Lord and the Beggar

Escrito por Samilla Way | Revisada por Lyra M.

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Capitulo 1 – A farsa

  Eu estava me olhando pelo espelho, não sabia ao certo porque. A ultima imagem que eu queria ver, era o meu reflexo refletido nele. O vestido de noiva estava pendurado num cabide de madeira, ao lado do espelho. Eu não sabia o que iria me acontecer quando colocasse aquele vestido em meu corpo.
  Quando abriram a porta, eu olhei para trás e era o advogado (cão de guarda) de Meredith Smith que abriu a porta, ele era um homem negro, com dread locks, vestido de cartola vermelha, o terno e a calça social eram exatamente da mesma cor, apenas sua gravata era preta e seus sapatos eram de couro de pele de jacaré, fiquei com pena do jacaré.

  - Por que ainda não se vestiu? – Ele me indagou, me levantei da cadeira e apontei o dedo para ele.
  - A sua cliente não me disse, só me mandou para cá, falou.
  - A senhorita Smith foi muito bondosa de não te entregar para policia. – Naquele momento eu queria acertar a cara dele. – Em troca, ela está pedindo um pequeno favorzinho. – Eu coloquei as mãos na cintura. – Agora adiante-se porque a senhorita tem um casamento para ir.
  - Ok, mas ‘qualé’ do vestido de noiva? – Eu perguntei e o advogado colocou as mãos à boca.
  - O correto é dizer o por que do vestido de noiva? Depois você saberá, em dez minutos, a maquiadora e a cabelereira chegarão. – Em seguida ele deu uma risada maléfica.

  Ele se retirou do quarto, batendo a porta com força. Eu coloquei o vestido com muita dificuldade, ele era terrivelmente apertado, eu não conseguia respirar nele, os meus seios estavam amassados, o decote era bem profundo, era tipo princesa, mas o meu colo estava a mostra e isso me incomodava um pouco. Queria ficar descalça, mas não dava. Deixei meus tênis all star preto, no chão do quarto de hotel, eles estavam imundos. Eu segurei na barra do vestido, olhei para perto da cama onde estavam sapatos azuis, andei e sentei na cama. Peguei os sapatos no chão e os coloquei em meus pés com certa dificuldade. Eu fiquei de pé, mas como nunca havia andado de salto, eu quase caí no chão.
  Eu tirei os sapatos e me sentei na cama, tentei respirar fundo, segurei os sapatos na mão. Coloquei nos pés novamente, eu tentei me equilibrar no salto, abri meus braços começar a dar passos lentos, alcancei a cadeira e me sentei de pernas abertas.
  Quando suspirei de alivio, entraram quatro mulheres gordas, duas foram fazer as minhas unhas, uma mulher de cabelo cor vinho e bigode pegou uma escova de cabelo dentro de sua mala rosa, puxou uma mecha de meu cabelo e começou a destecer. A ultima mulher foi fazer uma maquiagem, mas antes ela encarou as minhas sobrancelhas e tirou uma pinça do bolso. Eu não sabia se elas estavam me deixando me deixando mais bonita, ou estavam apenas me torturando...
  Depois que elas terminaram, uma delas pediu que eu me olhasse no espelho, eu quase não me reconheci, estava tão bonita como jamais estivera em toda minha vida. Eu estava com um coque alto com tranças, flores e glitter no meu cabelo, a maquiagem estava bem suave e as minhas unhas cor nude. A mulher de bigode colocou uma presilha dourada em meus cabelos com véu comprido que chegava até a minha cintura, chegou novamente no quarto o maldito advogado que se aproximou de mim, pegando o meu véu e jogando para frente para encobrir meu rosto. Pela minha sorte, eu estava enxergando bem, então, o advogado estendeu o braço para eu acompanha-lo, eu o fiz a contragosto.
  Descendo pelo elevador social até o saguão do hotel. Chegando a recepção, a recepcionista me chamou para atender o telefone, eu abri os braços para andar em cima daqueles saltos. Eu peguei o telefone e atendi.
  - Quem é? – Perguntei grossa, ouvi uma risada escandalosa do outro lado.
  - Você é bem peculiar , enfim para seu segredo seja guardado por mim...
  - Desembucha, o que eu tenho que fazer para você. – Eu a interrompi.
  - Calma, é simples que até alguém como você pode fazer, você vai ter que fingir que sou eu num casamento. Meus pais arranjaram um casamento com homem rico, mas eu não quero me casar.
  - Nossa que triste. – Eu fui sarcástica.
  - Continuando: Ele é rico, mas é um homem horrível, feio, doente e manco, eu não o amo e também não sou enfermeira. Sou muito jovem para ficar com um homem só. – Eu revirei meus olhos. – Isso não é ilegal.
  - Eu só tenho que fingir que sou você no casório, é mole.
  - Mas, evite falar se não podem descobrir. – Eu desliguei o telefone.

  Eu mordi o lábio inferior, o advogado esquisito me segurou pelo braço e saiu me arrastando para fora, mesmo eu não conseguindo me equilibrar. Chegamos até a limusine que estava estacionada na entrada no hotel. Eu dei uma mordida no braço do advogado e entrei na limusine prata. Eu sentei no banco, tirei os sapatos que estavam me apertando e os joguei no chão. O advogado entrou logo em seguida, e sentou ao meu lado. Eu abri as minhas pernas abertas. Então, ele me olhou com olhar de reprovação, apenas levantei o dedo do meio.
  O motorista nos levou até o porto, onde tinha uma lancha que estava nos esperando. Novamente, eu tive que colocar os malditos sapatos azuis, abri a porta e tropecei quase caindo, mas o idiota me segurou pelo meu braço, só que eu dei uma cotovelada no saco dele. Ele curvou-se de dor, eu soltei meu braço, andei lentamente até a lancha, entrei e sentei ao fundo da lancha.
  Assim que o advogado chegou, o capitão começou a dirigir. Durante a viagem, um nevoeiro encobriu toda a paisagem, eu comecei a pensar. Eu acordei de meus pensamentos quando a lancha parou. Eu me ajeitei, já avistei os convidados da cerimonia chegando em seus barcos e carros luxuosos. Apenas olhei para cima, avistei as torres do castelo medieval, estilo gótico, totalmente perdido numa ilha no interior da Inglaterra. Naquele momento fiquei curiosa, ansiosa para ver o noivo manco e feio que a Meredith estava dispensando.
  Eu me aproximei lentamente do advogado que falava ao celular, eu cruzei os braços, ele desligou e olhou para mim.

