Luz das Estrelas

Escrito por Julia Emmê | Revisado por Angel

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Capítulo Único

Música:Taylor Swift - Starlight

  - Eu lembro bem, estávamos eu e mais outra amiga quando e um de seus amigos se aproximaram de nós, naquele lual, no cais. Parece ter sido ontem quando ele pegou em minhas mãos e prometeu que nunca mais as soltaria...

  Flashback on:

  Passavam-se das 19h00, hora que o sol se esconde, quando eu e Beatrice chegamos à beira mar. Estava tudo decorado, e os quiosques bem iluminados. Havia rodas e mais rodas de amigos espalhados pela areia branquinha da praia onde sempre costumávamos nos reunir. De cara achamos os nossos amigos, em torno de cinco rapazes e três moças, arrumamos um lugarzinho perto do mar e sentamo-nos para conversar e ouvir sons alheios já que, ninguém havia se lembrado de levar violão ou gaita para animar.
  No grupo, já haviam dois casais declarados e outro na fase dos olhares, sem muitas palavras. E isso fazia com que eu e Bea ficássemos em conversas paralelas entre nós duas, e achei que hoje também seria assim, mas enganei-me.
  Por um instante, alguém falou num alto-falante que iria soltar músicas e que podíamos escolher também... Alguns vaiaram a ideia, mas a maioria acabou achando o máximo. Então começaram por algumas do Elvis, e, finalmente, foi hora dos Beatles. A galera foi à loucura! Eu e minha amiga dançávamos no nosso canto, rindo de algumas coisas em volta e bebericando nossa bebida.
  Mas não foi assim a noite toda, estávamos quase decidindo ir embora quando dois moços se aproximaram da gente, ambos muito simpáticos e bonitos. Fiquei até sem graça quando um deles tirou Bea para dançar, deixando eu e o mais bonitinho, juntos. Enquanto ele não falava, eu sou sobia olhar para o mar e bater o pé com a música.
  - Eu me chamo , e você? – ele disse um pouco alto (devido a musica, provavelmente) e sorrindo largamente como quem estivesse vivendo o melhor momento de sua vida, fazendo com que eu o encarasse.
  - . – sorri de volta, tentando parecer ao menos amigável.
  - Legal. Nome bonito o seu! É o que? Português? Brasileiro? – indagou enquanto balançava seu corpo no ritmo da música. Segurei-me para não rolar os olhos, pois sempre me perguntavam isto e eu sempre respondia:
  - Sim , é brasileiro. – o respondi; coloquei uma mexa de cabelo atrás da orelha e inçarei a barra de meu vestido. Eu havia resolvido colocar aquele vestido porque achei que iríamos para alguma festa em algum salão da cidade, mas então desviamos a rota e um vestido no melhor estilo ‘anos 60’ não fez bem o perfil, no entanto, ele cobria parte das minhas pernas e papai se orgulharia disto... Eu acho.
  - Imaginei... A propósito, me chame de , está bem? soa como se você estivesse me xingando. – ele franziu o nariz, o que me fez rir e rolar os olhos.
  - O seu nome é tão bonito, não precisa de apelido ou algo do tipo. – defendi, porque de fato eu adorava este nome. Ele encolheu os ombros e fez uma careta.
  - Você é bem mais bonita e nem por isto vou ficar gritando por ai, sabe, não quero que ouçam e venham ver. – pareceu murmurar para si próprio, mas eu ouvi e o encarei incrédula. Que tipo de cantada era aquela?
  - Isso soou esquisito. – falei e ele riu, logo se virando para o mar. Assenti e dei de ombros mentalmente, talvez fosse melhor assim.
  Mas então começou a tocar I Wanna Hold Your Hand, e eu – inconscientemente – dei pulinhos de alegria. Eu a adorava, de fato. Cantarolei suas primeiras frases e mexi meu corpo para os lados, me olhou divertido.
  - Será que você me daria à honra desta dança? – fez reverencia, como na antiguidade. Eu achei aquilo uma gracinha e peguei na sua mão.
  Caminhamos de mãos dadas para mais perto das caixas de som e começamos a requebrar. Tudo estava muito legal e engraçado, não sabia dançar, mas cantava como ninguém e eu provavelmente sorria boba com isto. Dançávamos do nosso jeito, batendo palmas e rindo mais ainda.
  - Oh, please, say to me you'll let me be your man. And, please, say to me you'll let me hold your hand. [Oh, por favor, me diga que você me deixará ser o seu homem. E, por favor, me diga que você me deixará segurar a sua mão] cantava olhando para mim, e quando eu menos esperei ele pegou minhas mãos e fez com que eu girasse. Foi muito bobo, mas quando ele encostou-me em si, me senti protegida e quis morar em seus braços pro resto da vida. - Now let me hold your hand. I wanna hold your haaaaand! [Agora, me deixe segurar sua mão. Eu quero segurar sua mão!] – por mais que ele tenha desafinado, mantínhamos as mãos dadas e mais firmes do que nunca.
  Meu estomago dava pulinhos em êxtase, mas no instante seguinte Beatrice reapareceu ao lado do amigo de , eu quis mata-la por um segundo, mas mais tarde entendi seus motivos: nossos pais deviam estar furiosos, já passava da hora de estar em casa. E então pediu uns minutinhos para que pudéssemos conversar, e ela concordou, nós dois caminhamos de volta para a beira mar e ele parou, segurando minhas mãos e pedindo para que eu o olhasse, e assim fiz.
  - Eu sei que isso vai parecer bem bobo pra você, mas será que podíamos sair mais vezes? Digo, gostei de você, e a ideia de nunca mais nos vermos me mata... – ele falou e vi sinceridade em seu olhar. Algo em mim tinha a mesma necessidade de reencontra-lo ou de nunca deixa-lo ir, mas naquela época eu ainda sabia dar tempo ao tempo e foi que fiz. Trocamos telefones e eu fui embora, despedindo-me com um singelo beijo na bochecha.
  Foi uma das melhores noites, eu nunca iria me esquecer de como dançamos. Definitivamente.

