Maktub

Escrito por Mariana Wolf | Revisado por Paulinha

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  A casa estava silenciosa, silenciosa demais, sinônimo que estava aprontando. sempre dizia isso que o nosso filho quieto ou estava aprontando ou estava doente, a segunda opção podia ser descartada há poucos minutos o vi brincando com o Bruce, nosso dálmata. Andei pela casa a procura dele, os brinquedos espalhados pelo caminho me atrapalharam, a cada brinquedo encontrado era uma corrida até os cesto onde eles deveriam estar.
  - ? – queria confirmar se ele estava realmente dormindo, não era nem sete da noite, normalmente esse horário estaríamos dividindo uma pizza no sofá enquanto assistimos The Walking Dead e ele não trocaria essa programação por nada. Mas agora parecia em um sono profundo, parecia, à respiração pesada dizia o contrário.
  - Hey filhão, o que houve? – me ajoelhei ao lado de sua cama, meu garoto chorava desesperadamente, levantou os olhos vermelhos na minha direção esticando os braços para me dar um porta retrato: eu e a com uma barriga enorme grávida dele num parque perto de nossa casa, havíamos acabado de sair do consultório médico, dá pra acreditar que com oito meses de gravidez ainda não tínhamos um nome pra criança? Estávamos ali para decidir qual seria ele, um ótimo momento para fotos.
  - A mamãe vai voltar? – a pergunta vez meu coração se comprimir de tal forma, dois meses já tinham se passado sem a mulher da minha vida, há dois meses ela tinha sofrido um acidente de carro quando voltava do trabalho e entrado em coma profundo.
  - Claro que sim campeão, logo, ai vamos nesse parque tirar uma nova foto nos três. – antes eu precisava me convencer disso, não vá pensando que eu sou insensível, só sou um cara desacreditado, sem fé mais muita esperança que ironia não? Fé e esperança são irmãs, andam juntas, fui logo escolher a esperança que a, motivadora do dia a dia o que me faz levantar todo dia com a convicção que ela ira entrar de novo na nossa casa e me olhar com aqueles lindos olhos achocolatados.
  - Ela faz falta não é? Você também sente? Como vocês se conheceram? – era um garoto esperto, tinha puxado isso da mãe, maas falar de sentimentos não era fácil pra mim nem um pouco, mas negar respostar ao meu filho estava fora de cogitação. - Papai, você pode contar com o violão? Uma vez a mamãe me disse que suas músicas são histórias. – avisei que ele era esperto, e vou precisar agradecer a depois por falar isso para ele me livrou de uma boa.
  - Eu vou pegar, aguenta ai ein. – baguncei seus cabelos, antes de levantar do chão e correr para o quarto ao lado, o meu com ela, o lugar que transpirava , a decoração feita por ela, o perfume dela em cada canto, as fotos.
  Quando voltei para o quarto vi colocar o porta retrato no lugar: na cabeceira ao lado de sua cama, e enxugar algumas lágrimas de novo o aperto no coração me atingiu, forcei um sorriso indo me sentar na beirada da pequena com lençol do super- homem.
  - Eu gosto dessa aqui. –dedilhei algum acorde me recordando do dia que a conheci.

This girl she came round the corner
Looking like a model
Magazine figure
She was shaped like a bottle
Long straight hair
She was fly as a bird
First time ever
I was lost for words
Felt so right
Just couldn’t be wrong
Love at first sight
If that exists at all
I couldn’t move
Felt like I was stuck
And then baby girl looked up

  Parei assim que as lembranças tomavam minha mente. No dia que nos conhecíamos ocorria um lual na praia, estava nas férias de verão. Eu e meus amigos escolhemos a Austrália, as australianas não deixaram a desejar, mas no momento que ela pareceu o mundo parou. Com um corpo escultural de modelo de revistas ela apareceu na esquina de um de dos quiosques praianos. A visão daquela garota linda me paralisou, nem um som minha boca se atreveu a imitir tudo parecia pouco para ela.

And I said
Hey there pretty brown eyes
Whatcha doing later tonight?
Would you mind if I spent a minute with you?
And I said
Hey there pretty brown eyes
Whatcha doing later tonight?
Would you mind if I spent a minute with you?

  Graças ao bom Deus tínhamos amigos em comum, que nos apresentaram e me encorajam a chegar nela. Estava tão abobado que perguntei se ela tinha algo para fazer naquela noite, se ela já estava num compromisso, a paixão mexe com a cabeça das pessoas, o que eu importa é que o sorriso dela me tranquilizou e os olhos achocolatados sorriam juntos, um sorriso tão verdadeiro.