  - O que você quer? – Ele perguntou.
  - Tem como você ver no google, alguma foto do noivo feioso? – Eu perguntei e ele pegou o seu celular, fez uma pesquisa rápida.
  - Ele está recluso nessa ilha por dez anos, então não tem nenhuma foto recente, mas pense que ele está dez anos mais velho e mais feio. Se realmente quiser ver.
  - Anda logo. – Ele me mostrou a foto, ele era realmente feio, um corte de cabelo estranho, o rosto com manchas vermelhas e espinhas, o nariz era bem bonito juntamente com seus olhos azuis, e os dentes tortos, realmente era bem estranho. – Credo, ele parece um duende.
  - Um duende de 1.85m. – Nós rimos um pouco. – Está na hora de você se casar, fique quieta e assine seu nome para anular o casamento com a Meredith.

  Eu achei estranho ter que assinar meu nome, porém não disse nada. O advogado segurou o meu braço, e me conduziu até o portão de ferro, eu fiquei impressionada com a decoração de rosas amarelas em jarros. Tinha cadeiras decoradas, com fitas de cetim branco. Os convidados estavam se sentando, as mulheres com seus vestidos de grife longos e seus rostos cheios de botox.
  Colocaram duas meninas de dama de honra, elas ficaram na minha frente, então chegou um homem alto e barbudo ficando ao lado do advogado que sussurrou algo em seu ouvido. O homem sumiu da minha vista. De repente começou a tocar a marcha nupcial, as meninas começaram a andar pra frente, o advogado me deu um tapa em minhas costas, eu tropecei e caí no chão, tentei me levantar, mas o meu salto tinha quebrado, então arranquei os sapatos e joguei em cima do advogado, acertei a cabeça dele.
  Então eu me levantei, limpei a poeira do meu vestido, um homem alto se aproximou de mim, ele tinha uma pele branca, estava de terno sob medida, cabelo negros como a noite mais escura, uma boca rosada. Ele começou a limpar o meu vestido, ele me pegou no colo, queria protestar, mas não poderia falar. Eu mordi o lábio inferior, enquanto o estranho bonitão me leva no colo até o altar, o noivo feio ia ficar ofendido, eu pensava. Então, eu olhei em seus olhos azuis, vi algo familiar e ele era o noivo...

Capitulo 2 – Festa de casamento

  O juiz de paz falava muitas baboseiras, eu estava entediada. Eu coloquei as mãos na cintura, bati os pés, o noivo que eu ainda nem sabia o nome fez um sinal de corte com os dedos. Então o juiz pegou os papeis, tomou um gole de agua.
  - De acordo com o contrato, você lorde aceita como sua esposa, para amar e respeitar, em todos os dias da sua vida. – O juiz sintetizou.
  - Eu aceito. – disse com confiança, ele sorriu.
  - Então, vocês assinem os papeis. – assinou rapidamente, eu tentei respirar fundo só tentei, então ele me entregou a caneta pesada que parecia ser feita de ouro.
  - Assine logo Meredith, senão sua família não receberá o dinheiro. – se irritou, eu assinei meu nome rapidamente. – Boa garota.
  - Os dois assinaram, eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.
   levantou o véu, eu fiquei com medo, mas ele apenas fechou os olhos, eu também fechei meus olhos. Senti os lábios quentes tocarem os meus, fiquei sem reação. Apenas o deixei me beijar, seus lábios macios estavam me cativando, mas ele separou rapidamente. Senti o meu coração bater aceleradamente.
  Ele apenas virou as costas, uma empregada loira e bem gorda, uma senhora enrugada de uns cinquenta anos se aproximou dele, entregando uma bengala. pegou e começou a andar mancando, então ele me estendeu a mão, eu segurei a sua mão com força.
  Alguns convidados vieram perto de nós, uma mulher me abraçou me desejando felicidades, e logo em seguida, abraçou que sorriu sem graça. Logo fizeram fila para nos cumprimentar.
  Depois que os convidados nos cumprimentaram, eu fui para perto do bolo, passei o dedo na cobertura de chantili, e comi. Eu peguei os docinhos da mesa, coloquei dentro do decote do vestido, comi um bem casado, está maravilhoso, em seguida um garçom me entregou petit gatou num prato, eu comi na mão mesmo, estava incrível.
  Eu estava olhando tomando uma taça de champanhe conversando e ele olhou na minha direção sorrindo, como ele se tornou tão lindo nem parecia o cara da foto. O advogado apareceu, eu tirei um doce do decote e comi, era um chocolate.
  - Quando eu vou poder sair da festa? – O advogado começou a rir.
  - Amanhã, senão vai estragar a festa e a senhorita Meredith não vai poder te proteger da policia. – Eu levantei o véu.
  - Como assim? Era só até o final da festa. – Eu me irritei. – E se ele quiser me comer.
  - Toma isso. – O advogado pegou uma taça de vinho e me entregou. – Para ter coragem, mas ele não está feio, não vai ser nenhum sacrifício.
  - O vai descobrir antes de qualquer coisa acontecer, ele não tem cara de ser burro. E vai fazer um escândalo.
  - Tenta distrair o manco até amanhã de manhã e você poderá usufruir de sua liberdade. – Eu joguei o vinho no rosto do advogado.
  - Desculpe interromper, mas vim buscar minha noiva. – nos interrompeu.
  - Ela é toda sua. – O advogado saiu da minha vista.

