Memory of Us

Escrito por Isabelly Duarte | Revisado por Beezus

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  É estranho acordar em um quarto novo, em uma casa com cômodos novos, novos parentes o que implica em novos... pais. Eu não fazia ideia de como seria minha vida de agora em diante, mas esperava que não pudesse ser pior do que não ser nada pra ninguém. Era assim que eu me sentia no meu antigo “lar”. Eu me sentia deslocada e aliviada ao mesmo tempo, por saber que aqui não haviam pessoas que queriam me machucar, eu acho.
  Enfim, apesar de todas as coisas que eu tinha que pensar, deixei-as todas de lado, porque nesse exato momento a minha maior preocupação era encontrar o banheiro, porque fala sério onde ele se meteu? Eu precisava me “arrumar” pra ir a nova escola. Não pense que eu sou algum tipo de vadia querendo chamar atenção do capitão do time de futebol - eu nem sei se as pessoas de lá jogam futebol - eu só não queria ser “a estranha” pra sempre.
  Saí do meu quarto com minha toalha, escova e sabonete em mãos, checando atrás de cada porta aberta, se ali havia um chuveiro ou algo com que eu pudesse tomar banho. Eu abri a última porta - minha ultima esperança - pra encontrar uma coisa muito melhor que um banheiro: um garoto de cabelo bagunçado sentado em uma cama, só de boxers, tocando uma... guitarra? Aquilo é uma guitarra, né? O olhar sereno que ele carregava sumiu assim que mim viu parada a porta e, eu podia dizer que ele queria me jogar pela janela.
  - O que você quer? - o tom em sua voz era cortante.
  - Eu estava procurando o banheiro - eu não consegui me impedir de gaguejar ao falar essa pequena frase e, agora EU queria me jogar pela janela.
  - Você já viu que não é aqui, então vaza! - essa não era minha ideia de “pessoas que não iam me machucar”. Eu queria sair dali pra ontem, o que fazia com que eu me perguntasse porque eu nunca consigo me mexer quando estou nervosa. Por sorte a Sra. Malik - mamãezinha do meu coração - chegou antes que eu defecasse na frente do menino mais bonito que vi em anos.
  - querida, o que faz aqui? - ela olhava para o que eu carregava e aposto que ela pensou que eu estava tentando fugir.
  - Eu procurava o banheiro - com sorte eu consigo parar de gaguejar nas próximas férias de verão. Maldito nervosismo.
  - O banheiro do seu quarto não está funcionando? - tá, eu aceito, sou o ser mais estúpido da face da terra.
  - Eu não achei que tivesse um - não é de se admirar sabendo de onde você veio - o bonitão se pronunciou chamando a atenção da mãe que o repreendeu com o olhar.
  - , nós já conversamos sobre ofensas e, pelo amor que você tem a mim vá vestir algo descente - então é esse o nome dele, ou será que é um apelido, apelido pra que nome? Zacarias?
  - Venha, querida, eu vou ter mostrar o seu banheiro - eu sei que ela tava querendo me fazer sentir bem, mas tanta bondade tava me dando medo.

  Eu queria vomitar meu café da manhã fora - não, pra dentro dã - mas chamar atenção estava fora de cogitação. O dia mal havia começado e já tinha chovido horrores, molhando cada canto da cidade. Eu não podia odiar mais a chuva, porque além de deixar tudo com um ar mais fúnebre, a lama deixada por ela sempre destruía tudo que eu decidisse calçar. Eu segui porque não tive opção, eu não sabia o que fazer ou onde ir. Era triste ver as pessoas e seus amigos rindo e se abraçando, pois isso me lembrava que eu não tinha um se quer. se juntou ao grupo de quatro meninos.
  - Quem é o broto? - esse foi o primeiro dos caras que tinha cumprimentado, com aqueles toques de mãos estranhos. Eu só pude pensar vai começar as piadas.
  - Minha irmãzinha - eu nem precisava me esforça pra notar a ironia com que ele disse isso.
  - Eu pensei que ia ser um moleque - é eu também - então era isso? Essa birra todo porque eu não sou um homem? Ou melhor, um moleque?
  - Vai ficar o dia todo no meu pé? - eu penso que ele podia ser um pouco mais razoável.
  - Eu não sei o que fazer - eu realmente não sabia o que as pessoas faziam na escola. Ele me respondeu com um “isso não é problema meu”, fazendo os amigos idiotas dele rirem. Eu não saí de lá, afinal, pra onde eu poderia ir? Ele finalmente se deu por vencido e me disse o que eu devia fazer, acho que ele ficou com pena. No almoço eu fiquei um bom tempo procurando por uma mesa onde eu pudesse ficar, mas acabei por desistir depois de dez minutos e, resolvi ir a um corredor qualquer e sentar no chão.