  Flashback off.

  - ...infelizmente a vida não nos permitiu a eternidade, mas eu o carrego comigo para todo canto. Espero reencontra-lo, como na vez que decidimos ir de penetras a uma festa. Aquilo foi bem engraçado...

  Flashback on:

  Parecíamos os prefeitos da cidade, vestidos daquele jeito. Era até engraçado, mal podia se olhar nos vidros do carro que começava a rir de si próprio vestido em um dos melhores ternos de seu pai, entretanto, a ocasião pedia bastante. Estávamos prestes a entrar – de penetra – na festa dos mais importantes donos de Iates, no clube da cidade. Na festa só ia gente chique, e nós, nos nossos 17 anos, achávamos que podíamos enganar os seguranças e ganhar umas bebidas de graça. Mas não foi fácil.
  Primeira tentativa: entrar como qualquer outro convidado.
  Sim, tentamos. E não sei onde estávamos com a cabeça, pois assim que pisamos na portaria os seguranças vieram pedindo nossos convites, e nossa desculpa foi:
  - Amor, você não pegou os convites que deixei sob o criado mudo? – fazia uma voz grossa, e eu estava louca para rir, mas apenas fingi vasculhar minha bolsa.
  - Oh, não, bem. – passei a mão na testa, fingindo desespero, me lançou um olhar cúmplice e os seguranças bufaram.
  - Senhores, não podemos deixa-los entrar se não estiverem com os convites em mãos. – o mais alto e carrancudo disse.
  - Tudo bem, meu caro. Vamos ligar para um de nossos serviçais para que traga as entradas, então. – falou sério, estendeu o braço para mim e saímos marchando para fora dos olhos dos seguranças e só então permitimo-nos rir.
  Ah, e como rimos... Cheguei a lacrimejar, mas nos recompomos e fomos para o plano B.
  Segunda e terceira tentativa: nome na lista e plano c.
  Sabíamos o nome de meia dúzia que estavam para vir à festa e achamos que isso pudesse ajudar, então voltamos para a portaria com mais pose que antes e logo começou:
  - Falei com o organizador do evento e podemos entrar se dermos nosso nome, então veja aí: Joaquim e Geórgia de Toledo. – fez sua melhor cara de impaciente e rolou os olhos.
  Os dois brutamontes começaram a folhar as páginas com nomes dos importantíssimos, bufei impaciente. Afinal, tínhamos que parecer chiques, e gente rica se irrita com demora, não é?
  - Desculpe, mas... – antes que um deles resolvesse concluir dizendo que não estávamos na lista, fiz a melhor cena da minha vida, diga-se de passagem.
  Olhei para , pus as mãos na cabeça e olhei para os lados, fazendo-me de tonta. Ouvi perguntar se eu estava bem e eu neguei com a cabeça, logo atirando-me em seus braços. Ouvi-o dizer que eu estava grávida e não podia ficar muito tempo de pé, então ele pegou-me no colo fazendo-se de desesperado e os seguranças mandaram que entrássemos para que eu me recuperasse e fizemos, assim que passei pela porta eu já estava radiando vida e pedindo que me pusesse no chão. Contemos-nos em apenas dar um olhar cúmplice e correr até as bebidas, primeiro nos servimos de ponche e depois de canapés, alguns convidados nos olhavam estranho, talvez pelo fato de eu estar rindo descontroladamente ou então porque decidimos dançar pra valer o rockabilly do Elvis e nos remexíamos por todo salão. Até que cansamos e nos atiramos num canto, onde não podiam nos vigiar, e foi ali, atrás do palco que algo inesperado ou muito aguardado aconteceu.
  Eu estava rindo ainda, aquilo era muito louco. E por mais que eu fosse doidinha, nunca havia entrado de penetra nos lugares, enquanto devia fazer isto direto, pois me olhava e sorria como se fosse normal aquilo, e talvez fosse... Mas não pude pensar muito nisto, pois de repente, estávamos cada vez mais próximos. Eu senti nossas respirações se misturarem e me apoiei em seus ombros; ele fechou os olhos e eu fiz o mesmo, e então, nossos lábios fizeram-se um.
  Eu não tinha muita experiência com aquilo, mas deixei meu coração comandar o momento. segurava minha nuca e nosso beijo era perfeito, nem sei explicar o quão feliz eu estava e o quão apaixonada eu ainda podia ficar. Tudo era lindo e eu desejava que fosse infinito, mas no fundo sabemos que nada é.