   colocou a mão na minha cintura e apertou, então ele me levou até o escritório. Ele se apoiou na bengala, pegou uma caixa em cima da mesa e me entregou, eu abri e era uma aliança de ouro branco, nunca havia visto algo tão bonito. Eu peguei a aliança e coloquei no meu dedo.
  Eu toquei o rosto dele, mas antes que puder beija-lo, alguém chegou no escritório chamando para cortar o bolo. Nós fomos até a mesa onde estava o bolo, eu peguei o bolo com as mãos e coloquei na boca de , todos os convidados riram.
  Depois da festa, o advogado saiu de cena sorrindo, então me pegou no colo me conduziu pelas escadas. Meu sangue gelou, eu observava o castelo, as paredes fortes. Chegando ao quarto, ele me conduziu e me jogou na cama que estava cheio de rosas amarelas. Eu passei as mãos nas pétalas de rosas.
  - No banheiro da suíte, tem uma roupa especial que eu gostaria que você usasse, mais ou menos, porque em cinco minutos pretendo tira-la. – Eu engoli seco. – Você está tão calada, eu entendo que isso não era o que você queria, mas me dar um gelo não melhora a situação.
  Eu fui ao banheiro, tirei o vestido pela cabeça com dificuldade, tinha uma camisola rosa bem sexy e uma calcinha minúscula, eu peguei e levei um susto. Soltei meus cabelos, e coloquei aquela roupa. Pelo menos ao contrario do vestido, cabia perfeitamente em mim.
  Eu saí lentamente do banheiro, estava cheia de vergonha. estava só de boxer branca, eu levei um susto. Mas, em seguida eu o abracei forte, dei um beijo no seu peito forte, era muito forte, cheiro de perfume importado.
  As luzes estavam apagadas, por isso, ele não havia me reconhecido. depositou um beijo no meu pescoço, eu era muito baixa, fechei meus olhos, senti os lábios deles tocarem os meus, eu o abracei pelo pescoço, enquanto ele me beijava, sua língua entrou suavemente dentro da minha boca.
   tocou meu rosto, me pegou pelas minhas pernas, eu fiz um carinho na nuca dele, o nosso beijo se intensificou, então ele me colocou na cama, ele desceu os seus beijos até meu pescoço, colocou as suas mãos na minha cintura, foi subindo até meus seios por cima do tecido da camisola, eu estava sentindo prazer, mas os apertou e se afastou de mim, mancou até o interruptor e acendeu a luz e levou um susto.
  Eu fiquei sem reação, olhou para mim furioso, eu comecei a respirar com dificuldade, ele fechou a mão direita em punho e socou o ar, naquele momento eu achei que ele fosse me bater, mas apenas deu um grito.
  - Onde está a minha mulher? – gritou e em seguida segurou o meu braço.
  - Em Londres pelo que sei, ela não fugiu, nem ao menos esteve aqui hoje. – Eu soltei o meu braço, ficou decepcionado.
  - Era você o tempo todo, entendi, tenha uma boa noite, amanhã você me conta tudo. – colocou o roupão que apareceu perto da cama, pegou sua bengala e saiu do quarto.
  - Boa noite.
   bateu a porta do quarto com força, ouvi a tranca da porta se fechar, eu corri para porta, puxei a maçaneta e verifiquei, ele havia trancado a porta pelo lado de fora. Eu levei as mãos a cabeça, ele se certificou que eu não fosse fugir durante a noite. Eu não ia fugir porque eu não saberia onde ir.
  Deitei na cama, olhando para cima, senti o cheiro das rosas, pensei no gesto romântico que o pobre coitado havia feito para aquela vadia, então eu pensei que ninguém nunca faria algo assim por uma mendiga como eu. Passei a mão nas rosas, e as lagrimas desceram um pouco, eu só queria um pouco da consideração de alguém, mas isso não era possível. Acabei adormecendo ali em meio as rosas.