  No final da aula, não voltou para casa e eu tive que pegar um ônibus. O problema era que eu não sabia pegar um ônibus e não peguei, eu me perdi isso sim e, acabei chegando em casa depois dele; que acabou ficando de castigo por me deixar sozinha, eu achei muito bem feito. Eu já havia tomado um banho, me livrado das roupas molhadas, jantado, agora eu me sentia melhor, mas não completamente. Fiquei um pouco decepcionada porque eu não encontrei nenhuma garota tão estranha quanto eu e, que quisesse ser minha amiga, e, além disso, também não encontrei nenhum cara popular e gostosão que se encantasse pelo meu jeito tímido e desajeitado de ser. Ou seja, todas as porcarias que escrevem em livros são mentiras. Eu nem terminei meu pensamento direito e alguém bateu na porta, eu fui até ela e a abri.
  - Eu vou deixa-los sozinhos, tem algo pra te dizer - ela desapareceu rapidamente me deixando sozinha com ELE. Eu não sou de ter fantasias sexuais com caras do tipo de - com nenhum outro na verdade - com esse estilo badboy ou sei lá, mas, eu ficaria com ele. falou algo tão baixo que eu não ouvi absolutamente nada, o que me fez pedir a ele que repetisse.
  - Foi mal, por... ter te deixado sozinha, por ter sido um idiota desde que você chegou - eu fiquei chocada com isso - Tá feliz? Eu posso ir para o meu quarto? - eu ouvi a voz da Sra. Malik vir de algum canto das escadas, dando-lhe permissão pra fazer o que queria. Ele saiu resmungando algo como “Palhaçada”. Eu o queria até mesmo ele sendo tão idiota comigo, sabe aquela coisa que as pessoas dizem “pisa que ela gruda”, isso funcionava muito bem comigo pelo visto.

  A semana inteira foi uma provação de que eu não devia estar ali. Não que eu seja uma filha da puta ingrata, mas as pessoas daquela escola eram más comigo, principalmente as meninas. Eu estava cansada de receber patadas de todos os lados. Eu não prestava atenção na aula porque só pensava em uma forma de sair dali. O sinal da hora do almoço tocou.

   P. O. V

  Eu só fiz menção de me levantar quando o tumultuo em um canto afastado do refeitório tomou proporções exageradas, eu tinha que ver quem era o otário da vez. Eu tenho que admitir que a cena que eu vi foi deplorável. James quase batia na e isso era covardia. Primeiro porque ela é menina, segundo porque, olha o tamanho desse cara, ela pareceria ainda menor perto dele. Eu só precisei ouvir ele chamando-a de vadia pra agir no automático, quando vi já estava socando ele. Não foi nada demais, eu fui levado pra diretoria, chamaram meus pais, mas foi só dizer que eu estava defendendo ELA que a mamãe derreteu na hora. É, Malik, você ganhou uns pontos com seus velhos.