  Flashback off.

  - Nós até nos perdemos uma hora, fico angustiada só de lembrar. – meu riso foi contido, mas ainda sim carregado de lembranças felizes.
  Todos me olhavam atentamente, como seu fosse uma televisão ou um rádio no tempo das rádios novelas; eles estavam compenetrados na história dos seus avós, era bonito de se ver. ficaria orgulhoso de ver sua família assim; unida.

  Flashback on:

  Eu ainda tinha 17, quando completou 18 anos. Lembro-me bem de seu aniversário, pois aquele dia ele apareceu lá em casa (casa dos meus pais); todo engomadinho e com um buque de rosas claras, e nem em mil anos eu desconfiaria que fosse pedir minha mão em namoro, pois nunca tínhamos deixado isto claro para nós dois. Mas foi o máximo vê-lo todo nervoso, confesso.
  - Senhor e Senhora , estou aqui para pedir a mão de em namoro, os senhores estão de acordo? – eu estava a seu lado, e fiquei pasma quando o ouvi dizer estas coisas. Não soube se o abraçava ou esperava a reação de meus pais, mas então optei pela segundo opção.
  - Querido! – minha mãe vibrou e pulou no pescoço de para abraça-lo; foi engraçado. Ela o adorava, apesar de ter-lhe visto pouquíssimas vezes.
  - Se contenha Suzanna! – papai se pronunciou, e mamãe parou de – quase sufocar e – abraçar .
  - Eu simplesmente adoro o , John, ele é um ótimo rapaz! – disse para o marido, que ainda analisava meu-amigo-agora-quase-namorado. O que surpreendeu bastante ao ouvir foi o “ótimo rapaz”, já que era mais para arroz de festa1 quando o conheci... Mas quem sou eu para contestas nessas horas, certo?
  Papai pareceu procurar algum defeito no suéter de , um fio fora do lugar em seu cabelo com gel ou uma pétala murcha no buque em minhas mãos, no entanto, estava tudo perfeito. Eu estava abobalhada com tudo aquilo, mas resolvi me pronunciar:
  - Eu gosto do , pai. – dei a cartada final. Meu velho suspirou.
  - Afinal, meu genro tem nome de cachorro? Ou isso é apelido? – papai indagou e eu dei pulinhos de alegria, rindo e abraçando-o.
  - Me chamo , senhor. – meu namorado (oh, sim! Na-mo-ra-do!), estendeu a mão para cumprimentar papai outra vez. Mamãe riu entusiasmada.
  - , uh? Nome de homem de negócios... Me diga, rapaz, com o que você trabalha? – e aí começou uma conversa constrangedora.
   foi convidado para ficar para jantar, entretanto, ele tinha outros planos, pois pediu permissão para levar-me ao restaurante perto do píer que nos conhecemos. E só então podemos conversar sobre aquela loucura; ele me contou estar planejando isto há muito tempo, confessou que ficou com medo da minha reação, mas no fundo sabia que eu o amava. Convencido até o ultimo fio de cabelo! Mas também, um romântico incurável. Aquela noite foi só a nossa primeira saída como casais, depois houve muitas outras surpresas, como a vez do piquenique...

