Lucky Charm

Escrito por Helen | Revisado por Cáa

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Capítulo 1

  Estava sentada no banco ao lado de Joachim. Ele não estava mais tenso. Pelo contrário, estava um tanto animado pelo placar até o momento. A Alemanha jogava contra a Inglaterra pela vaga nas quartas de final, e eu estava ali. Fui escolhida para ser a massagista. Não sei como uma mulher consegue entrar para a comissão técnica; mas enfim, ali estava eu, tentando prestar atenção no jogo. A Inglaterra, mesmo com seu único gol, não tivera chance diante de quatro feitos pelo nosso time. Estávamos classificados, e era isso que importava.
  O juiz apitou o fim do jogo, e no mesmo instante em que Loew levantou-se junto com os outros para correr até os outros jogadores, fiz o mesmo. Além de meus amigos, podia dizer que eles eram como se fossem meus ídolos. Corri até todos eles, e eles me abraçaram todos juntos. Sorria e reclamava pelo quão suados estavam e eles só me abraçavam mais ainda no intuito de -me molhar -.

  Depois da partida, fomos todos para o hotel. Comemoraríamos lá mesmo, todos juntos, possivelmente jantando ou algo do tipo. Entrei no meu quarto para me arrumar. Tomei um banho rápido e depois coloquei apenas uma calça jeans e uma blusa branca de mangas compridas. Alguns acessórios como colares e brincos também.
  Sai do quarto, colocando o cartão-chave no meu bolso de trás e indo até o elevador. Estava tão distraída ao apertar o botão com a seta para baixo que me assustei ao sentir um par de braços musculosos me envolverem e um queixo encostar-se ao meu ombro.
  - Nem me esperou hoje - uma voz sussurrou, me deixando desconcertada. Sabia exatamente quem era.
  - Você estava interagido comemorando a vitória hoje, - disse, virando meu rosto para o seu, fingindo seriedade. Ele não acreditou, claro. Sabia que era difícil ficar brava com ele. Apenas riu e fungou meu pescoço.
  - Eu sei que você ficou feliz com a vitória também, - ele sussurrou, novamente.
  - Ai, para com isso - resmunguei, rindo.
  - Parar com o que - - Ele disse mais alto, rindo. - De sussurrar - Mas é tão legal te ver arrepiada.
  - Isso é porque você sabe dos efeitos que causa em mim - dei de ombros, rindo.
  A porta do elevador se abriu e entramos; ele ainda enlaçando-me pela cintura e atrás de mim. Assim que ela se fechou, virei-me de frente pra ele, envolvendo seu pescoço com os braços, sorrindo.
  - Comemorando ou não a vitória vindo pro hotel, eu senti sua falta - ele aproximou seu rosto do meu, selando nossos lábios.
  Deixei uma das mãos em seu rosto e correspondi ao beijo na mesma intensidade. Era calmo e demonstrava segurança. Nós estávamos meio que juntos desde que chegamos na África do Sul, o que fazia algumas semanas. Era impressionante como nos dávamos bem apenas dessa maneira. Ficávamos, mas a maioria da equipe sabia e não censurava, o que nos deixava mais confortáveis.
  Por mais que seus lábios nos meus me deixasse inconsciente, ouvi o barulho do elevador chegando ao térreo e me separei dele.
  - Depois continuamos com isso, ouviu - - Ele sussurrou em meu ouvido.
  Eu apenas gargalhei e rolei os olhos, segurando uma de suas mãos e indo a direção ao salão em que iríamos jantar.

  Joachim me avisou que iríamos pegar o avião na noite seguinte para a Cidade do Cabo, onde seria a próxima partida, da qual sabíamos que pegaríamos a Argentina. Iria demorar uns dias até o jogo, já que estávamos em 27 de Junho e o jogo seria apenas dia 03. Mas dissera que seria melhor assim, que os jogadores treinariam já na cidade e estariam mais preparados. Apenas concordei com as ordens do "chefe". Subi para meu quarto, já que eu já havia bebido um pouco demais do que devia, e eu sabia que acordaria de ressaca se tomasse mais uma gota.

