Marrom Glacé

Escrito por Shakbah | Revisado por Lelen

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Capítulo 1

  1980, CIDADE DE MARROM GLACÊ, CAMPINAS
  A criança ouvia assustada o que acontecia. Os gritos do homem que um dia chamara de pai ainda ecoavam em sua mente. Ele via com horror quando um homem matara aquele que chamara de pai. Ele e sua mãe, devastados, não sabiam o que fazer. O pai da criança jazia morto.
  — ...Mãe, eu juro que um dia vou me vingar! Eu te prometo, a morte do papai não vai ficar assim impune — disse Armandinho ou Otávio como costumava ser chamado.
  — Meu filho, acho melhor esquecermos tudo isso, não podemos ficar presos no passado — murmurou a mãe dele.
  — Não, mãe! Você não viu o que aconteceu! Ele matou meu pai a sangue frio. Eu tenho que fazer algo a respeito! — disse o garoto.

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  — Por que você fez isso? — perguntou uma jovem chamada Clotilde ao marido. — Você matou um inocente!
  — Foi sem querer, começamos a conversar e eu me descontrolei. Você tem que acreditar em mim! — disse o homem.
  — E agora? — perguntou Clotilde ao marido. — Justo agora que estou esperando um filho seu!
  — Vamos lidar com tudo isso — disse o marido. — Vamos criar nosso filho juntos! Da melhor forma possível! Vamos tornar a nossa empresa de buffet cada vez mais forte! Nossos filhos terão orgulho da gente.
  — Assim espero — disse Clotilde ainda receosa. — Agora tenho que ir, ainda não visitei o bebê da Raphaela.
  — Pode ir! Quem sabe o filho dela e o nosso não se tornam amigos.
  Clotilde seguiu as ruas, tentando não pensar em nada. Mas era difícil devido às coisas que aconteceram. A morte daquela pessoa causada por seu marido, mesmo que de forma inocente. Chegou à casa da amiga.
  — Clô! Você chegou! — disse Raphaela. — Veio conhecer o meu filho, Oscar? — perguntou a mulher.
  — Sim, ele parece um ótimo bebê — disse Clô.

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  Enquanto isso, Clô e o marido focaram em cuidar da empresa de Buffet. Começaram a contratar empregados como Valdomiro, por exemplo.
  — Precisa de algo, dona Clô? — perguntou uma das cozinheiras, Filó.
  — Não — disse Clô —, pode fazer seus afazeres.

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  Uma criança brincava pelas ruas, o pequeno , mais conhecido como . A criança brincava nos brinquedos da escola a qual pertencia. Estava no ginásio. Foi assim naqueles dias, que um tempo se passa. As ruas ficam mais movimentadas e o cenário muda. As pessoas também mudam, algumas parecem mais velhas.
  Dez anos se passaram e os lugares começavam a se tornar mais bonitos. A cidade começava a se movimentar mais, conforme os anos 90 surgiam. Otávio, agora com seus 17 anos, não parava de pensar em sua vingança. Ele queria porque queria ter a empresa de Clô para si, elaborou diversas maneiras, diversos planos, cada ideia parecia certa em sua cabeça, mas precisava de um plano lógico para se aproximar da família. Foi quando sua mãe morreu que ele mudou de cidade e alugou um apartamento de um antigo colega, os dois morariam juntos. , ou , concordou em dar o lugar para Otávio morar junto com ele:
  — É uma honra receber meu melhor amigo aqui — disse para Otávio. — Mas o que o traz a essa bela cidade? — perguntou.
  — Apenas uma tentativa de arranjar um trabalho — disse Otávio.
  — Então seja bem-vindo — murmurou para o amigo.

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  — Nestor — disse Clotilde —, você ainda sabe as receitas? — perguntou. — Desde que meu marido morreu, tenho precisado de pessoas para me ajudar com as receitas e os serviços.
  — Sim, senhora, está tudo preparado para hoje.
  — Érica, tem notícias da minha filha Zelicah e Vânia? Espero que Zelicah não esteja armando uma briga por aí — disse Clotilde para sua secretária.
  — Hoje até que ela está razoavelmente educada — disse Érica, a secretária. — Ela passou por aqui hoje e meu deu bom dia!
  — Isso é esquisito! — murmurou Clotilde. — Ela sempre foi meio rude.

