Medical Love
Escrito por Yah SM | Revisado por Bella
Parte do Projeto Sorteio Surpresa - 1ª Temporada // Tema: Fernando de Noronha
A buzina da ambulância podia ser ouvida a metros de distância. Leis de trânsito? Não quando uma vida está em risco.
Raiva. Era isso que a paramédica sentia. Só porque o fim de ano chegou os turistas resolvem ir às praias e se esquecem totalmente de todas as normas de segurança. Mas afinal, quem realmente ouviria uma médica formada que trabalha no ramo há quatro anos e atende Fernando de Noronha inteira? Pelo visto, ninguém.
Chegaram a praia, a areia era escondida por guarda-sóis multicoloridos e muitos corpos descobertos desfilavam por todo lugar. Sorrisos, sotaques e alegria, tudo era perfeito na praia e a vida dos turistas era incrível, não? Não. A equipe correu pela praia com a maca, a beira do mar um garoto estava desacordado ao lado do salva-vidas. Seu pé estava desproporcional, o colocaram em cima da maca e saíram apressados até a viatura. A corrida contra tempo começou novamente, logo, abriram as portas do hospital gritando por mais médicos, alguns pacientes na sala de espera os olhavam confusos, outros assustados. Mas quem liga? A luz da sala de cirurgia acendeu vermelha. Estavam em sessão.
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- O que aconteceu? – o garoto perguntou, abrindo os olhos castanho escuros com dificuldade, seu cabelo preto bagunçado lhe caía muito bem, pena que estava pálido ainda.
- Calma, você precisa descansar! – a paramédica o acalmou.
- Como eu vim parar aqui?
- Você estava na praia, segundo o salva-vidas, você saiu do raso sem ver uma onda que o cobriu por trás e te levou para o fundo, onde pisou em um ouriço do mar – o garoto fitou seu pé, percebendo que não só o mesmo estava enfaixado, como sua perna inteira – o veneno espalhou rápido e afetou sua perna, vai precisar de cuidados.
- Merda! – ele balbuciou.
- Desculpe? – tossiu a médica, incomodada.
- Ah, não foi isso que eu... Vou voltar a andar? – ele perguntou, respirando fundo, recostando novamente sua cabeça no travesseiro e fechando os olhos.
- Vai sim – ela engoliu em seco – mas precisará de tratamento, recomendaria ficar aqui em Fernando de Noronha, temos muitos recursos. Mas caso queira voltar para sua cida...
- Não. Quando começamos o tratamento? Quanto tempo vai durar? O que preciso fazer? – ele disparou as perguntas, sentindo uma enorme dor na perna, levou as mãos até o local, logo a médica ajustou a posição da mesma.
- Calma! – ela disse, segurando os braços dele e o fitando nos olhos – precisa manter a calma, esse é o efeito da anestesia passando – o rosto dele se contorcia de dor – precisa confiar em mim, vai dar tudo certo ok? – ele parou, viu os olhos da garota o observarem como se enxergassem sua alma, e por um instante, ele pensou ter sentido outra anestesia.
- Tudo bem – concordou com a cabeça. – Sou .
- Sou . E, respondendo, as suas perguntas, podemos começar o tratamento amanhã desde que passe o resto do dia em repouso. Vai durar aproximadamente três meses e você só vai precisar confiar em mim e fazer tudo o que eu disser, está bem? Eu mesma serei sua médica encarregada. – ele assentiu com a cabeça. Parece que suas férias seriam prolongadas por mais alguns meses...
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*2 meses e 27 dias depois*
prendeu o cabelo em um coque, deixando a franja cair de lado por cima de sua testa. Ajustou o maiô especial e se dirigiu até a água.
- Olá, Bessy, como vai? – ela cumprimentou a golfinho fêmea que saltou, fazendo um barulho feliz. – parece que nosso cliente está atrasado novamente!