Capítulo 2

  Assim que cheguei no quarto, peguei o cartão-chave e abri a porta. Fechei-a atrás de mim, e comecei a tirar meu tênis e acessórios, indo em direção a minha mala, pegar um shorts de seda que insisti em trazer para dormir e uma blusa qualquer. Deitei-me na cama e abracei o travesseiro. Liguei a televisão; iria assisti-la até que viesse o sono.
  Mas então um barulho vindo da porta me fez pular. Fui até ela, abrindo-a.
  - , eu estou com sono, me deixa... - murmurei ao ver na minha porta. Nunca em sã consciência o mandaria embora, mas meu sono estava o dobro.
  - Não vou te atrapalhar, prometo - ele deu um sorriso malicioso, e me puxou pela cintura.
  - Sabe, eu sempre adorei essa sua jaqueta, você não quer me dar ela não - - Perguntei, fechando a porta com o pé e passando a mão em sua jaqueta branca. Eu sabia que era parte do uniforme dos jogadores, mas eu adorava-a.
  - Depois que acabar a copa, posso - respondeu, mordendo meu lábio, enquanto íamos até a cama.
  - Já vi que a última coisa que você vai me deixar fazer é dormir - murmurei, quando deitei e ele veio ao meu lado, deixando seus tênis no chão.
  - Claro que vou te deixar dormir - ele rolou os olhos. - Claro que não era esse meu plano, mas já que você é sonolenta - deu de ombros, olhando pra mim.
  - Para de me provocar, - ri, com o sono indo embora. - Só fala isso porque sabe que vou ceder.
  - Está funcionando - - Ele perguntou, me puxando pela cintura mais uma vez, para que eu ficasse em cima dele, mordendo meu pescoço.
  - Talvez - murmurei. Ri com ele rolando os olhos e rocei meus lábios nos dele, fazendo-o suspirar.
  Não demorou até que estivéssemos nos beijando, dessa vez com mais euforia e intensidade. me colocou deitada na cama novamente, indo para cima mim, sem que rompesse o beijo. Sorri e abri a jaqueta que tanto amava e tirei de seu corpo, jogando-a em qualquer lugar, possivelmente caíra no chão ao lado da cama. sorriu junto e colocou uma de suas mãos por dentro da minha blusa, apertando minhas costas levemente.
  - -Não vou te atrapalhar, prometo - - repeti suas palavras em voz grossa, assim que consegui romper nosso beijo, rindo. Ele rolou os olhos.
  - E eu lá estou atrapalhando - - Perguntou, descendo os lábios pelo meu pescoço. - Eu sei que você já perdeu seu sono. E sei também que quer isso tanto quanto eu.
  - Metido - disse, rindo com seus toques. - E pescoço é ponto fraco, injusto!
  Ele riu junto, mas continuou beijando meu pescoço, apenas para me provocar. Senti um leve frenesi em todo meu corpo. Ele estava certo, queria aquilo tanto quanto ele.
  Deslizei minhas mãos para a barra de sua camisa e puxei-a para cima, retirando-a. Ao parar de me provocar, me olhou nos olhos, sorrindo e voltando a possuir meus lábios.
  Tempos depois e minha blusa levou o mesmo fim que sua camisa. Agora estávamos em devida sincronia, com nossos beijos furiosos e nossos corpos tomados pela luxúria. Pela segunda vez naquela noite, a língua de voltou ao meu pescoço, com leves chupões que eu tinha certeza que ficaria a marca para quem quisesse ver. Não que eu deixaria ver, mas, enfim. Suas mãos brincavam com o elástico do meu shorts que em segundos fora para o chão.
  Levei minhas mãos até suas calças, tentando retirá-las; o que com a ajuda de seu próprio dono, foi para um canto do quarto. Estávamos, enfim, de roupas íntimas. apertou seu corpo contra o meu, voltando a sugar meus lábios. Senti sua ereção por baixo da boxer e sorri, inconscientemente.
  Suas grandes mãos foram até minhas costas, abrindo rapidamente o fecho do sutiã. Por fim, ele se livrou de todas minhas roupas íntimas. Passou a morder meu pescoço e beijar meu colo enquanto eu retirava sua boxer, deixando-o na mesma situação que eu. Estávamos loucos por aquilo, e nos teríamos naquela noite.
  Ele levantou-se, indo pegar a camisinha no bolso da calça, não pude deixar de rir. Quando ele retornou à cama, me olhou confuso, com cara de -o quê - -, enquanto abria o pacote e colocava a mesma em seu membro.
  - Nada, é que é impressionante como você já esperava por isso e viera preparado - expliquei o motivo dos meus risos.
  Ele voltou a grudar nossos corpos e sorriu.
  - Sempre ando prevenido sabendo que tenho você por perto.
  Ri novamente, e voltamos a -nos pegar -. Quando ele finalmente me invadiu, senti uma onda de prazer percorrer todo meu corpo. Não gritei, pois ele possuía minha boca e sorria ao me ver tão ofegante quanto ele, e - também - gemendo entre seus lábios.
  Não era a primeira vez que fazíamos isso. Mas mesmo assim, não estava acostumada com o frenesi que ele me causava.
  Hora ou outra ele dava investidas que me faziam quase urrar pelo prazer que tinha por ele. Quando não estava segurando seus gemidos me beijando, ele ficava com o rosto ao lado do meu, sussurrando pelo meu nome, me deixando cada vez mais louca.
  Por fim, seu corpo suado caiu sobre o meu. Ofegávamos alto. Ele se retirou de mim e deitou ao meu lado, me puxando para seu corpo. Correspondi o ato, juntando-me a ele.
  - Como sempre, nunca é a mesma coisa estar com você - ele sussurrou, quando sua respiração normalizou, me fazendo rir.
  - Posso dizer o mesmo - dei de ombros, deitada com o rosto em seu peito.
  Um tempo seguiu-se em silêncio. O sono me atingira novamente, e dessa vez eu estava mais exausta. Achava que já havia dormido. Sua respiração estava calma o que dava a impressão disto. Fechei os olhos e me acomodei melhor.
  - - - Ele me chamou, sussurrando. Levantei meu rosto para olhá-lo, e ele fitava o teto.
  - Diga - sorri, incentivando-o.
  - É normal sentir ciúmes - - Ele perguntou. Pensei um instante na pergunta.
  - Depende de por quem você o sente, por quê - - Perguntei, curiosa.
  - Acha que pode significar que você ama essa pessoa - - Respondeu com outra.
  - Bem, só se sente ciúmes de quem se ama, pelo que eu saiba - dei de ombros. - De quem você sente -
  - De você - ele suspirou, derrotado, e me olhou.
  - De mim - - Arqueei a sobrancelha. - E por quê -
  - Sei lá, quando você -tá com os outros caras, me sinto estranho.
  - Oun, que bonitinho - sorri para ele, dando-lhe vários selinhos.
  - Não é bonitinho - respondeu, frustrado.
  - É bonitinho porque é sem motivos - eu respondi. - Saiba que é recíproco - ele me olhou, com um brilho nos olhos e eu ri.
  Beijei-o novamente. É, eu acho que apenas de -diversão - eu estava amando um jogador do time do qual eu fazia parte da comissão técnica. Per-fei-to.

