Lost In Stereo
Escrito por Helen Takahashi | Revisado por Hels
PART ONE
Festa. Exatamente o que ele precisava para relaxar um pouco depois de tantos shows feitos; tanto ele quanto os outros. Tudo bem que era uma festa de uma rádio, mas... Quem liga? Festa é festa e não deixa de ser festa. Colocou uma camisa, uma de suas calças de tom mais escuro e um tênis; os cabelos no mesmo estado de sempre, desta vez - porém - um pouco úmidos. Assim que pisou para fora de sua casa, a van já estava estacionada. Devem-se perguntar por que estavam todos indo de van. Bem, muito simples: queriam chegar juntos, os produtores, a banda, todos estavam juntos, então nada mais justo do que irem em sua própria van, não?
Com os cabelos presos num coque mal feito, um vestido tubinho preto e uma sandália prata com salto agulha, ela estava pronta para a festa da rádio onde trabalhava. Fazia pouco tempo desde que estava na cidade e neste ramo, mas já estava começando a ganhar cortesia para as festas produzidas. Suas três tatuagens estavam à mostra na nuca, no pulso e no tornozelo - apesar de se envergonhar desta, mesmo que ninguém soubesse o que realmente significava. Decidiu que não iria de carro, pois não poderia beber caso o fizesse, então chamou um táxi que logo chegou ao portão de seu prédio. Passou pelo hall despedindo-se do porteiro e adentrou o veículo, pronta para sua primeira festa lançada pelo próprio trabalho.
O local era imenso e tinha direito a tudo: bar, mesas, pista de dança e até alguns sofás em lugares estratégicos. Algumas bandas estavam presentes no local e dançavam conforme o ritmo da música; alguns em casais, outros em grupos e tinham outros até mesmo sozinhos. Porém, a garota preferiu se encostar-se ao balcão do bar e pedir alguma coisa para beber antes de procurar por suas amigas; tendo seu sexto copo em mãos, saiu meio dançando no meio de todos e bebendo. Foi só quando acabou o conteúdo por completo que, colocando-o numa mesa, avistou suas amigas reunidas e conversando.
- Olha só quem decidiu aparecer! - Uma delas disse.
- Desculpa, não pude deixar de passar no bar antes - ela desculpou-se.
- , , - riu - já vi que veio de táxi. E também já sinto que alguém logo logo estará bêbada.
- É claro que vim de táxi! - gargalhou, cumprimentando cada uma das garotas. - E mentira, só estou alegre! Seis copinhos de Martini não me deixarão cair.
- PORRA! SEIS COPOS? - Todas gritaram. - Isso porque estamos no começo da festa.
- Desde que ela não passe vexame, está tudo lindo!
- Não se preocupe , eu não passo vexame - ela piscou. - O melhor vexame que posso passar é embolar na hora de falar.
- Ou falar português - observou. - Lembram-se quando saímos outro dia e essa infeliz bebeu? Começou a embolar e falar português, eu não entendia era nada!
- Olha, português é uma bela língua, ok? E ser brasileira é o que há, me deixe em paz! - riu. - Vem, vamos dançar, gente! Animação! É UMA FESTA!
Tendo conseguido arrastar as garotas para a pista de dança, fizeram seu pequeno grupo e passaram a dançar ao som do que o DJ tocava. Um garçom passou servindo algumas taças das quais todas as quatro garotas pegaram e beberam enquanto dançavam. Alguns caras aproximavam-se delas e dançavam junto, não demorou muito até que acabassem no meio da pista de dança, chamando a atenção da maioria dos outros ao redor.
- Não sei dançar, porra, parem de tentar me arrastar - um deles disse, quando estavam todos indo para a pista de dança.
- Eu também não sei, mas e daí? O importante é a tentativa e a diversão! - disse. - Não é mesmo, ?
- Isso aí! - Ele concorda, fazendo uma tentativa de dança enquanto ia para a pista. - Anda logo, , até o tá vindo.
- O que quis dizer com isso? - Dawson pergunta.
- Nada, nada - ele olha assustado, erguendo as mãos. - Bom, estou indo. Os bons ou quase bêbados, como eu, que me sigam - disse.
