Love Affair
Escrito por Luh Silva | Revisado por Natashia Kitamura
Música: Sad Beautiful Tragic, por Taylor Swift
A doce não conseguia parar de chorar. Estava dirigindo para lugar nenhum, apenas tentando fugir para longe da dor, mas quanto mais ela se afastava mais lágrimas surgiam, logo caindo em seu vestido. Ela não queria que nada daquilo estivesse acontecido, não queria que ele fosse embora. Escutou o som de uma buzina, mas não conseguia enxergar a estrada escura, então só viu o carro vindo à direção oposta quando estavam quase batendo. virou o volante o mais rápido que conseguiu, se livrando por pouco de uma batida.
Parou no acostamento, apoiou a cabeça no volante e chorou. Não pensou em nada, apenas chorou, até que viu o papel dobrado jogado no banco ao lado. resolveu ler a carta que ele tinha lhe entregado antes que ela saísse correndo, abriu a carta e sentiu que seus olhos recomeçaram a marejar quando reconheceu a letra de . Enquanto lia, várias lembranças lhe vieram, lembranças que ela não tinha forças para impedir de chegarem.
estava bebendo um pouco com suas amigas no bar, na festa de uma colega. Ela sabia que não podia passar da conta, mas mesmo assim estava amando toda aquela agitação. Mal sabia ela que um garoto a observava desde o começo da festa, com um olhar quase apaixonado. Não, não era paixão ainda, só... curiosidade. O que uma garota delicada como aquela estava fazendo em uma festa tão... Inapropriada?
logo sentiu uma aproximação ao seu lado e girou no banquinho em que estava, se deparando com lindos olhos a observando.
- Sou . – disse o garoto dos olhos.
- . – disse ela, estendendo a mão para apertar a do garoto, mas foi surpreendida com um beijo na mesma.
sentiu seu rosto esquentar e olhou para o chão, torcendo para que ele não tivesse visto. Sentiu a mão e levantar seu rosto até seus olhos se encontrarem, e percebeu que ele estava muito perto. Sentiu seu rosto esquentar mais ainda, mas não tinha como esconder. Sorriu para o garoto, que logo devolveu o gesto, que sorriso lindo ele tinha.
- ! Chega aqui!
- !! Vem cá! – escutaram dois gritos ao mesmo tempo. Sorriram pela suposta última vez, pensando que nunca mais se encontrariam, e seguiram as vozes que os tinham chamado.
***uma hora depois***
entrou no seu carro, pensando em ir direto pra casa, mas viu uma garota sentada na calçada, aparentemente precisando de ajuda. Chegou perto dela, que logo levantou o olhar, e reconheceu a garota de imediato.
- Precisa de ajuda, ? – perguntou ele, estendendo a mão para que ela pudesse levantar.
- Só , por favor. – retrucou ela, aceitando a mão estendida.
- Posso saber o que uma senhorita tão linda está fazendo sentada na calçada tão tarde?
- Estou esperando um taxi.
- Eu posso te levar pra casa se quiser. – disse , rodopiando a menina pela mão.
- Por favor, não me gire, minha cabeça já está doendo o suficiente. – disse , cambaleando. – Acho que vou aceitar sua carona.
adormeceu no meio do caminho, mas por sorte não antes de dizer o seu endereço. E ali, naquele silêncio, uma história havia começado.
A mente de não tentou afastar as memórias da sua triste, linda e trágica história com e, mesmo se quisesse, sabia que não conseguiria.
não estava se aguentando de ansiedade. Depois de quase um mês de viajem, finalmente estava voltando para casa, voltando para ela. Ela estava quase saindo correndo pelo aeroporto, quase entrando pelo portão de desembarque, mas estava conseguindo se segurar. A cada pessoa que saia por aquela porta, sua saudade aumentava, até que ela avistou grandes olhos ansiosos, procurando por ela. Assim que ele a achou, eles correram. a beijou e a abraçou, levantando-a do chão. Foi um dos melhores beijos da sua vida, cheio de saudade, cheio de amor. Ele tinha sentido tanta falta dela. Sorriram durante o beijo, e só se afastaram porque perceberam que muitas pessoas os encaravam.
- Senti saudades. – disse ela, ainda sorrindo.