Capítulo 3

  Cidade do Cabo. Jogo contra Argentina.
  No primeiro gol, me senti satisfeita. E então terminara o primeiro tempo. Corri junto com meus garotos até os -bastidores - - ou vestiário, que seja - encher o saco deles.
  - Estamos ganhando - fiz uma dancinha, fazendo Joachim rir alto.
  - Sabia que ter uma garota na equipe ia ser divertido. Mesmo que ela fosse nova demais - e riu.
  - Ei, sou mais velha que alguns dos jogadores, ok - Tenho vinte anos de vergonha na cara, já é muito! - Rolei os olhos.
  - Ah, sim, é taaaanto - me abraçou por trás e mordeu meu pescoço.
  - NÃO! Por favor, arranjem um quarto! - gritou, fazendo-me rir.
  - Fique quieto, - gritei de volta.
  - É, ter uma garota na equipe também tem seus lados ruins - Loew disse. - Se soubesse que vocês tinham um caso não teria chamado ela para a comissão.
  - Não tínhamos um caso até você colocá-la aqui - respondeu, sorrindo para o técnico, que se limitou a fingir de bravo.
  O intervalo estava quase acabando. Quando virou-se de costas indo rumo ao campo, pulei em suas costas e lhe dei um beijo no rosto.
  - Boa sorte, amor - sorri. - Acaba com esses Argentinos.
  Vi um brilho no seu olhar com a palavra que dissera e desci. Ele apenas acenou com a cabeça, correndo junto com os outros para o segundo tempo do jogo.
  Voltei atrás de Joachim para o banco de reservas, onde costumávamos ficar.
  Depois de vinte e três minutos vendo a posse de bola ser dos -hermanos -, finalmente fizemos o segundo gol. Abracei Loew e pulamos juntos, e logo depois comemoramos com os reservas. Nem dez minutos depois desse, fizemos o terceiro. E para fechar com chave de ouro, o quarto. Acho que estávamos nos acostumando a vencer de quatro. Mas nada melhor do que o gostinho de vencer um time sul-americano - que pelo que eu saiba era odiado pelo país vizinho, Brasil - e ver o Maradona ficar -mal -.
  - TOMA MARADONA! - Não pude deixar de rir e falar. Mas falei em alemão. Assim ninguém a não ser nosso time entendia. Ele provavelmente só entendera seu nome.
  - E aí, , quem acha que vai ganhar mais tarde - - Loew me perguntou.
  - Uhn, Espanha - respondi.
  - Certo, vou levar seu palpite em conta, depois falamos sobre isso.
  Apenas assenti e fomos comemorar em campo com os outros.

  - Acho que os brasileiros estão nos agradecendo por mandar a Argentina pra casa - disse, enquanto jantávamos e ríamos.
  - Afinal qual a rixa entre eles - - me perguntou.
  - Também não sei - dei de ombros. - Mas vamos combinar que aquele Maradona é um saco - ri. - Acho que esse é um dos motivos.
  - Pode ser - Özil disse. - Não lembro quando eu disse que queria vencer o Messi e a Argentina, e olhe só, cá estamos!
  - Eu dou sorte - pisquei pra todos eles, que riram.