   OFF

  Eu fiquei absolutamente estática, em um segundo eu achei que iria morrer, e em outro estava socando o armário que queria me matar. Acho que nos momentos seguintes eu fiquei em choque porque eu não lembro de nada direito, quando parei pra realmente prestar atenção, eu estava em casa, viva e a salvo. Desde que consegui parar pra pensar normalmente pergunto quais motivos levaram a me defender. Ele sempre foi indiferente quanto a mim e, no mínimo, eu achava que ele tinha vergonha de ser visto comigo. A única coisa que eu realmente conseguia me lembrar, eram os braços DELE ao meu redor, me levando para longe de toda aquela bagunça, aquilo eu nunca iria esquecer. Foi aí que eu me dei conta de que devia dizer-lhe obrigada e, foi isso que eu fiz. “Nossos” pais já estavam no quarto e, eu rezava pra que ele não estivesse dormindo e me odiasse um pouco mais por acorda-lo. Quando bati na porta, só queria não ter tido essa ideia estúpida, eu planejava correr e voltar para o meu quarto, mas ele já tinha aberto a porta. Estava só com calças de moletom e, puta que pariu porque meninos tem usar calça/boxers tão abaixo do umbigo? Se eu dizer que fiquei lá abrindo e fechando a boca, vocês acreditam? Agora sim eu queria correr dali... pra outro país.
  - Você está bem? - porque eu sempre tenho que parecer assustada perto dele?
  - Bem - eu nem consigo montar uma frase que se preze.
  - Você está perdida de novo? - eu juntei todas as minhas forças pra dizer uma simples palavra, então se não fosse agora não seria nunca.
  - Obrigada - ele pareceu confuso, mas acabou por entender.
  - Hum, tudo bem - eu nem sei de onde me saiu tanta coragem, mas eu o perguntei “Por que me ajudou?” e isso é uma frase, estou orgulhosa de mim. Ele começou a morder o lábio e mexer no cabelo e, eu só de olho na boca dele e naquela calça baixa demais. Acho que algo dentro de mim estava esperando que ela caísse, e quer saber? Foda-se o incesto eu queria beijá-lo, e não era só na boca. Ele finalmente me respondeu.
  - Eu não sei, é só que eu acho que se alguém vai te esculachar esse alguém tem que ser eu - eu sei que não deveria achar isso engraçado, mas nós rimos juntos, vejo um progresso.
saiu um pouco mais pra fora do quarto e, eu finalmente pude observa-lo na luz. Ele tinha um hematoma no olho direito, ele tem sorte porque nem isso o faz ficar feio. se sentou no chão do corredor e eu o acompanhei.
  - Dói? - eu disse me referindo ao olho machucado dele. Ele me respondeu que ainda doía um pouco - Você que eu busque gelo?
  - Não, mamãe já me mimou o bastante, em outras circunstancias ela me deixaria morrer a míngua, mas como foi pra ajudar você... - apesar do silêncio que se seguiu eu me sentia mais confortável perto dele. Eu não sei o que deu em mim, mas tentei alcançar a mão dele - como as pessoas fazem no cinema - mas ele recuou. Ele usou a mesma mão para segurar o meu queixo e me levar mais pra perto, eu pensei que ia vomitar na cara dele de tanto nervosismo, mas não.
encostou nossos lábios, nada de língua, nem movimentos sexys - menos , bem menos - ele literalmente só encostou. O beijo durou pouco, acho que principalmente por estarmos no corredor em que ficava o quarto dos nossos pais, porque afinal de contas, se a Sra. Malik nos visse ia dar treta. O clima ficou bem estranho depois do beijo o que é super normal, né?
  - Eu acho melhor eu voltar pro meu quarto, sua mãe não ia gostar de nos ver acordados há essa hora - ele fez que sim com a cabeça.
  - A alguma possibilidade de você me deixar ir para o seu quarto com você? - eu ri, mas daí, percebi que ele estava falando sério.
  - Sua mãe não iria aprovar isso - eu imaginei que era isso que você ia dizer - me dá um minuto pra pensar, ele quer fazer comigo o que eu acho que quer? SEKÇO? - E se eu dissesse sim? Você pode ir comigo.