- Talvez só um pouco – disse , aparecendo e sorrindo para a garota. o fitou, seus cabelos pretos estavam calculadamente bagunçados, seus olhos castanhos escuros brilhavam ao fita-la, ele estava usando apenas um bermudão azul marinho, o que deixava seu abdômen definido a mostra. – mas ele sabe que a médica não se importa – disse e piscou, entrando na água. – ainda não entendi por que tenho que nadar com golfinhos e fazer todas aquelas caminhadas?
- Porque o senhor foi teimoso e acabou envenenando a própria perna, e se não fizer isso, vai perder a mobilidade dela. – ela disse, segurando em Bessy.
- Primeiro, não me chame de senhor, porque eu sou 2 anos mais novo – ele disse, se aproximando e ficando a uma distância perigosa, pelo menos para a mulher – e segundo, minha perna já está boa!
arqueou uma sobrancelha – Tem certeza? – perguntou e o empurrou. O garoto caiu na água e só levantou quando a médica puxou-o para cima. Ele tentou adquirir a maior quantidade de ar que conseguiu. Agora seus cabelos pretos encharcados estavam caídos por cima dos olhos, suas bochechas coradas acompanhavam os movimentos da boca que continuava a se abrir em busca de oxigênio.
- Ok, vamos começar com os golfinhos – ele disse e a garota riu.
O tratamento era simples, caminhava ao lado de até onde dava pé, então usava Bessy como apoio a partir daí para nadar e exercitar as pernas. Eles iam até uma demarcação e depois voltavam repetindo o exercício, depois de 2h30min, caminharam até a beira da praia e sentaram-se, como faziam toda quarta-feira de tarde. Já eram 17h e o Sol se punha no horizonte, colorindo o céu e dando lugar as primeiras estrelas, havia presenciado esta cena várias vezes: com uma idosa que não parava de falar, com um garoto de 14 anos que flertava com ela (uma mulher de 27 anos), com um homem perto da terceira idade e do limite de obesidade, que cheirava a bacon, e só foram mencionados aqui os clientes menos esquisitos. Talvez, por um tempo, a magia tivesse se perdido, afinal, o Sol se põe todos os dias não é? A diferença é que o Sol vai estar sempre lá; , não. Ela o fitou novamente e, para sua surpresa, ele também a olhava. Sentiu suas bochechas queimarem, então levantou-se para evitar o constrangimento, a seguiu no movimento.
- Muito bom, foi seu último treino com Bessy então se quiser se despedir...
O garoto assentiu e entrou novamente na água, já conseguia andar sem mancar muito. Chamou-a e acariciou sua cabeça.
- Tchau, Bessy, cuide da madame por mim, ok? – ela fez um ruído e em seguida saltou. – vou sentir saudades – beijou-a – e só uma dica, tente arranhar menos os outros clientes.
Ele voltou para a praia e lhe entregou uma toalha.
- Ela não arranha geralmente, porque os clientes bons usam o tipo de roupa certo e não um bermudão.
- Ooow, um: eu sou um cliente muito bom, dois: aquela roupa pinica e três: eu sei que você gosta de me ver assim, então, de nada.
Novamente as bochechas ganharam uma coloração rosa.
- Cale a boca, , vá descansar, te vejo amanhã na caminhada.
Disse e andou até o vestiário. Colocou uma blusa branca do Imagine Dragons, uma calça jeans gasta, um all star preto de cano alto, soltou os cabelos e caminhou até sua Ducati Streetfighter Preta, quem disse que médicas devem usar jaleco 24h? já tinha ido embora, então acelerou sua moto, colocando o capacete preto e vermelho por cima dos fones, tocava Nothing Left To Say, e em seguida, todo o CD “NightVisions”. Parou em um restaurante japonês para pegar comida. Assim que chegou em casa, ligou a TV, passava “House”, terminou de comer, lavou a louça e assistiu “Chicago Fire”, mas não teve sono, então voltou ao sofá e adormeceu vendo a única coisa que passava na TV: uma maratona de “PrettyLittle Liars”.