  Mais tarde, naquela noite, fiquei olhando pela janela do hotel. Observava a noite na Cidade do Cabo, que mal ouvi a minha porta ser aberta.
  - Bonito, largando a porta aberta - riu, fechando-a atrás de si. Virei meu rosto para observá-lo entrando.
  - Sabia que você viria, então nem tranquei - respondi, vendo-o se juntar a mim na janela.
  Ele permaneceu atrás de mim, as mãos nos batentes da janela, e o rosto do lado do meu.
  - Então, repete do que me chamou hoje no campo - - Ele sorriu, mordendo meu pescoço.
  - Uhn, não me lembro do que te chamei, vai ter que me ajudar a recordar. - Ri, fazendo bico. Ele aproximou os lábios do meu ouvido e sussurrou:
  - Começa com -A - - disse e voltou a me olhar. - Essa é a única dica que te dou.
  - Mas tem tantas coisas com A! - Reclamei, rindo, me fazendo de desentendida. - Tem abacate, abacaxi, amêndoa, ameixa, ar, água... Amora...
  - Volta na última palavra e retire a última letra - ele riu do meu joguinho. Era bom que eu conseguia descontrair.
  - Uhn... Amor - - Sorri, virando-me para ele.
  - Aham - ele sorriu, juntando nossos lábios, num beijo calmo. - Adorei quando me chamou assim.
  - Só disse a verdade - disse, ainda com nossos lábios encostados. - Eu imagino que é recíproco... - sussurrei.
  - E é - ele sorriu, me olhando nos olhos. Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Eu te amo.
  Por que eu me senti radiante com isso - Ah é... Eu sentia o mesmo por esse ser humano em minha frente. Aqueles olhos que me hipnotizam, a boca que sempre me toca, e todo aquele corpo que corresponde ao meu.
  - Também te amo, amor - sussurrei, voltando a beijá-lo.

Capítulo 4

  Chegamos ao estádio de Durban naquele final de tarde. O jogo seria às 20h30, horário na África do Sul. A Espanha possivelmente já estava chegando também, mas não os tinha visto ainda.
  Enquanto os garotos estavam se trocando em seus vestiários, fiquei por ali perto, observando detalhes inúteis. O técnico dessa vez não estava comigo, estava falando algo com os titulares e etc. Esquemas de jogo, se é que me entendem.
  Suspirei quando a porta do vestiário se abriu e vi todos saindo e indo em direção ao campo, para o aquecimento. sorriu, me dando um abraço e um pequeno selinho antes de correr atrás dos outros. Se eu disser que isso estava ficando sério, não estarei mentindo. Pois está. Mas estava gostando desse fato.
  Andei devagar até o campo para ver o aquecimento deles. Vi os jogadores espanhóis passando ao meu lado, mas muitos nem me notaram. Exceto por um: Fernando Torres. Este acenou e veio até mim, vendo que eu era da comissão alemã.
  - Hei - ele sorriu. - Então você é a famosa , a única mulher numa comissão de seleção.
  - Não sabia que meu nome era conhecido - ri. - Mas sim, sou eu.
  - Massagista, certo - - Perguntou.
  - Aham... - Assenti. - Mas foi mal, só trabalho para aqueles gatões ali - apontei para os caras que estava tão acostumada a ficar perto.
  - Que pena... Vou dar a idéia de ter uma massagista na seleção espanhola no ano que vem... Quer se convocar -
  Era a cantada mais estúpida que já havia levado, não consegui evitar e gargalhei. Enquanto ria, planejando a resposta que aguardava por Torres, senti um olhar em mim. Virei-me e vi me observando, um pouco sério, enquanto se aquecia com . Arqueei a sobrancelha e dei de ombros, me virando novamente para Fernando.
  - Desculpa, mas acho que seu técnico não vai querer uma alemã entre vocês - sorri.
  Despedi-me dele meio -por cima - e fui até Loew.

  Minutos depois, o aquecimento terminara, e eles entrariam para se preparar para a entrada e cantar o hino nacional, assim como eu mesma o faria. Segui eles e aproveitei a oportunidade de pular nas costas do único que me seguraria. Sim, eu adorava ser carregada por ele. Era forte e... Então, né.
  - , desce, por favor - - Ele pediu. Arqueei a sobrancelha e obedeci, agora andando ao seu lado.
  - Que bicho te mordeu - - Perguntei. - Está diferente.
  - Estou cansado, possivelmente de ontem - respondeu, passando a mão pelo rosto.
  Ah sim, lembrei-me da noite anterior, quando estávamos sozinhos no quarto e acabou rolando certas coisas que podem tê-lo deixado cansado.
  - E eu sou culpada - - Voltei a perguntar. Por mais que ele dissesse não, eu sabia que a resposta era afirmativa. E ele também.
  - Não - ele tentou melhorar, vendo os colegas dele entrando de volta no vestiário, bebendo água e se preparando. - Só estou quebrado, cansado, só isso.
  - Desculpe - encolhi os ombros. - Eu ainda me sinto culpada.
  - Deixa pra lá - ele disse sério. - Tenho que ir. - Virou-se e foi.
  Observei suas costas, cujo número estava estampado na camisa. Bufei. Certo, ele estava cansado, mas tinha que ficar tão estranho comigo -