Capitulo 3 – A farsa desvendada

  No dia seguinte acordei com o sol batendo em meu rosto, uma comitiva de empregados ao meu redor me olhando com curiosidade, eu me senti como um animal de zoológico, eu era um animalzinho mesmo. Eu me sentei na cama, e quase todos foram embora. A senhora loira e gorda ficou apenas, sentou-se ao meu lado.
  - Você não tem cara de golpista, o duque foi bem exagerado nesse quesito e também não mencionou que você é bonita. – Eu levei um susto, ninguém nunca havia me elogiado sem segundas intenções.
  - Eu não sou bonita, também não sou esse negocio que ele disse. O que você quer? – Eu a olhei desconfiada.
  - Nada menina, bom o duque lhe aguarda com o café da manhã, para vocês comerem. – Senti que fosse uma armadilha.
  - Já desço, pode ir ‘na’ frente, eu quero dar mais uma roncada primeiro. – Ela não entendeu.
  - O duque me ordenou que eu não saísse do seu lado, ele quer garantir que a senhorita não fuja. – Eu revirei os meus olhos.
  - E quem me garante que o seu chefe não vai chamar a policia.
  - Ele não vai chamar a policia porque não quer escândalos porque a rainha nunca o nomearia “sir”. – Eu entendi.
  - Então vamos, estou morrendo de fome.
  - Como assim? – Ela ficou confusa. – A senhorita vai tomar o café de camisola.
  - O que é que tem? Eu não tenho outra roupa, eu não vou colocar o vestido de noiva para comer. Vamos senhora.
  - Chame-me de Dorothy.
  Eu e Dorothy saímos do quarto, eu a acompanhei pelo castelo que era mais assustador durante o dia que a noite. Os empregados me olhando enquanto eu passava, eles deveriam estar fazendo teorias para minha presença naquele local, ao contrario deles Dorothy estava sendo tranquila e gentil, apesar de eu desconfiar dela.
  Chegando a entrada da sala de jantar, Dorothy abriu as portas de madeira e vidro, as portas eram enormes. Assim que elas se abriram, eu entrei e fiquei impressionada com o tamanho da mesa de jantar, e tinha muita comida. Bolos de chocolate, coco e baunilha, potes com doces, bules de porcelana com chás, cafés e leite, biscoitos amanteigados e cookies, geleias de morango e manteiga e muitos pães. Eu passava fome nas ruas de Londres, sentei rapidamente, peguei um pão e o devorei com as mãos, em seguida, coloquei uma xicara de café e tomei num gole, Dorothy ficou espantada, eu peguei um pedaço de bolo de chocolate com as mãos, caiu a calda na barra da camisola, eu a levantei e lambi a calda de chocolate.
  Eu olhei ao meu redor e estava na ponta da mesa, eu fiquei tão impressionada com a comida que não havia visto-o lá. Eu peguei uma jarra de suco de laranja e coloquei um copo bem cheio, eu dei um gole, passou uma de suas mãos em seus cabelos negros, em seguida me olhou espantado, enquanto eu me debruçava na mesa para pegar a cesta com cookies de chocolate e baunilha.
  - Meu Deus tenha modos. – me indagou enquanto eu enchia a boca de cookies de gotas de chocolate.
  - O que você disse? – Eu respondi com a boca cheia de comida.
  - Pode comer devagar, a comida não vai fugir de você, e é falta de educação falar de boca cheia, caso a senhorita não saiba. – chamou Dorothy com gesto circular com o braço e ela pegou um bule, e o serviu. Eu engoli.
  - Não estou acostumada a comer, então eu nunca vi tanta comida sem ser num restaurante. – Eles se espantaram.
  - Como assim acostumada a comer? – levou as mãos ao seu queixo maravilhoso.
  - Eu moro nas ruas, não como comida e sim resto de lanche nas lixeiras dos restaurantes e lanchonetes, vendo tanta comida assim, vou comer tudo quanto eu ‘puder’ porque amanhã estarei revirando lixeira por aí. – Eu peguei um pão quentinho, avistei um pote com geleia de morango próximo de , eu cheguei até lá, eu passei no pão e dei uma mordida. – Hum que delicia! Nunca provei uma geleia tão gostosa.
  - Essa geleia é feita artesanalmente aqui na fazenda, tem campos de morangos e...
  - Tem morangos aqui? – Eu interrompi . – Já estou gostando desse lugar.
  - Você me responda, por que a Meredith te mandou para cá?
  - Por chantagem, ela me explanar se eu não fizesse o que ela queria, o que eu realmente sei é que eu vim para cá só fingir que eu era ela no casamento para anular só isso.
  Eu voltei a comer o meu pão quando de repente o advogado de Meredith apareceu de terno e calça social verde floresta e gravata rosa pink, eu revirei os meus olhos, porém continuei a comer. colocou novamente as mãos ao queixo e em seguida apareceu dois seguranças, o advogado se recompôs e ajeitou seus dreads.
  - Sr. Harper, o que está acontecendo? – perguntou.
  - Primeiro devo lhe dar parabéns pela bela aquisição. – Dr. Harper deu um sorriso sarcástico. – O que aconteceu é que o senhor quebrou o contrato de se casar com a senhorita Meredith Smith, cansando-se com a senhorita, perdão, senhora ontem, então como o senhor quebrou o contrato, o dinheiro que o senhor entregou a minha cliente, ela não terá que devolver as 500 mil libras. O senhor pode dar uma olhada na sua certidão de casamento.
  - Eu vou falar com os meus advogados e vou anular esse casamento, vou recuperar o meu dinheiro, além de mandar você e a vadia da sua cliente para cadeia. E a sabia de tudo? – Então olhou furiosamente para mim.
  - Essa aí?! Está mais por fora que arco de barril, é uma simples mendiga que achamos em Londres, mas até que ela bonitinha, sua graça, dá pro senhor se divertir enquanto o divorcio não saí. – deu um soco na mesa.
  - Tirem essa coisa da minha frente. – Os seguranças pegaram dr. Harper pelo braço e saíram arrastando. – Já que legalmente você é minha esposa e também não tem lugar para ficar, pode ficar aqui enquanto o divorcio não sai, pelo menos você vai ter alguma coisa para não voltar as ruas. – Eu concordei com a cabeça, Dorothy sussurrou algo em seu ouvido. – A Dorothy vai comprar algumas roupas para você para não ficar andando de camisola pelo castelo...