  — O que você tanto olha, ? — perguntou a pequena jovem Shirley.
  — Esses brinquedos, eu adoro essa energia de escola que tem brinquedos, que possam mostrar a infância — disse olhando para os brinquedos da escola, após terminar as aulas. As duas amigas conversavam animadas.
  — ... Como você idealiza seu primeiro beijo? — perguntou Shirley para .
  — Nunca pensei nisso, nem devíamos pensar — disse para a amiga. — Mas você é alguns anos mais velha que eu, já deve ter beijado o Juliano, não é? — perguntou .
  — Alguns beijos apenas — disse Shirley.
  Enquanto isso, na fábrica de buffet, Nestor, um homem de trinta anos e um dos empregados de Clô, observava Érica trabalhar em silêncio. Era incrível como a jovem era uma das mais bonitas da cidade.
  — ... Você está fazendo um bom trabalho hoje, Érica — disse Nestor elogiando a colega de trabalho. — Deve ser difícil trabalhar em meio a tantas planilhas do buffet, deve ser difícil organizar — disse.
  — Realmente — murmurou Érica. — Mas é muito bom trabalhar para dona Clô, ela é uma mulher muito gentil e legal.
  — Realmente — concordou Nestor.
  Enquanto isso, as duas irmãs, Zelicah e Vânia, ambas com mais de dez anos, brincavam animadas. Zelicah ainda se culpava pelo acidente que matara o pai e disfarçava isso mostrando ser uma criança rebelde e agressiva, mas com a família era uma boa criança e agora estava tentando ser uma boa criança, mas gentil.
  — ... Zelicah, você anda diferente — notou Vânia.
  — Eu apenas estou tentando esquecer tudo que aconteceu com nosso pai — disse Zelicah.
  — Eu também — disse Vânia e as duas crianças começavam a brincar.

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  — Qual seu nome? — perguntou Érica para um jovem.
  — É Otávio — respondeu o jovem. — Armando Otávio.
  — Prazer, Armando — respondeu a secretária. — Poderia me dar informações sobre você, tem experiência em trabalhar em buffet?
  — Sim, minha mãe me ensinou muitas receitas e desde cedo eu estive preparado para trabalhar em uma empresa de buffet.
  — A minha senhora é muito exigente e ela tem duas filhas pequenas, você terá que se esforçar muito no seu trabalho, se for aceito — disse Érica.
  — Eu vou me esforçar, prometo — disse Otávio.
  — Analisaremos seu currículo e dentro de alguns dias te damos respostas — concluiu Érica.
  — Obrigado, nobre senhorita — disse Otávio.

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  — ... Como foi lá? — perguntou ao amigo Otávio.
  — Foi bem — disse Otávio com um sorriso. — Acho que vão me aceitar lá.
  — Espero que aceitem — torceu .

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  — ...Mãe — chamou Vânia. — É verdade que nossa prima Andreia está vindo para cá? — perguntou Vânia a mãe.
  — Sim, quero que a tratem bem. Meu irmão acabou de falecer e ela está vindo para cá em busca de apoio — disse Clô.
  — Trataremos, mãe — prometeu Zelicah.

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  — ... Então você é o Otávio? — perguntou ao jovem. — Trabalho em uma das lojas daqui e sou assistente da dona Clô. Eu avaliei seu currículo e parece que fará uma boa adição à equipe — disse.
  — Obrigado, senhorita — disse Otávio.
  — Quando pode começar a trabalhar? — perguntou .
  — Quando quiserem — respondeu Otávio.
  — Ótimo, você começa amanhã mesmo — disse .

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  — ... Consegui o cargo — disse Otávio para o melhor amigo . — A gerente avaliou meu currículo e fui aceito.
  — Ela é bonita? — perguntou .
  — Na verdade não, ela não possui nenhum tipo de beleza, mas ao menos me tratou bem.