  Durante todo o primeiro tempo, fiquei sentada sem prestar muita atenção no que acontecia. Tinha horas que meus olhos chegavam a ficar pesados, mesmo que o jogo estivesse empolgante.
  Assim que acabara o primeiro tempo, nem esperei por ninguém e me dirigi ao vestiário dos rapazes para esperá-los. Os reservas já estavam entrando ali e os reservas da Espanha também. Notei que Fernando estava entre eles e vinha em minha direção. Maravilha.   - Hei, se não nos encontramos novamente - ele riu.
  - Pois é, acho que está me perseguindo, Torres - disse, rindo.
  Ouvi as vozes se aproximando, e notei que passara por mim sem fazer nada, a não ser me olhar. Iria falar com ele daqui a pouco.
  - Então, eles dão trabalho - - Perguntou-me, ao ver que eu ficara avoada observando-os entrar.
  - Não cuido tanto deles a ponto de dar - dei de ombros, rindo. - Apesar de que às vezes me sinto uma babá.
  - Todo homem é folgado, saiba disso - ele piscou pra mim, sorrindo.
  - É, acho que aprendi essa da pior maneira - coloquei as mãos nos bolsos.
  - - - Ouvi Joachim me chamar e me virei. - Venha aqui depois, ok - - Assenti.
  - É melhor eu ir - disse ao Torres. - Espero te ver no próximo mundial - e ri.
  - Ou antes - ele deu de ombros, sorrindo.
  Fingi não notar o flerte, cantada ou seja lá o que diabos tenha sido isso que Fernando Torres acabara de me passar, DE NOVO. Virei-me em direção ao vestiário e fui até Loew.
  - Yes, sir - - Perguntei-lhe, rindo.
  - Nada demais, apenas bolando estratégias, queria que estivesse presente - deu de ombros.
  - Ok então.
  - E veja o que o tem - disse, apontando para que estava de costas para nós, sentado num bando.
  - Ele está cansado - respondi.
  - Não deve ser apenas isso... Vá lá ver. Você que tem -caso - com ele, então isso serve pra me ajudar no momento - riu. Quase lhe dei o dedo do meio, mas me segurei, rindo.
  Fui em direção ao cara com a camisa , sentando-me ao seu lado. Ele me notou, mas nada fizera. Suspirei, pegando em sua mão e mexendo em seus dedos. Por fim, entrelacei nossos dedos e sorri. Olhei para ele e o sorriso desmanchou-se.
  - O que você tem - - Perguntei. - E agora não aceito só -estou cansado -. Sei que está, mas tem algo errado, o que foi -
  - Não é nada - ele respondeu, olhando pro nada.
  - Se não fosse nada, você não estaria isolado dos outros e me tratando estranho - disse, soltando sua mão e cruzando meus braços. - Não confia em mim -
  - Enquanto andar com -espanhóis -, não. - Notei que ele deixara escapar o motivo de estar emburrado. Fora sem querer, e eu sabia só pelo fato dele ter arregalado levemente os olhos.
  - Uhn... Ciúmes - - Sorri, grudando-me em seu braço. - Sabe que não precisa ter - sussurrei, dando um beijo em seu rosto.
  - Não é ciúmes... Tanto faz. - Deu de ombros, frio.
  Eu iria aguentar que ele me desse patadas - Acho que não. Larguei-me dele e segui até Loew, que me olhou, sabendo que eu estava emburrada, mas não perguntou.
  Logo estávamos indo para o segundo tempo, e quando finalmente sentei no meu banco de sempre, Joachim teve cara de pau de perguntar:
  - Era só cansaço -
  - Aham - passei a mão no rosto.
  - Ele melhorou o humor -
  - Não.
  O jogo passou, e logo a Espanha fizera um gol. Vi nosso sonho de chegar a Final desmoronando-se, mas não podia fazer absolutamente nada. Permaneci de braços cruzados, apenas observando o jogo. Estava um pouco brava, devo confessar. Era como se hoje estivesse dando tudo errado. Entre mim e o , e no jogo. Era muita desgraça num único dia.
  Por fim, perdemos. Mas eu ainda tinha esperanças de que houvesse chances para o terceiro lugar.

  Fomos para o hotel um tanto tristes naquele dia.