- Eu também. – disse , pegando a mão de sua namorada e saindo do aeroporto com um sorriso de orelha a orelha.
foi vagueando por sua memória, revendo os muitos momentos felizes que teve com , antes de ele resolver ir embora.
- Quatro entradas para “Um Dia”, por favor. – disse para a atendente do cinema.
Lá estavam , , ) e na bilheteria do cinema, em um encontro duplo. ) era a melhor amiga de , e era um primo de que tinha acabado de se mudar. Eles dois se conheceram em uma festa que levou , e se interessaram logo de cara, só depois que descobriram as ligações.
Os quatro entraram na sala de cinema e saíram duas horas depois, mas se alguém perguntasse sobre o que falava o filme, nenhum deles saberia responder.
sorriu com essa lembrança. ) continuava sua melhor amiga, mas ela e não estavam mais juntos, nunca tinha descoberto o porquê. Logo pequeno o sorriso desapareceu da boca de , enquanto ela se lembrava de , novamente caindo em lágrimas. Mal sabia ela que ele estava quase na mesma situação, mas do outro lado do país.
***
não estava conseguindo dormir. Ele sabia que teria treinamento cedo na manhã seguinte, mas não conseguia fechar os olhos. Ficava pensando em , vagueando pelas memórias que tinha dela.
- Faz quanto tempo que eu não tomo sorvete ? – disse , enquanto eles passavam em frente a uma sorveteria.
- Uns três dias . – respondeu o garoto, em um tom debochado
.
- Meu Deus, três dias! Como eu sobrevivi? – brincou ela, entrando na sorveteria, enquanto só ria.
foi direto para o balcão fazer seu pedido, enquanto a observava. Mais uma vez ficou encantado, como se tivesse acabado de conhecê-la e percebesse o quanto ela era linda. O garoto parou ao lado dela e pediu uma casquinha de sorvete de baunilha, enquanto ela pediu um potinho com bolas de sorvete de vários sabores.
pagou os dois sorvetes (a contragosto de ) e o casal saiu da loja, continuando seu caminho.
- Você consegue sentir todos os sabores disso ai ?
- Claro. – disse ela rindo.
- Me deixa provar um pouco dessa meleca.
logo pegou um pouco do sorvete com a colher e espalhou em volta da boca dele, colocando o que restou dentro.
- Isso é pra você não chamar meu sorvete de meleca. – ela disse, dando seu melhor sorriso de convencida.
O garoto a puxou pela cintura e a beijou, não conseguindo resistir àquele sorriso. Durante o beijo, ele sorriu, o que só fez sorrir mais. Ao poucos o beijo foi terminando, sendo finalizado com vários selinhos.
- Você tá com gosto de sorvete. – disse ela, sorrindo bobamente. caiu na gargalhada, levando consigo.
Naquele momento, ele se perguntou como tinha feito uma garota tão perfeita quanto se apaixonar por ele, um simples carinha das Colinas.
Ele estava sentado perto do lago, com tudo pronto, só esperando sair da casa. a tinha levado para passar uma semana na casa do lago de seus pais, para aproveitarem a última semana de férias. Não demorou muito e a garota apareceu em seu campo de visão, usando uma saída de praia de renda com um biquíni por baixo. Ele a olhou e cima a baixo, reparando em todos os seus detalhes, inclusive na vermelhidão das suas bochechas quando seus olhares se encontraram.
- Para de me olhar assim. – ela disse, olhando para o chão e se aproximando dele.
- Não consigo resistir. – ele disse levantando, puxando-a pela cintura e colando seus lábios.
Os dois subiram no Jet ski de , ele na frente, ela atrás, o abraçando pela cintura.
- Preparada para dar uma volta? – ele disse, dando a partida.
- Você é quem tem que se preparar, por que eu vou dirigir depois!
Dito isso, acelerou e eles saíram em alta velocidade pelo grande lago. Atravessaram o lago por quase uma hora, até conseguirem chegar do outro lado. Pararam o Jet ski e desceram na outra margem.
- Na volta, sou eu que vou dirigir! – exclamou , sentando-se encostada em uma grande árvore. Logo o garoto se juntou a ela e a puxou para seu colo. Os dois ficaram encostados na árvore, abraçados, apenas olhando para o lago a frente.