Não querendo ficar para trás, seguiu-os e começou a tentar dançar conforme eles faziam. Havia várias pessoas dançando bem, porém também havia os que apenas se mexiam ou tentavam. Conforme dançava e adentrava as pessoas junto com os amigos, podia ver que havia um grupo de garotas dançando bem no meio; todas com taças vazias na mão. Tentando ir no mesmo ritmo, começou a aproximar-se delas - mesmo achando que estava mesmo alto - os amigos o seguiram. Um garçom passou ao lado de uma delas e retirou as taças vazias de suas mãos. Ao se aproximar mais, uma - de vestido preto e curto - observou-o e sorriu, chamando-o com o olhar para dançar com ela. Não negou, apenas se aproximou mais e deixou-se levar, dançando perto dela e sentindo suas mãos delicadas tocarem-no no pescoço. Ela não era como qualquer garota, parecia mais "solta" - não no sentido de "pegar qualquer um", mas sim no de sentir-se livre -, algo que nunca vira em nenhuma outra garota. Segurou-a pela cintura, sentindo-a dançar embaixo de suas palmas; segundos depois ela estava erguendo um dos braços conforme dançava.
- , estamos indo pra mesa beber mais um pouco, ok? - avisou, assim que viu a outra fora dos braços do rapaz que ela dançava. Estava acostumada. tinha a mania de dançar com estranhos, porém nunca realmente ficava com eles, por mais bêbada que ficasse; isso ela admirava na outra.
- Tudo bem, eu já vou lá daqui a pouco - avisou, piscando para a amiga.
O cara com quem ela dançava ainda estava atrás dela, porém seus amigos haviam desaparecido. Mesmo assim, continuou a dançar com ele. As músicas estavam ficando mais lentas, isso explicava porque os grupos que dançavam agora viraram casais. Sem medo de ser feliz, envolveu os braços no pescoço dele e sentiu-o envolver suas mãos na curva de sua cintura; dançaram consideravelmente perto e, com isso, ele aproveitou para falar com ela.
- ... Este é seu nome? - Ela ouviu-o sussurrar.
- Na verdade, é - ela sorriu de lado. - Mas meu apelido é .
- Hm... Sou - ele sorri, vendo seu rosto próximo ao dela.
- Prazer, - balançou a cabeça levemente e abriu o sorriso. - Acho que já ouvi seu nome antes... Apesar de ter muitos 's por aí - riu. - Trabalha para a rádio, ou algo do tipo?
- Na verdade, sou da All Time Low - ele explica, vendo-a pensar, um tanto confusa.
All Time Low... All Time Low... Por que o nome dessa banda estava sendo familiar? Ok, porque eles são famosos, mas não parecia que era só por isso.
- Ah! Já ouvi sua banda - ela sorriu, e não era mentira. Culpou o álcool por não lembrar porque o nome da banda dele lhe era muito familiar e por não reconhecê-lo de rosto antes.
Ele deu uma leve risada.
- Pode culpar o álcool se quiser - ri, fazendo-a olhá-lo, espantada.
- Bem, é culpa dele mesmo, apesar de eu não estar bêbada - murmura, rindo.
Alguns minutos em silêncio e eles se aproximaram mais; as músicas lentas permaneciam e logo não havia mais espaço entre os corpos dos dois. A garota sentiu o hálito do outro bater em seus lábios. Ela sabia exatamente o que ele ia tentar mas... Ela não gostava de beijar caras num "primeiro encontro", mesmo que não fosse um oficial. Sendo o momento em que o conheceu, era praticamente a mesma regra. Ele aproximou-se mais e faltavam apenas uns milímetros para tocar os lábios macios dela. Isso se ela não tivesse virado o rosto levemente, fazendo-o encostar os lábios em sua bochecha. Com um suspiro, ela sentiu os lábios dele descendo levemente até seu pescoço e dando leves beijos ali, fazendo-a arrepiar.
- Eu tenho que ir - disse simplesmente, separando-se dele.
Ele afastou-se, vendo que havia tentado longe demais. Não faz menção de ir atrás dela... Seria realmente insistente e inconveniente. Apenas deixou-a ir para o meio da multidão, observando-a e torcendo para encontrá-la novamente um dia.
