— Não?
— É melhor…
— Hmmm, então eu vou parar…
— Não ouse parar!
Dessa vez, consegue ser mais rápido e se vira de frente para , empurrando o corpo dela contra o balcão. Ele a carrega no colo e a põe em cima do balcão, retirando sua calcinha. Eles se beijam e enfia dois dedos na intimidade dela a fim de deixá-la mais estimulada. Agora, quem sente o descontrole é que tenta não urrar de prazer. As unhas arranhando as costas dele é um sinal do total prazer sentido por ela, poucos minutos depois retira seus dedos e introduz seu membro, puxando o quadril de para frente para encaixar melhor. Estocando com força, o homem entrelaça seus dedos nos cabelos cacheados dela de maneira que apoie sua cabeça em suas mãos. joga a cabeça para trás e começa a gemer alto, ele aproveita a exposição e começa a chupar os seios dela novamente, subindo numa trilha até o pescoço de , deixando chupões no local.
— Ah... ... me fode, , com força…
Ela pede e sente-se desafiado a estocar com mais força, aumentando seus movimentos com o quadril, ele atende ao pedido de e, minutos depois, finaliza seu orgasmo. O homem retira seu membro de dentro dela e abaixa o corpo para voltar a chupar a intimidade de , ele faz isso até que ela atinja seu orgasmo, o que não demora a acontecer.
— ... — ele sussurra no ouvido dela, enquanto a abraça, carregando-a no colo. O homem está encostado no balcão.
— Hm... — ela resmunga de volta, o rosto aconchegado no pescoço de .
— Eu amo você, meu bebê — declara-se o homem e sorri, ainda com o rosto enfiado no pescoço dele. Depositando um beijo no local, ela ergue seu rosto para encará-lo.
— Eu sempre amei você, seu bobo — confessa a mulher e ele sorri.
— Eu sabia — gaba-se.
— Sabia? E não disse nada…
— Estava esperando você se declarar para mim, mas demorou demais, então resolvi eu mesmo me declarar — diz ele em tom de brincadeira e dá uma mordida na bochecha dele.
— Idiota — ela diz em tom carinhoso.
— Eu não sabia que me amava dessa forma, mas eu desconfiava sim. Demorei para perceber, mas eu desconfiava — afirma , dessa vez falando sério.
— Que bom que agora você sabe.
— O que faremos agora?
— Sobre nós? — Ele concorda com a cabeça. — Hm, sugiro que terminemos o molho curry do macarrão — começa ela e eles riem. — Depois a gente come e aí conversamos sobre isso, pode ser?
— Posso acrescentar uma sugestão?
— Pode.
— A gente pode transar de novo, eu gostei disso — sugere e ri abertamente.
— Tenho que concordar, nós nos damos muito bem na cama — ela diz e dá um selinho nele.
— E em outros locais da casa também — brinca ele, rindo.
— Podemos transar na área de serviço, o que acha?
— Agora…
— Não, ! Vamos comer primeiro — alerta ela e ele volta seu corpo para a cozinha, pois ele já caminhava na direção da área de serviço do apartamento.
— Você quem manda, bebê!
põe a mulher sentada no balcão e veste a calcinha nela, depositando alguns beijos em locais aleatórios de seu corpo, causando-lhe arrepios. Rindo, pensa na reviravolta que sua noite anterior teve. De decepção amorosa para um beijo ardente e uma manhã de intenso prazer e amor sendo compartilhado com o melhor amigo. Seu melhor amigo de adolescência... é, melhor transar com um amigo do que com alguém que não te ama, não é? Esse é o pensamento que domina a mente da moça agora, o que a faz se entregar totalmente no prazer e amor que oferece a ela.
"Porque a vida é curta,
você vai se levantar e gritar!"
- Metamorphose, FLOW