Capítulo 5

  Faltavam apenas dois dias para a Disputa Pelo Terceiro Lugar, do qual estávamos contra o Uruguai. Acreditava em nossa vitória. Apesar de não sermos tetra, ainda estaríamos entre os melhores do mundial de 2010.
  E eu ainda não havia trocado uma palavra com desde aquele infeliz dia.
  Loew disse que a briga trouxera má sorte pro jogo, que tínhamos que voltar a nos falar para ganharmos o próximo jogo. Apenas ri na cara dele. Era uma teoria ridícula. Mesmo que eu mesma dissesse que dava sorte, era apenas brincadeira.
  Estava descendo do elevador, no corredor que daria para o meu quarto e o dos outros. Comecei a procurar pela chave em meu bolso, quando um braço me puxou e me prensou na parede. Já ia protestar e chutar lugares íntimos dos quais poderia tirar-lhe a fertilidade. Mas não o fiz assim que vi o rosto conhecido em frente ao meu.
  - O que você quer - - Perguntei, raivosa.
  - Pedir desculpas. Entender-me contigo.
  - Aham, e agora me diga o que exatamente você quer - rolei os olhos, desacreditada.
  - Mas é isso que eu quero, - ele sussurrou, passando a mão em meu rosto. Mesmo prensada na parede, com o corpo dele muito próximo do meu e sua respiração em meu rosto, eu permanecia consciente.
  - Tem certeza - - Perguntei.
  - Toda e absoluta certeza - ele disse, num sussurro, a voz falhando no final. Sorri para ele, colocando minha mão por cima da dele.
  - Vai admitir que sentiu ciúmes - - Perguntei, arqueando a sobrancelha.
  - Já disse que não senti ciúmes! - Ele quase gritou, mas eu tapei sua boca.
  - Para de escândalo no corredor. Anda, me solta - murmurei.
  - Não vai me desculpar - - Ele afrouxou o aperto contra a parede.
  - Não vai assumir que ficou estúpido comigo por tão pouco - - Virei o rosto para o lado, observando o movimento. Mas não havia nenhum, completamente vazio.
  - Olha, me desculpa ser estúpido, mas não é ciúmes - ele sussurrou, voltando a me apertar contra a parede e roçar os lábios em meu pescoço.
  Desse jeito eu não ia conseguir detê-lo nunca. Ele sabia de todos meus pontos fracos, era inútil tentar fazê-lo admitir. Decidi esquecer. Mas... Só por enquanto, fato.
  Ele sentiu minha desistência e me dera impulso, para que entrelaçasse minhas pernas em suas costas. Voltei a ser prensada na parede. Seus lábios colaram nos meus e suas mãos apertavam minha cintura. Apertei minhas pernas em torno de seu corpo, tentando tirar qualquer espaço livre que houvesse entre nós. Novamente as mordidas de provocação voltaram. A boca de passou por toda extensão do meu pescoço e colo, me fazendo soltar um leve gemido.
  - - - Chamei.
  - Uhn -
  - Pro quarto... Agora - disse. - Antes que alguém nos pegue aqui no corredor - ri.
  - Bem lembrado - ele sorriu, me dando vários selinhos.
  Tendo me colocado no chão, corremos até o quarto dele, que era o mais próximo. Ele abriu-o, e mal entramos e ele me prensara ainda na porta.
  Fomos aos tropeços até a cama, retirando todas nossas roupas e largando pelo caminho. Não queríamos saber de mais nada, apenas -nos - queríamos. Eu o desejava e ele me desejava. Sentimentos recíprocos devem ser ouvidos.
  Nos amamos daquela maneira, e dessa vez ele me deixara por cima. Fazia meus movimentos de acordo com o que ele mexia minha cintura. Urros de prazer saiam de sua boca, me fazendo sorrir. Beijei, dando mordidas, todo seu pescoço. Permanecemos assim por mais uns instantes, quando eu cheguei ao clímax e ele logo em seguida. Gememos juntos ao final, e eu deitei-me ao seu lado, controlando minha respiração.
  Se Loew estivesse - por alguma idiota hipótese - certo sobre eu dar sorte quando estou -bem - e com o , então acredito que não seria tão difícil fazer com que a sorte voltasse a andar ao nosso lado. Porque não era difícil permanecer do lado de alguém que eu estava amando.
  - Sei que repeti isso por várias vezes, mas... - Ele começou, puxando meu rosto para cima, e olhá-lo. - Eu amo tanto você.
  Sorri instintivamente, me fazendo um esforço de alcançar seus lábios e beijá-lo.
  - Também amo você... - sussurrei. - Mais do que imaginei quando pensei que contigo seria só diversão. - Disse, sincera.
  - Também imaginei que seria só diversão - ele murmurou. - Mas meio difícil quando se está convivendo tanto com uma pessoa e ela dá o dobro do apoio necessário - disse, escondendo seu rosto na curva do meu pescoço.
  Sorri, fazendo-o cafuné. Minutos depois, ouvi sua respiração calma e pesada em meu pescoço, e percebi que ele dormira. Dei-lhe um beijo na testa e encostei meu rosto no dele, indo dormir.

Capítulo 6

  Último jogo da copa que disputaríamos, em Nelson Mandela Bay / Port Elizabeth. Era terceiro lugar ou nada. E para ajudar: chovia. Muito.
  Estava sentada no banco de reservas, com ao meu lado, segurando minha mão, com nossos dedos entrelaçados. Éramos zoados por Joachim e outros jogadores da reserva, que diziam -não podem se pegar em campo não -. Urgh.
  O começo do primeiro tempo estava ocorrendo tudo bem. Os primeiros quinze minutos foram um pouco tranquilos, e eu estava torcendo pra que saísse um gol logo. Não queria que tivéssemos chances de -perder -. Encostei o rosto no ombro de e vi seu rosto virar para o meu, com um sorriso.
  - Nervosa - - Perguntou.
  - Claro que estou - ri baixo. - Não quero que percamos para o Uruguai, fala sério - e rolei os olhos.
  - Não vamos perder - ele deu de ombros.
  - Como tem tanta certeza - - Encostei meu queixo em seu ombro, observando-o. - Você deveria estar lá jogando, espertinho.
  - Loew disse para eu não jogar, só obedeço a ordens - ele sorriu e abaixou levemente o rosto para me beijar.
  Nossos lábios mal se tocaram, quando ouvi Joachim pular ao nosso lado, gritando. Um gol nosso.
  - Parece que temos mesmo um amuleto da sorte aqui, huh - - ainda estava de frente pra mim, roçando nossos lábios.
  - Hahaha, que engraçado - rolei os olhos.
  - Falei sério, você nos dá sorte - ele riu, me beijando calmamente.