  Eu sei o que vocês estão pensando danadinhas, mas pra cortar o barato de vocês, não aconteceu nada. Nós só conversamos e foi bom, descobri coisas sobre ele que nem imaginava. tinha uma banda com os amigos: , , e o cara com a bunda mais maravilhosa que já vi, . Ele me contou que eles tocavam em bares às vezes e que o “camarim” que ofereciam a eles na maioria das vezes o fazia querer vomitar. Ele me contou que as guitarras que eu o vi com ela, não era dele, na verdade ele nem sabia como tocar. Eu fui pra um dos ensaios e fiquei impressionada, agora estou me sentindo a fã número um da One Direction. não me beijou novamente e, eu só podia lamentar por isso, porque eu sentia saudades. O fato que nossos pais iam fazer uma viagem e nos deixar sozinhos, me deixava nervosa. Eu tinha medo que ele tentasse algo - não que eu me ache irresistível - e ao mesmo tempo queria que ele fizesse isso.
  O dia amanheceu e os pais de já tinham saído, alegando que não queriam pegar muito trânsito. O dia passou sem mais acontecimentos importantes, se você ignorar que trouxe os amigos pra casa e garotas também, cinco garotas pra ser exata. Eu não estava com ciúmes só não gostei de ser deixada de lado o dia inteiro, às vezes eu queria ser como o Simon Cowell, porque apesar de ele ser um pé no saco a maioria das vezes, todo mundo ama ele. Então se eu fosse chata, mas divertida que nem o Tio Simon, as pessoas iam gostar de mim, mas sou só chata que nem o Simon.
  Eles saíram e eu finalmente pude respirar aliviada, não que eu não gostasse dos meninos, era só que eu me sentia mais confortável quando só estávamos eu e .
  A noite já tinha caído - não literalmente - eu tentava fazer alguma coisa pra comer, porque eu estava morrendo de fome e, me esqueceram aqui, então tive que me virar. Eu não ouvi a porta abrir nem nada - não que a cozinha fosse exatamente perto da sala, e a porta fizesse muito barulho - mas entrou na cozinha jogando as chaves do carro em cima da bancada, o que me fez assustar. Eu tentei fazer de conta que nem tinha percebido ele ali pra não precisar falar com ele, continuei montando meu sanduiche.
  - Estou com fome - ótimo, agora ele se lembra de mim.   - Isso não é problema meu - eu não queria soar zangada, mas eu estava zangada, e não sou boa atriz. olhou pra mim de uma forma que eu achava significar: “o que eu fiz pra você? ”.
  - Por que está com raiva de mim? - eu queria poder ignora-lo, porque eu não queria dizer que talvez - bem talvez, mentira - eu estivesse com ciúmes. Como eu permaneci calada, ele veio por trás de mim e sussurrou no meu ouvido: “É por causa das meninas?” mais uma vez eu não respondi, porque estava quase morrendo engasgada com a minha saliva.
   me virou de frente pra ele ,e de costa pra bancada. Ele fazia carinho no meu cabelo e cheirava meu pescoço e, eu comecei a achar que ele estava bêbado. É, mas ele estava bem sóbrio mesmo - Me deixe transar com você!? - eu não acreditei estar ouvindo aquilo, porque esse era o tipo de coisa que eu achei que nunca ia acontecer comigo, principalmente se o cara tem todos os dentes. Meu interior esquentou rapidamente, e eu senti minha fenda molhada - eu vi isso num filme, mas vou parar de palhaçada, é um momento sério.
   distribuiu beijos pelo meu pescoço e colo, beijando o topo dos meus seios. Eu só conseguia ofegar, porque eu não sabia o que fazer em uma hora dessas, então só levei minhas mãos até o seu cabelo. Eu não sei se queria que ele parasse, é só que, eu não queria que ele me achasse fácil demais, eu só fiz o que tinha de ser feito.
  - - ele me respondeu com um resmungo - por favor, para - eu falei tão baixo, que achei que ele não tinha ouvido, mas ele ouviu e parou, como eu pedi. Okay, eu me arrependi. Os lábios dele estavam vermelhos, fazendo dele a coisa mais adorável desse mundo.
  - Desculpa, eu pensei que você queria - é lógico que eu queria.
  - É só que, eu não sou desse tipo, e nós somos irmãos - ele rolou os olhos pra mim.
  - Você sabe que isso não é verdade, - ele parecia bravo - mas esquece.