Capítulo 2

  OITO ANOS DEPOIS...
  ANOS ATUAIS...

  — ...Alô, Luciana? — Uma jovem atendeu o telefone. — Não está dando para escutar, é muito trabalho na casa da minha mãe! — disse a jovem.
  — Falando nela, como ela está? — perguntou Luciana a Zelicah.
  — Deve estar bem, ela só se importa com a empresa e a Vânia o mesmo — disse Zelicah e Luciana deu um riso. As duas amigas riram juntas.
  A empresa havia mudado. As decorações estavam mais belas e diferentes. Zelicah estava andando pela empresa da mãe, quando observou o jovem, já adulto, Otávio esbarrando nele:
  — Desculpe — pediu Otávio ajudando ela a se levantar. — Sou Otávio. Você é nova por aqui? — perguntou.
  — Eu sou a filha mais velha da dona — disse Zelicah.
  — Mais velha — repetiu Otávio interessado. — Não sabia que a dona de Clô tinha filhas, ainda mais sendo uma delas tão bonitas.
  — Eu não sei se sou tão bonita assim, mas agradeço o elogio — disse Zelicah. — A minha mãe está? — perguntou.
  — Sim, estamos organizando uma festa beneficente para ajudar na empresa.
  — É uma boa ideia — disse Zelicah.

  Depois que Zelicah foi para casa, avistou a governanta da casa, Filó.
  — Que sorriso é esse, Zelicah? — perguntou Filó que se tornou governanta da casa de Clô após ter sido empregada.
  — Nada, só estou vendo a vida com mais leveza — disse Zelicah. — E a Vânia, cadê? — perguntou Zelicah pela irmã.
  — Estudando como sempre nos jardins — informou Filó.
  — Ela só sabe fazer isso, estudar e estudar — disse Zelicah.

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  — Vamos, , Juliano e Nestor, mais agilidade nesse trabalho — disse dona Clô. — E quanto a você, , pare de parecer tão avoada — disse para sua gerente. — E você, Otávio, quero o melhor das nossas receitas, vai vir um chefe muito famoso aqui.
  — Certo, senhora — prometeu Otávio.

  — A Andreia é realmente bonita! Te contei que tivemos algumas noites juntos esses dias? — perguntou a Otávio.
  — Você não leva jeito mesmo — disse Otávio rindo do amigo. — Mas você não está casado com a Shirley? — perguntou.
  — Sim, mas isso não me impede de me divertir — disse .

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  — ... De novo mandando mensagens para a Zelicah, Fábio? — perguntou Leila, uma mulher ambiciosa que não aprovava o namoro de Zelicah e Fábio, que era seu filho.
  — Deixe ele, Leila — disse Cicero. — Se ele realmente gosta da Zelicah.
  — Ele só está com ela porque ela é rica, mas eu não aprovo isso, a mãe dela era pobre antes de se casar com o dono do buffet — disse Leila em tom arrogante.
  — Mas ao menos ela é bonita e se faz o gosto de nosso filho — disse Cicero.
  — Sim, ela faz meu gosto, pai — concordou Fábio com um sorriso nos lábios.

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  — ... Filó, estou saindo para almoçar com o Fábio — disse Zelicah. — Avise mamãe que chego tarde!
  Enquanto isso, Vânia lia um livro, mergulhando nas páginas, enquanto a mãe só se dedicava ao buffet.
  Enquanto isso, estava andando pelos corredores do buffet. Não era segredo para ninguém que se sentia atraída por , mas como ela chegaria nele? Ele era educado por ela ser gerente dos negócios de Clô, mas ela sabia que às vezes ele a chamava de feia. Ela costumava ser o patinho feio, como dizia seu irmão, Juliano.
  — Pensando em algo, ? — perguntou Shirley à amiga.
  — Apenas na vida — respondeu .
  — Ou no ? — perguntou Shirley com um sorriso divertido nos lábios.
  — Você não deixa escapar uma, não é, Shy — disse bufando.
  — Não mesmo — concordou Shirley rindo. — Talvez você pudesse tentar se aproximar dele.
  — Mas como se eu sou a garota mais feia desse planeta? — perguntou Ziley e Shirley riu.
  — Eu também era e olha só, estou casada e estou grávida do Juliano, seu irmão. — Shirley riu.
  — Você acha que tenho chances com o ? — perguntou Ziley.
  — Se você mudar o visual, se cuidar mais, quem sabe — disse Shirley.
  — Mas e se eu não quiser mudar meu visual? — questionou .
  — Então vai ser solteirona para sempre — disse Shirley de forma provocativa.