This girl she was a little hottie
She knows she’s got it
Came from the city so she loves to party
The JT song make her move that body
She’s dancing all night long
I could tell that she was a wild one
That’s why I was shy at first
But I finally worked up the nerve

  O jeito que ela dançava era desleal, Justin Timberlake era tocado na caixa de som de um dos carros, o lual foi planejado de última hora não tínhamos violões então improvisamos fazendo virar mais uma festa, na qual ela dançava sem saber o quão era gostava enquanto eu puxava a ficha completa dela já tinha descoberto seu nome e idade na época: 17 anos, morava em Chicago, era uma garota da cidade. Os olhares em direção ao corpo dela estavam me incomodando então me levantei sobre os olhares apreensivos dos meus amigos e fui em direção dela.
  - Papai a música. – me cutucou me trazendo para a realidade, já estava ficando vermelho de raiva só de me recordar de como os caras costumavam olhar para , minha . Dei um sorriso fraco antes de continuar:

And I said
Hey there pretty brown eyes
Whatcha doing later tonight?
Would you mind if I spent a minute with you?
And I said
Hey there pretty brown eyes
Whatcha doing later tonight?
Would you mind if I spent a minute with you?

  Minha mão foi de encontro da sua cintura e ela pareceu surpresa já que virou rapidamente, seus lindos olhos marrons com uma expressão de surpresa que se desfez assim que nossos olhos se encontraram.
  - Olhos de chocolate, posso passar um tempo com você? – dei o meu melhor sorriso e me senti um babaca assim que ela começou a gargalhar.
  - Olhos de chocolate? Vamos então, surfista. – fiquei feliz em saber que ela também tinha pesquisado ao meu respeito, nos afastamos da praia em direção ao carro.

Hey hey little pretty brown eyes
Don’tcha ever be looking at them other guys
‘Cause ain’t never had no surfer like me
Start swimming over here and ride my wave
‘Cause I see that you party like there’s no tomorrow
Let’s leave the party
I’ll grab my guitar
I got the keys
So jump in my car
Sit back, relax
Australia’s kinda far

  Depois de horas de conversas abordo meu carro, parei em frente da casa na qual ela morava. Ela estava com as bochechas vermelhas por causa das risadas que tínhamos dado de uma piada velha que me recordei.
  - Acho que acaba aqui, e obrigada por respeitar. – ela se referia ao fato que não tentei beija-la, me contou de seus antigos namorados e que não queria se envolver com outros caras por um tempo, e mesmo que essa fosse minha intenção me controlei;
  - Acaba amanhã. Pela manhã pego o voo para de volta para casa. - o desânimo tocou conta de mim, ela pulou para fora do carro e com um sorriso fraco no rosto se aproximou de mim me dando um beijo no canto da boca.

Hey there pretty brown eyes
Whatcha doing later tonight?
Would you mind if I spent a minute with you?
And I said
Hey there pretty brown eyes
Whatcha doing later tonight?
Would you mind if I spent a minute with you?

Spend a little bit
A little bit of time with you
Spend a little bit
A little bit of time with you
Spend a little bit
A little bit of time with you
Spend a little bit
A little bit of time with you

  Terminei a música com o olhar vago, e meu filho pareceu me entender me dando um tempo para descarregar as emoções.
  Depois dessa noite voltei para casa, todas as noites me lembrava da garota de olhos de chocolate, estava apaixonado e precisa que ela soubesse disso. Num ato ímpeto de loucura, peguei meu carro algumas roupas e fui para Austrália encontrar a garota dos meus sonhos, depois disso a Austrália virou meu lar e a minha namorada e depois esposa, mesmo que nunca nos unimos formalmente éramos casados de coração, não precisávamos de convenções e esta ai para mostrar isso.
  - A little bit of time with you. – cantarolou antes de se virar e pegar nos sonhos dos Deuses. Uma lágrima solitária escorreu de meus olhos tratei logo de enxugar. Cobri meu filho, antes de pegar o violão e seguir caminho para fora do quarto, o telefone tocava desesperadamente no andar de baixo.
  - Alô? Gostaria de falar com o Senhor .
  - É ele, quem gostaria?
  - Sou Bety, a enfermeira do hospital Maktub, tenho notícias sobre sua mulher .

FIM