Mama song

Escrito por Alice Anselmo | Revisado por Natashia Kitamura

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  Estava cansada de certas coisas que minha mãe pensava a respeito de meu casamento com . Eu já estava com vinte e dois anos, havia encontrado uma pessoa em que posso confiar, uma pessoa a qual amo. Mas ela simplesmente nunca quer que eu cresça, nunca quer me "deixar voar". Sai do meu trabalho - era editora em uma revista aqui de Londres - e resolvi ir direto para a sua casa, na qual ela sempre afirma também ser minha disposta a ter uma conversa definitiva.
  Liguei para o avisando que chegaria um tanto atrasada em nosso apartamento. Ele concordou, sabia que o assunto com minha mãe seria extremamente delicado. Subi as poucas escadas até a varanda de sua casa e, sem hesitar toquei a campainha decidida a enfrentá-la.

  - Oi , filha! Que bom te ver, pequena. - Falou meu pai - Como estão os preparativos para a festa? - Ele perguntou acariciando meus longos cabelos castanhos.
  - Olha pai... Está tudo em controle, o que posso afirmar é que meu vestido é lindo! E que o senhor irá amar a comida. - Falei empolgada, ficava feliz de pelo menos papai entender e apoiar de forma positiva e presente o meu casamento.
  - Mamãe está? – Perguntei.
  - Estou aqui. - Escutei algo em direção a escada e me virei até lá.
  - Oi mãe, eu e a senhora precisamos conversar.
  - Claro.
  Sentia a desconfiança no tom de voz usado por ela. Era terrível. Sentamos nos fundos da casa, era um lindo pátio... Cheio de flores, com alguns bancos, muitas árvores e um lindo chafariz.
  - O que você tem de importante para falar comigo, ?
  - É assim mãe, preciso conversar com você sobre meu casamento.
  - Filha, de novo com essa história?
  - SIM! - Me exaltei um pouco. - Eu tenho vinte e dois anos, o meu próprio dinheiro e minha própria vida! Não sou mais uma criancinha, mãe. Só que você tem um certo egoísmo dentro de si, e eu sinceramente não entendo! Juro, não entendo o motivo desse desprezo pelo ! Ele nunca te fez nada, NADA. Muito menos a mim, é um noivo e tanto... Ele me trata como um homem tem que tratar uma mulher, e ele é uma pessoa boa. MUITO BOA. Sempre cumpre suas promessas e não irá me abandonar! Então mãe, não se preocupe comigo.
  - ! Nunca passou pela minha cabeça odiá-lo, eu sempre rezei para que você encontrasse alguém que te fizesse feliz, minha filha. Sempre tentei te ensinar a tomar decisões corretas para você se dar bem na vida, querida. E veja, aconteceu! Você trabalha onde sempre quis, com o que sempre desejou. Por isso eu digo, os dois são jovens, ainda há muito para viver...
  - VOCÊ DIZ ISSO MÃE, porque custou para achar um amor de verdade. EU achei o meu agora, mãe. E ele me ama também! Isso é a minha felicidade, sabia? Porque quando eu estiver vendo a minha filha crescer, eu irei querer o melhor a ela, e o que há de melhor do que a felicidade? Nada.
  - Filha...
  - Mãe! Você tem sorte que o é um cara bom, mãe. Espero que a minha filha ache uma pessoa tão incrível quanto ele para a vida dela. E o melhor, sabe o que vai ser? Eu vou apoia-la incondicionalmente.
  - Eu sei filha, eu sei.
  Então, como se um anjo tivesse me abraçando naquele momento, eu me acalmei. Limpei as lágrimas de meus olhos, e, em seguida falei a ela, já mais calma:
  - Meu casamento, mãe, irá acontecer. E será daqui a dois meses, e lá eu espero que tenham lágrimas em seus olhos. Lágrimas de alegria. Porque saiba que entregar a minha mão jamais será um adeus, não tem como você me perder. Nunca. Você irá ver eu caminhando até o meu futuro, somente. Te espero lá, mãe.

  Saí decidida daquela casa, limpei minhas finas lágrimas, e liguei o meu carro, rumo a minha mais nova casa, aquela qual eu iria dividir com , o meu amado. Minha felicidade estava quase completa, sentia que após aquela conversa minha mãe iria pensar, talvez repensar e decidir que eu apenas falei a verdade, e que ela deveria me apoiar.
  O jeito era esperar até o grande dia, o dia mais sonhado de minha vida, o meu casamento. Onde eu entraria na igreja de branco, com um lindo buquê de rosas e lá, iria estar esperando no altar, ele. .
  E espero, também, que minha mãe esteja lá ao meu lado, me apoiando e sendo a mãe presente que ela sempre foi. Com suas tão citadas por mim, lágrimas de alegria.



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