PART TWO
Alguns dias depois da festa, já estava recuperada. O dia seguinte a festa fora o pior, já que a dor de cabeça a atingira em cheio em meio a ressaca. Porém, na quarta-feira, passava despercebida que amanhacera mal no domingo. Arrumou-se levemente naquela manhã - pois diferente do de costume, que amanhecia e ia para a central da rádio - teria uma entrevista a fazer com uma banda, na casa de um deles. A entrevista iria ao ar ao vivo para a rádio. Com isso, colocou uma blusa regata branca, junto de um colete preto e um shorts da mesma cor, um Converse branco e pronto, estava pronta.
Passou no estúdio apenas para pegar a van que estava equipada para a entrevista e mais algumas pessoas da produção e lá foi ela, embarcando para um bairro de casas de classe média alta em busca da casa do de uma banda.
- Qual banda estamos indo ver mesmo? - murmurou para , que fazia parte da produção.
- All Time Low - ela disse indiferente, mexendo em outros papéis.
- Espere... - A outra disse, fazendo-a parar. - Você disse All Time Low?
- Disse... - disse, olhando-a arquear a sobrancelha. - Por quê?
- Você não se lembra de sábado? Do cara que dançou comigo?
- Não notei o cara, , foi mal - a amiga se desculpou. - Mas por quê?
- Ahn... Nada não - ela limita-se a dizer.
All Time Low. Era por isso que aquele nome estava encucado em sua cabeça, como pôde esquecer? Agora estava prestes a entrevistá-los e, bem, rever o que ela conheceu... Ir literalmente para a casa dele.
observa-a, porém não faz comentário algum. Sentia que a amiga estava começando a ficar aflita como jamais ficara; sempre era empolgada durante as entrevistas, de maneira bem brasileira como era. Mas no caso de agora, ela engolia em seco e ficava olhando para o além. Será que ela havia ficado com um dos caras da banda na festa?
A van estacionou em frente a um sobrado e a porta se abriu, deixando que e descessem e esticassem as pernas. Ambas arrumaram-se levemente e a porta da casa abriu-se também, revelando o dono da casa. Era mesmo ele... Qual era o nome mesmo?
- Você deve ser o ! - disse, com um sorriso, e cumprimentando-o. - Sou e esta é , viemos aqui para a entrevista.
- Prazer e... - Ele olhou-a e, por um instante, reconheceu-a. Seus olhos levaram um leve brilho ao ver que reencontrou-a, mesmo que esta estivesse levemente nervosa agora. - .
- Prazer - ela sussurra, apertando sua mão.
- Onde estão os outros? - pergunta.
- Ah, estão vindo. Estão só terminando de se arrumarem lá dentro.
Não demorou muito até que estivessem todos dentro da enorme van da equipe da rádio. sentou-se de um lado de e do outro, não deixando de observá-la a cada instante. Os outros sentaram-se ao lado dele e conversavam animadamente.
- Vai demorar muito? - pergunta ansioso.
- Faltam uns dez minutos para eles nos darem o sinal de que podemos começar - responde, checando o equipamento que a amiga usaria e entregando-a.
- Bem, então podemos ficar conversando enquanto isso, certo? - pergunta, animado.
- Acho que sim - ri. - O que querem perguntar?
- Você só tem essa borboleta no pulso? - olha para a tatuagem da garota.
- Ahn... Não, tem mais uma estrela do lado direito da minha nuca e uma letra japonesa no tornozelo esquerdo. - Ela responde. - Não sabia que seriam perguntas sobre mim - e ri.
- Desculpe, é que eu gosto dessas coisas - ele explica-se, com um sorriso.
- Qual é a letra no tornozelo? - pergunta curioso.
Não, ela não diria que era a letra inicial do nome de seu ex-namorado. Era idiota demais e ela sabia disso, só provando o quão louca ela era. Definitivamente inventaria a letra.
- P - ela sorri, nervosamente. - De Paz.
- Interessante - eles dizem juntos, olhando para o tornozelo dela a mostra.
- Acho que te vi na festa de sábado - diz, olhando-a. - Não era ela que estava dançando com você, ?