  Flashback off.

  - Awn, vovó! Quero um namorado assim! – minha neta primogênita, de 21 anos, disse após ouvir uma de minhas histórias-lembranças, e alinhou-se no meu ombro. Eu afaguei seus cabelos.
  - Calma, Steph, seu dia chegara. – lhe confortei – Você é uma menina linda, está na flor da idade! – ela levantou a cabeça e limpei uma lágrima que escorria por sua linda face.
  - Oh não, vó. Benjamin me deixou, você sabe não é? Ele não quis mais nada comigo, disse que era muito novo para casar, mas vovó, você se casou aos 18 e isto não interferiu nada em sua vida, não foi? Digo, já temos 21, qual o problema? – minha neta desandou a falar e eu suspirei, abraçando-a.
  - Cada coisa ao seu tempo, minha doçura! Vocês fazem um casal lindo, mas às vezes é preciso de espaço, ou você acha que eu e o seu avô nunca nos desentendemos? – ela me olhou, curiosa – No inicio, brigávamos por qualquer coisa. Eu odiava o jeito que ele tratava certas coisas, e ele odiava uma porção de coisas que eu fazia. Digo-lhe: não há casal perfeito, minha filha. Todos, sem exceção, um dia vão precisar de um tempo. E realmente, vocês são novos, podem fazer um monte de coisas antes de casar e você devia pensar nisto! – lhe dei um beijo na cabeça e ela apenas assentiu, desistindo assim, de discutir.
  Eu sei que a questão não é esta, mas ser avó é igual ser mãe duas vezes, não? Pois bem, é isto. Não posso ver nenhum deles triste que fico também. E hoje especialmente, que estávamos todos reunidos e minha neta “mais velha” veio toda chorosa, me contar que seu noivo havia lhe pedido um “tempo”, essa coisa que os mais novos entendem como “fim” e que na minha época era, realmente, um tempo para refletir. Mas enfim, procurei em minha história algo que lhe confortasse, mas nada parecia lhe confortar, então lhe fiz um chá calmante e ela dormiu.
  Era hora, então, de dar atenção para o resto da família na sala que, pediam incansavelmente para que eu contasse outra vez como tudo aconteceu.
  - Bom, um dia qualquer, chegou lá em casa com um cesto enorme e disse que devíamos ir ao parque! – eu ri, lembrando-me.

  Flashback on:

  Sempre íamos andar de bicicleta no parque que tinha no centro, no entanto, foi diferente aquele dia. pegou o carro de seu pai, para que fosse mais confortável de levar a cesta, e ao chegarmos lá estendeu uma toalha no gramado. Disse-me, todo feliz, que era dia de piquenique!
  - Quando você vai parar de ser tão bobo, hein? – perguntei entusiasmada, enquanto colocávamos tudo o que ele havia trago (bolo de chocolate, sanduiches, sucos, etc) sob a toalha xadrez de vermelho com branco.
  - Espero que nunca, , se não perde a graça. – ele riu, indicando para que eu sentasse ao seu lado.
  Estávamos sentados perto do lago, onde patinhos nadavam, e no horizonte o sol aos poucos ia nos dando tchau. Uma cena épica, impossível de ser esquecida. Eu queria poder contemplar mais, entretanto, a fome me incomodava então me virei para pegar um pedaço de bolo e assim que fui voltar para meu posto, à cena a seguir foi ainda mais incrível: de joelhos, me olhava de forma indescritível, e em suas mãos tinha uma pequena caixinha de um material que parecia ser veludo. Fiquei meio área a tudo em nossa volta, eu não sabia o que fazer e mil coisas rodeavam minha mente.
  - ? Você esta me ouvindo? – perguntava e eu comecei a rir, assentindo que sim, estava ouvindo. Acho que tive um apagão, pois tudo estava girando e agora eu estava sentada e não de joelhos como ele – também estava – antes.
  - Sim, , o que houve? Digo o que é isto? – me referi à caixinha, em sua mão direita.
  - Eu perguntei se você quer casa comigo. – ele disse com naturalidade, mas eu gelei. Fiquei mais um tempinho em choque.
  - O que você disse ? – perguntei confusa; talvez eu estivesse tendo alucinações.
  - , você esta me assustando... – ele disse meio preocupado e eu tentei sorrir.
  - Não, está tudo certo, relaxe. Só repita, por favor. – pedi.
  - , quer casar comigo? - ele abriu a caixinha, revelando a aliança. E eu – acho – que parei de respirar durante um bom tempo.
  - , pelo amor! Eu amo você, mas só temos 18 anos e...
  - Sim ou não? Depois a gente pensa nisso.
  - Sim. – disse por fim, e ele me abraçou de imediato.
  Tudo bem que tínhamos apenas 18 anos, mas nos amávamos mais que qualquer par de namorados! Tínhamos a necessidade de estar sempre um com o outro, e assim, decidimos que iríamos nos casar.