  — Que bom que veio — disse Fábio à namorada Zelicah. — Estava com saudades — disse puxando a namorada para um beijo.
  Ele tocou seus lábios nos dela e a beijou de forma desejosa. Como se desejasse tê-la só para si.
  — Eu estava no trabalho — disse Zelicah. — Você sabe como dona Daisy é.
  — Sim, eu sei — concordou Fábio. — Mas isso não diminui o fato de que quero passar um tempo com você.
  Os dois trocaram beijos.

  — Então, cara, como pretende se vingar da dona Clô? — perguntou a Otávio. — Sei que ainda não esqueceu a morte do seu pai.
  — Quero a empresa só para mim e acho que tenho uma ideia — disse Otávio com um sorriso nos lábios.

Capítulo 3

  — Uma aposta? — perguntou à Andreia. — Você quer que eu me case com a só para ajudar a gerenciar o buffet? — perguntou a namorada, Andreia, no dia seguite.
  — Exatamente isso, você deve conquistar ela, ou ao menos conseguir fazer ela se casar com você, , para que nós tenhamos acesso aos bens de tudo — disse Andreia.
  — Mas teríamos o dinheiro só da agência — murmurou .
  — De fato — concordou Andreia —, mas ao menos teremos como ganhar dinheiro as custas do buffet — disse.
  — Parece uma boa ideia — murmurou .  — Mas não tenho ideia de como fazer isso, fora que ela é muito... feia!
  — Por mim vale o sacrifício, não? — perguntou Andreia.
  — Tudo bem, vale — concordou beijando a namorada.

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  Otávio e os outros garçons do buffet trabalhavam com afinco naquele dia. A cada dia que passava o buffet tinha ainda mais pessoas interessadas em suas comidas. Quem sabe um dia poderia roubar a empresa de Dona Clô e ficar com o que deveria ser do pai.
  — Otávio, o cara da mesa 4 fez seu pedido — disse Nestor entregando mais um pedido a Otávio.
  — Certo, vou trabalhar no pedido — disse, indo falar com as cozinheiras.
  O salão estava cheio.
  — Otávio, garanta que os outros trabalhem direito — disse Valdomiro.
  Conforme os dias se passavam, Otávio era ainda melhor em trabalhar no buffet, sempre ajudando Dona Clô, ganhando sua confiança. Mas havia algo que o estava incomodando, recentemente se viu apaixonado por Zelicah, que era uma das filhas de Dona Clô. Conforme os dias se passavam, notou que a jovem era bonita e diferente das demais.
  — Por que está tão triste hoje, Srta. Zelicah? — perguntou Otávio.
  — Eu terminei com meu namorado, Fábio — disse a moça. — Ele só tinha interesse em mim por dinheiro.
  — Sinto muito por isso — disse Otávio. — Mas você é bonita e jovem, com certeza encontrará alguém.
  — Espero que sim — disse Zelicah.

  UM ANO DEPOIS...

  — Só uma chance, , tenho tentado há meses, o que custa me dar uma chance? — pediu vendo a jovem trabalhar.
  — Você só quer partir meu coração — disse .
  — Não é isso — prometeu . — Só quero passar um tempo com você, te conhecer melhor.
  — Por que alguém como você se interessaria por alguém como eu? — perguntou .
  — Porque aos meus olhos você é agradável.
  Então aconteceu. puxou para um beijo. Era um beijo que começava suave, mas aos poucos se tornava carregado de desejo. Não da parte de , mas retribuía o beijo em forma de necessidade, o que fazia começar a pensar em com outros olhos.
  — Você não é tão ruim assim — disse entre um beijo ou outro.
  Os dois continuaram a se beijar.