   começou a subir as escadas e eu o deixei ir. O que ele queria que eu fizesse? Ou o que eu deveria fazer?
   não falou comigo na semana seguinte, fala sério ele queria que eu desse a piriquita logo assim de cara? Eu achei que meninos gostassem de desafios. Eu tentei me reaproximar dele, mas ele claramente me ignorou. Eu tive que pô-lo contra parede pra que ele me ouvisse, porque afinal de contas, o que eu tinha feito de errado?
  - Qual o problema? - ele tentava fugir o tempo todo, mas não o suficiente pra me fazer soltá-lo.
  - Não tem problema nenhum, eu preciso ir - ele ia começar o seu caminho, mas eu impedi.
  - Tudo isso porque eu não quis fazer aquilo? - se algum dia ele gostou de mim eu não sei, mas parece que ele me odeia agora.
  - Você quer saber mesmo qual o problema? - eu fiz que sim com a cabeça - você me deu mole desde que chegou nessa casa, daí quando chego em você, você vai e me dá um fora.
  - Percebe como isso é egoísta? Você ficou sem falar comigo por uma semana, porque eu te dei um fora, e você não sabe lidar com isso e nem se quer pensou nos meus motivos - acho que os vizinhos já ouviam nossa conversa super educada.
  - E quais são seus motivos, , “aí eu não quero que você me ache uma vadia” - ele falou imitando a minha voz, o que só me fez ficar mais puta com ele - Eu não te achava uma puta antes, não te acho agora e provavelmente não te acharia se a gente tivesse transado - A gente tava mesmo tendo uma DR? Eu acho que essa é uma boa hora pra ele saber o motivo real.
  - Não é só sobre isso - ele me incentivou a continuar - Eu nunca fiz... aquilo - ele ficou um tempo pensando no que seria “aquilo”, suponho eu. Quando ele finalmente entendeu, sabia que ele estava se achando um idiota.
  - , eu não fazia ideia - ele veio e me abraçou, como se eu tivesse contado que tenho alguma doença sem cura - Eu fui um idiota - eu concordei, fazendo com que ele risse - Então é por isso? Você quer que seja especial? - eu só assenti. Eu estava perdida naquele cheiro maravilhoso que vinha do pescoço dele - Eu posso ser o seu cara? Porque eu posso fazer ser especial - eu me afastei um pouco dele pra saber se aquilo realmente era verdade.
  - Você quer? Ser o meu primeiro? - ele me beijou, e bom, isso foi suficiente. Eu sei que eu devia estar brava e não concordar com isso em hipótese alguma, mas quem resiste a Malik?

  Eu estava bem, ninguém mais me prosseguia na escola, eu e estávamos... tá, eu não sei o que a gente está fazendo nem o que a gente tem, o fato é que eu estou feliz. A única coisa que ainda me incomoda, é a gente ainda não ter contado nada para os nossos pais. Nós tínhamos que mentir quando íamos sair juntos ou inventar desculpas pra ficarmos sozinhos em casa e, eu definitivamente, odeio mentiras. Mas falou que era melhor que ficássemos assim por enquanto. Só de pensar na noite de sábado - onde tudo é possível - meu cérebro quase derretia. não disse onde aconteceria porque era surpresa - só eu que odeio surpresas? - Eu até tentei fazê-lo falar, mas não deu muito certo. Eu até fui ao shopping e comprei uma coisa bem bonitinha para o . Na verdade não era exatamente pra ele, mas eu ia usar pra ele, dá no mesmo. Eu estou de quatro por esse homem - não pensem besteira, eu sou uma menina recatada. Sabe quando tudo está dando certo demais na sua vida e você pensa: aí tem coisa. Eu afastei esse pensamento, porque afinal, é a primeira coisa legal que acontece comigo em muito tempo e, eu mereço.

  Quando a manhã de sábado chegou eu me sentia enérgica e enjoada, parecia que a qualquer momento tudo que eu comi sairia pela minha boca, mas é claro que era tudo culpa do nervosismo. Mamãe - é mamãe, me deixe okay? - não gostava de ideia de me deixar dormir fora, mas a convenceu que isso seria bom pra mim. De alguma forma isso serviu não só para acalma-la mas a mim também. Quando eu saí do carro de naquela noite, me deparei com uma casa estupidamente linda, muito maior que a nossa, com um jardim impecável na frente. Parecia até mentira. Eu nem conseguia falar só olhar, gesticular para - Como se dissesse, onde você conseguiu uma casa como essa? - me olhava divertido.
  - É a casa do - eu ia começar a elogiar a casa - eu sei que você amou.
  - Ele te emprestou a casa dele só pra isso? - nós já estamos chegando perto da porta, e parou abruptamente, eu o olhei assustada.
  - Só pra isso, ? Esse é um momento muito importante da sua vida e da minha também - existe alguém mais fofo na face da terra?