  Flashback off.

  - Foi lindo, maravilhoso! Lembro-me disto sempre, pois dali a seis meses, estávamos subindo o altar. – sorri, limpando uma lágrima indesejada;
   nunca gostou de me ver chorando, por tanto, sempre tentei respeitar sua vontade, mesmo hoje fazendo dez anos de sua morte.
  Sua memória ainda é forte em cada canto de nossa casa, ela esta viva em todos meus pensamentos e para sempre em meu coração. Ele se foi muito cedo, devido a uma doença ingrata no seu coração, que não permitiu que visse o nascimento do nosso neto mais novo e nem de nosso bisneto, o Théo, de apenas um ano (que é filho da minha neta de 19 anos). não pode comemorar nossas bodas de ouro, no ano passado, mas sei que estava olhando por nós de longe, como sempre.
  Tudo para mim é recente e acho que nunca vou conseguir deixar a saudade de lado, ou melhor, tenho certeza. As nossas crianças sentem a falta do velho , e eu não sei muito bem como lidar quando nossa filha mais velha olha para a cadeira do pai e chora, mas tento ser forte, pois sei que ele gostaria de me ver assim.
  Vez ou outra permito-me chorar também, mas prefiro fazer isto longe de nossa família, pois agora sou o alicerce e preciso manter a postura. Mas não posso deixar de dizer que o que sinto é mais que saudade, é algo que nunca irá ter cura. É pior que câncer, pois morro aos poucos e não há antídoto que faça-me parar de sentir sua falta.
  Apeguei-me em cada peça de roupa no armário, às vezes durmo enrolada em alguma e posso até sentir sua presença, mas tenho consciência de que devo-lhe deixar descansar. Sei que lutou muito em seus últimos dias de vida, merece descanso... Eu sei. Eu juro que sei! Por isso faço como as outras noites, antes de dormir, olho pela janela e procuro a estrela mais brilhante, pois sei que é e, desta forma, informo-lhe que já pode deixar a luz das estrelas apagar um pouquinho só para então, fazer parte de um sonho meu, onde eu o encontro não para lamentar sobre a falta que sinto dele, mas sim sobre o amor que para sempre carregarei no meu coração, lugar onde nossa história permanece viva e os fatos são mais recentes do que os vividos na manhã anterior.

  "Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração."William Shakespeare.

Fim.



Comentários da autora


Hey, babies! Tudo bem com vocês? Espero que sim, hein. Hehe.
Pois bem, hoje é dia 29 de julho de 2014 e é exatamente 01h36, e só quero dizer algumas palavrinhas, então vamos lá...
Este ano (ontem, para ser exata) completa 22 anos da morte do meu avô e inspirada nisto, escrevi esta shortfic que, apesar de originalmente ser escrita com Robert Pattinson, tem muito do amor que meus avós viveram e passaram para a família! Pois eu sei o quanto minha avó e minha mãe sentem falta dele, e o quanto ele faz falta para a minha vida. E por isso, quando li a tradução da música, pensei em fazer algo puxado para a época deles – meus avós – e deixar o sentimento de saudade evidente, mas enfim, não quero falar sobre isto, pois sei que provavelmente me causaria lágrimas e ele não gostaria nem um pouco disto... Então, sem mais de longas, porque não quero ser chata e escrever um texto aqui, espero que tenham gostado. E me acompanhem em outros projetos, se possível.
Obrigada a todos que se deram ao trabalho de ler! E desculpem qualquer coisa. :)
Xx
Ps: Se quiser conversar comigo, pode me encontrar no tumblr
A propósito, é 01h46 agora.