  Não dera nem dois minutos depois do gol, quando começou a me encher o saco. Ele reclamou de dor nos ombros, então eu - como massagista da equipe - fui atrás dele, ficando de pé e massageando suas costas. Ele falava coisas idiotas, me fazendo rir alto.
  - , você sabe falar em espanhol - - Perguntou.
  - Um pouco, por quê - - Respondi.
  - Como é -te quero -, em espanhol - Eu sei que é bem sexy, mas não me lembro como é... - Ele fez cara de santo, me fazendo gargalhar.
  - Se diz -te quiero - - respondi, fazendo charme ao dizer, apenas para zoar mais.
  - Ei, - me chamou. Virei para ele. - TE QUIERO!!
  Comecei a gargalhar novamente. Dois otários apenas me enchendo o saco, eu merecia.
  - Hei, , a gente pode pegar a emprestada - - perguntou, na cara dura.
  Meu riso parou no mesmo momento em que olhei para . Estava de cara fechada. Possivelmente com ciúmes, que era o que eu já imaginava. Ele não admitira que andava ficando estranho por ciúmes, agora era a hora de tirar isso a limpo.
  - Vocês me dão licença um minuto - - Perguntei aos dois com quem eu zoava. Eles assentiram ao ver minha seriedade e a de .
  Fui até ele, ficando de joelhos no chão e colocando a mão na suas pernas. Olhava para seu rosto, mas ele continuava olhando para qualquer lugar, menos para mim. Isso com certeza me tiraria do sério.
  - Ei - chamei, ele me olhou. - O que foi -
  - Nada.
  - Quem nada é peixe. Anda, , o quê que é - - Rolei os olhos.
  - Já disse que não é nada.
  - Ciúmes - - Perguntei. Sabia que a resposta era afirmativa. Mas ele não iria ceder.
  - Eu te disse que não tenho ciúmes naquele dia - ele respondeu, ainda olhando para longe.
  - Naquele dia, o papo era outro - murmurei, segurando seu queixo e fazendo com que ele olhasse para mim. - Mas naquele dia era o mesmo motivo que o de hoje.
  - Você -tá imaginando coisas.
  - Lembra do que você me falou naquele dia depois do jogo contra a Inglaterra - - Perguntei. Ele não respondeu. - Perguntou se era normal sentir ciúmes de alguém. Por que não assume agora -
  - Porque agora não é ciúmes - ele respondeu, frio.
  - Então me diga o quê que é!
  - , me deixa em paz. Vai zoar com seus amigos que -te querem -.
  Levantei-me, nervosa e sai pisando firme até e , que apenas nos olhavam com medo do que aconteceriam agora.
  E então aconteceu...
  - Gol do Uruguai -.

  Voltamos do intervalo, e continuei sentada entre Joachim e no banco de reservas. Mas ninguém abria a boca. Eu estava muito brava ainda, de fato. Não gostava de ver sendo estúpido comigo por tão pouco. O quê que custaria ele assumir que sente ciúmes - Eu não iria ficar brava. Apenas ajudaria ele a ver que não é nada demais, e sim paranóia.
  Então... Saiu o segundo gol do Uruguai. Eles passaram a nossa frente, e agora eu estava realmente começando a estressar de vez. Senti uma mão mexer no meu cabelo até tocar em meu rosto, me fazendo virar para o lado. Era , como eu já imaginava.
  - - ele murmurou, acariciando meu rosto.
  - O que - - Perguntei. Minha voz infelizmente saiu falha, demonstrando que me estava nervosa. Ele sorriu. Argh. Aquele sorriso que eu gostava de ver, por mais -metido - que parecesse.
  - Vai me perdoar por ser estúpido - - Perguntou, sussurrando, de maneira que só eu ouvia.
  - Claro - disse. Ele sorriu. - Assim que assumir seu ciúmes quase doentio.
  - Não é doentio - ele se defendeu. - Mas ok, eu sinto ciúmes de você, pequena...
  - Já te disse que não precisa ter... - Murmurei, dando-lhe um selinho.
  - Eu sei, mas sei lá, mesmo assim - ele riu. - Não gosto que vejam como você é legal e descontraída, e dizerem -te quiero -.
  Tive de rir. Ri bastante, rolando os olhos.
  - Idiota, você sabe que, mesmo ouvindo outros falando isso pra mim, o único que me importaria se dissesse seria você, não sabe - - Ri. Ele ficou mais feliz com isso, me puxando para selar nossos lábios.
  Correspondi da mesma maneira que sempre fazia sempre. Ouvi os outros reservas rindo e dizendo -agora sim, tudo certo, falta a gente ganhar -, e não pude deixar de rir junto. Mordi de leve o lábio inferior de e o nosso segundo gol saiu.
  - Você não está me seduzindo só porque quer que eu volte a dar -sorte - né - - Perguntei. Ele riu da minha cara, rolando os olhos.
  - Talvez um pouco, mas é mais porque eu te amo agora, vai ter que aguentar um ciumento por um bom tempo...
  - Eu espero que seja muito tempo mesmo - sorri, voltando a beijá-lo.