Todos se calaram. desviou o olhar e passou a entender porque a amiga estava tão nervosa.
- Eles deram o sinal. Todos prontos? - Ela diz, olhando para a tela de seu notebook.
"Salva pelo gongo", pensa, suspirando e dando um microfone na mão de cada um e pegando o seu próprio.
As duas garotas arrumavam as coisas para que pudessem partir e os integrantes da banda ajudavam-na. havia acabado de arrumar uma das caixas de equipamentos e empurrado-a para o fundo da van, quando voltou-se para o lado oposto, pôde ver observando-a. Com um suspiro, ele se aproxima dela.
- Podemos conversar? - Ele pede, olhando em seus olhos.
- Ahn... Tudo bem - ela concorda, deixando a caixa seguinte aberta. - Eu já volto, - avisa, seguindo o rapaz.
Assim que estavam um tanto distantes, pelo menos a ponto de não poderem mais ser ouvidos, parou e virou-se para a garota:
- Pelo jeito você se lembra de sábado também - ela diz antes, colocando as mãos nos bolsos do shorts.
- Bem, sim... Eu não estava bêbado - ele ri. - Desculpe, eu... Eu acho que tentei ir um pouco longe demais naquela noite.
- Ah... Tudo bem.
- Não, é sério, me desculpa... Não devia ter forçado e etc... - Ele diz nervoso, balançando as mãos.
Ela ri com o desespero dele e apenas balança a cabeça.
- Desculpas aceitas, não se preocupe.
- Ótimo - sorri e abaixa a cabeça, observando a garota de cima a baixo, e parando o olhar na letra japonesa em seu tornozelo. - Sabe... Essa letra não parece ter esse significado que você diz.
- Por que diz isso? - pergunta, levantando a voz.
- Porque você ficou nervosa na hora de contar - ele dá de ombros, levantando os olhos para olhar em seu rosto. - É tão terrível assim?
- Você e os outros vão achar idiota - diz. - Eu mesma acho então...
- Vamos, me conte, eu juro que não vou zoar com sua cara.
Ela olha para os olhos dele e pensa se poderia confiar. Não estava certa, mas se não falasse de uma vez, ele nunca a deixaria quieta.
- É a inicial do meu... Ex.
- Você tatuou a inicial do seu ex no seu tornozelo? - desatou a rir, colocando a mão no rosto. - Isso é loucura.
- Ei! - Ela reclama. - Tá vendo? É por isso que não conto, eu odeio ser zoada. Além do mais ele ficou lá no Brasil, ninguém precisava saber da existência dele.
- Ok, ok, me desculpe. No Brasil? - Ele pergunta, arregalando levemente os olhos. - Nossa, você se mudou pra cá?
- É, faz alguns meses já - ela concorda, passando a mão por seus cabelos. - Mas enfim, não vou desculpar por me zoar com a tatuagem, terá volta.
- Ah, qual é, ! - Diz, rindo, como se fossem amigos há tempos. - Ok, vamos combinar o seguinte... Eu te levo pra sair na sexta, você me fala sobre você, eu não falo mais sobre sua tatuagem e daí você me desculpa... Pode ser?
arqueou a sobrancelha. O que ela tinha a perder?
PART THREE
Sexta à noite e já estava pronta, sentada em seu sofá à espera de . Depois de tê-la convidado, naquele dia, haviam combinado de que ele a pegaria em sua casa e iriam juntos até o cinema e quem sabe pudessem jantar depois. Já que não tinha nada a perder, a garota concordou e, agora, estava pronta para recebê-lo. O interfone tocou e ela soube que era ele quem havia chego. Atendeu mesmo assim, ouvindo a voz do porteiro. Com a porta trancada e a bolsa no braço, ela pegou o elevador e chegou ao hall, dando de cara com um bem vestido e arrumado; os cabelos normalmente bagunçados, assim como na festa e na entrevista, estavam - no mínimo - ajeitados.
Ele observou-a se aproximar enquanto ainda estava encostado no balcão na frente do porteiro. Ela vestia uma calça jeans skinny escura e uma blusa cinza de um ombro só, a bolsa preta estava no braço e nos pés um par de preto de Converse. Estava linda do jeito que estava, assim como nas duas primeiras vezes, ele pensou.