  — No que está trabalhando, Vânia? — perguntou Fábio vendo uma jovem de 17 anos folheando algumas páginas de livro.
  — Estou apenas estudando para o Enem — disse Vânia. — Quero ser como minha mãe, administrar os negócios da família.
  — Vai conseguir — disse Fábio à mais nova amiga, a irmã mais nova de sua ex-namorada.

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  — Eleanor, já disse para você não mimar demais nosso filho — disse Ernani para a esposa.
  — Ernani, foi só uma briga, o não fez por mal.
  — Verdade, pai, eu só briguei com o Fábio esses dias no trabalho porque ele me irritou — disse simulando.

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  — Então você aceita se casar comigo? — perguntou a surpreso, depois de tantos meses tentando.
  — Aceito — respondeu ganhando um beijo do novo namorado, agora noivo.
  Um laço começava a se formar entre eles.

Capítulo 4

  — Mãe, você tem que entender — disse Vânia — eu e a Zelicah queremos apenas o bem da empresa e desconfiamos que alguém esteja roubando aqui — disse Vânia assertiva.
  — Eu concordo — disse Zelicah. — Não é normal a empresa ter tantas pessoas trabalhando, tendo bom rendimento e até mesmo recebendo pedidos de bolos, confeitos, comidas e ter tão pouco para dar aos funcionários.
  — Quem poderia estar roubando? Todos aqui são de confiança — disse Clô.
  As irmãs pensaram por um momento, mas não sabiam de ninguém que poderia estar fazendo isso. Quem poderia estar roubando a empresa da mãe que era tão boa com todos? Em meio a isso, o sol ensolarado anunciava a primavera, uma época de incertezas para a época e para a empresa.
  — Temos que nos preparar, é amanhã o casamento do e da — diz Dona Clô.
  — Verdade — respondeu Otávio. — Eu vou ser o padrinho.
  — E eu a madrinha — disse Zelikah.
  — Coincidência não é? — Otávio riu divertindo.

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  Andreia começava a se arrepender da aposta que fizera com , e se ela tivesse passado de todos os limites? Agora ele estava prestes a se casar com e ela poderia perde-lo a qualquer momento. O que ela poderia fazer? Chegou na casa de Shirley, que se encontrava segurando o pequeno filho de quatro anos.
  — O que aconteceu, Andreia, por que está aqui? — perguntou.
  — Eu preciso contar uma coisa, só não sei se é certo — disse Andreia envergonhada.
  — Conte — disse Shirley. — Agora estou curiosa.
  — Está bem — Andreia então começou a contar tudo.
  — VOCÊS! — gritou Shirley. — Vocês enganaram minha amiga. A realmente era caída pelo , ela até gostava de chamar ele de !
  — Eu sei... — confessou Andreia.
  — Ela precisa saber da verdade — disse Shirley.
  — E minha imagem, como ficará? — perguntou Andreia.
  — Isso não importa mais — disse Shirley. — Está um pouco tarde para pensar em sua imagem, não está?
  O que nenhuma delas sabia era que estava ouvindo tudo.
  O dia do casamento chegou. começava a pensar em tudo. Talvez fosse melhor desistir do casamento. Mas decidiu mudar o visual antes, seus longos cabelos negros, agora ficaram loiros. Ela se vestiu com o véu de noiva e seguiu para onde estava a cerimônia, onde muitos convidados estavam. A própria dona Clô organizara os confeites e quitutes do casamento para que se sentisse feliz. Mas com o coração completamente triste, mesmo em tantos convidados, decidiu tomar uma decisão. Viu com uma moto.
  — Ei, eu sei que não te conheço, mas pode me tirar daqui? — pediu lembrando-se do que seu noivo falara.
  — Mas você não ia se casar? — perguntou o jovem
  — Eu ia, mas esse casamento foi a pior decisão da minha vida — disse subindo na moto. Todos os convidados olhavam a cena admirados. A noiva fugindo do próprio casamento. Todos pareciam chocados. Enquanto saía da moto, deu a mão para para leva-la a casa dele.
  — Quem é essa? — perguntou Eleanor.
  — Essa é minha amiga, mãe — respondeu . — Ela precisa de ajuda.
  — Com este vestido de casamento? — opinou Ernani.
  — Pode ficar aqui, querida — disse Eleanor entendendo —, o tempo que precisar.