Capitulo 4 – Convivência forçada

  Um mês depois, continuava isolado, por mais que eu tentasse me aproximar, ele sumia da minha vista para me evitar ao máximo, como se eu também fosse uma das causadoras de seu sofrimento, ou apenas ele não estava superando a Meredith tê-lo deixando quase no altar. Eu gostava de passear pelo jardim, olhar as belas macieiras que estavam carregadas de maçãs vermelhas. Dorothy estava sendo com uma mãe para mim, cuidando de mim.
  Um dia acordei cedo quase ao amanhecer, apenas me levantei, desci as escadas, uma das empregadas levou um susto a me ver, provavelmente eu estava descabelada e remelenta. Eu dei de ombro e fui a sala de jantar, a mesa já estava com o café da manhã posto. Tinha café num bule de porcelana, pães quentinhos, queijos e presunto, frutas, bolo de chocolate e de laranja, torta de maçã e leite quente.
  Eu andei até a mesa, estava tomando sua xicara de chá serio, mas havia uma mulher na mesa com ele, ela me olhou com desprezo assim que eu fiquei a vista deles, eu me sentei na extremidade da mesa, eu peguei um pão, bem longe deles, mas a mulherzinha disse.
  - Os empregados deveriam comer na cozinha.
  - Pode ser retirar então, porque lugar de vaca é no estabulo. – Eu respondi, fazendo os empregados colocarem a mão a boca para conter o riso e Dorothy deu uma gargalhada alta, ficou sem graça.
  - Você é bem petulante mocinha. – Ela se levantou, eu pedi a Dororthy com a mão e ela me serviu uma xicara de café. – depois nos falamos.
  Eu tomei o meu café enquanto cruzava os braços e arqueou uma das sobrancelhas, eu achei fofo e ele não achava a mínima graça. Eu joguei o meu cabelo para o lado.
  - Precisava ter ofendido a minha amiga? – me indagou.
  - Ela me ofendeu primeiro , e também você é um homem casado, deve dar o respeito. – Eu apontei para ele.
  - Você é casada comigo, mas não é minha mulher, para de agir como criança.
  - Eu tenho 18 anos, eu não sou criança, você está agindo como idiota com sua amante. – Todos se espantaram e saíram da sala de jantar.
  - Olha senhorita se eu não te tirei daqui ainda foi por pena, você não tem nenhum direito sobre a minha vida e mim, e se eu quiser faze-la minha amante, eu posso. – Eu queria revidar, mas por algum motivo eu não consegui.
  Simplesmente, joguei a xicara de porcelana no chão e saí correndo como um animal afugentado, corri para o quintal, subi na primeira macieira que encontrei, comecei a chorar, abracei as minhas pernas, deitei a minha cabeça, de acordo com a Meredith eu tinha liberdade, eu não sabia que me prendia lá, não era querida, nem amada. Eu teria que partir.
  Dorothy apareceu com um pedaço de torta e uma xicara de chá em suas mãos, eu desci rapidamente, mas recusei a comida, fazendo um gesto negativo com a cabeça. Ela não entendeu porque eu nunca recusava comida.
  - O que está acontecendo menina? – Dorothy colocou a bandeja no chão. – Você nunca rejeita comida, e estava chorando o que aconteceu depois que eu saí.
  - Nada, só falei umas coisas e... Escutei o que não queria. Dorothy você acha que algum dia o poderia gostar de mim. – Ela abaixou a cabeça e não me respondeu. – Eu sou uma burra mesmo, ele ainda gosta da Meredith.
  - Por mais que ela seja uma vaca, ele nunca vai deixar de gostar dela. – Dorothy disse enquanto eu subia na arvore.
  Eu fiquei olhando as maçãs, uma maçã caiu na minha cabeça, eu a peguei e estava madura, então eu a comi. O vento soprou gelado, eu subi mais alto.
  Eu peguei uma maçã bem grande e vermelha, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, eu ouvi riso embaixo da macieira, olhei e era e tal amiga, ela estava rindo, e ele deu um sorriso encantador, eu só tinha visto uma vez no dia do casamento.
  Respirei fundo andando pelos galhos para poder espiar melhor, uma folha caiu nos cabelos de , ela tirou a folha, então ele a tocou pela cintura, eu morri de ciúmes, ela o envolveu pelo pescoço, eu peguei a maçã e acertei a cabeça dela, e eu me escondi. Ela olhou para cima, tentei segurar o riso, depois arranquei uma maçã verde enorme e joguei nela de novo, só que eu acertei a testa. Eu fui para outro galho mais no alto.
  - , eu sei que você está aí em cima, se você não descer, eu subirei.
  Eu não ia descer e nem tampouco deixa-lo subir, eu me escondi em meio as folhas, me procurou em meio as folhas e não me encontrou, eu entendi naquele momento que poderia perder todas as chances com ele. Eles foram embora.
  Eu desci da arvore, saí do castelo, pulando o muro, tinha o porto e tinha uma estrada, eu comecei a andar pela estrada e avistei uma linda praia, eu andei até chegar a praia, ela estava deserta. Eu fiquei encantada porque nunca tinha visto o mar, eu pisei na areia fofinha, corri para o mar, vestida de camiseta e shorts, me molhei, e depois a onda veio me olhando pelas costas.
  Eu andei pela praia, curtindo o tempo que não estava bom, fiquei até o pôr-do-sol. Então eu vi a estrada e comecei a andar por ela.
  Havia andado vários metros e não estava reconhecendo o caminho, tinha apenas uma floresta, alguns carros estranhos passaram pela estrada, eu resolvi me esconder dentro da floresta até o dia amanhecer.
  Eu andei pela floresta, estava muito escuro, o canto das corujas me apavoravam ainda mais, o vento soprou frio. Eu estava molhada, eu comecei a tremer de frio, eu vi uma arvore no alto, eu subi nela e fiquei na copa.
  De repente, começou a chover forte, eu abracei as minhas pernas, ouvi algo rastejando na arvore, mas estava muito escuro. Eu fiquei apavorada, rastejei na direção contraria, o galho não aguentou o meu peso e quebrou, eu caiu de costas no chão, e bati a cabeça numa pedra.