- Você está linda - juntou forças para dizer. Ela abriu um sorriso.
- Obrigada! Você também está lindo, - piscou, deixando-o sem graça e soltou uma risada.
Ele estava nervoso. Ela não. Ambos adentraram o carro e rumaram para um cinema ali perto, exatamente como haviam combinado. Não sabiam o que assistir, então pegaram ingressos para um qualquer; de acordo com o combinado, eles teriam tempo para andar e se conhecerem melhor depois. impediu que ela pagasse os ingressos, mesmo sob vários protestos. Sentaram-se lado a lado dentro da sala, porém... Nada aconteceu, para a infelicidade de . Apenas umas trocas de olhares, alguns risos, a divisão da pipoca e do refrigerante; fora isso, nada demais; nem uma mão tocada e nem mesmo uma movimentação suspeita.
- Ahn... Legal esse filme - diz, caminhando para fora do cinema.
- Você prestou atenção? - Ele pergunta, rindo.
- Bom, na verdade não - confessa. - Mas me parece legal. Qualquer hora eu volto para prestar atenção e assistir de verdade.
- O que te distraiu tanto? - pergunta, voltando seu rosto para a garota ao seu lado.
- Estava mais preocupada em comer a pipoca e tomar o refrigerante.
- Notei mesmo, não parava de comer minha pipoca - ele ri.
- Olha, você que disse pra dividirmos - ela riu junto.
Por terem comido muita pipoca e não estarem com fome, decidiram deixar o carro no estacionamento que já estava e andar por uma praça que havia ali perto. Uma lua cheia enfeitava a noite estrelada de primavera e algumas poucas pessoas ainda passavam pela praça, ainda eram pouco mais de dez horas da noite. estava indo na frente, andando de costas com o intuito de ficar olhando para enquanto conversavam.
- Certo, o que mais você quer saber? - pergunta, olhando-a.
- Hm, ok, acho que já te perguntei o suficiente - ela sorri. - Pode fazer perguntas se quiser.
- Ok então - ele concorda. - Por que se mudou para cá?
- Tive a oportunidade e consegui um emprego no segundo mês, então decidi ficar.
- Gosta de trabalhar na rádio?
- Muito, uma das minhas coisas favoritas.
- Vai continuar tendo só essas três tatuagens?
- Ainda quero fazer uma frase no braço, mas isso fica pra quando eu arranjar uma realmente boa.
Perguntas continuaram a surgir; aparentemente realmente havia feito uma lista para fazer essa noite. Mas não se incomodou, respondendo todas com a mesma animação e empolgação de sempre.
- Por que terminou com seu namorado? - Ele finalmente pergunta. Ao ouvir isso, ela tropeça por estar de costas e quase cai. Porém, ele se aproxima rapidamente e a segura, levantando-a novamente.
- Erm, desculpe - ela diz, recompondo-se. - Mas respondendo... Porque ele não queria que eu viesse pra cá. Disse que se eu viesse, estaria tudo acabado. Como ele se colocou entre a viagem, eu embarquei e soube que ele já arranjou outra namorada - dá de ombros.
- Ele é um idiota - diz, em choque por ter ouvido.
- É, pois é - ela simplesmente diz, querendo sair logo do assunto. - Vamos nos sentar ali? - Aponta para um banco vazio.
Ele assente e ambos sentam-se um ao lado do outro. O parque, no lugar onde estavam, já estava deserto e um silêncio confortável tomou conta. Mesmo com um tanto de vergonha, encostou-se em e apoiou a cabeça em seu ombro, fazendo-o envolver seu braço em volta dos ombros dela e ficarem ali.
- Quer conversar sobre isso? - Ele pergunta, referindo-se ao assunto do qual haviam mencionado.
- Não, tudo bem.
- Você não sente falta do seu país?
- Sinto, mas vou pra lá assim que entrar em férias para rever todo mundo.
- Espero que você entre de férias logo então - ele murmura, acariciando seu braço.
- Mas e o All Time Low? Vai fazer uma turnê fora daqui quando? - muda de assunto rapidamente.
- Em breve, eu acho... - Ele diz.
