Like We Used To
Escrito por Anne Ribeiro | Revisado por Lelen
Acordei incomodada com o que eu havia feito na noite passada. Eu devo ser louca. Pirada. Retardada. É sério, nós estamos no século XXI e onde já se viu mandar uma carta?
Tateei a mesa em busca da cópia da carta, que eu havia escrito pra John na noite passada, e enviado. Pelo correio. Duh, alô? Em que século eu vivo mesmo?
"John...
Você deve estar pegando o envelope e estar me achando uma idiota. Uma carta? Que coisa do século passado! Mas você sabe... Eu sempre disse que nasci no século errado (embora tenha sido no século passado).
É que sabe... Ontem eu passei pela sua ex-casa. E me deu saudade, saudade do que nós erámos.
E por, sei lá, incrível obra do destino - o destino sempre me fazendo de otária -, eu chego estava chegando em casa, e uma mulher que estava entregando revistas me deu uma Rock Magazine.
Entre as milhares de revistas, por que logo a Rock Magazine? Sei lá, ela não podia ter me dado uma Pop Magazine? Eu saberia a quantas anda o namoro da Selena Gomez e do Justin Bieber.
Mas não, o maldito destino, ou a maldita mulher, que seja! Me entregou uma Rock Magazine, aquela revista que você sempre dizia que iria citar teu nome, por menor o motivo que for.
Por idiotice, olhei pra capa... Do lado esquerdo, estava escrito "John O'Callaghan, vocalista do The Maine, foi visto saindo de um restaurante - um tanto romantico de mãos dadas com a vocalista do VersaEmerge, Sierra Kusterbeck."
Sierra... Não é ela a ex-namorada do Garrett? Ex-rolo, enfim.
Eu esperava mais de você. Mas não em entenda mal, não por ser ela. Porque... A banda dela é boa, com certeza. E ela é maravilhosa! Mas alôu, ela é ex do Garrett! Não era você que dizia que ex de amigo teu virava homem? Hm.
Como você sabe, eu sempre fui muito curiosa, e joguei o nome de vocês no Google, e... uma foto de vocês se beijando! Soo much for me.
Mais uma obra do destino (é sério, já 'to ficando cansada dessa merda de destino): a campanhia tocou, e como sempre, uma pontinha de esperança floreceu dentro de mim, achando que sei lá, poderia ser você. Mas não, era só o porteiro com, nada mais nada menos, que o CD novo do A Rocket To The Moon, com a seguinte mensagem do Halvo:
"Hey ! Estou com saudades, não sei se você soube que nosso disco novo saiu essa semana, escuta e me diz o que você acha! Xx, Halvo."
E tá, dessa vez não foi por incrível obra do destino, mas sim por consideração ao Halvo e ao que o ARTTM se tornou, decidi ouvir o CD, que por sinal, é muito bom.
Não sei se você já ouviu o CD inteiro, mas deve ter ouvido né, afinal... Halvo é seu melhor amigo! E no momento em que eu me encontrava, numa crise de "o que Sierra Kusterbeck tem que eu não tenho?", a música que eu mais gostei (ou mais me identifiquei, entenda como quiser), foi Like We Used To.
Graças a essa música estupidamente linda e maravilhosa, eu tive a brilhantissíma ideia - só que ao contrário - de escrever essa carta.
E todo esse bla bla bla, pra te mandar esses trechos da música:
"Does he watch your favorite movies? Does he hold you when you cry? Does he let you tell him all your favorite parts when you've seen it a million times? Does he sing to all your music while you dance to "Purple Rain?" Does he do all these things, like I used to? (...) Will he love you like I loved you? Will he tell you everyday? Will he make you feel like you're invincible with every word he'll say? Can you promise me if this was right: Don't throw it all away? Can you do all these things? Will you do all these things? Like we used to? Oh, like we used to..."
Xoxo,
.
Ps: Troca todos os hes por shes, duh!"
Sério, relendo essa carta, eu só penso que cada vez eu fico mais retardada do que quando nós terminamos. Não que quando nós terminamos, eu achasse que isso fosse possível, porque eu juro, que eu achava que não era possível ser mais retardada do que eu era.
Depois que li a carta, penso que poderia ter colocado mais um PS... "Alguém diga a Eric Halvorsen que eu, , não deixei ele fazer uma música com a minha história! Porque eu sei que é a minha história!"