Capitulo 5 – Algo diferente

’s POV

  No dia seguinte, alguém bateu na porta do meu quarto, eu lembrei que tinha combinado de andar a cavalo com Kathy, eu levantei e me sentei na cama, mexi em meus cabelos. Fiquei de pé, peguei a minha bengala e fui abri a porta, era Dorothy aflita.
  - O que aconteceu para você está tão desesperada? – Eu a indaguei.
  - A não dormiu em casa ontem. – Eu revirei meus olhos.
  - E daí? De repente, ela só acordou cedo e está passeando pelo quintal como sempre faz. – Eu respondi e fui ao guarda roupa, pegar uma camisa e calça para malhar.
  - Eu não a vejo desde que ela pulou o muro ontem, ela não voltou e sei que ela não foi embora porque ela não levou nada, a pobre menina está perdida. – Dorothy falou rapidamente e estava nervosa.
  - Calma quando ela sentir fome, ela volta. – Eu respondi com desdém.
  - Senhor, me desculpe, espero que sinceramente não se arrependa dessas palavras, porque ao contrario da senhorita Meredith, a senhora te ama de verdade. – Eu peguei as minhas roupas e coloquei em cima da cama.
  - Ela ama o que eu dou para ela, ela quer dinheiro igual a todas as outras, não existe mulher virtuosa, ainda mais sendo uma pobre mendiga. – Eu peguei minhas roupas novamente e fui tomar banho.
  - Tenha um bom dia senhor. – Dorothy se retirou do quarto.
  Eu abri a porta do banheiro, tirei a minha roupa, liguei o chuveiro e fui tomar banho. Não queria pensar nela, mas era inevitável. Pensei em tudo que Dorothy disse, mas era impossível alguém me ama, sem nenhum interesse financeiro, por mais que eu tivesse mudado por fora, a baixa auto estima ainda estava lá. A agua caía sobre meu corpo, eu lembrei da única vez que eu a beijei, porem não era ela que eu realmente que eu estava beijando.
  Eu saí do banho, me enrolei na minha toalha que ficava pendurada numa mesinha, saí do banheiro e Kathy estava sentada em cima da mesa, ela mordeu o lábio inferior.
  - Nossa se eu soubesse que você estava tomando banho, eu entrava com você. – Kathy disse de uma maneira sexy, eu estava muito carente, mas não ia ficar com ela.
  - Kathy não começa, eu só gosto de você como amiga e você sabe disso, você só está interessada em mim, depois que eu mudei meu visual. – Respondi secamente.
  - Pelo menos, alguém ainda está interessado em você, esqueci aquela garotinha estranha também, coitadinha. – Eu cruzei os braços. – Você dormiu com ela?
  - Isso não é da sua conta, agora você sai para eu trocar de roupa.
  Ela saiu do quarto, eu me vesti, penteei o cabelo e abri a porta novamente, peguei a minha bengala, me apoiando nela, Kathy estava perto da porta, descemos a escadas e fomos até a sala de jantar tomar o café da manhã, eu achei que ela fosse estar lá, mas a mesa estava vazia e não tinha vestígio de ter passado por lá. Dorothy não estava, eu imaginei que ela foi procura-la, ou estava rezando em algum lugar do castelo.
  Eu pedi para um dos empregados me servir um café bem forte e quente, queria perguntar se a estava dormindo, ou já havia comido, mas fiquei com vergonha. Assim que o empregado me serviu o café, Kathy colocou sua mão em cima da minha, mas eu tirei. Ela começou a tagarelar, só que eu não prestei a mínima atenção no que ela falava.
  Depois que eu terminei o café da manhã, eu fui ao estabulo, peguei Raio o meu alazão branco, subi com dificuldade por causa da minha perna defeituosa, eu segurei suas crinas, comecei a montar e a guiar o cavalo pelo quintal. Eu precisava esquecer , mas ela não saia da minha cabeça, era como uma doença contagiosa.
  Montei pela estrada como um louco, estava indo muito rápido, e o cavalo não estava selado, já havia caído do cavalo diversas vezes, mas não havia aprendido a lição. Deixei o vento percorrer pelos meus cabelos, até que cheguei à praia, olhei para o mar um pouco e voltei ao castelo.
  Coloquei o cavalo no estabulo, entrei em casa, Dorothy estava segurando um terço em suas mãos, então havia me deixado realmente, eu praticamente havia a expulsado de casa. Eu deveria me sentir aliviado, porém me sentia traído. Eu a ignorava, não entendia porque naquele momento ela me fazia falta.
  Resolvi ignorar o fato, entrei em meu escritório, abri o armário, onde ficava a minha arma de caçar raposas e lobos, chamei por Dorothy no escritório, ela apareceu.
  - Traga-me a minha roupa de caça. – Ela não entendeu, mas atendeu a minha ordem.
  Assim que eu estava pronto chamei mais dois empregados que sempre me acompanhavam nas caçadas, Harvey e William. Harvey era alto, ruivo e dentuço, falava com a língua presa, já William era de estatura mediana, gordo e calvo. Nós montamos em nossos cavalos e seguimos para floresta, mas antes de sair ouvir Dorothy comentar com outra empregada.
  - A esposa dele está desaparecida, e sua graça, indo caçar para se divertir, por isso que outra o deixou.
  Eu ia chamar atenção pela insolência dela, mas eu queria me divertir um pouco. Corremos para a floresta com os cavalos, de repente começou a chover, eu apontei a minha arma e comecei a seguir pela floresta a dentro, mas não avistei nenhuma raposa, ou lobo. Eu ouvi um gemido baixo, entrei mais adentro da floresta, eu vi o corpo de estirado no meio da floresta, ela estava inconsciente, desci rapidamente do cavalo, caí no chão, eu tropecei e me aproximei de .
  Tentei chama-la, mas ela não respondeu. Eu verifiquei o pulso dela e estava bem fraco. Peguei e a coloquei em meu colo, ajeitei e a coloquei em cima do cavalo, eu subi no cavalo em seguida. Eu retornei com o cavalo de volta ao castelo, eu corri a toda velocidade, mas sempre ajeitando para ela não cair.
  Chegando ao castelo, um empregado segurou o cavalo, William segurou e a levou para dentro, eu desci do cavalo, tentei correr para dentro do castelo, mas Dorothy me interceptou, eu estava todo molhado.
  - Senhor onde ela estava?
  - Antes que você me bombardeia de perguntas, chame o medico para atendê-la agora. – Eu tirei a minha camisa molhada. – Anda Dorothy! – Kathy apareceu na minha frente. – Estou sem tempo para você.
  Eu subi as escadas, fui até quarto de , ela estava com as roupas secas, Dorothy estava cuidando dela, eu queria ficar lá, mas Dorothy me retirou do quarto. Eu fiquei no corredor, e rapidamente o medico apareceu e entrou no quarto. Em seguida, Dorothy fechou a porta na minha cara novamente, aquela empregada estava sendo muito abusada.
  Eu sentei no chão, esperando o medico sair, assim que ele saiu, eu o interceptei.
  - Então o que ela teve? – Eu perguntei.
  - Ela sofreu duas fraturas no braço esquerdo e uma contusão na cabeça, ela está com bronquite alérgica, eu já chamei a ambulância, porque no hospital da cidade, ela será melhor cuidada. – O medico me explicou e eu fiquei espantado.
  - Se a menina morrer, a culpa será sua! – Dorothy gritou.
  Logo depois os paramédicos chegaram com macas, e curativos e entraram no quarto. E a tiraram em seguida, na maca e Dorothy a acompanhou...