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  — Como o e a Andreia foram capazes disso? — perguntou Dona Clô.
  — Eu também não entendo — diz Otávio. — Ele é meu melhor amigo, não sei como pode ter aprontando uma dessas.
  — Será que ele e Andreia estão por trás desses roubos que tem acontecido na empresa? — sugeriu Vânia.
  — Possivelmente — disse Zelikah.
  — Está acontecendo roubo aqui? — perguntou Otávio.
  — Sim! Só não sabemos quem é — disse Dona Clô.
  — Eu tenho algo a contar — disse Otávio — Eu, eu... sou o filho do cara que seu marido matou, senhora — disse Otávio.

Capítulo 5

  — Como assim, você era filho dele? — perguntou Dona Clô. — Por acaso, você esteve o tempo todo tentando tomar a empresa da minha família? É você o ladrão? — perguntou Dona Clô.
  — A ladra é a Andreia, mas eu acobertei, eu queria justiça pela morte do meu pai e achava que a empresa fosse minha por direito! — disse Otávio. — Agora, vendo como todos dessa cidade são unidos, me arrependo.
  — Você nos enganou — disse Zelicah irritada.
  — Mas agora vocês sabem a verdade — disse Otavio.

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  — Está gostando daqui? — perguntou a .
  — Sim — respondeu a garota sorrindo. 
  — Por que você não quis se casar? — perguntou . — Até agora não entendi.
  — Eu descobri que fui fruto de uma aposta — disse . — Não quero me casar com alguém assim
  — Eu te entendo — disse .
  Ele a puxou para um abraço. Um abraço reconfortante.

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  — Vânia, eu posso te fazer uma pergunta? — perguntou Fábio se aproximando da jovem em um dos momentos que ela estava ajudando a mãe a renegociar o buffet. Aos poucos o lugar se reerguia. — Eu e sua irmã tínhamos algo. Mas não era normal, você gostaria de namorar comigo? — perguntou Fábio.
  Vânia sorriu.
  — Talvez poderíamos tentar algo — disse Vânia, fazendo Fábio sorrir.

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  — Tenta me entender, Zelicah, eu não quis te trair, eu apenas esperava vingar o que meu pai sofreu — disse Otávio.
  — Mas traiu — disse Zelicah.
  Otávio tentou se aproximar, mas ela o afastou.

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  Com o passar dos dias, Otavio tentou se aproximar mais da filha mais velha de Dona Clô, mas ela dificultava, pois não conseguia perdoa-lo.

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  Os dias continuaram a se passar... Nelson e Érica, por exemplo, estavam cada vez mais próximos.
  — Você está linda hoje, namorada! — disse Nelson a Érica.

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  — Talvez eu possa te perdoar — disse Zelicah a Otávio. — Mas só se fugirmos juntos. É a única maneira de sermos felizes.
  — Então vamos, você estaria disposta a largar tudo por mim? — perguntou Otávio a Zelicah.
  — Vamos! — disse Zellikah e os dois fugiram juntos.

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  — Ansioso? — perguntou Eleanor ao filho .
  — Muito — respondeu ele.
  Zelly chegou com um vestido lindo. Estava bonita. e Zelly chegaram ao local onde o padre estava, que os declarou marido e mulher. Outros casais pareciam ter finais felizes como Leila e Nicolau. E outros como Vânia e Fábio.

FIM



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