Depois de mais alguns minutos conversando, ambos concordaram que era melhor irem embora. Voltaram de braços dados até o carro, onde adentraram e seguiram para o prédio onde morava. Esta tomou a liberdade de ligar o rádio e deixar numa estação qualquer que estava tocando algumas músicas que ela conhecia. Quando estacionou em frente aos portões, ela não fez menção de descer do carro e ele nem de esperar que ela saísse logo.
Alguns segundos depois, ela começou a arrumar a bolsa que estava ao seu pé para poder descer. Assim que levantou o rosto, deparou-se com o outro bem mais próximo. Seus olhos baixaram para seus lábios e, desta vez, quando o viu se aproximar mais, decidiu que não fugiria. Um toque suave a envolveu e fez uma de suas mãos irem direto para o rosto de , enquanto conseguia movimentar-se de maneira romântica e lenta como a música que os cercava dentro do veículo. Ele puxou-a para mais perto, sem desfazer a única coisa que os mantinha ligados. Somente quando precisaram realmente respirar, separaram-se e olharam um para o outro, os olhos sorrindo.
- Obrigada por hoje, - ela sussurra, com um sorriso no canto do rosto.
- Eu que agradeço - ele ri, observando-a abrir a porta do carro.
Antes que saísse, ela olhou para trás e aumentou mais um pouco o volume da música, piscando para ele e finalmente descendo e fechando a porta atrás de si, correndo pelo hall do prédio.
riu da ação da menina, porém, finalmente notou o porquê ela havia aumentado a música. Pelos alto-falantes do carro, podia-se ouvir a voz de Alex Band cantando "we're gonna live our lives, gonna live our lives, stigmatized".
FINAL PART
Como sempre, a rádio fazia uma grande festa a cada mês e, desta vez, dissera que passaria para pegar e as outras. Estava pronta e vestida para a ocasião, como sempre. Um shorts social preto, uma blusa azul claro combinando com o sapato de mista cor; o cabelo preso de lado e meio jogado, juntando com uma maquiagem um pouco mais pesada, por ser "noite".
Chegando ao salão onde ocorria a festa, as quatro pegaram uma mesa e sentaram-se, bebendo e jogando conversa fora. Uma coisa que elas passaram a falar muito nas últimas saídas que tiveram era sobre todos os encontros que estava tendo com nas últimas semanas. De fato, depois do primeiro, viera o segundo, então o terceiro e assim sucessivamente. Ambos divertiam-se e ficavam, porém, a cada encontro era uma sensação nova, como se o anterior não tivesse ocorrido. Isso fora exatamente o plano deles, afinal, não namoravam, apenas estavam se divertindo.
- O vem, ? - perguntou, com um tom de voz de interesse.
- Que eu saiba sim - ela ri. - Daqui a pouco ele aparece... Vamos dançar?
Assim que o All Time Low chegou à festa, sentaram-se na mesa que havia sido reservada para eles, bem perto da pista de dança. Pegaram algumas bebidas e decidiu que ficaria um pouco com os amigos e depois procuraria por .
Não sabia mais o que estava sentindo pela garota, de tanto que estava saindo e - consequentemente - ficando, mas independente do que fosse, guardaria dentro de si até um momento que ele julgasse certo, se é que haveria. Enquanto tomava um gole de sua cerveja, voltou-se seu olhar para a pista de dança, vendo quatro garotas dançando. Não tinha como não reconhecê-la. Ali estava , de costas para ele, dançando ao som que tocava alto no salão juntamente com suas amigas, mostrando suas curvas para quem quisesse ver.
- Não vai procurar a ? - pergunta.
- Já encontrei - murmura, dando outro gole em sua cerveja e ainda assistindo-a dançar.
I've been waiting for so long, but she'll never know... I'm losing hope 'cause she's so lost in stereo, lost in stereo.
FIM
HEEEY DUDE! Bom, essa N/A vai ser curta porque quero só fazer uns agradecimentos especiais ao senhor Alex - porque eu tinha literalmente bloqueado essa fic na minha mente, mas depois de ir ao show em Campinas eu consegui soltá-la de uma vez - e a minha gatita, Láh, por ter me ajudado com a música que tocaria "no carro", LOL. (L)