  A casa era tão bonita por fora o quanto era por dentro, os móveis eram antigos o que só dava um ar mais elegante a casa. Tudo parecia tão caro que eu fiquei até com medo de arranhar o chão e depois não ter como pagar. As fotos por cada canto da casa mostrava uma família feliz, um tipo de família que eu nunca tive. cozinhou pra gente, pasme.
  Nós terminamos de comer e subimos para o “nosso” quarto.
tapou meus olhos com as mãos e falou pra eu só abrir quando ele me mandasse, ele meu guiou até o bendito quarto e eu finalmente pude ver o que ele tinha feito. Era muito melhor do que eu imaginei, sabe aquela arrumação bem clichê, com pétalas de rosas e velas? Pareciam tão perfeitos e apropriados agora, eu juro que me segurei pra não chorar, mas sempre tem aquela lágrima teimosa que te envergonha.
beijou os meus olhos e depois a minha boca.
  - Está como você sempre quis? - como ele podia achar que não.
  - Se eu fiquei impressionada com a fachada da casa, imagine com isso - ele deu aquela gargalhada, quase tão gostosa quanto ele. Me perguntou se eu estava pronta, eu disse que sim, porque nunca me senti tão pronta na vida.

   sentou-se na cama e me fez sentar em seu colo, uma perna de cada lado do seu corpo. Me amaldiçoei por ter vindo de saia, porque naquela posição eu conseguia senti-lo muito bem. Não que esse não fosse o objetivo, mas eu não preciso perder o controle sem nem ter começado.
   me beijou primeiro lento, depois era quase como se ele estivesse querendo esmagar os meus lábios. Eu comecei a rebolar nele sem nem perceber, enquanto ele apertava meu seio e a minha bunda ao mesmo tempo - ele é guloso, UI. Em um piscar de olhos minha blusa e saia já tinham sumido. me olhava com tanta intensidade, que eu achei que fosse explodir. Eu ainda pensei em pergunta-lo se ele havia gostado do que estava vendo, mas desisti quando ele praticamente atacou meu pescoço e ombros. As alças do meu sutiã já não estavam no seu lugar, ele me olhava nos olhos quando desabotoou meu sutiã, como se esperasse que eu fosse impedi-lo.
   deu um belo de um chupão na parte superior do meu seio e logo depois me deitou na cama. Começou a tirar suas roupas, ainda em pé, só deixando a boxers, não era necessário que ele as tirasse, para que eu visse o tamanho do negocio dele. Os beijos começaram na minha boca e foram descendo entre o vale dos meus seios e parando um pouco abaixo do umbigo. começou a descer minha calcinha lentamente até tira-la completamente, ele fez seu caminho novamente até alcançar meus seios, eu nem pude me conter de gemer quando ele me chupou forte o mamilo e escorregou os dedos entre os meus lábios - na parte sul do meu corpo - escorregando um deles dentro de mim. Eu não precisei de muito pra chegar ao orgasmo, porque afinal de contas, aquilo não acontecia sempre. Eu nem consegui me recuperar antes de pensar que estava sonhando, viajando pra uma realidade completamente cruel.
  No começo eu não entendi o porquê de aquelas pessoas estarem ali, mas não foi preciso muito esforço. Sim elas estavam tirando fotos, sim também estavam gravando tudo que eu e fizemos e sim eles estavam rindo de mim sendo acompanhados por ELE. Tinha sido tudo um plano pra me fazer de idiota na frente de todo mundo, o quarto girava e eu só queria me cobrir e sair dali. Enrolada no lençol eu desci as escadas, e pouco depois encontrei a rua. Eu nem sabia aonde ir, eu sei que parece totalmente clichê, mas agora eu só queria ter uma máquina do tempo que me levasse pra mais longe de 2014 e mais perto de tempo em que eu era realmente feliz.

FIM



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