Liar
Escrito por Ana Paula | Revisado por Lara
No meio de Hollywood boulevard. O que estávamos fazendo no meio de Hollywood boulevard?
- , por favor, pára e me escuta! – ela implorava na minha frente.
- Eu só... Eu não entendo , não consigo entender.
- Foi tudo um grande erro, eu juro! Um enorme e horrível erro! Um acidente.
- BEIJAR OUTRO CARA É ACIDENTE, ? DESDE QUANDO? – eu comecei a gritar. Eu não deveria gritar, logo chamaríamos atenção. Era só pra ser um passeio calmo em Los Angeles...
- Por favor , eu posso explicar, eu juro. – os olhos dela se encheram de lágrimas. Em outro momento eu já estaria a abraçando, e impedindo que ela chorasse, mas não fui apto a fazer isso. Não me sentia mal por ela estar chorando.
- Não tem explicação , você sabe disso!
- Eu ia te contar...
- MAS NÃO CONTOU! – a interrompi.
- ! VOCÊ ME DEIXOU LÁ SOZINHA E BÊBADA! NÃO FOI MINHA CULPA! – ela gritava pra mim, com as lágrimas sendo finalmente despejadas de seus olhos.
- AGORA ISSO É MINHA CULPA NÉ? CERTINHO ISSO AÍ GAROTA! – gritei novamente. Uma pequena multidão começava a se juntar ali, estranhando nossos gritos, mas eu pouco me importava.
- Eu tô falando sério ! Eu nunca quis esconder nada...
- Droga , por que você fez isso? A gente tinha prometido nunca mentir um pro outro...
- Mas eu não menti... – ela tentou argumentar, mas a interrompi novamente.
- Ah! Não mentiu né? Então me trair com um cara qualquer numa balada, e eu só descobrir um mês depois graças a uma revista de fofocas você chama de quê? – ri debochado, realmente achando graça de toda a situação.
- De te poupar, ! Eu não queria que você sofresse! Eu nunca quis esconder nada, mas eu... – meu sangue começou a borbulhar dentro de minhas veias.
-VOCÊ NADA! –gritei, assustando-a um pouco. – Você é uma falsa! Eu te odeio tanto . – cuspi as palavras, e ela ficou em silêncio.
Pouco depois, ela começou a chorar mais forte, a soluçar, e meu coração se apertou de vê-la naquela situação. Ela começou a se aproximar de mim, e eu dei um passo pra trás. Ela prendeu o ar um pouco antes de falar, e percebi que fazia força pra não gaguejar.
- Repete isso. – sua voz saiu quase como um sussurro, e ela me encarou profundamente.
Olhei no fundo dos seus olhos, que agora estavam vermelhos por causa do choro, e senti as primeiras lágrimas surgirem nos cantos dos meus olhos. Olhei para baixo, não conseguindo sustentar seu olhar, para impedir que as lágrimas saíssem. Eu não choraria na frente dela.
- Eu não consigo... – admiti por fim.
Percebi ela se aproximar de mim, até ficar bem na minha frente. Ela encostou sua testa junto a minha. Os flashes agora começavam a aparecer, mas se ali existisse alguma multidão, ela não me fazia diferença. Eu só podia ver ela, ali na minha frente.
- Me perdoa, por favor. – ela pediu novamente, num sussurro, e fazendo força para segurar as lágrimas, mas uma insistente gota insistiu em sair. Enxuguei-a com meu dedão, e deixei minha mão pousada na sua bochecha. Encarávamos-nos profundamente.
- Não tem porquê... – comecei a respondê-la, finalmente, vendo seu desespero, e ela me encarou confusa. – É impossível pra mim, ficar bravo com você. – finalizei fazendo um leve carinho em sua bochecha e ela sorriu lindamente.
Ela tomou um impulso pra frente, mas logo antes de nossos lábios se tocarem, parou, como se tivesse medo de continuar. Passei meus braços pela sua cintura e a puxei, selando nossos lábios. Nos beijamos com tamanha saudade e desejo que mal parecia que naquela mesma manhã dividíamos a mesma cama.
Nos separamos e ela me encarou longamente antes de pronunciar palavras que nunca pensei que a ouviria dizer na vida toda.
- Eu te amo.
Eu tinha esperado por tanto tempo pra ouvir aquelas palavras, e elas foram pronunciadas tão puramente, do jeito mais real possível. Não pude evitar, e sorri pra ela, mas em meu coração, algo tinha mudado. Aquelas palavras, que ela nunca tinha me falado, não fizeram diferença alguma, mas eu tinha tanta certeza que a amava... Na noite anterior mesmo, gritei aos céus e a terra que a amava. Eu declarei todas as juras de amor, até então não retribuídas. Semanas antes eu já tinha tomado o primeiro passo e declarado meu amor por ela. Mas isso foi antes, antes de abrir uma revista pela manhã e ver a foto de minha própria namorada beijando um desconhecido.
- E eu te amo. –respondi, mas aquelas palavras não eram mais reais. Eu havia mentido pra ela, pela primeira vez. Em minha cabeça se passavam um turbilhão de pensamentos.
Eu me importava demais com ela pra quebrar seu coração, como ela tinha feito com o meu. Eu simplesmente não poderia vê-la desmoronar na minha frente, não aguentaria recolher aqueles pequenos pedaços do seu coração, como tive que fazer com o meu. O “felizes para sempre” pode esperar. E quem sabe, com o tempo, aquelas palavras mentidas por mim pudessem voltar a fazer sentido? Não tinha certeza de quanto tempo demoraria, e se um dia tal coisa aconteceria. Por enquanto eu era assim. O homem que nunca tinha mentido, até aquele dia.
Oi lindas leitoras (: Curtiram a historinha absurdamente curta? A mais curta que eu já fiz, né? Tava ouvindo The Man Who Never Lied, do Maroon 5 hoje, e tive essa ideia, eu até gostei, o que acharam? Comentem, leiam minhas outras fics (Mine, My Heart Wont Let You Go, Nobody Knows e Daylight) Eu tenho um tantinho bom de fic publicada né? Hahahaha. Enfim, me sigam no twitter, eu sempre aviso quando vou atualizar ou postar aguma fic e tal... Acho que é só isso, né? Beijooos (:!