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O Sol despertou a garota, que continuava com as mesmas roupas da noite passada. Levantou, olhando-se no espelho e a única coisa em que pôde pensar foi “Holly Crap”. Foi direto ao banho, água quente só a deixaria com menos vontade de sair de casa, então forçou-se a tomar um banho de água fria. Terminou bem rápido, então vestiu uma legging preta, uma blusa regata azul e seus tênis de corrida, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e saiu para o quintal. já a esperava do lado de fora do portão.
- Bom dia – saldou um que vestia uma bermuda preta, uma blusa regata branca e tênis, bem como seu sorriso sarcástico de sempre.
- Bom dia, . Vamos aos alongamentos?
document.write(Yasmin).
- , eu agradeceria se parasse de olhar minha bunda!
- Então acho que não é hoje que você vai ficar grata.
Ela bufou.
- Ok, chega de alongar os braços, vamos aquecer a pernas.
Disse e começou com polichinelos. O que também não foi uma boa ideia, pois digamos que a atenção de se dirigiu um pouco mais a cima. Então começaram a caminhada. O calçadão perto da praia era calmo pela manhã, em temporada de alta, Fernando de Noronha era um constante “pub” para turistas que ficavam acordados até as 3h em festas de praia ou beijando o namorado, e depois dormiam até a hora do almoço, comiam e voltavam para a praia. Raramente paravam para admirar a beleza da cidade, olhar as lojinhas de artesanato que as senhoras preparavam com tanta habilidade, não caminhavam pelas ruas distantes do mar que costumavam ser as mais calmas, não paravam para degustar especiarias com frutos do mar nos vários restaurantes aconchegantes. Em vez disso, o único som, fora os gritos que ouviam, era o de risadas de pessoas que chegavam a ilha a cada dia.
O Brasil era um paía fantástico, era uma pena que nem todos soubessem aproveita-lo. Deram algumas voltas nas quadras residenciais, em direção ao comércio. O cheiro de maresia era revigorante, e os primeiros donos de comércios estavam abrindo suas lojas. Continuaram até chegarem ao calçadão da praia, logo, passaram do cimento para a areia.
- A areia ajuda porque a aderência contra a pele aumenta, então fica mais difícil caminhar rápido e manter o ritmo, o que força mais os músculos. – disse, quebrando o silêncio.
- Eu sei, você sempre diz isso quando caminhamos!
- Também sempre falo que a caminhada de hoje vai ser mais longa? – ela questionou, sorrindo vitoriosamente.
- O quê?
Perguntou , mas não obteve resposta, já que a médica apenas acelerou. Quando finalmente pararam, estavam em uma parte privada da praia. Muitas pessoas com uniformes e bonés caminhavam por todo lugar, com sacolas e alguns objetos que o homem não identificou.
- O que estamos fazendo aqui? – ele perguntou, seguindo-a.
- Estamos aqui para ver as tartarugas nascerem! – disse então chegou perto de uma mulher de cabelos pretos e olhos castanhos, que usava um rabo de cavalo baixo e anotava tudo em uma prancheta – oi, Sofia, tudo bem?
- ! A quanto tempo! Veio para ajudar na desova deste ano? – as duas se abraçaram.
- Sim. Este é Lucca, tem problema ele ficar aqui também?
- Não, só peguem as roupas especiais e as sacolas com Marco, vai começar de noite, mas precisamos limpar a praia.
- Tudo bem! – disse e foi até um garoto moreno de olhos bem escuros e cabelo ondulado preto. Ele segurava sacos transparentes e luvas. – Marco! – correu para abraça-lo, não se sentiu confortável com aquela situação.
- ! – ele retribuiu o gesto – veio ajudar? – a garota assentiu – ele também? – perguntou, apontando para, .
- Sim, este é , meu cliente!
- Ok, muito prazer, – o cumprimentou – aqui estão suas coisas! Já sabe o que fazer!
sorriu e deu as luvas e uma sacola plástica para .
- Isso faz parte do meu tratamento?
- Não, mas faz parte da sua despedida! – sorriu.
- Ótimo! Não tem nada que eu goste mais do que catar lixo debaixo do Sol!
- Só cale a boca e faça!