  Permaneci abraçada ao , que acariciava meus cabelos. Permanecemos de mãos dadas e conversando sobre o jogo. Estávamos empatados com o Uruguai. Mais um gol, e garantiríamos o nosso terceiro lugar.
  O resto do jogo foi tenso. Estava conversando com quando saiu o nosso terceiro gol. Agora tudo que tínhamos de fazer era enrolar. Já estava no final do jogo, então não podíamos dar a oportunidade para o Uruguai.
  Levantei-me. Estava começando a ficar nervosa. Fiquei ao lado de Loew, e os reservas se juntaram a mim.
  E então... Uma falta. Uma falta não muito longe da grande área, e consequentemente não muito distante do gol. Os acréscimos já eram para ter acabado há alguns segundos. E então, Forlán bateu no travessão.
  - GANHAMOS! - Pulei no colo de . E ele me girou, rindo.
  - Graças a você - ele sussurrou.
  - Ah, aham, claro, porque eu dou sorte - rolei os olhos e ele riu, me colocando no chão.
  Corremos até os outros jogadores, abracei cada um deles e agradecemos a todos os torcedores, indo um pouco nos cantos do campo.

  Por fim, a premiação. Vi todos eles subindo no palanque para receber as medalhas. Todos de jaqueta branca e calça preta, com exceção de alguns. Após receber suas medalhas, sentaram todos para a foto, sendo que alguns ficaram de pé.
  - Vem, - me chamou, puxando-me para sentar ao seu lado.
  Ficamos -profissionais - na foto, sem segurar na mão do outro, apenas sorrindo como se fossemos uma equipe. E era o que éramos.

Final

  Pelo jeito acabara a copa para nós. Chegamos ao hotel e vi a maioria deles indo em direção ao salão de jantar. Já iríamos comer, já que eles se arrumaram todos no vestiário do estádio. chegou por trás, me abraçando e rindo em meu ouvido.
  - Pelo menos conseguimos medalhas - ele sussurrou. - Culpa sua ter me feito brigar com você no jogo contra a Espanha...
  - Aham - rolei os olhos, rindo. - Culpa sua de ser ciumento - virei-me de frente pra ele e sorri.
  - Não sou ciumento - ele fez bico. Puxei-o pela fita da medalha, rindo.
  - Não, imagina. Só dá chilique porque to massageando e zoando com outro jogador, que é seu amigo, por acaso - ri alto.
  - Ninguém mandou você cutucar uma fera que estava quieta. E nem dar mole pro Torres...
  - Não dei mole pro Torres, Sr. - continuei rindo, abraçando-o.
  - Ta bom, não vou mais ser ciumento agora que voltarmos pra Alemanha, prometo - ele deu um sorriso enorme, me fazendo distribuir vários selinhos em seus lábios.
  - Eu amo você, idiota - ri.
  - É recíproco, inútil - disse, e me abraçou, me tirando do chão.
  - Acabou a copa - comecei, com cara de pidona. - E eu estou de olho numa jaqueta branca da seleção alemã... De preferência uma que pertença a um jogador ciumento, chamado e que possivelmente ficará gigante em mim.
  Ele riu, tirando sua jaqueta e colocando por cima de meus ombros. Arrumou meu cabelo para frente, porém deixando uma mecha atrás de minha orelha.
  - Fica melhor em você do que em mim - ele riu.
  - Aham, coube certinho, olha - mostrei que as mangas estavam afogando meus braços, e permaneceu rindo.
  Quando finalmente consegui ajeitar as mangas nos meus braços pequenos (em comparação aos dele), dei a mão a ele e sai puxando-o para dentro do hotel.
  Mas ele não o fez, permaneceu parado, me fazendo andar sozinha. Ao estarmos com o braço completamente esticados, me puxou de volta, me fazendo cair em cima dele, mas este conseguiu manter o equilíbrio.
  - Isso, me faz cair mesmo - reclamei, fingindo estar brava.
  - Foi sem querer, só queria continuar com você aqui mais um pouco. - Respondeu, acariciando meu rosto.
  Fiquei na ponta dos pés, e envolvi seu pescoço com meus braços, puxando seu rosto para o meu no intuito de unir nossos lábios. Fui correspondida, e senti suas mãos em minha cintura. Ele me guiou até uma parede próxima, me encostando a ela. Deixei um riso escapar e o beijo foi quebrado.
  - O que - - Ele perguntou, com a testa grudada à minha.
  - Nada, só que você deveria ser uma pessoa que controla suas reações, assim como eu - pisquei, fazendo-o rolar os olhos e rir.
  - Mais tarde você não me escapa - ele sussurrou contra meus lábios, voltando a uni-los num beijo calmo.
  Logo em seguida, segurei sua mão, entrelaçando os dedos, e entramos juntos no salão de jantar. Era hora de comemorar pelo menos o terceiro lugar.



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