- Eu te amo. – sussurrou na orelha de . A menina sorriu e olhou para cima, fitando os lindos olhos dele.
- Eu te amo. – disse ela, e ele a beijou.
Essa era uma das poucas lembranças que ele não queria ter, que gostaria de apagar da memória. Apesar de aquela semana ter sido perfeita, o final dela não foi dos melhores.
- Você está distante . – comentou .
Eles estavam voltando para a cidade, depois da ótima semana no lago. Na noite anterior, tinha recebido uma carta das Forças Armadas Inglesas, dizendo que ele tinha sido recrutado para servir no exército. Ele não sabia como contaria para , só sabia que partiria em menos de uma semana.
- Não to, não.
- Está sim, o que aconteceu? – insistiu a garota.
- Nada, princesa.
- Por que não me conta o que foi? Não confia em mim?
- NÃO FOI NADA, ! – Gritou , e no segundo seguinte, se arrependeu. Era a primeira vez que ele gritava com , e pode perceber o quanto isso a magoou.
- Porque gritou comigo? – olhou para ele, as lágrimas já começando a cair. Ele olhou para ela, mas não respondeu nada e logo voltou a olhar para as ruas.
- Não vai mais falar comigo é isso? Por que não me conta logo o que foi? – ela perguntou, já em prantos.
Os dois não disseram mais nada durante o resto da viagem, cada um imerso nos seus próprios pensamentos. O silencio era desconcertante, quase orgulhoso. estava implorando para que falasse algo, assim como ela, mas nenhum dos dois dizia nada por puro orgulho. Depois de 40 minutos, chegaram em frente a casa de .
- Desculpe. – disse ele antes que saísse do carro. – Desculpe , eu... Ainda não posso te contar. Me desculpe.
Ele se aproximou, tentando beijá-la, mas logo o afastou, abrindo a porta do carro. Olhou para ela uma última vez, antes de entrar em casa correndo.
Aquele dia foi terrível, mas pior ainda foi quando ele contou a verdade a .
- ? – perguntou o garoto quando ela ateneu o telefone.
- O que você quer, ? – suspirou. Ela ainda estava com raiva pela briga.
- Podemos nos encontrar? Preciso te dizer uma coisa.
- Por que não diz por telefone? – ela perguntou irritada.
- Tenho algo pra te entregar.
- Tudo bem. – ela disse.
Marcaram o lugar e, vinte minutos depois, estavam os dois em frente ao lago, no Parque Youth. Assim que ficaram frente a frente, estendeu a carta do exército para ela, que a pegou e leu.
- Então você está indo embora? – perguntou , com lágrimas nos olhos.
- Por favor, não chore princesa. – ele deu um passo a frente, e ela foi para trás.
- Quando? Quando você vai?
- Hoje à tarde. – ele respondeu, e o choro de se intensificou.
- Você sabe desde quando?
- Da viagem do lago. Isso era o que eu não podia contar pra você.
- Você está fugindo! – exclamou , levantando a voz.
- O quê? , não...
- VOCÊ ESTÁ FUGINDO! NÓS ESTAMOS EM UMA CRISE E VOCÊ ESTÁ FUGINDO! – gritou ela – Não posso acreditar. Você não aguenta umas briguinhas bestas e já desiste.
- Não, princesa...
- Não me chame de princesa, . Eu vou embora.
- Espere . Não era isso que eu tinha que te entregar. – falou ele, pegando um papel dobrado do bolso da jaqueta e estendendo para ela.
- O que é isso? – perguntou , com menos raiva e mais tristeza na voz.
- Uma carta pra você. Mas não leia agora, só quando eu estiver longe. – falando isso, ele percebeu o peso de suas palavras. Ele ficaria longe dela por no mínimo 3 anos. 3 anos sem , como sobreviveria?
- Me desculpe , eu te amo.
Ela olhou para ele pela ultima vez antes de sair correndo chorando.
Essa foi a última vez que viu . não sabia se, quando voltasse, ela ainda estaria esperando por ele, não sabia se eles tinham terminado, não sabia nem se deveria ligar para ela no dia seguinte. Tudo em relação a ficou muito confuso.
É isso pessoinhas! Não sei porque, mas eu nunca consigo fazer finais bons. Espero que tenham gostado de ler tanto quanto eu gostei e escrever :D