Capitulo 6 – O inicio de nossas vidas <3

  Mais um mês havia se passado... ainda estava no hospital, se recuperando da pneumonia, eu ligava escondido para saber como ela estava, mas não tinha coragem de visita-la, ainda mais com Dorothy como cão de guarda dela.
  Um dia estava almoçando na sala de jantar, eu estava pensando se algum dia poderia ver novamente, quando entrou uma empregada correndo, eu dei um gole em minha taça de vinho.
  - O que você quer? – Eu perguntei desanimado.
  - O senhor esqueceu completamente que é hoje, a sua nomeação como sir, a rainha vem hoje, a festa. – Eu levei as mãos à cabeça. – Pode ficar tranquilo que a festa está pronta, os convidados foram chamados e o alfaiate já fez a sua roupa.
  - Obrigado pode se retirar. – Antes que ela saísse, eu pensei em algo. – Espere, peça quatro dúzias de diversas flores em meu nome, com dedicatória para a senhora no hospital. – Ela sorriu.
  - Sim, sua graça. – Ela saiu da sala de jantar.
  Depois do almoço, eu escovei os dentes, andei pelo jardim, observei as macieiras carregadas de maçãs vermelhas, lembrei-me de como gosta delas. Eu olhei para janela, onde tinha vários empregados me observando, eu coloquei as mãos na cintura e fiz um bico, eles saíram correndo para fazer suas tarefas. Entrei de volta, fui à sala de ginastica, eu coloquei o colchonete no chão, eu tirei a minha camiseta, eu deitei sobre o colchonete, coloquei as mãos atrás da nuca, e comecei a fazer series de abdominais, eu ouvi suspiros perto da porta, eu espiei para trás, e tinham duas empregadas me espiando, estava tendo sérios problemas com meus empregados. Elas saíram correndo, eu voltei a fazer abdominais novamente, eu comecei a ficar suado, em seguida, eu peguei dois pesos e comecei a malhar os braços.
  Depois que eu fiz os exercícios, eu fui ao meu banheiro, tomar banho, entrei no meu quarto e tranquei a porta, tirei a minha roupa e enchi a banheira com agua gelada, eu entrei e fiquei lá por um tempo, eu enfiei a minha cabeça dentro da agua e molhei meus cabelos. Eu peguei o sabonete para tirar a gordura do suor de meu corpo, naquele momento me senti sozinho, na verdade, eu me sentia sozinho a maior do tempo.
  Eu queria alguém para compartilhar toda herança que meus pais haviam me deixado, o tempo estava se passando, e eu não tinha dado nenhum herdeiro, já tinha 32 anos e havia me trancado na ilha por dez anos, teoricamente a realeza inglesa me veria naquele momento. Eu queria alguém para também compartilhar a minha cama enorme. Perdi muito tempo me lamentando porque a Meredith não me queria. Provavelmente, ela viria a festa para ir do manco por ter me enganado, eu não daria o gosto para ela se divertir mais as minhas custas...
  Mais tarde, eu me vesti, coloquei os sapatos sociais, eu pegar o meu perfume do Antonio Banderas, mas ele havia sumido da prateleira dos meus perfumes. Eu coloquei o relógio Rolex, eu coloquei o anel da minha família no meu dedo mínimo, peguei a minha bengala e saí do quarto, tinha uma empregada arrumando um vaso, eu cheguei perto dela.
  - Você viu onde está o meu perfume do Antonio Banderas? – Ela deu um sorriso.
  - Por que você está sorrindo? – Eu perguntei.
  - Sua esposa pegou vários perfumes. – Eu entendi porque ela sorriu. – Quer que eu os pegue.
  - Deixe que ela fique com eles.
  Eu voltei ao quarto, peguei meu perfume da Ferrari que era levemente amadeirado, passei no pescoço, na nuca, no pulso, abri a camisa e passei perfume no peito, em seguida fechei os botões da camisa. Peguei o mousse e passei no cabelo e penteei. Quando eu estava pronto, desci as escadas e fiquei na porta para recepcionar os convidados, ajeitei o meu terno e caso alguém perguntasse da minha esposa, eu diria que ela estava indisposta.
  Os convidados foram chegando, todos se espantaram a me ver totalmente diferente de como eu era antes. Eu dei um sorriso amarelo para todos eles, fingindo como se estivesse realmente feliz com a presença deles. Eu estava ficando entediado, até a rainha chegou. Eu a cumprimentei, fiquei nervoso porque eu nunca a encontrei pessoalmente, ela me estendeu a mão, eu a beijei, me inclinei e ela me deu um sorriso.