Ambos riram e passaram a ajudar os voluntários do Projeto Tamar.Ficaram assim a manhã inteira, até o almoço chegar. Sentaram-se a beira da praia e os funcionários dividiram comida com os dois. observou , havia passado três meses ao lado daquela mulher. Os voluntários haviam lhes dado outras roupas apropriadas para ajudar, mesmo assim estava bonita. Seus cabelos castanhos ondulados, agora presos em um coque, deixavam mais fácil observar seu rosto, a franja caia por cima de seus olhos, que pareciam sorrir junto com a boca carnuda, deixando as maçãs do rosto rosadas naturalmente, se realçarem, mostrando a única covinha no seu lado esquerdo. Sem falar do corpo que era invejável... E desejável. Saiu de seus devaneios ao ver todos se levantando. Terminaram de separar o lixo do almoço e voltaram ao trabalho, dessa vez, espantavam as gaivotas e todos os possíveis comedores de tartarugas bebês. O resto da tarde se passou tranquilo, então as 19h, sentaram-se todos para esperar o grande momento. conversou com durante todo esse tempo, estava triste por ser seu último dia com ela.
- Olha, obrigado por tudo! – disse, olhando-a nos olhos.
- Eu estava sendo paga para isso – respondeu, piscando para o rapaz, que sentiu um calafrio com o gesto.
- Olha, , eu...
- AS TARTARUGAS! – alguém gritou.
Então todos fitaram a areia. Dela, saíam várias tartaruguinhas, que caminhavam lentamente até a água, guiadas pelo próprio instinto, com menos de trinta minutos de vida, tentavam sobreviver, sabendo que se chegassem ao mar, tudo seria mais fácil e poderiam ver os pais pela primeira vez. Eles estavam presenciando um milagre: a própria vida. Era inevitável ver sorrisos nos rostos de todos, inclusive nos de e . Porém, algumas gaivotas e outras aves apareceram.
- Agora, pessoal! – disse Sofia e todos acenderam suas lanternas, tomando muito cuidado por onde pisavam, tentaram espantar os predadores.
viu , e se esforçou para chegar perto dela.
- Acho que seu GPS natural não está atualizado, meu amor – riu com o comentário – é por aqui! – guiou a tartaruguinha que tentava subir sua perna.
- Ela era muito nova para este tipo de coisa. – disse, chamando a atenção da garota.
- Deixe de ser idiota! – riram – não é lindo, ? – falou, suspirando, com ares sonhadores.
- É sim – concordou, segurou sua mão atraindo o olhar da garota – mas eu sei de outra que também é linda!
- Deixe de ser bo...
interrompeu a fala da garota, puxando-a para um beijo, ao começo, a médica hesitou, mas ao sentir uma mão do garoto em sua nuca a acariciando e outra em sua cintura, entregou-se. O beijo foi calmo nos primeiros segundos, quando começou a esquentar, as mão de estavam na cintura, puxando-a para perto, e as dela estavam em sua nuca, puxando o cabelo preto do garoto. Os voluntários começaram a gritar e comemorar: o nascimento das tartarugas e o beijo da médica e seu cliente. Pararam o beijo, rindo, apenas a abraçou e ficaram assim o resto da noite observando as tartarugas acharem seu próprio caminho.
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Haviam caminhado de volta até a entrada da casa de , nenhum dos dois comentou nada sobre o beijo, apenas falavam da ajuda e da linda cena que haviam visto naquela noite. Era perto das 22h. Assim que chegaram, se despediu.
- Obrigado, !
- Não tem de quê, – sorriu fraco – é... Boa viajem amanhã! Espero que seu pé melhore definitivamente!
- Pode deixar, doutora – ambos riram, então o silencio voltou constrangendo os dois.