  O meu coração se acalmou quando ela saiu de perto de mim, de repente todos se aproximaram da escada, eu entrei no meio dos convidados, fiquei a frente, eu vi uma linda mulher no alto da escada, de vestido amarelo longo, olhei mais um pouco e reconheci era , ela desceu lentamente como estivesse sobre câmera lenta. Todos ficaram encantados por sua beleza, enquanto ela descia, todos perguntavam quem era ela.
  - Ela é a minha esposa. – Eu pensei em voz alta.
   me encontrou próximo da escada, eu segurei a mão dela e arrastei pelo salão, até chegar ao quintal debaixo de uma macieira.
  - Você está linda. – Eu disse e ela abaixou a cabeça. – Você recebeu as minhas flores.
  - Sim, e eram lindas, muito obrigada. Eu queria que te visse ido me ver no hospital. – Eu segurei o seu rosto com as duas mãos, e fiz com que ela me olhasse nos meus olhos.
  - Não sabia se você queria me ver.
  - Eu sempre vou te querer. – Ela levou um susto com a sinceridade. – Não deveria falar isso.
  - Então, você me perdoa?
  - Sempre vou te perdoar.
  Não pensei mais, eu grudei meus lábios nos dela, as mãos dela tocaram o meu rosto, eu fiz pressão com a língua para entrar na boca dela. deixou, as minhas mãos passaram pelo decote das costas, senti a pele macia dela, as nossas línguas se tocaram suavemente. Eu toquei suavemente com as pontas de meus dedos, fazendo a pele dela se arrepiar, correspondeu tocando meus lábios com mais intensidade. Em seguida, ela segurou pela minha gravata, eu toquei seus ombros, ela beijou o canto da minha boca, desceu o beijo até meu queixo, eu abri meus olhos, ela sorriu e eu sorri de volta.
  Eu beijei o seu pescoço, dando leves selinhos em direção ao colo, toquei a ponta do meu nariz na sua orelha e em seguida dei uma mordida. Em seguida, ouvimos bater de palmas, e era Meredith e ela não estava feliz. Eu dei um selinho nos lábios de .
  - Que fofinho! A mendiga e o duque manco, seria um conto de fadas moderno se não fosse por um pequeno detalhe, sua esposa é uma assassina, ela matou o amante dela em Londres. – Eu fiquei chocado, ficou sem reação. – não sabe escolher mulher, adoro semear o ódio.
  - Vadia maldita! Eu vou te ver na cadeia. – Ela pegou uma taça de champanhe e saiu da minha vista.
  - Eu posso explicar... – Eu segurei suas mãos.
  - Não precisa explicar o obvio, você matou esse cara, e a Meredith te chantageou. – Eu sentei no chão.
  - Você é bem esperto, eu quero te contar porque eu matei o cara. – se jogou no chão.
  - Eu não quero saber quanto menos eu saber é melhor. – Ela deitou a cabeça no meu colo.
  - Ele não era meu amante, foi meio que um acidente... – Eu passei a mão sobre seus longos cabelos.
  - Eu realmente não quero saber... – Ela levantou a sua cabeça e deitou em meu ombro.
  Depois da festa, eu me despedi de todos os convidados, eu tirei a gravata, subi as escadas, entrei em meu quarto, tirei os meus sapatos e as meias e me sentei na cama. Ainda estava tentando processar a informação de que havia matado alguém, eu passei as mãos nos meus cabelos, em seguida em meus lábios que ainda tinha o gosto de . Eu tirei o terno e o joguei em cima da cama, eu abri os botões da minha camisa, deixei a camisa aberta, levantei, peguei a minha bengala e andei até o quarto de .
  Chegando lá, a porta estava aberta, eu entrei sem bater, estava tirando o vestido, ela se virou e levou um susto, mas não gritou. Ela tentou se cobrir com as mãos, eu coloquei as mãos dela para baixo, eu a admirei um pouco, dei um sorriso de lado e fechei a porta e tranquei. se aproximou de mim, tirou a minha camisa, eu apaguei as luzes, desligando o interruptor...
  No dia seguinte, estava dormindo nua em meus braços, as sensações ainda estavam recentes. O seu cheiro, a paixão como ela me beijava, como eu senti quando fomos um só. O prazer, mesmo sendo a primeira vez dela, a partir daquele momento, ela era minha.
  Eu não queria me mexer para não acorda-la, ela me abraçou pela cintura.
  - Diz que não é um sonho.
  - Não é. – Eu lhe dei um beijo no alto da cabeça, fiz carinho em seus cabelos, o meu Iphone 6 plus dourado deu o toque de mensagem, eu me mexi e peguei no bolso da calça e era mensagem do meu advogado que dizia “A vadia e o advogado estão na cadeia, mas ela vai mandar sua esposa para cadeia, me liga”.
  - O que aconteceu? – Ela sentou-se na cama.
  - A Meredith está presa, mas ela vai te entregar. Só que ela esqueceu que eu sou rico e vou contratar vários advogados para você.
  Então nos abraçamos...

Fim!



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