- Bom... Tchau – disse e se aproximou para dar um beijo na bochecha de . Assim que o fez, ficou cara a cara com ele e em poucos segundos... Boca a boca. Um novo beijo, calmo no começo, então toda a emoção reprimida durante aqueles três meses veio a tona. preensou-a contra o portão, e logo ela pôde sentir as mãos frias dele por debaixo da blusa, contornaram sua cintura apertando-a forte e provocando calafrios na médica. Ela fez o mesmo redesenhando todo o abdômen do garoto com as mãos quentes e arranhando-o de leve, fazendo-o gemer baixo. Os lábios dele passaram a dar atenção ao pescoço da garota, e as mãos se encaixaram nos bolsos de sua calça jeans. posicionou suas mãos na nuca dele, mordiscando o lóbulo de sua orelha. Teriam ido mais longe, se não tivesse lembrado que além de estarem na rua, era seu cliente, era seu paciente.
- ... É melhor não, nós não devíamos fazer isso! – ele voltou a beija-la.
- Por quê? Só porque minha perna estava machucada? – ele disse em meio ao beijo.
- Não, porque isso te torna meu paciente e... Amanhã você vai embora. - parou. Ela estava certa, e ele não gostava dessa sensação. – É melhor parar por aqui. – ela disse se afastando, fazendo o homem bufar desapontado. Tentou resgatar o resto de profissionalismo como uma autodefesa para não se magoar ou apegar-se demais – Foi bom conhecê-lo, ! – ele sorriu fraco.
- Igualmente, senhora ! – disse, beijando sua mão formalmente, sem quebrar a troca de olhares.
- Não me chame de senhora! Estou solteira! Sou senhorita! – corrigiu, segurando uma risada.
- Podemos dar um jeito nisso! – puxou-a pela mesma mão que segurava e beijou-a.
- Acho que não... – cortou o beijo – Pretendo continuar assim!
- Como quiser, doutora! – disse, forçando um sorriso – já que fui dispensado, acho que vou indo! – riram – agora falando sério, – roubou um selinho carinhoso – foi bom te conhecer!
Disse e virou-se caminhando na direção oposta, agradeceu silenciosamente por não poder ver seu rosto, já que fez sua expressão por ter sido dispensado e ao mesmo tempo beijado, não era nada atraente. Ouviu-a gritar seu nome, forçou-se a sorrir e olhar para trás, vendo-a caminhar apressadamente até ele, deixando toda a elegância de lado. abriu a boca, mas diferente do que pensou, não foi para pronunciar alguma palavra. O último beijo, a iniciativa do último beijo de ambos veio da médica. Ele apenas sentiu o seus lábios e toda a saudade que já começara a lhe invadir.
- Se cuida!
- Não sei se lembro como fazer isso sem você! – ele disse com um beicinho que deu um selinho pela última vez.
- Tchau, !
- Tchau, , obrigado!
- Por nada! – sussurrou e recebeu um beijo em sua bochecha. Permaneceu parada até a silhueta de sair de sua vista.
Deu meia volta e foi até sua casa. Assim que entrou e trancou a porta, foi direto para o banho, onde a água quente ajudou-a a relembrar dos últimos minutos. Depois de sair do banho e tomar um chá, deitou-se na cama, já sofrendo de nostalgia, e foi assim que demorou a dormir.
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Novamente, o Sol infiltrou por sua janela, despertando-a. Levantou-se e foi ao banheiro tomar banho. Vestiu-se e foi até sua moto, dirigiu até o hospital. Assim que atravessou a porta, chamaram-na para entrar novamente no carro da ambulância. Sem tempo, colocou o jaleco e correu até a viatura. Tinha voltado a sua rotina, e nada podia atrapalhar.
Mas também, nada a faria esquecer...
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- Senhoras e senhores, obrigado por escolherem a Azul, iniciaremos o pouso em Curitiba dentro de aproximadamente 30min, peço que apertem os cintos e...
seguiu as recomendações e ajeitou-se na cadeira. , de volta a casa, tudo seria normal...
Porém um normal sem ela não era algo que ele queria.
Olhou o celular, estava sem sinal devido ao modo avião, mas abriu o calendário, passou os meses até suas próximas férias: “voltar para Fernando de Noronha”, anotou no calendário e sorriu com o próprio ato. Sentiu o avião inclinar em direção a terra.
- Só alguns meses! – ele sussurrou para si mesmo – então quem sabe eu precise de uma ambulância de Fernando de Noronha de novo!
Fim

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